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‘Homem aranha’ assalta na Rinchoa SOCIEDADE. A PSP está a investigar uma onda de assaltos em Rio de Mouro. O assaltante trepa os prédios através dos estendais da roupa e furta os interiores das residências durante a noite. A população está assustada. Concelho, 5 Polémica na arbitragem FUTEBOL. Os núcleos de árbitros estiveram reunidos com a Associação de Futebol de Lisboa para contestar a supressão dos fiscais de linha nos jogos dos infantis e iniciados. A reunião foi inconclusiva e a polémica mantém-se. Desporto, 10 Palácio de Queluz SOCIEDADE. Ao contrário da maior parte dos monumentos nacionais, o Palácio Nacional de Queluz vai manter as visitas gratuitas aos domingos. A gestão do palácio vai passar para a empresa que gere o património de Sintra, a Parques de Sintra Monte da Lua, que está a avaliar os processos para tornar o monumento viável financeiramente. Queluz, 14 PUB PUB Viagens ‘low cost’ a partir de Sintra CONCELHO. O Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a instalação da companhia aérea de voos de baixo custo, a Easyjet, em bases militares. Em cima da mesa estão as bases de Sintra, Montijo e Alverca para receber a companhia a partir de 2012. Concelho, 4 PUB

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‘Homem aranha’ assalta na RinchoaSOCIEDADE. A PSP está a investigar uma onda de assaltos em Rio de Mouro. O assaltante trepa os prédios através dos estendais da roupa e furta os interiores das residências durante a noite. A população está assustada. Concelho, 5

Polémica na arbitragem FUTEBOL. Os núcleos de árbitros estiveram reunidos com a Associação de Futebol de Lisboa para contestar a supressão dos fiscais de linha nos jogos dos infantis e iniciados. A reunião foi inconclusiva e a polémica mantém-se. Desporto, 10

Palácio de Queluz SOCIEDADE. Ao contrário da maior parte dos monumentos nacionais, o Palácio Nacional de Queluz vai manter as visitas gratuitas aos domingos. A gestão do palácio vai passar para a empresa que gere o património de Sintra, a Parques de Sintra Monte da Lua, que está a avaliar os processos para tornar o monumento viável financeiramente. Queluz, 14

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Viagens ‘low cost’ a partir de SintraCONCELHO. O Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a instalação da companhia aérea de voos de baixo custo, a Easyjet, em bases militares. Em cima da mesa estão as bases de Sintra, Montijo e Alverca para receber a companhia a partir de 2012. Concelho, 4

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2 Correio de Sintra 24 de Novembro de 2011 A abrir

O Correio de Sintra e a Alagamares organizaram um debate sobre a reforma autárquica que o Governo pretende operar em todo o país. Participaram os cinco partidos (PSD, PS,

CDS, PCP e BE) e, apesar das diferenças ideológicas mais ou menos vincadas, todos partilham da opinião de que é importante uma mudança do actual sistema. Diferem é na questão da forma como deve ser aplicada.

As alterações climáticas nos locais classificados pela UNESCO são o tema central do XI Congresso Mundial da Organização das Cidades Património Mundial, que junta em Sintra,

145 cidades classificadas, de 70 países. O evento trouxe 348 participantes para discutir e procurar soluções para os impactos provocados pelo clima. Em tempos de crise, é positivo para Sintra e para a economia local receber eventos desta nomeada.

Salta à vista...

Enquanto que a crise se acentua cada vez mais nas medidas

aplicadas pelo Governo, os portugueses só podem, neste momento, esfregar as mãos, na expectativa. Isto porque a dita crise começa a deixar os países chamados periféricos – como Portugal, Grécia e Irlanda – e está a alastrar-se a outros de maior envergadura económica como a Itália, a Espanha e até a França. Com a crise a aproximar-se geograficamente da Alemanha - neste momento a principal interessada na valoração da moeda europeia, uma vez que é o principal país exportador e, por sua vez, principal credor do grupo dos 27– começa a fechar-se o cerco a um pequeno conjunto de países ricos que, para salvar a zona euro, vão ter que se unir de uma vez por todas e dar uma resposta em conformidade. E esta pode ser a tábua de salvação de Portugal. Talvez a única.Os portugueses continuam à espera de uma redução de despesa eficaz na máquina do Estado e continuam a sofrer todos os dias na pele a austeridade decretada por esta troika europeia refém dos mercados, que tem capacidade para mudar governos e aplicar regras estruturais nos países que, mal ou bem, vivem há muito tempo acima das suas reais possibilidades. Todos os países que entraram no comboio da crise económica já viram os seus governos afastados. E se em Portugal, Irlanda e Espanha as eleições e o povo ditaram uma mudança governativa, em Itália e Grécia

as regras da democracia muito deixam a desejar. Porque são os mercados e a Alemanha que hoje mandam, despertando sentimentos de ódio que já não se viam na Europa há mais de sessenta anos. Cumprindo a máxima de ‘se deve 100 mil euros a um banco, está refém do banco, mas se dever um milhão quem fica refém é o banco’, a Alemanha cerrou fileiras e fez lobby com a França, mostrando uma Europa a duas velocidades. Ora, se a crise apanhar a maior parte dos países europeus, França incluída – não é estranho que apenas os países que aderiram ao euro se encontrem nesta situação – os alemães são obrigados a puxar o travão e a circular à mesma velocidade dos outros.

JOAQUIM JOSÉ REIS

editorialCrise aproxima-se da Alemanha. E agora?

DR

DR

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4 Correio de Sintra 24 de Novembro de 2011

SOCIEDADE. O Governo encomendou um estudo para avaliar a instalação da base da companhia aérea de baixo custo nas bases aéreas de Sintra, Alverca e Montijo. A decisão sobre o aeroporto complementar à Portela numa base militar será conhecida no final de 2012.

“Na sequência do memorando de entendimento assinado com a EasyJet tínhamos

sinalizado o apoio que o Ministério da Defesa Nacional tinha dado ao aproveitamento e exploração de infra-estruturas com utilização militar, possibilitando que seja feita também pela aviação civil”, disse o secretário de Estado, Sérgio Monteiro. O responsável falava aos jornalistas no final de uma reunião com o ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, e o secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Paulo Braga Lino, cujo objectivo serviu para criar um grupo de trabalho para dar início ao estudo. Segundo o secretário de Estado, este aeroporto complementar ao já existente na região de Lisboa é “uma prioridade

do desenvolvimento económico” que vai “permitir ter mais dois milhões de visitas adicionais” ao país. “Um turista que chega é dinheiro que ajudará à recuperação económica”,

disse. Segundo o presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara, a instalação da Easyjet na Base Aérea nº1,na freguesia de Pêro Pinheiro, “é muito importante para Sintra”, uma

vez que será um pólo dinamizador da economia local. Fernando Seara adiantou ter conhecimento que a companhia aérea ‘low cost’ já se mostrou mais favorável a Sintra. “Vamos lutar para que Sintra seja uma alternativa ao aeroporto de Lisboa. Posso dizer que a Easyjet prefere Sintra como base para complemento das suas actividades em Portugal. Fiquei muito contente ao saber que a Easyjet, dentro das duas opções, preferiu Sintra”, disse o autarca.

De acordo com Fernando Seara, outra companhia aérea ‘low cost’, a Ryanair, poderá também estar interessada na utilização da Base Aérea de Sintra. “Sei que vamos ter a curto prazo um contacto da Ryanair. Hoje em dia qual é a base aérea e qual é a cidade que não quer ser um destino ‘low cost’?”, sustentou.

O autarca destaca o município como “um importante espaço de atractividade turística” que, em tempos de crise, até tem aumentado o número de visitantes comparativamente ao ano passado e a outros locais turísticos. Exemplo desse aumento é o facto de o Palácio da Pena receber ainda durante este mês o visitante ‘um milhão”. J R.

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Governo estuda instalação da Easyjet na Base Aérea de Sintra

Voos ‘low cost’ podem transportar 2 milhões de visitantes a Sintra.

JR

Concelho

Reduzir impacto ambientalSOCIEDADE. A Parques de Sintra Monte da Lua está a desenvolver uma experiência piloto para reduzir a pegada de carbono de visitantes e população local, através de acções de sensibilização para alteração de comportamentos no dia-a-dia.

Segundo o presidente da empresa pública que gere os parques e palá-

cios de Sintra, António Lamas, o objectivo do projecto de preservação ambiental denominado BIO+SINTRA é contribuir para a diminuição das emis-sões de carbono na Serra de Sintra.

O responsável adiantou que este projecto vai chegar a visitantes, popu-lação local e empresas para o desen-volvimento de “pequenas acções que podem ter grandes efeitos”.

Segundo António Lamas, uma das acções consiste na sensibilização das pessoas para a maior utilização dos transportes públicos, mas o projecto inclui também, por exemplo, a visita a estabelecimentos de ensino.

“Já houve várias acções nas escolas, com resultados extraordiná-rios junto das crianças, que mediram a quantidade de carbono que pro-

duzem nas suas acções do dia-a-dia. Mediram o carbono consumido em produtos como as queijadas e os croissants”, disse.

O projecto BIO+SINTRA vai custar um milhão de euros, suportados em cinquenta por cento pela Comuni-dade Europeia. A restante verba cabe à empresa Parques de Sintra Monte da Lua. REDACÇÃO

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524 de Novembro de 2011

“Homem aranha” assalta na RinchoaSOCIEDADE. A recente onda de assaltos praticados por um homem a quem a polícia chama de “homem aranha” na Rinchoa está a preocupar os moradores desta localidade da freguesia de Rio de Mouro. O assaltante introduz-se nos apartamentos durante a noite após escalar os prédios.

Fonte da PSP disse ao Correio de Sintra que o homem apro-veita o facto das pessoas

deixarem as janelas das cozinhas abertas para escalar através dos estendais da roupa, algumas vezes até ao terceiro andar, e introduzir-se nas residências.

“Isto acontece durante a madru-gada, com as pessoas a dormirem. Entra nas casas, tira o máximo que consegue, como telemóveis, dinheiro, portáteis e peças em ouro e depois foge pela janela. Em dois meses já foram assaltadas seis casas”, disse. A PSP suspeita que o assaltante seja o mesmo que no Verão praticava este tipo de assaltos na mesma zona - tendo assaltado a residência de um agente da PSP - e que entretanto retomou os assaltos em Outubro. “Ainda não o conseguimos apanhar,

mas temos algumas suspeitas. Pro-curamos falar com as pessoas da zona, nos cafés, dizer-lhes para terem cuidado e não deixarem as janelas abertas, porque isto só acontece durante a madrugada e as pessoas só se apercebem de manhã”, disse

a fonte policial. O Correio de Sintra apurou que as autoridades procuram um homem alto, magro, na casa dos vinte anos. Durante o Verão, a PSP deteve em Massamá um homem que utilizava o mesmo “modus ope-randi”. No entanto, as autoridades

afastam a possibilidade de ser o mesmo homem. Na Rinchoa, junto à Avenida do Parque, este é um tema frequente nos cafés e locais públicos. José Santos mora no terceiro andar de um prédio nesta avenida e garante ao Correio de Sintra que agora deixa sempre as janelas fechadas. “Sei que tem havido uma data de assaltos aqui na zona. A polícia tem-nos alertado para isso e agora as pessoas já não facilitam e fecham as janelas para não serem surpreendidas”, disse.

O vizinho de um casal que já foi assaltado garante que os seus vizi-nhos “estavam a dormir e não deram por nada”. “O larápio entrou-lhes pela janela da cozinha e levou-lhes telemóveis, uma carteira e um com-putador portátil. Já não podemos estar descansados nas nossas casas. Não imagino o que é estar a dormir e alguém entrar-me pela casa adentro”, disse o homem, soli-citando anonimato. Outro morador acrescentou: “E se alguém acordar durante a noite com um ladrão destes em casa? É perigoso porque só alguém sem medo é que entra assim nas casas das pessoas. Ainda para mais, trepa os prédios até lá acima”, disse Rodrigo Moreira.

JOAQUIM REIS

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Moradores temem assaltos a habitações durante a madrugada.

JR

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6 Correio de Sintra 24 de Novembro de 2011

SOCIEDADE. O Tribunal da Relação de Lisboa recusou a extradição do norte-americano George Wright, procurado pelo FBI há mais de quatro décadas por estar envolvido no homicídio, em 1962, do proprietário de uma bomba de gasolina em Nova Jérsia.

George Wright vive há mais de duas décadas na loca-lidade de Casas Novas, em

Colares, e é casado com uma por-tuguesa de quem tem dois filhos. Aos 68 anos, detém nacionalidade portuguesa, utilizando o nome José Luís Jorge Santos.

O norte-americano foi detido em Setembro e estava em casa em prisão domiciliária enquanto aguar-dava pela decisão do Tribunal ao pedido de extradição por parte das autoridades americanas.

Após a decisão, as autoridades norte-americanas manifestaram-se “extremamente desapontadas” com a recusa do Tribunal da Relação.

“George Wright é um assassino condenado por um crime extrema-mente grave que se enquadra intei-

ramente nos termos do nosso tra-tado bilateral de extradição com Portugal. É um fugitivo à justiça”, referem em comunicado as autori-dades norte-americanas.

No documento, as autoridades

norte-americanas afirmam esperar “que Portugal aja neste caso em conformidade com as obrigações impostas pelo tratado de extra-dição” e anunciou que vai analisar a decisão do tribunal “e dialogar com

as autoridades portuguesas para determinar um caminho a seguir que resulte no regresso de George Wright aos Estados Unidos”.

José Jorge Santos esteve detido sete anos e tem ainda que cum-prir 23 anos de prisão pelo homi-cídio. Wright era militante do grupo clandestino Exército de Libertação Negra, que em 1972 sequestrou um avião onde fugiu com destino à Argélia, crime pelo qual pode ainda ser condenado, caso seja extradi-tado.

No dia em que se conheceu a decisão, a 17 de Novembro, o norte-americano naturalizado português esteve presente numa conferência de imprensa onde se mostrou “muito satisfeito” com a decisão e adiantou que os crimes de que é acusado se inseriram na luta para levar Barack Obama à presidência dos Estados Unidos.

“O que fizemos na altura abriu a porta para Obama chegar onde chegou e ele agora quer prender-me”, disse.

O norte-americano adiantou que agora pretende “relaxar, passar tempo com a família e os amigos”.

Joaquim Reis

Concelho

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Extradição de George Wright recusada

Norte-americano tem nacionalidade portuguesa e mora há duas décadas em Colares.

JR

Sintra perde poder de compraSOCIEDADE. O concelho de Sintra é um dos que apresenta menos poder de compra “per capita” da Área Metropolitana de Lisboa, com uma média abaixo da nacional. Nesta região, apenas o Seixal e a Moita apresentam valores inferiores.

De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Estatís-tica (INE), dos 18 municípios

da Área Metropolitana de Lisboa [Dis-tritos de Lisboa e Setúbal], apenas cinco se situavam abaixo do poder de

compra médio nacional, que corres-ponde ao valor 100,5:

Sesimbra (94,9)Odivelas (94,2)Sintra (93,3)Seixal (93,2)Moita (81,4)

Destes 18 municípios, 13 apre-sentaram-se acima da média nacional, com o Indicador per Capita (IpC) do poder de compra no concelho de Lisboa a fixar-se

nos 232,54. Acima do valor médio estão:

Alcochete (132,58)Almada (122,15)Amadora (115,76)Barreiro (104,88)Cascais (150,63)Lisboa (232,54)Loures (121,60)Mafra (109,65)Montijo (136,85)Oeiras (185,27)Palmela (102,84)

Setúbal (108,99)Vila Franca de Xira (103,12)

No entanto, os valores apresen-tados por Sintra são superiores a 185 municípios do país - sessenta por cento do número total de muni-cípios. Dos doze concelhos do país com menor poder de compra, dez pertencem ao interior da região norte, distribuindo-se pelas sub-regiões Tâmega, Douro e Alto Trás-os-Montes.

REDACÇÃO

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724 de Novembro de 2011 Correio de SintraPUB

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8 Correio de Sintra 24 de Novembro de 2011 Concelho

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Empresários contestam facturas da água e apresentam petição públicaSOCIEDADE. A Associação Empresarial de Sintra (AESintra) entregou 4400 assinaturas na Assembleia da República a exigir a suspensão do modelo tarifário dos serviços de água do município, por entender que agravou as dificuldades dos empresários do concelho.

Os empresários contestam o modelo de tarifário dos Serviços Municipalizados

de Água e Saneamento (SMAS) de Sintra, que entrou em vigor em Janeiro, considerando que a medida “agravou as dificuldades econó-micas” do tecido empresarial do con-celho.

Em declarações ao Correio de Sintra, o presidente da AESintra, Manuel do Cabo, disse que há empre-sários que pagam dois mil euros a mais do que já pagavam anualmente.

Em janeiro, os SMAS aplicaram um novo modelo tarifário, que contem-plou a extinção das tarifas de trata-mento de águas residuais, de con-servação de esgotos, de ligação de

esgotos, assim como a cobrança de colocação e ligação de contadores e alterou a cobrança da taxa de sane-amento de anual para mensal.

Outra das alterações contemplou

a cobrança desta taxa aos titulares das contas de água, em vez do que acontecia até à altura em que era cobrada aos proprietários dos imó-veis.

“Os proprietários deixaram de pagar essa taxa, que passou a ser suportada pelos arrendatá-rios. Em alguns casos em que eram pagos 400 euros por ano, fazendo as contas, passaram a pagar 2400 euros”, disse.

Segundo o presidente da AESintra, numa altura de crise, “em que muitos empresários já estão com a corda ao pescoço, este aumento é inconcebível”, disse.

O responsável adiantou que o objectivo da entrega da petição é lançar a discussão na Assembleia da República sobre o aumento “em cem por cento” das facturas da água desde o início do ano.

Em Janeiro, o presidente do con-selho de administração dos Ser-viços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra, Baptista Alves, disse ao Correio de Sintra que a alteração do modelo tari-fário resultou da entrada em vigor de nova legislação e de recomen-dações da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos.

REDACÇÃO

Guilherme Silva, vice-presidente da Assembleia da República, e Manuel do Cabo.

DR

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924 de Novembro de 2011 Correio de SintraPUB

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10 Correio de Sintra 24 de Novembro de 2011

FUTEBOL. A polémica em torno da supressão dos fiscais de linha nos jogos dos escalões infantis e iniciados permanece viva nos clubes do distrito de Lisboa. A reunião entre os diferentes núcleos de árbitros e representantes da Associação de Futebol de Lisboa (AFL) mostrou-se inconclusiva.

“Não adiantou de nada. Ficou tudo na mesma”. Foi assim que Rui Duarte, director de futebol

da União Recreativa e Cultural da Abru-nheira (URCA), se explicou ao Correio de Sintra acerca da reunião que se realizou no passado dia 14, entre os núcleos de árbitros e a AFL. A insatisfação perdura nos dirigentes e treinadores dos clubes do distrito de Lisboa que esperam por “uma solução que tarda em chegar”.

Depois de ter recebido a comuni-cação da AFL a indicar a substituição de fiscais de linha por jogadores interve-nientes na partida, os clubes decidiram apresentar, em todos os jogos, um encarregado de educação para desem-

penhar essas funções. “Optámos por esta solução para

preservar a integridade física e psico-lógica dos nossos jovens. E ainda bem que decidimos desta forma”, disse Rui Duarte. O responsável explicou que esta foi a melhor decisão uma vez que no passado dia 13, no final da par-

tida entre os iniciados do Atlético de Cacém e da Abrunheira, “o adulto que desempenhava as tarefas de fiscal de linha pelo URCA sofreu uma tentativa de agressão por parte do treinador da equipa adversária”.

Segundo Rui Duarte, estas situações são “inadmissíveis”, pois “as pessoas

que, actualmente, cumprem com estas funções não são profissionais, apenas fazem o que sabem”.

O primeiro comunicado da AFL lan-çado aos clubes do distrito de Lisboa, no dia 10 de Outubro, refere que a subs-tituição do fiscal de linha por atletas nasceu “como forma de sensibilizar os jovens jogadores destes escalões etá-rios para toda a envolvente do jogo, designadamente as dificuldades das equipas de arbitragem em dirigir jogos oficiais, bem como para incutir-lhes o gosto por esta missão”. Para Rui Duarte, o comunicado revela “uma grande falta de conhecimento da realidade” por parte da AFL. “As situações de confusão entre os dirigentes de clubes, as assis-tências e as equipas de arbitragem exis-tirão sempre. Por isso é que temos que denunciar as situações como aquela do passado dia 13, porque senão a AFL vai achar que tudo está a correr às mil maravilhas e nada será solucionado”, sublinhou.

ALEXANDRE OLIVEIRA PEREIRA

FUTSAL. As equipas feminina e masculina do Aruil venceram a final da Taça Barnabé, que se realizou a 12 de Novembro no pavilhão de Vale de Lobos. Mais uma vez, o público assistiu em peso ao torneio de futsal da freguesia de Almargem do Bispo.

Cerca de 800 espectadores rumaram ao pavilhão de Vale de Lobos para assistir às finais

dos escalões feminino, junior e sénior da 6.ª edição da Taça Barnabé. A pri-meira das três finais da Taça Barnabé, disputada entre os juniores de Almar-gense e Vale de Lobos, proporcionou um espectáculo equilibrado. Apesar da superioridade dos Lobinhos, a equipa de Almargem do Bispo alcançou o empate a dois minutos do final da par-tida (3-3). No prolongamento, o Almar-gense aproveitou algumas falhas da equipa adversária, e mesmo jogando com menos um jogador, conseguiu o quarto golo, fechando o resultado em

4-3. Apesar de o Negrais ter saído na frente do marcador e ter estado largo tempo em vantagem, a final feminina foi marcada pela vitória significativa do Aruil, por sete bolas a duas. Com este triunfo, a equipa volta a validar o título de campeão alcançado na 5.ª edição da

taça. Segundo a organização, a final do escalão masculino, disputada entre as equipas do Negrais e do Aruil, foi “um jogo digno de uma final de futsal, apesar de, por vezes, ter tido muito contacto físico”. A partida acabou com a vitória do Aruil, por cinco bolas a duas. A 6.ª

edição da Taça de Portugal não registou nenhum incidente de grande relevância. “Houve apenas alguns jogos com expul-sões mas é normal no que toca às par-tidas de futebol e futsal”, disse Paulo Rodrigues, membro da organização da competição. Ao longo das nove jor-nadas, os diferentes pavilhões que aco-lheram a prova registaram, no total, cerca de 9500 espectadores. Número que excedeu as expectativas da orga-nização. “A assistência desta edição foi melhor em relação à passada. Tivemos mais quatro colectividades a integrar as equipas, portanto é natural que os números tivessem aumentado”, subli-nhou Paulo Rodrigues. Está a decorrer, até o próximo dia 30 de Novembro, uma eleição online para escolher a melhor equipa por escalão da Taça Barnabé. Estão, em voto, 20 jogadores (quatro guarda-redes e 16 jogadores) para cada categoria (infantil, júnior, sénior e femi-nino). AOP

Taça Barnabé: Aruil dominou torneio

Desporto

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DR

Equipa masculina do Aruil venceu edição 2011 da Taça Barnabé.

Reunião entre árbitros e AFL inconclusiva

Clubes contestam supressão de fiscais de linha nos jogos dos infantis e iniciados.

DR

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1124 de Novembro de 2011

Núcleo de Basquetebol pretende chegar aos campeonatos nacionaisBASQUETEBOL. A equipa sénior do Núcleo de Basquetebol de Queluz encontra-se em primeiro lugar da primeira fase do Campeonato Nacional 2 (CNB2) Série Centro-Sul. Apesar das dificuldades financeiras, o clube pretende alcançar, já esta época, o maior patamar da modalidade.

Nos primeiros seis jogos, a equipa alcançou cinco vitó-rias e uma derrota. “Que-

remos chegar à segunda fase do CNB2 e depois tentar atingir a melhor classi-ficação possível que seria a subida ao Campeonato Nacional de Basquetebol 1”, disse ao Correio de Sintra Francisco Nunes, vice-presidente do clube.

A equipa sénior é constituída por atletas que fizeram a sua formação no clube. “Estamos a criar uma base para que no futuro se chegue ao nível em que o clube já esteve, mas só com muita paciência e com muito trabalho é que se pode tentar lá chegar”, subli-nhou.

Apesar das dificuldades econó-mico-financeiras, o clube pretende

alcançar as fases finais dos campe-onatos nos respectivos escalões. “O núcleo encontra-se numa situação eco-nómica igual à maioria dos clubes que têm modalidades amadoras e onde existem dificuldades para cumprir com as despesas correntes. Neste momento a situação está estabilizada e tudo se tem feito para que, no futuro, a situação seja mais favorável”, explicou Fran-cisco Nunes. Segundo o responsável, o grande objectivo nas camadas jovens passa por chegar às fases competitivas dos campeonatos nacionais que dão acesso às fases finais nacionais.

O clube conta com cerca de 450 atletas, distribuídos pelas modalidades de Basquetebol (220), Karaté (90), Ginástica (60), Judo (45) e Aikido (40). “Pretendemos ter cada vez mais atletas nas diferentes modalidades praticadas no clube de forma a contribuir para o desenvolvimento da formação humana e desportiva dos jovens que nos pro-curam para praticarem uma modali-dade desportiva, sendo a maioria deles do concelho de Sintra”, sublinhou o vice-presidente. AOP

Sintrense e Pêro Pinheiro apostam na manutenção FUTEBOL. O Sport União Sintrense e o Atlético Clube Pêro Pinheiro encontram-se em segundo e terceiro lugar da 3.ª Divisão Nacional Série E. Apesar dos bons resultados obtidos pelas duas únicas equipas do concelho a disputar esta divisão, os clubes continuam a apostar na manutenção.

O brilhante início de campeonato pelas duas equipas de Sintra traduz-se na boa classificação

obtida até à 9.ª jornada da 3.ª divisão. O Sintrense, segundo classificado, soma 17 pontos, com cinco vitórias, dois empates e duas derrotas.

Segundo o treinador da equipa de São Pedro, Luís Loureiro, este percurso deve-se à confiança dos jogadores. “A equipa possui vários jogadores novos que não se conheciam no início da época. Mas com os treinos e muito tra-balho, ultrapassamos esta situação e estamos a conseguir fazer uma boa temporada. Queremos continuar com os bons resultados”, disse. Apesar de ter definido como principal objectivo a manutenção nesse patamar futebolís-tico, a subida à 2.ª divisão nacional não é posta de lado. “No início da época, tra-çámos como principal objectivo a manu-tenção. Actualmente, os objectivos não mudaram. Queremos ficar entre os seis primeiros lugares o mais rápido pos-

sível. Mas se conseguirmos subir, fica-remos obviamente satisfeitos”, subli-nhou Luís Loureiro.

Por outro lado, o Pêro Pinheiro, 3.º classificado, regista três vitórias, quatro empates, duas derrotas e totaliza 13 pontos. Para o treinador da equipa, Rui Paulo, a pesada derrota frente ao Futebol Clube do Porto para a Taça de Portugal “desmotivou” o grupo. “Tivemos um bom início de época mas, depois da partida com o Porto, o nosso moral foi um pouco abaixo e não conse-guimos ganhar muitos pontos nos jogos seguintes”, disse o treinador, acrescen-tando que a vitória (1-0) para o cam-peonato frente ao Sintrense, no pas-sado dia 13, moralizou os jogadores para conseguir alcançar o objectivo do clube, a manutenção. “É imprevisível saber o que irá acontecer nas próximas jornadas, uma vez que ainda nem che-gamos a metade do campeonato. Mas o nosso principal objectivo passa por ficar nos seis primeiros lugares”, sublinhou. Segundo Rui Paulo, a equipa possui muitas limitações para pensar numa eventual subida à 2.ª divisão. “Temos um plantel muito curto, constituído por apenas 18 jogadores. Precisávamos de pelo menos mais dois atletas para que possamos ter mais opções em caso de lesões, expulsões e até em termos tác-ticos”, explicou o treinador. AOP

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12 Correio de Sintra 24 de Novembro de 2011PUB

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1324 de Novembro de 2011

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Tribunal considera bolsa ilegalPOLÍTICA. O Tribunal de Sintra considerou ilegal a atribuição de uma bolsa de estudos da Junta de Freguesia de Agualva a uma funcionária. Oposição e executivo continuam sem se entender.

Na sequência de uma queixa apresentada pelo Partido Socialista, o tribunal con-

siderou que a deliberação do exe-cutivo padecia de “vício formal por falta de fundamentação” e remeteu a questão para o Tribunal de Contas.

Em causa está a atribuição de uma bolsa de 3181 euros a uma funcio-nária da Junta de Agualva que exerce a função de tesoureira na Junta de Freguesia de São Marcos.

O tribunal considerou que “a auto-rização de pagamento de uma verba, sem que para o efeito exista norma habilitante, insere-se no âmbito da responsabilidade financeira, cuja apreciação e eventual sanciona-mento é da competência do Tribunal de Contas. É no âmbito da responsa-bilidade financeira que se irá avaliar se os membros que votaram favora-velmente a citada deliberação, pra-

ticaram um ilícito financeiro e se será de os condenar em multa e/ou reposição dos montantes despen-didos”.

Segundo o Partido Socialista, a

Inspecção-Geral das Autarquias Locais também já se pronunciou sobre esta questão, tendo conside-rado “ilegal a atribuição desta bolsa de estudos”.

A Assembleia de Freguesia de Agualva continua sem eleger a mesa deste órgão por falta de entendimento entre os vários par-tidos políticos. Apesar das várias reuniões para eleger uma mesa, os partidos não se entendem e a Assembleia continua em vazio legal desde Agosto, altura em que os três membros da mesa apresentaram demissão. Esta decisão surgiu na sequência de uma carta enviada por um proprietário de uma empresa de construção civil onde denunciava alegadas irregularidades no paga-mento de facturas por parte do executivo da Coligação Mais Sintra (PSD e CDS-PP).

Na carta, a que o Correio de Sintra teve acesso, constam despesas pagas pelo empreiteiro, nomea-damente um jantar de 380 euros, brindes e colocação de painéis durante as autárquicas de 2009 que deveriam ser, “como habitual-mente facturadas como calçadas nos contratos com a junta”.

Após a carta, seis membros da Assembleia de freguesia renun-ciaram aos cargos.

REDACÇÃO

Agualva - Cacém

DR

80 anos em tempos de criseSOCIEDADE. Os Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém celebraram 80 anos numa altura em que a alteração das condições do transporte de doentes decretada pelo Governo agravou a capacidade financeira da maior parte das corporações do país.

A maior corporação de bombeiros do concelho de Sintra assinalou o aniversário a 19 de Novembro

e, durante a cerimónia, o presi-dente da direcção da corporação, Luís Silva, alertou que as receitas geradas por este serviço são cana-lizadas para o pagamento dos salá-rios dos profissionais.

“Face à actual crise financeira e à alteração das condições do trans-porte de doentes sou forçado a dizer que a associação enfrenta um dos piores momentos da sua his-tória. [Os bombeiros] contaram que, estando a prestar serviço público,

tivessem sempre a protege-los ‘o chapéu’ do Estado, e que as receitas geradas pelo transporte de doentes continuasse a garantir, em grande parte, o pagamento dos salários dos seus profissionais”, disse o res-ponsável. Luís Silva adiantou que os bombeiros estão abertos “a encon-trar soluções de compromisso e a abraçar novas áreas de actuação que venham colmatar a perda de receitas com a alteração das regras de transporte de doentes”, nomea-

damente, assumindo o transporte escolar, serviço que a autarquia de Sintra sub-contrata a privados.

O responsável apelou ainda ao presidente da autarquia, Fernando Seara, para que continue a “incluir no orçamento da câmara a impres-cindível ajuda aos bombeiros volun-tários do concelho. O flagelo do desemprego não pode afectar as associações de bombeiros”, subli-nhou.

REDACÇÃO

Oposição contesta decisão do executivo da Junta de Agualva.

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14 Correio de Sintra 24 de Novembro de 2011

Opinião

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Queluz - BelasQueluz mantém visitas gratuitasCULTURA. Ao contrário da maior parte dos monumentos nacionais, o Palácio Nacional de Queluz vai manter as visitas gratuitas aos domingos. A gestão do palácio vai passar para a empresa que gere o património de Sintra, a Parques de Sintra Monte da Lua, que está a avaliar os processos para tornar o monumento viável financeiramente.

Os palácios nacionais de Queluz e da Vila em Sintra vão passar para a alçada da

empresa pública Parques de Sintra - Monte da Lua (PSML). Os dois palá-cios, antigas residências da Família Real, estavam sob a tutela do Ins-tituto dos Museus e Conservação e, segundo o presidente da PSML, António Lamas, esta é “uma prova de confiança da gestão e capacidade de gerir problemas complexos” por parte da empresa.

A Parques de Sintra Monte da Lua está a preparar a passagem dos dois monumentos para a sua gestão e já definiu que o Palácio Nacional de Queluz, que necessita de ”muitos investimentos”, tem que encontrar meios para obter mais receitas.

“São palácios bastante diferentes, até na própria sustentabilidade. O

objectivo do Governo é que através de uma gestão diferente seja pos-sível resolver a questão do palácio de Queluz que não é sustentável e das carências de investimento que precisa”, disse.Uma das fórmulas para conseguir a sustentabilidade do Palácio pode passar também pela Escola Portuguesa de Arte Equestre,

que se encontra instalada neste monumento. Apesar de pertencer à Fundação Alter, ao desenvolver mais espectáculos, isto significará mais entradas no Palácio de Queluz.

“Estamos a negociar todas as con-dições necessárias para que a escola possa continuar em Queluz, mantendo a assistência técnica da fundação,

para que seja sustentável, para que haja maior número de espectáculos, receitas mais expressivas que cubram os custos que a escola traz à fun-dação”, sustentou António Lamas.

Segundo o responsável, o Palácio de Queluz carece de “muito investi-mento”. “Basta visitar os jardins e ver o estado de carência de conservação para perceber que é preciso um maior investimento. A ideia é que não haja uma diminuição de receitas [entre os dois palácios], ou seja, há uma gestão que é positiva (Vila) e uma negativa (Queluz) e no conjunto não deve haver uma diminuição de receita”, disse.

Ao contrário do que acontece na maior parte dos monumentos por-tugueses, em que para aumentar as receitas o Governo suspendeu as visitas gratuitas, no Palácio de Queluz e também no da Vila, os munícipes de Sintra vão poder aceder aos monu-mentos gratuitamente, aos domingos de manhã, à semelhança do que como já acontece nos restantes monu-mentos geridos pela empresa.

“Vamos estender a estes palácios as mesmas regras que usamos nos restantes. Neste território que gerimos, 86 por cento das visitas são feitas por estrangeiros, portanto essa questão não se coloca”, disse. JR

Palácio de Queluz passa para a Parques de Sintra Monte da Lua.

JR

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1524 de Novembro de 2011

O que têm em comum António Borges (ex-director do FMI para a Europa), Mário Draghi (presidente do Banco

Central Europeu), Mário Ponti (1º Ministro italiano) e Lucas Papademos (1º Ministro grego), Peter Sutherland (Comissário Europeu para a Concorrência), Petros Chris-todoulou (Agência da Dívida Pública Grega), Otmar Issing (Economista chefe BCE), Huw Pill (Economista Senior BCE)? Trabalharam todos para a Goldman & Sachs. E qual é a ligação destes com a Grécia? Só por acaso, foram os consultores financeiros que esti-veram na base da crise económica e finan-ceira que a Grécia atravessa.

Os seus currículos são vendidos como peças imaculadas, de grande dedicação, sucesso e inteligência na resolução dos graves problemas que enfrentamos. O pen-samento dominante, imposto através da tele-visão, do rádio, dos jornais e da internet entra diariamente pelas nossas casas. Nos últimos anos, os nobéis atribuídos comprovam que os economistas investigam assuntos de grande relevância para o entendimento do funciona-mento dos mercados, como sejam a psico-logia dos consumidores, a informação assi-métrica, as falhas de coordenação, os obstá-culos à cooperação dentro das empresas ou as condições que favorecem o alargamento das desigualdades.

Todavia, a síntese dessa investigação que é servida aos estudantes e à opinião pública ignora sistematicamente as limitações da racionalidade humana e as falhas dos sis-temas económicos que delas decorrem, em favor de uma visão cor-de-rosa do funciona-mento dos mercados desregulados. Assim, embora o estudo do comportamento dos agentes económicos demonstre que os pres-supostos da microeconomia estão errados, ela continua a ser ensinada como se nada fosse.

E todos estes sábios repetem mil vezes que «não há alternativa!» Não há alternativa ao capitalismo, não há alternativa ao neo-liberalismo, não há alternativa ao cumpri-mento do acordo com a troika.

A estes chavões acrescem outros: o salário é sempre «custo do trabalho», a diminuição

dos salários é embrulhada na expressão «aumento de flexibilidade sobre o mer-cado do trabalho» ou «moderação salarial» e o desmantelamento do Estado Social naquilo que designam por «reformas estru-turais». As quotizações sociais são sempre «encargos sociais», os patrões são «empre-gadores», a exploração desapareceu do léxico e os trabalhadores passaram defini-tivamente a «colaboradores», entre muitas outras deformações da importância da força de trabalho na evolução de uma

sociedade mais justa e fraterna. Este é o grande equívoco nacional em que

se está a incorrer: quando se desvaloriza e ataca a força principal da economia, que é a força do trabalho, com estas medidas de alteração da legislação laboral, de penali-zação sobre quem trabalha, está-se a pena-lizar a força dinâmica e determinante para o desenvolvimento e para o crescimento e que, por isso, qualquer projecto de governo assente nestas premissas está condenado ao fracasso e vai falhar.

No Elogio da Dialéctica, Bertold Brecht afirma “A injustiça avança hoje a passo firme/ Os tiranos fazem planos para dez mil anos/ O poder apregoa: as coisas continu-arão a ser como são/ Nenhuma voz além da dos que mandam/ E em todos os mercados proclama a exploração; isto é apenas o meu começo/ Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem/ Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos/Quem ainda está vivo não diga: nunca/ O que é seguro não é seguro/ As coisas não continuarão a ser como são/ Depois de falarem os domi-nantes, falarão os dominados.”

Se cada um de nós se cala, consente. E o tempo não está para consentimentos. Lutar é o verbo - e é urgente conjugá-lo de todas as maneiras. Já a partir da Greve Geral de 24 de Novembro. Pedro Ventura - PCP Sintra

Do Pártenon Grego para o Palácio de S. Bento – algumas considerações

“Se cada um de nós se cala, consente. E o tempo não está para consentimentos.Lutar é o verbo...

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