ediçao 30 correio de sintra

16
PUB Centro de Estudos e Explicações Centro de Estudos e Explicações Explicações a todas as disciplinas do 1º ano ao Ensino Superior Preparação Acesso ao Ensino superior +23 Anos Preparação para Exames Intermédios e Nacionais Sala de Estudos | Trabalhos | Créditos Portefólio Final RVCC LUPINHA 1 - BELAS Telf. 21 432 07 60 | 96 799 25 65 (Jardim da Junta de Freguesia) LUPINHA 2 - TAPADA DAS MERCÊS Telf. 21 916 25 26 | 96 799 25 65 (próximo às Finanças ao lado da 5àSec) PUB Moradores exigem passadeiras e lombas na avenida Miguel Bombarda SOCIEDADE. Os moradores e comerciantes da Avenida Miguel Bombarda, exigem a colocação de mais passadeiras e de lombas redutoras de velocidade para evitar atropelamentos numa das principais artérias da cidade de Queluz. Exigem mais segurança e denunciam corridas ilegais durante a noite, que põem em risco a população. Os moradores estão indignados e alegam que antes das obras de requalificação da zona existiam mais passadeiras. Concelho, 12 Falta de funcionários no tribunal JUSTIçA. No primeiro dia após as férias judiciais, a Comarca da Grande Lisboa Noroeste arrancou com menos funcionários, uns com contratos a prazo e outros em estágio na função pública que não foi renovado. Ministério Público e juíza presidente da comarca temem que a marcação de julgamentos possa sofrer atrasos. Concelho, 6 PSP atenta à criminalidade nos centros comerciais CRIME. As recentes ondas de criminalidade junto a grandes su- perfícies comerciais da área da Grande Lisboa estão a preocupar as autoridades policiais. Em Sintra, apesar da existência de só um centro comercial de grandes dimensões, o Fórum Sintra, a PSP está atenta à circulação de grupos de jovens.. Concelho, 4 Comércio contra atrasos nas obras da estação de Agualva-Cacém Principais clubes de futebol investiram 50 mil euros esta época PSP de Mem Martins tem um novo papagaio polícia CONCELHO. Pág. 5 DESPORTO. Pág. 10 Os ricos que paguem a crise Rui Monteiro Tribuna. Pág. 14 Pag. 11

Upload: correiodesintra

Post on 10-Jul-2015

726 views

Category:

Education


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ediçao 30 Correio de Sintra

PUB

Centro de Estudos e ExplicaçõesCentro de Estudos e Explicações

Explicações a todas as disciplinas

do 1º ano ao Ensino Superior

Preparação Acesso ao Ensino superior +23 Anos

Preparação para Exames Intermédios e Nacionais

Sala de Estudos | Trabalhos | Créditos

Portefólio Final RVCC

LUPINHA 1 - BELAS Telf. 21 432 07 60 | 96 799 25 65 (Jardim da Junta de Freguesia)

LUPINHA 2 - TAPADA DAS MERCÊS Telf. 21 916 25 26 | 96 799 25 65 (próximo às Finanças ao lado da 5àSec)

PUB

Moradores exigem passadeiras e lombas na avenida Miguel BombardaSOCIEDADE. Os moradores e comerciantes da Avenida Miguel Bombarda, exigem a colocação de mais passadeiras e de lombas redutoras de velocidade para evitar atropelamentos numa das principais artérias da cidade de Queluz. Exigem mais segurança e denunciam corridas ilegais durante a noite, que põem em risco a população. Os moradores estão indignados e alegam que antes das obras de requalificação da zona existiam mais passadeiras. Concelho, 12

Falta de funcionários no tribunalJustiça. No primeiro dia após as férias judiciais, a Comarca da Grande Lisboa Noroeste arrancou com menos funcionários, uns com contratos a prazo e outros em estágio na função pública que não foi renovado. Ministério Público e juíza presidente da comarca temem que a marcação de julgamentos possa sofrer atrasos. Concelho, 6

PsP atenta à criminalidade nos centros comerciaisCRIME. As recentes ondas de criminalidade junto a grandes su-perfícies comerciais da área da Grande Lisboa estão a preocupar as autoridades policiais. Em Sintra, apesar da existência de só um centro comercial de grandes dimensões, o Fórum Sintra, a PSP está atenta à circulação de grupos de jovens.. Concelho, 4

Comércio contra atrasos nas obras da estação de agualva-Cacém

Principais clubes de futebol investiram 50 mil euros esta época

PsP de Mem Martins tem um novo papagaio polícia

CONCELHO. Pág. 5

DEsPORtO. Pág. 10

Os ricos que paguem a crise Rui Monteiro

tribuna. Pág. 14

Pag. 11

Page 2: Ediçao 30 Correio de Sintra

2 Correio de Sintra 15 de Setembro de 20112

salta à vista...editorial

A crise económica, as medidas de austeridade, os cortes sala-riais, o aumento de impostos e o aumento continuado do desem-prego estão e vão fazer-se sentir intensamente quer na actividade empresarial quer junto dos parti-culares.

De acordo com os dados da APAJ – Associação Portuguesa dos Administradores Judiciais - é preocupante o aumento exponen-cial de insolvências de empresas, mas mais dramático é o número de insolvências de pessoas singu-lares, que representam cerca de metade dos processos de insol-vência decretados durante o pri-meiro semestre deste ano.

Também de acordo com os dados da Direcção Geral da Polí-tica de Justiça, em 2008 foram registados pouco mais de cinco mil casos de insolvência, em 2010 havia cerca de 9.200, quase o dobro em dois anos. E a tendência é para o agravamento desta situ-ação, já que, de acordo com infor-mação disponível só no primeiro semestre deste ano existem cerca de 5000 casos registados.

Tanto as empresas como os par-ticulares já se encontram neste momento em situações aflitivas, as primeiras com toda a carga fiscal, o atraso dos reembolsos do Estado, a restrição cada vez maior ao financiamento, em especial na concessão de crédito bancário, o que lhes causa gravíssimos pro-

blemas de tesouraria, impedindo-as de fazer face aos compro-missos com terceiros, logo pondo em risco a sua sobrevivência. Os segundos, também com toda a carga fiscal, com o aumento nas despesas de saúde e de educação, com o fim das deduções fiscais, com o aumento dos bens de pri-meira necessidade, o aumento do desemprego e com os cortes sala-riais, entram em incumprimento das suas responsabilidades, nomeadamente o crédito à habi-tação e os inúmeros créditos ao consumo. A sua falência será e é uma inevitabilidade.

Tudo isto em nome de uma cre-dibilidade - económica e finan-ceira - externa. E não se vis-lumbram ainda, por parte deste governo, as medidas necessárias de emagrecimento do Estado à mesma velocidade com que foram tomadas medidas de emagreci-mento dos portugueses.

Por este andar, Portugal poderá vir a recuperar a sua credibilidade externa mas seguramente os por-tugueses perderão a sua, sempre pouca, qualidade de vida.

Poderemos vir a ser um País, externamente não endividado, mas seremos seguramente um País, internamente, de insol-ventes.

A Grécia já está a meio passo da bancarrota. E Portugal?

Joaquim José Reis

insolvência:Último destino.

Depois de vários anos em obras, o Centro Lúdico de Massamá está final-mente concluído. Há dois meses que aguarda inauguração, cuja data deverá ser avançada em breve pela autarquia de Sintra. Depois de tantos anos, estará à espera de uma figura política do novo Governo?

O largo da estação ferroviária de Algueirão-Mem Martins foi alvo de uma recente requalificação, mas os problemas provocados pelo estacionamento indevido continuam. Tendo em conta que a maior parte do estacionamento do local é ocupado por viaturas de utentes da Linha de Sintra, não faria sentido, assim como acontece em tantos outros centros de localidades, a instalação de parquímetros? É que ao contrário do que se pensa, esta medida poderia defender o comércio local, pois quem pretende fazer compras naquela zona, simplesmente não tem onde deixar o carro...

JRD

R

Page 3: Ediçao 30 Correio de Sintra

315 de Setembro de 2011 Correio de Sintra 3PUB

Page 4: Ediçao 30 Correio de Sintra

4 Correio de Sintra 15 de Setembro de 20114

ConcelhoConcelhoConcelho

Polícia atenta à criminalidadenos centros comerciais do concelho

CRIME. As recentes ondas de criminalidade junto a grandes superfícies comerciais da área da Grande Lisboa estão a preocupar as autoridades policiais. Em Sintra, apesar da existência de apenas um centro comercial de grandes dimensões, o Fórum Sintra, a PSP está atenta à circulação de grupos de jovens.

A 4 de Setembro, uma pessoa foi esfaqueada junto ao Centro Comer-cial Colombo, em Lisboa, naquele que foi mais um caso de violência junto àquele local. Em Maio, duas jovens agrediram uma menor de 13 anos nas imediações do mesmo estabelecimento comercial, num acto que foi filmado e colocado no facebook, e do qual resultou a prisão preventiva de três jovens.

Em Abril, após a inauguração do Fórum Sintra, a PSP reforçou o

policiamento junto ao local e até ao momento não há registo de actos de delinquência junto ao local. Apesar de circular informação de que terá havido uma violação junto ao local, PSP e GNR garantem não ter registos deste incidente.

“Desde o princípio que estamos atentos. Logo naquela primeira semana reforçámos ali o policia-mento, para uma primeira persu-asão, para evitar, por exemplo, que grupos da Tapada das Mercês ou de Mem Martins utilizassem a zona como ponto de reunião”, disse ao Correio de Sintra fonte policial.

Uma das preocupações das auto-ridades prende-se também com os cinemas deste shopping, uma vez que “quando abriram os cinemas no Colombo houve problemas”.

“São consideradas zonas sensí-veis que da nossa parte têm muita atenção. Ali no fórum lidamos de

perto com a empresa de segurança privada e tudo tem corrido bem até ao momento. Os únicos registos que temos têm a ver com furtos nas lojas”, disse a fonte.

Quanto aos centros comerciais de menor dimensão, como o Floresta Center (Tapada das Mercês), a PSP afirma não haver “grande registo de ocorrências”.

“Há algumas situações espo-rádicas, como furtos nas lojas. O último registo que temos foi no Cacém, há alguns anos, em que houve uma agressão a envolver um antigo segurança e um segurança do espaço”, sublinhou.

Devido aos recentes casos de violência junto aos shoppings, a Associação Vigilantes de Portugal já veio defender uma alteração à legislação para permitir o uso de armas pela segurança privada, con-siderando que a insegurança junto a estabelecimentos comerciais poderia ser atenuada pela pre-sença de seguranças armados. A lei apenas permite a utilização de armas não letais.

No entanto, para a PSP a con-cessão de utilização de armas de fogo seria um risco, uma vez que “muitas empresas recorrem a pes-soas com cadastro, ou em situação de permanência ilegal no país”, com passado de violência.

“Uma boa opção seria a utili-zação de equipamentos não letais como bastões ou sprays pimenta. Os seguranças privados deparam-se muito com situações em que con-frontam indivíduos para abando-narem os espaços comerciais e são sujeitos a agressões. No entanto, não há tantas situações em que um segurança precise de usar arma de fogo”, refere a mesma fonte poli-cial. Joaquim Reis

Floresta Center na Tapada das Mercês.

Câmara deu

45.900 manuaisSOCIEDADE. A Câmara de Sintra distribuiu gratuitamente 45.900 manuais escolares a alunos do primeiro ciclo. Esta é uma iniciativa que teve início no ano lectivo 2002/2003, já abrangeu cerca de 136.000 alunos e visa diminuir consideravelmente os encargos das famílias com a educação.

Segundo o vice-presidente da autarquia, Marco Almeida, o projecto este ano contemplou a entrega de manuais a 15.300 alunos de escolas do 1º ciclo, que custaram 370 mil euros. Em 2010 foram entregues manuais a 17 mil alunos, num total de 390 mil euros suportados pela autarquia. Para o responsável da autarquia pelo pelouro da Educação, a diminuição do número de alunos acentua-se desde 2006, com maior incidência nas escolas das zonas urbanas. “Isto não significa que a crise não se tenha acentuado e que não haja alunos a deixarem as escolas pri-vadas, mas o concelho está a perder alunos porque não cresceu o que era expectável. O concelho parou do ponto de vista urbanístico”, adiantou. A entrega dos manuais aos agrupamentos começou na segunda-feira dia 12 de Setembro. Segundo Marco Almeida, uma vez que esta iniciativa apenas con-templa alunos até ao 5.º ano, a partir do próximo ano lectivo a Câmara vai desenvolver um banco de troca de livros até ao 10.º ano. A autarquia de Sintra vai gastar este ano lectivo cerca de dois milhões de euros no transporte escolar de 6.758 alunos e mais de seis milhões de euros em refeições. Os 98 esta-belecimentos escolares do muni-cípio vão servir mais de 2,4 milhões de refeições. JR

PUBPUB

DR

Page 5: Ediçao 30 Correio de Sintra

515 de Setembro de 2011 Correio de Sintra 5Concelho

SOCIEDADE. Um jovem papagaio de quatro meses é o novo polícia da esquadra da PSP de Mem Martins. Ainda não sabe truques, é arisco e morde os dedos de quem lhe tenta mexer, mas já começou a preencher o vazio deixado pela morte da antiga mascote, o Jacó, que esteve nesta divisão durante trinta anos.

Instalado na recepção da esquadra, o jovem papagaio desperta a atenção de todas as pessoas que ali se des-locam diariamente. Aos quatro meses de idade, começa agora a dizer as pri-meiras palavras, mas é nos dedos de quem lhe tenta tocar que ele se “vinga”.

Segundo o agente Luís Moreira, dada a idade do animal, é normal que ainda cumprimente as pessoas com bicadas nos dedos: “Ele ainda está muito arisco. Até a nós que andamos com ele na mão. É pequenino, ainda está a criar uma certa confiança”, disse.

Apesar de preencher um vazio, os polícias ainda têm na memória o antigo papagaio. “Após a morte do Jacó ficou só o rádio. E normalmente quando se ouvia o rádio ouvia-se também o assobio característico [do papagaio]”, disse.

Luís Moreira foi um dos polícias que procurou angariar verbas para a aquisição do substituto do Jacó, de forma a tentar superar a perda do amigo que, entretanto, foi embal-samado e continua a pertencer à esquadra. O novo custou 500 euros e foi comprado com dinheiro doado pela população. “A esquadra ficou vazia, com a falta do Jacó e entre-tanto fizemos diligências para con-seguir angariar dinheiro para o novo papagaio. Tivemos uma boa recepti-vidade da população que gostou da nossa iniciativa. Chegou a vir uma senhora da Costa da Caparica para nos dar dinheiro”, contou o agente.

Para Pedro Gouveia, companheiro de Jacó durante 13 anos, ainda lhe custa superar a perda do amigo que o acompanhou em muitas noites de piquete. “Era um grande amigo. As pessoas ainda ficam emocionadas. Ainda me custa um bocado e vai ficar sempre nos nossos corações”, disse o agente, visivelmente emocionado.

Com o passar do tempo, o Jacó Júnior começa a tocar os “corações” dos agentes e só lhe falta os “tru-ques” com que o antigo papagaio brindava as pessoas que entravam na esquadra.

“O outro fazia vários truques. Api-tava tal e qual o nosso apito do carro e chamava-nos: ‘Ó camarada’ e outras coisas que os papagaios gostam de fazer mas que não podemos dizer. Agora, estamos a insistir com este a ver se faz o mesmo”, sublinhou Luís Moreira.

Ao longo dos anos o Jacó era fre-quentemente visitado pelas pessoas da freguesia, que se deslocavam à esquadra para lhe dar “um amendoim

ou uma uva”. Desde que se tornou na mascote da PSP, o Jacó Júnior já começou a receber as primeiras visitas, acompanhadas com crianças, que se deslocaram à esquadra exclu-sivamente para o verem.

Quem entra na esquadra não deixa de reparar no novo papagaio e por vezes, até o confundem com o outro que ali esteve durante vários anos. No entanto, a recepção não é pací-fica e há quem se queixe de que leva sempre uma bicada nos dedos da mão.

Para homenagear e apresentar as pessoas que contribuíram com dinheiro para a aquisição do novo papagaio, a esquadra de Mem Mar-tins está a organizar um almoço con-vívio, onde apresentará o Jacó Júnior aos “padrinhos”.

“Queremos mostrá-lo à população que acompanhou a história e prin-cipalmente às pessoas que nos aju-daram”, disse Luís Moreira. Joaquim Reis

PsP de Mem Martinstem um novo papagaio polícia

JR

JovemagredidoCRIME. Um jovem de Casal de Cambra foi esfaqueado no dia 13, durante uma alegada rixa em São Marcos em mais um caso que envolve grupos de jovens. O jovem foi hospitalizado e apresentava cortes nas costas e num dos braços.

Segundo fonte policial, o jovem residente de 16 anos terá estado envolvido num assalto há alguns meses a um outro residente em São Marcos e, quando se encontrava nesta freguesia a visitar familiares, foi reconhecido.

“Terá sido um ajuste de contas. Infelizmente este tipo de situações acontecem com alguma regulari-dade. Em Sintra não temos grupos organizados, os chamados gangues, mas temos grupos de bairros e que por vezes quando se juntam há pro-blemas”, disse.

Uma vez que os confrontos entre grupos de jovens tem acontecido com alguma regularidade, a PSP “está atenta a feiras e festas na zona de Sintra” para evitar este tipo de incidentes.

BombeirosMem Martins

Estão abertas as inscrições para a Instrução Inicial de Bombeiro (Recruta) nos Bombeiros Voluntá-rios de Algueirão-Mem Martins.

As candidaturas terminam a 4 de Outubro.

Os candidatos têm que ter entre 17 e 35 anos, pelo menos o 9º ano de escolaridade e residir no con-celho de Sintra.

Os candidatos terão de efectuar testes físicos, psicotécnicos e uma entrevista. E-mail: [email protected] / Telefone: 219228500

População doou dinheiro para a compra do Jacó Junior que custou 500 euros.

PUB

Page 6: Ediçao 30 Correio de Sintra

6 Correio de Sintra 15 de Setembro de 20116

Falta de funcionários põe em causa processos

Comarca da Grande Lisboa Noroeste (juizos de Sintra, Amadora e Mafra).

DR

JUSTIÇA. No primeiro dia após as férias judiciais a Comarca da Grande Lisboa Noroeste arrancou com menos funcionários, uns com contratos a prazo e outros em estágio na função pública que não foi renovado. Ministério Público e juíza presidente da comarca temem que a marcação de julgamentos possa sofrer atrasos.

Segundo o Sindicato dos Funcio-nários Judiciais (SFJ), os tribunais

arrancaram com menos 400 funcio-nários, sendo que o de Sintra foi o mais afitado, com menos uma cen-tena.

Segundo a presidente da comarca que junta os juízos de Sintra, Ama-dora e Mafra numa só circunscrição judicial, Ana de Azeredo Coelho, os impactos da diminuição dos funcioná-rios “far-se-ão sentir em maior moro-sidade no cumprimento dos pro-cessos”, especialmente na realização de diligências.

“A falta faz-se sentir na categoria de escrivães auxiliares, que serão em número tão escasso que poderá pre-judicar a marcação de julgamentos e outras diligências pelos juízes”, disse, sem precisar o número de funcioná-rios que deixaram os serviços.

De acordo com a responsável, neste momento, as únicas medidas possí-veis para atenuar os efeitos das saídas passam por recolocar funcionários nas unidades orgânicas mais afectadas e “tentar algumas alternativas de orga-nização dos serviços que permitam o melhor aproveitamento dos recursos”.

“O que é de difícil concretização por já estar a ser feito ao longo dos dois anos de reforma [do mapa judiciário], sempre com maior escassez de funcio-nários”, acrescentou.

A diminuição do número de funcio-nários também é criticada pelo Minis-tério Público. Para a procuradora-geral adjunta, Maria Paula Figueiredo, se “a situação era muito má”, agora, depois das férias de verão, “é caótica”, com vários serviços a serem afectados.

“Todas as secções de inquéritos têm pouca gente. A unidade de apoio do Tribunal de Trabalho tem três pro-curadores, mas estão somente dois únicos funcionários para todo o tra-balho. A situação do Cível também é

Concelhodramática porque há muito trabalho, muitas reclamações de créditos”, declarou.

A responsável disse que para fazer face à falta de quadros é obrigada a recolocar funcionários nas secções onde as necessidades são maiores.

“Agora vamos fazer o possível. Vamos tirar de uns sítios para pôr noutros e fazer o mais urgente e imprescindível. Por mais que ten-temos simplificar todos os procedi-mentos - passamos a vida a ter reu-niões de forma a que os colegas não façam diligências inúteis, abolir o mais possível o papel, ter mais comu-nicações electrónicas -, chega a uma altura em que já não é possível cum-prir o serviço porque não há funcio-nários”, disse.

A procuradora avançou que vai ser “difícil não haver atrasos nos pro-cessos”.

Uma das funcionárias judiciais, disse que a falta de funcionários vai representar um acréscimo de trabalho ao já de si difícil quotidiano dos traba-lhadores.

“Se até agora havia muito trabalho, daqui para a frente vai ser mais com-plicado. Chegamos ao ponto em que não podemos adoecer porque somos mesmo muito poucos”. JR

PUB

Page 7: Ediçao 30 Correio de Sintra

PUBPUB

Page 8: Ediçao 30 Correio de Sintra

PUB

Page 9: Ediçao 30 Correio de Sintra

PUB

Page 10: Ediçao 30 Correio de Sintra

10 Correio de Sintra 15 de Setembro de 201110

FUTEBOL. Os principais clubes de futebol do concelho de Sintra acompanham a realidade económica do país e apresentaram orçamentos modestos para a época 2011/2012. Entre contratações a custo zero, as organizações desportivas da 2.ª e 3.ª divisão nacional de futebol dispõem de

um orçamento de cerca de 50 mil euros.

Com a crise económico-financeira que se faz sentir nas mais diversas áreas, as organizações desportivas do concelho passam por sérias dificuldades. Com um orçamento de cerca de 50 mil euros para a actual época, a

DesportoDesporto

Clubes de sintra investiram 50 mil euros esta época

Clubes da 2.ª e 3.ª divisão nacional dispõem de um orçamento anual reduzido.D

R

taça Barnabé arranca dia 16A 6.ª edição da Taça Barnabé tem início no dia 16, no Pavilhão de Albogas, em Almargem do Bispo. A iniciativa reúne equipas de futsal infantis, juniores, seniores e femininas.

A Taça Barnabé, torneio de futsal realizado na freguesia de Almargem do Bispo, junta, nesta 6.ª edição,

as equipas de Almornos, Covas de Ferro, Negrais, Camarões, Sabugo, Rancho Dona Maria, Aruil, Albogas, Centro Dona Maria e Almargem do Bispo. Para Paulo Rodrigues, membro da organização, “a qualidade das equipas é superior aos anos anteriores”. A Taça Barnabé oferece também aos

seus espectadores algumas novidades. “Nos intervalos de cada jogo, vamos permitir que o público possa marcar penalties de forma a dinamizar os tempos mortos”, adiantou Paulo Rodrigues. Em relação ao número de espectadores, a organização pretende renovar o feito

dos anos anteriores. “Com a crise que se sente no país, acho que muitas pessoas vão preferir ir ver quatro jogos num só dia por um preço baixo, do que, por exemplo, ir ao cinema”, explicou, acrescentando que “os números não deverão diferir muito em relação ao ano passado

visto que 90 por cento do público pertence à freguesia de Almargem do Bispo”. A organização apostou na divulgação da 6.ª edição do torneio nas redes sociais “para informar o público de todas as novidades, criando assim uma maior interacção com os admiradores do torneio”. AOP

solução passa por obter bons resultados de forma a colmatar a falta de investimentos.Para o Sociedade União 1.º De-zembro, único clube da 2.ª di-visão do concelho, “o principal objectivo passa por assegurar a manutenção”. Tendo contra-tado vários jogadores a custo zero, o clube pretende lucrar com a saída do defesa Mamadu que rumou para o Desportivo das Aves. “Houve um acordo com o clube nortenho, caso haja uma transferência para outro grupo desportivo”, disse Fernando Cunha, presidente do clube sintrense, adiantan-do que “o orçamento para a actual época foi aumentado dez mil euros devido às des-locações”. “O clube dispõe de um orçamento anual de 60 mil euros, cerca de cinco mil euros por mês”, finalizou.O cenário para os clubes da 3.ª divisão nacional é idênti-co. Para o presidente do Clube Atlético de Pêro Pinheiro, Do-mingos Janota, “o principal objectivo é tentar assegurar a

manutenção. Depois da pri-meira volta do campeonato finalizada, veremos a situação da equipa no que diz respei-to à tabela classificativa. Se tudo correr bem, esperamos alcançar os seis primeiros lu-gares”. O clube que subiu à 3.ª divisão nacional na época transacta contratou jogado-res provenientes do distrito de Lisboa, de forma a imple-mentar o seu futebol nesse patamar futebolístico. “Que-remos alcançar uma posição histórica. Para tal, contratá-mos dez jogadores do distrito de Lisboa, todos a custo zero, uma vez que dispomos de um orçamento anual pouco ele-vado, cerca de 55 mil euros”, sublinhou Domingos Janota, adiantando que “em relação à época anterior, o clube dispõe de mais mil euros por mês”.Por outro lado, o Real Sport Clube, que desceu para a 3.ª divisão nacional, não esconde alguma preocupação em rela-ção à actual época. “As expec-tativas são comedidas. Vamos

tentar alcançar os seis pri-meiros lugares, sabendo que a equipa tem um handicap: a redução do orçamento”, disse José Libório, presidente do clube, recusando a adiantar o valor exacto do orçamento para a época. “Com a descida para a 3.ª divisão, o orçamen-to foi reduzido. Em relação há duas épocas atrás, o orçamen-to é de um terço”, sublinhou.Com um orçamento de 50 mil euros, Vítor Coelho, presiden-te do Sport União Sintrense, revelou ao Correio de Sintra que “devido ao passivo ele-vado do clube, é impossível pensar em voos mais altos”. A nível desportivo, Vítor Coelho pretende alcançar “um lugar honroso” na 3.ª divisão nacio-nal. “Fizemos várias contrata-ções dentro das possibilidades financeiras do clube. Contra-tamos os melhores jogadores no que diz respeito à técnica futebolística e formação hu-mana”, explicou o responsá-vel. Alexandre O. Pereira

PUB

Page 11: Ediçao 30 Correio de Sintra

1115 de Setembro de 2011 Correio de Sintra 11

agualva-Cacématrasos nas obras da estação dificultam vida aos comerciantes

Crise política em agualva

Comerciantes exigem ser indemnizados pela REFER.

JR

SOCIEDADE. Os comerciantes do largo da estação de Agualva-Cacém queixam-se que os atrasos nas obras que estão a ser realizadas no local podem levar ao encerramento de portas. A obra deveria estar concluída no mês passado, mas a REFER garante que apenas no primeiro trimestre de 2012 a solução pode estar resolvida.

Os comerciantes dizem que as obras que estão inseridas na remodelação

total da estação provocaram quebras de facturação entre os 60 e os 80 por cento. Exigem a abertura urgente de um acesso provisório que permita a cir-culação de pessoas neste local que tem estado vedado. Os empresários preten-dem ser indemnizados pelas quebras de facturação a partir de agosto e pre-param um abaixo-assinado para entre-gar ao ministro da Economia.“Estamos aqui enclausurados e não aguentamos mais esta pressão. São pre-juízos incalculáveis, várias empresas já

fecharam desde o início das obras. Fora os despedimentos que já houveram até esta data”, disse ao Correio de Sintra Helena Rebelo, proprietária do café Mina Bela, que já encerrou dois espa-ços naquele local.João Mendonça, proprietário de quatro lojas no local, lamentou quebras de “se-tenta por cento de facturação” do café que actualmente explora, alegando que já não dá para cobrir as despesas.“Neste café onde estou devo ter quebras na ordem dos cinquenta mil euros, fora uma loja que tenho para alugar, por 1.600 euros, que está há dois anos fe-chada”, disse.Os comerciantes adiantaram que “as obras têm estado paradas”, com a per-manência no local de “quatro ou cinco trabalhadores”. Os empresários justifi-cam que estes atrasos se devem a atra-sos nos pagamentos aos trabalhadores dos sub-empreiteiros por parte da em-presa promotora da obra. “Os trabalhadores falam connosco e di-zem-nos que não têm sequer dinheiro para comer. Às vezes dou-lhes comida”, disse um dos empresários.No entanto, a REFER refuta estas acu-

sações, explicando que se devem à pró-pria “condicionante urbana” que acaba por “criar constrangimentos” aos traba-lhos, que deverão estar concluídos no primeiro trimestre de 2012. Fonte da empresa refere que as obras nunca esti-veram paradas e que não é verdade que hajam pagamentos em atraso.Os proprietários dos estabelecimentos estiveram reunidos a 14 de Setembro com membros do PCP, a quem expuse-ram as suas queixas. Pedro Ventura, do PCP, responsabilizou a REFER pelos atrasos na construção da obra.“Isto é uma total irresponsabilidade e defendemos que se a REFER não tem essas verbas agora, o ministro dos transportes deve tomar as me-didas necessárias para se terminar a obra”, disse.Pedro Ventura adiantou desconhecer se os atrasos se devem à “falta de pa-gamento aos sub-empreiteiros ou se foi por um erro de planeamento da própria estrutura”, lembrando que em Julho os empresários ligados àque-las obras fizeram uma greve no local, protestando contra pagamentos em atraso. Joaquim Reis

POLÍTICA. A Assembleia de Freguesia de Agualva rejeitou os nomes apresentados em reunião extraordinária para a eleição da mesa deste órgão. A Assembleia de Freguesia fica em vazio legal depois da demissão em Agosto dos três anteriores membros.

A anterior presidente da mesa justifi-ca que a sua decisão surgiu após uma carta enviada por um proprietário de uma empresa de construção aos par-tidos políticos, onde o construtor de-nunciava alegadas irregularidades no pagamento de facturas por parte do executivo da mesma cor política.Na carta, a que o Correio de Sintra teve acesso, constam despesas pagas pelo

empreiteiro, nomeadamente um jan-tar de 380 euros, brindes e colocação de painéis durante as autárquicas de 2009 que deveriam ser “como habitu-al facturadas como calçadas nos con-tratos com a Junta”. Após a carta, seis membros da Assembleia de Freguesia, da Coligação Mais Sintra (PSD e CDS-PP), renunciaram aos cargos. Também um eleito independente da Coligação abandonou o cargo de vogal do execu-tivo.A oposição (BE, CDU e PS) – que já en-tregou a carta ao Ministério Público de Sintra - pediu a demissão do executi-vo, alegando que já não tem condições para o desempenho do cargo.“O senhor não tem condições para con-tinuar no cargo. Os dinheiros, em vez de serem investidos nas calçadas, estão

a ser desviados para outras soluções. Este executivo não tem credibilidade e é altura de dar a palavra aos agualven-ses”, disse o socialista João castanho.Os líderes das bancadas vão reunir em breve para agendar uma nova reunião de Assembleia de Freguesia, de forma a tentar eleger uma nova mesa deste órgão. Uma vez que não houve acordo entre os partidos, também o executivo da Junta fica a funcionar com menos um elemento.Apesar das críticas da oposição, o pre-sidente da Junta de Freguesia optou por não responder. A 2 de Setembro, o presidente da junta, Rui Castelhano (Coligação Mais Sintra) disse que a carta do empreiteiro enviada aos parti-dos da oposição são “calúnias” e que vai agir judicialmente. JR

PUB

Page 12: Ediçao 30 Correio de Sintra

12 Correio de Sintra 15 de Setembro de 201112

SOCIEDADE. Moradores e comerciantes da Avenida Miguel Bombarda, exigem a colocação de mais passadeiras e de lombas redutoras de velocidade para evitar atropelamentos numa das principais artérias da cidade de Queluz. Exigem mais segurança e denunciam corridas ilegais durante a noite, que põem em risco a população.

Antes das obras de requalificação deste local existiam passadeiras que não foram repostas. Moradores e comer-ciantes estão indignados.

“Ainda há poucas semanas houve aqui um atropelamento em frente. Os carros passam muito depressa e como há poucas passadeiras as pessoas passam a estrada em qualquer lado”, disse ao Correio de Sintra o funcionário de um café.

Para a proprietária de uma papelaria, Isabel Sousa, a colocação de mais pas-sadeiras e de lombas poderia diminuir o sentimento de insegurança no local. “Deviam meter lombas porque até nas passadeiras há atropelamentos. Já ia sendo atropelada várias vezes e agora só passo na passadeira pela certa, quando

os carros estão parados”, disse.Segundo uma moradora, Iolanda

Jesus, a colocação das lombas impedi-riam “as corridas de carros à noite”. “Até fazem peões. E depois nunca param nas

passadeiras. Já houve aqui um grande acidente por causa das corridas”, disse.

Segundo o comandante dos bom-beiros de Queluz, Emílio Correia, ocorrem “sinistros todos os dias” na

Avenida Miguel Bombarda, um local onde residem muitos idosos e onde muitas das ocorrências se prendem com a salvaguarda desta faixa social.

“Todos os dias somos chamados. Quer seja para acidentes, inundações, derrocadas ou aberturas de porta. Há uma grande preocupação nossa quanto a esta zona”, disse.

O comandante explicou ao Correio de Sintra que apesar desta ser uma ave-nida com muito movimento de viaturas, é precisamente nas horas de maior trá-fego que tem havido “menos acidentes”.

Já de acordo com o segundo coman-dante dos bombeiros de Queluz, Artur Neves, a zona onde ocorrem mais atro-pelamentos na avenida é junto ao Mini-Preço.

Contactada pelo Correio de Sintra, fonte do Departamento de Obras Municipais da autarquia de Sintra disse que “têm chegado pedidos de mora-dores para a instalação de passadeiras e lombas” na avenida. “Mas isso acon-tece com todo o concelho”, adiantou, sem conseguir precisar se a autarquia vai intervir naquele local”. JR

Cidades

Moradores exigem lombas e mais passadeirasna avenida Miguel Bombarda

JR

Queluz

PUB

Page 13: Ediçao 30 Correio de Sintra

1315 de Setembro de 2011 Correio de Sintra 13PUB

Page 14: Ediçao 30 Correio de Sintra

14 Correio de Sintra 15 de Setembro de 201114

tribunaOpinião

Os ricos que paguem a crise...Desde a sua tomada de posse que o

governo PSD/CDS de Passos Coelho tem, através de uma política de estran-gulamento do investimento público, contraído o crescimento económico do País.

No actual cenário de crise, a quebra do investimento público leva a um cenário de retracção da economia, fazendo com que Portugal, em con-junto com a Grécia, seja os dois únicos países onde existe recessão na União Europeia.

Esta opção leva inevitavelmente a um aumento do desemprego, que por sua vez leva a uma maior precariedade por parte de quem trabalha devido ao enorme «exército» de disponíveis que aceita trabalhar em quaisquer condi-ções, inclusive por valores inferiores ao salário mínimo.

O caminho trilhado, que tem de tudo menos de inocente, ficará com-pleto com a nova revisão da legis-lação laboral que se avizinha tendo por objectivo agilizar os despedimentos e reduzir as indemnizações a pagar em tais casos.

Por fim a criação de um fundo, a ser gerido naturalmente por privados, para fazer face a eventuais despedi-mentos, não é mais que um balão de ensaio para a privatização da própria

Segurança Social.Perante diversas opções de fazer face

à necessidade de redução do défice orçamental, o governo optou por con-fiscar metade do subsídio de natal, por aumentar de forma brutal o valor dos títulos de transporte – no caso da linha de Sintra entre 20 e 25% - e por aumentar o valor do IVA cobrado na

electricidade e no gás de 6 para 23%.Em simultâneo rejeita aplicar

maiores taxas aos lucros das empresas, particularmente às que maiores lucros obtêm, com o argumento de que é necessário investimentos estrangeiro.

No que respeita à zona económica especial da Madeira sabemos que apenas serve para alguns fugirem aos impostos, não sendo geradora nem de riqueza, nem de emprego, conside-rando que mais de 95% das empresas lá sedeadas não têm qualquer funcio-

nário. Sabe-se também que a quase totalidade não paga qualquer tipo de imposto.

O governo recusa-se a aplicar quais-quer taxas às transacções financeiras privilegiando a especulação em detri-mento do trabalho.

Fica desta forma claro que a opção do governo é que sejam os trabalha-dores, seja pelo aumento de impostos, seja pela redução dos benefícios ou ainda pelo aumento da precariedade, a pagar a crise.

Já por mais de uma vez Pedro Passos Coelho afirmou que esta é uma decisão ponderada. Elogie-se a honestidade, mas critique-se e essencialmente com-bata-se, a cobardia de um primeiro-ministro que continua a privilegiar os que mais têm, penalizando fortemente os que vivem do rendimento do seu tra-balho

Este governo, este primeiro-ministro têm afirmado que são necessárias medidas corajosas. Estamos integral-mente de acordo, mas não é coragem aumentar o preço dos transportes, aumentar a electricidade e o gás, per-mitir que se mantenham os elevadís-simos preços dos combustíveis.

Não é coragem fazer minguar os parcos rendimentos da maioria dos Portugueses quando alguns vêem

“A Madeira serve para alguns

fugirem aos impostos...

crescer a sua fortuna, como ficou claro pelo estudo apresentado na Revista Exame.

Não é coragem não tributar as maiores fortunas que representam hoje mais de 10% da economia nacional nas mãos de 25 famílias.

Coragem é combater os interesses instalados, coragem é taxar quem mais pode, coragem é criar laços de solida-riedade e não o voltar à caridadezinha, coragem é mudar de rumo. Coragem é participar na Jornada de Luta de 1 de Outubro, assumindo a insubmissão a uma política de defesa dos privilégios e de penalização dos trabalhadores.

Rui Monteiro - PCP

Page 15: Ediçao 30 Correio de Sintra

CulturaHip Hop pela Paz: Há muita históriapara além ‘daquele’ que tem a arma na mão

MÚSICA. São jovens, alguns com passado ligado à criminalidade, e procuram um lugar ao sol através da música. Em bairros suburbanos da Grande Lisboa, o “Hip Hop pela Paz” mostra os caminhos além dos “guetos” e gangues.

No bairro de Santa Filomena, na Amadora, numa zona a que os jovens chamam ”gueto”, a música expressa o quotidiano de um ambiente mar-cado ao longo dos anos pela toxicode-pendência, rixas entre grupos e delin-quência juvenil.

Para quebrar esse cenário, a Asso-ciação Diálogo e Acção importou uma experiência semelhante do Brasil e lançou o projecto “Hip Hop pela Paz”, que contempla 20 jovens de bairros de

Loures, Seixal, Sintra, Amadora, Lisboa e Cascais.

O objectivo é mostrar a “verdadeira imagem” desta cultura musical, focada num estilo de vida que se afasta da violência e dos vícios pelos quais são conhecidos os bairros mais carenciados degradados.

O trajecto de ‘Duca’ é semelhante a outros relatados nas letras da cultura do hip-hop. Do “puto do gueto”, que cresceu na rua com os amigos e deixou a escola cedo, restam as histórias que lhe marcaram a vida e que um dia o levaram à prisão.

Depois de muitos anos afastado da música, decidiu retomar o seu projecto inicial de vida: a profissionalização na área. “O meu futuro será sempre uma

incógnita. Eu nem tenho bem a certeza se o rap é a minha cena, mas acho que a música me pode ajudar. Já estive mais perto de desistir e mais longe da música do que agora”, disse.

Desde cedo que Bruno, também de Santa Filomena, aprendeu a sobreviver nas ruas juntamente com os amigos que cresceram no mesmo bairro. Viu alguns serem presos, outros morrerem, numa espiral de violência que o des-pertou para a necessidade de quebrar esse trajecto.

Nas ruas labirínticas e grafitadas do bairro, ocupadas por muitos jovens sem ocupação, Bruno não se inibe de cantar e expressar as suas preocupações na música que faz. Está-lhe no sangue e viu no hip-hop a saída de um mundo

delinquente que já não é o seu.Mas nem todas as histórias são mar-

cadas pela violência. Hugo Rodri-gues, mais conhecido por H, expressa o que se passa no seu “gueto” através da música, mostrando aos mais novos que a cultura do hip-hop não é só feita de histórias violentas.

“Escrevo o dia a dia, o que eu sinto e faço, falo sobre os djs e graffitis. Há muitos estereótipos na música do hip-hop, vista como música de gueto, de bandidos, mas é muito para além disso. Há muita história para além ‘daquele’ que tem a arma na mão”, disse o jovem de 23 anos.

H quer aproveitar esta oportunidade de lançar uma música. Sonha com um curso de produção musical tirado no estrangeiro, para mais tarde ser um exemplo para os mais jovens e quebrar com a violência associada à cultura do hip-hop.

“Espero que as pessoas depois con-sigam olhar para mim e digam: ‘este é um rapaz humilde, sempre fez o seu tra-balho e conseguiu expressar-se através da música para ser conhecido, para fazer reconhecer a nossa vida, o nosso dia a dia’”, disse.

Segundo Ana Rita Chaves, coor-denadora do projecto, o objectivo do “Hip Hop pela Paz” é consciencializar os jovens para a não-violência e torná-los “educadores sociais” dos mais novos que moram nos seus bairros, mos-trando “os mil caminhos” profissionais que esta cultura tem, desde a música, ao graffiti.

“Agora estão todos muito positivos, renasceram para retomar os seus pro-jectos de vida. Pretendemos que cada jovem que entrou no projecto possa trazer um ponto de cultura para o seu bairro, numa multiplicação do pro-jecto”, disse a responsável. Joaquim Reis

PUB

Page 16: Ediçao 30 Correio de Sintra

PUB