edição nº 55

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ABR/RENATO ARAUJO www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 N° 55 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | DE 10 A 16 DE MAIO DE 2011 | NAS BANCAS RS 1,00 Indústria do Rio em alta PÁG. 4 Indicadores* Indicadores* Câmbio* Câmbio* MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) (*) FECHAMENTO: 09 DE MAIO DE 2011 (*) FECHAMENTO: 09 DE MAIO DE 2011 Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação % Dolar Comercial 1,618 1,620 0,18 Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00 Dólar Turismo 1,560 1,730 0,58 (U$) (U$) % Coroa Dinamarca 5,192 5,196 0,32 Dólar Austrália 1,078 1,078 0,85 Dólar Canadá 0,963 0,964 0,12 Euro 1,435 1,435 0,28 Franco Suíça 0,872 0,872 0,76 Iene Japão 80,260 80,340 0,37 Libra Esterlina Inglaterra 1,638 1,638 0,10 Peso Chile 467,200 467,500 0,17 Peso Colômbia 1.789,250 1.791,500 1,04 Peso Livre Argentina 4,070 4,110 0,00 Peso MÉXICO 11,617 11,621 0,04 Peso Uruguai 18,700 18,900 0,00 Índice Valor Variação % Ibovespa 64.621,97 0,32 Dow Jones 12.684,68 0,36 Nasdaq 2.843,25 0,55 IBX 21.243,33 0,44 Merval 3.359,07 1,30 Poupança 10/05 0,560 Poupança Mês 09/05 0,629 TR 09/05 0,110 Juros Selic meta ao ano 12,00 Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00 Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88 BC teme fluxo intenso de capital estrangeiro SEGUNDO o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o fluxo intenso de capital para o Brasil serve de “combustível” para a expansão rápida do crédito, em um momento de crescimento moderado. O governo adotou medidas para reduzir esse fluxo. PÁGINA 3 O MINISTRO de Minas e Energia disse que será possível “perceber nitidamente” a redução no preço do etanol na bomba ainda esta semana. Por sua vez, a Petrobras, empresa responsável por 5% de toda produção do país, anunciou que pretende aumentar essa parcela para 15% até o fim do governo de Dilma Rousseff. PÁGINA 8 DIARIAMENTE O Bra- sil produz 150 mil tone- ladas de lixo, das quais 40% são despejadas em aterros a céu aberto. O destino adequado do lixo é um problema que afe- ta a maioria das cidades brasileiras. Apenas 8% dos 5.565 dos municípios adotam programas de co- leta seletiva. Os dados são de um estudo realizado pelo Compromisso Em- presarial para a Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem e mantida por empresas pri- vadas. PÁGINA 7 DE ACORDO com pes- quisa divulgada pela Con- federação Nacional da Indústria, as razões da retração são atribuídas ao feriadão do carnaval, que este ano caiu em mar- ço, embora os dois meses tenham tido 20 dias úteis, cada. Comparativamente a fevereiro, a pesquisa Indi- cadores Industriais revela que o faturamento real caiu 5,2%, as horas trabalha- das foram 2,4% menores, a utilização da capacidade instalada (UCI) baixou de 83,4% para 82,4%, re- tornando a nível de mar- ço do ano passado, e o emprego manteve-se es- tável, com ligeira queda de 0,1%. A ligeira retração do emprego, porém, não in- fluenciou a massa salarial e o rendimento real que regis- traram, ambos, crescimen- to de 3,7%. PÁGINA 5 A FACULDADE de Educação da Baixada, vinculada à Universi- dade do Estado do Rio de Janeiro e que fun- ciona no bairro Vila São Luiz, em Duque de Caxias, deverá estar funcionando no cen- tro até março de 2012, junto ao Restaurante Popular. A informação foi prestada com exclu- sividade ao Capital pelo Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Alexandre Cardoso. Se- gundo ele, o projeto, porém, ainda está em estudos. PÁGINA 2 ABR/ANTÔNIO CRUZ Lobão fala em cartel e diz que preço do etanol começa a baixar nos próximos dias Apenas 8% dos municípios fazem coleta seletiva de lixo Carnaval provocou redução da atividade industrial em março UERJ-Caxias deverá ter nova sede até março do ano que vem

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Jornal Capital - Edição nº 55

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Page 1: Edição Nº 55

1CAPITAL10 a 16 de Maio de 2011

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www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 � N° 55 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | DE 10 A 16 DE MAIO DE 2011 | NAS BANCAS � RS 1,00

Indústria do Rio em alta

PÁG. 4

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(*) FECHAMENTO: 09 DE MAIO DE 2011(*) FECHAMENTO: 09 DE MAIO DE 2011

Moeda Compra (R$)

Venda(R$)

Variação %

Dolar Comercial 1,618 1,620 0,18Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00Dólar Turismo 1,560 1,730 0,58

(U$) (U$) %Coroa Dinamarca 5,192 5,196 0,32Dólar Austrália 1,078 1,078 0,85Dólar Canadá 0,963 0,964 0,12Euro 1,435 1,435 0,28Franco Suíça 0,872 0,872 0,76Iene Japão 80,260 80,340 0,37Libra Esterlina Inglaterra 1,638 1,638 0,10Peso Chile 467,200 467,500 0,17Peso Colômbia 1.789,250 1.791,500 1,04Peso Livre Argentina 4,070 4,110 0,00Peso MÉXICO 11,617 11,621 0,04Peso Uruguai 18,700 18,900 0,00

Índice Valor Variação %

Ibovespa 64.621,97 0,32Dow Jones 12.684,68 0,36Nasdaq 2.843,25 0,55IBX 21.243,33 0,44Merval 3.359,07 1,30

Poupança 10/05 0,560Poupança Mês 09/05 0,629TR 09/05 0,110

Juros Selic meta ao ano 12,00

Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

BC teme fl uxo intenso de capital estrangeiro

SEGUNDO o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o fl uxo intenso de capital para o Brasil serve de “combustível” para a expansão rápida do crédito, em um momento de crescimento moderado. O governo adotou medidas para reduzir esse fl uxo. PÁGINA 3

O MINISTRO de Minas e Energia disse que será possível “perceber nitidamente” a redução no preço do etanol na bomba ainda esta semana. Por sua vez, a Petrobras, empresa responsável por 5% de toda produção do país, anunciou que pretende aumentar essa parcela para 15% até o fi m do governo de Dilma Rousseff. PÁGINA 8

DIARIAMENTE O Bra-sil produz 150 mil tone-ladas de lixo, das quais 40% são despejadas em aterros a céu aberto. O destino adequado do lixo é um problema que afe-ta a maioria das cidades brasileiras. Apenas 8% dos 5.565 dos municípios

adotam programas de co-leta seletiva. Os dados são de um estudo realizado pelo Compromisso Em-presarial para a Reciclagem (Cempre), associação sem fi ns lucrativos dedicada à promoção da reciclagem e mantida por empresas pri-vadas. PÁGINA 7

DE ACORDO com pes-quisa divulgada pela Con-federação Nacional da Indústria, as razões da retração são atribuídas ao feriadão do carnaval, que este ano caiu em mar-ço, embora os dois meses tenham tido 20 dias úteis, cada. Comparativamente a fevereiro, a pesquisa Indi-cadores Industriais revela que o faturamento real caiu 5,2%, as horas trabalha-

das foram 2,4% menores, a utilização da capacidade instalada (UCI) baixou de 83,4% para 82,4%, re-tornando a nível de mar-ço do ano passado, e o emprego manteve-se es-tável, com ligeira queda de 0,1%. A ligeira retração do emprego, porém, não in-fl uenciou a massa salarial e o rendimento real que regis-traram, ambos, crescimen-to de 3,7%. PÁGINA 5

A FACULDADE de Educação da Baixada, vinculada à Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro e que fun-ciona no bairro Vila São Luiz, em Duque de Caxias, deverá estar funcionando no cen-tro até março de 2012,

junto ao Restaurante Popular. A informação foi prestada com exclu-sividade ao Capital pelo Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Alexandre Cardoso. Se-gundo ele, o projeto, porém, ainda está em estudos. PÁGINA 2

ABR/ANTÔNIO CRUZ

Lobão fala em cartel e diz que preço do etanol começa a baixar nos próximos dias

Apenas 8% dos municípiosfazem coleta seletiva de lixo

Carnaval provocou redução da atividade industrial em março

UERJ-Caxias deverá ter nova sede até março do ano que vem

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CAPITAL 10 a 16 de Maio de 201122

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Ponto de ObservaçãoPonto de ObservaçãoALBERTO MARQUES

PT rasga o estatuto para proteger os mais ricosDESDE A SUA FUNDA-ÇÃO, o Partido dos Traba-lhadores sempre defendeu mudanças na legislação tributária, de forma a tor-ná-la mais justa do ponto de vista social. Entre as medidas defendidas pelo partido, estava a cobrança de Impostos sobre grandes fortunas, com destaque para o Imposto sobre He-rança. Como o Brasil é um País excessivamente patrimonialista, em que o ter nunca foi condenado do ponto de vista moral, as grandes fortunas sem-pre estiveram ao largo do sistema tributário, numa forma de incentivo fi scal ao crescimento do patri-mônio individual, a dano do coletivo.

O hoje senador Eduardo Suplicy chegou a propor diversas fórmulas de re-distribuição de renda, sem, no entanto, abordar o tema hoje maldito: cobrar mais de quem mais tem. Como ninguém é tão conservador quanto o operário que atin-giu a classe média, falar em tributação das grandes fortunas soa como uma heresia aos ouvidos das principais lideranças do petismo. Agora mesmo, os empresários da região

serrana do Rio de Janeiro estão aguardando a pu-blicação de uma Medida Provisória, que altera a MP que abriu um crédi-to especial para socorrer as vítimas das enchentes em Pernambuco e Alago-as. Como esses recursos continuam no BNDES e não foram integralmente aplicados naqueles esta-dos, o Governo Federal decidiu ampliar o alcance da medida original, deter-minando que tais recursos sejam dirigidos a todos os municípios que sofreram danos com as enchentes, o que incluiria a região serrana no benefício.

Ocorre que o BNDES, que coordena o socorro às vítimas dos deslizamentos na região serrana do Rio, está sem recursos para tal projeto, embora não falte dinheiro para financiar o “Trem Bala Parador” entre o Rio de Janeiro e Campi-nas (R$ 20 bilhões), muito menos para financiar as aventuras empresariais de donos de frigorífi cos, como no escandaloso caso Bertin, ou as empreiteiras que se aventurarem a tocar as obras de construção de novas bar-ragens para a produção de energia elétrica.

Pelo visto, o Partido dos Trabalhadores que está no poder há mais de oito anos nada tem a ver com aqueles sonhadores do ABC, liderados por um ex-metalúrgico de uma grande montadora, que hoje se nega a corrigir a tabela de desconto do Imposto de Renda, que leva até 27,5% do salário do trabalhador, mas coonesta um reajuste de 65% no salário de depu-tados e senadores, índice que acabou benefi ciando deputados estaduais e ve-readores de todo o País.

Pelo visto, com o PT no poder, não foi a classe ope-rária que chegou ao para-íso, mas os empresários que volteiam, em torno do Paládio do Planalto, qual mariposas em torno da lâm-pada, sempre arrancando um naco maior da receita de Impostos por meios de incentivo (renúncia) fi scal ou fi nanciamentos a juros camaradas, como no caso dos usineiros, que prefe-rem produzir açúcar para exportação a etanol para movimentar a frota automo-bilística nacional. O poder dos usineiros é tal que, ao invés do etanol baixar de preço em plena safra, o Governo se prepara para dar

uma ajudinha, elevando o preço da gasolina, que agora é importada dos Estados Unidos. Como o rendimento do etanol é menor do que o da gasolina, o uso do com-bustível biodegradável se torna antieconômico quan-do a diferença de preços com o combustível de ori-gem fóssil (mais perigoso para o meio ambiente) fi ca menor que 30%, os gênios do Ministério da Fazenda resolveram que a melhor saída, para não prejudicar os lucros dos usineiros, é au-mentar o preço da gasolina, que já superou a casa dos R$ 3 por litro nos postos de combustíveis da Baixada, enquanto o etanol ronda os R$ 2,80. Assim, o Governo espera elevar o preço da gasolina para o consumidor para a casa dos R$ 4, o que manteria a paridade entre os dois combustíveis na casa dos 30% mais baratos para o etanol.

Se o consumidor será prejudicado com essa imag inosa fo rma de transferir renda do moto-rista para o usineiro, não vem ao caso. Afi nal, para um governo dos traba-lhadores, o consumidor é apenas um pequeno e incômodo detalhe!

MARCELO CUNHA

A FACULDADE DE Edu-cação da Baixada, vincula-da à UERJ e que funciona no bairro Vila São Luiz, em Duque de Caxias, deverá estar funcionando no cen-tro até março de 2012, jun-to ao Restaurante Popular. A informação foi prestada pelo Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Alexandre Cardoso, em entrevista ao Capital. “O projeto ainda está em estu-dos. Nossa intenção é ini-ciar as obras entre agosto e setembro”, disse Cardo-so. Segundo ele, sem citar números exatos, as obras,

que serão custeadas pela Faperj-Fundação de Am-paro à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, deverão se situar entre R$ 4,5 e R$ 5,5 milhões.

Segundo o Secretário, se-rão feitas obras de adapta-ção no 2º andar e constru-ção de um novo pavimento, além de aproveitamento de um espaço no andar tér-reo. Ele acrescentou que as obras vão melhorar as con-dições do local e também do atendimento do Restau-rante Popular, que não será fechado, ao contrário do que foi noticiado. Cardoso

disse que o espaço físico para a Faculdade deverá ser de cerca de 3.800m2. “Essa mudança visa supe-rar os problemas causados pela mobilidade urbana, que tira do trabalhador cer-ca de cinco horas/dia só em deslocamento”, informou o Secretário.

O deputado falou tam-bém sobre a implantação de um Polo do Cederj no prédio onde funciona a 59ª DP, no centro do municí-pio. “O início das obras vai depender ainda da comple-ta transferência dos presos, o que acreditamos deverá

ocorrer até setembro”, ob-servou o Secretário, acres-centando que o projeto causou uma parada tempo-rária da conclusão do Mu-seu Ciência e Vida, para que o projeto das novas obras do anexo sejam con-cluídos sem necessidade de futuras adaptações. Ale-xandre Cardoso disse que o custo da obra deverá fi car entre R$ 8 e R$ 9 milhões, recursos estes através de parceria entre o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Faperj. O término do Mu-seu, segundo ele, será reto-mado nos próximos dias.

UERJ-Caxias deve começar a funcionar no centro até março A PESQUISA TEN-

DÊNCIAS do Consu-midor, divulgada nesta segunda-feira (9) pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), mostra que 53% das fa-mílias brasileiras tive-ram em 2010 um gasto mensal acima da renda média do mesmo pe-ríodo. A pesquisa foi elaborada pelas empre-sas Nielsen e Kantar WorldPanel com uma amostra de 8.200 lares de todas as classes so-ciais, em cidades aci-ma de 10 mil habitan-tes. Pela primeira vez na série histórica ini-ciada em 2006, o gasto médio superou a renda, com um endividamento médio de 1%.

Segundo o estudo, a renda mensal média nacional em 2010 foi de R$ 2.146, enquan-to o gasto foi de R$ 2.171. A pesquisa mos-tra que, em relação ao ano de 2009, os gastos mensais apresentaram alta de 16%, enquan-to a renda média subiu 13%. O levantamento foi feito por meio de questionário aplica-do em julho de 2010. A Apas aponta que a

maior oferta de crédito impulsionou o consu-mo das famílias no ano passado. “O consumi-dor vislumbrou uma estabilidade econômi-ca e viu oportunidades para ter acesso a itens que nunca teve”, ava-liou o diretor de Econo-mia e Pesquisa da enti-dade, Martinho Paiva. “O desejo de consumo, aliado à oferta de fi nan-ciamentos, fez com que o consumidor se em-bebedasse no crédito”, acrescentou.

A associação acredi-ta, porém, que em 2011 volte a ocorrer um equilíbrio entre gastos e renda e que a oferta maior de crédito não trará consequencias negativas ao consumi-dor. A Apas aposta ain-da que o aumento dos juros pelo Banco Cen-tral (BC) e as recentes medidas adotadas pelo governo diminuirão o crescimento do con-sumo. O presidente da entidade, João Galas-se, acredita que a ren-da continuará a crescer em 2011, ainda que em um ritmo menor, o que ajudará nesse equilí-brio.

Gasto médio das famíliassupera renda em 53% dos lares

O MINISTRO DO ESPOR-TE, Orlando Silva, afi rmou que a Copa do Mundo de 2014 deve gerar cerca de 700 mil empregos em todo país. Segundo ele, aproximada-mente 380 mil postos de tra-balho serão abertos durante a preparação do país para o torneio. O restante das va-gas será preenchido durante a realização do Mundial. As previsões, segundo o minis-tro, constam de um estudo sobre impactos econômicos da Copa do Mundo enco-mendado pelo governo fede-ral. A estimativa de geração de empregos foi divulgada por Silva durante um semi-nário sobre a Copa do qual ele participa em São Paulo. “A Copa do Mundo é gera-ção de emprego, de renda e

de desenvolvimento”, afi r-mou ele. “Todas as obras que estão previstas vão pre-cisar de trabalhadores.”

Segundo Silva, os traba-lhadores da construção civil serão benefi ciados, princi-palmente, pelos investimen-tos em aeroportos, portos e nos sistemas de transporte público nas 12 cidades-sede da Copa. Só nos aeroportos, informou ele, o investimen-to previsto é R$ 6 bilhões. O ministro disse também que o setor de turismo deve crescer muito com a realiza-ção da competição. Hotéis e restaurantes, por exemplo, devem aumentar seu quadro de funcionários para atender os turistas brasileiros e es-trangeiros que assistirão aos jogos da Copa.

Copa do Mundo deve gerar700 mil empregos no país

O secretário Alexandre Cardoso garantiu que o Restaurante Popular não será fechado

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33CAPITAL10 a 16 de Maio de 2011

O SECRETÁRIO DE Es-tado de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbo-sa, apresentou esta semana, as conclusões do estudo sobre o Plano de Desen-volvimento Sustentável do Norte e do Noroeste do Estado, durante evento rea-lizado no Plenário Barbosa Lima Sobrinho, na Assem-bleia Legislativa (Alerj). O evento, promovido pelo Fórum Permanente de De-senvolvimento Estratégico do Estado Jornalista Ro-berto Marinho, da Alerj, foi aberto pelo presidente daquela Casa, deputado

Paulo Melo. Na ocasião, ele informou que o Rio oferece hoje um cardápio variado de investimentos de mais de US$ 180 bi-lhões até 2013, dentre os quais ele destacou a insta-lação de uma siderúrgica em São João da Barra e o megaprojeto do empresá-rio Eike Batista, no Porto do Açú. Ele disse espe-rar que o governo ofereça subsídios para o desenvol-vimento daquelas regiões. “É a interiorização do pro-gresso”, enfatizou.

O secretário, em sua apresentação, explicou

que o plano começou a ser gerado em 2007, quando se iniciaram as discussões com a Petrobras. O convê-nio com a estatal, porém, foi assinado em 2008 e o estudo foi concluído no ano passado. Ele explicou que o plano abrange 22 municípios das duas re-giões e conta com 52 ma-croprojetos de curto, mé-dio e longo prazos, com as especifi cações básicas e estratégias de suporte fi -nanceiro desses empreen-dimentos. Realizado pelo Consórcio Rionor - ins-tituição contratada pelo

Estado para este fi m - o objetivo do plano é indu-zir o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população local.

O secretário acrescentou que o evento na Alerj foi um primeiro encontro para a apresentação pública do plano. “A partir da dispo-nibilização da carteira de projetos vamos começar a defi nir por onde vamos ini-ciar o trabalho, incluindo os investimentos previstos dentro do Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, que está começando a ser elaborado agora”, disse ele.

Estado apresenta Plano de Desenvolvimento para Norte e NoroesteBANCO DE IMAGENS

Aposta na política do diálogo

NESTOR VIDAL é administrador com especialização em gestão hospitalar, pós-graduado em gestão de serviço de saúde, ex-diretor do Hospital das Clinicas de Teresópolis, empresário e suplente de deputado federal pelo PMDB

A MAIOR INTENSIDADE da entrada de capital estran-geiro no Brasil traz desafi os no combate à inflação, na avaliação do presidente do Banco Central (BC), Ale-xandre Tombini, que partici-pou de audiência pública na Câmara dos Deputados, no último dia 5. Para o presiden-te do BC, o fl uxo intenso de capital para o Brasil serve de “combustível” para a expan-são rápida do crédito, em um momento em que é necessá-rio o crescimento moderado. Tombini disse que o aumento intenso da entrada de capital também gera impactos nos preços de ativos e no câmbio. Ele enfatizou, entretanto, que o Brasil precisa de investi-mentos estrangeiros e está aberto ao capital externo, mas é preciso atenção quanto à

intensidade.O presidente do BC lem-

brou que o governo adotou medidas macroprudenciais para “ponderar, reduzir” esse fl uxo de entrada de capital estrangeiro. Segundo Tombi-ni, a defi nição de uma “qua-rentena [prazo limite entre a entrada e a saída de recursos, para que possa haver ganhos de rentabilidade] não está no radar do Banco Central”. Ele

destacou ainda que os preços das commodities (produtos básicos com cotação interna-cional) agrícolas e do petró-leo também têm estimulado a infl ação no Brasil.

Tombini reforçou que, mesmo com o “forte au-mento dos preços das com-modities”, o BC mantém o objetivo de fazer a infl ação convergir para a meta, que é de 4,5%, com margem de 2

pontos percentuais para mais ou para menos. A expectativa do mercado fi nanceiro para a infl ação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano está em 6,37%, acima do centro da meta.

Ele afi rmou que a infl ação no país deve ser mais baixa nos próximos meses. “Ve-remos uma infl ação mensal girando em valores mais baixos”, disse. Segundo ele, a inflação deve ficar dentro da meta, com o ní-vel mensal variando entre 0,35% e 0,40%. “Estaremos caminhando para o controle da infl ação”, afi rmou em au-diência pública na Câmara dos Deputados. “O cidadão comum vai sentir a infl ação mais baixa ao longo do ano”, destacou.

Tombini: “Fluxo intenso de capitalestrangeiro difi culta combate à infl ação”

DEPOIS DE OITO sema-nas seguidas de projeções de infl ação em alta, a es-timativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, caiu de 6,37% para 6,33%, segundo o boletim Focus, publicado segunda-feira (9) pelo Banco Central (BC). A projeção menor dos analistas do merca-do fi nanceiro consultados

pelo BC todas as semanas veio após a divulgação do IPCA de abril. Na última sexta-feira (6), o Instituto de Geografi a e Estatística (IBGE) informou que a infl ação ofi cial no período fi cou em 0,77%, uma pe-quena redução em relação ao mês anterior (0,79%). Em 12 meses encerrados no mês passado, entretan-to, a infl ação ultrapassou o

limite superior da meta de infl ação para o ano (6,5%) ao chegar a 6,51%.

Mas a expectativa dos analistas e também do governo é que a infl ação se reduza ao longo do ano e fique dentro do limite superior da meta. O centro da meta, 4,5% só deve ser alcançado em 2012, na avaliação de Tombini. Quando o BC considera

que a economia está mui-to aquecida e os preços seguem trajetória de alta, a taxa básica de juros, a Selic é elevada. Neste ano, o BC já aumentou a Selic, usada como instrumento para controlar a infl ação, em 0,50 ponto percentual em janeiro e março, e em 0,25 ponto percentual em abril. Atualmente, a Selic está em 12% ao ano.

Projeção de analistas para infl ação ofi cial diminui

ABR/ANTÔNIO CRUZ

EXISTE UMA PEREGRINAÇÃO das mulheres grá-vidas na busca de leitos hospitalares para terem seus bebês e, em contrapartida existe uma realidade insen-sível a esta circunstância, com a prática de uma polí-tica municipal que não tem como meta em seu plano diretor a criação de Serviços de Saúde Materno-In-fantil de qualidade, que se oriente pela concretização do parto humanizado. Não é possível ser indiferente ao drama das mulheres gestantes sem acolhimento digno. Questiono quais são os obstáculos que impe-dem a gestão municipal da saúde de investir nesta infraestrutura necessária às mulheres e aos recém-nascidos?

A cobertura de consultas do pré-natal é baixa e este dado correlaciona-se com a oferta da rede da atenção básica. As Unidades do Programa Saúde da Família devem ser acompanhadas como a aposta maior na saúde da população, além do cuidado no nível secun-dário, com ofertas de ambulatórios que contemplem a demanda atual.

Cabe ainda, uma refl exão sobre o quanto as polí-ticas partidárias praticadas pelos municípios, isolam uma região e a oferta de saúde é contemplada em algumas cidades e defi citária em outras, travando a resolutividade em saúde. A gestão da saúde parte de prioridades que se relacionam com as necessidades epidemiológicas locais, o desenvolvimento das polí-ticas sociais municipais e regionais, na consolidação do SUS. Acima de tudo, há que se privar o diálogo exaustivo destas questões que não devem ser resol-vidas em gabinetes, mas com a participação de espe-cialistas, gestores, profi ssionais da saúde e principal-mente do usuário que ao pagar seus impostos busca o compartilhamento nas tomadas de decisão políticas.

AS TRANSFERÊNCIAS ENTRE instituições fi nan-ceiras de valores superio-res a R$ 1 milhão deverão ser liquidadas em sistema operado pelo Banco Cen-tral (BC), segundo circular editada (6) e publicada na edição de segunda-feira

(9) do Diário Ofi cial da União. A nova regra entra em vigor no próximo dia 30. Também deverão pas-sar pelo sistema do BC o repasse de arrecadação de tributos e de pagamentos de governo e a transferên-cia de recursos relaciona-

das a aplicações no mer-cado fi nanceiro. Neste caso, a regra vale a partir de 29 de agosto de 2011. Antes dessa nova circular, os banco podiam escolher o sistema de liquidação da Transferência Eletrô-nica Disponível (TED).

BC vai controlar transferências acima de R$ 1 milhão

Page 4: Edição Nº 55

CAPITAL 10 a 16 de Maio de 201144

A DEPUTADA esta-dual Claise Maria Zito anunciou que fará nes-ta quinta-feira, dia 12, uma visita ao Hospital Estadual Adão Perei-ra Nunes, no bairro de Saracuruna, em Duque de Caxias, para obter informações precisas a respeito de denúncia feita por Andréia Ta-vares. A mulher é mãe da menina Taiane, alu-na da Escola Municipal Tasso da Silveira e uma das vítimas do atirador de Realengo. De acordo com Andréia, um médi-co não identificado te-ria passado diretamente a menor de 14 anos de forma “fria” e “gros-seira” a informação de que ela não mais pode-ria voltar a andar. Isso, sem sequer comunicar o estado de saúde da me-nina aos pais.

Para a parlamentar, que preside a Comis-são da Criança, Adoles-cente e Idoso da Alerj, a forma com que este profissional agiu vai de encontro a ética le-gal da medicina e pode

acarretar sérios danos psicológicos à recupe-ração de Taiane. “Re-cebemos esta denúncia na semana passada e aguardamos um pronun-ciamento da direção do hospital, já que o caso se tornou público atra-vés da imprensa. Como não houve qualquer ma-nifestação sobre o as-sunto, vamos fazer uma visita ao local para ob-ter informações e tomar as medidas cabíveis à comissão. Temos de res-guardar a integridade física e psicológica de uma criança que acabou de ser vítima de uma tragédia que já causou danos irreparáveis ao seu futuro”, explicou a parlamentar.

Apesar da motivação explícita, a deputada Claise Maria Zito quer aproveitar a visita para vistoriar a situação dos leitos pediátricos e pro-cedimentos cirúrgicos ali realizados, princi-palmente quando es-tes envolvem crianças e adolescentes. “Temos recebido algumas denún-

cias quanto a situação dos leitos pediátricos em vários hospitais e que-ro ver de perto como se encontra o Adão Pereira Nunes neste sentido. Afi-nal, não queremos ver se repetir a história da me-nina Camile Vitória que veio a falecer após ter a perna amputada por uma queimadura causada por um bisturi elétrico”.

O próprio caso da me-nina Camile Vitória, que foi enterrada na última semana em Du-que de Caxias motivou a criação de um projeto de lei por parte da par-lamentar que quer tor-nar obrigatório o uso de uma placa eletro cirúr-gica adesiva e descar-tável, ao invés da placa de metal que é utilizada normalmente em cirur-gias com bisturi elé-trico nos hospitais do estado. De acordo com este projeto, os riscos de queimadura provoca-das pelo contato da pele com a placa de metal e a descarga elétrica do bisturi são totalmente eliminados.

Queixa leva deputada Claise Maria Zito ao Hospital de Saracuruna

BANCO DE IMAGENS

BANCO DE IMAGENS

PARA AJUDAR A re-construção da Região Serrana, após a tragédia das chuvas de janeiro, foi lançado dia 5, o selo “Feito na Serra Cario-ca”, para caracterizar produtos da região. A ideia do projeto é ajudar a população a identifi car estes produtos e estimu-lar o consumo solidário. O lançamento aconteceu no Encontro de Negó-cios de Turismo da Re-gião Serrana, realizado no Palácio do Itamaraty. O selo também estará estampado em materiais de propaganda. Junto à logomarca, virão frases como: “Aqui tem pro-

dutos da Serra Cario-ca. Compre e ajude a reconstruir o futuro de milhares de famílias” ou “Juntos para recome-çar. Compre produtos da Serra Carioca”. De acor-do com a subsecretária de Comércio e Serviços, Dulce Ângela Procópio, a adesão ao selo será vo-luntária.

- Será um diferencial importante para muitos estabelecimentos. Gente de qualquer lugar do es-tado e do país, que está consciente da tragédia que abateu a região, deve saber que a melhor forma de ajudar é comprar os produtos feitos lá - afi r-

mou a subsecretária. O secretário Estadual de Desenvolvimento Econô-mico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, ressaltou a importância do Encontro. ”Desde a tragédia, tivemos a pre-ocupação em reativar a economia da região. Conseguimos uma linha de fi nanciamento do BN-DES de R$400 milhões, já investimos muito, e esse evento serve justa-mente para mostrar que a área de hotelaria, por exemplo, continua forte e à disposição dos fl umi-nenses e de todos os bra-sileiros – acrescentou o secretário.

Estado cria selo para identifi car produtos da Região Serrana

A INDÚSTRIA DO Rio de Janeiro fechou o primeiro trimestre do ano com alta de 8,47% nas vendas reais em relação ao mesmo período do ano passado. A expan-são dos empregos aconteceu em ritmo semelhante, com 8,25%. Também registraram alta a massa salarial (4,2%) e horas trabalhadas (5,76%). O desempenho indica um tri-mestre de forte desempenho, mesmo levando em conta a alta base de comparação do ano anterior. Apenas o resul-tado de março foi de queda nas vendas (-9,3%), preju-

dicadas pelo menor número de dias úteis, por conta do feriado de Carnaval. Os nú-meros estão nos Indicadores Industriais de março, divul-gados pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Os destaques de vendas do trimestre foram as indús-trias de Veículos Automo-tores (+32,28%), Edição e Impressão (+31,23%, com o lançamento de produtos de maior valor agregado), Outros Equipamentos de Transporte (+19,02%, pu-xado pela conclusão de em-

barcações), Máquinas, Apa-relhos e Material Elétrico (+15,87%, com transferên-cia de uma linha de produ-ção de São Paulo para o Rio) e Refi no, Combustível Nu-clear e Álcool (+13,57%).

As chuvas na Região Ser-rana foram responsáveis pela maior queda de ven-das no trimestre, de 24,41% no setor de Têxteis. Em Máquinas e Equipamen-tos (-16,07%) e Borracha e Plástico (-7,14%), o período mais ameno diminuiu a ven-da de equipamentos de refri-geração e ventiladores.

Indústria fecha trimestre com alta

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A MAIORIA DOS indi-cadores industriais tive-ram desempenho nega-tivo no mês de março, em relação a fevereiro, de acordo com pesquisa divulgada segunda-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As razões da re-tração são atribuídas ao feriadão do carnaval, que este ano caiu em março, embora os dois meses te-nham tido 20 dias úteis, cada. Comparativamente a fevereiro, a pesquisa Indicadores Industriais revela que o faturamento real caiu 5,2%, as horas trabalhadas foram 2,4% menores, a utilização da capacidade instalada (UCI) baixou de 83,4% para 82,4%, retornando a nível de março do ano passado, e o emprego manteve-se estável, com ligeira queda de 0,1%.

Mas, como explicou o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, a ligeira retra-ção do emprego não in-fluenciou a massa sala-rial e o rendimento real que registraram, ambos, crescimento de 3,7%. Isso demonstra, segun-do ele, que os reajustes

salariais concedidos pela indústria contemplaram “ganhos reais significati-vos”. A pesquisa da CNI fez comparação trimes-tral com igual período de 2010 e registrou que to-dos os indicadores cres-ceram de janeiro a março deste ano, com exceção da UCI, que recuou 1 ponto percentual. O fa-turamento real aumentou 2%, as horas trabalhadas cresceram 0,4%, o em-prego está 0,6% maior, a massa salarial teve ex-pansão de 6,6% e o ren-dimento médio real evo-luiu 2,5%.

Quanto ao desempe-nho por setores, a CNI constatou que o seg-mento têxtil, que vinha registrando dificuldades de recuperação desde a crise financeira inter-nacional deflagrada em setembro de 2008, apre-sentou situação mais de-bilitada ainda no mês de março. O faturamento real caiu 10,8% em re-lação ao mesmo mês de 2010, e as horas traba-lhadas tiveram queda de 0,8%. O maior declínio foi do segmento de mó-

veis, cujo faturamento foi 23,8% menor.

Dos 19 setores pesqui-sados, só oito contabili-zaram variação positi-va no faturamento real, comparado a março do ano passado. Como diz nota técnica da pesquisa Indicadores Industriais, o quadro verificado em março destoa do desem-penho da indústria de transformação no mês anterior, quando 17 seto-res mostraram expansão na mesma base de com-paração.

Carnaval provocou redução daatividade industrial em março

ABR/VALTER CAMPANATO

AS RECLAMAÇÕES contra as operadoras de telecomunicações feitas à Agência Nacional de Te-lecomunicações (Anatel) tiveram um forte aumen-to em fevereiro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2010. De acor-do com os últimos dados publicados pela Anatel, foram registradas 153,7 mil queixas, 35,7% supe-rior às 113,2 mil realiza-das em fevereiro do ano passado. As reclamações sobre internet banda larga foram as que mais cres-ceram. Saltaram de 15,06 mil reclamações em feve-reiro do ano passado para 24,2 mil este ano - um sal-to de 60,8%. O serviço de TV por assinatura também teve forte elevação: foram de 5,52 mil queixas em 2010 para 8,18 mil, um aumento de 48,1%. Sobre telefonia fi xa, as queixas subiram 38,3% - de 38,2 mil em fevereiro de 2010 para 52,8 mil - e na tele-fonia móvel o crescimen-to foi de 26% - as queixas passaram de 51,7 mil para 65,4 mil este ano.

Dados do Procon de São Paulo também mostram a tendência de crescimen-to nas reclamações dos serviços de telecomuni-cações. De acordo com a assistente de direção do órgão, Marta Aur, as

empresas são conhecedo-ras dos problemas, mas não apresentam soluções. “Nada justifi ca o aumento. As empresas já conhecem os problemas, que não mudaram, continuam sen-do os mesmos: cobrança indevida, problemas com o contrato, problemas de sinal. O ideal é que as em-presas prestassem serviço de mais qualidade e se preocupassem em atender melhor os seus clientes e consumidores”, afi rma.

LEILÃO - A Agência Nacional de Telecomuni-cações (Anatel) aprovou a proposta do edital do leilão para a faixa de 3,5 gigahertz (GHz), que será destinada a serviços de te-lefonia fi xa, móvel e ban-da larga. A Anatel também determinou obrigações de cobertura para quem arrematar os lotes de um a nove. As cidades com mais de 100 mil habitantes e o Distrito Federal devem estar com cobertura total em 24 meses. Para as cida-des entre 30 mil e 100 mil habitantes, as metas serão graduais e a cobertura to-tal deverá ocorrer em 60 meses. As empresas que arremataram lotes nessa faixa, no leilão realizado pela Anatel em 2003, te-rão que disputar novamen-te, nas mesmas condições dos demais concorrentes.

Internet banda larga é campeã de reclamações na Anatel

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Atualidade

O TEATRO Municipal Ar-mando Mello (TEMAM) retomará suas atividades como teatro-escola a partir deste mês. A informação é do Secretário de Cultura e Turismo de Duque de Caxias, Gutemberg Car-doso, ao Capital. “Estamos iniciando a reforma do espaço, que, além de novas poltronas, terá nova pintu-ra e as instalações elétrica e hidráulica restauradas, assim como o sistema de ar condicionado”, disse. Primeiro teatro público construído em Duque de Caxias, o TEMAM conta com 100 lugares. “Ele en-trou para a história como a mais importante ofi cina das artes cênicas de toda a Baixada Fluminense, formando milhares de profi ssionais, entre atores e técnicos”, assinalou o Secretário.

Este ano, já está sendo retomado o disputado Curso de Iniciação Te-atral, que recebeu 302 inscrições, nas categorias infantil, adolescente e adulto. O curso é gra-tuito e o ator e diretor Guedes Ferraz deu início aos testes dos inscritos

nas categorias adulto e infantil para definir os que preencherão as 123 vagas previstas. O diretor do Teatro, Carlos Lima, explicou que na catego-ria infantil, serão duas turmas totalizando 63 alunos. Para adolescen-tes, são 30 vagas, número idêntico para adultos. As aulas, segundo ele, terão início ainda este mês, logo após o término da reforma, que conta com parceria da Administra-ção do Shopping Center.

As aulas se estenderão até dezembro. Lima disse ainda que vários outros projetos acontecerão ain-da neste semestre, como o “Música ao Meio Dia”, “Som das Quartas”, “Te-atro às Quintas” e “Sextas Especiais”.

- Nosso objetivo é fazer do Armando Mello um es-paço voltado à valorização e divulgação dos talentos de Duque de Caxias e vol-tar a ser o mais importante teatro-escola da região - garantiu o Secretário Gu-

temberg, lembrando que o Teatro foi inaugurado em 1967, fruto de reivindica-ção da classe artística local. Foi do palco do Armando Mello que decolou para conquistar um Prêmio Molière, da Air Fran-ce, o Grupo TAL-Teatro de Abertura Lúdica, em 1977, com a peça “Sacos & Canudos’, de Dedires Demrós. Até hoje, foi o único grupo em toda a Baixada Fluminense que conquistou o cobiçado prêmio.

Teatro Armando Mello será ofi cina permanente de teatro

O Teatro Municipal Armando Mello preparou milhares de atores e técnicos ao longo dos anos, inserindo-os no mercado de trabalho

PMDC/JOSUE CARDOSO

CONSTRUÍDO PELA Prefeitura e doado ao governo do Estado na década de 90, o depósito de veículos que funciona sob o viaduto Brigadei-ro Eduardo Gomes, no Centenário, em Duque de Caxias, sob responsa-bilidade da Polícia Mi-litar, encontra-se com-pletamente abandonado, segundo denúncia de moradores do bairro feita ao Capital, que preferem não se identifi car. “Há anos que a gente pede a retirada desses veículos daqui e as autoridades fazem vista grossa”, diz a doméstica A. R., 47 anos. Segundo ela, o lo-cal serve de proliferação de mosquitos e animais peçonhentos. “Quando chove, a água se acumu-la nas carcaças dos car-

ros, a maioria dele ve-lhas viaturas da Polícia Militar”, acrescentou. Esta semana, o Detran anunciou o uso de carro fumacê em dois depósi-tos que abrigam veículos rebocados, na Rodovia Washington Luiz. Po-

rém, o depósito do bairro Centenário fi cou de fora da operação. “Já fi zemos várias denúncias ao es-tado, à polícia militar e à Prefeitura. Ninguém parece se interessar por esse problema. Pelo jei-to, vamos ter que aturar

isso por mais muitos anos. Estamos entregues somente nas mãos de Deus”, disse o aposen-tado C. I. R. O depósito está localizado há menos de 500 metros do 15º Ba-talhão, responsável pelo local.

Depósito de carros do Estado em Caxias continua abandonado

ALBERTO ELLOBO

REFERÊNCIA NA MEMÓRIA ferroviá-ria do Brasil, o acervo do Museu do Trem, lo-calizado no bairro do Engenho de Dentro, na zona norte do Rio, foi tombado pelo Conse-lho Consultivo do Pa-trimônio Cultural, em sua primeira reunião do ano, realizada na últi-ma semana em Brasí-lia. No entanto, os mais de mil itens da coleção, hoje sob a guarda do Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artís-tico Nacional (Iphan), permanecem fechados ao público, ainda sem perspectiva de reaber-tura, embora esta seja a intenção da superinten-dência do órgão federal no Rio de Janeiro.O Museu do Trem ocupa parte das anti-gas ofi cinas da extinta Rede Ferroviária Fe-deral (RFFSA), que chegaram a ser o maior conjunto de instalações desse tipo na América Latina. As ofi cinas da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, em-brião da Rede Ferrovi-ária Federal, contribu-íram para a formação do próprio bairro do Engenho de Dentro. A

maior parte do terreno é ocupada hoje pelo Estádio Olímpico João Havelange, o Enge-nhão, construído para os Jogos Pan-America-nos de 2007.“Nós ainda não temos uma estrutura adminis-trativa para fazer o mu-seu funcionar e, por isso, optamos, até por uma questão de segurança desse acervo, mantê-lo, infelizmente, fechado. É uma situação parado-xal”, afi rma o superin-tendente do Iphan-RJ, Carlos Fernando Andra-de, lamentando o fato de um acervo tão signifi ca-tivo não ser conhecido por cariocas e brasilei-ros. A coleção abrange equipamentos ferrovi-ários, utensílios, mobi-liário e até locomotivas como a Baroneza, cons-truída na Inglaterra, mo-vida a vapor e a primeira a trafegar na estrada de ferro de Petrópolis, fer-rovia pioneira do país, implantada pelo barão de Mauá. São destaques ainda um vagão usado pelo ex-presidente Getú-lio Vargas e outro onde viajou o rei Alberto, da Bélgica, quando esteve no Brasil em visita ofi -cial, em 1922.

Público sem acesso ao acervo do Museu do Trem

A PROFESSORA Hel-lenice Ferreira esteve no Instituto Histórico da Câmara de Duque de Caxias, na semana pas-sada, onde lançou seu mais recente trabalho, o livro “Um menino cha-mado Negrinho”, uma adaptação da história do Negrinho do Pastoreio para a literatura infan-til. Ela tem outros três títulos publicados e uma participação no livro “Crônicas para a Cidade Amada” - uma reunião de textos sobre os muni-cípios fl uminenses sele-cionados pelo professor Arnaldo Niskier.

Bacharel em Filoso-fi a e especialista em arteterapia, Hellenice trabalha na Secretaria de Educação do muni-cípio, onde é responsá-vel pela Sala dos Pro-fessores Mestre Paulo Freire, espaço destina-do à troca de experiên-cias, leituras, cursos e ofi cinas.

No livro, a professora reconta a lenda do meni-no escravo que até hoje ajuda àqueles que procu-ram um objeto perdido. As ilustrações fi caram por conta de Luís Silva, natural de Luanda, em

Angola, que carrega na memória a África retra-tada na história. “Além dos outros livros prontos tenho outros textos que ainda não sei se vão vi-rar livros. Não consigo parar de escrever, por-que isso, para mim, é um exercício fundamental” explica Hellenice.

Hellenice agora assu-miu a tarefa de ajudar o estudante Jefferson Barbosa, de 14 anos, da Escola Municipal Eulina Pinto de Bar-ros, que prepara um li-vro alertando os jovens para os problemas do bullyng. Sob um mun-do de páginas e textos para pesquisa, os dois têm trabalhado incan-savelmente na elabora-ção do documento. Ela admite que Jefferson, que já publicou um li-vro sobre o bairro onde mora, o Nossa Senhora do Carmo, no segundo distrito, está muito an-sioso. “Vou dando as dicas para que ele en-contre a forma e a linha perfeitas para seu livro. Me divirto com as des-cobertas que ele faz e com as expressões que tenta usar”, destacou a professora.

Professora de Duque de Caxias lança novo livro

O CONCURSO público para os Correios, marcado para domingo (15), teve 1.120.393 inscritos para 9.190 vagas. Os candida-tos já podem consultar os

locais das provas na pági-na do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) na internet. Para o cargo de agente de cor-reios, de nível médio, que

inclui as funções de aten-dente comercial, carteiro e operador de triagem e transbordo, estão sendo ofertadas 8.346 vagas para 1.051.256 candidatos

inscritos (relação de uma 125,96 candidatos por vaga). A maior procura foi para o cargo de atendente comercial, com 667.798 inscritos para 2.272 vagas.

Concurso dos Correios tem mais de 1 milhão de inscritos

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País

Internacional

DIARIAMENTE O Brasil produz 150 mil toneladas de lixo, das quais 40% são despejadas em aterros a céu aberto. O destino ade-quado do lixo é um proble-ma que afeta a maioria das cidades - apenas 8% dos 5.565 dos municípios ado-tam programas de coleta seletiva. Os dados são de um estudo realizado pelo Compromisso Empresa-rial para a Reciclagem (Cempre), associação sem fi ns lucrativos dedicada à promoção da reciclagem e mantida por empresas pri-vadas.

O Brasil tem hoje uma Política Nacional de Re-síduos Sólidos instituída pela Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, e regulamentada pelo De-creto Federal 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Considerada uma vitória do Movimento Nacional dos Catadores de Mate-riais Recicláveis, o pro-jeto tramitou por 20 anos no Congresso Nacional. “Nós entramos no circuito

porque a primeira lei se-quer citava os catadores”, explica Severino Lima Junior, da coordenação nacional do movimento. Segundo ele, a lei é uma das melhores da América Latina .”Hoje a gente tem dados mostrando que 90% do material reciclado pas-sou pela mão de um cata-dor, seja ele de cooperati-va ou de rua e lixões.”

A coordenadora de Consumo Sustentável do Ministério do Meio Am-biente (MMA), Fernanda

Daltro, diz que a aprova-ção da lei foi o resultado de uma grande mobili-zação de todos os setores envolvidos: a sociedade, o setor produtivo, o governo e os catadores. “A demora da tramitação foi neces-sária para a adequação de todos os interesses destes setores, do próprio merca-do, para atender as exigên-cias, e dos governos, para entender a importância de uma política para os resí-duos sólidos.”

A partir do segundo se-

mestre de 2012 os brasi-leiros poderão ter regras fi xas e determinadas pelo governo federal para o descarte adequado de produtos como eletroele-trônicos, remédios, emba-lagens, resíduos e embala-gens de óleos lubrifi cantes e lâmpadas fl uorescentes de vapor de sódio e mer-cúrio e de luz mista. Pela lei, os governos munici-pais e estaduais têm dois anos de prazo para a ela-boração de um plano de resíduos sólidos.

Apenas 8% dos municípiosfazem a coleta seletiva de lixo

BANCO DE IMAGENS

A PARTIR DO cruza-mento de informações entre as contas eleitorais e a base de dados fi scais de doadores de campa-nhas, o Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE) identifi cou 15.921 pes-soas físicas que aparen-temente extrapolaram o limite legal de doações a campanhas nas Elei-ções 2010. Juntas, es-sas pessoas doaram R$ 112.412.783,91, sen-do R$ 72.199.678,41 a soma da parcela que excedeu o limite permi-tido pela Lei das Elei-ções (nº 9.504/97), de 10% dos rendimentos brutos de cada cidadão no ano anterior.

Na semana passada, o presidente do TSE, mi-nistro Ricardo Lewan-dowski, enviou ao pro-curador-geral eleitoral, Roberto Gurgel, a lista com as pessoas físicas e jurídicas suspeitas de extrapolarem o limite legal de doações. Os presidentes dos 27 tri-bunais regionais elei-torais (TREs) também receberam os dados relativos a cada estado.

No caso das pessoas ju-rídicas, o cruzamento de informações realizado pela Receita Federal, a pedido do TSE, revelou que há 3.996 doadores supostamente irregula-res, que juntos injeta-ram nas campanhas R$ 142.147.649,62 acima do permitido, consi-derando como limite o percentual de 2% do fa-turamento bruto do ano anterior, previsto na lei.

Desde 2006, a unifi ca-ção pela Justiça Eleitoral do cadastro de contas de candidatos e comitês fi nanceiros de campa-nha já vem permitindo a apuração do total doado por determinada pes-soa física ou jurídica a várias campanhas elei-torais, de diferentes Es-tados. Neste ano, o TSE intensifi cou ainda mais o controle. Para pessoas físicas, foram observa-das as doações efetuadas por dependentes dos de-clarantes e pela unidade familiar, compreendida como a soma das con-tribuições feitas por um cidadão, o cônjuge e os dependentes.

TSE identifi ca 15.921 pessoas físicassuspeitas de doação acima do limite

A VISITA DO presidente da Venezuela, Hugo Chá-vez, nesta terça-feira (10) será cercada de formalida-des. Ele é o primeiro chefe de Estado latino-america-no a vir ao Brasil depois que a presidenta Dilma Rousseff assumiu o gover-no. O objetivo é reafi rmar que as relações bilaterais, intensifi cadas no gover-no do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, serão mantidas da mesma forma, segundo a assessoria da Presidência da República. Nas conversas, um dos te-mas de destaque será a Re-fi naria Abreu e Lima, em Pernambuco, que recebeu este nome em homenagem

ao brasileiro que lutou ao lado de Simón Bolívar para a libertação da Vene-zuela. A Petrobras cobrou da estatal venezuelana PD-VSA o repasse de cerca de R$ 400 milhões para a conclusão das obras. De acordo com o governo bra-sileiro, apenas a Petrobras investiu na refi naria.

Dilma e Chávez farão ainda uma longa reunião de trabalho para analisar a evolução dos acordos fi rmados anteriormente e as pendências. A ideia é intensifi car as parce-rias nas áreas comercial e de energia, consideran-do que a Venezuela vive uma longa fase de racio-

namento. Apenas no ano passado, o intercâmbio comercial entre Brasil e Venezuela envolveu US$ 4,6 bilhões.

Na última sexta-feira (6) empresários dos dois países se reuniram para discutir sobre vários seto-res, como agronegócios, alimentos, bebidas, cons-trução civil, produtos de higiene pessoal e artigos para o lar, além de ferro, minerais, alumínio e au-topeças. Só nos primeiros meses deste ano as ne-gociações já superaram US$ 1 bilhão – sendo que em março as exportações brasileiras somaram US$ 822,7 milhões.

Visita de Chávez a Brasília servirá para reafi rmar as relações Cidadãos cubanos poderão viajar como turista para o exteriorPELA PRIMEIRA vez em 50 anos, o governo do presidente de Cuba, Raúl Castro, vai autorizar os cidadãos cubanos a fazer viagens de turismo para o exterior. A medida faz par-te de um plano de reformas políticas divulgado segun-da-feira (9) pelas autorida-des de Havana. O governo anunciou que vai “estudar disposições que permitam aos cidadãos cubanos via-jar para o exterior como turistas”. Não há detalhes sobre essas viagens ao ex-terior. O plano reúne 313 medidas e ofi cializa as re-formas econômicas imple-mentadas por Castro desde o ano passado. De forma homeopática, o governo

cubano abre o mercado in-terno para as atividades au-tônomas e estimula a ade-são à demissão voluntária.

Recentemente, o gover-no cubano autorizou a lega-lização de compra e venda de imóveis e de carros e a expansão das cooperativas privadas. As iniciativas fa-zem parte de um conjun-to de medidas para que o governo cubano tente escapar da pressão e das difi culdades internas que o país tem enfrentado em decorrência do embargo econômico imposto pe-los Estados Unidos. Pelo plano, há a possibilidade de transformar os edifícios públicos em imóveis re-sidenciais com o objetivo

de amenizar a escassez de moradias em Cuba. Desde a Revolução Cubana, em 1959, as famílias cubanas passaram a compartilhar as casas, mesmo quando não havia vínculos afetivos en-tre elas.

No mês passado, o ex-presidente cubano Fidel Castro anunciou sua deci-são de deixar o comando do Partido Comunista de Cuba, cargo que ocupou desde a revolução no país. Fidel não justifi cou a de-cisão, mas sinalizou que prefere cuidar da sua saú-de. Ele aproveitou ainda para afi rmar ser favorável às mudanças anunciadas pelo governo de seu ir-mão, Raúl.

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A PETROBRAS VAI au-mentar a participação da estatal na cadeia de pro-dução de etanol. A empre-sa é hoje responsável por 5% de toda produção do país e pretende aumentar essa parcela para 15% até o fi m do governo de Dilma Rousseff. A informação foi dada pelo ministro de Mi-nas e Energia, Edison Lo-bão, após se reunir com a presidenta no Palácio da Alvorada, na sexta-feira (6). O objetivo do gover-no é que a Petrobras possa, cada vez mais, infl uenciar na formação do preço do biocombustível. “Adota-mos a política de uma pre-sença mais agressiva da Petrobras na produção de

etanol. Com esse aumento na participação, a Petro-bras se transforma defi niti-vamente em um regulador efi ciente do fornecimento e dos preços do etanol”, ex-plicou o ministro.

Lobão disse ainda que o governo não pensa em to-mar medidas para contro-lar o preço da gasolina, que continuará sendo defi nido com base na regras de mer-cado. “Nós não temos feito

alteração no preço dos com-bustíveis ao sair das refi na-rias há nove anos. Assim, nós nos manteremos. Não haverá nenhuma alteração nos preços dos combustíveis enquanto o preço internacio-nal do barril [de petróleo] estiver em tornos desses pa-tamares que conhecemos”, disse o ministro.

O governo, no entanto, espera que a nova safra de cana-de-açúcar possa con-tribuir para baixar o preço da gasolina a partir da pró-xima semana. “A partir da próxima semana, a oferta será muito maior e, como consequência, a tendência é a queda crescente dos preços do etanol”, disse o ministro.

Petrobras vai ampliar a participação na produção do etanolBA

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