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Edição nº 1 – Brasília, Março de 2017 Nesse complexo e desafiador cenário em que novas expressões (pós-verdade?) surgem na tentativa de definir aquilo que não parece caber em um dicionário, a correta comunicação das organizações ganha relevo e se constitui em ponto nevrálgico para o seu desenvolvimento e cumprimento de sua missão institucional. A palavra comunicação vem do latim comunicare que significa comum, dando ideia de tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. É nessa mais pura origem de sua compreensão que temos buscado trabalhar com a ideia de romper o isolamento e valorizar a construção coletiva. Primordial, nesse processo, é incorporar, de maneira profunda e intransponível, valores como integração, estratégia, motivação e satisfação. A partir da construção de ferramentas para uma comunicação que seja ética, eficaz e eficiente podemos incrementar a nossa produtividade, aumentar os nossos resultados, compartilhar os padrões éticos de nossa organização e prestar contas à sociedade. Com base nessas ideias apresento a vocês o novo boletim da 4a Câmara que possui, dentre vários objetivos, o de promover a integração da comunicação interna e externa possibilitando a divulgação das ações e valores do Ministério Público Federal. Mensalmente entregaremos, a toda a sociedade brasileira, um resumo das nossas ações que nada mais refletem nosso compromisso com a necessidade de dar concretude aos valores constitucionais. Espero que todos apreciem a leitura! Nívio de Freitas Silva Filho

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Page 1: Edição nº 1 – Brasília, Março de 2017 · produtiva para averiguar a utilização de carvão ilegal do Cerrado em siderúrgicas de Minas Gerais e ... de prevenção contra incêndio

Edição nº 1 – Brasília, Março de 2017

Nesse complexo e desafiador cenário em que novas expressões (pós-verdade?)surgem na tentativa de definir aquilo que não parece caber em um dicionário, a corretacomunicação das organizações ganha relevo e se constitui em ponto nevrálgico para oseu desenvolvimento e cumprimento de sua missão institucional.

A palavra comunicação vem do latim comunicare que significa comum, dando ideia detornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. É nessa maispura origem de sua compreensão que temos buscado trabalhar com a ideia de rompero isolamento e valorizar a construção coletiva.

Primordial, nesse processo, é incorporar, de maneira profunda e intransponível, valorescomo integração, estratégia, motivação e satisfação.

A partir da construção de ferramentas para uma comunicação que seja ética, eficaz eeficiente podemos incrementar a nossa produtividade, aumentar os nossos resultados,compartilhar os padrões éticos de nossa organização e prestar contas à sociedade.

Com base nessas ideias apresento a vocês o novo boletim da 4a Câmara que possui,dentre vários objetivos, o de promover a integração da comunicação interna e externapossibilitando a divulgação das ações e valores do Ministério Público Federal.

Mensalmente entregaremos, a toda a sociedade brasileira, um resumo das nossasações que nada mais refletem nosso compromisso com a necessidade de darconcretude aos valores constitucionais.

Espero que todos apreciem a leitura!

Nívio de Freitas Silva Filho

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Reuniões de trabalho orientam atuaçãoregionalizada e integrada

Em consonância com a diretriz de atuar de forma regionalizada e integrada, focandosuas ações nos polígonos que compreendem os diversos biomas e bacias hidrográficasdo País, a 4ª Câmara promoveu, em 2016, reuniões de trabalho para o debate dediferentes temas que resultaram na criação de quatro novos Grupos de Trabalho: MataAtlântica, Cerrado, Revitalização do Rio São Francisco e Semiárido Brasileiro.

(Foto: Leonardo/Secom/PGR)

O GT Mata Atlântica desenvolverá ações prioritárias de coordenação, como reuniões eseminários, nos estados com atuação específica nesse bioma brasileiro, visandoespecialmente a integração de atos com os ministérios públicos estaduais, comotambém trabalhará de forma integrada junto a órgãos competentes do Estado e atuaráfortemente em áreas de regeneração, aferindo a situação da Mata Atlântica,trabalhando para tal com informações georreferenciadas.

Uma das linhas de atuação do GT será no campo normativo, com a elaboração denotas técnicas para defender o posicionamento do MPF em dispositivos que ameacema preservação desse bioma.

O GT Cerrado terá a finalidade de definir estratégias de atuação em áreas deimportância para a biodiversidade, recursos hídricos, Unidades de Conservação,territórios de populações tradicionais e áreas de riscos com elevados índices dedesmatamento.

Entre as ações prioritárias eleitas pelo grupo estão: ações de investigação da cadeiaprodutiva para averiguar a utilização de carvão ilegal do Cerrado em siderúrgicas deMinas Gerais e a regularidade do licenciamento desses empreendimentos; diagnósticoda relação desmatamento legal versus ilegal, a fim de mostrar a fragilidade do marconormativo; a identificação de áreas preservadas em virtude da presença de populaçõestradicionais e a adoção de medidas de proteção e regularização desses territórios.

O GT Revitalização do Rio São Francisco acompanhará a implementação do “PlanoNovo Chico”, que prevê ações de revitalização até 2019. O GT também planejouatuações de apoio da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) e a responsabilização da

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Agência Nacional de Águas (ANA) por descumprimento de suas funções. Esclarecer apopulação e debater com órgãos públicos a questão da irrigação, por meio deaudiências públicas, além de identificar ocupações irregulares em Áreas dePreservação Permanente na bacia hidrográfica, são algumas das outras metas do GTpara 2017.

O foco do GT Semiárido Brasileiro será em ações que garantam o acesso doshabitantes à água de qualidade, como a preservação dos açudes; o combate deretirada irregular de água de rios e reservatórios, a identificação de alternativa de fontesde água potável e o acompanhamento de programas já implantados pelos governosestaduais e prefeituras municipais, entre outras.

(Foto: Leonardo/Secom/PGR)

Grupos de Trabalho revisam metas para 2017 Os coordenadores dos Grupos de Trabalho já existentes na 4ª CCR se reuniram em2016, com o coordenador da Câmara, Nívio de Freitas, o secretário-executivo, DanielAzeredo e demais membros, para debater propostas de atuação, definir prioridades etraçar metas para 2017.

O GT Agrotóxicos e Transgênicos investirá em ações para reduzir a utilização deagrotóxicos no Brasil, ações de fiscalização e monitoramento dos resíduos dos produtose do controle da contaminação das águas por agrotóxicos, entre outras. O GTaprofundará a atuação junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)para conferir maior transparência às decisões do órgão.

Licenciamento Ambiental é o tema prioritário do GT Intercameral GrandesEmpreendimentos (4ª e 6ª Câmaras e PFDC), com o acompanhamento e a elaboraçãode estratégias para barrar as tentativas legislativas de flexibilizar e acabar com olicenciamento, além da capacitação institucional e realização de debates sobre oassunto.

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(Foto: Leonardo/ Secom/PGR)

O GT Amazônia Legal elegeu como prioridade a continuidade do programa “CarneLegal”, que tem como objetivo reduzir o desmatamento e a incidência de trabalhoanálogo ao escravo na Amazônia, por meio da regularização socioambiental da cadeiaprodutiva da pecuária.

O foco da ação são a investigação de irregularidades da cadeia produtiva da pecuária,com ênfase nos frigoríficos que ainda não assinaram Termos de Ajustamento deConduta (TAC) com o MPF e o monitoramento do cumprimento dos TACs já assinados.Os membros também articularão estratégias para garantir que os órgãosgovernamentais deem a devida transparência às informações ambientais, entre outrasmetas e ações propostas.

O GT Pantanal voltará atenções à realização de seminário com a participação demembros do MPF, MP-MT, MP-MS, Ministérios Públicos da Bolívia e do Paraguai,especialistas e ONGs, tendo por objetivo debater os seguintes temas: (a) Lei Nacionaldo Pantanal e possível projeto substitutivo; (b) monitoramento de desmatamento naBacia do Alto Paraguai (BAP); (c) trabalhos coordenados para recuperação denascentes e áreas de preservação permanente na BAP; (d) transparência ambiental; (e)diretrizes internacionais para proteção ao Pantanal e audiências públicas para debaterparticularidades do bioma e traçar estratégias para a proteção da região.

A elaboração de roteiro de atuação será a meta do GT Área de PreservaçãoPermanente. O manual fornecerá diretrizes para a atuação dos membros naregularização fundiária das áreas de preservação permanente em área urbanaconsolidada, fomentando, especialmente, a atuação extrajudicial.

O GT Utilidade, Eficiência e Projetos terá como objetivo aprimorar a atuaçãoinstitucional nas questões relacionadas à eficiência da 4ª Câmara, no que diz respeito àfunção de coordenação, apresentando sugestões para aprimorar a interface com osórgãos do MPF, investirá no diagnóstico da atuação dos membros que atuam naspontas, para conhecimento das realidades regionais e aperfeiçoará a articulação com aCâmara, pensando em novos modelos de atuação.

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O GT Energia Nuclear e Materiais Radioativos elaborará nota técnica com o objetivo defornecer diretrizes para a atuação dos membros no licenciamento ambiental e notransporte relacionado a atividades que envolvem material radioativo.

A conclusão da Ação Coordenada Segurança de Barragens de Mineração é uma dasmetas do GT Mineração para 2017, que também investirá em ações para recuperar opassivo ambiental de empreendimentos minerários, incentivando a mineraçãosustentável. As ações ainda contemplam a melhoria da estrutura do DepartamentoNacional de Produção Mineral (DNPM) e o licenciamento ambiental de projetosminerários.

O GT Patrimônio Cultural elegeu como prioridades os seguintes pontos: uniformizaçãodos planos de prevenção contra incêndio e pânico em imóveis tombados; análise demedidas para evitar a fragilização do IPHAN na preservação do patrimônio culturalnacional e elaboração de projeto da atuação do MPF visando à ação na proteção desítios geológicos, paisagísticos e paleontológicos.

Além do planejamento para 2017, os membros propuseram indicadores paraacompanhamento e mensuração dos resultados das ações propostas.

Reuniões TemáticasTendo em vista a relevância dos temas no cenário nacional em 2016, outras trêsreuniões foram realizadas, porém com um enfoque participativo da sociedade einstituições afins, nos moldes de um seminário, abordando os seguintes assuntos: a)espécies de fauna ameaçadas de extinção; b) mineração e organismos geneticamentemodificados (transgênicos).

Espécies de Fauna Ameaçadas de Extinção

(Imagem: Terra Brasilis/UFT/Aquasis)

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Objetivando o diagnóstico e a realização de debates sobre proteção à fauna emUnidades de Conservação, foi realizada reunião de trabalho, no dia 25 de outubro, naPGR, com o apoio da Fundação Grupo Boticário.

O evento foi presidido pelo coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas e contou com aparticipação dos membros titulares da Câmara, Mario Gisi e Darcy Santana Vitobello,do secretário-executivo da 4ª CCR, Daniel Azeredo, de membros do MPF com atuaçãona temática ambiental e de pesquisadores de universidades, representantes do MMA edo ICMBio.

Durante todo o dia, os especialistas debateram e analisaram a importância demecanismos que garantam a sobrevivência de quatro espécies dos biomas brasileiros:periquito-de-cara-suja, soldadinho-do-araripe, pato-mergulhão e pica-pau-do-parnaíba.Os participantes receberam informações sobre a atual situação dos habitats esugestões de ações que possam garantir a sobrevivência das espécies.

Entre as práticas sugeridas para a preservação das espécies, os participantes doevento concordaram que há necessidade do combate ao tráfico de aves e a criação emanutenção de Unidades de Conservação. Os pesquisadores ressaltaram ainda anecessidade de políticas públicas e áreas protegidas para a proteção das aves.

A Segurança das Barragens de Mineração e oAcompanhamento do MPF

(Foto: Leonardo Prado/Secom/PGR)

A reunião de trabalho sobre o tema mineração, realizada no dia 4 de novembro de2016, na PGR, contou com a presença do ministro de Estado do Meio Ambiente, JoséSarney Filho e teve o objetivo de apresentar os resultados parciais da Ação CoordenadaSegurança de Barragens de Mineração, bem como debater temas prioritários eestratégias de atuação que visam a evitar novas tragédias como a ocorrida na barragemdo Fundão, em Mariana/MG.

O evento foi presidido pelo Coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas e asexposições foram realizadas pelo coordenador do GT Mineração, o procurador daRepública, Darlan Dias, que apresentou os resultados parciais da Ação Coordenada epelo coordenador da Força-Tarefa, o procurador da República, José Adércio LeiteSampaio.

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Durante a reunião foi apresentado um balanço da atuação da Força-Tarefa Rio Doce,que reúne procuradores da República do MPF que investigaram o acidente em Mariana,com a apresentação das principais medidas adotadas após o desastre.

Como um dos resultados da atuação da Força-Tarefa Rio Doce, foram denunciados àJustiça 21 pessoas acusadas por homicídio qualificado com dolo eventual e outros trêsprevistos pelo Código Penal, assim como denunciados pelos crimes de inundação,desabamento e lesões corporais graves, além de crimes ambientais atribuídos àsempresas Samarco, Vale do Rio Doce e BHP Billiton.

O Cenário da Pesquisa Científica comTransgênicos

(Foto: Antônio Augusto/Secom/PGR)

Com o objetivo de analisar o cenário atual da pesquisa científica com organismosgeneticamente modificados (OGM) e traçar a estratégia que norteará a atuação do MPFnos próximos anos, no enfrentamento das possíveis consequências do uso e dacomercialização de transgênicos no País, foi realizada no dia 30 de novembro, noauditório do Conselho Superior do MPF, a reunião de trabalho “O cenário da pesquisacientífica com transgênicos: prós e contras”.

Reunindo os maiores especialistas do Brasil no assunto, o debate aprofundou nospossíveis riscos e benefícios trazidos pelos transgênicos ou organismos geneticamentemodificados (OGM), organismos em que foram introduzidos material genético de outroorganismo, por meio de técnicas da engenharia genética.

“Ao longo dos últimos anos novas pesquisas foram desenvolvidos na área, revelandoinformações sobre os organismos geneticamente modificados. Temos que conhecer eanalisar o atual cenário do conhecimento produzido na área, para podermos nosposicionar e atuarmos coerentemente, cumprindo o papel do MPF de zelar por um meioambiente equilibrado”, observa o coordenador da Câmara de Meio Ambiente ePatrimônio Cultural, subprocurador-geral da República Nívio de Freitas.

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Câmara articula reuniões com ministro do MeioAmbiente

(Foto: João Américo/Secom/PGR)

Em 23 de junho, o coordenador da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF,Nívio de Freitas Silva Filho, o procurador da República Antônio Arthur Barros Mendes, oprocurador da República e coordenador do GT Mineração, Darlan Dias e o secretário-executivo da 4ª CCR, o procurador da República Daniel Azeredo, se reuniram com oministro do Meio Ambiente Sarney Filho, para tratar do novo código de mineração, queestabelece regras para o setor de produção mineral do país. Também participaram dareunião a presidente do Ibama, Suely Araújo, o então presidente do ICMBio, RômuloMello e o secretário de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas.

Entre os pontos pautados, a Câmara defendeu o estabelecimento de políticas públicaspara a prevenção e recuperação de passivos ambientais, sugerindo a criação de umfundo nacional para a recuperação dos passivos de mineração.

Além disso, a Câmara pediu a garantia de assento no Conselho Nacional de PolíticaMineral para representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e das Cidades, bemcomo a manutenção das Unidades de Conservação de proteção integral, das terrasindígenas e outros territórios especialmente protegidos, como áreas livres demineração, entre outras sugestões. A preocupação foi acolhida pelo ministro Sarney,que pretende construir um diálogo em torno do assunto com o relator da matéria,deputado federal Laudívio Carvalho (PMDB/MG).

Os representantes da 4ª CCR também apresentaram ao ministro preocupações com aBacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que vem enfrentando uma grave crise hídricanos últimos anos, propondo a articulação de medidas para preservação do rio e seusafluentes e ações de revitalização da bacia.

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Em 2 de julho, o coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas, o subprocurador-geral daRepública Mário Gisi, o secretário-executivo da 4ª Câmara, Daniel Azeredo, e membrosdo GT Mineração reuniram-se com o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, e com orelator do novo código de mineração, o deputado federal Laudívio Carvalho (SD/MG)para apresentar sugestões de pontos que o MPF considera prioritários no projeto.

Em trâmite no Congresso Nacional, o projeto estabelece regras para o setor deprodução mineral do país. Os procuradores da República em Santa Catarina, DarlanDias, e em Minas Gerais, Antônio Arthur Barros Mendes, levaram ao relator osargumentos que estão reunidos em nota técnica enviada ao Congresso Nacional. Paraos integrantes do GT, um texto bem construído beneficia o meio ambiente e garantesegurança jurídica ao empreendedor. A interlocução foi facilitada pelo ministro do MeioAmbiente, que já havia garantido aos procuradores, em visita anterior do MPF, queabriria um diálogo em torno do assunto com o relator da matéria.

(Imagem: 4ª CCR)

No dia 2 de agosto, ocorreu a reunião para discutir o texto da Lei Geral deLicenciamento. A ideia do governo era propor ajustes para o substitutivo apresentado aoProjeto de Lei nº 3.729/2004 na Comissão de Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável da Câmara dos Deputados (CMADS).

Participaram da reunião com o ministro do Meio Ambiente, o coordenador substituto da4ª Câmara, Mario Gisi; o secretário-executivo da 4ª Câmara, Daniel Azeredo; arepresentante do GT Intercameral Grandes Empreendimentos Márcia BrandãoZollinger; a presidente do Ibama, Sueli Araújo e a coordenadora geral de AssuntosJurídicos do MMA, Gerlena Siqueira.

Entre as preocupações, o MPF destacou a necessidade de debate do tema com asociedade civil, para buscar novas percepções e opiniões sobre o assunto,principalmente, os impactados por empreendimentos e atividades.

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Segundo o ministro, o projeto está sendo debatido com várias ONGs e entidades dasociedade civil ligadas ao tema, e as sugestões do MPF serão analisadas e podem sercontempladas no texto a ser proposto. Também foram abordados assuntos como atransparência no Cadastro Ambiental Rural e o desmatamento na Amazônia.

Em 6 de outubro, o coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas; o membro titular MarioGisi e o secretário-executivo da 4ª Câmara, Daniel Azeredo, participaram de reuniãocom o ministro do Meio Ambiente, ocasião em que tiveram a oportunidade de entregarnota técnica com sugestões de modificações, supressões e inclusão de textos aosubstitutivo apresentado pelo Executivo ao Projeto de Lei 3.729/04, que institui a LeiGeral do Licenciamento Ambiental. A análise foi feita por membros do GT IntercameralGrandes Empreendimentos.

Entre os principais prontos críticos, a nota destaca a falta de diálogo com a sociedade,a fixação de prazos escassos e o caráter meramente consultivo das autoridadesenvolvidas, possibilitando a aprovação dos licenciamentos sem a manifestação (ou comparecer contrário) de outros órgãos envolvidos no processo, especialmente o Institutodo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Fundação Nacional do Índio(Funai), a Fundação Palmares, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e o InstitutoChico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), bem como seusequivalentes em âmbito estadual, além da discricionariedade das autoridadeslicenciadoras em relação a aspectos relevantes do licenciamento ambiental.

Entre outros assuntos tratados, externou-se a preocupação com a possível alteraçãodos limites da Floresta Nacional do Jamanxim, no Município de Novo Progresso, noEstado do Pará, sobre a qual a 4ª Câmara entende haver equívocos no modelo queestá sendo construído pelo ICMBio. A conservação do Parque Nacional da Serra daCanastra, em Minas Gerais foi, igualmente, examinada no encontro.

Na oportunidade, foram entregues a Nota Técnica sobre o Projeto de Lei quedescaracteriza o atual processo de licenciamento ambiental e a Recomendaçãoassinada pelo GT Amazônia Legal, ao Serviço Florestal Brasileiro (SBF) e ao Ministériodo Meio Ambiente (MMA), para que promovam a adequada implantação para atransparência das informações ambientais que gerenciam no Cadastro Ambiental Rural(CAR), devendo as informações estarem acessíveis pela internet, constando, entre

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outras informações, o nome dos proprietários, localização, área total do imóvel, áreasde remanescentes de vegetação nativa.

Ainda, o ministro foi convidado para a audiência pública referente à usina hidrelétricaBelo Monte, realizada no Estado Pará e para a reunião de trabalho sobre os resultadosda Ação Coordenada Segurança de Barragens de Mineração, realizada em novembro,na PGR, em Brasília.

(Imagem: Istock)

BNDES: Fundo Amazônia – Evolução, Desafios ePerspectivas

No dia 7 de outubro de 2016, o coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas, e osecretário-executivo da 4ª Câmara, Daniel Azeredo, participaram de reunião com anova presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, sobre o Fundo Amazônia doBNDES, que funciona como um mecanismo de captação de recursos com o objetivo deangariar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção ecombate ao desmatamento, bem como de promoção da conservação e do usosustentável da Amazônia Legal, nos termos do Decreto nº 6.527/2008.

Durante a reunião, sugestões elaboradas pela 4ª Câmara foram discutidas com oBNDES e órgãos com atuação ambiental. Entre as agendas destacadas pela 4ª Câmaraestá a criação de assentamentos agrários sustentáveis e a certificação de produtos daregião amazônica. Para o MPF, há necessidade de um projeto amplo para forneceridentificação de origem à produção da região, possibilitando o reconhecimento deprodutos ilegais no mercado.

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DNPM: Melhorias no controle das barragens demineração

Segurança de barragens e as medidas que o Departamento Nacional de ProduçãoMineral (DNPM) está tomando para evitar acidentes envolvendo empreendimentos demineração foram os temas de reunião realizada, no dia 21 de setembro de 2016, entrea 4ª Câmara e aquele Departamento.

Durante a reunião, o DNPM apresentou ao MPF o esboço de um novo sistemainformatizado e público de controle de segurança de barragens, o qual a 4ª Câmaraavalia que pode tornar mais eficiente o monitoramento exigido pela legislação.

O órgão também informou que tem disponibilizado as informações solicitadas pelosprocuradores da República sobre a situação das barragens de mineração em todo oPaís. Os dados se referem à Ação Coordenada Segurança de Barragens deMineração, desencadeada pelo GT Mineração.

Participaram da reunião o coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas; o secretário-executivo, Daniel Azeredo; o diretor-geral do DNPM, Victor Froner Bicca; o diretor doDepartamento de Transformação e Tecnologia Mineral, José Luiz Amarante Araújo e oprocurador-geral do DNPM Frederico Machado.

ANP: Proibição da exploração de gás de xisto emlicitações

Desde 2013 a 4 Câmara acompanha as concessões de áreas para a exploração dehidrocarbonetos em reservatórios não convencionais por meio da técnica defraturamento hidráulico (fracking). Nesse sentido, emitiu duas recomendações arespeito e reuniu, em 2015, membros do MPF, representantes do governo eespecialistas da área, em seminário para debater as características técnicas, riscos aomeio ambiente e impactos associados à exploração e produção do gás de xisto,contaminação das águas subterrâneas e superficiais e os aspectos jurídicos eeconômicos da exploração do gás.

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Como resultado da articulação e das ações coordenadas da Câmara, em 2016, emreunião realizada no dia 4 de outubro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustível (ANP) comunicou ao MPF que decidiu proibir a utilização da técnica defraturamento hidráulico para produção de hidrocarbonetos em reservatório nãoconvencional.

Participaram da reunião o procurador-geral da ANP, Tiago do Monte Macedo; ocoordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas e o secretário-executivo da 4ª Câmara,Daniel Azeredo.

A proibição já está prevista nas condições de licitação das etapas preparatórias para a4ª Rodada de Acumulações Marginais, que tem por objeto a oferta de contratos deconcessão para o exercício de atividades de reabilitação e produção de petróleo e gásnatural em áreas com acumulações marginais.

Na ocasião, o procurador-geral da ANP esclareceu que a precaução será adotada emtodas as próximas rodadas, indefinidamente, enquanto o tema fraturamento hidráulicopara produção de hidrocarbonetos em reservatório não convencional ainda estivercercado de controvérsias e incertezas e alvo de questionamentos pelos órgãos decontrole.

Diálogos sobre Pecuária Sustentável

(Foto: Ascom/MT)

O Grupo Carrefour promoveu, no dia 25 de agosto de 2016, o evento “Diálogos sobrePecuária Sustentável”, em parceria com o Governo do Estado do Mato Grosso, com aparticipação do MPF e de representantes de entidades e empresas do setor dapecuária bovina.

Na oportunidade, o Grupo Carrefour anunciou que não comprará mais carne bovinaproveniente de desmatamento e de violações socioambientais. Tal iniciativa, umdesdobramento do Projeto Carne Legal de iniciativa do GT Amazônia Legal da 4ªCâmara, reforça o acordo firmado em 2009 entre produtores de gado da Amazônia e ostrês maiores frigoríficos do Brasil – JBS, Marfrig e Minerva – e o MPF.

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O evento contou com a presença do idealizador do acordo assinado em 2009, osecretário-executivo da 4ª Câmara, Daniel Azeredo. Participaram o governador doestado de Mato Grosso, Pedro Taques, o diretor-geral adjunto do Grupo Carrefour,Jérôme Bédier, e o CEO do Grupo Carrefour Brasil, Charles Desmartis.

Participação no 1º Encontro do Comitê da BaciaHidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF)

(Fotos: Ascom MPF/Bahia)

Com o objetivo de alinhar estratégias de trabalho, visando à preservação ambiental nabacia hidrográfica do rio São Francisco e afluentes, membros do MPF e integrantes doComitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco realizaram nos dias 8 e 9 de agostona sede do MPF/BA, evento inédito para debater o desenvolvimento de ações naregião.

O encontro enfatizou a necessidade do desenvolvimento de uma gestão compartilhadacomo uma das condições para a implantação de medidas de preservação da baciahidrográfica do rio São Francisco e contou com a participação do coordenador da 4ªCâmara, Nívio de Freitas, da Drª Sandra Cureau, membro titular da 4ª Câmara e dosecretário-executivo da 4ª Câmara Daniel Azeredo, além de representantes da AgênciaNacional de Águas (ANA), Associação Executiva de Apoio à Gestão das BaciasHidrográficas Peixe Vivo (AGB Peixe Vivo), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio SãoFrancisco (CBHSF), Ministério Público do Estado da Bahia/Núcleo de Defesa da Baciado São Francisco (NUSF), Ministério Público Federal (MPF), Tribunal de Contas daUnião (TCU), Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado dePernambuco (SEMAS/PE).

No segundo dia do Encontro, o secretário-executivo da 4ª Câmara, Daniel Azeredo,apresentou a experiência de fiscalização e controle ambiental implantada na regiãoamazônica, com base principalmente no uso de tecnologias de imagem via satélite.Como um dos resultados do Encontro, foi proposta a criação de Grupo de Trabalho noâmbito da 4ª Câmara para construir estratégias para a preservação ambiental da baciado rio São Francisco.

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Representação para ADI -Pulverização deSubstâncias Químicas por Aeronaves

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ajuizou Ação Direta deInconstitucionalidade (ADI 5.592) contra lei que autoriza a pulverização de substânciasquímicas por aeronaves para conter doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. Aação atendeu às proposituras da 4ª Câmara.

Por meio de estudo realizado pelo GT Agrotóxicos e Transgênicos, a Câmara destacouque a lei ofende o princípio constitucional do meio ambiente ecologicamente equilibrado,além de trazer riscos à saúde humana. A Lei 13.301/2016 dispõe sobre a adoção demedidas de vigilância em saúde diante de situações de iminente perigo à saúde públicapela presença do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chicungunha e dazika. A ação volta-se contra o trecho da legislação que afirma ser fundamental apulverização de produtos químicos para conter os mosquitos (art. 1º, § 3º).

Por haver perigo de danos imediatos aos ecossistemas e risco de intoxicação humana,há o pedido de concessão de medida cautelar. Segundo proposição, acatada na ADI, amedida não é comprovadamente eficiente e pode causar intoxicação. Após a dispersãoquímica, as substâncias acabam atingindo residências, escolas, creches, hospitais,clubes, feiras, comércio de rua, ambientes naturais, meios aquáticos como lagos, lagoase centrais de fornecimento de água para consumo humano.

Recomendação referente à visibilidade doCadastro Ambiental Rural (CAR)

Por intermédio da 4ª Câmara, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) atendeu àRecomendação referente à visibilidade do Cadastro Ambiental Rural (CAR) ao cidadão.O ministro do Meio ambiente, José Sarney Filho, anunciou no dia 29 de novembro de2016, a divulgação de dados públicos do cadastramento ambiental dos imóveis ruraisde todo o País.

Em outubro de 2016, o coordenador da 4ª Câmara, Nívio de Freitas, havia entregue aRecomendação elaborada pelo GT Amazônia Legal, ao ministro Sarney Filho. O CAR éum registro eletrônico, disponível na página eletrônica do Ministério do Meio Ambiente,que visa a informar ao cidadão a respeito dos imóveis rurais, dados estratégicos paracontrole, monitoramento e combate ao desmatamento de florestas e demais vegetaçãonativa do Brasil.

Audiências Públicas em busca de uma atuaçãoconjunta e coordenada

O ano de 2016 também foi marcado pela realização de audiências públicas, quebuscaram, junto com a sociedade, alternativas de solução e estratégias de atuaçãoinstitucional nos mais diferentes temas de meio ambiente e patrimônio cultural. Umainovação, foi o chamado do MPF à sociedade, na configuração de uma campanha demobilização nacional com a replicação desse instrumento de realização de audiênciaspúblicas em várias unidades do MPF.

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Dois temas tiveram destaque: o primeiro tratou das várias propostas de mudançasnormativas no licenciamento ambiental, entre elas a PEC 65/2012 e o segundo dasalterações no modelo de gestão das praias urbanas, no âmbito do Projeto da 4ª CCR –MPF pelo Gerenciamento Costeiro (MPF-Gerco), gerenciado pela procuradora regionalda República, Gisele Porto.

Audiências Públicas em defesa do LicenciamentoAmbiental

(Foto: Site do MP/Pará)

A aprovação em definitivo da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 65/2012 doSenado Federal, que descaracterizava e retirava a obrigação de realização dolicenciamento ambiental e impedia o controle posterior sobre o cumprimento dasobrigações socioambientais pelo empreendedor, impeliu a 4ª Câmara a realizaresforços para que a PEC não fosse aprovada no Senado Federal, mobilizando os seusrepresentantes nos estados no sentido de participarem da ação “Semana Nacional deMobilização em Defesa do Licenciamento Ambiental”.

A ação consistiu na realização, em todo o País, de 14 audiências públicas em parceriacom os Ministérios Públicos estaduais e demais agentes locais, com o objetivo depromover ampla publicidade ao tema, alertar para os riscos que as alterações trarãopara o meio ambiente e as coletividades locais, se aprovadas, e reunir os subsídiosnecessários à atuação institucional, conforme a peculiaridade de cada localidade.

Como atividade integrante da Semana de Mobilização, foi realizado no dia 16 de maio,o “tuitaço” com a hastag #PEC65Não, o qual deu visibilidade do tema à sociedade,possibilitando o conhecimento do que se tratava e de como essa proposta, seaprovada, poderia prejudicar o meio ambiente e as populações locais. O assuntochegou a ser o segundo mais comentado no Twitter no Brasil e ocupou o 6º lugar nosassuntos mais comentados na rede global do microblog.

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Audiências Públicas sobre o GerenciamentoCosteiro

(Foto: João Américo/Secom/PGR)

A audiência pública sobre a Lei nº 13.240/2015, que transfere a gestão das praias daUnião para os municípios, foi realizada no dia 24 de junho de 2016 na PGR, como aprimeira de um ciclo de audiências públicas sobre o gerenciamento costeiro.

O objetivo da audiência foi conhecer e debater a viabilidade e as condições de gestãodas praias, considerando os aspectos jurídicos, técnicos e de gestão participativa.

A audiência buscou esclarecer pontos relacionados à futura implementação da norma,entre eles, a garantia de que os espaços costeiros serão usados conforme suaclassificação, o papel a ser desempenhado pelos três entes da Federação, uso eocupação das praias, inclusive ambulantes e quiosques, e a importância do conteúdo aser estabelecido no termo de adesão, exigência da Lei nº 13.240/2015 para resguardarinteresses sociais e princípios gerais do direito ambiental que regem o uso e ocupaçãodos espaços costeiros.

As discussões e apresentações sobre o tema multiplicaram-se com a realização dequatro audiências públicas realizadas no Estado da Bahia, Rio Grande do Norte, SantaCatarina e São Paulo.

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4ª Câmara garante a realização da FPI - SãoFrancisco na Tríplice Divisa

Realizada em novembro e dezembro de 2016, a Fiscalização Preventiva Integrada doRio São Francisco contou com o apoio da 4ª Câmara, garantindo a participação do MPFna ação conjunta.

Reza a lenda que elas tinham o poder de afugentar o mau-olhado, de afastar o azar napescaria, de proteger os navegadores que passavam por aquelas águas… As carrancas,que no século passado eram fixadas na proa das embarcações, até hoje fazem parte dahistória do Velho Chico e é por isso que o seu nome foi dado aos mais de 400profissionais que estão participando da Fiscalização Preventiva Integrada do SãoFrancisco da Tríplice Divisa (FPI), que envolve os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe.São promotores de Justiça, procuradores da República e técnicos de 56 instituições eentidades que decidiram formar uma grande força-tarefa na tentativa de salvar o rioconsiderado da integração nacional. A FPI também tem a missão de cuidar da saúde eda segurança do trabalho dos ribeirinhos e dos patrimônios natural e cultural dosmunicípios que integram a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Nesta primeira FPI conjunta, os trabalhos foram coordenados pelas unidades doMinistério Público Estadual e Federal de Alagoas, Bahia e Sergipe e pelo Comitê deBacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). Na metodologia de trabalho, cadaestado, claro, estuda quais são os tipos de degradação ambiental mais comuns na suaregião e, a partir daí, aponta os alvos que serão fiscalizados.

“A FPI começou lá atrás, em 2004, na Bahia, após a Promotoria de Meio Ambientecomprovar os danos desastrosos que estavam contribuindo para a morte do rio egerando um prejuízo gigantesco à saúde dos moradores que residem às margens doVelho Chico e nos municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica. Inspirado nessemesmo projeto, o Ministério Público Estadual de Alagoas resolveu também implantaruma FPI em 2014 e, neste mês de novembro, chegamos à 6ª etapa. Agora, Sergipe sejunta a nós. Estamos todos irmanados no propósito de salvaguardar o São Francisco, oseu ecossistema e a vida de todas aquelas pessoas que, de uma forma ou de outra,dependem daquele curso d'água”, explicou a promotora de Justiça Lavínia Fragoso,coordenadora da FPI Alagoas.

“A união de tantos órgãos e entidades representa uma ótima oportunidade para quepossamos ampliar a potencialidade de atuação na defesa da sociedade, do meioambiente e da saúde pública. Então, a mensagem que queremos passar é que a FPI doSão Francisco se apresenta como um programa continuado e permanente, que visa,especialmente, preservar os recursos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.Nossa missão é permanecer diagnosticando os estragos ambientais causados contra omanancial e sua população, adotando as medidas preventivas e de responsabilizaçãodos agentes causadores de todos esses males”, declarou Luciana Khoury, coordenadorada FPI Bahia.

As etapas

Toda nova etapa da FPI começa a ser planejada com pelo menos quatro meses deantecedência. Inicialmente, os coordenadores da Fiscalização e de cada uma dasequipes discute quais cidades deverão ser visitadas e como as ações in locu serãopostas em práticas. Na sequência, é feito o levantamento dos alvos, na busca peloendereço correto de todos eles. Em seguida, com o georreferenciamento feito, a FPI caiem campo, com sua última atividade sendo uma audiência pública com autoridades emoradores dos municípios fiscalizados. Por último, os documentos relativos asirregularidades encontradas são encaminhados a cada órgão competente para a adoçãodas devidas providências. Ao Ministério Público Estadual, por exemplo, fica a atribuição

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de formalizar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) e fazer a propositura de açõescivis públicas e penais contra prefeituras, gestores, empresas e pessoas que foremflagradas no cometimento de crimes ambientais.

FPI Alagoas

Em Alagoas, a Fiscalização Preventiva Integrada contou com o envolvimento de 22instituições e entidades, todas com atribuição na esfera ambiental. Sua coordenação ficapor conta dos promotores de Justiça Lavínia Fragoso e Alberto Fonseca, que integram oNúcleo de Proteção ao Meio Ambiente do MPE/AL. E, em terras caetés, compõem a FPIo Ministério Público Estadual de Alagoas, o CBHSF), o Ministério Público Federal (MPF),o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuáriade Alagoas (Adeal), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos(Semarh), a Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas (Sefaz), a Secretaria deEstado da Saúde de Alagoas (Sesau), a Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca eAquicultura, a Polícia Militar de Alagoas e o Conselho Regional de Engenharia eAgronomia de Alagoas (CREA).

Também fazem parte o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis (Ibama), o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), a PolíciaRodoviária Federal (PRF), a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), o Institutodo Meio Ambiente (IMA), a Marinha do Brasil, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa),a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Instituto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional (Iphan) e o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Alagoas.

E, ao todo, foram 10 equipes indo às ruas todos dias: resíduos sólidos, extração minerale postos de combustíveis; produtos em uso de origem animal e vegetal; saneamentobásico, abastecimento de água e esgotamento sanitário; ocupação irregular às margensdo São Francisco e produtos perigosos; aquática; centros de saúde; fauna; flora;educação ambiental e a equipe base.

“A fauna é o grupo criado mais recentemente. Resolvemos ter uma equipeexclusivamente com esse foco porque percebemos que um dos maiores problemasenfrentados na Bacia Hidrográfica é o crime de supressão vegetal, que atinge,especialmente, as Áreas de Preservação Permanente, as matas ciliares e as nascentes.E o fim dessa vegetação leva a consequências graves, como o assoreamento do RioSão Francisco”, alertou Alberto Fonseca.

Cinquenta e um municípios integram a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco emAlagoas e, nesta etapa, sete foram alvos da FPI no estado.

FPI Bahia

Na Bahia, estado pioneiro nessa força-tarefa, os 30 órgãos envolvidos são o MinistérioPúblico Estadual, o Ministério Público Federal na Bahia, o Ministério Público doTrabalho, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), o Conselho Regional deEngenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), o Departamento Nacional de ProduçãoMineral, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambientee dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto do Meio Ambiente e RecursosHídricos (Inema), as Polícias Civil e Militar, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal,Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) Secretaria daFazenda (Sefaz), Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Saúdedo Estado da Bahia (Sesab), por meio daVigilância Sanitária e Ambiental (Divisa),Secretaria de Segurança Pública (SSP), Superintendência Regional do Trabalho eEmprego na Bahia (SRTE-BA), Superintendência da Pesca e Aquicultura no Estado daBahia (SFPA/BA) e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHRSF).

A Fiscalização Integrada conta ainda com o Conselho Regional de Medicina Veterinária(CRMV), o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), o Núcleo deDefesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (NUDEPHAC), a Superintendênciado Patrimônio da União na Bahia (SPU/BA), o Instituto Nacional de Colonização e

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Reforma Agrária (Incra), a Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), aFundação Nacional do Índio (Funai), e a Associação dos Geógrafos da Bahia e aMarinha do Brasil.

Em sua 39º etapa, a força-tarefa no estado baiano envolveu equipes de saneamentoambiental; gestão ambiental municipal; patrimônio cultural; patrimônio espeleológico earqueológico; combate aos impactos dos agrotóxicos; psicultura; fauna; rural;mineração/cerâmica; além das equipes aquáticas de loteamentos e de comunidadestradicionais.

Durante 15 dias, 11 cidades serão fiscalizadas.

FPI Sergipe

Sergipe realizou a sua segunda etapa da FPI do São Francisco, porém foi a primeira degrande porte, já que dessa vez contou com 12 equipes em campo: saneamento(resíduos sólidos/esgotamento sanitário/ abastecimento de água) mineração e cerâmica;fauna; flora; espeleologia; aquática; abate clandestino; patrimônio cultural; comunidadestradicionais; gestão ambiental; agrotóxicos; e apoio e inteligência.

Além do MP Estadual e do MPF, a FPI em Sergipe teve a participação de 32 entidades,entre elas órgãos federais e estaduais, e instituições da sociedade civil: MinistérioPúblico do Trabalho – MPT, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco –CBHSF, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –IBAMA , Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH,Administração Estadual do Meio Ambiente – ADEMA, Pelotão de Polícia Ambiental(Ppamb) da PMSE, Superintendência Federal de Agricultura em Sergipe SFA/SE,Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe – EMDAGRO, FundaçãoNacional de Saúde – FUNASA, Divisão de Vigilância Sanitária do Estado de Sergipe –DIVISA/SE, Polícia Rodoviária Federal em Sergipe – PRF/SE, Batalhão de PolíciaRodoviária (BPRv) da PMSE, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego emSergipe – SRTE/SE, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe -CREA/SE, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN, Secretaria deEstado da Cultura – SECULT, Universidade Federal de Sergipe – UFS, Capitania dosPortos de Sergipe, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio,Secretaria de Patrimônio da União – SPU, Polícia Federal, Secretaria de SegurançaPública de Sergipe, Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, ONG Centroda Terra, Grupamento Tático Aéreo da PMSE, Fundação Cultural Palmares, Secretariade Meio Ambiente do Município de Aracaju – SEMA, Corpo de Bombeiros Militar deSergipe, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, VigilânciaSanitária de Sergipe, Secretaria Federal de Agricultura e Museu de Arqueologia deXingó (MAX).

"Esperamos que a FPI inaugure um novo modelo de relacionamento entre as instituiçõesfiscalizadoras federais e estaduais em Sergipe, fundado na cooperação, com vistas àmelhora das condições ambientais do Rio São Francisco e das condições sociais daspopulações que dele dependem”, ressaltou a procuradora da República do MPF/SE,Lívia Tinôco, uma das coordenadoras da FPI de Sergipe.

Para a promotora de Justiça do MP Estadual, Allana Rachel Monteiro, que tambémcoordenará a PFI em terras sergipanas, “a expectativa é contribuir para melhorar asaúde da Bacia no Baixo São Francisco e a qualidade de vida do seu povo, resgatando,inclusive, seu patrimônio cultural”.

Ao todo, 10 cidades foram visitadas em Sergipe.

O São Francisco

O Rio São Francisco é um dos mais importantes cursos d'água do Brasil e um dosmaiores da América do Sul. É um manancial que passa por cinco estados e 521municípios, tendo sua nascente geográfica localizada na cidade de Medeiros, e suanascente histórica na serra da Canastra, em São Roque de Minas, ambas cidades

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situadas no Centro-Oeste de Minas Gerais. Seu percurso atravessa o estado da Bahia,passa por Pernambuco, segue por Alagoas e termina na divisa ao norte de Sergipe,onde acaba por desaguar no Oceano Atlântico.

O Velho Chico possui área de aproximadamente 641.000km², com 2.863km deextensão. Atualmente suas águas servem para abastecimento e consumo humano,turismo, pesca e navegação.

Ao longo dos anos, vítima da degradação ambiental do homem e da exploração dasusinas hidrelétricas, o Rio São Francisco tem pedido socorro. Desmatamento praticadopara dar lugar às monoculturas e carvoarias que comprometem o próprio São Franciscoe seus afluentes, provocando o fenômeno do assoreamento; poluição urbana, industrial,minerária e agrícola; irrigação, que além dos agrotóxicos, consome água demais, muitasvez furtada, haja vista que é captada sem a devida outorga por parte da AgênciaNacional de Águas; barragens e hidrelétricas que expulsam comunidades inteiras e queimpedem os ciclos naturais do rio; e o aumento da pobreza e o abandono da populaçãoribeirinha, que mais sofre com as consequências de todos esses abusos são osprincipais problemas diagnosticados no Velho Chico.

E para agravar ainda mais a situação, no início deste mês, a Resolução nº 1.283/2016,da Agência Nacional de Águas (ANA), autorizou a redução da vazão das águas do VelhoChico para 700m³/s até 31 de janeiro de 2017 nas barragens de Sobradinho e Xingó.Este piso é o menor já adotado para os dois reservatórios. Tal redução da defluênciamínima foi solicitada pelo setor elétrico, que consome, consideravelmente, as águas dorio.

“O Comitê tem na FPI uma de suas principais frentes de ação. Tanto assim, que é omaior financiador desse projeto, cujo bom desempenho levou o CBHSF a duplicar ovalor desse apoio”, declarou Anivaldo Miranda, presidente da instituição.

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Senado: Projeto de lei que transfere análise deregistro de agrotóxicos

A 4ª Câmara apresentou os argumentos contrários à proposta do Projeto de Lei nº209/2013 em reunião realizada com o relator do PL, Senador Humberto Costa (PT/CE),no dia 19 de setembro de 2016.

O PL propõe a transferência da análise do processo de registro de agrotóxicos dosMinistérios do Meio Ambiente e da Saúde para o Ministério da Agricultura Pecuária eAbastecimento (MAPA). Essa transferência é considerada pela 4ª Câmara umretrocesso à atual forma de se avaliar, registrar e controlar produtos agrotóxicos, alémde colocar em risco a segurança alimentar e a proteção ao meio ambiente.

Participaram do encontro com o relator da proposta, o coordenador da Câmara de MeioAmbiente e Patrimônio Cultural, o subprocurador-geral da República Nívio de Freitas, osecretário-executivo da 4ª Câmara, o procurador da República Daniel Azeredo e osecretário de Relações Institucionais, o procurador da República, Peterson de PaulaPereira.

O parecer emitido pela 4ª Câmara destaca que a atual legislação sobre o tema - a Leidos Agrotóxicos nº 7.802/1989 - é um importante marco legal para o controle e a divisãode responsabilidades no processo de registro de produtos agrotóxicos.

A norma prevê maior transparência e avaliações mais seguras dos riscos impostos àsaúde humana e animal, bem como ao meio ambiente, decorrentes do uso deingredientes ativos, ou mesmo dos diversos componentes de um produto agrotóxico.

O parecer técnico enfatiza que, no processo de registro no qual os agrotóxicos sãoavaliados, não se analisa somente a sua eficácia contra pragas, mas também seusimpactos potenciais sobre a saúde pública e o meio ambiente. “É esse processo,multidisciplinar, que define se determinada substância ou produto comercial pode serempregado e em quais condições”, observa o parecer.

O documento conclui que o PL está na contramão da crescente preocupação mundialcom o aumento da qualidade de vida e do uso racional de serviços, tecnologias eprodutos que afetem cada vez menos o ambiente natural e que sejam seguros do pontode vista alimentar.

Após a reunião, o relator do PL nº 209/2013, senador Humberto Costa (PT/CE),apresentou relatório contrário à proposta, derrubando em seu parecer o argumento deque a análise por órgãos diferentes causa demora no procedimento de registro dosagrotóxicos. Para Costa, a real causa é a quantidade insuficiente de técnicos e oaumento dos processos de pedidos de novos registros.

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Câmara dos Deputados: Licenciamento AmbientalPL nº 3.729/2004

O coordenador substituto da 4ª Câmara, Mario Gisi, o secretário-executivo, DanielAzeredo e a representante do GT Grandes Empreendimentos, Fabiana KeyllaSchneider, reuniram-se no dia 13 de dezembro de 2016 com o relator e autor dosubstitutivo que propõe alterações e descaracteriza os processos de licenciamentoambiental, deputado federal Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do Sul.

Na oportunidade, o relator da proposta se comprometeu a ampliar os debates,manifestando a possibilidade de colher as contribuições do MPF e da sociedade civilantes da votação, que deverá ocorrer somente no fim do segundo semestre de 2017.

(Imagem: 4ª CCR)

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Licenciamento Ambiental – Nota Técnica contra aPEC 65/2012

Em maio de 2016, por meio do GT Grandes Empreendimentos, as 4ª e 6ª Câmaras e aPFDC emitiram Nota Técnica manifestando entendimento contrário à aprovação daPEC 65/2012, argumentando que, se aprovada, colocaria em risco não somente oequilíbrio ambiental, mas o bem-estar de toda a população desta geração e das futuras.A nota fez parte da estratégia institucional na Semana de Mobilização do MPF emDefesa do Licenciamento Ambiental.

Segundo a Nota, a PEC “altera por completo a sistemática vigente acerca dolicenciamento ambiental, em flagrante violação a Cláusulas Pétreas da Constituição, aprincípios constitucionais explícitos e a compromissos internacionais assumidos peloBrasil perante a comunidade internacional”.

Greenwashing – Nota de repúdio ao projeto de leique altera nomenclatura de agrotóxicos para

produtos fitossanitários

A 4ª Câmara divulgou, em 13 de maio, Nota de Repúdio ao projeto de lei da Câmarados Deputados nº 3200/2015, que institui a Política Nacional de DefensivosFitossanitários e de Produtos de Controle Ambiental. De autoria do Deputado Federal,Luís Antônio Franciscatto Covatti, o projeto pretende alterar a nomenclatura de"agrotóxicos" para “produtos defensivos fitossanitários”.

A nota de repúdio da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, elaborada peloGT Agrotóxicos e Transgênicos, pontua que o termo “agrotóxicos” expressa anocividade dos produtos e é amplamente difundida e conhecida da população, "sendo asubstituição por termo novo, na prática, ofensa aos princípios da transparência e dainformação”.

A alteração também confundirá a distinção entre as substâncias utilizadas nas culturasorgânicas e não orgânicas. Segundo a nota, a A prática “é um verdadeiro greenwashing,ou seja, modificação da imagem mediante métodos que levam a pensar tratar-se deproduto ecologicamente responsável”.

A Câmara é contrária, também, à criação da Comissão Técnica Nacional deFitossanitários (CTNFito) proposta pelo projeto de Lei. Criada no âmbito do Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a comissão ficaria responsável pelaapresentação de “pareceres técnicos conclusivos aos pedidos de avaliação de novosprodutos defensivos fitossanitários, de controle ambiental, seus produtos técnicos eafins”.

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Lei de Crimes Ambientais – Nota Técnica sobre oPL nº 165/2016

Emitida em agosto de 2016, a nota técnica trata do Projeto de Lei n. 165/2016, emtramitação no Senado Federal, que tem por objetivo alterar a Lei de Crimes Ambientais,acrescentando dispositivos que permitam, mediante acordo com o órgão ambientalcompetente, impedir o ajuizamento da ação penal, ou mesmo a imposição depenalidades administrativas, no tocante às atividades e serviços destinados aosaneamento básico e conclui que, ao acrescentar os arts. 28-A, 69-B e 76-A à Lei nº9.605/1998, altera por completo a sistemática vigente acerca da persecução penal, bemcomo da independência das esferas, em flagrante violação à Constituição e aosprincípios constitucionais explícitos, fragilizando a proteção do meio ambiente,diminuindo drasticamente ou até mesmo eliminando o padrão de proteção ambientalatualmente proporcionado pela legislação em vigor.

Licenciamento Ambiental – Notas Técnicascontrárias ao substitutivo ao PL nº 3.729/2004

Foram produzidas duas Notas Técnicas sobre o PL 3.729/2004, ambas contrárias aossubstitutivos apresentados, sendo a primeira, do GT Grandes Empreendimentos,datada de outubro de 2016, e a segunda, da 4ª Câmara, datada de dezembro de 2016.A primeira foi entregue à presidência do Ibama. A segunda foi encaminhada aoCongresso Nacional. Os documentos apontam graves falhas nos substitutivos.

Entre os pontos críticos apontados na segunda Nota, o MPF aponta a fixação de prazosrígidos e insuficientes para a análise dos órgãos licenciadores, e a dispensa dolicenciamento para uma das atividades de maior impacto ambiental, como as atividadesagrossilvipastoris.

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Compensação Ambiental – Nota Técnica sobre ainconstitucionalidade de artigo do decreto que

regulamenta o SNUC

A 4ª Câmara elaborou Nota Técnica que alerta para a inconstitucionalidade dedispositivo do decreto presidencial que regulamentou o Sistema Nacional de Unidadesde Conservação (SNUC), ao estabelecer limites máximos para o cálculo de valores decompensação ambiental.

O questionamento refere-se ao artigo 2º do Decreto nº 6.848/2009. Até a edição doDecreto, a legislação previa que o valor mínimo de compensação deveria ser de 0,5%do valor total do empreendimento e, de acordo com a fórmula e parâmetros adotadospelo Ibama, o valor da compensação não ultrapassaria 5% do custo de implantação.

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Em 2009, no entanto, o Decreto nº 6.848 alterou e acrescentou dispositivos ao Decretonº 4.340/2002, apresentando a fórmula de cálculo. Na avaliação da 4ª Câmara, amudança inserida pelo novo Decreto impede que o Grau de Impacto - GI (variável dafórmula para o cálculo do montante de compensação ambiental) corresponda àtotalidade dos danos ambientais.

A Nota Técnica afirma que o artigo 2º do decreto presidencial também fereentendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, expresso no julgamento daADI nº 3.378. O STF declarou inconstitucional apenas o valor mínimo para o cálculo dacompensação, fazendo com que, na prática, o valor da compensação ambiental possaser fixado abaixo de 0,5%, dependendo dos parâmetros aplicáveis à fórmula do Decretonº 6.848/2009, mas não limitou um teto para o valor máximo. No entendimento daCâmara, o dispositivo também afronta o princípio do poluidor pagador, já que não hágarantia de que esteja havendo, na prática, a compensação pelos danos provocadospelo empreendimento licenciado.

A regulamentação também enfraquece o licenciamento ambiental porque não atendeplenamente a uma das suas etapas formais, que é o estabelecimento das medidas decompensação, além de desrespeitar outros mecanismos previstos no Plano Nacional daBiodiversidade.

A Nota Técnica foi encaminhada a todos os membros do MPF que atuam nos ofícios deMeio Ambiente e Patrimônio Cultural para eventual uso em casos concretos queenvolvam questões relacionadas ao licenciamento e à compensação ambiental. O textotambém foi encaminhado ao Procurador-Geral da República para análise de possívelproposição de Ação Direta de Inconstitucionalidade.

No entendimento da Câmara, o dispositivo também afronta o princípio do poluidorpagador, já que não há garantia de que esteja havendo, na prática, a compensaçãopelos danos provocados pelo empreendimento licenciado.

A regulamentação também enfraquece o licenciamento ambiental porque não atendeplenamente a uma das suas etapas formais, que é o estabelecimento das medidas decompensação, além de desrespeitar outros mecanismos previstos no Plano Nacional daBiodiversidade.

A Nota Técnica foi encaminhada a todos os membros do MPF que atuam nos ofícios deMeio Ambiente e Patrimônio Cultural para eventual uso em casos concretos queenvolvam questões relacionadas ao licenciamento e à compensação ambiental. O textotambém foi encaminhado ao Procurador-Geral da República para análise de possívelproposição de Ação Direta de Inconstitucionalidade.

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A 4ª Câmara deu início a dois importantes projetos finalísticos

O primeiro projeto pretende criar uma metodologia de trabalho na verificação documprimento da Lei de Acesso à Informação pelos Órgãos da Administração PúblicaFederal e Estadual que atuam na matéria ambiental. Objetiva gerar diagnóstico datransparência ambiental nacional, por Unidade da Federação, visando garantir que asociedade civil, por meio de qualquer cidadão, tenha acesso às informações,procedimentos e decisões dos órgãos federais e estaduais que atuam em questõessocioambientais e relacionadas à proteção do patrimônio cultural. Ainda, estabelecerroteiros de atuação de fiscalização e cobrança do cumprimento da legislação, paragarantir a efetividade do acesso à informação pública ambiental.

O segundo projeto é o Radar Ambiental, que tem como foco permitir uma rápida esegura definição acerca da atribuição do MPF na temática ambiental, permitindo umaalocação de recursos humanos mais eficiente, assim como, viabilizar o acessoautomático a bases de dados e imagens com relevância ambiental, e a informaçõesgeoespaciais, possibilitando o pleno e efetivo exercício do poder investigatóriodiretamente pelo MPF e o aperfeiçoamento da atuação judicial.

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Segurança de Barragens de Mineração – 100% de adesão

Dando prosseguimento às diretrizes previstas em seu planejamento estratégico e emcumprimento ao objetivo de construir uma cultura de unidade institucional e sentimentode engajamento, bem como ao objetivo de aprimorar a atividade de coordenação comfoco em resultados, a 4ª Câmara desenvolveu ações coordenadas nos mais diversostemas. Atualmente, estão em andamento quatro ações coordenadas. As três primeiras,implementadas em anos anteriores - “PAC Cidades Históricas”, “O MPF em Defesa dasUnidades de Conservação: regularização fundiária de Unidades de Conservação” e“Regularidade da Tramitação dos Procedimentos de Tombamento de Bens junto aoIPHAN”, atingiram, em 2016, respectivamente, 87,5%; 91,7% e 55,1% de adesão.

A quarta ação, denominada “Segurança de Barragens de Mineração” e consideradauma das atuações mais relevantes do MPF no ano de 2016, visou investigar a situaçãode quase 400 barragens de mineração em todo o país, com o objetivo de verificar ascondições de segurança e a efetiva aplicação da legislação vigente, tendo alcançado amarca de 100% de adesão.

Responsável por essa ação coordenada, o GT Mineração sugeriu aos membros comatuação na área ambiental, por meio de um roteiro simplificado, que o trabalhoinvestigatório do MPF fosse norteado a partir dos principais aspectos da PolíticaNacional de Segurança de Barragens.

O documento foi dirigido aos procuradores da República que atuam nas unidades doMPF onde se situam barragens constantes no Cadastro Nacional de Barragens deMineração. O roteiro elaborado pelo GT sugere a instauração de inquérito civil e arequisição de informações ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) eao empreendedor. Conforme dados recebidos, o membro atuante pode expedirrecomendação, notificar o empreendedor ou até mesmo ajuizar ação civil pública.

Na página da 4ª Câmara na intranet é possível acompanhar, em tempo real, a evoluçãoda ação coordenada. Ferramenta desenvolvida pela equipe técnica da Câmara permitea visualização dos dados por unidade do MPF, assim como o número total deempreendimentos em processo de fiscalização pelo MPF.

Com essa ação, o MPF investiga as condições de segurança de 396 barragens demineração em 16 estados brasileiros. Durante o processo de investigação, 52procuradores da República instauraram inquérito civil e requisitaram informações aoDNPM e às empresas responsáveis pelos empreendimentos. Foram solicitadasinformações sobre planos de segurança, ações de emergência, inspeções, vistoriasrealizadas pelo DNPM e declaração de estabilidade da barragem.

O Roteiro de atuação está disponível no endereço eletrônico< http://intranet.mpf.mp.br/areas-tematicas/camaras/meio-ambiente-e-patrimonio- cultural/acoes-coordenadas/seguranca-de-barragens-de-mineracao-1/roteiro >

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ServiçoPublicados Novos Volumes da Série Manuais de Atuação

A fim de promover a gestão do conhecimento para facilitar o seucompartilhamento e a replicação de boas práticas objetivando oferecer aosmembros do MPF no exercício de suas funções em demandas afetas à 4ªCâmara, assim como estimular uma atuação coordenada das unidades do MPFsobre determinados temas, foi criada a Série Manuais de Atuação.

Em 2016 foram publicados o volume 3, Recuperação de áreas degradadas pelamineração de rochas ornamentais e o volume 4, Efetivação das metas dequalidade das águas no Brasil: atuação estratégica para a melhoria da qualidadedas águas.

Fazem parte da Série, os volumes 1 e 2:

• Valoração de Danos em matéria de meio ambiente e patrimônio cultural:roteiros para vistoria expedita e perícia multidisciplinar em procedimentos do MPF

• O MPF em Defesa das Unidades de Conservação: regularização fundiária emUnidades de Conservação

A Série Manuais de Atuação está disponível no endereço eletrônico da 4ªCâmara: <http://4ccr.pgr.mpf.mp.br/documentos-e-publicacoes/roteiros-da-4a-ccr>.

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