ediÇÃo 207 - ano 5 - 10 de agosto de 2012

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1 Edição 207 EDIÇÃO 207 - ANO 5 - 10 DE AGOSTO DE 2012 Instituto publica portaria de metas institucionais ICMBio institui estágio obrigatório nas CRs, UAAFs e centros Sistema Alerta ajudará no combate a incêndios florestais nas unidades Nossa rede de telefonia está em constante atualização Projeto estima quantidade de lobos e leões-marinhos em RVS CR9 discute colegiado socioambiental Firmado Termo de Compromisso da Esec Serra Geral do Tocantins Aberta terceira chamada de seleção de bolsistas por meio do Probio II

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Edição 207

EDIÇÃO 207 - ANO 5 - 10 DE AGOSTO DE 2012

Instituto publica portaria de metas institucionais

ICMBio institui estágio obrigatório nas CRs, UAAFs e centros

Sistema Alerta ajudará no combate a incêndios florestais nas unidades

Nossa rede de telefonia está em constante atualização

Projeto estima quantidade de lobos e leões-marinhos em RVS

CR9 discute colegiado socioambiental

Firmado Termo de Compromisso da Esec Serra Geral do Tocantins

Aberta terceira chamada de seleção de bolsistas por meio do Probio II

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Se depender do Instituto Chico Mendes, a partir deste ano a ação de combate a incêndios florestais ficará ainda mais rápida e efetiva. É que a autarquia lançou recentemente o sistema Alerta, que permi-te, a partir da detecção dos focos de calor, gerar alerta sobre a possibilidade de incêndios florestais dentro de unidades de conservação federais.

O sistema permite acesso a informações de satélites sob gestão do Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais - Inpe. Os focos de calor são identificados e reu-nidos em um aglomerado, quando em um raio de 2 km. Cada aglomerado gera um alerta. “Identificado o foco dentro de uma unidade, o próprio sistema avisa por e-mail ao chefe da UC e gerente de Fogo, que seguem para campo para checar se as informa-ções procedem e se o foco de calor é realmente um incêndio. Se há incêndio de proporções maiores, o chefe pode solicitar, via sistema, mais recursos para o combate”, explica o coordenador de Emergências Ambientais, Christian Berlinck.

No e-mail seguem as coordenadas dos alertas, o satélite que captou as informações e a hora. “Hoje todo esse trabalho é feito manualmente por nossos técnicos, que entram no banco de dados do Inpe, baixam dados sobre os focos de calor nas UCs, ge-ram o aglomerado e entram em contato com as equipes gestoras por telefone e e-mail. Ganhamos celeridade na ação, nos voltando mais fortemente para o combate efetivo, além da manutenção de um banco de dados robusto”, ressalta o coordenador.

Todas as 312 UCs federais serão cadastradas no sistema. Mas, prioritariamente, o Instituto está co-meçando pelas unidades que possuem Brigada e histórico de fogo. “No momento estamos cadas-trando todos os chefes de unidades de conserva-ção e gerentes de Fogo que ficam nas UCs com histórico de incêndios”, frisa Berlinck.

Foram três anos de elaboração do sistema, que se encontra em sua primeira fase de implementação, com avaliações e testes sendo feitos. “As unidades

estão inserindo informações, e os possíveis garga-los estão sendo resolvidos. Neste momento preci-samos muito do apoio das unidades, cujos chefes e gerentes precisam entrar no sistema e inserir as informações, bem como nos repassar as dificulda-des e erros que possam estar acontecendo, para que possam ser sanados”, destaca o coordenador.

Após o foco de calor ser confirmado como incêndio e extinto, o fechamento se dá com a geração de um Relatório de Ocorrência de Incêndio - ROI. Essas infor-

mações serão agregadas, via web service, ao SISFOGO, do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos In-cêndios Florestais do Ibama (Prevfogo/Ibama), respon-sável por reunir informações sobre incêndios florestais em todo o país.

“Com isso estamos ajudando a consolidar este sis-tema nacional de informações, o que servirá no futuro para a formulação de políticas com alterna-tivas ao uso do fogo e de combate aos incêndios no Brasil”, conclui nosso colega Berlinck.

Sistema Alerta melhora combate ao fogo em UCs

Rede de telefonia do ICMBio está em constante atualização

O Instituto Chico Mendes ampliou esta semana a lista de ramais de telefonia da Rede VOIP ICMBio em funcionamento nas suas unidades descentralizadas.

Por meio da Rede VOIP ICMBio, as unidades des-centralizadas podem falar com qualquer outra uni-dade do Instituto em qualquer parte do país que tenha ramal de telefonia VOIP e com a sede, sem nenhum custo. Os telefones podem, ainda, rece-ber chamadas externas como uma linha de Brasília, conforme "número externo" indicado na planilha disponibilizada na Intranet, em www.icmbio.gov.br/intranet/download/arquivos/anexos/listaRamais_VOIP_06082012.pdf, além de realizar ligações lo-cais para o DDD 61.

A Diretoria de Planejamento, Administração e Logística ressalta que a comunicação telefônica entre as unida-des – sede e unidades descentralizadas onde já está em funcionamento a Rede VOIP ICMBio – deverá se dar exclusivamente por meio dos ramais instalados.

A iniciativa faz parte dos esforços que o órgão tem feito para dotar nossas unidades com os meios neces-sários, bem como maximizar a utilização dos recursos orçamentários, sendo que os custos com telefonia se-rão reduzidos. A diretora de Planejamento, Adminis-tração e Logística, Silvana Canuto, destaca que entre as vantagens proporcionadas pela tecnologia VOIP em relação às tecnologias convencionais estão a faci-lidade de comunicação e o custo-benefício.

Desde 2010 o ICMBio, por meio da Coordenação de Tecnologia da Informação, trabalha para aumentar a ve-locidade da rede de dados nas unidades descentralizadas, possibilitando incluir ramais com a tecnologia VOIP (Voz sobre IP). A etapa de internalização da tecnologia foi iniciada com a comunicação entre Acadebio e sede. Em novembro de 2011 foi concluído projeto-piloto onde nove coordenações regionais, oito UAAFs e seis unida-des de conservação federais passaram a contar com ramal utilizando a referida tecnologia, não havendo mais necessidade da sede se utilizar de ligação interurbana para essas localidades e vice-versa, e entre elas mesmas. A expectativa é de que até o final do ano todas as unidades descentralizadas tenham ramais VOIP.

Sandra Bertolo, assessora da CGGP, sobre a Rede VOIP: “O prazer de comunicar facilmente”

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Evento comemorativo marca os 15 anos da APA Chapada do Araripe

“A Chapada do Araripe tem uma paisagem encan-tadora e é local onde se encontram história, cultu-ra, arte, sociedade e natureza, e dessa fusão surgiu o Cariri”. A afirmação é do presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, durante as comemorações dos 15 anos de criação da Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe.

O evento ocorreu nos dias 3 e 4 de agosto, no município do Crato, no Ceará, oportunidade em que foi lançada a Campanha de Regularização Ambiental de Imóveis Rurais na UC e apresenta-do o Projeto de Eficiência Energética dos Recursos da Caatinga, além de promovido debate visando a construção de Plano de Manejo para a APA.

No primeiro dia da programação, no auditório da sede administrativa da APA, foi realizado, pela ma-nhã, o encontro do presidente do Instituto com os servidores e com os chefes Paulo Maier, da APA, William Brito, da Flona Araripe, e Carla Marcon, da Coordenação Regional. Na parte da tarde, na presença de convidados e autoridades dos gover-nos estadual e municipal, aconteceu uma reunião

pública comemorativa no auditório da Rede Ferro-viária Federal S.A. para falar dos objetivos da área protegida e das prioridades para conservação de sua biodiversidade nos próximos anos, inclusive do seu processo de integração com outras UCs.

Na oportunidade, o nosso presidente ressaltou a importância da mobilização da sociedade para assegurar o papel estratégico do Sistema Nacio-nal de Conservação, bem como o desafio de se pensar no resgate das práticas produtivas de for-ma sustentável dos recursos naturais da região. Estiveram presentes o representante da Compa-nhia de Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará - Cogerh, Cleare Ane, que falou sobre as reservas de água, o biólogo Weber Girão e Pierre Gervasier, que participou da mesa de abertura do evento, entre outros convidados.

No último dia da programação, foi realizada visita técnica à porção leste cearense da APA, que incluiu a Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri (GeoPark), o Pontal de Santa Cruz e a Flona Araripe.

A Área Protegida

A APA Chapada do Araripe ocupa 1.063.000 hectares, abrangendo 33 municípios no encontro dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Conforme Paulo Maier, chefe da UC, a criação da APA representou grande passo para a conservação ambiental, inclusive por deter área da Mata Atlântica na região. Segundo ele, atualmente uma das grandes discussões no Conselho Consultivo da unidade é a ocupação das áreas de forma desordenada e a criação de novas unidades de conservação, tanto em áreas particulares como públicas municipais.

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Presidente Vizentin em visita ao Museu de Paleontologia de Santana do Cariri Visita ao Museu de Paleontologia (fotos 1,2 e 3); reunião púbica (fotos 4 e 5); e reunião na sede da APA (foto 6)

Arquivo APA Chapada do Araripe

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Aberta terceira chamada para seleção de bolsistas

A Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramen-to da Biodiversidade - Dibio abre a terceira cha-mada de seleção de bolsistas por meio do Projeto Nacional de Ações Público-Privadas para a Biodi-versidade - Probio II. A chamada é para concessão de bolsas de auxílio e fomento à pesquisa e ao de-senvolvimento tecnológico nas modalidades Apoio Científico e Apoio Técnico-Científico, com objetivo de auxiliar a implementação das ações previstas para o nosso Instituto no âmbito do Probio II.

Entre as nossas atribuições nesse âmbito estão avaliar o estado de conservação das espécies da fauna bra-sileira; elaborar e implementar planos de ação para conservação das espécies ameaçadas de extinção; monitorar o estado de conservação da biodiversidade em unidades de conservação federais; e fortalecer e

estruturar os centros de pesquisa e conservação da biodiversidade brasileira. As bolsas para Apoio Cien-tífico e Apoio Técnico-Científico têm como objetivo o fortalecimento de equipes do Instituto, agregando de forma temporária recursos humanos importantes para o desenvolvimento do projeto na autarquia.

O candidato a bolsista não pode ser servidor públi-co, ter vínculo empregatício de qualquer natureza ou já possuir bolsa de pesquisa. A duração das bol-sas varia de seis meses a um ano e meio. Os interes-sados devem enviar currículos até o próximo dia 17 para o e-mail [email protected], protegido contra spambots, devendo-se habilitar o JavaScript para visualizá-lo. O edital está disponível na íntegra em www.icmbio.gov.br/portal/images/Chamada-Divulgação-Bolsas%20-%203.pdf.

Probio II

O Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para Biodiversidade - Probio II visa contribuir de forma significativa para a redução da perda da biodiversidade e é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente - GEF, a partir de uma doação do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvi-mento - Banco Mundial.

O projeto é executado por uma parceria estabelecida entre Ministério do Meio Ambiente, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - Funbio e Caixa Econômica Federal. Para sua implementação foram estabeleci-das parcerias estratégicas com ministérios como Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Desenvolvimento Agrário, Ciência, Tecnologia e Inovação, além da Fiocruz, do ICMBio, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e da Embrapa.

Cabe à Fundação de Empreendimentos, Pesquisa e Desenvolvimento Institucional, Científico e Tecnológico do Rio de Janeiro, a FEMPTEC, contratada pelo ICMBio, administrar, controlar e efetuar o pagamento de bolsas de apoio científico e técnico-científico à pesquisa, conforme as regras exigidas pelo Banco Mundial.

“Lixo eletrônico tem o seu lugar”

Durante toda esta semana o ICMBio montou na sua sede posto de coleta para a campanha “Lixo eletrônico tem o seu lugar”, iniciativa conjunta entre Ministério do Meio Ambiente, ICMBio, Ser-viço Florestal Brasileiro, Ibama e ANA. O objetivo é incentivar os servidores de cada um dos órgãos a trocar o lixo eletrônico de sua casa por um pen drive de 4 GB revestido de bambu contendo pu-blicações das vinculadas e do Conama divulgadas na Rio+20. A doação do lixo eletrônico pode con-tribuir para a limpeza do meio ambiente e ainda gerar novas oportunidades para jovens estudantes. Os equipamentos recolhidos serão doados à OSCIP Programando o Futuro, que trabalha com inserção digital por meio de reaproveitamento eletrônico.

Na manhã da última quarta-feira (8) a equipe da Estação de Metarreciclagem de Samambaia, que receberá os equipamentos para reaproveitá-los, es-teve no pátio da sede do Instituto Chico Mendes junto ao posto de doação para apresentar o traba-lho que realiza. O coordenador da Programando o Futuro, Vilmar Simion, explicou que “os equipa-mentos de informática ganham vida útil prolonga-

da na estação. Quando recebemos os computado-res, sempre conseguimos aproveitar componentes como memórias, processadores, HDs, que serão utilizados para montar computadores que serão muito úteis em escolas e telecentros. Os equipa-mentos eletrônicos também são úteis, pois deles retiramos, por exemplo, fusíveis, capacitores, leds, que são colocados nos computadores. Os outros resíduos eletrônicos que não puderem ser aprovei-tados serão encaminhados para o descarte correto, de forma a não prejudicar o meio ambiente”.

E você, já doou seu lixo eletrônico?

Hoje é o último dia de troca pelo pen drive. Podem ser trocados aparelhos de DVD, de som e telefônicos, aspiradores de pó, celulares, computadores, controles remotos, estabilizadores, fornos de microondas ou elétricos, impressoras, monitores, televisores, vídeos cassetes, equipamentos eletrônicos em geral, seja de áudio, vídeo, informática da linha doméstica, empresarial ou industrial. Também podem ser doados fones de ouvido, fios e cabos em geral, mídias de CDs e DVDs, pilhas, baterias e chapas de raio-X desde que em grande quantidade ou como complemento à doação de outros equipamentos. A Estação de Metarreci-clagem não recebe lâmpadas, geladeiras, máquinas de lavar, fogões ou pneus. Faça sua parte. Participe!

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Ações do ICMBio apreendem armamento ilegal, combatem caça e prendem incendiário

Fiscais do Parque Nacional da Chapada dos Vea-deiros, em Goiás, receberam há quatro meses de-núncia de existência de caçador no Rio das Cobras, que se utilizava de um barraco além de armamento como trabucos e espingardas para caçar no par-que. Ao chegarem ao local, os agentes encon-traram o barraco e resquícios de munição, como pólvora, espoleta e esferas. Dos vestígios de caça, apenas um chifre de veado foi encontrado.

Arguido pela equipe de fiscalização, o caçador con-fessou usar o barraco para ações de caça ilegal. Ao vasculhar sua residência, os agentes encontraram ainda um carregador e uma espingarda calibre 22 enterrados no quintal. O homem já possuía antece-dentes criminais e foi conduzido ao Departamento de Polícia Federal no Distrito Federal.

Outro barraco foi desmontado no início do mês, em outra ação de fiscalização do Instituto, intitula-da Operação Safari, com apreensão de mais de 30 armas. A iniciativa contou com apoio da Polícia Fe-deral. O infrator possuía apenas licença para con-serto de armamento de pequeno porte, mas não para colecionar armas. O coordenador de Emer-gências Ambientais, Christian Berlinck, explicou que “o caçador não possuía registro de nenhuma arma em seu nome e foi preso”.

No início de julho, brigadistas do mesmo Parna estavam fazendo aceiro controlado quando avista-

ram uma coluna de fumaça próxima. Um caminho-neiro que passava pela região informou que havia visto uma pessoa trajando bermuda preta, camisa vermelha, com chapéu e sacola na mão, ateando fogo na vegetação seca logo à frente.

Ao chegarem ao local, os brigadistas encontraram o infrator em frente à chácara onde residia, ate-ando fogo na vegetação. Abordado no sentido de que parasse com a ação e ajudasse com abafador no combate às chamas, ele acatou imediamente a determinação. Ao ser questionado sobre o que fazia no local, argumentou que havia chegado a poucos dias, quando de fato já estava a mais tem-po na chácara. O infrator já possui histórico de pas-sagens pela polícia.

Cerca de 10 dias depois, outro incêndio foi controla-do na região. “Há uma proposta de embargar área do parque, com operação posterior, visando comba-ter incêndios e criação de gado ilegal. Mas isso está sendo desenvolvido junto ao MMA”, frisa Berlinck.

Outra ação de fiscalização combateu acampamen-tos ilegais no Parque Nacional Nascentes do Rio Parnaíba, na divisa entre Piauí, Bahia, Tocantins e Maranhão, com apreensão de armas e prisões por porte ilegal de armas. “Usa-se a estratégia de atear fogo na vegetação para que rebrote a pastagem e aumente a disponibilidade de sais minerais, atrain-do com isso os animais”, destaca Berlinck.

Projeto estima quantidade de lobos e leões-marinhos em RVS

“Refúgio da Vida Silvestre da Ilha dos Lobos – do Conhecimento ao Manejo” é o nome do projeto que está sendo desenvolvido no Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos, localizado em Torres (RS). A iniciativa visa estimar a quantidade dos lo-bos e leões-marinhos ocorrentes na região e é con-duzida pela Unisinos/Gemars.

A análise conta com dados de censos a partir de embarcações e censos aéreos a partir de fotogra-fias do RVS feitas por pesquisadores do CMA e do Projeto Baleia Franca, durante expedições para fo-to-identificação de grupos de baleia-franca-austral (Eubalaena australis).

“Tradicionalmente, os censos de lobos e leões-marinhos são feitos a partir de embarcações ou de ponto fixo. Esta colaboração entre projetos sobre lobos-marinhos e baleias será a primeira avaliação feita por meio de censo aéreo com fotografias para os lobos e leões-marinhos no Brasil. Além disso, es-ses dados permitirão uma estimativa mais realista da população sazonal dos animais que ocupam o RVS já que esta metodologia é mais precisa e gera menos distúrbio em comparação com outros mé-todos”, explica a doutora Larissa Oliveira, bióloga e coordenadora do projeto.

No fim do mês de julho, pesquisadores da Unisinos/Gemars, do ICMBio e Projeto Baleia Franca realiza-ram a primeira experiência entre censos sincroniza-dos marítimo-aéreos para calibrar as contagens en-tre ambos os métodos. Espera-se por meio destas atividades estimar o tamanho populacional real das espécies de lobos e leões-marinhos que frequentam o refúgio de vida silvestre, informação essencial para proposição de medidas de manejo em conservação para a elaboração do futuro plano de manejo da

unidade. Como resultado do voo, foi possível men-cionar o predomínio de machos subadultos de le-ões-marinhos, além do registro de um subadulto de elefante-marinho no RVS Ilha dos Lobos.

"Neste voo realizado em julho, fotografamos filho-tes de lobos ou leões-marinhos na Ilha dos Lobos, ampliando a importância do projeto de pesquisa cientifica", informa Paulo Flores, do CMA.

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ICMBio publica portaria de metas institucionais

O Instituto Chico Mendes publicou no Diário Ofi-cial da União da última segunda-feira a Portaria nº 87, que fixa as metas institucionais globais para o período de 1º de junho de 2012 a 31 de maio de 2013 para fins de pagamento da Gratificação de Desempenho de Atividades de Especialista Am-biental - GDAEM e da Gratificação de Desempe-nho de Atividade Técnico-Executiva e de Suporte do Meio Ambiente - GTEMA devida aos servidores ocupantes dos cargos efetivos.

A avaliação de desempenho institucional para o período 2012-2013 levará em consideração os re-sultados das metas estabelecidas no anexo da Por-

taria nº 87, disponibilizada no endereço eletrônico www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=06/08/2012&jornal=1&pagina=80&totalArquivos=176.

Caberá à nossa Coordenação-geral de Planejamen-to Operacional e Orçamento - CGPLAN o monito-ramento das metas institucionais e a consolidação das informações referentes aos resultados alcança-dos. Para o pagamento das gratificações GDAEM e GTEMA, a CGPLAN encaminhará à Coordenação-geral de Gestão de Pessoas a consolidação do de-monstrativo de cumprimento das metas de desem-penho institucional.

Resenha diária do DOU

A Diretoria de Planejamento, Administração e Lo-gística - Diplan recentemente encaminhou mensa-gem aos servidores e funcionários de todas as uni-dades do ICMBio divulgando a resenha do Diário Oficial da União, elaborada pela equipe da Biblio-teca/CDOC.

A equipe da Biblioteca, composta pelas colegas Gi-sele Lira, Luzenilda Barbosa e Lúcia Ozolins, se dedi-ca à leitura diária do DOU, selecionando matérias de interesse do Instituto com o propósito de facilitar o acesso aos atos emanados pelo ICMBio e às maté-

rias relacionadas à biodiversidade e meio ambiente, como pesquisas, projetos, termos de cooperação técnica, assim como normas e dispositivos legais que norteiam o serviço público.

Até esta data já somamos mais de 400 solicitações de cadastro para recebimento das resenhas diárias. Para recebê-las diariamente, basta enviar e-mail para [email protected]. As resenhas tam-bém estão disponíveis na Intranet. A Biblioteca está sendo estruturada gradativamente, sempre com o objetivo de melhor atender a seus usuários.

Superagui revela gestão para resultados em Painel de Gestão a Vista

Foi instalado no mês passado, na sede do Parque Nacional do Superagui, junto à Comunidade da Barra do Superagui, no litoral do Paraná, o Painel de Gestão a Vista da UC, razão de grande motiva-ção por parte da equipe gestora, pois representa a síntese de um ano de trabalho e difícil disciplina.

Referendado no exemplo da sede do ICMBio, pela necessidade de monitorar seus indicadores e me-tas e na experiência das UCs do Programa Arpa, o Parna iniciou sua jornada pela auto-avaliação do Programa GesPública 250.

Os passos seguintes foram a elaboração da mis-são, da visão de futuro e dos valores organizacio-nais, que contaram com a participação de todos os terceirizados. Na sequência, construiu-se a matriz DAFO, com a análise do ambiente externo e inter-no da UC e a priorização das ameaças. Levanta-ram-se também as necessidades e expectativas dos interessados primários e secundários do parque. Finalmente, com todos esses elementos voltados para a visão de futuro da UC, identificaram-se os objetivos estratégicos.

Dessa forma foi possível alinhar dentro dos objetivos estratégicos os indicadores de desempenho do ICM-Bio para a UC e também incluir no planejamento as ações previstas nos PANs, especialmente o Mamífe-ros da Mata Atlântica Central e Papagaios da Mata

Atlântica. A metodologia do trabalho foram reuni-ões mensais de um dia inteiro “a portas fechadas”.

No momento, a equipe ainda desdobra os objeti-vos estratégicos em diretrizes e ações e necessita definir alguns indicadores próprios. Os maiores de-safios que se apresentam são a elaboração conjun-ta do Plano de Manejo e a deficiência de pessoal, pois o Parna conta apenas com dois analistas am-bientais. Outra dificuldade interessante foi a falta de parede para instalar o painel, pois o escritório fica numa sala pequena do alojamento. Em suma, isso tudo representa um desafio contínuo em transformar a ansiedade da sobrecarga de tarefas em motivação e organização.

Painel de Gestão a Vista já instalado na sede do Parna

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Oficina ensinará como usar bambu na construção de estufasA Floresta Nacional de Irati e o Núcleo de Pesquisa em Con-servação e Utilização Sustentável dos Recursos Florestais Não Madeiráveis (Convênio ICMBio/Embrapa), em parceria com o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia - CPRA, irão promover a oficina "Uso Sustentável do Bambu e a Cons-trução de Estufas".

A oficina tem o objetivo de capacitar analistas ambien-tais, técnicos, agricultores familiares e alunos do curso de Agroecologia nas técnicas de construção de estufas de bambu desenvolvidas pelo CPRA. Sob o ponto de vis-ta ambiental e econômico, a utilização do bambu em bioconstruções é muito interessante pois, por se tratar de planta tropical que produz colmos anualmente sem necessidade de replantio, o bambu se apresenta como recurso natural com imenso potencial, devido à sua ver-satilidade, resistência, vitalidade e beleza.

As unidades de conservação e os agricultores familiares poderão se utilizar desse recurso para a construção de estufas a baixo custo, visando à produção de mudas de espécies nativas para a restauração de áreas, bem como a geração de renda para a agricultura familiar. O bambu

traz inúmeras vantagens, pois pode ser utilizado em be-nefício do agroecossistema, protegendo mananciais e en-costas, evitando a erosão e o condicionamento climático como quebra-ventos, favorecendo a fertilidade e sanida-de do sistema. Pode ser usado, também, na alimentação (brotos), confecção de móveis e construções rurais.

A oficina será desenvolvida em dois módulos: Módulo I, de 13 a 15 deste mês, e Módulo II, de 10 a 13 de setembro.

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Justiça embarga mineradoras na zona de amortecimento do Parna Ilha Grande Desde o dia 29 de junho todas as mineradoras e es-taleiros instalados no Rio Paraná e localizados den-tro da zona de amortecimento do Parque Nacional de Ilha Grande foram embargados por decisão ju-dicial do Tribunal Regional de Porto Alegre, estan-do impedidos de extrair areia e utilizar os depósitos atuais para movimentar esse material.

Trata-se de ação conjunta entre o ICMBio e o MPF visando o ordenamento desse segmento que existe a décadas na região e que tem sido alvo de inú-meras ações por parte dos órgãos de controle am-biental, como autações, embargos e negativas de licença ambiental, mas continuavam operando por força de liminares judiciais.

O objetivo principal é obrigar as empresas a realo-carem suas plantas dos depósitos de areia, deixan-do uma distância de 100 a 200 metros da margem do rio, para posteriormente recuperar a mata ciliar atualmente não existente nesses locais. Medida se-melhante já foi exigida às margens do Lago de Itai-pu, a jusante do Parna, de onde todas minerações transferiram seus pátios para fora da APP, deixando apenas uma estrada de serviço entre o lago e a mi-neradora, por onde a areia extraída é bombeada.

Esta foi a maior punição aplicada às empresas des-de sua criação a décadas, permanecendo inope-rantes até o momento. Foram marcadas audiências de conciliação na Justiça Federal para o dia 3 de agosto e hoje. Técnicos do Parna estiveram presen-tes à primeira audiência, acompanhados por pro-curador da AGU. Ficaram mantidos os embargos e foi determinado prazo de 30 dias para as empresas apresentarem plano de execução de serviços visan-

do transferência dos depósitos de acordo com o determinado pelo ICMBio.

Pela ação conjunta será possível ordenar defini-tivamente o segmento minerador do entorno do Parque Nacional de Ilha Grande, minimizando os impactos causados pela atividade que ocorre em grande escala na região.

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Mineração irregular na margem do Rio Paraná

Mineração adequada no Lago de Itaipu

Visita técnica à Resex MandiraNo último final de semana a Reserva Extrativista do Man-dira (SP) recebeu em visita técnica o gerente de Unidades de Conservação de Uso Sustentável do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, biólogo Glauber Car-valhosa, e os chefes das APAs Estaduais de Macaé e de Maricá. O órgão estadual está criando uma nova reserva extrativista marinha e quis conhecer um exemplo conso-lidado desse tipo de UC. Em sua pesquisa, encontrou in-formações sobre a nossa unidade e ficou entusiasmado para conhecer o trabalho de composição do Conselho Deliberativo, gestão participativa, elaboração do Plano de Utilização e do Plano de Manejo.

No dia 3 houve reunião na sede da Resex Mandira, no município de Registro, depois da qual o grupo se deslocou à Cananéia em visita à Cooperativa de Ostras de Cananéia, braço de comercialização da Resex. Na sequência houve reunião com o presidente da Asso-ciação de Moradores do Quilombo da Reserva Extrati-vista do Mandira, Francisco Sales Coutinho, na Comu-nidade do Mandira. No dia 4 a visita foi à Resex em embarcação da unidade.

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Visitantes em embarcação da unidade

O gerente e os gestores de unidades do Rio de Janeiro foram informados das ações de gestão, monitoramen-to, proteção, educação ambiental e uso público da UC e dos seus instrumentos de gestão. Segundo Valtency Negrão da Silva, chefe da Resex Mandira, “cremos ter contribuído com os colegas e indicamos que se infor-mem também das ações de outras reservas extrativistas marinhas, como a do Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, e de Corumbau e Canasvieiras, na Bahia”.

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Filhote albino é atração em avistamento recorde de baleias

Um filhote de baleia-franca albino se destacou en-tre cento e três baleias avistadas em apenas dois dias de sobrevoo no litoral de Santa Catarina. De acordo com especialistas, o nascimento desses fi-lhotes é raro devido à baixa probabilidade de com-binação genética necessária para proporcionar a característica ao indivíduo. Além do filhote albino, a equipe avistou uma baleia adulta com manchas, também de ocorrência rara.

Desta vez, as baleias constituíram o maior número avistado desde 2002, quando o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade, o nos-so CMA, em parceria com o Projeto Baleia Franca - PBF, passou a fazer o monitoramento aéreo da região nos meses de julho.

Os registros foram feitos entre 26 e 27 de julho. No primeiro dia, foram avistadas 62 baleias entre Imbituba (SC) e Torres (RS). Já no segundo dia, ou-tros 41 animais foram localizados no trajeto entre Imbituba e Lagoinha do Leste, em Florianópolis. Do total, 32 eram filhotes, muitos deles bem peque-nos, provavelmente nascidos há poucos dias.

Durante os sobrevoos, constatou-se que algumas baleias, que estiveram em Santa Catarina em 2009, quando foram feitos 61 registros – o recorde até então –, retornaram agora para procriar e ter seus filhotes. A espécie apresenta ciclo reprodutivo tria-nual, o que faz com que muitas fêmeas voltem nes-se intervalo para o nascimento de novos filhotes.

Segundo Paulo Flores, analista do ICMBio, o CMA pôde rever as baleias que estiveram em 2009 na região. “Esse foi o ano em que ocorriam as obras de ampliação do Porto de Imbituba. Ter esses ani-mais retornando ao estado significa que o moni-

toramento das atividades do porto e os demais trabalhos do CMA e do PBF têm dado resultados, indicando, também, que as obras de ampliação e melhorias do porto, já concluídas e monitoradas na época, não interferiram no ciclo desses animais”, disse Flores.

Ainda nos sobrevoos, foram avistadas duas baleias com pedaços de rede de pesca presos nas calosi-dades da cabeça. Um dos cetáceos estava bastante debilitado fisicamente, o que pode comprometer sua sobrevivência. Essa foi a primeira vez que a equipe do CMA fez registro desse tipo.

De acordo com Paulo Flores, em casos como esse qualquer tentativa de aproximação com o intuito de ajuda e desenredamento do animal é bastante arriscada. Ele recomenda avisar aos órgãos compe-tentes e devidamente treinados para essa atribui-ção, como o CMA.

Para Flores, o grande número de baleias registradas no recente voo de monitoramento, que produziu o novo recorde, é um reflexo do crescimento popula-cional da espécie e uma recompensa pelos esforços de conservação e pesquisa realizados pelo CMA e PBF.

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Firmado Termo de Compromisso da Esec Serra Geral do Tocantins

Após três anos de negociação intermediada pelo Minis-tério Público Federal do Tocantins com a comunidade, foi assinado, no último dia 4, o Termo de Compromisso da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, no município de Mateiros.

O sucesso do trabalho foi resultado da árdua dedica-ção da equipe da UC formada por Áquilas Mascarenhas (chefe), Carolina Barradas, Lara Côrtes, Lilian Lindoso e Máximo Menezes. Foram várias atividades de cadastra-mento, inúmeras reuniões com lideranças, órgãos go-vernamentais e não governamentais. Cabe destacar que, nas discussões quase sempre acalouradas no ICMBio, o Termo de Compromisso, conhecido como TAC, teve um processo polêmico. Ele suscitou os mais quentes debates acerca do manejo do fogo em unidade de conservação de proteção integral, com pareceres divergentes entre analistas da Coordenação-geral de Proteção - CGPRO/Di-man, Coordenação de Gestão e Conflitos - COGCOT/Di-sat e Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade - Dibio, visto que uma das atividades prevê queimas controladas em campos úmidos, área de ocorrência do capim-dourado.

“O Termo de Compromisso ficou muito bom justamente devido ao intenso debate de ideias inicialmente tão distin-tas”, comenta Lara Côrtes. Finalmente, este ano, chegou-se a um consenso interno com propostas que consideraram garantir a manutenção das atividades já praticadas pelos residentes, mas estabelecendo limites ao uso do fogo. Ini-cialmente, a minuta foi proposta pela COGCOT/Disat, na época Diusp, que posteriormente foi trabalhada e detalha-da pela equipe da Esec com a contribuição da analista do Ibama, Isabel Belloni, pesquisadora especialista em capim-dourado, em uma semana totalmente imersa na reconstru-ção da minuta.

Todas as propostas acordadas entre as partes foram tra-balhadas levando em conta parâmetros técnicos de pro-dutividade e conservação. O passo seguinte foi submeter a minuta produzida a toda comunidade, com a qual se discutiu ponto a ponto cada termo, paralelo ao levanta-mento de informações para o calendário produtivo que irá compor os termos de adesão das famílias, pois somente com base nas informações de cada termo as autorizações serão emitidas. "A expectativa era grande", declara o chefe da UC, Áquilas Mascarenhas, que apresentou a minuta à comunidade juntamente com Carlos Felipe Abirached e

Lilian Lindoso. Áquilas ainda destacou a forma dedicada com que a servidora Lilian Lindoso conduziu o processo, e que mesmo de licença para mestrado prontificou-se em colaborar com a finalização do Termo de Compromisso.

A Esec está passando por grandes transformações na sua gestão diante da realidade de investimentos, a exemplo do Projeto Cerrado-Jalapão, da Cooperação Técnica Interna-cional entre o Brasil e o Governo Alemão, para redução de incêndios na região do Jalapão, que financiará todo o mo-nitoramento do Termo de Compromisso firmado. Além dis-so, o Conselho Consultivo recentemente formado envolverá ainda mais a sociedade na implementação do instrumento.

O documento foi firmado pelo presidente do ICMBio em Brasília e posteriormente encaminhado ao MPF-TO. A úl-tima das três assinaturas foi colhida durante a Oficina de Planejamento Participativo ocorrida no início deste mês, em Palmas, aproveitando a presença de 29 representantes entre governo e sociedade civil organizada, que estavam contribuindo na elaboração do Plano de Manejo da Esec.

A Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins ainda tem um grande desafio pela frente na questão socioambiental. Resta ainda estabelecer acordo de convivência com os residentes da porção baiana da UC, Comunidade dos Prazeres, com problemáticas tão complexas quanto as que foram trabalha-das no Termo de Compromisso que acaba de ser firmado.

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Lara Côrtes e Áquilas Mascarenhas; Elzita Evangelista Rufo, da Associação das Comunidades Quilombolas das Margens do Rio

Novo, Rio Preto e Riachão; e Vinícius Rincon, do MPF-TO

O raro filhote albino junto a mãe

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Operação Tamanduá combate desmatamento e trabalho escravo

Agentes de fiscalização do Instituto Chico Mendes participaram da Operação Tamanduá, realizada dia 31 de julho, de combate ao desmatamento e à ex-ploração ilegal de madeira no sul do município de Lábrea (AM) e na região de Vista Alegre do Abunã, município de Porto Velho (RO).

A região foco da operação abrange o interior e a zona de amortecimento do Parque Nacional Mapinguari e sul da Reserva Extrativista Ituxi, além da região do Projeto de Assentamento Florestal – PAF Curuquetê.

Entre os resultados da ação, até o momento, estão a prisão de uma pessoa; a apreensão de diversos materiais irregulares, incluindo motosseras, um ca-minhão e um trator skidder, aves; e a destruição de mais de 1.900 metros cúbicos de madeira ilegal.

A região de Vista Alegre do Abunã e sul de Lábrea tem grande histórico de conflitos agrários, avanço do desmatamento, furto de madeira de áreas pro-tegidas e assentamentos, garimpo, invasão de ter-ras públicas e pistolagem. Nessa região, três cam-poneses que lutavam pelo direito a terra já foram assassinados, desde 2006. A Comissão Pastoral da Terra denuncia que existem cerca de 11 outros tra-balhadores rurais ameaçados de morte por madei-reiros e grileiros na localidade.

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Oficinas ambientais na APA Guapimirim

De 24 a 27 de julho, aconteceu a Semana de Ofi-cinas Ambientais na sede da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim/Estação Ecológica da Guanabara (RJ). O evento foi planejado a partir de demanda dos professores da região envolvidos no projeto Pibic/ICMBio “Diagnóstico da educação am-biental nas escolas da região da APA Guapimirim”. A realização, porém, foi possível graças ao interesse da bióloga Gabriela Novais Rocha, que mora em Belo Horizonte, em prestar serviços voluntários durante suas férias. Para aquisição de materiais, contou-se com apoio da Fundação SOS Mata Atlântica.

As oficinas contemplaram moradores da região li-gados às áreas de educação e/ou meio ambiente, gerando uma rede de conhecimento e troca de ex-periências entre a APA Guapimirim, os profissionais envolvidos nas oficinas e os participantes. A cada dia, duas turmas, uma por período, participaram de apresentação sobre o ICMBio e as duas UCs locais. Em seguida, a voluntária Gabriela encami-nhou discussões e depois, “mãos à massa”.

As oficinas de reciclagem propuseram uma ação de transformação de velhos conceitos. Pelo diálogo e modificação de materiais reutilizáveis em novos objetos, pretendia-se que os participantes tivessem um novo olhar sobre antigos costumes e condicio-nantes adquiridas ao longo de uma vida de consu-mo e excessos.

A alimentação saudável nas escolas, a qualidade dos alimentos e a sua disponibilidade é tema am-plamente abordado nos dias atuais. As oficinas de horta nas escolas foram realizadas em parceria com profissionais da Emater-Rio para mostrar, por exposição teórica e prática, como é fácil e também benéfico possuir um espaço horta dentro de uma

instituição de ensino. Por meio dele, além de adqui-rir alimentos saudáveis, de origem conhecida e livre de agrotóxicos, as escolas podem desenvolver um laboratório vivo a ser utilizado por várias disciplinas.

Por fim, a oficina sobre “Água – Ciclo e desper-dício” teve o intuito de mostrar aos discentes da região como tratar esse tema tão relevante dentro da sala de aula. Na oficina foram abordados diver-sos pontos como a importância dos manguezais para a região metropolitana do Rio de Janeiro e na vida da Baía de Guanabara, a importância da água para os seres humanos – sobrevivência, irriga-ção, produção industrial, energia –, os conflitos da água e os mecanismos de preservação desse bem. Também foi realizado um experimento prático que demonstrava a importância de manter as áreas de preservação permanente nas margens dos rios.

O evento foi tão bem-sucedido, com cerca de 60 par-ticipantes, que a intenção da administração da APA Guapimirim/Esec Guanabara é fazer atividades seme-lhantes a cada período de férias escolares, aprovei-tando parceiros locais para ministrar as oficinas.

Participantes exibem seus novos objetos

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Expedição à Flona Mulata

Pela primeira vez uma equipe do ICMBio conseguiu chegar a determinadas áreas no interior da Floresta Nacional de Mulata, no Pará. Em função do acesso ser muito difícil, alguns trechos foram feitos a pé, por meio de um antigo ramal construído por bala-teiros, coletores do látex da árvore popularmente conhecida como balateira (Manilkara bidentata), produto muito explorado naquela região entre as décadas de 30 e 70 do século passado. Outro tre-cho foi feito pelo Rio Maicuru, que tem parte do seu curso localizado no interior da Flona.

Além dos servidores do ICMBio lotados na UC, tam-bém participaram da expedição, realizada entre os dias 18 e 24 de junho, representantes da Univer-sidade Federal do Oeste do Pará e da Associação Horto Florestal de Monte Alegre, entidade que faz parte do Conselho Consultivo da Flona.

O objetivo da empreitada foi levantar informa-ções relacionadas à Flona para gerar subsídios à futuras ações voltadas à gestão da UC. Durante os trabalhos a equipe mapeou áreas com passi-vos ambientais e fundiários, identificou produtos florestais madeireiros e não madeireiros, além de registrar a existência de populações usuárias de alguns desses produtos.

A partir dos resultados da expedição, os servidores da Flona começaram a readequar o planejamen-to da UC, inserindo novos dados como base para futuras ações relacionadas ao cumprimento dos objetivos da unidade segundo os diversos eixos te-máticos do ICMBio. A expedição foi realizada com apoio da Coordenação de Regularização Fundiária - Coreg, da Disat.

Equipe percorreu alguns trechos a pé

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CR9 discute colegiado socioambiental

A Floresta Nacional do Açungui, no município de Campo Largo (PR), sediou a primeira reunião para organização do colegiado de gestão socioambien-tal da CR9. A atividade, promovida pela unidade de educação e gestão socioambiental da CR9 nos dias 2 e 3 deste mês, contou com a presença do novo coordenador regional, Daniel Penteado, e reuniu 13 servidores com reconhecida experiência no tema, lotados em sete UCs e dois centros de pesquisa da região.

A gestão com a sociedade é diretriz institucional e as questões socioambientais perpassam grande parte da agenda da gestão ambiental pública. No entanto, ainda existem muitas lacunas estruturais, cognitivas e até ideológicas no quadro funcional de servidores para o desempenho destas atribuições com a competência e abrangência requeridas. Com o intuito de somar esforços e valorizar as diversas capacidades existentes nas diferentes unidades descentralizadas desta regional, a CR9 vem traba-lhando no sentido de estruturar um coletivo ins-titucionalizado de servidores que, mantendo sua lotação original, possa colaborar qualificadamente no fortalecimento da agenda socioambiental no âmbito desta coordenação.

Durante a reunião na Flona Açungui, os participan-tes refletiram sobre as demandas e oportunidades da gestão socioambiental, as capacidades e com-petências necessárias para fazer frente a essas de-mandas, assim como a importância de se estrutu-rar e institucionalizar um órgão colegiado regional que trabalhe colaborativamente no fortalecimento desta agenda na região.

O Colegiado Regional de Gestão Socioambiental da CR9 será instituído por meio de ato administrativo firmado pelo coordenador regional e sua compo-sição final definida após consulta de interesse aos servidores da região. O funcionamento do colegia-do será mediante reuniões presenciais semestrais de planejamento e avaliação, bem como a consti-tuição de grupos de trabalho para ações específi-cas. Nos próximos meses, o colegiado, já instituído, se reunirá para elaborar seu primeiro plano de tra-balho e definir suas prioridades de ação.

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Servidores participantes desta primeira reunião

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CRs instituem redes colaborativas em assessoria socioambiental e gestão participativa

As coordenações regionais do ICMBio no Rio de Ja-neiro, CR8, e em Porto Seguro, CR7, deram impor-tante passo para fortalecimento dos processos de gestão socioambiental nas unidades de conservação situadas em seus respectivos recortes regionais. É que foram publicadas no Boletim de Serviço do dia 24 de julho uma Ordem de Serviço e uma Portaria que instituem a Rede Colaborativa em Assessoria e Gestão Socioambiental - REGSAM-CR8 e a Rede de Gestão Participativa - RGP-CR7, respectivamente.

O objetivo das iniciativas é promover a colabora-ção mútua entre as unidades de conservação para o desenvolvimento de processos participativos de gestão de UCs, mosaicos e demais fóruns de par-ticipação social na gestão ambiental pública, por meio da ação planejada e articulada de servidores colaboradores lotados na circunscrição das duas coordenações regionais.

Ambas as redes atuarão de forma articulada com os macroprocessos e em estreita colaboração com as UCs no desenvolvimento de processos estratégicos de gestão como criação e renovação de conselhos gestores de UCs e mosaicos, construção de termos de compromisso e acordos de gestão, elaboração ou revisão de Planos de Manejo, educação ambien-tal e capacitação externa, dentre outros.

As redes foram idealizadas pelos próprios servidores em sintonia com a visão estratégica de fortalecimento da participação social na gestão ambiental pública que vem sendo construída no Instituto nos últimos anos.

Para o coordenador regional da CR7, Apoena Ca-lixto, “a RGP-CR7 surgiu com intuito de estabelecer parceria e participação dos servidores nos proces-sos de gestão participativa das UCs, visando qua-lificar a atuação institucional na região sob admi-nistração desta CR e valorizar as experiências dos servidores envolvidos”.

Além da CR7 e CR8, outras regionais já vêm dis-cutindo e implementando iniciativas semelhantes, motivadas em grande parte pela participação de servidores nos Ciclos de Capacitação em Gestão Participativa e no Curso de EA na Gestão Pública da Biodiversidade, que vêm impulsionando a realiza-ção de projetos de gestão participativa e educação ambiental em todo o país.

Segundo Felipe Mendonça, coordenador da nossa Divisão de Gestão Participativa, "a formação das re-des das CRs é muito importante para a estratégia do Instituto em garantir a consolidação da gestão participativa em todos os níveis”.

“Neste momento de rica construção, os proces-sos formativos do Ciclo de Gestão Participativa, do Curso de EA na Gestão Pública da Biodiversidade e a formação das redes de servidores em apoio às ações socioambientais são as principais estratégias da Coordenação-geral de Gestão Socioambiental para tornarmos a gestão de nossas UCs e centros de pesquisa mais aberta à sociedade brasileira”, completa Mendonça.

De acordo com o coordenador regional do ICMBio no Rio de Janeiro, Luiz Felipe De Luca, “a REGSAM-CR8 é iniciativa construída a “muitas mãos”, de bai-xo para cima, num ambiente de autonomia, hori-zontalidade, cooperação e democracia, e é com esse espírito que pretendemos atuar com cada unidade na sua articulação, implementação e ampliação. Em última instância o que buscamos é a integração de esforços institucionais para o fortalecimento da Gestão Participativa de nossas unidades”. Ele lembra um trecho do poema de João Cabral de Mello Neto, Tecendo o Amanhã: “Um galo sozinho não tece uma manhã; ele precisará sempre de outros galos.”

Na fase inicial de implementação as redes atuarão com as chefias e equipes gestoras das UCs para sua articulação e diagnóstico das demandas das unidades que necessitam de apoio para o desen-volvimento de ações estratégicas e cumprimento das metas institucionais, atreladas aos processos abarcados pelas iniciativas.

O diagnóstico será a base para a definição de pro-cessos estratégicos e o planejamento das ações das redes, que serão realizadas de forma integrada com as equipes das unidades, mosaicos e fóruns da ges-tão ambiental pública, com vistas a gerar aprendiza-do institucional e garantir a continuidade dos pro-cessos, além da produção do conhecimento.

Servidores durante articulação para formação da REGSAM

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Analistas da CR7 em oficina interna de planejamento da sua RGP

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Inventário inédito de mamíferos na Floresta Nacional do Iquiri

Uma expedição, entre os dias 18 e 24 de julho, realizou o primeiro inventário de mamíferos no in-terior da Floresta Nacional do Iquiri, em Boca do Acre (AM). A iniciativa contou com participação e apoio logístico de analistas do NGI de Boca do Acre, pesquisadores da Universidade Federal do Acre - UFAC e da Brigada de Incêndio da UC. Em apenas seis dias de trabalho de campo foram regis-tradas 33 espécies de mamíferos, incluindo quatro espécies consideradas ameaçadas de extinção no Brasil – onça-pintada, ariranha, tamanduá-bandei-ra e tatu-canastra.

Espécies de maior porte, que devido à pressão e caça normalmente sofrem maiores reduções popu-lacionais e/ou podem se extinguir localmente, fo-ram também rapidamente registradas – anta, quei-xada, catitu, veado-vermelho, macaco-barrigudo. Além disso, duas espécies – o procionídeo - jupará e o sauim-leãozinho –, que frequentemente não são registradas em inventários rápidos, foram avis-tadas na Flona Iquiri.

Apesar de ser apenas um trabalho preliminar, o nú-mero total de registros pode ser considerado alto em relação ao pouco esforço de amostragem, e os registros das espécies citadas ressaltam o alto grau de integridade e qualidade ambiental que esta re-gião da UC ainda apresenta. Além de aumentar o conhecimento sobre a diversidade das espécies da Flona e colaborar no delineamento de futuros estu-dos relacionados à elaboração do Plano de Mane-jo, esta iniciativa auxilia no refinamento de dados sobre a biodiversidade da região de Boca do Acre, que apesar de pouco estudada é altamente amea-çada pelo avanço do Arco do Desmatamento pelo sudoeste da Amazônia.

Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

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Macaco-barrigudo (Lagothrix cana)

Iniciado Programa de Voluntariado nos Lençóis Maranhenses

Dezesseis universitários se apresentaram ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses no primeiro dia deste mês para o início do Programa de Volunta-riado em Unidades de Conservação. Os voluntários são estudantes do curso de Licenciatura em Biolo-gia da Universidade Estadual do Maranhão (Projeto Darcy Ribeiro) e do curso de Bacharelado em Turis-mo da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, campus Sorocaba.

O principal objetivo do plano de trabalho dos estu-dantes é realizar o monitoramento dos impactos da visitação, levando em conta a experiência e satisfação do visitante. O programa engloba o projeto Manu-tenção de Trilhas e Monitoramento dos Impactos da Visitação, proposto pelo analista Yuri Teixeira Amaral durante curso oferecido pela Coordenação-geral de Uso Público e Negócios - CGEUP no ano passado.

A ideia inicial do projeto era de monitorar o nível de água das lagoas nos atrativos da Área Funcional das Lagoas, do Parna, conforme as estações seca e chuvosa alterassem a paisagem dos atrativos e cruzar os dados com a expectativa e satisfação do visitante, de forma a propor medidas de manejo da visitação para potencializar a experiência do vi-sitante e reduzir impactos relacionados à visitação. Mas, como este ano a estação chuvosa foi fraca e as lagoas não encheram, o trabalhos dos voluntá-rios será concentrado na aplicação de questioná-rios e análise dos resultados.

Espera-se que, com o resultado das enquetes, a administração do Parna possa ter subsídios para planejar melhor o futuro da unidade com relação à instalação de equipamentos de apoio à visitação, capacitação de prestadores de serviço autorizados – motoristas e condutores de visitantes –, contra-tação de concessão para cobrança de ingresso e demais serviços de apoio à visitação, entre outras medidas de manejo.

Voluntário da UFSCar aplica questionários em visitantes na Duna do Pôr do Sol, circuito da Lagoa Azul

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Parna Serra da Capivara Um refúgio para conservação de cactáceas no bioma Caatinga

Em continuidade às atividades do Programa de Monito-ramento da Biodiversidade em Unidades de Conservação Federais do Bioma Caatinga, o nosso Cecat promoveu, no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, o levanta-mento florístico e o georreferenciamento de espécies da fa-mília Cactaceae. O trabalho se deu em expedição realizada entre os dias 14 e 22 de junho e contou com a participação dos biólogos Victor Vinícius Ferreira de Lima, bolsista do nosso Cecat, e Uêdija Natali Silva Dias, bolsista da Univer-sidade do Vale do São Francisco - Univasf, além do apoio de bolsistas assistentes de campo envolvidos no programa.

O método empregado pela equipe do Cecat para o le-vantamento florístico foi a prospecção ao longo da área de estudo, seguido de coleta e georeferenciamento das espécies encontradas ao longo do percurso. As espécies encontradas foram registradas em tabelas de campo pré-elaboradas constando nome da família, gênero e espécie, cordenada geográfica, hábitat, hábito de cresci-mento, frequência e número e tipo do material coletado. Esse material foi identificado no campo e em laboratório pela botânica Marianna Rodrigues Santos, e os exem-plares enviados ao herbário da Univasf, responsável pela confecção do material botânico fixado e duplicatas.

Os dados de composição florística e georreferenciamen-to serão arranjados em tabelas eletrônicas e incorpora-dos ao banco de dados do Cecat, que é coordenado pela bióloga Suelma Ribeiro Silva. O tratamento dos dados será utilizado para a confecção de mapas de distribui-ção, na análise do status de conservação das espécies e na definição do delineamento amostral para obtenção dos parâmetros de ecologia quantitativa.

Segundo a equipe do Cecat, conhecer a distribuição geo-gráfica é importante passo para o monitoramento, uma vez que permite ao pesquisador identificar o padrão de ocorrência das espécies ao longo da área de estudo e sua associação a tipos vegetacionais específicos. Os re-sultados preliminares apontam a presença no parque de dez espécies: Arrojadoa rhodantha (rabinho-de-onça); Cereus albicaulis (chichá); Cereus jamacaru (mandaca-ru); Facheiroa squamosa (rabo-de-raposa); Melocactus zehntneri (coroa-de-frade); Pilosocereus flavipulvinatus; Pilosocereus gounellei gounellei ssp (xique-xique); Piloso-cereus piauhyensis (facheiro); Tacinga inamoema (quipá);

Tacinga palmadora (palmatória ou quipá de espinho). De todas, A. rhodantha e T. palmadora foram as espécies menos frequentes e com o menor registro de ocorrência.

O Brasil, em sua porção oriental, é o terceiro maior cen-tro de diversidade de cactáceas das Américas e a Caatin-ga, o bioma com o maior número de espécies endêmicas (61) e onde a família pode chegar a ser dominante na vegetação. No entanto, a extraordinária riqueza não se interpõe como um fator ponderador à conservação das cactáceas, de modo que, em escala global, o país apre-senta a maior proporção de espécies ameaçadas (18%).

Diante deste cenário, algumas peculiaridades incorporam o Parna Serra da Capivara como um dos principais centros para a conservação de cactáceas e do patrimônio biológi-co da Caatinga. Em primeiro, no Brasil são raros os locais que abrigam número igual ou maior do que dez espécies de cactáceas. Ecologicamente o grupo desempenha im-portante papel para o equilíbrio dos ecossistemas de Caa-tinga, sendo importante recurso alimentício para a fauna. Além disso, o parque é uma das poucas regiões de Caatin-ga onde encontramos exuberante diversidade florística e fitofisionômica associada a uma paisagem bem preserva-da, com baixa pressão por intervenções antrópicas e forte aparato de fiscalização. Desta forma, sendo as cactáceas bastante sensíveis à perturbação ambiental, a UC deve ser considerada como área prioritária para a conservação e refúgio para as espécies no bioma Caatinga.

Presença de espécies da família Cactaceae sobre afloramentos rochosos no Parna Serra da Capivara

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PESSOAS EM FOCO

O Instituto Chico Mendes está com inscrições aber-tas até 13 de agosto para o Curso de Conflitos Ter-ritoriais: Termo de Compromisso com Populações Tradicionais em Unidades de Conservação.

O curso oferece 40 vagas e tem como objetivo capacitar os servidores do ICMBio para conduzir processos de elaboração, implementação e moni-toramento de Termos de Compromisso com popu-lações tradicionais em UCs, bem como para atuar

de forma qualificada em reuniões com grupos so-ciais e demais agentes envolvidos em processos de negociação e em situações de tensão geradas por conflitos territoriais.

O resultado das inscrições será divulgado no dia 20 deste mês. O curso será realizado de 17 a 21 de setembro, na Acadebio. Mais informações com Ra-quel Silva, pelo e-mail [email protected].

Inscrições abertas para curso de gestão de conflitos territoriais

ICMBio institui estágio obrigatório nas CRs, UAAFs e centros

O Instituto Chico Mendes publicou esta semana portaria que delega aos coordenadores regionais e aos chefes dos centros nacionais de pesquisa e conservação e das unidades avançadas de adminis-tração e finanças competência para firmar Termo de Reciprocidade com instituições de ensino para realização de estágio na modalidade obrigatório, definido como pré-requisito no projeto pedagógico do curso para aprovação e obtenção de diploma. Antes de sua assinatura, os Termos de Reciprocida-de deverão ser submetidos à análise da Procurado-ria Federal Especializada junto ao ICMBio.

Publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira, a Portaria nº 88 define que cabe à nossa Coordenação-geral de Gestão de Pessoas - CGGP divulgar as vagas de estágio obrigatório dis-poníveis. Já aos coordenadores regionais, chefes de centros e de UAAFs compete firmar e supervisionar os Termos de Reciprocidade, publicá-los no Diário Oficial da União, respeitar o quantitativo de vagas determinado pela CGGP e indicar um supervisor para cada estagiário. A duração e a jornada de es-tágio, que será realizado sem ônus para o Instituto, serão definidas de acordo com o projeto do curso e entre entidade de ensino e ICMBio.

Segundo Helena Machado Cabral C. Araujo, coor-denadora-geral substituta de Gestão de Pessoas, o estágio obrigatório consiste em processo plane-jado, visando a integração entre conhecimentos práticos e teóricos que complementam a forma-ção acadêmica do aluno. “Nesse sentido o ICMBio se constitui em laboratório onde o estagiário terá oportunidade de vivenciar práticas de iniciação à pesquisa e de iniciação profissional no campo es-pecífico de sua formação. A iniciativa de publicação dessa portaria visa agilizar o processo de constitui-ção de parcerias entre o Instituto e instituições de ensino superior e técnico no que tange ao estágio obrigatório, visto que a competência para firmar os Termos de Reciprocidade será dos coordenadores regionais, chefes de centros e UAAFs. A expectativa é promovermos, também, uma aproximação maior com o meio acadêmico”, esclarece a nossa colega.

Os modelos de Termo de Reciprocidade e Termo de Compromisso de estágio estão disponíveis no Por-tal de Gestão de Pessoas, em www.icmbio.gov.br/cggp/paginas/estagio.php. Já a Portaria nº 88 está em www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=06/08/2012&jornal=1&pagina=81&totalArquivos=176.

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Comunidades da Resex Chico Mendes vão produzir mel

A Reserva Extrativista Chico Men-des, no Acre, recebeu colmeias para a produção de mel. Serão beneficiadas 17 pessoas de duas comunidades da Resex. Essas co-munidades foram capacitadas pela Secretaria de Estado de Pe-quenos Negócios para realizar a cadeia produtiva do mel por meio da meliponicultura ou criação de abelhas sem ferrão, que são na-tivas, conhecidas também como “indígenas”. Essa cadeia é um pe-queno negócio que também tem como marca o desenvolvimento social e sustentável.

Tamar promove mês da cultura caiçara

Para comemorar o mês do fol-clore brasileiro, o Projeto Tamar promove até o dia 31, em sua base em Ubatuba (SP), o se-gundo mês da Cultura Popular Caiçara. Os eventos serão rea-lizados sempre às sextas-feiras, sábados e domingos, no Centro de Visitantes, com programação elaborada para valorizar o povo caiçara. Durante todo o mês, as exposições “Gente do Mar”, da antropóloga Kilza Setti, e “Histó-ria de Ubatuba”, do acervo pes-soal de Edson Athanásio da Sil-va, contarão por meio de belas imagens a vida dos caiçaras jun-to ao mar e a história da cidade de Ubatuba. Em agosto, o Tamar estará fechado para manutenção apenas às quartas-feiras.

Iguaçu recebe quase 160 mil visitantes em julho

O Parque Nacional do Iguaçu (PR) re-cebeu 159.855 visitantes no mês de julho e obteve alta de 21% na visita-ção em relação a julho do ano passa-do. De acordo com as estatísticas de visitação do ICMBio, tradicionalmen-te o mês de julho é o segundo mais movimentado do ano, ficando atrás apenas de janeiro. No acumulado do ano, de janeiro a julho, o parque já recebeu 870.386 visitantes, um aumento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2011. Naquele ano, a unidade fechou o ano com 1 milhão e 394 mil visitantes e ba-teu o recorde de público. A projeção dos números até esse período in-dica um novo recorde de visitantes para 2012. Até agora o brasileiro é o maior visitante do parque com 459.919 ingressos, correspondendo a 53% do público total.

hoje, no pavilhão de Exposições do Anhembi (SP). “Um coração, três pulmões”, que reúne poemas de Ana Paula Silva Figueira, de Carepebus e que estudou durante a adolescência em Quissamã, municípios da região da restinga, faz parte da antologia de poesias e contos “Nossa História, Nossos Autores”, em dois volumes, que está sendo lançada neste dia na bienal. Premiada pela qualidade de seus poemas, que fazem parte de várias antologias, a poetisa disse que o título “Um coração, três pulmões” refere-se à Restinga de Jurubatiba espalhada pelos municípios de Quis-samã, Carapebus e Macaé. As poe-sias enfocam a restinga no passado, como um ponto de encontro, um local de lazer e diversão para as fa-mílias, com as típicas “praiadas” em feriados prolongados, acampamen-tos, descanso. O chefe do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Carlos Fortuna, apóia a iniciativa e diz que a unidade continua propor-cionando os mesmos prazeres aos visitantes, agora com estrutura e ordenamento característicos de uma unidade de conservação da natureza legalmente protegida.

APA Baleia Franca registra primeiro encalhe da espécie nesta temporada

Um filhote macho de baleia-franca de aproximadamente 4,80 m en-calhou na Praia do Gi, em Laguna (SC), no último dia 1º. O Protocolo de Encalhes da Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca foi acio-nado por um pescador que encon-trou o animal e comunicou à Polícia

Jurubatiba é tema de poesia na Bienal do Livro

A poesia sobre as belezas e riquezas naturais da Restinga de Jurubatiba, protegida no estado do Rio de Janei-ro pelo parque nacional de mesmo nome, estará presente à 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo,

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Cataratas do Iguaçu é a grande atração da UC

Ambiental, ativando assim sua co-ordenação para os procedimentos necessários. O evento foi atendido pela analista Luciana M. de P. Mo-reira, responsável por essas ações na UC. A coordenação do Protoco-lo de Encalhes é formada pela APA Baleia Franca e CMA, Projeto Ba-leia Franca, Associação R3 Animal, Unesc, Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental, que trabalham em parceria para o atendimento de encalhes na região da APA. Desta vez também auxilia-ram nos trabalhos a Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc e o Laboratório de Mamíferos Aquá-ticos, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. O Protocolo de Encalhes, iniciativa da unidade, surgiu para orientar procedimentos de resgate com uma série de normas e regras. Além da coordenação, con-ta-se sempre com a participação das prefeituras, instituições de pesquisa e voluntários em geral.

leta. Nos próximos meses, o traba-lho seguirá com a continuidade do registro de plantas e aves. Também serão fotografadas espécies de anfí-bios, de insetos e de mamíferos en-contrados na UC. O lançamento do livro está programado para ocorrer no sétimo aniversário da Rebio Pe-robas, ano que vem.

magnéticas, Guilherme efetuou o cálculo da declinação magnética pelo uso do mapa e de equação fornecida pelo Observatório Na-cional. Aos ângulos observados no goniômetro é acrescentado o valor da declinação magnética. Após a correção é feito o traçado das linhas no mapa ou em software de informações georreferenciadas para apontamento da localização do possível foco de fumaça.

Ubajara registra maior visitação desde 1990

O Parque Nacional de Ubajara, no Ceará, registrou no mês de julho a maior visitação desde 1990. Não há registro de dados antes desse perío-do. Em julho deste ano, o parque re-gistrou 14.950 visitantes, sendo que das 27 unidades federativas brasilei-ras somente três estados – Alagoas, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul – não registraram presença de seus cidadãos no Parna. Há registro ain-da de 117 estrangeiros. O estado que apresentou maior número de visitantes foi o Ceará, com 10.761 visitantes. Em segundo, o Piauí, com 1.703 visitantes. De janeiro a julho deste ano o parque já recebeu um total de 59.089 visitantes. Os prin-cipais atrativos da unidade são Trilha da Samambaia, Circuito das Cacho-eiras, Trilha Ubajara/Araticum, Gruta de Ubajara, Cachoeira e Teleférico.

Foto da Capa

Cachoeira do Parati, no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange (PR), é a a imagem da capa desta edição do ICMBio em Foco. O au-tor é Leonardo Milano, fotógrafo e analista ambiental da nossa Di-visão de Comunicação.

Ops!

Em matéria publicada na última edição do ICMBio em Foco, a grafia da palavra trekking está incorreta. O título correto é “Ciclismo rural e trekking no Parna Pau Brasil”.

Livro sobre Rebio Perobas

Teve início em julho a produção de imagens para a edição de livro so-bre a biodiversidade da Reserva Bio-lógica das Perobas, em Tuneiras do Oeste (PR). Fotógrafos do Clube de Fotografia de Cianorte acompanha-rão até novembro expedições de pesquisa à unidade para registrar o trabalho dos pesquisadores e as es-pécies observadas. Em dois dias de trabalho de campo foi possível foto-grafar diversas espécies de plantas, aves e peixes. Com equipamentos e técnicas profissionais de fotogra-fia, foi possível retratar as diversas espécies de peixes em um aquário instalado ao lado do ponto de co-

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Organização da vigilância de focos de incêndios e queimadas

Com a redução da umidade do ar e das chuvas no inverno, a briga-da de incêndios da Reserva Bioló-gica das Perobas (PR) intensificou a vigilância de focos de incêndios e de queimadas. A vigilância tem sido feita com o uso dos goniôme-tros confeccionados ano passado. Como medida para economia de recursos, principalmente combus-tível, foram selecionados apenas dois pontos de observação fora da reserva. O analista Antônio Guilher-me, gerente de Fogo da UC, posi-cionou os dois pontos de forma a ter uma linha reta formada entre eles passando fora dos limites da Rebio. Não há, desta forma, prejuí-zo para a identificação de focos de incêndio. Como os mapas da Rebio têm como referência o norte ver-dadeiro e nossos goniômetros são instalados com o uso de bússolas

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Uma das espécies observadas durante expedições

Equipe atende encalhe de baleia-franca

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ICMBio em Foco

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Edição 207

NO FOCO

Espécie Vitreorana uranoscopa registrada por Viviane Daufemback no Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Santa Catarina.

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ICMBio em Foco

Divisão de Comunicação - DCOM

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

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ICMBio em Foco

Revista eletrônica semanal

Editores

Ana Carolina Lobo da Silveira (jornalista) Ivanna Costa BritoLísias de Moura

Fotógrafo da DCOM

Leonardo Milano

Projeto Gráfico / Diagramação

Danilo Bezerra de Jesus

Revisão

Thaís Alves de Lima

Supervisão Geral

Cláudia Camurça

Colaboraram nesta edição

Adilson Borges – Parna Iguaçu; Aldo Sergio Vasconcelos – Comunicação Nordeste/ICMBio; Áquilas Ferreira Masca-renhas – Esec Serra Geral do Tocantins; Boletim Informativo da Rebio Perobas; Equipe Cecat; Equipes CR7 e CR8; Equipe Flona Irati; Fernando Pinto – DCOM; Francisco Humberto Sousa Bezerra – Parna Ubajara; Juliana Cristina Fukuda – APA Guapimirim/Esec Guanabara; Laci Santin – CR9; Lício Mota da Rocha – Flona Mulata; Luciana Moreira – APA Baleia Franca; Marcelo Chassot Bresolin – Parna Superagui; Paulo Flores – CMA; Ricardo Sampaio – Flona Purus; Romano Pulzatto Neto – Parna Ilha Grande; Sandra Tavares e Thaís Alves – DCOM; Valtency Negrão da Silva – Resex Mandira; Yuri Teixeira Amaral – Parna Lençóis Maranhenses.