edição 70 - revista de agronegócios junho/2012

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1 JUN 2012

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Edição 70 - Revista de Agronegócios Junho/2012

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e-mails RAQUEL MARQUES([email protected])Advogada - Franca (SP). “Solicito a al-teração no meu endereço, para eu poder continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”.

BSCA([email protected])Instituição - Varginha (MG). “A BSCA mudou de endereço e gostaríamos de solicitar a modifi cação do mesmo, para continuar recebendo a Revista Attalea Agronegócios”.

CLAUDIO FREITAG([email protected])Agricultor - Pato Branco (PR). “Solicito atualização de endereço. Quero parabeni-zá-los pelas informações que nos repas-sam por meio da revista. Abraços”.

AKIMAR APARECIDO VILELA([email protected])Agropecuarista - Fernandópolis (SP). “Gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

LEUBER DA SILVA MENDES(leuber)Agricultor - Franca (SP). “Solicito alte-ração de endereço para continuar rece-bendo a Revista Attalea Agronegócios”.

ROBERT LUCAS T. RESENDE([email protected])Técnico em Meio Ambiente e Agronegó-cio - Carmo de Paranaíba (MG). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegó-cios”.

RAUL ARCHANGELO([email protected])Agricultor - Uberaba (MG). “Sou produ-tor rural. Parabenizo todos vocês pela excelente revista. Um grande presente ao produtor rural. Gostaria de receber as próximas edições”.

ANTONIO COSTA DE SOUZA([email protected])Cafeicultor - Três Pontas (MG). “Sou um pequeno produtor de café. Vi a revista At-talea Agronegócios com um amigo e gos-taria de recebê-la. Gostei muito”.

FLÁVIO JUNQUEIRA MEIRELLES(junqueirafi [email protected])Agropecuarista - Pedregulho (SP). “Tra-balho com a cultura do café, pecuária e cana-de-açúcar. Gostaria de receber a Re-vista Attalea Agronegócios”.

EPAMIG consolida Sistema dePRODUÇÃO EFICIENTE DE LEITESistema é efi ciente para sistemas de pastagens

O Brasil é o sexto maior produtor mundial de leite. Minas Gerais destaca-se por ter o maior rebanho bovino

leiteiro, além de ser o maior produtor nacional. O Estado produz 8,4 bilhões de litros, representando 27,3% do total produzido no Brasil, segundo o Institu-to Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). Uma das principais caracte-rísticas do rebanho bovino no Brasil é sua composição: 74% das vacas são mestiças e produzem 1.276 kg de leite por lactação. Minas possui 7,4 milhões de fêmeas, sendo 5,4 milhões cabeças em lactação, o maior plantel do país.

A EPAMIG desenvolve pesqui-sas para o sistema de produção de leite com vacas mestiças há 14 anos. Esse sistema utiliza fêmeas F1 (cruzamento de Holandês x Zebu – HZ), mantidas em regime de pasto durante o verão e suplementadas em cocho com volumo-so (tais como silagens de milho, sorgo e capineiras; os fenos, a cana-de-açúcar e as palhadas) durante o inverno. Na última década, a EPAMIG foi a em-presa de pesquisa agropecuária que mais gerou tecnologias para o sistema de produção de leite em gado F1. As pesquisas da EPAMIG têm como base animais mestiços, que têm proximi-dade maior com a realidade do produ-tor mineiro e brasileiro.

Embora seja o maior estado produtor de leite, Minas Gerais ainda apresenta baixos índices de produ-tividade. Segundo o pesquisador da E-PAMIG José Reinaldo Mendes Ruas, a pecuária é uma atividade desenvolvida, principalmente, em sistema de pasto e este pasto está hoje com alto nível de degradação. “A EPAMIG, responsável pela pesquisa agropecuária de Minas Gerais, tem a oportunidade de contri-buir para a mudança deste quadro”. O pesquisador conta que desde 1998 são desenvolvidas pesquisas em sistema de produção de leite na Fazenda Experi-

mental de Felixlândia (FEFX) e, atual-mente, a Fazenda é referência devido aos diversos projetos desenvolvidos - em parceria com Universidades e com apoio de diversas fontes fomentadoras estaduais e federais. A Fazenda de Fe-lixlândia possui área de 890 hectares, com solos de cerrados em sua maior extensão.

Além das pesquisas, são realiza-dos na FEFX cursos, treinamentos, dias de campo e visitas técnicas, através do Programa Estadual da Cadeia Produ-tiva do Leite (Minas Leite), lançado em 2005. “A integração com a extensão é muito positiva, pois os profi ssionais da Emater têm mais contato com o produ-tor rural, que será o grande benefi ciado com a utilização dessas novas técni-cas”, afi rma o gerente da FEFX, Aris-mar de Castro. O Minas Leite já atende a 1.036 propriedades de agricultores familiares do Estado. Em 2011, houve um crescimento de 62% em relação ao volume de fazendas incluídas até o ano anterior, segundo o coordenador do programa, Rodrigo Puccini Venturin.

De acordo com o pesquisador José Reinaldo, nesses anos de pesquisa as avaliações econômicas apontaram que é possível produzir leite com ren-tabilidade. “Quando iniciamos as pes-quisas em gado de leite F1, na FEFX, as vacas produziram em torno de 2.000 kg por lactação na primeira cria. Com a adoção das tecnologias geradas pelo próprio sistema - aumento de peso, amansamento, frequência de ordenha - essa produção ultrapassou 3.000 kg na primeira cria”, explica. Os resulta-dos demonstraram que vacas F1 foram capazes de produzir bezerros de quali-dade, quando considerados o ganho médio diário e o peso do desmame, podendo contribuir para a sustentabi-lidade da produção. “A venda desses bezerros pode complementar a receita da propriedade”, explica o pesquisador.

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Planejamento Estratégicoem FazendasAs propriedades agropecuárias brasileiras precisam ser adminis-tradas de forma efetivamente empresarial, com estratégias que favoreçam as mensurações mais efi cazes dos resultados.

BASF apresenta Sistema AgCelence® CaféO Sistema AgCelence® CAFÉ auxilia na proteção do cafeeiro de colheita a colheita, proporcionan-do melhor relação de transforma-ção da água, luz e nutrientes em energia.

Gincana Ecológica movimenta Alta MogianaCom o objetivo de incentivar a res-ponsabilidade sócio-ambiental das novas gerações com o meio ambi-ente, a Labareda Agropecuária rea-lizou a 5ª GIMA - Gincana Intermu-nicipal pelo Meio Ambiente)

Especialista orienta: qual a melhor dieta para o seu PETO alimento deve ser o mais com-pleto possível, com formulação balanceada para cada porte e idade, pois um fi lhote tem neces-sidades de nutrição diferentes de um animal adulto.

Controle de pragas na cultura do RepolhoO repolho é uma hortaliça muito cultivada no Sul e Sudeste do Brasil. São várias as espécies de insetos que atacam a cultura do repolho. Nesta edição, desta-camos as principais.

Calagem e Gessagem primeira etapa para cafeeiros em sistemas de alta produtividade

Artigo do Engº Agrº Renato Passos Brandão, do Grupo Bio Soja, aborda o manejo adequado da nutrição do cafeeiro. Segundo ele, é o ponto-chave para otimi-zar os pesados investimentos realizados na cafeicultura e pro-porcionar retornos econômicos ao cafeicultor.

Neste artigo, o autor aborda a importância do diagnóstico da fertilidade do solo e a infl uência do cálcio no desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro.

Em época de preços oscilantes,COMEÇA COLHEITA DE CAFÉ

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Em clima de muita preo-cupação, os cafeicul-tores da região da Alta Mogiana entram na fase

mais importante da colheita. As chuvas dos últimos dias tem pro-vocado muita correria entre os trabalhadores, na tentativa de evitar fermentações nos cafés espalhados nos terreiros das pro-priedades.

Nesta edição destacamos o artigo do Engº Agrº Renato Pas-sos Brandão, consultor do Grupo Bio Soja. O especialista aborda o manejo adequado da nutrição do cafeeiro, em especial o uso da gessagem e da calagem como a primeira etapa para cafeeiros em sistemas de alta produtividade.

Também na cafeicultura, destaque para o artigo de Marcos Pimenta e Ronaldo Cabrera sobre o uso da Cal Virgem Dolomítica na cultura do café.

Vários eventos também são abordados nesta edição, como os dias de campo da BASF em Ibira-ci (MG) e da Campagro e Bio Soja em Santo Antônio da Alegria

(SP); a palestra da Cooparaíso em Altinópolis (SP); e, em especial, o evento realizado em Nuporanga (SP), organizado pela Cati em parceria com a Oimasa e Campa-gro, estimulando a Responsabi-lidade Sócio-Ambiental no que se refere à devolução de embala-gens usadas de agrotóxicos.

Também entre os eventos, destaque para a 5ª GIMA - Gin-cana Intermunicipal pelo Meio Ambiente, organizada pela La-bareda Agropecuária, dos ami-gos Flávia Lancha e Gabriel Mei Alves de Oliveira.

Interessantíssimo também o artigo do médico veterinário da Alta Genética, Jorge Dutra, sobre “Planejamento Estratégico em Fazendas: um alicerce para o futuro”.

Ressaltamos, ainda a abor-dagem da Nutrinorte Presence sobre o universo PET e sobre o artigo exclusivo sobre as princi-pais pragas da cultura do repolho, com orientações sobre o cultivo ecológico das mesmas.

Boa Leitura!!!!

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MUNDO PET

Especialista em nutrição animal orienta:QUAL A MELHOR DIETA PARA SEU PET?

Elizangela Sobral 1

Vamos lá...primeiro qual o melhor alimento que podemos fornecer ao nosso cão ou gato?

O alimento deve ser o mais completo pos-sível, com formulação balanceada para cada porte

e idade, pois um fi lhote tem necessidades de nutrição e de energia diferentes de um animal adulto, assim como um cãozinho de raça mini precisa de muito mais energia que um cão de raça gigante, por exemplo.

O alimento seco ou a ração comercial varia de clas-sifi cação, sendo avaliada pela indústria através dos níveis de garantia - que é a quantidade de macronutrientes como proteína, extrato etéreo = gordura, minerais, etc que são in-formados nos rótulos. Sendo assim, podemos ter desde ra-ções à base de proteínas de origem vegetal e/ou misturadas à proteína de origem animal, como alimentos muito ricos, não só com os nutrientes conhecidos, mas com suplementos adi-cionais que colaboram para uma alimentação mais completa.

1 - Especialista Pet. Evialis do Brasil Nutrição Animal (www.evialis.com.br)

Alimentos coloridos fazem mal a saúde?Não. Alimentos com corantes não fa-

zem mal algum.

Meu cão ou gato vê colorido?Siiiiiim! Eles podem ver algumas cores

primárias. Mas não será isso que defi nirá se ele comerá esta ou aquela ração. A forma e o que vai nele é que determinam se o bis-coito é mais gostoso, palatável ou não.

Ração sem conservante, é melhor?Toda ração comercial necessita de

conservantes porque são altamente fer-mentáveis (possuem em sua fórmula milho ou soja) para ter a forma que chamamos de “extrusada”. É como fazer um bolo sem a farinha de trigo ou de milho...ele não cresce. Sendo assim, o biscoito só tem forma e gosto se for bem extrusado e para tanto, dentre outras razões, é necessário que os conservantes estejam lá para proteger o alimento evitando que ele se contamine, e faça mal ao seu amiguinho.

Alimento é coisa séria. Coma bem e viva mais... faça o mesmo pelo seu Pet!

Pelagem longa e densa exige maiores níveis de ômegas que são obti-dos através de gorduras de boa qualidade como o óleo de salmão e linhaça, riquíssimo em ômega 3 e 6, algumas raças predispostas a problemas de pele também são benefi ciadas com o acréscimo deste ingrediente.

Mas tem muita coisa que podemos elucidar a respeito da escolha da dieta. Primordialmente, ração para cães é somente para cães e ração para gatos é essencialmente para gatos. Parece bobagem, mas muita gente faz a troca, imaginando que o cão ou o gato enjoa, ou porque tem cães e gatos na mesma casa e eles podem comer a comida um do outro! Mas, não pode. As dietas são equilibradas, mesmo sendo rações classifi cadas como mais simples (econômico ou standard).

Gatos são extremamente mais exigentes com o alimento que os cães.

MITOS E VERDADES

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Gatos são extremamente mais exigentes com o alimento que os cães.

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MUNDO PETPrecisam que em seu alimento tenha a Taurina que é um aminoácido essencial, enquanto que em cães quantidades não recomendadas podem trazer problemas de saúde.

E muitas coisas os diferem... o “biscoito”(a partícula da ração) tem que ter crocância, aroma agradável pois os pets apreciam essas qualidades, afi nal é isso que chamamos de palatabilidade. Parece complicado, mas ração para ser palatável nada mais é que um ração que seja atrativa, com cheiro bom, pela quantidade (e principalmente) pela qualidade de suas proteínas e sua gordura. Esta então torna o alimento uma delícia para eles! Mas cuidado, assim como para nós, muita gordura traz sobrepeso e desencadeia uma série de problemas futuros.

Para os gatos, o formato do biscoito é CRUCIAL para que eles realmente apreciem sua refeição. Eles apreendem as partículas de uma forma diferente que os cães, principalmente se forem do gênero braquicefálico (focinho acha-tado como popularmente são conhecidos, os gatos Persas, Angorás...) tendo mais difi culdade em pegar com a língua. Desta forma, biscoitos que lembrem a forma redonda não são os mais apreciados, levando a um total desinteresse por parte do felino.

Mas...por quê ração?

Ração seca tem muitos benefícios. São práticas. Estão prontas para serem servidas não necessitando de aqueci-mento, acréscimo de carne ou vegetais, porque são formula-das para cada tipo de animal e de forma balanceada.

Se o proprietário for tentar fazer a comida de seu ani-

mal em casa, perderá muito tempo, e ainda caprichando, com quase toda certeza, ainda faltarão ingredientes para seu amigo. Nossa sensibilidade ao que é palatável é bem dife-rente à sensibilidade deles, por isso, nem sempre o que é gostoso pra nós é para eles, e vice-versa!

Para dar uma vida mais saudável ao seu companheiro, nunca dê sobras de alimentos, rações úmidas (exceto que seja uma necessidade, um animal idoso com dentição fraca ou ausente), e procure orientações a respeito da dieta que está adquirindo. Fatores como raça, idade, condição física, atividade e particularidades do seu pet, que só você conhece, é que vão defi nir QUAL MELHOR alimento levar.

No Brasil, ainda 60% dos animais de companhia se ali-mentam das sobras dos pratos. Isto signifi ca, menos tempo de vida, mais idas ao veterinário ou problemas recorrentes de saúde e basicamente de pele.

Alimentos secos e duros ajudam a manter a boca saudável, auxiliando na prevenção de tártaro ou prorrogan-do o aparecimento dele.

Enlatados, snacks, bifi nhos ou qualquer outro tipo de atrativos devem ser usados apenas como forma de premia-ção, na ajuda para o condicionamento, ou como simples for-ma de agrado. Mas nunca como fonte única ou maior parte do alimento.

Eles não fi carão tristes... Pelo contrário. Ficarão muito saudáveis, satisfeitos e felizes por ter um dono tão atencioso assim!

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DESTAQUE

Com o objetivo de incentivar a responsabilidade só-cio-ambiental e a preocupação das novas gerações com o meio ambiente, a Labareda Agropecuária realizou no dia 26 de maio a 5ª Gima (Gincana In-

termunicipal pelo Meio Ambiente).O evento, realizado na Fazenda Bom Jesus, em Cris-

tais Paulista (SP), reuniu mais de 700 alunos do 4º e 5º ano de escolas públicas de Cristais Paulista (SP), Jeriquara (SP), Pedregulho (SP), Ribeirão Corrente (SP) e São José da Bela Vista (SP); e contou com a presença de prefeitos, autoridades e empresários da região.

Durante a gincana as crianças participaram de provas relacionadas ao tema ‘Vamos Poupar o Planeta’, plantaram árvores e apresentaram danças, gritos de guerra e obras de arte. Desde fevereiro elas desenvolveram diversas ações sócio-ambientais com a comunidade para conscientizar a população.

Entre as atividades, foram realizadas palestras, apagões para economizar energia, horta comunitária e troca de brinquedos. Os organizadores do evento estimam que 30 mil pessoas participam destas atividades. “Essas ações de-senvolvidas com a comunidade movimentam a cidade toda. As crianças mobilizam a família e todo mundo participa. É muito importante”, comenta Flávia Lancha Oliveira, dire-tora da Labareda e idealizadora do projeto.

As provas foram analisadas por uma comissão julga-dora formada por cinco profi ssionais de diversas áreas de atuação: Camila Beghelli, professora, Eny Miranda, médica e escritora, Patrícia Milan, diretora executiva da ABAG-RP

(Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), Milton Cerqueira Pucci, diretor de relações públicas da AMSC (Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana) e Wellington Veríssimo, artista plástico.

A grande vencedora da competição foi a cidade de Ri-beirão Corrente, que conquistou o tri-campeonato. Estre-ante na gincana, São José da Bela Vista conseguiu o vice e Pedregulho o terceiro lugar.

Mais de 70 bicicletas, doadas por empresas parceiras, foram sorteadas para as crianças que participaram do evento. Todas as escolas receberam computadores como prêmio pela participação (Por Thaici Martins - AMSC).

Labareda Agropecuária: Gincana EcológicaMOVIMENTA CIDADES DA ALTA MOGIANA

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DESTAQUE

O prefeito de Ribeirão Corrente, Luiz da Cunha Sobrinho, comemora a vitória com a gestora da escola e os diretores da Labareda Agropecuária, Gabriel Afonso Oliveira e Flavia Lancha Oliveira

Empresas parcerias que colaboram com a GIMA desde a primeira edição foram homenageadas

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GESTÃO

Planejamento Estratégico em Fazendas:UM ALICERCE PARA O FUTURO.

Jorge Duarte1

As propriedades agropecuárias brasileiras precisam ser administradas de forma efetivamente empre-sarial com estabelecimento de estratégias que, in-terligadas com os diferentes sistemas operacionais

dos setores agrícola e/ou pecuário, favoreçam as mensura-ções mais efi cazes dos resultados, organizando as ações ge-renciais para que ocorra uma melhor comunicação interna, favorecendo o aumento da produção, da produtividade e da lucratividade. Um estudo de caso em fazendas mostrou re-sultados do uso do Balanced Scorecard como ferramenta de suporte para viabilizar essa forma de gerenciamento.

IntroduçãoEm tempos de instabilidade econômica mundial como

a que atualmente vivemos, vem à tona o planejamento estra-tégico como elemento-chave na consistência e no processo de tomada de decisões em empresas de diferentes setores da economia. Os estudiosos da Administração desenvolveram nas últimas décadas diversas ferramentas gerenciais, teorias e pesquisas nesse sentido.

Embora essa ampla gama de metodologias ou ferra-mentas de gestão tenham sido concebidas para auxiliar as empresas no desenvolvimento e no gerenciamento de suas estratégias e operações, o que se observa em termos gerais é a carência de um conceito ou de um modelo para orientar sua efetiva integração.

Os gestores de hoje se defrontam com a questão de como conseguir que esses vários recursos de planejamento estratégico e de melhorias operacionais trabalhem juntos como um sistema coerente. A implementação de tais ferra-mentas é conduzida de forma isolada e com pouca integra-ção e coordenação entre elas (KAPLAN; NORTON, 2008).

A incapacidade de equilibrar a tensão entre as estra-tégias e as operações é generalizada no meio empresarial. Diversos estudos realizados nos últimos 25 anos indicam que 60 a 80% das empresas não atingem o sucesso previsto por suas novas estratégias (HBR, 2008).

Nesse contexto, as propriedades agropecuárias brasilei-ras também precisam ser administradas de forma efetiva-mente empresarial com estabelecimento de estratégias que, interligadas com os diferentes sistemas operacionais dos setores agrícola e/ou pecuário, favoreçam as mensurações

mais efi cazes dos resultados, organizando as ações gerenci-ais para que ocorra uma melhor comunicação interna, fa-vorecendo o aumento da produção, da produtividade e da lucratividade.

O BSCO Balanced Scorecard (BSC) foi indicado em 1997 pela

Harvard Business Review (HBR) como uma das ferramentas de administração mais importantes criadas nos últimos 75 anos. Seus principais conceitos estão orientados pela neces-sidade de as empresas terem suas ações focadas nas estra-tégias do negócio e seus objetivos estratégicos balanceados entre as dimensões fi nanceira, clientes, processos internos, aprendizado e crescimento. Como o foco da ferramenta está relacionado com estratégia e sua execução, é esperado que uma boa utilização tenha impactos signifi cativos nos resul-tados das empresas.

Pesquisas realizadas pela consultoria Brain & Company (HSB, 2008) colocam o Balanced Scorecard (BSC) entre as 25 ferramentas mais populares nas empresas contemporâneas. O BSC, na verdade, revolucionou o meio empresarial nos últimos anos sendo adotado por empresas ligadas às áreas in-dustrial e de serviços. Muitas empresas no mundo adotaram o BSC, dentre elas destacam-se a Pioneer Petroleum, Metro-bank, FMC, North WesternMutual, Volvofi nans. No Brasil, seu uso ainda é restrito a um grupo seleto de empresas dos setores metal-mecânico e industrial (Grupo Gerdau, Suzano, Oxiteno, Aracruz, Petrobrás), evoluindo rapidamente para empresas de serviços (Visanet, Bradesco, Unibanco, Banco do Brasil, Siemens, Unimed, SENAI).

Robert Kaplan, professor da Harvard Business School, e David Norton, presidente da Balanced Scorecard Collabo-rative, criadores do BSC, consideram que, embora as orga-nizações tenham indicadores similares típicos, é importante que elas desenvolvam indicadores de desempenho que sejam especifi camente derivados das estratégias. Explicam que, em um bom sistema de indicadores, as medições devem ser in-terligadas de forma a comunicar um número reduzido de temas estratégicos amplos. Eles criaram e apresentaram a metodologia do Balanced Scorecard como ferramenta de gestão do desempenho para medir e colocar a estratégia em ação. Essa metodologia está organizada em torno de quatro perspectivas distintas: fi nanceira, do cliente, interna e de aprendizado e crescimento. O nome refl ete o equilíbrio en-tre os objetivos de curto e longo prazo, entre medidas fi nan-ceiras e não fi nanceiras, entre indicadores direcionadores e resultantes e entre as perspectivas interna e externa de de-sempenho.

As abordagens das perspectivas para análise de desem-penho preconizadas no BSC, e descritas na Figura 1, seguem os conceitos de seus criadores, Kaplan e Norton.

Kaplan e Norton (2000) reconhecem que, ao desen-volver os conceitos do Balanced Scorecard, em 1992,

1 - Formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS); MBA Executivo Internacional pelo Centro de Desenvolvi-mento Gerencial da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEAD/UFRGS); Mestrado em Administração pela UFRGS. Realizou cursos focados em Business na HEC/Paris e na EADA/Barcelona. Atuou como coordena-dor técnico na URCAMP – Universidade Região de Campanha, por 5 anos; na Fundação Bradesco, por 7,5 anos e no NUPEEC – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (UFPel/RS), por um ano. Atualmente ocupa o cargo de coordenador de Planejamento Estratégico da Alta Genetics, em Uberaba/MG. Email: [email protected].

Kaplan e Norton (2000) reconhecem que, ao desen-

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CAFÉ

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GESTÃOachavam que o BSC tratava da mensuração. Atual-

mente, através da experiência e da adaptação de conceitos, as questões mais importantes do Balanced Scorecard estão relacionadas à contribuição da ferramenta na criação de em-presas que estejam focadas na estratégia. Segundo os autores, as palavras-chave para isso são alinhamento e foco. Foram defi nidos cinco princípios para determinar empresas focadas na estratégia:

• Traduzir a Estratégia em Termos Operacionais (ex: Mapa Estratégico)

• Alinhar a Organização à Estratégia (ex: Sinergia Cor-poração e Unidades de Negócio)

• Transformar a Estratégia em Tarefa de Todos (ex: Scorecards individuais)

• Converter a Estratégia em Processo Contínuo (ex: aprendizado e feedback estratégicos)

• Mobilizar a Mudança por meio da Liderança Execu-tiva (ex: sistema gerencial estratégico)

Um paradigma a ser quebrado.O Brasil, por qualquer ângulo que se analise o mer-

cado, avançou signifi cativamente no campo do agronegócio e atualmente lidera as exportações mundiais de várias com-modities agrícolas.

Todo esse avanço tecnológico registrado no campo, no entanto, não se refl ete na gestão estratégica das empre-sas desse setor, principalmente as ligadas ao elo da produção agropecuária, que carecem da utilização de ferramentas da administração que permitam o alinhamento da estratégia com as operações, defi nindo um planejamento de longo prazo.

Em tempo, a atividade agropecuária guarda em si ca-racterísticas intrínsecas, infl uenciadas por fatores biológi-cos, climáticos, ambientais e culturais, que a distinguem de outros ramos de atividade econômica, cujos focos se res-tringem a sistemas de produção e de mercado. A realidade predominante na maioria das propriedades agropecuárias brasileiras atesta certo empirismo na sua gestão, caracteri-zada pelo foco em ações operacionais e em resultados fi nan-ceiros, pela inexistência de uma ferramenta de gestão para mensuração de resultados, pela visão de curto prazo, pelo baixo profi ssionalismo nas equipes, pela falta de clareza na defi nição dos objetivos estratégicos e pela ausência de ali-nhamento estratégico em todos os níveis das empresas.

Dentro da cadeia do agronegócio, o elo da agropecuária precisa ser organizado e gerenciado como qualquer outro setor da economia, sendo necessária para isso a quebra de-fi nitiva do paradigma de que as fazendas não precisam ado-tar um planejamento estratégico.

Dentro da cadeia do agronegócio, o elo da agro-pecuária precisa ser organizado e gerenciado como qualquer outro setor da economia, sendo necessária para isso a quebra do paradigma de que as fazendas não precisam adotar um planejamento estratégico.

Nesse sentido, cabe a seguinte indagação: é possível a adoção de ferramentas da administração em propriedades agropecuárias, alinhando estratégias e operações, e trazendo resultados mensuráveis?

BSC em fazendas na práticaPara comprovar a viabilidade do uso de ferramentas da

administração para alinhamento da estratégia com as ope-

rações, tomam-se por base os resultados do estudo de caso sobre a aplicação do BSC em duas fazendas, localizadas nos municípios de Miranda (MS) e Formoso do Araguaia (TO). Serviram de base para esse estudo as entrevistas realizadas com seus principais gestores, pesquisa documental e análise de relatórios com dados de produção do setor pecuário des-sas fazendas no período de 2006 a 2008, relativos à bovino-cultura de corte, bovinocultura de leite, avicultura e suino-cultura.

A proposta dessa pesquisa foi analisar os resultados ob-tidos com a implementação do BSC nas fazendas da Funda-ção Bradesco de Bodoquena (MS) e de Canuanã (TO), ini-ciado em 2003, buscando elucidar aspectos diferenciados, fatores externos impactantes, pontos de convergência e pontos de divergência, bem como avaliar a aplicabilidade da metodologia do BSC no setor agropecuário.

A análise dos resultados desse estudo seguiu quatro parâmetros, que balizaram a discussão em torno da aplicabi-lidade do BSC em propriedades agropecuárias:

- Pelos resultados da pesquisa documental e das en-trevistas com os principais gestores das fazendas sobre a implantação do BSC, analisou-se a sua convergência com os cinco princípios da organização focalizada na estratégia, preconizados por Kaplan e Norton (2001);

- Pelos resultados das entrevistas com os principais gestores das fazendas, analisou-se o impacto da implantação do BSC nas melhores práticas de gestão (baseado em KA-PLAN; NORTON, 2006);

- Pelos resultados das entrevistas com os principais gestores das fazendas, analisou-se o impacto da implantação do BSC em termos de resultados no setor pecuário dessas fazendas (baseado em KAPLAN; NORTON, 2006);

- Pelos resultados das medidas de produção pecuária es-tabelecidas no Mapa Estratégico de Produção Agropecuária das fazendas, analisou-se o desempenho da bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, avicultura e suinocultura das fazendas, no período 2006 a 2008.

Resultados Na primeira fase da análise de resultados, procurou-se

identifi car se o processo de implantação do Balanced Score-card nessas fazendas seguiram os 5 princípios denominados por Kaplan e Norton (2000) da organização focalizadana estratégia.

Observou-se nesse estudo de caso que o processo de

Figura 1. As 4 Perspectivas do BSC (Kaplan e Norton, 1997)

Observou-se nesse estudo de caso que o processo de

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ótica desses gestores sobre os resultados da gestão do setor pecuário das fazendas. Como resultados de gestão no setor pecuário das fazendas, foram considerados os seguintes itens (adaptado de KAPLAN; NORTON, 2006): ajudou a me-lhorar os processos internos; aumentou a produtividade do setor; trouxe resultados em termos fi nanceiros; favoreceu a comunicação interna; favoreceu o aprendizado da equipe; contribuiu para a criação de valores.

Os gestores das fazendas entrevistados classifi caram o nível de impacto do Balanced Scorecard nos resultados do setor pecuário das fazendas, utilizando uma escala de 5 pon-tos, sendo: 1= pouquíssimo; 2= pouco; 3= moderadamente; 4= muito; 5= muitíssimo.

No que se refere ao impacto do BSC em termos de re-

GESTÃOimplantação foi convergente com os princípios do BSC, sobretudo no que se refere ao alinhamento propiciado na obtenção de sinergias en-tre equipes, unidades, áreas e setores das fazendas em busca de atingir os objetivos estra-tégicos.

Na segunda fase da análise dos resultados, pro-curou-se avaliar e mensurar o impacto da implantação do BSC na ótica desses gestores sobre as melhores práticas de gestão das fazendas. Como melhores práticas de gestão, foram consideradas as apregoadas por Kaplan e Norton (2006): práticas de mobilização e liderança executiva; práti-cas de alinhamento da estratégia com operações; práticas de gerenciamento; práticas de motivação de funcionários e práticas de tradução da estratégia. Os resultados estão demonstrados na Figura 2.

Na percepção dos gestores, segundo a escala estabeleci-da para a entrevista, a implantação do BSC impactou muito em termos de gestão das melhores práticas no setor pecuário dessas fazendas, sobretudo no que se refere às práticas de alinhamento da estratégia com as operações e de gerencia-mento.

Na terceira fase da análise dos resultados, procurou-se avaliar e mensurar o impacto da implantação do BSC na

FIGURA 2: Relação entre o nível do impacto do BSC e as melhores práticas de gestão das fazendas da Fundação Bradesco. Fonte: DUARTE, 2010.

Escala de 1 a 5 pontos, sendo: 1= pouquíssimo; 2= pouco; 3= moderadamente; 4= muito; 5=muitíssimo.

No que se refere ao impacto do BSC em termos de re-

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GESTÃOsultados no setor pecuário das fazendas analisadas, verifi caram-se diferen-ças entre as percepções dos gestores das fazendas analisadas.

Na fazenda Bodo-quena (MS), os gestores destacaram como mel-hores resultados que o im-pacto da implantação do BSC promoveu no setor pecuário a melhoria dos processos internos, au-mento da produtividade e criação de valores.

Já na fazenda Canuanã (TO), os gestores destacaram como melhores resultados que o impacto da implantação do BSC promoveu no setor pecuário o favorecimento da comu-nicação interna e do aprendizado da equipe.

Os gestores de ambas as fazendas foram convergentes na percepção de que a implantação do BSC trouxe resultados positivos em termos fi nanceiros para o setor pecuário.

Na quarta e última fase da análise dos resultados sobre a implantação do BSC nas fazendas, foram apresentados os resultados obtidos nas medidas de desempenho da produção estabelecidas para os objetivos estratégicos do setor pecuário das fazendas da Fundação Bradesco, no período de 2006 a 2008.

Dentro do Mapa de Produção Agropecuária das fazen-das analisadas, foram estabelecidos quatro Objetivos Estra-tégicos e oito Medidas para o acompanhamento e mensura-ção de desempenho da Produção Pecuária, cujos resultados obtidos nesse período estão abaixo transcritos:

Em resumo, o estudo de caso revelou que, como resul-tados das metas desafi adoras preconizadas no mapa estraté-gico do BSC dessas fazendas, houve uma melhoria signifi ca-tiva na gestão de seus processos administrativos, resultando, no período analisado de três anos, em melhorias signifi ca-tivas na produtividade do setor pecuário dessas unidades: redução nos índices de mortalidade (1,31% na bovinocul-tura de corte, 5,63% na bovinocultura de leite, 1,25% na avicultura, 0,54% na suinocultura); aumento no rendimento de carcaça dos animais abatidos (6% em bovinos de corte, 2,56% em frangos, 1,62% em suínos) e redução de 6,33% nos casos de mastite bovina.

O estudo de caso revelou que, como resultados das me-tas desafi adoras preconizadas pelo BSC das fazendas analisa-das, houve uma melhoria signifi cativa na gestão de seus pro-cessos administrativos, resultando, no período analisado de três anos, em melhorias na produtividade do setor pecuário.

Considerações Finais A adoção de planejamento estratégico em fazendas

precisa tornar-se cada vez mais uma realidade na agro-

FIGURA 3: Relação entre o impacto do BSC e resultados no Setor Pecuário das fazendas da Fundação Bradesco. Fonte: DUARTE, 2010

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Bovinoc. de CorteBovinoc. de LeiteAviculturaSuinocultura

Índice de mortalidade e rendimento da carcaçaNúmero de casos de mastite e índice de mortalidadeÍndice de mortalidade e rendimento da carcaçaÍndice de mortalidade e rendimento da carcaça

MEDIDAS

pecuária brasileira, servindo de alicerce para o futuro. A análise dos resultados do estudo de caso apresentado como exemplo neste artigo foi de que a ferramenta da administra-ção utilizada, no caso o BSC, mostrou-se efi ciente e passível de ser utilizado em propriedades agropecuárias na medida em que propiciou alinhamento da estratégia com as opera-ções, resultando na melhoria de seus processos gerenciais e produtivos. Verifi cou-se também que a sua forma de imple-mentação não diferiu da forma como já vem sendo adotado com sucesso em empresas do setor industrial e de serviços.

A discussão sobre esse tema não se encerra por aqui. Esse artigo, enfi m, lança bases para novos estudos e debates sobre o uso de ferramentas da administração em proprie-dades agropecuárias, bem como sobre a necessidade destas serem geridas de forma efetivamente empresarial. Assim, ampliamos o campo de análise e valorizamos o tema que a cada dia demonstra ser atualizado.

ReferênciasBALANCED. HSM Managment, p.120-126, 11 nov/dez,

1998.BALANCED SCORECARD FUNCTIONAL STANDARDS:

release 1.0 a. Balanced Scorecard Collaborative, Inc. Disponível em: <http://www.bscol.com/>.

BALANCED SCORECARD REPORT. Disponível em: <http://www.bscreport.com.br/home.asp>. Acesso em: 07 jan. 2008.

DUARTE, Jorge. O BSC aplicado nas escolas-fazenda da Fundação Bradesco. [Dissertação de Mestrado] Porto Alegre: PPGA/UFRGS, 2010.

JUNIOR, H. S.; PROCHNIK, V. Experiências Comparadas de Implantação de Balanced Scorecard no Brasil, 2002.

KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

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15JUN2012

DESTAQUE

Os amantes do universo country ganharam agora uma das mais completas lojas do setor: a Silverado. Tradicional indústria do ramo calçadista, especializada em bo-

tas e botinas masculinas, femininas e infantis e sedia-da na cidade de Franca (SP) - maior pólo produtor de calçados masculinos do país -, a Silverado procura, com a abertura desta loja, fi delizar o seu público country.

No ramo há mais de 15 anos e com mais de 600 clientes no atacado em todo o território nacional (en-volvendo revendas agropecuárias, lojas country e sa-patarias), a Silverado tem por meta produzir calçados com ênfase no conforto, na beleza e na segurança.

“Estamos consolidados no mercado atacadista nacional. Mas entendemos que na atual conjuntura econômica do Brasil, o cliente no varejo tem um po-

SILVERADO: especializada em botas e botinasMASCULINAS, FEMININAS E INFANTIS

tencial enorme. Por isso, decidimos abrir uma loja própria”, explica Luiz Ribeiro de Lima, diretor da em-presa.

Na Silverado, o cliente encontra a mais variada linha de botas em couros exóticos, além dos tradicio-nais couro de boi e de carneiro. “Além do calçado, te-mos toda a linha de vestuário country, além de selarias, laços, capas, fi velas e cintos”, afi rma. Luiz.

Mas para quem imagina que o alvo da empresa resume-se a abertura do espaço de comércio para o va-rejo está enganado. “Procuramos novos parceiros. Que tenham interesse em aumentar seus lucros. Para isto, em breve, abriremos a possibilidade de ser um fran-queado Silverado”, diz.

Solicite uma visita de um representante Silverado. A

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EVENTOS

Recorde Mundial comprova organização da 43ª EXPOAGRO EM FRANCA (SP)

Premiando uma organização primorosa durante 18 dias ininterruptos da 43ª EXPOAGRO - Ex-posição Agropecuária de Franca (SP), a raça Gir Leiteiro conheceu o novo recorde mundial na

produção de leite nas pistas do Parque de Exposições “Fernando Costa”.

Durante o 5º Torneio Leiteiro da Raça Gir Leiteiro, a vaca “Iname FIV”, da Fazenda Mutum, de Alexânia (GO), foi a grande campeã do torneio e é a nova re-cordista mundial, com média diária de 44,34 kg. Inscrita na categoria Fêmea Jovem, o animal rendeu ao seu pro-prietário Leo Machado Ferreira um prêmio de R$ 4 mil. “Inami FIV” é fi lha de “Jaguar TE do Gavião” e da vaca “Palma TE F. Mutum”. O recorde anterior era de Dílson

Com o apoio da LWS Refrigeração e do Laticínios Jussara, o criador Léo Machado recebe premiação das mãos de Alexandre Ferreira, então Secretário Municipal de Desenvolvimento e de Saul Borges, jurado da raça Gir Leiteiro, pelo recorde mundial na produção de leite com a vaca Inami FIV.

Cordeiro, da Fazenda Vila Rica, em Cocalzinho (GO), com o animal “Mimosa FIV Vila Rica”, que produziu 42,072 quilos de leite na exposição de Araxá (MG).

Os competidores dos torneios leiteiros participaram ainda do Torneio de Qualidade do Laticínios Jussara, que pagou o prê-mio em dinheiro de R$ 600 para o primeiro lugar Girolando e R$ 400 para o Gir Leiteiro. “O Laticínios Jussara é parceiro da Expoagro há alguns anos, estimulando brilhantemente a cria-ção de bovinos leiteiros, com disputas cada ano mais acirradas aqui no Torneio Leiteiro. Ressalto, ainda, o trabalho de respon-sabilidade social da empresa. Todo o leite produzido durante os torneios leiteiros serão distribuídos para a APAE e para o Fundo Social de Solidariedade de Franca”, explicou Alexandre Ferreira, então Secretário Municipal de Desenvolvimento.

A 43ª EXPOAGRO contou ainda com a par-ticipação de mais de 1.000 animais em julgamento, envolvendo três raças de equinos (Árabe, Mangalarga e Mangalarga Marchador), três de bovinos (Nelore, Gir Leiteiro e Girolando) e dois torneios leiteiros (Gi-rolando e Gir Leiteiro); a Copa Brasileira e a Copa Regional de Marcha de Muares; da Expocães; da Copa Regional de Hipismo; e do 5º Congresso Francano do Agronegócio.

O evento foi realizado pela Associação dos Produ-tores Rurais do Paiolzinho, com o apoio da LWS Refri-geração e do Laticínio Jus-sara

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MERCADO

Teresa Jocys 1; Akira P. Takematsu 2

Segundo alguns historiadores, o repolho (Brassica oleracea var. capitata), uma hortaliça cultivada na Europa desde 5.000 anos a.C, na verdade é uma va-riedade de couve silvestre (Brassica oleracea var.

silvestris). Consumido por quase todos os povos, cozido, re-fogado, em sopas, saladas cruas, em conservas (o tradicional chucrute alemão) e o conhecido ‘charutinho árabe’.

O repolho é uma hortaliça muito cultivada, princi-palmente no sul e sudeste do Brasil. Segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola, de 2007, o cultivo dessa olerícola se dá em todo o Estado de São Paulo. Porém, apenas quatro regiões (Sorocaba, Mogi das Cruzes, São João da Boa Vista e São Paulo) concentraram a maior parte da produção.

Da família das couves, tanto o verde como o roxo, su-peram em consumo o Brócolis, Couve de Bruxelas e Couve Flor. Várias espécies de insetos atacam a cultura do Repolho, como destacamos a seguir:-

PULGÃO DA COUVE (Brevicoryne brassicae) - As formas aladas são de coloração verde e cabeça e tórax pretos medindo 2 mm de comprimento; a forma áptera tem o corpo de coloração verde, com uma camada cerosa esbranquiçada. Formam grandes colônias na parte superior das folhas.

PULGÃO VERDE (Myzus persicae).Também medem 2 mm de comprimento, a coloração é verde clara na forma

áptera e a forma alada apresenta coloração verde com cabeça, antena e tórax pretos. Formam colô-nias na parte inferior das folhas. Prejuízos:- de-vido à formação de grandes colônias, os pulgões provocam enfraquecimento das plantas, pela con-tínua sucção de seiva. O sintoma típico da presen-ça desses insetos é a presença de folhas totalmente engruvinhadas. Além dos prejuízos diretos, os pulgões podem ser transmissores de viroses.

LAGARTA DA COUVE (Ascia monuste orseis). O curuquerê da couve é uma lagarta que, quando completamente desenvolvida, mede cerca de 30 a 35 mm de comprimento, de cor cinza es-verdeada. Alimenta-se das folhas e é muito voraz. Os adultos são borboletas com 50 mm de enver-gadura e as fêmeas põem seus ovos de coloração amarela na parte inferior das folhas. Prejuízos:- causam grandes da-nos à produção, chegando a desfolhar quase que totalmente a planta.

LAGARTA ROSCA (Agrotis ipsilon). Os adultos são mariposas com 35 mm de envergadura, com asas anteriores marrons e manchas pretas, as posteriores são semitransparentes.

Os ovos de coloração branca são colocados nas folhas de onde eclodem pequenas lagartas de coloração marrom acinzentada escura, que atingem o tamanho máximo de 45 mm. Têm hábitos noturnos, se alimentado à noite e fi cando abrigadas no solo durante o dia. Têm o hábito de se enrolar, daí surgindo seu nome popular de lagarta rosca. Prejuízos:- as lagartas cortam as plantas rente ao solo reduzindo o número de plantas por área cultivada.

LAGARTA FALSA-MEDIDEIRA (Trichoplusia ni). As lagartas atingem 30 mm de comprimento, de coloração verde e se locomovem como se estivessem medindo

1 - Pesquisadora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Ve-getal. Email: [email protected]. 2 - Pesquisador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Ve-getal. Email: [email protected]. Pulgão da Couve (Brevicoryne brassicae) na forma áptera (sem asas)

Traça das Crucíferas (Plutella xylostella)

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Pesquisadores indicam Alternativas Naturais deCONTROLE DAS PRAGAS QUE ATACAM O REPOLHO

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18JUN 2012

HORTICULTURA

Vaquinha Verde-Amarela (Diabrotica speciosa)

um palmo (o que lhes confere o mesmo nome popular) (Figura 3). Empupam-se na própria folha e tecem casulo envolto de teia branca. Os adultos são mariposas de colora-ção geral parda. Prejuízos:- perfuram as fo-lhas, tornando-as impróprias para consumo.

TRAÇA DAS CRUCÍFERAS (Plutella xylostella). O adulto da traça é uma mariposa de coloração parda. A fêmea deposita os ovos na página inferior das folhas, isolados ou em grupos de 2 ou 3. Esses ovos são minúscu-los, arredondados e de coloração esverdeada. Após 3 ou 4 dias nascem as lagartinhas que penetram no interior da folha, onde permanecem por 2 ou 3 dias. Após esse período, abandonam a galeria e passam a alimentar-se da epiderme da página inferior da folha. As lagartas atingem o máximo desenvolvimento, com 8 a 10 mm de comprimen-to, 9 a 10 dias após a eclosão. São de coloração verde clara com cabeça de cor parda e sobre o corpo notam-se pequenos pelos escuros e esparsos. Para se transformarem em pupas, tecem um pequeno casulo na face inferior das fo-lhas. De-pois de 4 dias, emerge o adulto, para novo ciclo biológico. Prejuízos:- atacam as plantas logo após o transplante das mudas, causando grandes danos, pois se alimentam da parte externa ou interna das folhas, tornando, assim, o repolho impróprio para comercialização. A perda pode chegar até a 60%.

BROCA DA COUVE (Hellula phidilealis). Conhecido como broca da couve, o adulto é uma mariposa com asas par-dacentas com faixas brancas e pontos pretos. As lagartas têm coloração verde clara com manchas marrons no sentido do comprimento. Prejuízos:- as lagartas perfuram as hastes das plantas, provocando seu secamento e conseqüente morte.

VAQUINHA VERDE AMARELA (Diabrotica specio-sa). A fêmea deste besouro faz postura no solo, onde eclo-dem larvas de coloração branco leitosa que atingem até 10 mm de comprimento.O adulto tem coloração verde, com 5 a 6 mm de comprimento, cabeça castanha e três manchas

amareladas no corpo. São conhecidos como vaquinhas ou patriotas. Prejuízos:- perfuram as folhas.

MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci). Apesar de serem conhecidos como moscas brancas, não são verdadeiramente moscas, mas sim um Hemíptero da Família Alevroididae. São insetos pequenos, com 1 mm de comprimento, e 4 asas membranosas pulverulentas. As ninfas, em sua fase inicial, locomovem-se pelas folhas para, em seguida, fi xaram-se de maneira semelhantes a cochonilhas. São insetos sugadores. Prejuízos:- podem injetar toxinas e favorecer o apareci-mento de fumagina, que prejudica atividade fotossintética da planta.

MÉTODOS DE CONTROLE

Para pequenas hortas domésticas ou orgânicas, méto-dos alternativos poderão ser usados como, por exemplo, a mistura de 5 g de sal de cozinha (1 colher de chá) para 20 mL de vinagre (1 colher de sopa) em 1 L de água. Acrescentar 2,5 mL (meia colher de chá) de detergente líquido. Pulveri-zar as plantas atacadas a cada 5 a 7 dias.

Extrato de sementes de Nim também pode ser aplicado na cultura. Se as sementes não estiverem disponíveis para o horticultor, pode-se lançar mão de produtos formulados à base de Nim.

Para aumentar a resistência das plantas contra as pra-gas pode-se aplicar um chá preparado a partir de 100 g de ca-valinha seca ou 300 g da planta verde. Deixar macerando em 10 L de água por 24 horas, em seguida ferver por 10 minutos. Diluir em 90 L de água e regar ou pulverizar as plantas.

O uso de formulações comerciais de Bacillus thuringi-ensis tem se mostrado efi ciente para controle de lagartas. Após 24 a 72 horas do consumo das folhas tratadas, as lagar-tas param de se alimentar e, em seguida, morrem, libertando dessa forma mais Bacillus thuringiensis que poderão infectar novas lagartas.

O emprego de produtos químicos requer os devidos cuidados, como a escolha do inseticida devidamente regis-trado para o controle da praga, leitura atenta da bula da em-balagem, observação do período de carência (intervalo entre a última pulverização e a colheita), descarte adequado das embalagens vazias e uso de equipamento de proteção indi-vidual.

Esses cuidados permitirão ao produtor oferecer ao mercado uma hortaliça de boa qualidade, diminuindo tam-bém os riscos de contaminação do solo, da água e do produto fi nal, protegendo a saúde do produtor, sua família, trabalha-dores rurais e do consumidor fi nal.

Lagarta Falta Medideira (Trichoplusia ni) e em início de estágio de metamorfose.

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fi nal, protegendo a saúde do produtor, sua família, trabalha-A

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HORTICULTURA

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20JUN 2012

CAFÉ

Estima-se que o café robusta, estigmatizado pela qualidade inferior ao da espécie arábica, já faça parte de praticamente metade dos blends de cafés industrializados no Brasil, algo entre 10 milhões e 11 milhões de sacas diante de um con-

sumo doméstico anual estimado em 20 milhões de sacas.De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil

(Cecafé), a participação do robusta nos blends no mercado nacional é de 50% a 55%, ante 20% há doze anos. Por isso, o salto é considerado importante na avaliação de representantes do setor. Já a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) calcula que a participação do robusta já alcança cerca de 40%.

Os números foram apresentados na semana passada durante um evento internacional sobre o café robusta, também conhecido como conilon, no Espírito Santo, o maior produtor nacional da variedade, com cerca de 76% da safra.

No mundo, a participação do robusta é estimada em 40% - há dez anos, a fatia era de 30% -, ante 60% do arábica nos blends de café industrializado. Segundo Enio Bergoli, secretário de Agricultura do Espírito Santo, alguns especialistas acreditam que entre dez e 15 anos, a composição de robusta e arábica será igualmente dividida nas bebidas.

Guilherme Braga, diretor-geral do Cecafé, acredita que, no iní-cio, o aumento do uso do robusta nos blends se deu em função de preços mais baratos na comparação com o arábica. Depois, os grãos

foram escolhidos pela melhoria de sua qualidade. Braga explica que o rendimento do robusta é maior que o do arábica, e desmitifi ca a “fama” de produto ruim. Ele alega que, quando bem administrado,

Café Robusta ampliaPARTICIPAÇÃO EM ‘BLENDS’

O governo estadual está apertando o cerco contra os sonegadores de ICMS nas o-perações de venda interestaduais de café.

As empresas que praticaram fraudes e não con-seguirem demonstrar a legalidade das operações vão perder o crédito do imposto. Levantamentos iniciais indicam apontam evasão de receita supe-rior a R$ 75 milhões no ano de 2011.

As novas regras já estão valendo e as altera-ções foram feitas por meio do Decreto nº 3025-R. As medidas, segundo o secretário estadual da Fa-zenda, Maurício Cézar Duque, vêm sendo adota-das há algum tempo para aperfeiçoar a legislação e “fechar os ralos para possíveis evasões fi scais”. Embora o secretário tenha evitado detalhar as informações a respeito das fraudes, sabe-se que não são muitas as empresas, menos de 15, que estão envolvidas nesse tipo de operação ilícita. As operações de compras com notas fi scais frias foram feitas basicamente com o Rio de janeiro.

Um dos indícios de irregularidade nas ope-rações foi o elevado volume de café adquirido no Rio de Janeiro, cerca de 3 milhões de sacas. Volume esse muito superior à produção daquele Estado, que é de cerca de 250 mil sacas.

O Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), segundo seu presidente Luiz Antônio Polese, recebe essas alterações de forma muito positiva porque contribuirão para separar defi ni-tivamente “a banda podre do café”. As exigên-cias que estão no novo decreto vão, na prática, impedir a continuidade desse tipo de operação. De acordo com um dos artigos, o contribuinte do Espírito Santo que tiver adquirido café proveni-ente do Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2010 a 30 de junho de 2012, terá prazo até 27 de julho próximo para apresentar cópias de vários documentos. (Fonte: RedeGazeta)

Espírito Santo muda regra do ICMS do café para evitar fraudes

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21JUN2012

CAFÉo conilon não altera a bebida fi nal.

“É um bom parceiro no blend”, defende. Braga afi rma que um robusta de qualidade é melhor do que algumas “so-bras” de arábica utilizadas para a industrialização do produ-to, confi rmando que os cafés especiais ainda são um mercado de nicho no Brasil.

Outro argumento para atestar que a qualidade do café robusta evoluiu nos últimos cinco anos está na suspensão da restrição feita pela Abic, há três meses, do uso de robusta para a produção de café gourmet certifi cado no Programa de Qualidade do Café (PQC).

Em 2004, no início do programa, a norma técnica proi-bia a utilização do grão para este fi m. Agora, não existem nem limites de utilização para os blends. “Deixamos a crité-rio da indústria, desde que o produto fi nal tenha nota acima de 7,3 pontos numa escala de zero a dez para ser classifi cado como gourmet”, explica Nathan Herszkowicz, diretor-exe-cutivo da Abic.

Herszkowicz observa que o consumo interno cresce a taxas de 3,5% a 4% ao ano, um indicativo de que a quali-dade do café industrializado no mercado interno não decaiu. Para Herszkowicz, a fase do robusta é de transição para um produto de melhor qualidade, com alta tecnologia. Hoje o Brasil exporta café conilon gourmet comparado aos me-lhores grãos produzidos no mercado mundial. No ano pas-sado, o país enviou 197 mil sacas de conilon diferenciado ante 2,47 milhões de sacas de conilon médios, de acordo com o Cecafé.

Algumas iniciativas de ponta com o uso de tecnologias, variedade clonais, podas, irrigação e nutrição adequadas são responsáveis pela produtividade de mais de 100 sacas por hectare, no Espírito Santo, enquanto a média está em torno de 30 a 34 sacas. “A tendência é crescer muito”, resume o secretário da Agricultura Enio Bergoli.

Ele aponta que Brasil e Vietnã - maior produtor mun-dial de café robusta, que na safra 2011/12 produziu 17,385 milhões de sacas - são os únicos países capazes de aumentar a oferta do grão. A produção brasileira saltou de 6,26 milhões de sacas, em 2000/01, para 11,306 milhões na safra 2011/12.

Os números para a colheita 2012/13 ainda são alvo de divergências. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta 12,3 milhões de sacas para uma safra total de café de 50,45 milhões de sacas, embora o mercado acredite em um desempenho superior.

O número não fecharia as contas para a demanda in-terna estimada entre 10 e 11 milhões de sacas para os blends de torrado e moído; 3 milhões de sacas para a indústria de café solúvel e mais a exportação de pouco mais de 2 milhões de sacas. A soma superaria 16 milhões de sacas.

Para Bergoli, o momento de maior demanda pelo ro-busta é um marco que credencia o Brasil como importante polo irradiador da variedade. Segundo ele, é preciso romper o preconceito da baixa qualidade, e pensar que o grão com-plementa o arábica. “O mercado está aberto para o conilon, não tenho dúvida de que vamos avançar pela qualidade”, diz. (Fonte: Valor Econômico). A

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22JUN 2012

EVENTOS

A Bio Soja em parceria com a Campagro realizou em 14 de junho uma palestra voltada a nutrição do cafeeiro no bairro

Pinheiro, localizado na zona rural de Santo Antônio da Alegria (SP).

A participação dos cafeicultores fi -cou acima das expectativas com o com-parecimento de 38 produtores rurais. Além deles, contou-se com a participação da equipe de vendas da Campagro sob a coordenação de José de Alencar, gerente da fi lial de Franca (SP) e de Ibiraci (MG)

Inicialmente, o consultor da Cam-pagro, Rafael Isaac enfatizou a importân-cia da integração cafeicultor e fornecedor de insumos agrícolas, com o intuito de al-cançar os objetivos comuns: aumento de produtividade com rentabilidade.

Posteriormente, o Engº Agrônomo

Nutrição balanceada em sistemas de alta produtividadePALESTRA EM SANTO ANTÔNIO DA ALEGRIA (SP)

fósforo nos solos aumentando a disponibilidade deste nutri-ente ao cafeeiro e consequentemente o seu desenvolvimento e produtividade.

Além do Fertium® Phós como fornecedor de fósforo foi abordado também a importância do magnésio e do boro e as formas mais efi cientes para o seu fornecimento ao cafee-iro. De forma similar ao fósforo, estes nutrientes também devem ser fornecidos antes do fl orescimento do cafeeiro e estimulam o desenvolvimento do cafeeiro.

A Bio Soja possui três fertilizantes fornecedores de magnésio ao cafeeiro: NHT® Magnésio que deve ser aplicado via drench e nas pulverizações foliares, Gran Mix Visão e Gran Boro Mag que devem ser aplicados no solo.

Segundo o Engº Agrônomo, Renato Brandão, a maio-ria dos solos cultivados com cafeeiro possui baixos teores de boro e é necessário o seu fornecimento para a obtenção de altas produtividades nesta cultura.

De forma similar ao magnésio, o boro também pode ser fornecido no solo antes do fl orescimento, no drench e nas adubações foliares do cafeeiro.

Ao longo da palestra, ocorreu uma grande interação entre o palestrante e os cafeicultores tornando-a extrema-mente dinâmica.

Nas próximas semanas serão realizadas mais três pa-lestras pela Bio Soja em parceria com a Campagro voltadas aos cafeicultores de Franca e região com o mesmo objetivo: levar informações técnicas que possam melhorar o manejo da nutrição do cafeeiro e aumentar a lucratividade da cafei-cultura.

Renato Passos Brandão, Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja, abordou a importância da nutrição balanceada para uma cafeicultura sustentável e rentável.

Na palestra, Renato orientou os participantes como que devem ser utilizados os fertilizantes Bio Soja nas aduba-ções de solo antes do fl orescimento do cafeeiro: Fertium® Phós, NHT® Magnésio e Gran Mix Visão ou Gran Boro Mag.

O Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja, enfatizou a importância do Fertium® Phós no fornecimento de fósforo antes do fl orescimento do cafeeiro. O Fertium® Phós é um fertilizante organomineral na qual as substâncias húmicas (ácidos fúlvicos e ácidos húmicos) minimizam a fi xação do

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23JUN2012

CAFÉ

O núcleo da Cooparaiso em Altinópolis (SP) rece-beu no início de junho, o consultor de café que atua na região da Alta Mogiana, José Mário Jorge, que falou com exclusividade sobre o atual cenário

do produto especifi camente naquela região. Para ele, a pré-colheita, colheita e o pós-colheita da safra 2012/13 vão exi-gir maiores cuidados do produtor para que não haja perda de qualidade. “Nós já estávamos prevendo que seria uma co-lheita mais difícil porque havia rumores de entrada de fren-tes frias nessa época. Nessa região, a fase de colheita sempre foi marcada por seca bem defi nida, por isso está nos preocu-pando”, disse o consultor.

Ele pontuou que colher o café com chuva torna a ope-ração mais difícil, requerendo maiores cuidados para manter a qualidade. “Nós estamos em um ano de alta safra e nesta região da Alta Mogiana a bienalidade é bem defi nida, por-tanto a colheita deve utilizar todo o período útil, ou seja, até setembro. Com perda de dias com chuvas, provavelmente vai haver perda de produto, com certeza terá um pouco de perda também de qualidade e atrasa o manejo que fazemos aqui com bastante intensidade logo, que é a poda, que tem um calendário que não deve ser estender até setembro. Por-

Café da Alta Mogiana é tema de orientação noNÚCLEO DA COOPARAÍSO EM ALTINÓPOLIS (SP)

tanto não será um ano tranquilo para planejar a colheita e os próximos tratos culturais”, disse José Mário, em Altinópolis.

Quanto ao preço, José Mário diz que a maior parte do café que ainda será colhido deve ter boa qualidade, mas res-saltou que “a maioria dos produtores não incorporou na sua renda, infelizmente, os bons preços que aconteceram no ano passado. Estamos trabalhando com margem de lucro aper-tada, pois o custo de produção dessa região deve fi car em R$ 300, pelo fato da maioria das lavouras estar com intensa mecanização”, disse.

José Mário ponderou que a questão do clima nunca é igual de um ano para outro. “No ano passado, por exemplo, as lavouras estavam indo bem até essa fase do ano. Do inver-no de 2011 até o início das chuvas elas foram acometidas por uma infecção generalizada de doenças, principalmente bac-térias, que já tirou um pouco do potencial desta safra. Neste ano, a preocupação é maior porque as condições normais de chuvas continuadas, de queda de temperatura (choque tér-mico, quando temperatura cai cerca de 15 graus de um dia para o outro) provoca queda de folhas e deixa a planta mais suscetível à doenças, portanto o ano que vem pode ser um ano de difi culdades”, alertou o consultor. A

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24JUN 2012

CAFÉ

Nutrição do Cafeeiro (parte 1) - Calagem e Gessagem: PRIMEIRA ETAPA PARA CAFEEIROS PRODUTIVOS

Renato Passos Brandão 1

Nesta edição e ao longo das próximas dez edições da Re-vista Attalea Agronegócios serão abordados assuntos

pertinentes a nutrição do cafeeiro em sistemas de altas produtividades.

Nestes sistemas, o manejo ade-quado da nutrição do cafeeiro é o pon-to chave para otimizar os pesados in-vestimentos realizados na cafeicultura e proporcionar retornos econômicos ao cafeicultor.

Neste primeiro artigo será abor-dada inicialmente a importância do di-agnóstico da fertilidade do solo e a in-fl uência do cálcio no desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro. Poste-riormente, o foco será a importância da calagem e da gessagem do cafeeiro em sistemas de altas produtividades.

1. Diagnóstico da fertilidade do solo

Em lavouras com alto potencial produtivo, é indispensável o moni-toramento da fertilidade do solo e do estádio nutricional das plantas. Den-tro deste contexto, torna-se necessário a amostragem do solo e das folhas do cafeeiro.

Neste artigo, será abordada a análise de solo e as suas implicações no manejo nutricional do cafeeiro. Numa edição posterior será dada ênfase na amostragem foliar que é uma ferra-menta essencial nos ajustes dos pro-gramas nutricionais no cafeeiro.

1.1. Análise de soloAtualmente, a análise de solo

é uma ferramenta fundamental nos programas nutricionais do cafeeiro e é amplamente utilizada pela maioria dos cafeicultores.

1.2. Amostragem do soloA amostragem de solo é a pri-

meira etapa para o estabelecimento de

um programa nutricional no cafeeiro. Os erros cometidos na amostragem do solo não podem ser corrigidos pelo laboratório.

Uma amostragem do solo mal realizada proporcionará resultados que não condizem com a realidade e comprometerá a interpretação e a re-comendação da calagem, gessagem e adubação no cafeeiro.

Nas culturas perenes, dentre as quais o cafeeiro, é preciso considerar duas situações para a amostragem do solo: amostragem para a implantação da cultura e a amostragem em lavouras em formação e produção.

a. Amostragem do solo para im-plantação do cafeeiro

Para que a amostra do solo seja representativa, a área amostrada deve ser a mais homogênea possível. Dividir a área em talhões uniformes levando em consideração os seguintes itens:

• Vegetação nativa (por exemplo, mata, cerrado e campo nativo);

• Características do solo (cor e tex-tura do solo);

• Posição na topografi a (topo do morro, meia encosta e baixada);

• Histórico do talhão (calagem, gessagem, adubações de solo e foliares e pulverizações dos defensivos agríco-

1 – Engenheiro Agrônomo, Mestre em Solos e Nu-trição de Plantas e Gestor Agronômico do Grupo Bio Soja. E-mail: [email protected] Figura 1. Local de amostragem do solo em cafeeiro em produção.

las com nutrientes);A amostragem deve ser realizada

nas profundidades de 0 a 20, 20 a 40 e de 40 a 60 cm, para a avaliação da necessidade da correção da acidez em profundidade.

As amostras simples devem ser coletadas entre 20 e 25 pontos por talhão uniforme para que a amostra composta seja representativa do talhão amostrado. A amostra composta que é a mistura das amostras simples deve ter pelo menos 250 g de solo.

b. Amostragem do solo para cafeeiro em formação e produção

A amostragem do solo de cafee-iros em formação e produção deve le-var em consideração os aspectos men-cionados na implantação da cultura e também as informações relativas à cultura, tais como, cultivar, idade das plantas e produtividade do cafeeiro.

A amostragem do solo deve ser realizada entre abril e junho de tal forma que os resultados estejam dis-poníveis para que o cafeicultor possa aplicar o calcário, gesso agrícola, fer-tilizantes fosfatados e fornecedores de magnésio e boro antes do fl oresci-mento do cafeeiro e possa programar as demais adubações de solo e foliares.

A amostragem do solo do talhão deve ser realizada na faixa aonde são aplicados os fertilizantes, geral-mente sob a projeção da copa do cafeeiro (Figura 1). Em cafeeiros irrigados ou naqueles aonde são utilizadas doses pesadas de nutrientes, amostrar anualmente o solo nas profundidades de 0 a 10 e de 0 a 20 cm. Nos de-mais sistemas de cultivo, amostrar o solo a cada 2 anos. A cada três anos, amostrar também a profundidade de 20 a 40 cm e de 40 a 60cm para verifi car as condições químicas do solo em

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25JUN2012

profundidade.Os resultados da profundidade de

0 a 10 cm serão utilizados para a reco-mendação de calagem.

Os resultados da profundidade de 0 a 20 cm serão utilizados para a reco-mendação da adubação de solo.

Os resultados da profundidade de 20 a 40 e de 40 a 60 cm serão utilizados para a recomendação da gessagem.

2. Infl uência do cálcio no desen-volvimento do sistema radicular do cafeeiro

O desenvolvimento das raízes do cafeeiro só ocorre nas camadas do solo com teor de cálcio em níveis adequa-dos (Ca > 15 mmolc/dm3). Estudos re-alizados utilizando a técnica de raízes bifurcadas em caixas separadas com baixo e alto teor de cálcio demonstram a infl uência deste nutriente no cresci-mento do sistema radicular das plantas (Figura 2).

Quando o fornecimento de cálcio pelo solo for insufi ciente, o crescimen-to dos tecidos jovens do cafeeiro (raí-zes, folhas, fl ores e ramos) é interrom-pido, mesmo com teores adequados de cálcio nas folhas adultas. O cálcio não transloca dos tecidos mais velhos para os novos. Este nutriente possui baixís-sima mobilidade no fl oema das plantas.

Portanto, o cálcio deve estar bem distribuído ao longo do perfi l do solo e em quantidades adequadas para promover maior desenvolvimento do sistema radicular do cafeeiro em pro-fundidade e manter um fornecimento constantemente dos nutrientes e água ao longo do ciclo da cultura.

Em camadas subsuperfi ciais do solo com alta saturação de alumínio (m > 30%), o cálcio minimiza os efeitos

prejudiciais do alumínio nas raízes do cafeeiro proporcionando maior desen-volvimento radicular e mantendo a sua morfologia.

Uma maior quantidade de raízes do cafeeiro em camadas mais profun-das do solo permite melhor aproveita-mento da água e nutrientes, vital para o cafeeiro cultivado em regiões sujeitas a veranicos e secas prolongadas. Des-ta forma, os refl exos negativos destas condições ambientais adversas são minimizados proporcionando maiores produtividades no cafeeiro.

Dentro deste contexto, o manejo adequado da calagem e da gessagem permite o desenvolvimento adequado do sistema radicular do cafeeiro em ca-madas mais profundas do solo e a ob-tenção de altas produtividades (Figura 3). É importante mencionar também

Figura 2. Efeito do cálcio no crescimento radicu-lar, utilizando-se uma técnica de raízes bifurca-das em caixas separadas contendo alto e baixo teor de Ca (Fonte: Pavan, 1986).

CAFÉa participação do fósforo, magnésio e boro na formação de um sistema radi-cular vigoroso no cafeeiro. Estes nutri-entes serão abordados na próxima e-dição da Revista Attalea Agronegócios.

3. CalagemA acidez do solo e as suas impli-

cações agronômicas é um dos princi-pais fatores da baixa produtividade do cafe-eiro.

Portanto, o primeiro passo para uma cafeicultura sustentável é a cor-reção da acidez do solo utilizando a-dequadamente o calcário. Desta forma, teremos uma cafeicultura economica-mente viável a curto, médio e a longo prazo.

De maneira geral, os solos culti-vados com cafeeiro são predominante-mente ácidos e possuem baixa fer-tilidade natural com baixos teores de nutrientes ao longo do perfi l do solo. Além disso, a maioria dos solos sob vegetação de Cerrado possui elevada saturação de alumínio trocável com-prometendo seriamente o desenvolvi-mento do sistema radicular e a produ-tividade do cafeeiro.

A utilização de fertilizantes ni-trogenados acidifi ca os solos cultivados com o cafeeiro. São necessários cerca de 600 kg/ha de calcário com PRNT igual a 100% para corrigir a acidez gerada por 1.000 kg/ha de nitrato de amônio (330 kg/ha de N).

3.1. Benefícios da calagem• Aumenta a disponibilidade

dos nutrientes, dentre os quais, o fós-foro. O efeito da adubação fosfatada no cafeeiro é maior em lavouras devida-mente calcariadas. A elevação do pH do solo para faixa adequada ao

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26JUN 2012

cafeeiro aumenta os efeitos imediatos e residuais dos fertilizantes fosfatados.

• Fornece cálcio e magnésio ao cafeeiro;

• Reduz a toxicidade de al-guns elementos químicos indesejáveis (alumínio trocável e metais pesados);

• Aumenta a atividade e o número de bactérias benéfi cas nos so-los, acelerando a ciclagem de resíduos vegetais e dos nutrientes nos solos.

3.2. Recomendações de usoA dosagem do calcário é defi nida

pelos resultados da análise de solo e a-tualmente, o método mais utilizado na cafeicultura é o de saturação por bases (V).

3.2.1. Calagem na implantação do cafeeiro

Na implantação do cafeeiro, e-levar a saturação de bases a 70%, ex-ceto nos solos sob vegetação de cerrado onde o valor mais adequado é 60%.

Utilizar preferencialmente cal-cário dolomítico para o fornecimento de doses adequadas de magnésio ao cafeeiro. Em cafezais com altas produ-tividades, recomenda-se manter o teor de magnésio no solo em torno de 10 mmolc/dm3 ou 1 cmolc/dm3 e a satu-ração de magnésio na CTC do solo na faixa de 12 a 15%.

O calcário deve ser distribuído uniformemente a lanço sobre a super-fície do solo e incorporado na profun-didade mínima de 20 cm. Se possível, incorporar o calcário numa profundi-dade maior. Entretanto, quando incor-porado em profundidades diferentes da mencionada anteriormente, utilizar um fator de correção (p).

• p = 1,5. Calcário incorporado

incorporação, reduzir a dosagem pela metade e realizar a aplicação no sulco de plantio (100 g por metro linear para cada 1 t/ha de calcário). A dosagem máxima do calcário no sulco de plantio é de 300 g por metro linear.

3.2.2. Calagem em cafeeiro em formação e produção

Para a recomendação da calagem em cafeeiro em formação e produção será utilizada as informações da análise de solo na profundidade de 0 a 10 cm. Normalmente, nestas condições de cultivo, o calcário é aplicado na super-fície do solo não ocorrendo a sua in-corporação no solo. Neste caso, utilizar como fator de correção (p) o índice 0,5.

Realizar a calagem elevando a saturação de bases a 60% utilizando preferencialmente calcário dolomítico. Se o teor de magnésio no solo for aci-ma de 10 mmolc/dm3 ou 1 cmolc/dm3, saturação do magnésio na CTC do solo superior a 20% e a relação Ca/Mg for

dosagem do calcário é defi nida pelos resultados da análise de solo para evi-tar a aplicação de doses acima do a-dequado.

A aplicação do calcário em ex-cesso é tão ou mais prejudicial quanto a acidez elevada. Com a supercalagem ocorre diminuição na disponibilidade do fósforo e dos micro-nutrientes.

Em solos com pH em água acima de 6,0 nos primeiros 10 cm, o uso de calcário é desnecessário e diminui a efi ciência da adubação fosfatada com a transformação do fósforo solúvel (H2PO4

-) em fósforo insolúvel, como o fosfato tricálcico [Ca3(PO4)2].

Entre os micronutrientes, o man-ganês é aquele que é mais afetado pelo excesso de calcário induzindo a defi -ciência deste nutriente principalmente em solos sob cerrado (Figura 4). Em solos com pH baixo, o manganês está na forma disponível (Mn2+), enquanto que em solos com pH mais elevado, predomina as formas não disponíveis às plantas (Mn3+, Mn4+ e Mn7+).

4. GessagemO calcário possui baixa mobili-

dade no solo e a sua ação fi ca limitada às camadas superfi ciais do solo. Por-tanto, a calagem não corrige a acidez e os baixos teores de cálcio nas camadas subsuperfi ciais. O calcário também não reduz a saturação de alumínio nas ca-madas mais profundas do solo.

Nestas condições, o cafeeiro fi ca com o seu sistema radicular muito con-centrado nas camadas superfi ciais fi -cando muito susceptível aos veranicos com perdas na produtividade.

Figura 3. Sistema radicular do cafeeiro bem desenvolvido.

FOTO

S: P

ROC

AFÉ

- 20

11

Figura 4. Defi ciência de Mn em cafeeiro em solos sob cerrado.

CAFÉna profundidade de 30 cm;

• p = 2,0. Cal-cário incorporado na profundidade de 40 cm;

• p = 0,5. Cal-cário aplicado na su-perfície do solo.

Em regiões montanhosas onde a incorporação do cal-cário é trabalhosa e o produto é aplicado a lanço na superfície do solo, sem a devida

menor que 2,0; utilizar o cal-cário calcítico.

N o r m a l -mente, nestas condições de cultivo, o cal-cário é aplicado na superfície do solo. Neste caso, utilizar como fator de correção (p) o índice 0,5.

3.3. Su-percalagem

Conforme comentado an-teriormente, a

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27JUN2012

Além disso, ocorre menor desenvolvimento das plantas e o cafeeiro aproveita menos os nutrientes que possuem maior mobilidade nos solos (N-nítri-co, S-sulfato, boro e potássio).

Dentro deste contexto, o gesso agrícola deve ser utilizado para a correção das camadas subsuper-fi ciais com alta saturação de alumínio (m > 30%) e/ou alto teor de alumínio trocável (Al > 5 mmolc/dm3) e/ou baixos teores de cálcio (Ca < 5 mmolc/dm3 ou 0,5 cmolc/dm3).

A saturação do alumínio (m) é calculada uti-lizando a seguinte equação:

m = Al / (SB + Al) x 100

onde:• m = quantidade de alumínio em relação a

quantidade de bases mais alumínio (%)• Al = teor de alumínio determinado pela

análise química (mmolc/dm3)• SB = soma de bases (cálcio, magnésio, po-

tássio e sódio), mmolc/dm3

O gesso agrícola tem sido utilizado na cafei-cultura como condicionador das camadas subsu-perfi ciais melhorando o ambiente radicular para o pleno desenvolvimento das raízes do cafeeiro.

Em solos ácidos e com alta saturação de alumínio, o gesso agrícola diminui a toxicidade do alumínio ao cafeeiro, reduzindo a atividade do Al3+ na solução do solo pelo aumento da quanti-dade de Ca2+ e SO4

2-. O incremento do teor de Ca2+ em profundidade aumenta a relação Ca : Al, o que resulta numa melhoria do ambiente radicular pela diminuição da atividade do alumínio.

O gesso agrícola é um sal solúvel em água (2,5 g/L) e contém de 14 a 17% de enxofre e de 17 a 20% de cálcio na forma de sulfato de cálcio (CaSO4.2H2O). A água da chuva ou de irrigação é o agente transportador dos íons do gesso agrícola (Ca2+ e SO4

2-) para as camadas mais profundas do solo.

Ao contrário do calcário, o gesso agrícola não tem efeito neutralizante, ou seja, a sua aplicação não substitui o calcário, pois o gesso não possui íons (carbonatos e hidroxilas) capazes de neutrali-zar a acidez do solo.

4.1. Benefícios do gesso agrícola• Fornecimento de enxofre e cálcio ao cafeeiro;• Correção das camadas subsuperfi ciais com al-

tos teores de alumínio e/ou baixos teores de cálcio, melhorando o ambiente radicular das plantas

4.2. Recomendações de usoA recomendação do gesso agrícola é baseada

no teor de argila dos solos e nos parâmetros co-mentados anteriores (teor e saturação de alumínio e o teor de cálcio nas camadas subsuperfi ciais).

A equação utilizada para a recomendação de gesso agrícola para o cafeeiro está especifi cada

CAFÉabaixo:

D.G. = 7,5 x teor de argila

onde:• D.G. = dose de gesso agrícola em t/ha• Teor de argila, mg/dm3

De maneira geral, as maiores dosagens do gesso agrícola são uti-lizadas em solos argilosos e as menores em solos arenosos. Em solos com teor de argila de 60%, a dosagem do gesso agrícola é de 4,5 t/ha.

5. Considerações geraisAo longo das últimas décadas, ocorreu uma redução na rentabi-

lidade da cafeicultura. Portanto, os cafeicultores têm que maximizar os investimentos realizados e neste processo é fundamental o conhe-cimento da fertilidade do solo e do estádio nutricional do cafeeiro.

Teores adequados de cálcio ao longo do perfi l do solo é a premis-sa básica para uma cafeicultura sustentável. O calcário e o gesso agrí-cola são produtos que devem ser utilizados antes dos fertilizantes de solo e foliares para maximização dos benefícios das adubações.

Na próxima edição será abordada a importância do fósforo, mag-nésio e boro na formação de um sistema radicular vigoroso.

Maiores informações: Entrar em contato com os representantes comerciais da Bio Soja (www.biosoja.com.br) ou através do E-mail [email protected]. A

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CAFÉ

Marcos Pimenta1 ; Ronaldo Cabrera2

Os solos de cerrado são naturalmente ácidos, devido à própria natureza

de sua formação. Áreas antes consideradas marginais, por problemas de fertilidade na-tural, através da correção da fertilidade e uso de irrigação em zonas de elevado défi cit hídrico passaram a ter inte-resse econômico na explora-ção agrícola.

Para que os cafezais irri-gados implantado nessas áreas apresentem produtividades satisfatórias e compensadoras com uma bienalidade peque-na, é imprescindível uma boa correção. Porém observa-se que mesmo fazendo uso des-sas práticas, muitas vezes não atingem altas produtividades,

Utilização da Cal VirgemDOLOMÍTICA NO CAFEEIRO

1 - Pimenta Assessoria Agrícola. Email: [email protected] - Engenheiro Agrônomo M. Sc. Dr. Consultor em Agronomia. Email: [email protected]

pois o benefi cio da fertilização e da calagem ocorre camada arável (0-20 cm), assim, o sistema radicular do cafeeiro se limita a uma camada pequena do solo.

O não desenvolvimento radicular em profundidade ocorre devido à problemas de ordem física (compactação) e ou baixa disponibilidade de Cálcio e Magnésio em pro-fundidade. O problema de compactação pode ser resolvido através da subsolagem e uso de plantas de cobertura na en-trelinha do cafeeiro, enquanto o problema de correção com Ca e Mg em profundidade só é possível através da incorpo-ração mecânica de corretivos, ou uso de fontes solúveis, que uma vez aplicadas em superfície percolam e corrigem em profundidade.

O calcário é o principal corretivo de pH e fonte de Ca e Mg utilizado na agricultura brasileira, porém sua movi-mentação no perfi l do solo é baixa, restringindo basicamente à correção superfi cial. Urge a necessidade de buscar fontes alternativas de Ca e Mg com características de solubilidade e movimentação mais acentuadas do que o calcário, para ocor-rer um bom fornecimento de Ca e Mg e a tão desejada cor-

reção em profundidade sem a necessidade da incorporação.Muitas vezes o agricultor não faz monitoramento nu-

tricional através de análises foliares, com isso não consegue detectar se está ocorrendo absorção de Ca e Mg. É comum observar solos muito bem corrigidos, porém os teores foli-ares de Ca e Mg estão abaixo do adequado, então não en-tende a razão de uma baixa produtividade mesmo em solos corrigidos.

Quando adota um manejo onde prioriza fontes mais solúveis, a produtividade sobe, pois o cálcio tem papel importantíssimo no pegamento, fi xação da fl orada e um sistema radicular mais desenvolvido em solo corrigido pro-fundamente, que absorve muito mais água e nutrientes. Raízes profundas reduzem impactos climáticos, estabilizam a produtividade com menor bienalidade. Vale lembrar que o cafeicultor faz “duas safras” no mesmo ano, ou seja, ele precisa cuidar da safra que está na planta e ainda fazer ramos novos para produzir no próximo ano, o sucesso desta prática só é conseguida com um bom equilíbrio nutricional e uma boa relação parte aérea x sistema radicular.

Existem no mercado alguns insumos com maior so-lubilidade e maior mobilidade, como por exemplo, o

Figura 1: Lavoura antes da aplicação da CVD.

FOTO

: Mar

cos

Pim

enta

e R

onal

do C

abre

ra

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CAFÉ

gesso agrícola (CaO 26% e S 15%), a magnesita (MgO 95%), cal virgem dolomitica (CVD) com 60% de CaO e 30% de MgO e o próprio nitrato de cálcio (19 % de Ca e 15% de N). Por outro lado e-xistem muitos calcários de baixa reatividade e solubilidade, que limitam o fornecimento imediato de Ca e Mg.

No oeste baiano, na região de Luis Eduardo Magalhães e Bar-reiras, foram feitas algumas ob-

PARÂMETRO

CaOMgOP.N.R.E.PRNT

58,16%32,72%

188,00%100,00%188,00%

%

Tabela 1: Características químicas da Cal Virgem Dolomita - CVD

servações com uso de fontes mais solúveis de Ca e Mg. Na Fazenda Milano, localizada no município de Barreiras – BA, aplicou-se a CVD, buscando-se uma melhor disponibiliza-ção de Ca e Mg, pois já havia sido aplicado por dois anos consecutivos 1,0 Ton./ ha/ de calcário dolomitico sem in-corporação, não havendo melhoria esperada nos solos e nas plantas. A fi gura 1 retrata a lavoura antes da aplicação da CVD e a Tabela 1 reporta as características químicas da CVD.

Após 65 dias de aplicado, percebeu-se a campo uma grande emissão de folhas novas, com uma coloração agora mais verde-escura, com ótimo crescimento dos grãos de café, percebendo que houve uma melhoria no solo após a aplicação da CVD, fato este atestado pelas análises de solo. Um problema sério observado na região é a escaldadura por insolação, que também foi amenizada após a aplicação de fonte mais solúvel de Ca e Mg.

Devido ao seu valor alto do PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total), a CVD traz como principal benefi cio a disponibilização imediata de cálcio e magnésio ao solo, au-mentando o pH com diminuição do hidrogênio e alumínio,

Figura 2: Lavoura 65 dias depois da aplicação da CVD

PARÂMETRO DE SOLO 0-20cm

PROFUNDIDADE

5,14,22,1

44,168,06,81,10,40,34,36,0

28,015,03,0

18,07,0

72,0

ÉPOCA

Tabela 2: Análise química do solo na camada de 0 a 20 cm antes e depois da aplicação da CVD.

27/01/2011 02/04/2012ANTES CVD DEPOIS CVD

pH água pH CaCl2 M.O. dag/KgP mg/dm3 K mg/dm3

S mg/dm3

Ca cmolc/dm3

Mg cmolc/dm3

Al cmolc/dm3

H + Al cmolc/dm3

CTC cmolc/dm3

V %m %K % CTCCa % CTC Mg % CTCH + Al % CTC

5,04,41,5

49,860,18,71,80,50,12,85,2

48,04,03,0

35,010,052,0

FOTO

: Mar

cos

Pim

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e R

onal

do C

abre

ra

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CAFÉ

aumentando a soma de bases no solo. Outro fator impor-tante é a solubilidade da CVD, que pode ser aplicada via pivô central, permitindo à disponibilização imediata as plantas, em dosagens fracionadas, com um custo menor de aplicação. Outra forma de aplicação da CVD é na forma de drench (es-guicho sob a copa das plantas), testado em plantios de maçã e ameixa na Chapada Diamantina – BA.

Resultados obtidos nas lavouras de café irrigadas do oeste baiano corroboram com os resultados obtidos por Matiello em Pirapora – MG, onde houve aumento signifi ca-tivo dos níveis de cálcio, magnésio e potássio no solo, dando

assim melhores condições de desenvolvimento das plantas. Ao lado segue a Tabela 2 descrevendo os resultados das

análises de solo, antes e depois da aplicação de CVD via solo. Percebe-se nos resultados da análise de solo retirada

recente que houve aumento nos teores de Ca, Mg e da satu-ração de bases (V%), de 28% para 48%, tendo assim no solo melhores condições de crescimento das raízes e aproveita-mento dos fertilizantes.

Em São Paulo, na cultura da cana de açúcar, Cabre-ra & Bispo obtiveram excelentes resultados em termos de produtividade e correção de solo em profundidade com uso de Gesso Agrícola associado à Magnesita quando comparado com calcário. Estas informações conduzem a um manejo de fertilidade buscando o aprofundamento das raízes e a me-lhor efi ciência e efi cácia dos insumos.

Com a instabilidade climática, onde está cada vez mais comum o défi cit hídrico, e os altos custos de produção a competitividade agrícola começa fi car vulnerável, pois o potencial produtivo das plantas está limitado a um sistema radicular pouco desenvolvido e um subsolo pouco explorado que não permite maiores incrementos de produtividade

A lucratividade da agricultura brasileira não pode es-tar associada às altas cotações das commodities e sim a uma produtividade embasada em uma fertilidade de solo corri-gida em profundidade. O potencial produtivo das plantas já foi exaurido com o solo corrigido na camada superfi cial, para que ocorra um salto de produtividade é necessário corrigir o solo a pelo menos um metro de profundidade, ai sim haverá ganho de produtividade e lucratividade, e menor dependên-cia de altos preços das commodities.

Na Prática Vilmon Passos de Deus é gerente da Fazenda Mi-

lano, localizada no município de Barreiras (BA). Lá se pro-duz café, feij ão, milho e soja. Nestas terras ele aplicou a cal virgem dolomitica pela primeira vez na cultura do café nesse ano, em janeiro.

Um pouco desta aplicação (30,0 Kg) aconteceu via pivô e o restante via calcariadeira, totalizando 200,0 Kg/ ha. Nos 600 hectares de plantio de café, o gerente observou que a absorção da planta foi melhor quando a aplicação foi feita via fertirrigação.

InvestimentoO investimento no produto não foi muito alto, segun-

do Vilmon. “O que mais encareceu foi o frete. E o resultado compensou, com uma boa resposta comprovada pela análise de solo. Com a aplicação a lavoura teve seu aspecto melho-rado especialmente o solo. A saturação de bases hoje é de 43%, visto que antes tínhamos apenas 15 ou 16%”, pontua.

Ainda segundo ele, a lavoura criou mais folha. “O cal-cário demora para reagir, mas a CVD é mais solúvel. Por isso conseguimos um resultado mais rápido do que a aplicação de calcário comum. E aplicando a CVD, após o aumento da saturação de bases e regulagem do pH do solo não é preciso aplicar calcário em seguida”, diz.

PARÂMETRO

26,01,4

21,015,05,62,3

127,088,084,0

133,0309,0

Tabela 3: Resultado de análise foliar 65 dias após a aplicação de CVD.

ÉPOCA NÍVEISADEQUADOS29/03/2012

26-311,5-1,919-2415-183,6-4,02,1-2,460-8012-20

110-300100-20010-15

*Altos níveis de Zn e Cu é devido a uma pulverização recente contendo fontes com estes elementos.

N (g/Kg)P (g/Kg)K (g/Kg)Ca (g/Kg)Mg (g/Kg)S (g/Kg)B (mg/ Kg) Zn (mg/ Kg)*Fe (mg/ Kg)Mn (mg/ Kg)Cu (mg/ Kg)*

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SILVICULTURA

Cerca de 200 produtores e técnicos participaram na fi nal do mês de maio um dia de campo “Sistema Silvipastoril - Agregação de Valor à Pecuária”, re-alizado na unidade demonstrativa da fazenda Alto

Alegre, em Olímpia (SP). O evento foi organizado pela CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste.

A primeira palestra coube à pesquisadora da Embra-pa Maria Luiza Nicodemo, que falou de forma geral sobre funcionamento e benefícios do sistema silvipastoril. Em se-guida, o pesquisador Wander Luís Borges, da APTA de Vo-tuporanga (SP), mostrou a experiência de implantação do sistema no Noroeste de São Paulo.

Já o veterinário Hamilton Santos Júnior, da CATI de Catanduva (SP), explicou a implantação do sistema na fazen-da Alto Alegre. Durante todas as pa-lestras, os produtores

Olimpia (SP) reúne 200 participantes emDIA DE CAMPO SOBRE SISTEMAS SILVIPASTORIS

fi zeram várias perguntas.As informações animaram alguns produtores que a-

inda não implantaram o sistema silvipastoril. Um deles é Adileu Carlos Aureliano, que tomou conhecimento do dia de campo pelo Sindicato Rural de Olímpia (SP). O pecu-arista já tinha visto reportagens sobre ILPF na TV, e sempre observava o sistema da fazenda Alto Alegre, quando passava pela estrada. Agora, ele pensa em plantar 150 mil pés de eu-calipto em 2013 para ter mais uma fonte de renda e se adap-tar às exigências ambientais. “Já tinha esses planos, o dia de campo ajudou a esclarecer e dar coragem”, afi rma.

Para o analista de transferência de tecnologia Carlos Eduardo Santos, que acompanha a parceria com a CATI e a APTA pela Embrapa Pecuária Sudeste, os dias de campo são oportunidades únicas de mostrar a tecnologia de modo mais efetivo. “Aqui a experiência de uma propriedade comercial se mostra válida ”, diz. A

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32JUN 2012 A 10ª Roda de Agronegócios reuniu mais de 200

pessoas no Parque “Tonico Gabriel” durante a abertura ofi cial entre autoridades e visitantes. Es-tiveram presentes o presidente do Sindicato dos

Produtores Rurais de Piumhi (MG), José Donizetti Silva (o Detinho), a diretoria da entidade, o prefeito Arlindo Barbosa Neto (Marcinho Contador) e alguns vereadores.

Também prestigiaram o evento, o secretário do Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento de Minas, Elmiro Nascimento, que na ocasião representou o governador An-tônio Anastasia; o deputado e secretário de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles; o deputado e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cafeicultura, Diego An-drade; o deputado e presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia de Minas Gerais, Antônio Carlos Arantes; o vice-presidente da Emater, Marcelo Lana Franco; o diretor tesoureiro da FAEMG, João Roberto Puliti e a diretora fi -nanceira da EPAMIG, Aline Barbosa de Castro.

Após a abertura ofi cial, a Roda de Agronegócios prosse-guiu com um Jantar Benefi cente e o Desfi le Garota Café, uma ação social dentro do evento que teve início esse ano e promete se repetir nas próximas edições. O encerramento do evento aconteceu no sábado, dia 26, com um Leilão de Gado Leiteiro realizado no tatersal do recinto e transmitido pelo Novo Canal.

Uma centena de empresas expositoras participou dessa edição de 2012, evento que foi focado no agronegócio da região e contou com cerca de cinco agentes fi nanceiros, os quais disponibilizaram linhas de crédito, auxiliando as ne-

10ª Roda de Agronegócios dePIUMHI (MG) SUPERA EXPECTATIVAS

gociações que atingiram o número esperado pelos organiza-dores, apesar da atual crise econômica da Europa e valori-zação do dólar ocasionando uma alta de aproximadamente 30% nos fertilizantes e impactando na relação de troca de café x produto em 20%, conforme informaram.

Para o presidente do sindicato, a 10ª edição da Roda de Agronegócios reforça o potencial do agronegócio em Pi-umhi e região, e mostra resultados positivos através de no-vas tecnologias fazendo com que esse evento sempre atinja os resultados esperados e se torne um sucesso a cada ano. (Fonte: Jornal O Ponto - Lidiane Siles)

Helenice Miranda (ao centro), secretária-executiva do Sindicato dos Produtores Rurais de Piumhi (MG); com Baltazar Batista Alves, Lucas Adauto Carvalho, Eduardo de Assis Santos e Raul Fontes.

EVENTOS

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No último dia 16 de maio, a ETEC Profº “Car-melino Corrêa Júnior” (Colégio Agrícola de Franca/SP) sediou o 4º Dia de Campo do Milho. A promoção foi da Secretaria de Agricultura do

Estado de São Paulo, através da APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, por meio da CATI - Coorde-nadoria de Assistência Técnica Integral e do IAC - Instituto Agronômico de Campinas.

O objetivo do Dia de Campo foi demonstrar os resulta-dos de adaptabilidade de 38 cultivares de milhos híbridos e transgênicos na região centro do Estado de São Paulo (mu-nicípios de Franca, Batatais, Tietê, Mogi Mirim, Mococa e Casa Branca).

O experimento adotado utilizou o formato de quatro repetições de cada cultivar, totalizando 152 parcelas.

O campo experimental da região de Franca foi im-plantado no Colégio Agrícola, supervisionado pelo Engº Agrônomo Joel Leal Ribeiro, diretor técnico do EDR - Es-critório de Desenvolvimento Rural de Franca e monitorado

Dia de Campo no Colégio Agrícola de Franca (SP) AVALIA CULTIVARES DE MILHO NO ESTADO DE SP

pelo professor do Colégio Agrícola, o Engº Agrônomo Joadir Antonio Dal Secco de Oliveira.

De acordo com a Engª Agrônoma Gisele Pereira Ave-lar, Professora Coordenadora de Agropecuária no Colégio Agrícola de Franca, a realização do evento no Colégio Agrí-cola tem uma importância enorme. “Eventos como este pre-param o nosso aluno para o mercado de trabalho e cumpre o papel social de nossa Escola junto à comunidade local e regional, contribuindo para o desenvolvimento de nossa a-gricultura”.

O 4º Dia de Campo do Milho no Colégio Agrícola de Franca contou com a participação e patrocínio das empre-sas Dedeagro, Casa das Sementes, Bolsa Agronegócios e Co-capec, juntamente com Dekalb, Syngenta, Pioneer e Mosaic.

Participaram do evento profi ssionais e técnicos do setor, produtores rurais, professores e estudantes da área de agropecuária do Colégio Agrícola de Franca.

Os resultados deste experimento serão publicados pela CATI, em publicações ofi ciais. A

SILVICULTURA

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AÇÃO AMBIENTAL

Preocupadas com a preservação ambi-ental, as Casas da Agricultura de Nu-

poranga, Morro Agudo, Ipuã, Guará e Aramina, pertencen-tes à CATI Regional Orlân-dia, desenvolveram o projeto de Devolução Solidária de Embalagens de Agrotóxicos Tríplice Lavadas. “É uma ini-ciativa para conscientizar os produtores sobre a importân-cia de destinar corretamente as embalagens de agrotóxicos, evitando a contaminação do solo e da água por produtos químicos”, ressalta Arlindo Clemente Filho, engenheiro agrônomo da CATI Regional Orlândia (SP).

Oimasa, Campagro, Fafram e Cati promovem projetoDE DEVOLUÇÃO SOLIDÁRIA DE EMBALAGENS

O projeto teve início em 2006 e atualmente conta com a parceria da FAFRAM - Faculdade Francisco Maeda, de Itu-verava (SP), com a Oimasa e a Campagro. “As embalagens depois de serem lavadas três vezes nas propriedades – trí-plice lavagem – são encaminhadas para a Faculdade, onde são prensadas e vendidas para empresas recicladoras”.

Por meio de divulgação em rádio, jornais, faixas publi-citárias e visitas às propriedades, os agricultores são incen-tivados a participarem e, também, são conscientizados da importância da reciclagem. Assim, as embalagens que eram deixadas “em qualquer lugar”, na beira de córregos, nascen-tes, matas ou estradas, são destinadas à reciclagem.

No mês passado, cerca de 50 produtores devolveram 11.232 embalagens vazias de agrotóxicos, em um evento organizado pela Casa da Agricultura de Nuporanga (SP).

“Os produtores que entregaram embalagens, foram recep-cionados com um café da manhã oferecido pela Oimasa, receberam um comprovante de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos. Registrou-se o número de recipientes, o nome da propriedade e da empresa em que o produto foi comprado. Além disso, os participantes foram incentivados a doarem alimentos não perecíveis, que foram doados à Apae de Nuporanga e ao Programa Assistência à Criança Lar Espe-rança (Proacle), do município de São Joaquim da Barra (SP).

“Iniciativas como essa conscientizam os produtores so-bre a importância de destinar corretamente as embalagens de agrotóxicos. E são de extrema importância para os mu-nicípios abrangidos pela Regional de Orlândia, onde o con-sumo de agrotóxico é muito elevado”, ressalta o Engº Agrº Luiz Gustavo Lopes, diretor da Regional.

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pegamento dos frutos. A última etapa é a proteção dos frutos e folhas utlizando o consagrado fungicida Opera® que pro-porcionará, além do controle fi tossanitário, uniformidade na maturação dos frutos, ou seja, maior quantidade de grãos cereja.

“Os resultados mostram que se todos os procedimentos forem seguidos corretamente, pode haver um aumento de cerca de 10% na produtividade”, relata o RTV – BASF café, Renato P. Duarte. A efi cácia do Sistema AgCelence® CAFÉ foi comprovada por meio de estudos realizados em mais de 60 áreas.

As pesquisas comprovam que a combinação de folhas e ramos protegidos, bom pegamento de frutos e uniformidade na maturação acarretam em maior rendimento de grãos. Além de auxiliar no aumento da produção, a aplicação se-quencial dos fungicidas Cantus®, Comet® e Opera® contribui para melhorar a qualidade do café”.

Com este tipo de evento, a BASF tem a possibilidade de falar diretamente com os produtores, possibilitando que este tirem suas dúvidas, tornando a aplicação dos produtos da empresa mais efi cientes.

EVENTOS

A BASF, em parceria com a Campagro (Filial de Ibi-raci/MG), realizou em maio um “Dia de Campo em Cafeicultura”. O evento aconteceu no mu-nicípio de Ibiraci (MG), na propriedade Sítio Bela

Vista, do Sr Guilherme Silva Peixoto e, contou com a pre-sença de mais de 100 pessoas entre produtores e consultores da região.

Os técnicos da empresa apresentaram o Portfólio BASF Café Safra 2012-2013 (Sistema AgCelence® CAFÉ) para todo o público presente.

O SAC (Sistema AgCelence® CAFÉ) auxilia na pro-teção do cafeeiro de colheita a colheita, proporcionando melhor relação de transformação da água, luz e nutrientes em energia, consequentemente, aumentando a produtivi-dade e a qualidade dos frutos. Os procedimentos do Sistema AgCelence® CAFÉ têm início logo após a colheita dos fru-tos, quando aparecerem os primeiros sinais da doença, com aplicação do fungicida Cantus® que ajuda garantir a pro-teção das folhas e ramos. Já nos períodos de pré e pós-fl orada são utilizados os fungicidas Cantus® e Comet®. Nesta fase, a proteção é importante para aumentar a proteção das fl ores e

Para a Safra 2012/2013, BASF apresenta oSAC - SISTEMA AgCELENCE® CAFÉ

este tirem suas dúvidas, tornando a aplicação dos produtos A

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