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Portanto,vamos à luta!
11 de novembro de 2009
Carreiras semelhantes, salários diferentes.No Judiciário e Ministério Público os servidoresganham praticamente a metade do que os seus
colegas recebem no Executivo e Legislativo.
Isso não é justo.A partir de hoje estamos em
conforme decidido ontem,dia 10, em assembleia geral.
pelo envio imediato doPCCR ao Congresso,
GREVEGREVEForam doze meses de intensa
negociação com aadministração dos tribunais;
doze meses de muito trabalhodo Sindjus para acelerar a
tramitação do projeto. Agoranão dá mais para esperar.Nada justifica a demora.
Portanto,vamos à luta!
Dia 11, quarta, às 15h30,
pelo envio imediato do
PCCR ao Congresso.
ATO NO STF
Participe!
EDIÇÃO ESPECIAL
BOLETIM ESPECIAL DO SINDJUS • 11/11/2009
As bandeiras vermelhas foram ergui-das e o grito de PCCR JÁ! selou a unani-midade da votação dos trabalhadores doJudiciário e MPU, que decidiram ontemno final da tarde, em assembléia na Pra-ça dos Tribunais, paralisar os serviços dias11 e 12 enquanto o Supremo TribunalFederal (STF) não enviar o projeto de re-visão salarial ao Congresso Nacional. Aassembléia teve um público de mais demil trabalhadores.
“Chega de prazos e de calendários.Vamos mostrar a eles que somos unidose que venceremos mais essa luta”, foramas palavras do coordenador-geral doSindjus, ao conclamar a categoria à gre-ve. Hoje, às 15h30, haverá um ato públi-co na frente do STF, que marcará a defla-gração de uma paralisação que pode vira ser por tempo indeterminado.
Policarpo iniciou a assembléia fazen-do um balanço das atividades do movi-mento e um memorial das promessas doministro Gilmar Mendes, do STF, de outrospresidentes de tribunais e do procuradorgeral da República, Roberto Gurgel. “EstePCCR foi articulado em 2008 e já passa-mos por muitas negociações até a pro-posta final de recuperação de perdas paraos servidores do Judiciário e da equipara-ção salarial com os trabalhadores do Le-gislativo e Executivo”, explicou Policarpo,acrescentando que o Sindjus e a catego-ria não abrem mão dessa equiparação.
Em seguida, explicou que os diretoresgerais dos tribunais e autoridades doMPU se reuniram outra vez na últimasexta-feira e chegaram à conclusão que,para enviar o projeto ao Congresso, teriade haver um corte na GAJ, passando de135% para 89%. “Essa é uma propostaindecente e não vamos aceitar”, dissePolicarpo.APOIO TOTAL – Bruno Cardoso é umjovem servidor do Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ), de 25 anos, que vai participarde sua primeira greve. Ele ocupa o cargo
Servidores resolvem
de técnico judiciário e participou de to-das as assembléias, desde o início dasmobilizações, no começo de outubro. “Soua favor da greve, talvez assim eles (osjuízes e ministros) reconheçam o nossovalor e resolvem atender as nossas rei-vindicações”, afirmou, acrescentando quemesmo sendo a sua estréia no movimen-to sindical, acredita que sendo o PoderJudiciário seu direito de greve será res-peitado, não haverá retaliações: “Por issoque temos de unir, não podemos recuaraté vencer essa luta”.
O clima na assembleia trouxe boas lem-
Mais de mil participantes votaram pela greve. Hoje, às 15h30, um ato público na fren
branças para a servidora aposentada doSuperior Tribunal Militar (STM) Ignaura deOliveira Costa. “Nunca perdi uma greve,desde a primeira. E saímos vitoriosos detodas elas. Na primeira tivemos 170% dereajuste. Não vai ser agora que vamosperder. Esse movimento é importante paraas novas gerações perceberam como aunião é importante num momento desses”,ressaltou a servidora, emocionada, obser-vando as bandeiras vermelhas tremularemna praça como sinal de uma nova etapade luta e esforço para a categoria alcan-çar uma nova conquista.
A greve do servidor público é legal?A Constituição de 1988 assegura o di-
reito de greve dos servidores públicos. Comonão há lei complementar nem lei específicapara regulamentar esse direito, o STF deci-diu aplicar ao assunto a Lei 7.783, de 1989,que dispõe sobre a greve no setor privado.Assim, mesmo diante da inexistência de leiespecífica, e enquanto não editada esta, oexercício do direito de greve pelos servido-res está amparado pelo STF.
Os direitos dos servidores emestágio probatório são os mesmosdos servidores efetivos?
Sim. Embora não estejam efetivadosno serviço público, os servidores em está-gio probatório têm assegurados todos osdireitos previstos para os demais servido-res. Já existe jurisprudência disciplinandoo assunto.
Os dias parados podemser descontados?
Como a jurisprudência sobre esse pon-to ainda é controvertida, existe o risco deque alguma autoridade determine o des-conto, numa atitude meramente repressivae insensível à justiça das reivindicações dosservidores. Porém, para prevenir essas si-tuações, o sindicato tomará todas as pre-cauções formais para a deflagração do mo-vimento grevista, para facilitar a defesa ju-dicial da categoria, se for necessário.
Como se faz o registro dafrequência nos dias parados?
O sindicato providenciará um “pontoparalelo” a ser preenchido e assinado di-
BOLETIM ESPECIAL DO SINDJUS • 11/11/2009
parar por 48 horasnte do STF marca o início da paralisação, que pode vir a ser por tempo indeterminado
ariamente pelos grevistas. Essa lista defrequência servirá para demonstrar, se ne-cessário, que as faltas não foram injustifi-cadas no sentido previsto na lei.
O que é considerado serviçoessencial no Judiciário e MPU?
O STF afirmou que todo serviço públicoé essencial, de modo que a paralisaçãodeve ser sempre parcial e nunca total. As-sim, cabe à categoria definir o que sejamos “serviços indispensáveis ao atendimentodas necessidades da comunidade” ou os“serviços cuja paralisação resulte em pre-juízo irreparável”, garantindo a manuten-ção de um efetivo mínimo de servidoresem atividade. Na prática, tem-se entendi-do que o efetivo mínimo deve ser de 30%dos servidores em atividade.
Que precauções o sindicatotomou para deflagrar a greve?Para respaldar uma futura discussão judi-cial sobre a legalidade da greve, o sindica-to tomou os seguintes cuidados:
• Fez tentativas prévias de entendimentoda nossa reivindicação – o envio imedi-ato do PCCR;
• Documentou amplamente as tentativas;• Convocou assembléia-geral para votar o
indicativo de greve.
Durante a greve, o sindicato:• Buscará sempre a negociação, documen-
tando-a ao máximo;• Comunicará a decisão da assembleia aos
tribunais e órgãos do MPU;• Manterá um ponto paralelo.
Greve tem amparo legalSaiba os detalhes legais que respaldam o movimentoe as medidas que o Sindjus tomou para protegê-lo
Para Aquino Custódio, do STJ, os cor-tes propostos nas gratificações dos servi-dores e uma redução mais drástica natabela da categoria significam má von-tade dos ministros e presidentes dos tri-bunais. “A greve é justa e talvez só assimeles nos escutem”, afirmou. Para RogérioGuimarães, do MPDFT, a greve é necessá-ria, mas não é o ideal: “Mas os saláriosestão defasados e não podemos ficarparados”. A partir de hoje o Sindjus con-voca a categoria a se mobilizar aindamais e a iniciar os piquetes nas primeirashoras da manhã.
“Chega de prazos ede calendários. Vamos
mostrar a eles que somosunidos e que venceremos
mais essa luta”Policarpo, coordenador-geral do Sindjus
BOLETIM ESPECIAL DO SINDJUS • 11/11/2009
SINDJUS • Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no DF • (61) 3212-2613 • www.sindjusdf.org.br
O que buscamos é o envio imediatodo novo Plano de Cargos, Carreira e Re-muneração ao Congresso Nacional, istoé, que seja dada igualdade de tratamen-to entre os servidores do Poder Judiciá-rio e do MPU com os dos demais pode-res, que tiveram recentemente seus sa-lários reajustados por uma medida pro-visória que foi convertida em Projeto deLei. Discutimos amplamente esse pla-no desde 2008 com a categoria e comos tribunais superiores mais o TJDFT, edesde o dia 7 outubro último o planoestá aprovado por todos. Não há motivopara esse atraso. Ainda mais porque nãoreivindicamos um reajuste de salário,mas a nossa equiparaçãosalarial com outras car-reiras de atribuiçõessemelhantes, como oBanco Central e a Re-ceita Federal.
Entendemos quepara oferecer uma melhorprestação jurisdicional énecessário que os servi-dores públicos rece-bam tratamentossemelhantes.Hoje, um servi-dor do Judici-ário ganha,em média,80% menosdo que servi-
Nossa greve é por tratamentoCARTA À POPULAÇÃO
igualitáriodores de outras carreiras. As atribuiçõessão similares e os salários muito dis-tantes. Isso gera um problema conheci-do por evasão. Atualmente, 22% dosservidores que ingressam no Judiciáriosaem logo em seguida para outras car-reiras mais atrativas. Como 50% da ca-tegoria está no início da carreira, se esseproblema não for resolvido logo o pata-mar de evasão tende a aumentar, tra-zendo conseqüências graves para à qua-lidade do serviço oferecido à sociedade.
O que levará à greve é a não sinali-zação do Poder Judiciário em enviar onosso projeto à apreciação do Poder Le-gislativo, negando-nos, portanto, a opor-tunidade de discutir dentro do Congres-so o futuro de nossa carreira. O projetoestá amadurecido, no entanto, falta von-tade política para enviá-lo. Não cobramosa aprovação do projeto, mas o simplesenvio. E é por isso que vamos, de acordocom o trabalho de mobilização que temsido feito, realizar uma paralisação de 48horas que pode, se não houver posicio-namento do STF, tornar-se uma greve portempo indeterminado.
Temos negociado muito com admi-nistração e autoridades do
Poder Judiciário, no entan-to não há um posiciona-mento concreto sobre a
data do envio de nossoprojeto. Queremos resolver
isso o quanto antes para quea população não seja pena-lizada, porém não podemosficar calados diante do suca-
teamento de carreirastão estratégicas quão
importantes parao desenvolvimen-to do país, como
são as car-reiras do Po-der Judiciárioe do MPU.