edição nº 134

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MERCADO & NEGÓCIOS Europeus preparam novos protestos contra medidas de austeridade Capital EMpRESa JORNalÍStiCa ltDa ►13 a 19 de novembro de 2012 Ano 4 nº 134 www.jornalcapital.jor.br R$1 Internacional Setor leiteiro tem lista de reivindicações ►PÁGINA 8 Um total de 96 mil débitos de empresas do Sim- ples Nacional - regime simplificado de apuração de tributos - foi inscrito na Dívida Ativa da União em outubro. A inscrição dos débitos levou a Pro- curadoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a publicar portaria no Diário Oficial da União desta- segunda-feira (12), regulamentando o parcelamen- to desses valores para os empresários. De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda, a Lei 10.522, de 2002, permite o parcela- mento da dívida ativa para qualquer contribuinte. Mas, como até o mês passado não havia inscrição de débitos do Simples, a regulamentação foi neces- sária somente agora. Segundo a PGFN, são dívidas referentes a 2007, quando o regime diferenciado entrou em vigor. As dívidas de 2008 em diante ain- da não foram inscritas na Dívida Ativa da União, portanto ainda não podem ser parceladas. O Superior Tribunal de Justiça suspendeu a decisão da Justiça paulista que converteu a recuperação judicial da Viação Aérea São Paulo (Vasp) em falência. A Justiça de São Paulo havia decretado a falência da empresa em 2008, com a alegação de que a empresa não executou seu plano de recuperação judicial. ►PÁGINA 2 Governo parcela 96 mil débitos do Simples Vasp retorna à recuperação judicial Conab estima crescimento na produção de grãos A produção de grãos no Brasil poderá ficar entre 176,82 milhões e 181,55 mi- lhões de toneladas na safra do período 2012-2013. Isso representa um aumento que pode variar de 6,4% a 9,3%. A soja se destacou na produção, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). ►PÁGINA 7 Banco de Imagens Mantega projeta queda da inlação D epois de atingir o pico em outubro, a inflação deverá voltar a cair nos próximos me- ses, disse o ministro da Fazenda, Guido Mante- ga. Segundo ele, os índi- ces de preços de atacado divulgados recentemen- te indicam que os fato- res que pressionavam a inflação nos últimos me- ses estão retrocedendo. Depois de atingir 0,97% em setembro, o IGP-M caiu para 0,02% em ou- tubro. ►PÁGINA 3 Carmen Fontenelle quer resgatar memória da OAB/RJ C andidata de oposição, Carmen Fontenelle disse em entrevista ao Capital que quer trazer de volta a memória da Entidade, de forma a fortalecê-la. ►PÁGINA 2 Erbs Jr Balança: Saldo alcança US$ 891 mi A balança comer- cial brasileira registrou saldo po- sitivo de R$ 891 milhões nas pri- meiras duas sema- nas de novembro. O resultado é fruto de exportações no valor de US$ 7,290 bilhões e de im- portações equiva- lentes a US$ 6,399 bilhões, segundo números divulgados nesta segunda-feira (12) pelo Ministé- rio do Desenvolvi- mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A luta pelos royalties P arlamentares do Rio de Janeiro e do Espírito Santo in- gressaram no Supre- mo Tribunal Federal (STF) com pedido para suspender a tra- mitação do Projeto de Lei 2565/11 de redistribuição dos royalties do petróleo, aprovada pela Câma- ra (foto). De acordo com o governador do Rio, Sérgio Cabral, o projeto de lei causará um prejuízo de R$ 4 bilhões às finanças do Rio de Janeiro somente no ano que vem. ►PÁGINA 5 Renato Araujo ABr Indicadores / Câmbio Compra Venda % Fechamento: 12 de noVemBRo de 2012 ►PÁGINA 2 Dolar Comercial 2,050 2,051 0,21 Dólar turismo 1,960 2,100 1,87 ibovespa 57.064,31 0,51

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Jornal Capital - Edição nº 134

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Page 1: Edição nº 134

MERCADO & NEGÓCIOS

Europeus preparam novos protestos contra medidas de austeridade

Capital EMpRESa JORNalÍStiCa ltDa ● ►13 a 19 de novembro de 2012

Ano 4 ● nº 134www.jornalcapital.jor.br

R$1

Internacional

Setor leiteiro tem lista de reivindicações►PÁGINA 8

Um total de 96 mil débitos de empresas do Sim-ples Nacional - regime simplificado de apuração de tributos - foi inscrito na Dívida Ativa da União em outubro. A inscrição dos débitos levou a Pro-curadoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a publicar portaria no Diário Oficial da União desta-segunda-feira (12), regulamentando o parcelamen-to desses valores para os empresários. De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda, a Lei 10.522, de 2002, permite o parcela-mento da dívida ativa para qualquer contribuinte. Mas, como até o mês passado não havia inscrição de débitos do Simples, a regulamentação foi neces-sária somente agora. Segundo a PGFN, são dívidas referentes a 2007, quando o regime diferenciado entrou em vigor. As dívidas de 2008 em diante ain-da não foram inscritas na Dívida Ativa da União, portanto ainda não podem ser parceladas.

O Superior Tribunal de Justiça suspendeu a decisão da Justiça paulista que converteu

a recuperação judicial da Viação Aérea São Paulo (Vasp) em falência. A Justiça de São Paulo havia decretado a falência da empresa em 2008, com a alegação de que a empresa não executou seu plano de recuperação judicial.

►PÁGINA 2

Governo parcela 96 mil débitos

do Simples

Vasp retorna à

recuperação judicial

Conab estima crescimento na produção de grãos

A produção de grãos no Brasil poderá ficar entre 176,82 milhões e 181,55 mi-lhões de toneladas na safra do período 2012-2013. Isso representa um aumento

que pode variar de 6,4% a 9,3%. A soja se destacou na produção, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). ►PÁGINA 7

Banco de Imagens

Mantega projeta

queda da inlação

Depois de atingir o pico em outubro, a

inflação deverá voltar a cair nos próximos me-ses, disse o ministro da Fazenda, Guido Mante-ga. Segundo ele, os índi-ces de preços de atacado divulgados recentemen-te indicam que os fato-res que pressionavam a inflação nos últimos me-ses estão retrocedendo. Depois de atingir 0,97% em setembro, o IGP-M caiu para 0,02% em ou-tubro.

►PÁGINA 3

Carmen Fontenelle

quer resgatar

memória da OAB/RJ

Candidata de oposição, Carmen Fontenelle

disse em entrevista ao Capital que quer

trazer de volta a memória da Entidade, de

forma a fortalecê-la. ►PÁGINA 2

Erbs Jr

Balança:

Saldo alcança

US$ 891 mi

A balança comer-cial brasileira

registrou saldo po-sitivo de R$ 891 milhões nas pri-meiras duas sema-nas de novembro. O resultado é fruto de exportações no valor de US$ 7,290 bilhões e de im-portações equiva-lentes a US$ 6,399 bilhões, segundo números divulgados nesta segunda-feira (12) pelo Ministé-rio do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A luta pelos royaltiesParlamentares do

Rio de Janeiro e do Espírito Santo in-gressaram no Supre-mo Tribunal Federal (STF) com pedido para suspender a tra-mitação do Projeto de Lei 2565/11 de redistribuição dos royalties do petróleo, aprovada pela Câma-ra (foto). De acordo com o governador do Rio, Sérgio Cabral, o projeto de lei causará um prejuízo de R$ 4 bilhões às finanças do Rio de Janeiro somente no ano que vem.

►PÁGINA 5

Renato Araujo ABr

Indicadores / Câmbio Compra Venda %

Fechamento: 12 de noVemBRo de 2012

►PÁGINA 2

Dolar Comercial 2,050 2,051 0,21Dólar turismo 1,960 2,100 1,87ibovespa 57.064,31 0,51

Page 2: Edição nº 134

2 ►13 a 19 de Novembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Cambio

Moeda Compra (R$) venda (r$) variação %

Dolar Comercial 2,050 2,051 0,21

Dólar turismo 1,960 2,100 1,87

Moeda Compra (U$) venda (U$) variação %

Coroa dinamarca 5,868 5,869 0,02

Dólar austrália 1,042 1,043 0,44

dólar Canadá 0,999 1,001 0,16

Euro 1,270 1,271 0,00

Franco Suíça 0,948 0,949 0,00

Iene Japão 79,480 79,510 0,03

Libra esterlina Inglaterra 1,587 1,587 0,25

peso Chile 479,590 479,930 0,10

peso Colômbia 1.814,500 1.816,500 0,05

Peso Livre argentina 4,755 4,795 0,00

peso México 13,208 13,218 0,13

Peso Uruguai 19,550 19,750 0,00

bolsa

valor variação %

ibovespa 57.064,31 0,51

IbX 20.690,70 0,57

dow Jones 12.815,08 0,00

Nasdaq 2.904,26 0,02

Merval 2.394,51 0,19

Commodities

Unidade Compra US$ venda US$ variação %

Petróleo - brent barril 111,270 111,290 1,48

Ouro onça troy 1.727,890 1.729,110 0,02

prata onça troy 32,390 32,440 0,03

Platina onça troy 1.597,500 1.605,000 2,49

paládio onça troy 607,550 612,500 0,33

Indicadores

Poupança 13/11 0,500

tR 12/11 0,000

Juros Selic meta ao ano 7,25

Salário mínimo (Federal) r$ 622,00

MERCADO & NEGÓCIOS

Na internet: www.jornalcapital.jor.br

Filiado À ADJORI - Associação de Jornais do Interior Capital Empresa Jornalística LtdaCNPJ 11.244.751/0001-70

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IMPRESSÃO: ARETÉ EDITORIAL S/ACNPJ 00.355.188/0001-90

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Diretor Geral: Marcelo CunhaDiretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Carlos Erbs, Dilma Rousseff, Geiza Rocha,

Moreira Franco, Priscilla Ricarte,Roberto Daiub e Rodrigo de Castro.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Ponto de Observação

alberto marques

Cresce o índice de fraude com documentos furtados

Segundo levantamen-to da Serasa Expe-

rian, a cada 15 segundos, um consumidor é vítima da tentativa de furto de identidade, uma espécie de fraude em que dados pessoais, obtidos ilegal-mente por criminosos, são usados para obter crédito ou para fechar ne-gócios, transferindo a dí-vida para o titular dos do-cumentos. Entre janeiro e setembro, foram registra-dos 1.565.028 tentativas de fraudes desse tipo, número recorde desde 2010, quando a medição começou. Em 2011, hou-ve 1.478.397 registros entre janeiro e setembro e, em 2010, 1.377.033 no mesmo período. Os dados, divulgados na úl-

tima sexta-feira (9), são do Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes.

- Os golpistas usam os dados das vítimas para ob-ter talões de cheque e car-tões de crédito e também fazer empréstimos bancá-rios. Depois, os cheques e cartões são utilizados em restaurantes, salões de be-leza, na compra de paco-tes turísticos, entre outras despesas - disse o presi-dente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro. As frau-des são mais comuns nos serviços de seguradoras, construtoras, imobiliárias e serviços em geral, como pacotes turísticos e salões de beleza: foram 563.323 registros, o corresponden-te a 36% do total. Em se-gundo lugar está o setor de telefonia, com 33% dos ca-sos de 2012.

A Serasa aconselha o consumidor a adotar cuida-dos em seu dia a dia para se proteger das fraudes, como não fornecer dados pesso-ais para pessoas estranhas, não conirmar informações pessoais ou número de do-cumentos pelo telefone, não perder de vista docu-mentos de identiicação, não informar os números dos documentos quando do preenchimento de cupons para participar de sorteios ou promoções de lojas.

Também é indicado evi-tar fazer cadastros em sites que não sejam de conian-ça, ter cuidado ao publicar dados pessoais nas redes sociais e manter atualizado o antivírus do computador. Deve-se fazer boletim de ocorrência, o pouco utili-zado BO, logo após a perda ou o furto de documentos.

O consumidor pode ain-da cadastrar a ocorrência gratuitamente na base de dados da Serasa, infor-mação que será disponi-bilizada ao mercado.

A legislação que está sendo votada pelo Con-gresso só terá efeito prá-tico ao longo do tempo, devido ás várias brechas do nosso Código de Pro-cesso Penal. Por isso, da mesma forma que o con-sumidor se previne do roubo ou furto de seu ve-ículo contratando o segu-ro, deve da mesma forma se manter alerta sobre a ação de quadrilhas, cada vez mais especializadas nesses tipos de delitos.

Como em relação à saúde pessoal, prevenir continua sendo o melhor e mais eicaz remédio contra as fraudes.

Suspensa decisão que converte recuperação da Vasp em falência

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspen-

deu a decisão da Justiça paulista que converteu a recuperação judicial da Viação Aérea São Paulo (Vasp) em falência. Em nota, o ministro Massami Uyeda disse que levou em consideração a necessidade da prevalência do princípio da preservação da empresa em detrimento dos interes-ses individuais de alguns credores. A Justiça de São Paulo havia decretado a falência da empresa em 2008, com a alegação de que a empresa não execu-tou seu plano de recupera-ção judicial. Com a decisão do STJ, a empresa volta à recuperação judicial e, caso ela consiga pagar suas dívidas, vai poder voltar a operar. Ainda cabe recurso da decisão.

Na opinião do ministro Uyeda, determinados cre-dores, visando a satisfação de interesses individuais,

impediram que a empre-sa cumprisse em parte seu plano de recuperação judi-cial. Para ele, isso prejudi-cou a massa de credores e de empregados da Vasp e violou o princípio da conti-nuidade da empresa. Como exemplo, o ministro citou o pedido feito pela Empresa Brasileira de Infraestrutu-

ra Aeroportuária (Infraero) de reintegração de posse das áreas ocupadas pela Vasp nos aeroportos, que, de acordo com ele, tornou inviável a manutenção do funcionamento da empre-sa, já que uma empresa de aviação necessita de áreas aeroportuárias para o de-senvolvimento de suas ati-

vidades essenciais. Uyeda concluiu que

a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo não observou corretamente o princípio da preservação da empresa, já que, de acordo com ele, a Vasp não des-cumpriu voluntariamente o estabelecido no plano de recuperação judicial.

Banco de Imagens

Câmara deve votar marco civil da

internet esta semana

A votação do marco ci-vil da internet (PL

2126/11, apensado ao PL 5403/01) é o destaque da pauta do Plenário desta se-mana. Também pode ser votado, entre outros itens, o requerimento de urgên-cia para o projeto que acaba com a assinatura básica na telefonia (PL 5476/01). Esse projeto lidera o ranking de participação popular entre as propostas que os cida-dãos esperam ser votadas. O Plenário terá sessões de votação nesta terça-feira (13), a partir das 9 horas, e na quarta-feira (14).

Um dos grandes impas-ses no texto do relator, de-putado Alessandro Molon (PT-RJ), para o marco civil da internet é a redação para o artigo sobre a neutralida-de da rede, que pretende garantir a inexistência de privilégios na transmissão dos dados, independente-mente de conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicativo. Esse ponto, de acordo com o relator, vai impedir que os prove-

dores façam distinção de velocidade entre um ou outro site ou aplicativo. Al-guns deputados, no entan-to, manifestaram-se contra a neutralidade e defende-ram a possibilidade de o provedor dar preferência, na transmissão de dados, para o consumidor que pa-gar mais.

O texto também disci-plina direitos e proibições no uso da internet, assim como deine os casos em que a Justiça pode requi-sitar registros de acesso à rede e a sites, enfatizando o caráter de livre acesso e manifestação caracterís-tico da internet. Entre os direitos do usuário listados estão a inviolabilidade da intimidade e da vida pri-vada; a não suspensão da conexão, salvo por falta de pagamento do serviço; a manutenção da qualidade contratada; e o direito de pedir a exclusão deinitiva de dados pessoais forneci-dos a determinado site de-pois de terminada a relação entre as partes.

(*) Fechamento: 12 de noVemBRo de 2012

Page 3: Edição nº 134

3►13 a 19 de Novembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

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Inlação semanal registra ligeira redução

ICMS uniicado para acabar com guerra iscal

Conversa com a Presidentaencaminhe perguntas para a Presidenta

dILma RoUSSeFF:

[email protected] ou

[email protected]

CLARICE ANTONIETA TORINO, 62 anos, costureira de Mogi das Cruzes (SP) - Vimos em uma reportagem que iria diminuir a conta de luz em janeiro e icamos felizes. Porém, em um jornal local, recebemos a péssima notícia de que a conta vai icar mais cara. Me explica isso, por favor?

Presidenta Dilma - Clarice, são duas coisas distintas.

No início de 2013, a conta de luz icará até 16,2% mais barata para as residências e até 28% para as indústrias, dependendo do nível de tensão. Será a maior redução nas tarifas de energia elétrica já registrada no Brasil e vai ocorrer porque o governo vai renovar agora as

concessões para as empresas de geração, transmissão

e distribuição de energia elétrica que venceriam entre 2015 e 2017. Os novos contratos não embutirão mais

a amortização dos investimentos feitos pelas empresas,

pois já foram pagos pelos consumidores ou serão indenizados pelo governo. Também eliminaremos algumas taxas da conta de luz, como a que inancia o programa Luz para Todos e a Tarifa Social de Energia.

Mas esses programas não serão interrompidos, serão

inanciados com recursos do Tesouro Nacional. Entretanto, as medidas anunciadas não alteram os

contratos atuais, que prevêem revisão anual de tarifas,

que em Mogi das Cruzes resultou no reajuste de cerca de 7% neste ano. Mas no ano que vem, Clarice, haverá sim a redução da conta de luz, o que trará menos gastos para as famílias e mais competitividade para nossas

indústrias, que poderão oferecer produtos mais baratos

para toda a população.

LUIZ AMÉRICO GODOY, 45 anos, professor em Lençóis Paulista (SP) - Gostaria de saber por que as instituições de ensino particulares não conhecem o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC). Contatei algumas universidades e muitas delas desconhecem o referido programa.

Presidenta Dilma - Luiz Américo, o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC) foi criado em 2010, e as universidades

privadas ainda estão aderindo a ele. Mas, em menos

de dois anos, 585 das 1.536 instituições de ensino superior que aderiram ao Fundo de Financiamento

Estudantil, o Fies, também aderiram ao FGEDUC. E o número de estudantes beneiciados cresceu 279%, indo de 49.245, em 2011, para 186.734 até outubro deste ano. O Fundo foi criado para auxiliar estudantes

que queiram inanciar suas mensalidades com o Fies, mas não possuem garantias para cobrir o empréstimo. O FGEDUC garante o empréstimo desses estudantes e dispensa a apresentação de iadores. Podem ser beneiciados pelo FGEDUC estudantes com renda familiar mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa, os bolsistas parciais do Programa Universidade

para Todos (ProUni) inscritos no Fies e os estudantes de

cursos de licenciatura. Para que o estudante receba o

benefício, a instituição de ensino tem que estar inscrita

voluntariamente no Fies e também no FGEDUC. Por isso, Luiz Américo, o Ministério da Educação tem atuado junto às instituições privadas de ensino superior, para divulgar e incentivar a adesão ao Fundo.

JAIME CÂMARA MAGALHÃES, 56 anos, transportador escolar rural de Jataí (GO) - A Senhora não sabe o quanto esse horário (de Verão) prejudica a população, principalmente os alunos que transportamos na Zona Rural. Acho que essa economia não compensa esses transtornos. Sei que a Senhora tem poder de suspender esse horário, e é isso que peço.

Presidenta Dilma - Jaime, o horário de verão é relevante não só pela economia de energia que proporciona, mas principalmente por deslocar o

horário do pico de consumo. Ao longo do ano, o pico de consumo normalmente ocorre entre 18h e 20h, mas quando adiantamos os relógios em uma hora, diluímos esse consumo até as 22h. Um exemplo: se o banho ocorre quando o dia ainda está claro, o chuveiro não disputa a energia com a iluminação das ruas. Isso evita carregamentos elevados de energia

nas linhas de transmissão, nas subestações e nos sistemas de distribuição, e facilita até a manutenção de equipamentos. A redução na demanda de energia

gira em torno de 4,1%, o que equivale a 2.265 MW. Isso signiica inclusive redução do uso de termelétricas, com ganhos ambientais e inanceiros para todos. Jaime, para minimizar os impactos sobre as pessoas,

escolhemos com cuidado e com antecedência a data para iniciar e encerrar o horário de verão e não o implantamos em todo o país. Mas o horário de verão, adotado no Brasil há mais de sete décadas, e há quase um século em outras nações, é importante para o Brasil e, por isto, precisa ser mantido.

Mantega projeta queda da inlação nos próximos meses

Depois de atingir o pico em outubro, a inla-

ção deverá voltar a cair nos próximos meses, dis-se o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, os índices de preços de atacado divulgados re-centemente indicam que os fatores que pressionavam a inlação nos últimos meses estão retrocedendo. Depois de atingir 0,97% em setem-bro, o Índice Geral de Pre-ços de Mercado (IGP-M), índice da Fundação Getu-lio Vargas inluenciado pe-los preços no atacado, caiu para 0,02% em outubro. O Índice de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA), índice oicial de inlação que mede apenas os preços para os consumidores, so-mou 0,59% no mês passa-do. Na avaliação do minis-tro, a queda observada no atacado deverá chegar ao varejo a partir deste mês e fazer o IPCA recuar daqui para a frente.

- Os produtos agrope-

cuários estão caindo no atacado. Demora um ou dois meses para chegar no consumo. O IPC-S [Índice de Preços ao Consumidor Semanal], que é um índice semanal de inlação, já está caindo há duas semanas consecutivas. Já atingimos um pico de inlação. Temos um prenúncio de que a in-lação vai retornar para um patamar mais baixo porque os índices de atacado estão dizendo isso - disse Man-tega ao explicar a proposta de acabar com a guerra is-cal entre os estados.

O resultado do IPCA de novembro só será divulga-do na primeira semana de dezembro. Enquanto o ín-dice não sai, a trajetória da inlação ao longo de 2012 é conlitante. De janeiro a ou-tubro, o IPCA acumula alta de 4,38%, menos que os 5,43% veriicados no mes-mo período do ano anterior. Em 12 meses, no entanto, o índice está em 5,45%, aci-ma dos 5,28% observados

nos 12 meses imediatamen-te anteriores.

Em relação à proposta de distribuição dos royalties do petróleo, aprovada ontem (6) pela Câmara dos Depu-tados, o ministro conirmou que o formato do texto de-sagrada ao governo. Segun-do ele, o governo ainda está

analisando as providências a serem tomadas. “A Câma-ra estava com outra propos-ta, outro projeto. De repen-te, foi aprovado o projeto do Senado. Não temos simpa-tia por essa modalidade. O que vamos fazer, o governo ainda não decidiu”, ressal-tou Mantega.

Mercado inanceiro, porém, volta a estimar altaA projeção de analistas

do mercado inanceiro para a inlação medida pelo Índice Nacional de Pre-ços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, voltou a subir. A estimativa passou de 5,44% para 5,46%. Para 2013, a projeção permane-ce em 5,4%. A informação consta do boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC) a ins-tituições inanceiras. As estimativas para a inlação estão acima do centro da

meta de 4,5%, mas abaixo do limite superior de 6,5%. Cabe ao Banco Central manter a inlação sob con-trole. Um dos instrumentos usados pelo BC para con-trolar a inlação e o nível de atividade é a taxa básica de juros, a Selic.

Depois do processo de cortes na Selic, iniciado em agosto do ano passado, os analistas esperam por manutenção da taxa básica no atual patamar – 7,25% ao ano, na reunião do Co-

mitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 27 e 28 deste mês. Para o inal de 2013, a me-diana das expectativas para a Selic também caiu para o atual patamar, ao passar de 7,63% para 7,25% ao ano.

A pesquisa do BC tam-bém traz estimativa para o Índice de Preços ao Consu-midor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que passou de 4,62% para 4,73%, este ano, e permanece em 4,85%.

A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponi-bilidade Interna (IGP-DI) foi ajustada de 8,34% para 7,81%, este ano, e de 5,17% para 5,16%, em 2013. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a proje-ção passou de 7,92% para 7,60%, em 2012, e de 5,16% para 5,17%, em 2013.

A estimativa dos analis-tas para os preços adminis-trados foi mantida em 3,5%, neste ano, e ajustada de 3% para 3,4%, em 2013.

Valter Campanato-ABr

Poupança tem maior captação líquida desde 1995Os depósitos em pou-

pança superaram os saques em R$ 3,241 bilhões no mês passado, informou o Banco Central (BC) no último dia 7. Foi a maior captação líquida (mais de-pósitos que retiradas) para meses de outubro da série histórica do BC, iniciada em 1995. Em outubro do ano passado, a captação líquida icou em R$ 1,073 bilhão. No mês passado, os depósitos somaram R$

110,132 bilhões e as reti-radas, R$ 106,890 bilhões. Os rendimentos creditados chegaram a R$ 2,160 bi-lhões e o saldo total icou em R$ 478,664 bilhões.

O relatório do BC ba-seia-se em dados do Siste-ma Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) - que destina 65% dos recur-sos para o inanciamento imobiliário – e da poupan-ça rural. No caso do SBPE, houve captação líquida de

R$ 2,185 bilhões, em outu-bro. A poupança rural apre-sentou depósitos maiores que os saques em R$ 1,056 bilhão.

Em maio deste ano, o governo criou nova regra para a remuneração de pou-pança. Sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, a forma de remune-ração passa a ser

70% da Selic mais a taxa referencial (TR), calculada todos os dias pelo BC. Atu-almente, a Selic está em 7,25% ao ano.

Page 4: Edição nº 134

4►13 a 19 de Novembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA PARA ELEIÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA DA ADJORI/RJ

BIÊNIO 2013/2014

A ADJORI/RJ - Associação dos Diretores de Jornais do Interior do Estado do Rio de Janeiro, com sede na Rua Visconde de Uruguai nº 531, Sala 62, Cen-tro, Niterói - RJ, através de sua Diretoria Executiva devidamente representada por seu Presidente, Sr. Paulo Cesar Caldeira, CONVOCA, através do presente edital, todos os associados para Assembléia Geral Ordinária que será realizada em sua sede, do dia 11 de dezembro de 2012, às 11:00 horas, com a seguinte Ordem do Dia:

1 - Apreciação e aprovação das contas dos exercícios 2010/2011, me-diante parecer do Conselho Fiscal;

2 - Eleição do Presidente, Vice-Presidente, 1º e 2º Secretários, 1º e 2º Tesoureiros e Vice-Presidentes Regionais, para o Biênio 2013/2014;

3 - A inscrição das chapas candidatas deverá ocorrer na Secretaria da ADJORI/RJ até 20 dias antes da eleição, que se realizará dentre as chapas de-vidamente inscritas e homologadas pela comissão eleitoral composta pelos Srs. Antonio Alexandre dos Santos Oliveira (Jornal O Sol), Jourdan Amora (Jornal A Tribuna/RJ de Niterói) e Oscar Pires (Jornal O Debate de Macaé);

4 - Somente poderão votar e integrar as chapas concorrentes os associa-dos da ADJORI/RJ, quites com suas obrigações junto à tesouraria da ADJORI/RJ;

5 - A Assembléia Geral instalar-se-á em primeira convocação às 11:00 horas, com a metade mais um dos associados e, em segunda e última convoca-ção, com qualquer número, meia hora depois, não exigindo a lei quorum espe-cial (art.16º, do Estatuto).

Niterói, 05 de novembro de 2012

PAULO CESAR CALDEIRAANTONIO ALEXANDRE DOS SANTOS OLIVEIRA

JOURDAN AMORAOSCAR PIRES

RodRIGo de caStRo é

jornalista e pós-graduado em

marketing e comunicação empresarial

pela Universidade Federal de Juiz de Fora (mG)

Bastidoresda ALERJ

Inlamado pelo PT luminense, Lindbergh vai cair na estrada

Mais duas demonstrações claras de que Lindbergh não irá abrir mão do objetivo de ser o próximo go-

vernador do estado foram dadas nos últimos dias. A prin-cipal delas, no último inal de semana, quando membros do PT luminense se reuniram para declarar em massa o apoio ao projeto político para levar Lindbergh ao Palácio Guanabara. Para os petistas, se o partido é o protagonista na aliança nacional com o PMDB, é chegada a hora de deixar o status de coadjuvante na esfera estadual, mesmo que isso custe o rompimento com a base aliada ao atual governador Sérgio Cabral e do prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Nomes de peso do PT no estado como os deputados federais Luiz Sérgio, Benedita da Silva e Edson Santos devem colocar o pé na estrada e integrar a caravana já anunciada por Lindbergh para depois do próximo carna-val. Trata-se da “caravana da cidadania”, inspirada nas viagens feitas pelo ex-presidente Lula entre 1993 e 1994 e que pretende percorrer até o início da campanha elei-toral de 2014 os 92 municípios do estado. O primeiro destino já foi anunciado: Japeri, na Baixada Fluminense.

Curiosamente, o município é uma das bases eleitorais do deputado estadual petista Zaqueu Teixeira, um dos últimos nomes da executiva luminense a não embarcar ainda na tal “caravana” de Lindbergh, talvez por ainda acreditar que receberá de Cabral a Secretaria Estadual de Assistência Social, que era ocupada pelo prefeito eleito de Niterói, Rodrigo Neves, que apesar de petista roxo, joga no time dos iéis a aliança com o PMDB.

Outros deputados estaduais que fazem parte da base aliada ao governo na Alerj já não escondem o seu desejo de levar o PT ao comando do estado e é através destes parlamentares que Lindbergh irá costurar os apoios na região metropolitana e no interior. Gilberto Palmares, Inês Pandeló e Robson Leite são grandes simpatizantes do projeto.

Toda e qualquer arma se faz importante para con-vencer a presidenta Dilma a abrir mão da aliança com o PMDB na esfera estadual ou até mesmo que ela venha a convencer ao atual governador e o vice e também can-didato, Pezão, a apoiar a candidatura de Lindbergh em nome da unidade desta parceria.

Deputada cobra do Estado Centro para dependentes químicos na BaixadaA presidente da Comis-

são de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputada Claise Maria (PSD), esteve na última semana na Praça Gover-nador Roberto da Silveira, em Duque de Caxias, para mobilizar a população con-tra o consumo do crack. A ação faz parte de uma sé-rie de visitas que fará em diversos municípios da re-gião, para divulgar a Lei estadual 6.234/12, de sua autoria, que institui o dia 5 de novembro como o Dia Estadual de Enfrentamen-to ao Crack. A parlamentar defende a construção de centros de tratamento para dependentes químicos na Baixada Fluminense. "O índice de usuários está au-mentando muito na região. Depois das ações do pre-feito Eduardo Paes contra as cracolândias do Rio de Janeiro, muitos usuários vieram para cá e formaram grandes cracolândias", de-

nunciou.Para o motorista José

Ciriaco, de 71 anos, o mu-nicípio de Caxias precisa de ajuda, assim como os usuários de crack. "Essa turma precisa de muita aju-da. Sem ninguém do lado nenhum deles conseguirá parar de usar essa droga. Caxias está sendo tomada por usuários. Alguém tem que fazer alguma coisa", alertou. Já o professor de artes marciais Bruce Lúcio aprovou a ação da parla-mentar: "Essa mobilização

tem que começar dentro da escola e de casa. Os pro-fessores precisam falar do crack nas salas de aula e os pais precisam dar exem-plo", acredita Bruce.

Claise atendeu a popu-lação de Duque de Caxias, distribuiu panletos infor-mativos e motivou pessoas que tenham esse problema na família a procurar tra-tamento. Segundo a parla-mentar, o governo do Esta-do precisa criar um centro de reabilitação na Baixada. "Esse é um problema que

não é só do prefeito ou do governador. Existem mui-tos usuários de crack que possuem família, que pre-cisam de ajuda, mas que, na maioria dos casos, não têm dinheiro para bancar um tratamento. Por isso a importância da criação de centros de tratamento de dependentes químicos", disse Claise, que visitará na próxima semana os mu-nicípios de Mesquita, Nova Iguaçu, Nilópolis, Quei-mados, Itaguaí e Belford Roxo.

A deputada com o professor Bruce Lúcio, da campanha "Crack Nem Pensar"

Divulgação

Alexandre Cardoso anuncia nomesO prefeito eleito de Du-

que de Caxias, Ale-xandre Cardoso, anunciou sexta-feira (9/11), através de sua assessoria, os dois primeiros nomes que irão integrar seu secretariado. O cardiologista Camillo Junqueira icará a frente da Secretaria Municipal de Saúde, tendo como secretá-

rio-adjunto Sílvio Roberto da Costa Júnior. Mineiro de Pouso Alto, Junqueira tem 47 anos, é mestre em Car-diologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Especialista em Cardiolo-gia pela Sociedade Brasi-leira de Cardiologia (SBC), Doutorando em Ciências Médicas pela Universidade

do Estado do Rio de Janei-ro (UERJ) com MBA em Gestão de Saúde pela Co-ppea/UFRJ e professor de Cardiologia da Unigrario. Atualmente estava a frente da direção do Hospital Má-rio Lioni. Sílvio Roberto, 40 anos, é médico geria-tra, servidor da Prefeitura de Duque de Caxias há 12

anos. Foi diretor do Posto de Saúde de Saracuruna e depois diretor de Pacientes Internos do Hospital Mo-acyr do Carmo. Tem curso de MBA em Gestão de Saú-de pela Fiocruz.

O futuro secretário tem entre suas metas trazer a ex-periência da iniciativa pri-vada para a administração pública, através de metas e desempenho. “Faremos uma administração moder-na e alinhada a proposta de campanha do prefeito elei-to, que é o de levar para a população um sistema que atenda às necessidades dos usuários, visando à preven-ção, a assistência básica através do Programa Saúde da Família (PSF) e melho-rar a qualidade no atendi-mento dos Postos de Saúde, além de implantarmos as unidades 24 horas em locais com mais de 50 mil habi-tantes”, explica, que desta-ca também a reabertura do Hospital Duque de Caxias, que funcionará como uma unidade de pronto-atendi-mento, enquanto o Hospital Municipal Moacyr do Car-mo será transformado em hospital universitário.

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5►13 a 19 de Novembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Royalties: Deputados apelamaos três poderes contra projetoA vice-presidente da Câ-

mara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), e os deputados Anthony Ga-rotinho (PR-RJ) e Hugo Leal (PSC-RJ) ingressa-ram quinta-feira (8) no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido para suspender a tramitação da proposta (PL 2565/11) de redistribuição dos royal-ties do petróleo, aprovada na terça-feira (6) pela Câ-mara. Os deputados pedem ao ministro Luiz Fux que seja expedida uma liminar, em caráter “urgentíssimo”, para suspender a tramita-ção do projeto, que seguiu para sanção presidencial. O documento airma que o projeto contém “escanda-losas inconstitucionalida-des” e, por isso, não pode-ria seguir para a presidente Dilma Rousseff. O pedido dos deputados reforça ou-tro mandado de segurança apresentado ao ministro Luiz Fux quando a propos-ta foi aprovada no Senado, em outubro de 2011. Para Hugo Leal, a proposta fere o direito adquirido dos es-tados e municípios produ-tores ao modiicar regras de partilha dos recursos. “O que se produziu fere o direito adquirido dos esta-dos e seus municípios de

receberem aquele percen-tual de um contrato já assi-nado”, airmou.

O projeto do Senado diz que municípios afetados receberão 3% dos recursos em 2017, quando o correto seria 2%. Por conta disso, a soma dos percentuais che-ga a 101%. “Esse 1% tem repercussão de R$ 600 mi-lhões. É de uma gravidade sem precedentes. Eu, pelo menos, em todos esses anos de mandato nunca ouvi fa-lar que possa fazer uma divisão de receita, chegar a um resultado de 101% e achar que isso é bom”, cri-ticou Rose. A deputada de-fende a volta do projeto ao

Senado, a quem considera que cabe corrigir o erro, também uma nova votação nas duas Casas. A proposta aprovada na última terça dá a todos os estados e muni-cípios o direito de receber uma fatia dos recursos ar-recadados com royalties e participação. Atualmente, apenas a União e os esta-dos e municípios confron-tantes (produtores) têm di-reito a esse dinheiro, pago pelas empresas em troca da exploração do petróleo.

As bancadas do Espírito Santo e do Rio de Janeiro também elaboraram uma carta à presidente Dilma Rousseff com suas críticas

à proposta aprovada de dis-tribuição dos royalties do petróleo e pedindo que a presidente tenha sensibili-dade na análise da propos-ta aprovada de distribuição dos royalties do petróleo. O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) também pre-tende ingressar, nas próxi-mas horas, com mandado de segurança no STF para im-pedir a sanção da proposta. Segundo ele, a presidência da Câmara teria corrigido um erro no projeto, poste-riormente à sua aprovação. “Esse procedimento fere a legislação e não expressa a decisão do Plenário”, asse-gurou Leonardo.

Renato Araujo

Governadores querem veto presidencialOs governadores do Rio

de Janeiro, Sérgio Ca-bral, e do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse-ram acreditar que a presi-denta Dilma Rousseff veta-rá o projeto de lei referente à distribuição dos royalties do petróleo, aprovado na noite dessa terça-feira na Câmara dos Deputados. Sérgio Cabral argumen-

tou que a presidenta havia declarado publicamente que não sancionaria pro-posta que dispusesse sobre os contratos já irmados e campos já leiloados. “Eu estou absolutamente tran-quilo porque a presiden-ta da República vai vetar. Ela anunciou isso publi-camente. Ela disse que qualquer coisa que invada

o já contratado e leiloado, ela vetaria”, airmou o go-vernador. De acordo com Sérgio Cabral, o projeto de lei causará um prejuízo de R$ 4 bilhões às inanças do Rio de Janeiro no ano que vem. “Não se faz Olimpí-ada, não se faz Copa do Mundo, não se paga servi-dor público e não se paga aposentado. É absoluta-

mente inviável”, airmou. No caso do município de Duque de Caxias, que não está entre as cidades produtoras, caso seja san-cionado o projeto, os va-lores cairão, já em 2013, de R$ 54.312.239,66 para R$ 35.846.608,58, o que signiica perda anual de R$ 18.466.338,49 (R$ 1.538.861,52 a cada mês).

Para Firjan, projeto é inconstitucionalNa avaliação da Fede-

ração das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a decisão tomada pela Câ-mara dos Deputados fere a Constituição e o princípio federativo e inviabiliza o cumprimento de acordos internacionais irmados pelo governo do Rio de Janeiro para a realização, no estado, de partidas da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de

2016. O vice-presidente da entidade, Carlos Fer-nando Gross, foi enfáti-co ao dizer que caberá à presidenta Dilma Rous-seff vetar a lei aprovada na Câmara e, caso isto não ocorra, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pronunciar-se sobre a in-constitucionalidade da decisão. “A decisão da Câmara é inconstitucio-nal. Ela fere diretamente a

Constituição e a presiden-ta Dilma Rousseff deverá vetar a lei. Caso isto não ocorra, o Supremo Tribu-nal Federal (STF) terá que se pronunciar a respeito. Mas nós esperamos que a presidenta faça cumprir a Constituição vetando a lei”, disse. Gross disse, ainda, que o Artigo 20, Parágrafo 1º, da Consti-tuição, é bastante claro quando diz que está asse-

gurada, nos termos da lei, a participação de estados e municípios nos resultados da exploração de petróleo em sua área. Ele alertou, para o fato de que a de-cisão da Câmara também inviabilizará que o estado do Rio de Janeiro honre compromissos assumidos com a União de amortizar a dívida estadual com par-te dos recursos provenien-tes dos royalties.

Municípios produtores defendem veto

A Organização dos Mu-nicípios Produtores

de Petróleo (Ompetro) tem a “expectativa” de que a presidenta Dilma Rousseff vete o projeto de redistribuição dos royal-ties do petróleo aprova-do no último dia 6 pela Câmara dos Deputados. O presidente da entida-de, Riverton Mussi, que

também é prefeito de Ma-caé, um dos municípios do norte luminense que mais se beneiciam com o pagamento dos royal-ties, disse que a Ompetro está unida à Associação Nacional dos Municípios Produtores (Anamup) e à Associação Brasileira de Municípios com Termi-nais Marítimos, Fluviais,

Terrestres de Embarque e Desembarque de Petróleo e Gás Natural (Abramt) na luta pela manutenção dos royalties. A Ompetro é composta também pelos municípios de Arraial do Cabo, Armação de Bú-zios, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carape-bus, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Quissa-

mã, São João da Barra e Niterói. Mussi anunciou que no caso da presidenta vetar o projeto e a Câmara derrubar o veto, a entida-de vai apoiar o governo do estado do Rio de Janei-ro na decisão de ingres-sar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) no Supremo Tri-bunal Federal (STF).

Parlamentares de Duque de Caxias se manifestam

“Tratar de forma igual es-tados produtores e não

produtores é uma covardia. Os royalties são tratados, em síntese, como uma compen-sação pelos possíveis danos - ambientais ou não - que a extração pode gerar. Qual atitude será adotada pelos novos credores de royalties caso uma catástrofe ambien-tal ocorra em nosso esta-do? Dividirão os prejuízos? Acho pouco provável”, dis-se o deputado estadual Dica (PSD). “Reduzir repasses não signiica somente a per-da de recursos de gestão dos estados; implica em inviabi-lizar realizações importantes para a sociedade luminense como um todo: as Olimpí-adas e a Copa do Mundo terão seus investimento es-vaziados, o que diiculta-rá, e muito, esses grandes eventos. Escolas e postos de saúde em construção terão suas obras interrompidas. Quantos empregos diretos e indiretos serão prejudi-cados? Quantas crianças poderiam ser atendidas na educação básica? Diante de mais essa covardia ao nosso rio de Janeiro não podemos nos calar. Por isso pedimos à nossa Presidenta: Veta Dil-ma”, completou.

Membro do mesmo Par-tido, a deputada Claise Ma-ria enfatizou: “Apesar de ser uma reivindicação da maioria dos estados brasilei-ros, a sanção da lei sobre a redistribuição dos royalties representa um ato de co-vardia para com os estados produtores, em especial o Rio de Janeiro. Esta lei é totalmente inconstitucional, já que propõe a revisão na distribuição de recursos em áreas de exploração que já foram anteriormente licita-das e que já são exploradas. Os royalties são uma forma de compensação inancei-ra a estas cidades por estes transtornos e não podem simplesmente ser divididos com estados onde estas ati-vidades não existem. Para a cidade de Duque de Caxias, por exemplo, isso represen-taria uma perda superior a R$ 15 milhões por ano no orçamento e isso iria com-prometer os investimentos em saúde, educação e políti-cas públicas para as famílias de nossa cidade”.

Rosenverg Reis, depu-tado estadual do mesmo Partido, também se pronun-ciou: "O Rio já foi muito prejudicado pela mudança da capital para Brasília, no governo Juscelino Kubits-chek. Depois, sofreu nova injustiça na Constituição de 1988, que determinou a ta-xação do petróleo no destino - e não na origem. Agora, a Câmara aprova um projeto inconstitucional, que tira R$ 77 bilhões em royalties do Estado do Rio e dos municí-pios luminenses. A atitude dos deputados foi irrespon-

sável, imoral e covarde. De forma arbitrária e desrespei-tosa, eles quebraram o pacto federativo, sem o menor res-paldo jurídico. Os royalties do petróleo são nossos por direito e não abrimos mão deles. Espero que a presi-dente Dilma tenha o bom senso de vetar o projeto e que o STF faça justiça ao Rio de Janeiro".

Marco Figueiredo, de-putado estadual suplente do PSC que assumirá o quarto mandato em 1º de janeiro próximo, disse que a solu-ção deverá vir da presidenta da República. “Eu acredito que ela não vá sancionar o projeto como foi aprovado na Câmara. Deverá fazer um veto parcial respeitan-do os contratos que estão em vigor, preservando os royalties atuais. Creio que os direitos dos estados e municípios produtores serão respeitados. Essa posição, mais adequada no momento, deverá ser adotada pela pre-sidenta”.

- O projeto aprovado pela Câmara representa a falência do Rio de Janeiro. É inadmissível que outros estados queiram se apro-priar de algo que é nosso por direito. Está na Consti-tuição. Os royalties são uma compensação inanceira que o Estado e os municípios produtores recebem pela exploração de petróleo, que acarreta impactos ambien-tais e inanceiros. Sem essas receitas, o Rio perde signi-icativa parcela de seu orça-mento, o que ameaça o pa-gamento do funcionalismo, os gastos com saúde, educa-ção e obras. É claramente a quebra do pacto federativo. Precisamos dizer não à co-vardia - propôs o deputado federal Washington Reis (PMDB).

Deputada federal do PSDB, Andreia Zito comen-tou: “Foi um golpe baixo dado no Estado do Rio de Janeiro. Essa decisão é um divisor de águas na história do Estado que, se não for ve-tada pela presidente Dilma, provocará grandes estragos na economia de um modo geral. São perdas inaceitá-veis que vão prejudicar toda a população. O fato de não prever recursos para a edu-cação é algo inconcebível, pois um país só cresce com a educação em primeiro lugar em suas prioridades.

Exercendo seu primeiro mandato de deputado fede-ral, Aureo (PRTB), que fez questão de informar que se posicionou contra o PL 2565/11 do Senado, disse: “É uma perda enorme para o Estado e os municípios do Rio de Janeiro e do Espíri-to Santo. São cerca de R$ 77 bilhões até 2020. Espero que a Presidente Dilma vete o Projeto do Senado que tem várias incorreções e incons-titucionalidades”.

O prefeito Zito (PP), tam-bém declarou: “Espe-

ro que a presidenta Dilma Rousseff vete o projeto que modiica a distribuição dos royalties de petróleo, que fere contratos já irmados e provoca insegurança nos investidores. Caso isso não ocorra, teremos uma perda

de R$ 18 milhões por ano. Serão menos investimentos em educação, saúde e obras. O Estado do Rio de Janeiro, como o principal produtor nacional, e seus municípios beneiciados não merecem ser penalizados pela União. Acredito que o bom senso irá prevalecer”.

Prefeito acredita em veto de Dilma

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Atualidade

País

Internacional

Cantora Iris de Paula grava DVD no Boteco

Está prevista para a próxima segunda-

-feira (19), a partir das 20 horas, a gravação do primeiro DVD da cantora Iris de Paula, evento marcado para acontecer no Boteco da Esquina, em Duque de Caxias. A apresen-tação contará com a participação do grupo US4, sob a direção musical de Paulinho Balthazar e artística de Eldemar de Souza. No repertório, compo-sições de Jacó do Ban-dolim, Vicente Paiva,

Pixinguinha e outros au-tores clássicos da música popular brasileira.

Iris de Paula é vetera-na como cantora da noi-te no Rio e na Baixada Fluminense. Dona de um timbre de voz original, a intérprete está trabalhan-do na produção de seu primeiro CD, para lançar no ano que vem, junta-mente com o DVD que gravará em Duque de Ca-xias. O Boteco da Esqui-na ica na Rua Professor José de Souza Herdy, em frente ao Shopping Uni-granrio.

Aberta no Pier Mauá a temporada de cruzeiros marítimos 2012-2013

A temporada de cru-zeiros marítimos

2012-2013 foi aberta no Terminal Internacional de Cruzeiros Píer Mauá, no centro do Rio, após a atracação do primeiro transatlântico da tempo-rada, o AidaCara, no úl-timo dia 7. De bandeira italiana, ele é considera-do como um dos mais lu-xuosos da categoria. Até o dia 15 de abril próxi-mo, o píer receberá mais 36 navios, que farão 169 escalas na cidade, movi-mentando cerca de 430 mil passageiros.

De acordo com Amé-rico Rocha, diretor de operações da concessio-nária Píer Mauá, que ad-ministra o terminal, esta temporada tem um peril diferente. “Houve uma

mudança no peril comer-cial de oferta de cruzeiros, principalmente para o mer-cado brasileiro”. Segundo ele, até a última temporada havia um grande núme-ro de pequenos cruzeiros que permaneciam no píer de novembro até o im de março, “só que esses tran-satlânticos atracavam mais vezes, e com isso trans-portavam mais pessoas”, explicou Rocha. Para o diretor, essa mudança na estratégia pode dar a sen-sação de uma temporada menor, mais fraca. Porém, ele avaliou que o foco co-mercial dos armadores tem como objetivo fazer com que os passageiros perma-neçam mais tempo dentro das embarcações.

Nesta temporada, cinco navios de luxo estreiam na

cidade: os gigantes Costa Fascinosa e Costa Favolo-sa, inaugurados em maio e junho deste ano, respec-tivamente; além do Grand Princess , o Massdam e o Arcádia. No dia 10 de fe-vereiro o terminal receberá oito navios, número recor-de de atracação . De acor-do com Rocha, a tendên-cia desta temporada é um

maior tempo de perma-nência dos turistas na cidade, movimentando a economia da cidade. “É um treinamento até para o terminal, em função das Olimpía-das, quando devere-mos ter por volta de oito navios funcionan-do também como ho-téis”, acrescentou.

Divulgação

Expansão da construção e qualiicação leva empresas a contratar haitianos

O crescimento contí-nuo nos últimos dez

anos da construção civil no país e a qualiicação dos operários brasileiros têm levado as empresas do setor a buscar mão de obra como a dos haitia-nos, que entram no país ilegalmente pelo Acre. O presidente da Confede-ração Nacional dos Sin-dicatos nas Indústrias da Construção e da Madei-ra (Conticom), Cláudio da Silva Gomes, disse à Agência Brasil que es-sas pessoas geralmente migram para “subempre-gos” como serventes e auxiliares de pedreiro.

As próprias empre-sas, em geral as maiores e mais organizadas, prio-

rizam a qualiicação dos proissionais já no mercado, além de oferecerem melho-res salários e outros benefí-cios. “O operário brasileiro, que antes trabalhava para garantir o sustento de sua família, agora quer melhor condição de vida”. Cláudio Gomes ressaltou que os em-presários consideram mais barato investir nos operá-rios à disposição do que ter de recontratar mão de obra a cada nova obra. “As em-presas partiram para uma espécie de idelização dos operários que, por sua vez, icam com os melhores em-pregos”, disse o presidente da Conticom, iliada à Cen-tral Única dos Trabalhado-res (CUT).

Aos haitianos, segun-

do ele, ocupam as vagas rejeitadas pelos trabalha-dores do país. Cláudio Gomes acrescentou que os estados do Norte vivem um momento de grande crescimento no setor com a execução de obras de porte. Ele informou que a Conticom tem feito levan-tamentos para “desarmar” instrumentos de burla da legislação trabalhista que seriam usados por emprei-teiros que atuam em áreas remotas com esses traba-lhadores. “O problema é que os haitianos, que não tem nada no seu país, se submetem à exploração do subemprego e são coniven-tes com as atitudes desses empresários o que diiculta a iscalização do Ministé-

rio do Trabalho”, frisou o sindicalista.

Em parte, essas ava-liações coincidem com as de representantes de empresas, como a Urb Topo Engenharia e Construções, com sede em Minas Gerais. No primeiro semestre, a construtora contratou em Brasileia (AC) 30 haitianos para traba-lhar em uma obra da Votorantim, em Cuia-bá (MT). O gerente comercial da empresa, Henrique Luiz Araú-jo Abreu, disse que o operariado brasileiro se proissionalizou e hoje boa parte não trabalha mais só com a Carteira de Trabalho assinada.

Oscar Niemeyer tem função renal estável

O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104

anos, permanece inter-nado na unidade inter-mediária do Hospital Samaritano, e seu es-tado ainda inspira cui-dados. Depois da visi-ta desta segunda-feira (12), o médico Fernan-do Gjorup, que assiste o arquiteto, informou que ele precisa fazer i-sioterapia respiratória e que o quadro da função renal é estável.

De acordo com o bo-letim médico, o arqui-

teto está lúcido. Porém, não há previsão de alta. Oscar Niemeyer voltou a ser internado no Hospital Samaritano no dia 2. No mês passado, ele tinha i-cado internado 15 dias no mesmo hospital.

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PC chinês começa a escolher novos líderes

Reunidos no 18º Congresso Na-

cional do Partido Comunista da China (PCC), os 2.270 dele-gados da legenda co-meçaram o processo de votação para a es-colha dos novos líde-res políticos do país. Segunda maior eco-nomia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, a China de-verá ter um novo pre-sidente - Xi Jinping em substituição a Hu Jintao - como também

novos líderes na cúpula política.

A presidência do 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC) é composta por 247 membros. Após as deinições, os nomes são encaminhados pelo Parlamento chinês que, geralmente, ratiica a de-cisão do congresso. As discussões começaram na semana passada e ter-minam no próximo dia 14. Em julho foi eleito o novo comitê permanente do PCC em Pequim.

Europeus preparam semana de protestos contra medidas de austeridade

A partir da próxima quarta-feira (14),

manifestantes de 20 pa-íses europeus promove-rão uma série de protes-tos contra as medidas de austeridade lançadas pe-los respectivos governos na tentativa de conter os efeitos da crise econômi-ca internacional. A reação dos europeus ocorre no momento em que vários governos defendem me-didas de cortes de des-pesas públicas, de vagas de emprego e benefícios sociais. A onda de pro-testos é comandada pela Confederação Europeia dos Sindicatos sob o lema “Pelo Emprego e pela Solidariedade na Europa, Não à Austeridade”. No

dia 14, estão marcadas pa-ralisações de 24 horas con-tra a austeridade em Portu-gal e na Espanha, enquanto na Itália e na Grécia ocor-rerão paralisações de três a quatro horas.

Em Vilnius, na Lituâ-nia, a paralisação atingirá os transportes públicos. Em Bruxelas, na Bélgica, haverá manifestação em frente à sede da Comissão Europeia. Na França, es-tão previstas 25 manifes-tações. A ideia é mobilizar 40 organizações sindicais. Além dos 20 países, três também se associaram às manifestações, que ocorre-rão em outro período. São eles a Suíça, Eslovênia e República Checa. Na Suí-ça, estão agendadas várias

manifestações e o mesmo ocorrerá na Polônia.

MERKEL - Na véspera de um encontro com auto-ridades e empresários por-tugueses, a chanceler ale-mã, Angela Merkel, adotou um tom mais brando sobre a condução da economia lusitana. Em entrevista à TV estatal portuguesa (RTP) no domingo (11), a chanceler disse que o go-verno português “cumpriu muito bem” as exigências de ajustamento iscal feitas pelo Fundo Monetário In-ternacional, o Banco Cen-tral Europeu e a União Eu-ropeia (a chamada Troika) e que a população de Por-tugal tem sido “muito cora-josa”. Em outros momen-tos da crise econômica na

zona do euro, Angela Merkel foi bastante crítica em relação à condução da economia e já sugeriu que países como a Grécia e Portu-gal transferissem para a União Europeia o controle do orçamento a im de evitar desajus-tes iscais.

O tom mais suave da chanceler demons-tra sensibilidade com o país que está com taxa de desemprego em tor-no de 15% (mais de três pontos percentuais acima das demais na-ções da zona do euro) e onde os impostos sobre pessoa física fo-ram recentemente au-mentados.

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7►13 a 19 de Novembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

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Conab estima aumento na produção de grãos

de 6,4% a 9,3%

A produção de grãos no Brasil poderá i-

car entre 176,82 milhões e 181,55 milhões de tone-ladas na safra do período 2012-2013. Isso represen-ta um aumento que pode variar de 6,4% a 9,3%, o que corresponde a um in-cremento de 10,65 milhões a 15,38 milhões de tonela-das, na comparação com a safra passada (166,17 mi-lhões de toneladas). Os da-dos fazem parte do segun-do levantamento da safra, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimen-to (Conab) no último dia 8. Entre os grãos, o destaque em termos de crescimento de produção foi a soja, com um acréscimo estimado de 13,71 milhões a 16,61 mi-lhões de toneladas, na com-paração com o período an-terior. A elevação estimada para a primeira safra de milho está entre 216,6 mil e 1,52 milhão de toneladas. Já a previsão para a primei-ra safra de feijão varia en-tre uma redução de 1,4 mil toneladas e um crescimen-to de 49,3 mil toneladas. De acordo com a Conab, o motivo dessa variação está nos altos preços do grão no mercado, devido à quebra de safra dos principais pa-íses exportadores.

No que se refere à área

cultivada, a expectativa é que haja um aumento de 1,34 milhão de hectares à área de 50,85 milhões cultivada na safra anterior. Em termos proporcionais, isso signiica que o aumen-to pode chegar a 2,6%, na mesma comparação. O único grão que apresentou expectativa de crescimen-to na área cultivada foi a soja, com uma variação entre 5,5% a 9,3%, poden-do chegar a uma variação de 26,43 e 27,38 milhões de hectares acima do obti-do no período 2011-2012, quando foram cultivados 25,04 milhões de hectares. “Não há grandes mudanças porque ainda estamos no começo [da safra]. O úni-co produto que apresentou mudança mais considerá-vel [pela queda estimada] foi o trigo”, disse o Edil-son Guimarães, secretário substituto de Política Agrí-cola do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abaste-cimento (Mapa).

Segundo o diretor da Conab, Silvio Porto, uma boa notícia é que o cenário meteorológico indica tran-quilidade nos próximos três meses, apesar de o fe-nômeno La Niña sinalizar que a Região Nordeste po-derá apresenta irregulari-dade de chuvas.

Carmen Fontenelle prometeresgatar memória da OAB/RJ

" A Ordem só existe por-que tem memória, tem

história própria, porque em 1930 alguém a criou, os advogados brigaram pela liberdade durante a repressão. Só existe porque um homem, Celso Fonte-nelle, construiu um prédio para abrigá-la, um homem como Otávio Gomes criou o escritório compartilhado. Hélio Sabóia brigou pelas prerrogativas. Isso não é saudosismo, é memória, memória que a atual dire-ção está tentando apagar. E nós não vamos permitir que isso aconteça. Vou tra-zer de volta a memória da Ordem, e só assim estare-mos fortalecidos. O jovem advogado sem essa memó-ria perde todo o seu valor.

O desabafo é da advo-gada Carmen Fontenelle, que concorre pela Chapa Azul - É você na OAB, para o triênio 2013-2016, durante entrevista exclusi-va ao Capital. As eleições acontecerão no próximo dia 26. Comandando um conceituado e respeitado escritório especializado em Direito de Família, Carmen lembrou um pouco de sua carreira, iniciada como es-tudante em 1977, por conta de referências familiares - ela é ilha e neta de advo-

gados que se destacaram na proissão. A conclusão do curso aconteceu em 1981. Sobre o exercício da prois-são, assinalou: “Eu respiro isso, não tem opinião da Carmen sem ser advogada. Como diz o Nilo Batista, a advocacia entrou no meu DNA e não há como sepa-rar isso”.

- Criei dentro de mim uma identidade com o co-lega, eu olho pra ele e sei o que ele está pensando porque eu me sinto igual. Quando um advogado está sendo humilhado, todos os outros também estão sendo atingidos, existe uma teia, e isso é o que me preocupa. Hoje a Ordem dos Advoga-dos está de costas para os advogados, não está inte-ressada em nós - denuncia, e acrescenta: “A experiên-cia me mostrou que mesmo o colega que está sentado do outro lado, porque na-quele momento ele é meu ex adversus, se ele izer o trabalho dele bem feito e eu izer o meu bem feito, a justiça vai ser feita, o juiz vai nos respeitar e tam-bém vai fazer a parte dele. Acho que isso está sendo esquecido. A Ordem existe pra isso, para atenuar para voltar-se ao advogado, ao tema advocacia, esse é o

trabalho dela”. FORTALECIMENTO

Carmen defende uma Or-dem dos Advogados forta-lecida, com condições de prestar um serviço institu-cional, como fez no pas-sado, com o Movimento Fome Zero, a campanha das “diretas já”, o “mensa-lão”, “movimento que vem lá de trás, quando a enti-dade federal peitou, exigiu providencias”. E continua: “Aqui no Rio temos uma questão em particular, que é o plano da CAARJ, com quase 40.000 inscritos, que a atual gestão resolveu pas-sar para a Unimed. Existe uma dúvida na OAB lu-minense: Foi vendido? Foi

doado? Foi arrendado? E quanto custou? Ninguém sabe o que aconteceu. A verdade é que a CAARJ está sucateada - airmou. “Sou candidata porque com a entrada da atual gestão, houve uma invasão política na Ordem. O advogado que quer fazer o seu trabalho e ganhar seu dinheiro, co-meçou a icar acanhado ao perceber que a Ordem foi icando distante, porque os interesses dele passaram a se voltar contra ele mesmo, o advogado está desres-peitado e humilhado, entra no Fórum, o escrevente já o trata mal. Isso não pode continuar”, concluiu Car-men Fontenelle.

Erbs Jr

Page 8: Edição nº 134

8 ►13 a 19 de Novembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

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21 2671-6611

Setor leiteiro entrega lista com reivindicações ao governoU

ma lista com 96 rei-vindicações do setor

leiteiro foi entregue no úl-timo dia 8, durante a Con-ferência Nacional do Leite, aos ministros da Agricultu-ra, Mendes Ribeiro Filho, e do Desenvolvimento Agrá-rio, Pepe Vargas. Há, no documento apresentado, propostas das mais diver-sas áreas de inluência no setor: questões sanitárias, comerciais e de infraestru-tura; incentivo a cursos de capacitação, assistências técnicas e pesquisas; faci-lidades de crédito; além de propostas legislativas e tri-butárias. Parte das propos-tas elaboradas pelo setor leiteiro visam à proteção do mercado lácteo brasilei-ro de produtos argentinos, uruguaios, europeus e ne-ozelandeses e ações com-pensatórias devido a custos ambientais.

Entre as propostas apre-sentadas está a sugestão de retirar das embalagens de leite o aviso de que o produto não deve ser usa-do para alimentar crianças menores de 1 ano de idade e de revisar a lei do descan-so dos caminhoneiros, de forma a diferenciar, nela, o

transporte de produtos lác-teos, por serem perecíveis. Ainda no campo de logís-tica, os produtores pedem uma política de incentivo ao uso de transportes fer-roviários e hidroviários e a subvenção ao frete para os insumos que compõem a ração concentrada.

O documento pede tam-bém a revisão e ampliação das políticas de apoio à co-mercialização, aquisição de alimentos e alimentação escolar e recursos inancei-ros para ajudar os muni-cípios a escoar produção,

melhorar o abastecimento, além de facilitar o acesso à energia elétrica e à inter-net banda larga. Os produ-tores de leite e derivados cobram do governo o uso dos créditos do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Finan-ciamento da Seguridade Social (PIS/Coins) no cus-teio e investimento em pro-gramas de capacitação de produtores e na moderni-zação do parque industrial e pedem também a criação de um fundo setorial espe-cíico, a renegociação de

dívidas e a isenção das ta-xas cartoriais aplicadas aos agricultores familiares.

Com 1,3 milhão de pro-dutores que movimentam R$ 50 bilhões por ano no país, o setor quer a ajuda do governo para melhor aproveitar seu potencial, por meio da promoção do associativismo e do coo-perativismo e para criar um programa nacional visando ao aumento da rentabilidade de pequenos produtores, com capacida-de de produção abaixo de 100 litros.

Banco de Imagens

Hortaliças, legumes e frutas sobem acima

da inlação

Os preços das hortali-ças, legumes e frutas

vendidos semanalmente nas feiras-livres, hortifrútis e supermercados de todo o país subiram em média 25,61%, entre novembro de 2011 e outubro deste ano – resultado 19,63 pon-tos percentuais acima da inlação média acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (IPC/FGV) para o mesmo período, que foi 5,97%. Os dados foram divulgados sexta--feira (9) pelo economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Segundo ele, entre os 27 produtos pesquisados, poucos apre-sentaram taxa de variação abaixo do IPC/FGV. As exceções foram a laranja--pera (menos 8,12%); e o mamão formosa, com que-da de 0,33%. No entanto, a cebola teve alta de 56,84%; o tomate, 54,62%, e o alho 42,68%, produtos mais usados no dia a dia da dona de casa.

A pesquisa constatou, ainda, que as despesas com hortaliças, legumes e frutas comprometem hoje cerca de 2% do orçamento fami-liar. Segundo Braz, a alta excessiva dos últimos doze

meses deve-se, principal-mente, a fatores climáticos. “Quando havia espaço para a queda dos preços de hor-taliças, frutas e legumes, aconteceram problemas climáticos que impediram que isso ocorresse, o que sustentou os preços em pa-tamares mais alto por um espaço maior de tempo”.

O economista disse que o consumidor não deverá conviver com preços me-lhores nos próximos meses uma vez que o país está prestes a entrar na estação mais quente do ano. “[O verão] é quando tradicio-nalmente se observa um aumento maior dos preços destes alimentos. Então, o consumidor só deverá per-ceber queda nos preços a partir de março, abril. Ou seja, no segundo trimestre de 2013, quando o clima deverá registrar temperatu-ras mais amenas que garan-tirão safras melhores”.

Banco de Imagens

Procura por crédito cresceu 17,2%no mês de outubro, aponta Serasa

Depois de um recuo em setembro, a pro-

cura por crédito cresceu 17,2% em todo o país em outubro em relação ao mês anterior, segundo o Indi-cador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito. Em setembro, houve recuo de 16,5%. No acumulado de janeiro a ou-tubro, a procura por crédito

registrou queda de 4,3%. No mês passado, houve au-mento da procura em todas as regiões pesquisadas. O maior índice foi registrado no Sudeste (26,8%), segui-do pelo Nordeste (16,2%).

Na análise por faixa de renda, os consumidores que mais buscaram crédi-to foram os que ganham entre R$ 1 mil e R$ 2 mil

por mês, com crescimento de 18,2%. A segunda maior alta ocorreu entre os que recebem de R$ 500 a R$ 1 mil (17,4%). Já o menor percentual de aumento foi na camada com renda aci-ma de R$ 10 mil (13%). No acumulado do ano, houve elevação na deman-da por crédito apenas entre os mais carentes com renda

mensal até R$ 500. Na avaliação dos econo-

mistas da Serasa Experian, o resultado de outubro re-lete o interesse do con-sumidor em ir às compras para aproveitar os preços reduzidos de bens que tive-ram estímulos iscais bem como a situação mais favo-rável com a queda de juros e da inadimplência.