edição 155

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1 16.NOV.2012

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Às vésperas do Mississippi Delta Blues Festival, contamos as origens do gênero, como chegou por aqui e por que se enraizou

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116.NOV.2012

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2Fotos: 6: Anderson Fotografia. Divulgação/O Caxiense | 12 e 14: Paulo Pasa/O Caxiense |

Gatos Gays na decoração

Os produtosmais caros da cidade

Caxias celebra o blues

Talian, vítima da censura, davergonha e do esquecimento

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A jovem conservadoraArena

Para usar coroa, não precisa ter topete

O que ensinamos jovensempresários

O papel dopapeleiro

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Talvez você não seja fã de blues, mas depois de ler a edição 155, com certeza vai conhecer mais sobre o estilo musical que carrega em cada nota melódica toda uma cultura que, no fundo, fala de libertação. Inclusive poderá procurar as músicas favoritas dos bluesmen indicadas na reportagem e escutá-las a tempo do Mississippi Delta Blues Festival. É conta-giante, garanto. Nossa capa é uma homena-gem ao ritmo, que tem força em Caxias do Sul, e uma releitura da capa do livro Blues, do célebre quadrinista Robert Crumb. O livro foi publicado no Brasil em 2004, pela Editora Conrad, e é um resgate da história negra nor-te-americana em quadrinhos. Nas palavras de Crumb, no posfácio, falando sobre a lenda “do sujeito que encontra o Diabo em uma encruzilhada” (escute a canção Crossroads, de Robert Johnson!): “a encruzilhada possui em si um significado místico. Duas estradas que se cruzam numa paisagem ampla...”. E não é isso o encontro entre o blues e nossa cidade? Na capa da revista, observe, incluímos na paisagem a Estação Férrea, que abrigará o festival caxiense por 3 dias. O processo para a criação da arte incluiu pesquisa, fotografia, desenho, digitalização e nova colorização no computador.

A edição 154 reserva outra surpresa para quem percorrer o caminho do blues. Em

uma promoção exclusiva, publicamos cupons que podem ser trocados em algumas bancas do festival por descontos nos produtos. Um incentivo para os fãs da boa música e um em-purrão para os que ainda estavam em dúvida se deveriam ir ao MDBF 2012. A “cuponaria” é uma febre nos Estados Unidos (país de origem do blues), através das publicações jornalísticas impressas, e nada mais harmô-nico do que unir as duas referências em O CAXIENSE. Aproveite! Na edição 156 mais cupons serão publicados.

Ocupo este espaço também para agradecer aos integrantes da comissão julgadora, for-mada por 16 entidades, do 2º Prêmio Jovem Talento Empreendedor pelo troféu recebido na categoria Serviços. O prêmio é uma rea-lização da Secretaria Municipal de Desen-volvimento Econômico, Trabalho e Emprego em parceria com o Sebrae e departamentos jovens da CIC, CDL, Sindilojas e SindiRural. É um grande reconhecimento aos vencedo-res. Para O CAXIENSE, representa mais um indicativo de seriedade e compromisso com a cidade nas vésperas do aniversário de 3 anos do veículo. Na página 11, veja dicas de cada um dos jovens empresários para empreender.

Boa leitura!

Paula Sperb, diretora de Redação

A encruzilhAdA do blues em cAxiAs | no embAlo dos cupons | reconhecimento Ao empreendedor

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

[email protected]

Diretor Executivo - PublisherFelipe Boff

Paula SperbDiretor AdministrativoLuiz Antônio Boff

Editor-chefe | revista Marcelo Aramis Editora-chefe | site Carol De Barba

Andrei AndradeDaniela Bittencourt

Gesiele LordesLeonardo PortellaPaulo PasaDesignerLuciana Lain

COMERCIALExecutiva de contasPita Loss

ASSINATURASAtendimentoEloisa HoffmannAssinatura trimestral: R$ 30Assinatura semestral: R$ 60Assinatura anual: R$ 120

CAPAIlustração de Marcelo Aramis a partir de desenho de Robert Crumb

TIRAGEM5.000 exemplares

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BASTIDORESA belezA indomável de elizAbeth | o sustento encontrAdo no lixo | os segredos dos jovens empreendedores

Quanto custa viver aqui

Art

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por Leonardo Portella

É com a ajuda de internautas espalhados pelo país que o site colaborativo Custo de Vida consegue dar uma dimensão econômi-ca de quanto se gasta para comer, se diver-tir, locomover-se, hospedar-se e estudar em 1.732 cidades brasileiras. Criado pelo minei-ro Lucas Franco em janeiro deste ano, o site (www.custodevida.com.br) mostra os preços médios de 29 itens, divididos nas categorias bar e restaurante, supermercado, transporte, utilidades, esporte e lazer, hotelaria e mote-laria, educação e moradia. Ao todo, mais de 16.600 pessoas já colaboraram com o serviço, útil para visitantes e futuros moradores.

Morador de Belo Horizonte, Lucas desen-volveu o site após discussões com amigos, que pensavam em como seria o custo de vida em outras cidades brasileiras. “Olhávamos algumas ofertas de emprego em São Paulo e em Brasília e começávamos a discutir sobre qual seria o custo de vida nessas cidades e em outras do país”, conta. Ao comentar sobre o custo de vida de sua cidade, Lucas revela por que Belo Horizonte ocupa o 7º lugar, no ranking das capitais. “Acho que as coisas aqui estão muito caras. Desde que me mudei pra cá vejo que os valores só aumentam, e muito rapidamente”, diz.

Caxias do Sul atingiu nota 4.3, a partir de médias de preços informadas por 75 caxien-ses. Somos a cidade do Interior do Estado com o custo de vida mais elevado, segundo as colaborações do site. Não é possível saber em que colocação Caxias se encontra, mas comparando-a com o ranking disponível, o nosso custo de vida ultrapassa 13 capitais bra-sileiras. São Paulo lideraa lista, com o custo de vida mais alto – 10 pontos (nota máxima) –, seguida por Rio de Janeiro, com 8.7, e Bra-sília, 7.4. Porto Alegre vem logo em seguida, com 6.1.

Mas por aqui é mais caro comprar ou utili-zar alguns serviços do que em São Paulo. Os caxienses pagam mais caro o chopp, o pão e o açúcar. O litro da gasolina e do etanol, duas horas em um motel barato e a bandeirada de táxi também ultrapassam os valores médios paulistanos.

Bandeirada do Táxi

Caxias: R$ 4,46

São Paulo: R$ 4,10

eTanol

Caxias: R$ 2,44

São Paulo: R$ 1,92

MoTel econôMico

Caxias: R$ 66,67

São Paulo: R$ 62,17

Gasolina

Caxias: R$ 2,90

São Paulo: R$ 2,74

açúcar

Caxias: R$ 7,98

São Paulo: R$ 5,97Pão

Caxias: R$ 11,97 São Paulo: R$ 8,55

CAXIAS x SÃO PAULO

choPP

Caxias: R$ 5,84São Paulo: R$ 5,33

livre1 2

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açúcar

Um dos grandes problemas das cida-des é o fluxo de veículos. Para estacionar, a média em Caxias é de R$ 4,67 por uma hora, uma das mais baratas do Estado. Em Porto Alegre, o valor duplica e chega a custar R$ 10,29. Caxias tem o estacio-namento mais barato até que Bento Gon-çalves, que paga uma média de R$ 5.

caxias: R$ 4,67

BenTo Gonçalves: R$ 5

PorTo aleGre: R$ 10,29

rio de Janeiro: R$ 13,50

são Paulo: R$ 13,96

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CAXIAS x RIO DE JANEIRO

Em comparação com o Rio de Janeiro, que até o mês de agosto ocupava a liderança do ranking, Caxias é mais cara em 11 itens.

cerveJa laTa

Caxias: R$ 3,55 Rio de Janeiro: R$ 3,15

choPP

Caxias: R$ 5,84

Rio de Janeiro: R$ 4,45

Pão

Caxias: R$ 11,97 Rio de Janeiro: R$ 8,70

açúcar

Caxias: R$ 7,98

Rio de Janeiro: R$ 6,74

FeiJão

Caxias: R$ 3,28

Rio de Janeiro: R$ 3,01

Gasolina

Caxias: R$ 2,90

Rio de Janeiro: R$ 2,86 eTanol

Caxias: R$ 2,44 Rio de Janeiro: R$ 2,30

Mensalidade Pré-escola

Caxias: R$ 427,86

Rio de Janeiro: R$ 260

MoTel econôMico

Caxias: R$ 66,67 Rio de Janeiro: R$ 46,79

curso adMinisTração

Caxias: R$ 820

Rio de Janeiro: R$ 755

açúcar

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por Gesiele Lordes

Eram quase 19:00 e as luzes do pavilhão 2 do Parque de Eventos da Festa da Uva ainda estavam apagadas e poucas pessoas ocupavam as arqui-bancadas. Era a certeza de que o desfile para escolher a Mais Bela Comunitária, marcado para as 19:30, iria atrasar. É pouco provável, no entanto, que al-guém imaginasse que ele se estenderia até as 02:30 da madrugada.

Enquanto o público chegava, a agitação das candidatas, que começara cedo na parte inferior do pavilhão 2, o Palácio das Uvas, só aumentava. Nos cantos, as moças se dividiam entre aquelas que retocavam a maquiagem e algumas que, em duplas, simulavam o

desfile, tentando superar a dificuldade de andar sobre salto (muito) alto e o nervosismo de encarar os 7 jurados e uma plateia de 3,5 mil pessoas. Alguém desviou a atenção de quem assistia o ensaio. Era uma integrante da corte anterior, que passava correndo, com um par de sandálias nas mãos – calça-dos que substituiriam o confortável par de chinelos usados pela jovem, técnica usada pela maioria das candidatas.

Quanto mais o evento atrasava, mais tensão acumulava entre as belas. O clima anunciava: a qualquer momento, alguém daria um piti. E ele veio, mas de nenhuma candidata. Um grupinho começou a causar tumulto. Em uma cadeira, uma das moças estava cercada pela família e integrantes da organiza-

ção. Ela chorava. “Tu conseguiu deixar a guria feia”, gritava o pai dela a um dos cabeleireiros. O reclamante dizia que o combinado era manter o cabelo natural, cacheado. Maldizia o penteado liso e justificava que o efeito da escova poderia influenciar negativamente a avaliação sobre a filha. “Ela sentou na minha cadeira e eu fiz o padrão: alisei e fiz o topete”, defendeu-se o cabelei-reiro Carlos Alberto da Silva Brito, que trabalhava ali desde as 13:00. Depois do transtorno, um spray de água refez os cachos da moça. E o rebuliço desar-mou. Relativamente.

“Este ano está mais tenso ”, descre-veu Ângela Adriana Córdova, diretora do departamento feminino da União de Associações de Bairros (UAB), que

Um concurso de resistência

A Mais Bela Comunitária, Letícia de Carvalho, a princesa Gabriele Rossi, a simpatia Isadora Maria Perotti e a princesa Elisabeth Martins |Anderson Fotografia, Divulgação/O Caxiense

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trabalhava incansavelmente desde as 08:00 na organização do desfile. Sua conclusão tinha motivos: passava das 20:00 e dois ônibus com torcidas ainda não haviam chegado. E a situação só piorou quando, às 20:35, uma falha elétrica deixou o pavilhão no escuro. Durante cerca de 5 minutos, apenas os celulares e algumas lanternas usadas pelos policiais da Brigada Militar iluminavam o local. Jovens gritando, estouros de balões e assobios subs-tituíram a música Ai, se eu te pego, interpretada pelo cantor Eloy Teixeira, o Paco, que, além de hits do sertanejo universitário, também cantou sucessos de Ivete Sangalo, Marisa Monte, Roupa Nova, Jorge Ben Jor e Wando. Tudo com boa intenção, apesar de pequenos deslizes nas letras.

Pouco antes das 22:30, quando começou o desfile individual, o cansaço já atingia parte das torcidas. Idosos co-chilavam e crianças começavam a ficar menos agitadas enquanto um grupo de dança do ventre se apresentava, no intervalo do desfile. Foi a apresenta-ção das empreguetes que devolveu um pouco de ânimo ao público. Três modelos de 13 e 14 anos, da Fama Mo-

delos e Eventos, interpretaram o hit da novela, uniformizadas a caráter. Depois disso, nada antes do resultado prendeu a atenção do público, que se dispersava.

O nome das 10 finalistas, entre 42 candidatas, foi divulgado por volta das 02:15, depois que organizadores e a corte de 2011 fizeram uma série de agradecimentos, sob a luz de uma lâmpada que falhava. Enquanto grande parte das torcidas se deslocava, os nomes das eleitas eram anunciados. Letícia de Carvalho, de 16 anos, do loteamento Altos de Galópolis, ganhou o título de A Mais Bela Comunitá-ria. Gabriele Barili Rossi, de 21 anos, representante do Jardim América, e Elisabeth Breda Martins, de 17 anos, do Boa Vista, foram escolhidas como princesas. Isadora Maria Perotti, de 16 anos, do São Leopoldo, foi eleita Simpatia Comunitária. Além de querer representar sua comunidade no movi-mento comunitário, as garotas tinham em comum o cabelo devidamente liso. Neste último item, a exceção era Elizabeth que, para para alegria do pai – e sorte do cabeleireiro – entrou para a corte com os cachos que a natureza lhe deu.

“Ela sentou na minha cadeira e eu fiz o padrão:

alisei e fiz o topete”, disse o cabeleireiro

Carlos Alberto da Silva Brito, autor do penteado que causou tumulto antes do desfile

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por Leonardo Portella

Jorge Luís dos Santos, de 41 anos, pai de 6 filhos, é natural de Flores da Cunha, mas foi criado desde os pri-meiros anos de vida em Caxias do Sul. Há 12 anos, trabalha nas ruas catando garrafas PET, latinhas de alumínio, plástico e papelão. Estes, segundo ele, são os materiais mais abundantes, que garantem o sustento da família. “Con-seguimos viver muito bem do dinheiro que ganho com o lixo”, conta. Jorge, que nunca encontrou dinheiro ou algo va-lioso nas lixeiras, encontra disposição para percorrer 30 quilômetros todos os dias em busca de lixo para a reciclagem.

08:30Saio da minha casa, no bairro Santa

Lúcia. Em poucos metros de caminha-da, já encontro alguma coisa jogada fora. Todos os dias é possível encon-trar lixo seletivo nos mesmos lugares e, se der sorte, acho em lugares que antes não haviam deixado nada. Vou olhando, abrindo os sacos e colocan-do tudo dentro do carrinho. Eu tinha cadastro no Catador Legal (programa

da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul para acompanhamento e assistência social aos catadores), mas a única vantagem em fazer parte do pro-grama é possuir a placa de identificação no carrinho. Não fiz a renovação e sou autônomo mesmo. Legítimo! (risos)

10:30Já estou no Centro. É fácil transitar

pelas ruas e calçadas com o carrinho. Consigo percorrer tranquilamente as calçadas da Júlio de Castilhos, apesar de estarem sempre lotadas de gen-te. Nas ruas, existe preconceito com o catador. Acham que somos todos bandidos. Mas, na real, a gente faz um serviço bacana para cidade. A Code-ca não consegue eliminar todo o lixo seletivo para deixar as calçadas limpas. Mas ninguém nunca partiu para cima de mim por estar perturbando ou algo assim. Aguentar desaforo a gente até aguenta, mas, se vier para cima, vai levar também...

12:00Não paro para almoçar. Continuo a

minha tarefa e vou mexendo e revi-

rando sacos pelas ruas. As pessoas não sabem separar o lixo. Encontro restos de comida e embalagens sujas mistu-rados ao lixo que dá para reaproveitar. Aumenta ainda mais o meu serviço.

14:30É hora de avaliar o material recolhi-

do. É também o momento em que se-paro os plásticos brancos dos plásticos coloridos. Por terem menos produtos químicos na composição, os brancos valem mais na hora de vender. Nas garrafas PET, as tampinhas também va-lem dinheiro, desde que separadas das garrafas. Dobro os papelões, amasso as latinhas e coloco tudo em sacos de lixo pretos para levar ao comprador.

15:30Mais ou menos por esse horário, levo

o material que recolhi ao comprador, na antiga Madezatti. Em dias normais, de verão, consigo tirar R$ 50 por dia. No inverno, por causa da chuva, cai um pouco. É por isso que, no inverno, eu procuro algum serviço fixo. Mas na rua é melhor... Sem estresse e bem mais rentável.

um catador de lixo7 hORAS NA vIDA DE...

Jorge Luís dos Santos |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

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CAMPUS

Últimos dias para se inscrever na Anglo/IDEAU

Murialdo abre inscrições para 3 cursos

A Faculdade Anglo-Americano/IDEAU recebe até a próxima quarta-feira (21) as ins-crições para o seu vestibular de verão, que ocorre no dia seguinte, às 19:00, com prova de redação e questões objetivas. A instituição oferece 12 cursos: Administração, Agrone-gócios, Ciências da Computação, Ciências Contábeis, Comércio Exterior, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Hospitalar, Mar-keting, Pedagogia, Relações Internacionais, Secretariado e Turismo. Todos os cursos são à noite, e Administração ainda tem o turno diurno.

As inscrições podem ser feitas pelo site www.ideau.com.br ou na secretaria acadê-mica da Anglo (Feijó Júnior, 1049, São Pele-grino). A taxa é de R$ 30. Informações pelo fone 3536-4404 ou pelo e-mail [email protected].

A Faculdade Murialdo abriu as inscrições para o vestibular de verão, que será realizado no dia 10 de dezembro. São 3 os cursos ofe-recidos, todos com aulas à noite: graduação em Administração (4 anos de duração), tec-nólogo em Sistemas para Internet (3 anos) e tecnólogo em Agronegócio (3 anos). As ins-crições podem ser feitas até o dia da prova (composta de redação e 30 questões de múl-tipla escolha sobre conhecimentos gerais e atualidades), marcada para começar às 19:00.

Os interessados podem se inscrever pelo site www.faculdademurialdo.com.br ou pes-soalmente, na sede da instituição (Marquês do Herval, 701, Centro) ou na unidade de Ana Rech (Av. Rio Branco, 1595). A taxa é de R$ 25. Informações pelo telefone 3039-0245 ou pelo e-mail [email protected].

+ VESTIBULARUniversidade de Caxias do Sul. Prova: 9/12. Inscrições até 23/11. R$ 60Faculdade da Serra Gaúcha. Prova: 11/12. Inscrições até 10/12. R$ 50Faculdade La Salle. Prova: 1º/12. Inscrições até 30/11. R$ 20.Faculdade Inovação. Prova: 4/12. Inscrições até 3/12. R$ 20Faculdade América Latina. Prova: 12/12. Inscrições até 11/12. R$ 25Faculdade de Tecnologia da Serra Gaúcha. Prova: 6/12. Inscri-ções até 5/12. R$ 25Faculdade de Tecnologia. Prova: 8/12. Inscrições até 7/12. R$ 35

Universidade de Caxias do SulOrçamento Empresarial. 7/12 . Inscrições até 1/12. R$ 117 (estu-dantes) e R$ 117 (geral). Pós-vendas. 3 a 12/12 (segundas e quartas-feiras). Inscrições até 26/11. R$ 292 (estudantes) e R$ 324 (geral)Tocar, dançar e cantar: uma introdução ao orff-schulwerk. 14 e 15/12. Inscrições até 26/11. R$ 250

Anglo-Americano/IDEAUTécnicas de Visão Fotográfica – Módulo II. 21, 22/11 e 24/11. R$ 25Como trabalhar com o maior fornecedor do mundo: China!. 23 e 24/11. R$ 25Práticas de Leitura e Redação: Processos Multiculturais. 24/11, 1° e 8/12. R$ 25Introdução a publicidade e propaganda. 24/11 e 1/12. R$ 25Comunicação e Liderança. 24/11 e 1/12. R$ 25

Universidade de Caxias do SulMestrado em Educação. Inscrições até 16/11. R$ 70Doutorado em Administração PUCRS/UCS. Inscrições até 26/11. R$ 75Mestrado em Administração. Inscrições até 30/11. R$ 70Mestrado em Engenharia Mecânica. Inscrições até 1º/12. R$ 70Mestrado em Turismo. Inscrições até 3/12. R$ 70

+ MBAFaculdade da Serra Gaúcha A FSG está com inscrições abertas para o MBA em Engenharia da Produção com Ênfase em Desenvolvimento de Produtos e Proces-sos. Com o objetivo de capacitar profissionais nas diversas áreas estratégicas de técnicas de Desenvolvimento de Produtos, o curso abordará 16 conteúdos, com aulas nas sextas-feiras, das 18:30 às 22:30, e aos sábados, das 8:00 às 13:00. Informações e inscrições pelo telefone 2101-6000.

WWW.iDeAU.COM.Br. 3536-4404 | WWW.FACUlDADeMUriAl-DO.COM.Br. 3039-0245 | WWW.UCS.Br. 3218-2800 | WWW.FSG.Br. 2101-6000 | WWW.UNilASAlle.eDU.Br/veSTiBU-lAr/CAXiAS. 3220-3535 | WWW.POrTAlFAi.COM. 3028-8700 | WWW.AMeriCAlATiNA.eDU.Br. 3022-8600 | WWW.FTSG.eDU.Br. 3022-8700 | WWW.FTeC.COM.Br. 0800-6060606

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Com a redemocratização do país, a Arena voltou a se dividir. Seus integran-tes formaram o PDS (hoje PP) e o PFL (atualmente DEM). Para refletir sobre coerência.

É de Caxias do Sul que parte o movi-mento para ressuscitar a Arena, surgi-da na ditadura militar após o AI 2, que eliminou todos partidos políticos e ins-taurou o bipartidarismo: MDB e Are-na. Assunto nacional, surpreende por ter em seu quadro uma maioria jovem, preocupada em debater o fim das cotas no sistema educacional e a privatização do sistema penitenciário. Mas, em uma democracia, devemos repudiar qualquer tentativa de, veja bem, totalitarismo. Sig-nifica que nossa Constituição permite a fundação de novos partidos e que cabe à população a decisão de votar ou não em determinada sigla. Relembre quais foram os ex-presidentes militares da Re-pública que compunham a Arena, assista ao vídeo de suas posses e veja registros históricos das movimentações da Arena em 1966 em Caxias do Sul no especial multimídia publicado em www.ocaxien-se.com.br.

Além da líder Cibele Bumbel Baginski, estudante de Direito de 23 anos, outro nome conhecido que poderá compor a nova Arena é a ex-rainha da Festa da Uva Tatiane Frizzo, que concorreu à Câmara de Vereadores nas últimas eleições pelo Democratas.

Será no próximo dia 28 que José Ivo Sartori (PMDB) receberá mais um reconhecimento. Desta vez, na Assembleia Legislativa, enfatizando a res-ponsabilidade social de sua gestão. O prefeito acu-mula mais de 20 premiações durante seu governo. A mais recente, a do Troféu Gestor Público, pelo pro-jeto Banco do Vestuário, recebida na terça-feira (13). O mesmo troféu foi recebido em 2011, pelas Comis-sões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave), e em 2009, pela coleta do lixo e tratamento de esgoto.

Abertura política

Prefeito premiadoConservadorismo jovem

Novos arenistas

Transformar o mundo

Cesta básicaParceria que deu certo

de aumento nas vendas é o que o Sindilojas espera para o comércio de final de ano.

O salame é uma das peculiaridades da cesta básica de Caxias do Sul. O pro-duto teve 10,52% de aumento em ou-tubro, colaborando par a elevação do valor da cesta para R$ 583,50 no últi-mo mês, segundo o Instituto de Pes-quisas Econômicas e Sociais da UCS.

Os departamentos de recrutamento e seleção têm deparado com a escassez de líderes para cargos de chefia nas empresas. Mas a sociedade como um todo também precisa de liderança. Para falar sobre o tema, Maurino Veiga estará em Caxias do Sul para a palestra Liderando em Tempo de Mudanças, na segunda-feira (19), às 20:00, no auditório do São José (1870). Toda renda dos ingressos (R$ 30 e R$ 25 para estudantes) será revertida ao projeto Mão Amiga, liderado pelo frei Jaime Bettega, que ajuda mais de 1 mil crianças em Caxias. Informações pelos telefones 3223-5420 e 9607-0314.

Desde que assumiu a Secretaria do Desenvolvi-mento Econômico, Valmir Susin (que não deve ser o secretário na próxima gestão) estreitou o relacio-namento do Município com o Sebrae. Uma amostra foi o sucesso da 2ª Semana Municipal do Empreen-dedorismo, onde Caxias do Sul pôde vivenciar por 5 dias sua maior vocação: empreender. “Nossa missão é dar continuidade a esses projetos com essa força e essa garra”, disse o diretor regional do Sebrae, Rogério Rodrigues, durante a entrega de “cheques vale conhe-cimento” aos 4 vencedores do Prêmio Jovem Talento Empreendedor, no último dia 8. 9%

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Paula Sperb | ServiçosInovação é uma aliada da competiti-vidade, segundo a sócia-proprietária e diretora de Redação de O CAXIENSE,

Paula Sperb, de 27 anos. Parte do seu tempo é dedicado à pesquisa de tendências mundiais do jornalismo. Outra parte é destinada à aplicação. “O movimento de inovação é muito rápido. Co-locar em prática o que pesquiso garante liderança em inovação no setor da comunicação”, afirma.

Nelson Sbabo | HomenageadoO líder empresarial da CIC serve de exemplo. E não somente ao seu neto que estava na solenidade de entrega do prêmio. Nelson Sbabo, de 76 anos, é

crucial persistir. Emocionado, se desculpou com a família pelas ausências em razão do trabalho, consolando os novatos na missão de possuir o próprio negócio.

Cristiane Marcante | ComércioInformação é o segredo de Cristiane Marcante, de 34 anos.

A artista viaja a feiras de seu segmento para buscar tendências e aposta no aten-dimento e pós-venda como diferencial. “Ter um diálogo mais informal com o cliente”, ensina Cristiane.

Stevan Tomiello | IndústriaVisão. Assim Stevan define a capacidade de enxergar neces-sidades de mercado que seus

clientes ainda nem sabem que têm. “Per-cebemos antes mesmo que eles notem essa importância”, explica Stevan, de 26 anos, à frente da Plasmar, indústria que trata superfícies metálicas e tem lançado soluções inéditas no Estado e no país.

Por distração, Homero Ribeiro ignorou o primeiro convite para expor no Museu do Louvre, em Paris. Por sorte, 3 dias depois ou-tro e-mail apareceu na caixa de entrada do artista plástico, com a mesma mensagem, Sua exposição no Louvre. No contato, o carioca Edson Cardoso, curador da AVA Galleria, com sede na Finlândia e ramificações no Brasil, queria convidá-lo para a exposição Art Shopping no lounge da AVA Gal-leria no Carrousel du Louvre. “No primeiro momento, achei que pu-desse ser um trote”, lembra o artis-ta. Homero despertou para a arte aos 11 anos, quando desenhava para passar o tempo no hospital, onde estava internado por causa de uma queimadura. Depois foi se

aprimorando em desenho, pintu-ra e escultura e, há 12 anos – hoje está com 43 –, largou o desenho técnico para viver de arte. O ar-tista, que costuma vender suas obras pelo site ou sob encomenda, preparou duas pinturas em acríli-co sobre tela para a exposição no Louvre, que reuniu trabalhos de 450 artistas do mundo todo entre 19 e 21 de outubro. As duas foram adquiridas por um casal irlandês. Além da emoção de expor em Paris, o artista plástico comemo-ra os novos contatos. “Surgiram duas propostas: uma exposição na Europa de artistas gaúchos e fin-landeses e uma nova exposição no Louvre”, conta. Ele também está com trabalhos expostos na AVA Galleria, na Finlândia.

BOAGENTE

De Caxias para a Finlândia

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EmpreendedorismoTOP5Quatro jovens tiveram seus empreendimentos reconhecidos no 2º Prêmio Jovem Talento Empreendedor, entregue em 8 de novembro. A solenidade integrou a Semana Municipal do Empreen-dedorismo, que contou com mais de 60 atividades para incentivar a maior vocação de Caxias: em-preender. Abaixo, as dicas de cada vencedor e homenageado.

Vitor Pistorello | AgronegócioPlanejamento é a palavra de ordem para Vitor, de

27 anos, que comanda a Granja Giplan. A organização é semanal, com atualização de metas dos fun-cionários, e também anual. Vitor, que trabalha no ramo desde os 18 anos, acrescenta “persistência, muita vontade e conhecimento do que se faz”, características com-partilhadas por todos empreende-dores.

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Nas lembranças do professor Ru-bens Baretta – de 41 anos, pai e pro-fi ssional de idiomas –, um menino ainda tenta encontrar seu lugar no mundo. Não sabe se pertence ao Brasil ou à Itália; fala Português, leciona Italiano e Inglês. Rech por parte de mãe, Baretta por parte de pai, brasileiro por nascimento, ita-liano por descendência, Rubens ainda não conseguiu defi nir o re-sultado de todos os fragmentos que compõem sua origem. “Não sou italiano porque nasci no Brasil. Não sou brasileiro porque toda cultura que gira em torno de mim é italia-na. Sou quase um peixe fora d’água”, brinca, referindo-se a um sentimen-to que talvez não seja só seu. De ori-gem predominantemente italiana, Caxias também possui sua brasili-dade e se torna cada vez mais multi-cultural. Das marcas herdadas pelos descendentes de italianos, talvez o dialeto talian seja a que mais sofre infl uência da evolução do municí-pio. A língua, que em meados do século XIX era a forma de comuni-cação natural dos imigrantes vindos de regiões como Vêneto (base do talian), Lombardia, Trentino-Alto Adige, Friuli-Venezia Giulia, pas-sou por períodos de transformação e até de proibição. Hoje, ainda resis-te, mas pode não permanecer viva por muito mais tempo.

No lar onde cresceu o metalúr-gico aposentado Augusto Pagatini Neto, em Boa Vista do Sul, interior de Garibaldi, o talian foi a única língua falada até o nascimento de seu terceiro irmão, mais ou menos na época em que os demais come-çaram a frequentar a escola. Hoje, aos 70 anos, Augusto, o segundo mais velho de 9 irmãos, lamenta não ter conseguido passar para seus fi lhos a herança linguística deixada pelos pais. “Acho que sou da última geração do dialeto. A gente ainda ouve por aí, mas são mais pessoas de idade que falam. As mais novas até entendem alguma coisa, mas não querem aprender”, conclui. Após andanças pelo Brasil, Augus-to fi xou-se em Caxias defi nitiva-mente em 1987. Em 1966, quando

veio pela primeira vez à cidade, trabalhar na metalúrgica Eberle, era comum falar italiano com os cole-gas de pensão e na fi rma. Quando voltou, em 87, o número de falantes do talian tinha se reduzido percep-tivelmente. Atualmente, conta nos dedos os conhecidos com quem pratica a língua nos arredores do bairro São Pelegrino, em Caxias, onde mora. Com as 3 irmãs que ainda vivem em Garibaldi, conse-gue relembrar poucas palavras em italiano. O pai simpatizava com a língua brasileira e incentivava que os fi lhos se comunicassem em português, principalmente para ter bom desempenho na escola. Em casa, o talian foi perdendo espaço. “Eu aprendi porque sempre gostei, tive vontade de manter. Nem meu irmão mais velho aprendeu, porque foi para o seminário. Os padres não gostavam que se falasse italiano”, lembra Augusto, sobre a língua que, hoje, defi ne como uma brincadeira: “O dialeto é mais uma extroversão, um passatempo”, sorri.

O professor Rubens Baretta lembra das conversas sérias dos adultos da família, todas em por-tuguês. Em Forqueta, onde viveu parte da infância, os pais, tios e avós deixavam para o talian as brigas, as brincadeiras e as provocações – como quando perguntavam sobre namoros, assunto embaraçoso para as crianças; quando se machucavam e blasfemavam com um palavrão; ou quando se referiam às coisas da cultura italiana. “Difi cilmente se tinha conversa séria em italiano. Para falar das contas da casa, era em português. Esta era a língua séria”, lembra o professor, que também é mestre em colonização italiana pela UCS. Nos colégios caxienses em que estudou, como os tradi-cionais Santa Catarina e Cristóvão de Mendoza, a herança linguística de Rubens não era vista com bons olhos. Entre as crianças da família, era pouco estimulada. “Eu era recri-minado na escola se falasse italiano. Os colegas chamavam de gringo po-lenteiro. Falava o talian com meus primos, mas eles riam porque era

Nanetto Pipetta, personagem de histórias em talian, no Correio Riograndense |Derli Dutra, Correio Riograndense, Divulgação/O Caxiense

por Daniela Bittencourt

PARLA!O que restou do talian, a língua característica dos imigrantes italianos, em uma região cada vez mais multicultural

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“O pior de tudo foi quando se

criou o hábito nas escolas de dizer:

não fala italiano, isso só estraga o

português. Existia o preconceito”, diz o jornalista

Marcelino Dezen

Rubens Baretta |Paulo Pasa/O Caxiense

coisa de velho”, conta. Um dos poucos lo-cais onde ele pratica o talian atualmente é em um grupo de estudos sobre a língua. Na Associação Vêneta do Rio Grande do Sul, em Caxias, onde Rubens dá aulas de Italiano e Inglês, cerca de 30 alunos fa-zem parte da turma que busca aprender o dialeto para se comunicar com pessoas mais velhas. “Dos que procuram estudar italiano, a maioria tem esse saudosismo, são descendentes buscando suas raízes”, reflete.

Para a pesquisadora na área de Lín-guas e Migração e Doutora em Letras Marley Terezinha Pertile, muitos foram os fatores que abafaram a fala italiana em Caxias e na região. Em 2010, ela coorde-nou a parte científica do Inventário da Diversidade Cultural da Imigração Italia-na, um projeto-piloto do Instituto do Pa-trimônio Histórico e Artístico Nacional, desenvolvido na UCS, com o objetivo de preservar a cultura italiana. Mesmo após estudos, o Inventário não conseguiu deli-mitar com precisão quantas pessoas ain-da falam o talian na região. Mas Marley defende que a língua não está restrita às comunidades do Interior. “Podemos di-zer, pelos dados do Inventário, que o fa-lante do talian hoje se encontra também nas cidades, e isso devido a dois fatores: primeiro, pela mobilidade causada pelo fator profissional, e, segundo, pelo re-torno às raízes”, ou seja, segundo ela, os descendentes procuram aprender a lín-gua por reconhecerem seu valor cultu-ral. A urbanização, porém, e a migração dos moradores do Interior para a cidade contribuíram para a perda do talian. Mas Marley destaca, principalmente, o papel da escola como limitadora da língua. Ao enviar seus filhos para a vida escolar, os pais passavam a evitar o talian, como for-ma de protegê-los do preconceito. Para a pesquisadora, estes fatores foram mais influentes do que a proibição de falar lín-guas estrangeiras na década de 30, duran-te o Estado Novo, quando o nacionalista Getúlio Vargas pretendia unificar a iden-tidade do Brasil.

O jornalista Marcelino Dezen, que mantém com outros dois colegas uma coluna escrita em talian no jornal Correio Riograndense, concorda com a pesquisa-dora ao apontar a escola como espaço de castração. “O pior de tudo foi quando se criou o hábito nas escolas de dizer: não fala italiano, isso só estraga o português. Existia o preconceito. Hoje, felizmente, não há mais isso. Mas pesou para que muita gente deixasse de falar”, afirma Marcelino. Para contar as histórias do personagem italiano Nanetto Pipetta no jornal, ele se baseia na gramática e no di-cionário do talian, elaborados por conhe-cedores e incentivadores da língua, como o escritor Darcy Losso Luzzatto. Como língua escrita, o talian ainda é pouco disseminado, mas alguns progressos já aconteceram. Marcelino aposta na publi-cação das aventuras de Nanetto como sua forma de colaborar para a manutenção do talian.

No início de novembro, o documentá-rio Proibido Falar Italiano, dirigido por Robinson Cabral e produzido por Lucia-no Balen, foi lançado em Caxias, relem-brando a perseguição à língua durante o Estado Novo. É sinal que os jovens estão se preocupando com a extinção da cul-tura dos avós. Para Marley, o Inventário é um grande passo para iniciar o resga-te. “O talian já está inventariado e é a primeira língua de imigração a passar por esse processo. Algumas políticas, em nível oficial, já se estabeleceram nesse sentido: a formação do Grupo de Traba-lho da Diversidade Linguística Nacional (GTDLN), o Inventário Nacional da Di-versidade Linguística (INDL), a criação do Livro de Registro das Línguas e a promulgação de lei que estabelece o ta-lian como integrante do Patrimônio His-tórico e Cultural do Rio Grande do Sul”, conta Marley, lembrando que alguns mu-nicípios gaúchos, como Serafina Corrêa e Caxias do Sul, têm esta lei em nível muni-cipal. “Resta saber o que vão fazer daqui para frente. Uma coisa é a existência da lei, e outra são as medidas concretas para sua efetivação”, ressalta.

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vIvA O BLUESO CAXIENSE mergulha no Rio Mississippi, se embrenha nas plantações de algodão e traz para o leitor o que é o blues, o ritmo que irá tomar conta da cidade na próxima semana

por Andrei Andrade e Daniela Bittencourt

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É no mínimo irônico. Mas também é motivo de orgulho para quem vibra com um bom e velho bluespoder dizer que vive na terra que mais respira a música negra norte-americana no Rio Grande do Sul. Irônico justamen-te por isso. Uma cidade orgulhosa de suas raízes italianíssimas querendo ser a terra da mais negra das músicas? Não é exagero. Durante 3 dias, Caxias recebe um dos principais festivais internacionais de blues do Brasil. Na próxima semana, cerca de 9 mil entusiastas vindos de todos os cantos devem passar pelo Mississippi Delta Blues Festival. E, se o espírito de Robert Johnson quiser aparecer, certa-mente será bem-vindo.

A música que irá reverberar pelo Lar-go da Estação Férrea nos dias 22, 23 e 24 (veja programação a partir da pg. 22) tem origem na segunda metade do sécu-lo XIX, no fértil delta do Rio Mississippi, que banha 10 estados norte-americanos. E foi no estado que leva o nome do rio que o ritmo surgiu com mais força, mar-cado pelo canto dos trabalhadores afri-canos levados para lá nos anos de escra-vidão (abolida em 1863) para trabalhar nas plantações de algodão. As work songs (canções de trabalho) eram a forma en-contrada pelos tralhadores para chorar suas tristezas, como a saudade de casa, a exploração pelos patrões, a falta de di-nheiro. A música era a única e pequena redenção que podiam ter por trabalhar tanto. Com o passar dos anos e um for-te processo de evangelização dos negros, as melodias lamentosas logo se uniram à harmonia simples das músicas religiosas, e os primeiros instrumentos começaram a marcar o que seria o blues. Músicas de 12 compassos, 3 acordes e estrofes de 3 versos, no qual o segundo repete o pri-meiro. Desde o início, o instrumento mais comum para tocar o blues já era o violão, seguido da harmônica (gaita de boca), embora a criatividade fizesse até da vassoura e da tábua de lavar roupas matéria-prima para vários instrumentos.

Toyo Bagoso |Paulo Pasa/O Caxiense

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Luciana Lain/O Caxiense

O termo que dá nome ao gênero tem origem na expressão blue devils, usada desde o século XVIII para designar a condição do homem abatido por uma certa melancolia. Having the blues signi-fica estar tomado pela tristeza, acompa-nhado por um espírito ruim. E mesmo com o passar dos anos e as temáticas das letras se tornando tão abrangentes, a síntese do gênero estará sempre na dor. Como exemplifica a passagem do filme A Encruzilhada, de 1986, em que um ve-lho tocador de blues explica a um garoto interessado em tocar a música de Robert Johnson, Son House, Charley Patton e outros pioneiros. “O blues não é nada além de um bom homem se sentindo mal, pensando sobre a mulher que estava com ele.”

As letras de blues têm como caracte-rística combinar lamento com humor, geralmente seco e cínico, rico em metáfo-ras para falar de mulheres, sexo, dinheiro e drogas. E sempre com uma poesia que rende versos simples e belos, como I hate to see that evenin sun go down, cause my lovin’ baby done left this town (odeio ver

o sol da noite se pôr/ porque meu amor deixou a cidade), versos iniciais de St. Louis Blues, de W.C. Handy. Outro tema recorrente nas composições de blues é a religiosidade africana, especialmente o voodoo, e as superstições envolvendo o mojo, espécie de saquinho contendo raí-zes, cabelo e pequenos ossos de animais, utilizado sob a roupa para proteger con-tra o mal. Talvez nenhum outro gênero musical tenha um imaginário tão rico. O blues também está envolto em lendas como a de Robert Johnson, jovem negro que teria feito um pacto com o diabo em uma encruzilhada, vendendo a alma para aprender a tocar o blues como ninguém. Johnson se tornou, de fato, um dos maio-res da história. Morreu aos 27 anos, até onde se sabe envenenado pela amante. Ou o marido ciumento. Onde sua alma repousa é um mistério.

Essencialmente rural – ao contrário do jazz, que surgiu nas cidades, aliando os mais complexos ritmos negros aos instrumentos de sopro da música euro-peia –, o blues tomou as grandes cidades. Quando os negros livres fizeram a “trilha

do blues”, como ficou conhecido o cami-nho desde as plantações de New Orleans até as fábricas de Chicago, o gênero ga-nhou elementos que ajudaram a torná-lo tão popular ainda hoje, como a eletrifica-ção dos instrumentos, nos anos 40. Tam-bém a popularização do rádio contribuiu para difundir a música para muito além dos clubes noturnos, chegando até a efer-vescente Londres, onde inspirou o surgi-mento das principais bandas de rock.

O blues foi o pai de praticamente to-dos os ritmos que vieram depois dele na música norte-americana, entre eles o rock’n’roll de Elvis Presley e Chuck Berry e o soul de James Brown e Otis Reeding. Na Inglaterra, no início dos anos 60, as bandas surgiam tocando quase exclu-sivamente covers de mestres como B.B. King, Howlin’ Wolf e Big Bill Broonzy. Os principais bluesmen da história são os heróis dos maiores heróis do rock. Jimi Hendrix venerava Lightnin’ Hopkins; Eric Clapton já gravou quase todas as 29 músicas de Robert Johnson; Mick Jagger e Keith Richards se conheceram quando um viu o outro com um disco de Muddy

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Dicas para fazer bonito no festival mesmo sem saber nada sobre blues

NÃO PERCAA DEIXA Para se dar bem no fes-tival, não deixe passar a oportunidade de se apro-ximar da desconhecida em um momento român-tico. Garotas tendem a não resistir a I Still Got The Blues, de Gary Moo-re, ou Wonderful Tonight, de Eric Clapton (porém, cuidado. Se ela for puris-ta, vai achar essa pop de-mais). Mas, se quiser ape-lar, pode chegar durante I Just Want to Make Love to You, de Muddy Waters.

EvITE DESELEGâNCIAS Blueseiros de primeira viagem precisam tomar cuidado com regras bá-sicas de etiqueta. Procure não demonstrar seu entusiasmo erguendo os braços com as mãos em forma de guampinhas, como se faz em shows de rock e metal. Se rolar um slow blues, uma balada que pode se arrastar por mais tempo do que você costuma dedicar a uma música, procure não de-monstrar impaciência. E pare com “toca, Raul!”. Prefira “toca B.B. King!”

IMPRESSIONE

CAPRIChE NO ChAPéUPara parecer um bluesman digno e ele-gante, adorne a cabeça com um belo cha-péu, que pode ser coco, a la Sonny Boy Williamson, ou de caubóis, como os que marcaram a figura do texano Stevie Ray Vaughan. Recentemente, Buddy Guy co-meçou a usar boinas viradas para trás. E, se Buddy Guy usa, está aceita.

Waters embaixo do braço, em uma esta-ção de trem londrina. Entre seus letristas, nenhum foi tão grande quanto Willie Dixon, um legítimo filho do Mississip-pi (que também era baixista, mas sem o mesmo brilho). Hoochie Coochie Man, I Just Want To Make Love To You, Spoonful, são alguns entre tantos temas gravados e executados à exaustão há mais de meio século, sem nunca envelhecer, ou talvez ficando melhores com o tempo.

No Brasil, o blues foi um dos últimos gêneros musicais estrangeiros a despertar interesse, e chegou na carona do rock dos anos 70 (conjuntos de jazz, por exemplo, já existiam desde os anos 20, muito por influência do cinema mudo). Só no final da década de 80 começaram a surgir al-guns festivais especializados. Em Ribei-rão Preto, o 1° Festival de Blues, mesmo sem nenhuma pompa no nome, trouxe gente do calibre de Buddy Guy, Albert Collins e Etta James, alguns dos astros mais respeitados pelos blueseiros de qualquer época. No Sul do Brasil, o Natu Nobilis Blues Festival, que em Porto Ale-gre teve edições anuais de 2001 a 2004, foi o primeiro a reunir grande e respeitável elenco. Alguns dos principais represen-tantes do blues em terras brasileiras são o guitarrista Celso Blues Boy, falecido no último mês de agosto, e o gaitista Flávio Guimarães, fundador da Blues Etílicos, uma das mais bem sucedidas bandas na-cionais de blues. Flávio, que é atração da edição 2012 do festival caxiense, tem sua teoria para explicar por que o blues nunca perde a vitalidade. “O blues não perde fô-lego por ser uma música de raiz, como o samba e o choro. Sempre irá existir.” Indo por outra linha, mas na mesma direção, o guitarrista porto-alegrense Fernando Noronha, em uma passagem recente por Caxias do Sul, lançou sua hipótese: “En-quanto o homem tiver alma, o blues irá existir”.

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Tal qual o solo da região do Mississip-pi, nos Estados Unidos, que se mostrou bom para o cultivo do algodão, Caxias do Sul foi terra fértil para a germinação do blues. Umas das primeiras manifestações mais concretas do gênero por aqui pro-vavelmente foi a inauguração de um bar que era “azul na alma, blues no ritmo”, conforme lia-se nos degraus das escadas do lugar. O Azul e Blues, uma casa azul e branca na esquina da Júlio de Castilhos com a Guia Lopes, foi inaugurado em agosto de 1985. Jeronimo Ferrigo, o en-tão proprietário de 22 anos, era “um apai-xonado, fissurado pelo blues”, como se define o hoje sócio do Zarabatana Café. Em uma época em que a cena blues ainda não existia em Caxias, o bar era um es-paço para o ritmo, mas não era restrito a ele. Boa parte da trilha sonora vinha dos LPs adquiridos por Jeronimo, a maioria de blues, mas o rock também tinha espa-ço, principalmente por causa do público, que, embora aceitasse bem o ritmo, não era composto por apreciadores. “O fato de ter a palavra blues no nome já mos-tra que meu interesse era muito grande, mas não tocava só isso”, lembra. “Não tinha cena alguma, havia boates e clu-bes, algumas festas em porão. O Azul e Blues acolheu uma gama variada e voraz. Foi impressionante. Eu compartilhava as audições porque botava som no bar, acho que ali o pessoal despertou para esse tipo de som”, acredita.

Sem internet, o jeito era garimpar a informação. Jeronimo lembra que as revistas de música e os encartes de LP eram algumas das fontes de conheci-mento para os sedentos por blues, além de algumas rádios, como a Ipanema, que eventualmente tocavam algo do gênero. Além disso, os interessados trocavam figurinhas. O músico e professor de har-

mônica Ricardo Biga recorda que o blues já unia alguns grupos específicos na me-tade dos 80. “Naquela época, a gente ou-via nas casas de amigos, mas na noite não existia. Sempre teve um pessoal interes-sado, mas eram mais os músicos, aquela coisa mais isolada. Até porque os bares não tinham uma distinção de estilo tanto quanto agora, a coisa era mais mesclada, tocava de tudo na noite”, conta. O guitar-rista caxiense Solon Fishbone destaca a influência das bandas de rock na disse-minação do blues por aqui. “Todo mun-do que conheceu o blues naquela época, certamente o fez através de bandas que ti-nham influência do gênero, Eric Clapton, Led Zeppelin, Rolling Stones. A porta de entrada era por ali. E quem gostava, es-pecialmente os músicos, acabava por des-cobrir artistas que influenciavam essas bandas e comprava os discos.” Músicos e público ainda estavam em formação.

Biga lembra de uma noite em que foi convidado a subir ao palco do Azul e Blues para tocar com outro músico do qual não lembra o nome. Embora estives-se tocando rock, o cara chamou Biga para tocar harmônica. Quando desceu do pal-co, foi abordado por uma mulher: “Poxa, que legal aquela música de faroeste”, disse ela. Foi com o nascimento da The Blues-makers, banda fundada por André Coe-lho em 1989, que o público caxiense pas-sou a entender melhor o gênero. “A ideia era tocar com um repertório que não existia. Em Porto Alegre já tinha duas ou 3 bandas de blues. Mas nacional tinha só a Blues Etílicos, que era a que a gente mais conhecia. Em Caxias, a The Blues-makers foi a primeira”, relembra. Apesar da boa receptividade, a banda se apresen-tava muito mais na Capital, no Interior do Estado e em São Paulo. “Na verdade, naquela época a cena não chegou a se

formar mesmo, como tem aí hoje. Até a abertura do Mississippi, nunca teve cena”, conta André.

Para Biga, o surgimento de um bar temático como espaço para o blues foi fundamental para o fortalecimento do gênero em Caxias. “Nunca teve espaço específico, e também não tinha público formado. O Missi começou a formar o público apreciador, não só aquele pessoal que ouvia em casa”, garante. Missi é a for-ma carinhosa de se referir ao Mississippi Delta Blues Bar, o templo do blues em Caxias. Apaixonado pelo blues e influen-ciado, entre outras coisas, por uma via-gem ao Delta em 2003, Toyo Bagoso fun-dou a casa com o sócio Rodrigo Parisotto em 2006. O objetivo sempre foi ser um espaço temático. Dois anos depois veio a ideia de fazer uma celebração com alguns músicos que haviam passado pelo bar até então, com detalhes inspirados no Chi-cago Blues Festival, por onde Toyo e Ro-drigo andaram em 2008. “Aí surgiu um expositor, outro, a coisa foi crescendo...”, lembra Toyo. O primeiro festival reuniu cerca de 2 mil pessoas, número que só cresceu nas edições seguintes, incluin-do o público local e os adeptos vindos de fora. “Caxias estava fora dos grandes shows, acho que o bar e o festival foram fundamentais. A cena que tinha de blues aqui antes era a mesma que de outros lu-gares, muito menor do que Porto Alegre, mas muito parecida com outras cidades do Interior”, afirma. Para Toyo, a região de Caxias tem um potencial roqueiro que não se explica, o que contribuiu para o sucesso do bar e, consequentemente, do blues na cidade. “Quando a gente criou o bar, estas pessoas se conectaram. É como se fosse uma igrejinha”, brinca. E os fiéis aguardam, ansiosos, pelo dia 22, quando começa a próxima grande celebração.

O NOSSO BLUES

O festival na edição de 2010 |Mississippi Delta Blues Bar, Divulgação/O Caxiense

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PEDRO STRASSER baterista do TPM Jazz Trio● I ain’t got nothing but the blues – Ella Fitzgerald● C Jam Blues – Duke Ellington● Fifty-first Street Blues – Charles Mingus● I just wanna make love to you – Muddy Waters● Going back to New Orleans – Dr. John TOyO BAGOSO gaitista● She caught the Katy (and left me a mule to ride) - Taj Mahal● Hard times - Ray Charles● Guess who - BB King● Caledonia - Dougie MacLean● Bell bottom blues - Eric Clapton ALE RAvANELLO gaitista● Born and living with the blues - Sonny Terry And Brownie McGhee● One more kiss - Johnny Guitar Watson● Me and my crazy self - Lonnie Johnson● Let me go home, whiskey - Amos Milbourn● Grinnin’ in your face - Ramblin’ Jack Elliot RODRIGO CAMPAGNOLLO guitarrista e vocalista da Electric Blues Explosion● Midnight blues - Joe Bonamassa● Flood in California - Albert King● Riviera paradise - Stevie Ray Vaughan● A Right to live - Glenn Hughes● Who did you think I was - John Mayer Trio RICARDO MACA guitarrista e vocalista da The Headcutters● Rollin’ and Tumblin’ (Part 01) - Baby Face Leroy Trio● Little boy blue - Big Walter Horton● Worried life blues - Little Walter● Walkin’ blues - Muddy Waters● Good morning little school girl - John Lee Williamson

Perguntamos para 10 músicos que vão participar do MDBF 2012 quais as suas 5 músicas de blues preferidas. Claro que todos queriam ter lista-do pelo menos 20. Mas são só 5.

FICA A DICA...

RICARDO BIGA gaitista da Pacific 22● Hoodoo man - Junior Wells● The work song – William Clarke● Key to the highway – Muddy Waters● Easy - Big Walter Horton● Come on in my kitchen – Robert Johnson JOE MARhOFER gaitista e vocal da The Headcutters● Roller coaster - Little Walter● Trouble no more - Muddy Waters● Smokestack lightning - Howlin’ Wolf● Ain’t that lovin’ you baby - Jimmy Reed● You got me where you want me - John Brim CELSO SALIM guitarrista● I Can’t be satisfied - Muddy Waters● My love will never die - Otis Rush ● If I had possession over judgement day - Robert Johnson● If the sea was whiskey - The Big Three Trio● East St Louis blues - Blind Willie McTell FLávIO GUIMARÃESgaitista, fundador da Blues Etílicos● Roller coaster - Little Walter.● Early In The Morning - John Lee Williamson● My babe - Willie Dixon● Everything’s going to be alright - Little Walter● Help me - Rice Miller ANDy BOy vocalista, gaitista e guitarrista● My babe - Little Walter● Snatch it back and hold it - Junior Wells● Key to the highway - Big Bill Bronzy● Mellow down easy - Little Walter● Good morning little schoolgirl - Sonny Boy Williamson I NUNO MINDELIS guitarrista● Bright lights, big city - Jimmy Reed● The things I used to do - Guitar Slim● Little red rooster - Howlin’ Wolf● Red house - Jimi Hendrix● Devil got my woman - Skip James

LONGE DE CASAAssim como os negros cantavam o blues

para se sentir mais próximos da sua mãe Áfri-ca, Caxias do Sul tem nos colonos imigrantes a parte mais orgulhosa de sua história. Será que a música como lembrança afetiva da terra na-tal aproxima os povos e as culturas?

vINhO E BLUESAs bebidas mais facilmente associadas ao

blues são o uísque e a cerveja, cujos garga-los das garrafas eram usados como acessório (bottleneck) para tocar violão. Mas o vinho, tão apreciado em terras caxienses, também já recebeu suas homena-gens, especialmente dos britânicos. Eric Clapton, em Bottle of Red Wine, sugere que a mulher se levante e alcance a seu homem uma garrafa de vinho tinto. Os Rolling Stones, em Sweet Virgi-nia, agradecem à Califor-nia pelo seu vinho. Mas tam-bém o lendário Muddy Waters, na música Kansas City, cantou que iria para aquela cidade e ficaria parado em uma esquina, junto com seu amor e uma garrafa de vinho.

TRILhOSO trem é tema recorrente nas composições

de blues e parte importante na história da migração dos negros para os grandes centros dos EUA. Uma das mais belas letras de Robert Johnson, Love in Vain, conta a história de um homem que assiste a partida da mulher para-do na estação, dando-se conta de que todo seu amor foi em vão. Caxias não só teve o trem como parte importante da sua história, como o largo da estação férrea abriga o bar e o pró-prio festival de blues.

LAMENTOSCaxias, todo mundo sabe, é uma cidade de

insatisfeitos. Habitantes que adoram reclamar de tudo. Do trânsito, da violência, do clima, dos caxienses. Será que há uma identificação com as queixas dos bluesmen sobre os males que afligiam suas almas e suas vidas?

Hipóteses possíveis (ainda que improváveis) para Caxias amar o blues

POR QUE AQUI?

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PLATEIAaléM de crePúsculo, só GonzaGa | zé Trovão, Trindade e PirilaMPo no Palco | arraBal na esTreia | arTe acadêMica

Divulgação/O Caxiense

O maior festival de blues do Brasil terá 14 atrações, em 5 palcos diferentes, no primeiro dia de apresentações. A 5ª edição do Mississippi Delta Blues Festi-val (MDBF), no Largo da Estação Fér-rea, traz a Caxias prestigiados bluesmen nacionais e internacionais até o dia 24. Neste ano, o MDBF terá área coberta, praça de alimentação, estandes temáticos e bares, além de novidades, como o espa-ço Blues Art Ville e o primeiro workshop internacional, com o Roots Duo, de Joe Filisko e Eric Noden.

Os primeiros acordes, na próxima quinta (22), serão dados pela The Head-cutters, de Itajaí. Uma das mais renoma-

das bandas de blues do país, que segue a linha das lendárias gravadoras de Chica-go, sobe ao palco às 18:15, no All Abo-ard Stage (estrategicamente localizado na plataforma de embarque da Estação Férrea).

A banda carioca TPM Jazz Trio abre os trabalhos no Main Stage, às 19:00. For-mada pelos músicos Marco Tommaso, Augusto Mattoso e Pedro Strasser, o trio une experiências e improvisação em suas apresentações, que vão desde Black Dog, do Led Zeppelin, a Don’t Stop ‘Till You Get Enough, de Michael Jackson.

O destaque da noite é Marquise Knox, uma das novas vozes do blues norte-ame-

ricano. Com 21 anos, Marquise lançou seu primeiro álbum, Manchild Knox, em 2008, e foi indicado ao prêmio Blues Mu-sic Debut como Melhor Artista do Ano.

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site www.blueticketr.com, com ven-das para todo o Brasil, no cartão de crédi-to, ou no próprio Mississippi Delta Blues Bar, na Estação Férrea (somente em di-nheiro). Ingressos avulsos para cada dia custam R$ 40. Passaportes para os 3 dias custam R$ 90 (apenas 500 unidades). Menores de 12 anos não pagam. Consulte no site oficial (www.mdbf.com.br) outros pontos de venda. Veja a seguir a progra-mação completa do festival.

O blues está chegando na Estação

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QUINTA (22)

Main Stage ● TPM Jazz Trio | RJ19:00● Nei Lisboa | RS20:30● Adriano Grineberg Quarteto | SP22:10 ● Crossroads Time - Gabriel Gratzer | ARG23:40● Marquise Knox | EUA23:50All Aboard Stage● The Headcutters | SC18:15 e 19:50● O Lendário Chucrobillyman | PR21:30 e 23:00 Front Porch Stage● Lennon Z & The Sickboys | CXS19:50● Bob Stroger & James Wheeler | EUA21:30 e 23:00● Gabriel Gratzer | ARG00:50Truck Stage● Pacific 22 | CXS19:50● Pata de Elefante | POA21:30 ● The Juke Joint Band e Ivan Mariz | CXS e RJ23:00MS Delta Stage● Ale Ravanello Blues Combo | POA23:00, 00:50 e 02:50

SEXTA (23)

Main Stage ● Gonzalo Araya & Nico Smoljan Band | CHI/ARG19:00● James Wheeler - Feat. Bob Stroger | EUA20:30● Nuno Mindelis | ANG22:10● Crossroads Time - Chucrobillyman | PR23:40● Junior Watson | EUA23:50

All Aboard Stage● O Lendário Chucrobillyman | PR18:15 e 19:50● Décio Caetano, Toyo Bagoso e Andy Serrano | CXS e POA21:30 e 23:00 Front Porch Stage● Rodrigo Mantovani e Celso Salim | SP19:50 e 21:30● Joe Filisko & Eric Noden |EUA23:00 e 00:50 Truck Stage● The Blues Beers | CXS19:50● Little Boogie | CXS21:30 ● Franciele Duarte & Banda | CXS23:00MS Delta Stage● The Headcutters | SC23:00, 00:50 e 02:00Main Stage● Big Chico | SP19:00● Creedence Clearwater Revival Tribu-te | RS20:30● Joe Filisko & Eric Noden | EUA22:10● Crossroads Time - Bob & James | EUA23:40● Joe Louis Walker | EUA23:50

SABADO (24)

All Aboard Stage● Bob Stroger e James Wheeler | EUA18:15 e 19:50● O Lendário Chucrobillyman | PR21:30 e 23:00Front Porch Stage● Flávio Guimarães e Alamo Leal | RJ19:50 e 21:30● The Headcutters | SC23:00 e 00:50Truck Stage● TPM Jazz Trio | RJ19:50● The Cotton Pickers | CXS21:30● Electric Blues Explosion | POA23:00MS Delta Stage● Andy & The Rockets | POA23:00, 00:50 02:00

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22

+ SHOWS

MUSICASEXTA-FEIRA (16)

Lacross 22:00. R$ 10. Bier HausNandinho Santoro 23:30. R$ 20 e R$ 35. BullsRhay e haras 22:00. R$ 5. Cachaçaria SarauDJs Daniel Crespi e Caio Busetti 19:00. R$ 15 e R$ 20. HavanaElectric Blues Explosion 22:00. R$ 12 e R$ 18. MississipiAlexandre e Daniel 22:00. R$ 6 e R$ 8. PaiolUnderload e DJ Mestre yoda 23:00. R$ 12 e R$ 15. VagãoBob Shut 20:00. Gratuito. Zarabatana

SáBADO (17)

Luiz Marenco 22:00. R$ 20 e R$ 25. Bistrô Brasil TchêFher Costa e Trio 22:00. R$ 10. Bier HausZé Bitter Rock 23:00. R$ 5 (gratuito até 23:00). Cachaçaria SarauJohnny F., Fran Bortolos-si e Fer Oliveira 23:00. R$ 25 e R$ 40. HavanaCusco Bayo + Ana Lang + Nati Biazus 23:30. R$ 15. Level CultNico Smoljan & Shakedancers 22:00. R$ 12 e R$ 18. MississipiDJs Giiu Emer e Rodrigo Dias 23:30. R$ 25. Nox VersusDaniel e Grupo 22:00. R$ 6 e R$ 8. Paiol

DOMINGO (18)

Set com DJ’s 16:00. Gratuito. ZarabatanaMatheus e Fabiano 21:00. R$ 20. Portal Bowling

Ando meio devagar. E sempre

Um dos violeiros mais famosos do país vem do Mato Grosso do Sul. Almir Sater levou sua viola para a TV com Pirilampo – dupla com Sérgio Reis, o Saracura, de Rei do Gado –, o peão Trindade, na clássi-ca Pantanal, e como protagonista de Ana Raio e Zé Trovão que, recente-mente, o SBT fez o favor de resga-tar. Ele não atua e não lança álbuns desde 2006, mas já acumulou reper-tório suficiente para agradar duas gerações no espetáculo.

SEX. (16). 21:00. R$ 60 a R$ 150. UCS Teatro

Foto

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Outro lado de Crocco

história do Brasil

Tonho Crocco fez seu nome na música como vocalista da Ultramen, que se despediu dos palcos em 2008. Depois, seguiu carreira solo e fez mais do que fãs. Arrumou inimizades também. Em 2011, compôs a música Gangue da Matriz, um enfático protesto contra deputados estaduais gaúchos, após a aprovação sa-larial que ultrapassou os 73% – um crime, segundo a letra da música. Mais light, Tonho desembarca em Caxias, divulgando o disco O Lado Brilhante da Lua.

SÁB (17). 23:30. R$ 10 e R$ 20. Boteco 13

Antes de KissRock and roll da pesada. Depois de Hard

Rocker e Old School, a Rosa Tattooada se apresenta no Vagão para lançar seu novo single: Sonho Bom. É a primeira prévia do novo álbum que a banda pretende lançar no primeiro semestre de 2013. A canção foi produzida pelo ex-tecladista da banda, Vini Tonello. É o trio que fez a abertura do show do Kiss, em Porto Alegre, na quarta (14). No vagão, a abertura é com a ban-da Ginger Mosley, que estreia no palco da casa.

SÁB (17). 23:00. R$ 15 e R$ 20. Vagão

Após participar do Festival de Música Brasileira de Toronto, no Canadá, e se apresentar em mais de 30 cidades pelo Brasil, a Orquestra de Câmara Can-tilena Ensemble chega a Caxias. O espetáculo, centrado em uma abordagem arte educativa, resgata, preserva e divulga a música erudita brasileira, além de relacionar obras musicais aos fatos marcantes dos mais de 500 anos de história do país. Formada por 12 músicos, a orquestra paulistana foi fundada em 2006, pela violinista Maria Fernanda Krug.

SEX. (16). 20:00. Gratuito. Teatro São Carlos

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2316.NOV.2012

GANhEDESCONTO.PERGUNTE-MECOMO

Quanto vale

Onde vale

Grana, pila, dindim, tutu, bufunfa, cascalho, gaita... Gaita? Isso mesmo! É tempo de Mississippi Delta Blues Festi-val, e O CAXIENSE também foi beber na cultura norte-americana para entrar na dança. Inspirada por uma tradição da mídia impressa de lá, esta e a próxima edição distribuem cupons de descon-to (ao lado) para você fazer a festa no MDBF 2012 economizando um troco para... fazer mais festa, lógico!

É para consumir do bom e do melhor: comida, bebida, acessórios musicais e mais... E de quebra você ainda curte um dinheirinho exclusivo (no verso dos cupons), com as maiores figuras da his-tória do blues, para rechear a carteira.

Neste número, só para abrir o apetite, a gente publica alguns cupons para você já sair ganhando no primeiro dia do fes-tival – próxima quinta (22). A fartura mesmo fica para edição seguinte.

Veja a seguir, passo a passo, como aproveitar a barbada.

Vale o que está escrito, óbvio. Na frente e no verso. Em “pilas” ou reais (veja depois no 4º passo, #comofaz). Este é o valor do desconto que cada cupom dá. Como referência, os cupons trazem também, nas famosas letrinhas miúdas, o preço normal do produto – aquele que você, usando o cupom, não irá pagar. ;)

No território do blues, baby. Ou seja, só dentro do Mississippi Delta Blues Festival 2012.

Ou seja (2), não adianta levar o cupom na loja/bar/estabelecimento an-tes ou fora do festival que não irá valer um tostão furado. Ou seja (3), só ganha o desconto quem for ao festival – aquele que você, ainda mais com esses cupons, não irá perder. :)

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2424

Quando vale

#comofaz

WARNING!

O tempo que a festa rolar: nos dias 22, 23 e 24 de novembro de 2012. Mas também é importante ressaltar: en-quanto durarem os estoques. Que seja eterno enquanto dure...

Recorte os cupons e guarde-os. De-pois, compre seu ingresso e vá ao fes-tival (!). Uma vez lá, você terá que tro-car seu rico dinheirinho de verdade pelo rico dinheirinho do MDBF 2012: os “pilas”. O câmbio é o mais justo do mundo, 1 real = 1 pila. Com a guaia-ca cheia, vá às bancas/estabelecimentos participantes da promoção e, no mo-mento da compra, saque seu cupom e apresente-o. Rá! Aí o atendente rece-berá seu cupom e abaterá o valor dele do preço do produto, cobrando menos pilas de você.

Atenção, malanders! Não deixem a ganância se apoderar de vocês. Para usar o dinheirinho do blues, tem que seguir as regras e o bom senso. Sendo assim, alertamos para o que segue:

- Não, você não ficará milionário se juntar um monte de cupons. Isso por-que o cupom de desconto não pode ser trocado por dinheiro nos bares, nas lojas, na revista ou no caixa do Ban-risul. Se você quiser, até pode criar um mercado negro de cupons com seus amigos, mas aí as transações são por sua conta e risco.

- Não adianta se fazer de maroto, jun-tar vááários cupons, somar o valor dos descontos e querer trocar tudo por um produto de graça. Os cupons são indi-viduais. Só será aceito um cupom em cada compra. Os descontos não são cumulativos. Entendeu, né?

- Os cupons devem estar em estado apresentável para serem aceitos. Logo, não guarde os cupons na cueca, não rasgue nem amasse-os demais. Você não necessariamente precisará estar em estado apresentável para apresentá-los, mas isso também é recomendável.

* Esta promoção é uma parceria ex-clusiva de O CAXIENSE com Bar Jack Daniel’s, Pastrami, Don Claudino, Rei da Música e Sweez, com a bênção do Mississippi Delta Blues Festival 2012.

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CINE

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de respon-sabilidade dos cinemas.

Nivaldo EXPEDITO DE CARVALHO. Júlio ANDRADE. Nanda COSTA. De Breno SILVEIRA

Com Ben AFFLECK, Bryan CRANSTON. De Ben AFFLECK

GONZAGA DE PAI PARA FILhOA vida do Rei do Baião, Luiz Gongaza, é contada a partir da sua complicada relação com o filho. Assinado

por Breno Silveira, o mesmo diretor de 2 Filhos de Francisco, o filme mostra Gonzaga na juventude, quando conheceu Odaléia, com quem teve um filho, popularmente conhecido como Gonzaguinha. Em busca do sus-tento e da garantia do futuro do herdeiro, Gonzaga deixou o garoto ao cuidados de amigos no Rio de Janeiro e viajou o Brasil. Deixou uma herança de abandono a Gonzaguinha, a quem também nunca soube valorizar como artista. Estreia.

CINÉPOLIS 13:10-16:10-19:10-22:00 12 2:10

ARGOEm 1979, um ataque revolucionário na embai-

xada americana no Irã faz 52 reféns. Seis deles fogem e se abrigam na casa do embaixador Cana-dense. Tony Mendez, agente da CIA e especialista em fugas, é enviado para ajudar os diplomatas a sair sem serem vistos. A ordem é ser discreto, mas ele inventa a filmagem de uma superprodução de Hollywood para salvar os reféns. 2ª semana.

CINÉPOLIS 19:00GNC 13:50 14 1:57

007 – OPERAçÃO SKyFALLO melhor filme da série é também o mais visto. No

Reino Unido, o agente cinquentão desbancou Harry Potter e é o líder histórico de bilheteria. No Brasil, 007 continua no topo desde a estreia, mas, agora, com um certo medinho de vampiros. Com Daniel Craig, Judi Dench e Javier Bardem. De Sam Mendes. 3ª semana.

★ ★ ★ ★ ★CINÉPOLIS 12:15-15:50-18:50-20:30 13:30-17:00GNC 21:40 16:00-18:50 14 2:25

PUROA jovem Katarina, que tem uma vida conturbada,

se apaixona primeiro pela música, o Réquiem de Mo-zart. Depois, pelo maestro, Adam. Muda a vida, mas não sem enfrentar dificuldades. Com Alicia Vikan-der e Samuel Fröler. De Lisa Langseth.

ORDOVÁS SEX. (15). 19:30 SÁB. (16) e DOM. (17). 20:00 16 1:41

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26

INTOCávEISUm filme elogiado pela crítica

também pode resistir por sema-nas em cartaz, mas só quando o público concorda, o que é um caso raro. A história real da ami-zade de um tetraplégico rico e seu cuidador, um imigrante ex-presi-diário, é o filme francês mais visto no mundo e deve figurar entre os favoritos ao Oscar. Com François Cluzet. Omar Sy. De Oliver Naka-tache e Eric Toledano. 5ª semana.

★ ★ ★ ★ ★GNC 16:10

14 1:52

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIOComarca de Gaspar / 2ª Vara

Avenida Deputado Francisco Mastella, s/nº, Sete de Setembro – CEP 89.110-000, Gaspar-SC – E-mail: [email protected] de Direito: João Baptista Vieira SellChefe de Cartório: Ivete Trapp Dirksen

eDiTAl De CiTAÇÃO - eXeCUÇÃO PArA eNTreGA De COiSA iNCerTA - eSCOlHA DO CreDOr - COM PrAZO De 20 DiASExecução para A Entrega de Coisa Incerta nº 025.06.000520-8 Ex-equente: Bunge Alimentos S/AExecutado: Burtet Importadora e Exportadora Ltda e outros

Citando(a)(s): Burtet importadora e exportadora ltda, Rua Cav-alieri Ambrósio Ciplla, 562, Mariland - CEP: 95.054-000, Caxias do Sul-RS; Jovelino Bonatto, brasileiro(a), casado com a Justina Sartor Bonatto, Comerciante, CPF: 181.297.650-04, Rua Consel-heiro Dantas, 1459, Sagrada Família - CEP: 95.054-000, Caxias do Sul-RS; Justina Sartor Bonatto, brasileiro(a), Casada com Joveli-no Bonatto, Comerciante, CPF: 344.080.020-20, Rua Conselheiro Dantas, 1459, Sagrada Família - CEP: 95.054-000- Caxias do Sul-RS e Mauro Otávio Bonatto, Brasileiro(a), Solteiro, Comerciante, CPF: 559.607.400-44, Rua Conselheiro Dantas, 1459, Sagrada Família - CEP: 95.054-000, Caxias do Sul-RS. Descrição da Coi-sa litigiosa: 520.720 (quinhetos e vinte mil e setecentos e vinte) quilos líquidos de feijão de soja. Por intermédio do presente, a(s) pessoa(s) acima identificada(s), atualmente em local incerto ou não sabido, fica(m) ciente(s) de que, neste Juízo de Direito, tramitam os autos do processo epigrafado, bem como CITADA(S) para, em 10 dias, contados do transcurso do prazo deste edital, satisfazer(em) a obrigação de entregar a coisa, consoante escolha apontada pelo credor na petição inicial ou ainda, apresentar embargos, querendo em 15 (quinze) dias independentemente de penhora, depósito ou caução, nos moldes do art. 736, do CPC: E, para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presen-te edital, o qual será afixado no local de costume e publicado 1 vez(es), com intervalo de 0 dias na forma da lei.

Gaspar (SC), 11 de setembro de 2012.

AMANhECER PARTE 2 – O FINAL

O final da saga Crepúsculo, que lotou as sessões de pré-estreia, também lota a programação desta semana. Com 24 horários reser-vados ao filme, só houve espaço para mais uma estreia. Filmado paralelamente à parte um, quan-do o casal protagonista ainda imi-tava a arte na vida real, o longa mostra Bela despertando como vampira e aprendendo a lidar com a nova condição. Aliados aos lobos, os Cullen travam a última batalha com os Volturi, que ago-ra querem Renesmee, a poderosa filha do casal, protegida de Jacob. Com Kristen Stewart, Robert Pat-tinson e Taylor Lautner. De Bill Condon. Estreia.

CINÉPOLIS 14:00-16:40-18:30-19:20-21:15-22:10

12:15 (Somente SEX. SÁB., DOM.) 13:00-15:00-15:45-17:45-20:30GNC 14:00-16:40-19:00-19:20-21:40-22:00 13:30-13:40-16:20-16:30-19:10-21:50

14 1:57

ATé QUE A SORTE NOS SEPARE

No filme brasileiro mais visto do ano, um homem aceita a ajuda de um vizinho, consultor de finanças, para esconder da mulher, grávida, uma tra-gédia. Os R$ 100 milhões que o casal ganhou na Mega Sena acabaram. Com Leandro Hassum e Daniele Winits. De Roberto Santucci. 7ª semana.

CINÉPOLIS 14:40-16:50-19:30-22:20GNC 14:15-16:50-18:50-21:00

12 1:44

O DIáRIO DE TATIAdolescentes. Como falam, o que

pensam, quais seus dilemas... E mais: por que uma história tão chata fica tanto tempo em cartaz. Veja tudo isso no filme velho estrelado por Heloísa Pérrissé, um exemplo de resistência. Com Heloísa Périssé, Márcia Cabrita e Marcelo Adnet. De Mauro Farias. 6ª semana.

CINÉPOLIS 13:30-16:00 L 1:30

FRANKENwEENIEEntristecido pela morte do seu ca-

chorro Sparky, um garoto encontra no método Frankenstein uma maneira de ressuscitá-lo. E ele volta meio mons-tro. De Tim Burton. 3ª semana.

CINÉPOLIS 3D 12:00 (Somente SEX., SÁB. e DOM.)GNC 3D 13:20-15:20

10 1:27

ATIvIDADE PARANORMAL 4Na semana passada, subestima-

mos o filme. Colocamos o reality dos espíritos no paredão, com grandes chances de ser eliminado. Com a sua ajuda, e não com imunidade do anjo, ele segue em cartaz mais uma sema-na. Achou que beleza te ajudaria? Vem dançar sem camisa aqui fora, Magic Mike. Com Katie Featherston. Matt Shively. De Henry Joost e Ariel Schul-man. 5ª semana.

GNC 17:20-22:10 16 1:35

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2716.NOV.2012

INCLUSÃOO Serviço de Convivência

e Fortalecimento de Vínculos do Centro Educativo José Luiz de Medeiros Ramos, projeto mantido pelo Centro Espírita Jardelino Ramos em parceria com a Fundação de Assistência Social e o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, atende 120 alunos em situa-ção de vulnerabilidade social. O espetáculo Sonhar é Viver mostra os talentos das crianças e adolescentes atendidos pelo projeto.

QUI. (22). 18:30. Gratuito. Teatro Municipal

CULTURA DE IMIGRAçÃOO Ponto de Cultura Casa das

Etnias realiza a 2ª Semana das Etnias. No espetáculo que abre a programação, homenageia as culturas italiana, alemã e po-lonesa. Sobem ao palco Vini Modelski (música polonesa), Associação Germânica Caxias do Sul (coro alemão), Eco Dei Monti (coro italiano) e Grupo de Danças Kalina (dança polo-nesa).

QUI. (22). 20:30. R$ 2. Teatro do Ordovás

PALCO Dois níveis de Paranoia

O lado pesado da gangorra

Pequenas transformações no haiti

hits atemporais

Em 2008, quando estreou com o espetáculo Paranoia (Sit Down Comedy), o proje-to Paranoia era uma proposta de minimonólogos para diversos atores, com estética contemporânea e com textos fragmentados pautados pela solidão. No segundo se-mestre deste ano, Márcio Ramos ministrou oficinas no Teatro Moinho da Estação, com duas turmas, e propôs releituras do espetáculo. Com referências na sociedade da periferia urbana, Paranoia ressurge com nova cara. Duas turmas, uma de inician-tes e outra mais experiente, apresentam processos da esquete Paranoia no Banheiro e da peça Paranoia na Vila.

DOM. (18). 20:00. R$ 10 e R$ 5. Teatro Municipal 16

Pela primeira vez em palco italiano, o grupo caxiense A Gangorra apresenta uma adaptação do texto do espanhol Fernando Arrabal: Fando e Lis – Amanhã seremos felizes. No espetáculo, contemplado pelo Financiarte, Fando conduz Lis, que é paralí-tica, em um carrinho. Estão a caminho de Tar, um lugar onde o frio, a dor e a dúvida desaparecerão. Fando tem acessos de violência e amor, ambos manifestados por uma sinceridade infantil, por Lis. No caminho, em círculos, ao paraíso, o casal encontra Namur, Mitaro e Toso, os homens do guarda-chuva, que também vivem uma relação de dependência. É preciso ter coragem para estrear em um texto desse nível. Arrabal é absurdo, onírico, surreal. E o grupo avisa: “para entender a encenação é necessário um desprendimento do racional”.

SEX. (16). e SÁB. (17). 20:30. R$ 20, R$ 15 (antecipado) e R$ 10.Teatro Municipal 14 1:30

Em junho do ano passado, a professora de dança Adriana Bortoloto foi ao Haiti entregar a doação arrecadada com o espetáculo No ritmo do Universo, Dançando pelo Haiti, a crianças atendidas pela missão dos Capuchinhos no país. Adriana ar-recadou R$ 3 mil. É pouco, mas foi suficiente para confecção de bancos e cadeiras para alunos de uma escola que, até então, assistiam às aulas sentados no chão. Neste ano, a professora repete a ação no espetáculo Arte para o Haiti, que tem convidados voluntários: Adriana Bortoloto e Studio Cativa (jazz e contemporânea), Deise Bor-dignon e Juliano Vieira Dias (hip hop), Rudi Martins (teatro) e Escola Maria Gitana (dança cigana).

TER. (20). 20:30. R$ 20. Teatro Municipal L 1:30

Bruna Maccari, que dá aulas de dança no Colégio La Salle, na escola Carla Bar-cellos e na academia Vita e Salute, em Forqueta, reuniu alunos de todas as suas tur-mas para montar o espetáculo Flash Back. Em 13 coreografias – um repertório que vai de Toquinho a Madonna –, crianças, adolescentes e um grupo de adultas dançam músicas conhecidas pelas duas gerações.

SÁB. (17). 20:15. R$ 15. Teatro São Carlos L 1:30

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ARTE

14 visões sobre o corpo

6° Salão Campus 8 Coletiva. Até SÁB. (18). SEX. 9:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás

Capelinhas: Memória e Fé Coletiva. TER.-SÁB. 9:00-17:00. Museu Municipal

Geografia do Acaso Graça Marques. A partir de SEG. (5). SEG.-SEX. 8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

O Brilho das Flores Iva Spinelli. SEG.-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 9:00-12:00. Ipam

Miserere – visões do Inferno de Dante Bea Balen Susin. SEG.-SEX. 9:00-19:00. SÁB. 15:00-19:00. Ordovás

I Feira de Arte Coletiva Coletiva. SEG.-SÁB. 13:30-18:00. Casa da Cultura

Monumentos de uma trajetória Bruno Segalla. SEG.-SEX. 9:00-12:00 14:00-17:30. Ins-tituto Bruno Segalla

Quatorze acadêmicos da disciplina de Arte e Pesquisa da UCS – do 8° semestre do Curso de Artes –, orientada pelos pro-fessores Sergio Lopes e Mara Galvani, mostram seus trabalhos na exposição O Corpo. A proposta da disciplina é construir um processo artístico baseado na pesquisa em arte. O resultado são duas exposições em uma. No hall inferior do Campus 8, estão expostos os processos de pesquisa, em croquis e esboços realizados. Na galeria, eles mostram as produções visuais, projetos finais da disciplina.

Trabalhos da Disciplina Arte e Pesquisa UCS Coletiva. SEG.-SEX. 8:00-22:30. Campus 8

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2916.NOV.2012

LEGENdADuração Classificação Avaliação ★ 5 ★ Cinema e TeatroDublado/Original em português Legendado Ação. Animação. Artes.Circenses. Aventura. Bonecos. Comédia. Documentário.Drama. Fantasia. Ficção.Científica. Infantil. Musical. Policial. Romance. Suspense. Terror.

MúsicaBlues. Coral. Eletrônica. Erudita. Folclórica. Funk. Hip.hop Indie. Jazz. Metal. MPB. Pagode. Pop. Reggae. Rock. Samba. Sertanejo. Tango. Tradicionalista

DançaClássico. Contemporânea. Flamenco. Folclore. Forró. Jazz. Dança.do.Ventre. Hip.hop Salão.

ArtesAcervo. Desenho. Diversas Escultura. Fotografia. Grafite. Gravura. Instalação Pintura.

ENdERE OSCiNeMAS:CiNÉPOliS. AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SeG.QUA.QUi. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SeX.SÁB.DOM. R$ 16 (MA-TINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. | GNC. RSC 453 - kM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SeG. QUA. QUi.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). Ter: R$ 6,50. SeX. SAB. DOM. Fer. R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SAlA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | OrDOvÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAzzOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

MÚSiCA:ABSOlUT BAr. RUA ENGENHEIRO EUCLIDES DA CUNHA, 355. RIO BRANCO. 9143-8579 | AreNA. BRUNO SEGALLA, 11366, SÃO LEOPOLDO. 3021-3145. | AriSTOS. AV. JúLIO DE CASTILHOS, 1677, CENTRO 3221-2679 | BATerAS BeAT. JúLIO DE CASTI-LHOS, 1452, CENTRO. 3533-6079 | Bier HAUS. TRONCA, 3.068. RIO BRANCO. 3221-6769 | BOTeCO 13. DR. AUGUSTO PESTANA, S/N°, LARGO DA ESTAÇÃO FÉRREA, SÃO PELEGRINO. 3221-4513 | BUllS. DR. AUGUSTO PESTANA, 55. ESTAÇÃO FÉRREA. 3419.5201 | BUkUS ANeXO. RUA OSMAR MELETTI, 275. CINqUENTENÁRIO. 3215-3987 | CAMPeÃO SOCiAl ClUB. RUA MÁRIO DE BONI, 2128 - SALA 02. 3419-6957 | COA-FFee. RUA DR. AUGUSTO PESTANA S/Nº - MOINHO DA ESTAÇÃO 3419-0063 | COlvAle. RUA CORONEL FLORES, 172, CENTRO. 3021-1687 | COND. RUA ANGELO MURATORE, 54, BAIRRO DE LAzzER. 3021-1056 | HAvANA. DR. AUGUSTO PESTANA, 145. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619 | level CUlT. CORONEL FLORES, 789. 3223-0004. | OliMPO MUSiC. PERIMETRAL BRUNO SEGALLA, 11655, SÃO LEOPOLDO. 3213-4601 | MiSSiS-SiPPi. CORONEL FLORES, 810, SÃO PELEGRINO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | NOX verSUS. DARCy zAPAROLI, 111. VILAGGIO IGUATEMI. 8401-5673 | PAiOl. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | PlACe DeS SeNS. 13 DE MAIO, 1006. LOURDES. 3025-2620 | POrTAl BOWliNG. RST 453, kM 02, 4.140. DESVIO RIzzO. 3220-5758 | SArAU. CORONEL FLORES, 749. ESTAÇÃO FÉRREA. 3419-4348 | TAHA’A. RUA MATHEO GIA-NELLA, 1444, SANTA CATARINA. 3536-7999 | TeATrO DO SeSC. RUA MOREIRA CÉSAR, 2462. 3221-5233 | vAGÃO ClASSiC. JúLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616 |

TeATrOS:TeATrO MUNiCiPAl. DOUTOR MONTAURy, 1333. CENTRO. 3221-3697 | TeATrO SÃO CArlOS. R. FEIJó JUNIOR, 778. SÃO PELEGRINO. 3221.6387 | TeATrO DO SeSC. RUA MOREIRA CÉSAR, 2462. 3221-5233 |

GAleriAS:CAMPUS 8. ROD. RS 122, kM 69 S/Nº. 3289-9000 | eSPAÇO CUlTUrAl DA CriSTiA-Ne MArCANTe DeCOrAÇÃO. FEIJó JUNIO, 1006. VIA DECORATTA | FArMÁCiA DO iPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | GAleriA MUNiCi-PAl. DR. MONTAURy, 1333, CENTRO, 3221-3697 | iNSTiTUTO BrUNO SeGAllA. R. ANDRADE NEVES, 603. CENTRO. 3027-6243 | MUSeU MUNiCiPAl. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | OrDOvÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAz zOLO. 3901-1316 |

Na última semana, dois es-petáculos foram cancelados no Teatro São Carlos. A atriz global Pitty Webo apresentaria na sexta-feira (9), o infantil Chapeuzinho Vermelho e o decadente Mulhe-res Solteiras Procuram. Na vés-pera, ambos foram cancelados. Um dos atores (do espetáculo adulto) não conseguiria chegar em Porto Alegre, onde as peças seriam apresentadas na quinta (8), a tempo de participar de um programa de TV já agendado. Se-gundo a produtora responsável, a Eazzy Entretenimento, esse foi o motivo do cancelamento (!?). O teatro não informou o número de ingressos vendidos. O show de Latino, que ocorreria no sába-do (17) na All Need Master Hall, também foi cancelado. A Mor-phine, produtora do evento, tam-bém não informou o número de ingressos vendidos. Mas admitiu que a baixa procura foi o princi-pal motivo para o cancelamento. Dada a qualidade dos espetácu-los, a falta de plateia em Caxias é um bom sinal.

O Instituto Estadual de Artes Cênicas, em parceria com a Se-cretaria da Cultura, vai oferecer 3 oficinas gratuitas, com duração de 8 horas, sábado (17) e domin-go (18). As inscrições devem ser feitas nesta sexta (16) pelo fone 3901-1316. Veja a programação.

DANÇAHip Hop e Dança Contemporâ-nea. Com Fernando Faleiro8:30-12:30. Ordovás

TEATROVoz e Movimento em Improvi-sação a partir do Lessac Work. Com Márcia Donadel13:30-17:30. Ordovás

CIRCOAéreos de tecido, acrobacia de solo e malabares. Com Ana Claudia Bernarecki18:30-22:30. Escola Municipal Padre Antonio Vieira (Rua João Batista Montanari, 225 - Bairro São José II)

Fora do circuito

Oficinas Ieacen

CAMARIMMarcelo araMis

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ARQUITETURA E DECORA O

Eles são gatos. Eles são gays. Como a bandeira que representa o movimento, com as cores do arco-íris, são coloridos e alegram os espaços onde são colocados. Mas, mais do que isso, a ideia da artista plástica Mirian Gazo-la é fazer uma metáfora sobre as diferenças através dos felinos homossexuais. Os gatinhos, tão adorados por muitos, servem como figuras facilitadoras para dialogar sobre preconceitos e tabus. A novidade será a segunda edição dos Gatos Gays, que deve ser lançada em março de 2013, conforme a curadora Mona Carvalho.

Diversidade na parede

por Mirian Gazola, artista plástica criadora dos Gatos Gays

“Aceitar as diferenças. Mais do que respeitar, precisamos aceitá-las”

Harmonia Surpresa“Encantar-se com as diferenças. Assim, sere-

mos mais felizes. Sejam diferenças na natureza ou nas relações humanas”

O TIL O AGRAD vEL

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3116.NOV.2012

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ESTANTE

História preservada

Restauro

No quarto, tal-vez o movimento do rabo como pên-dulo irrite. Mas na cozinha (ousada!), sala ou corredor, deixa o ambiente bem mais descon-traído.

Os sapatinhos vermelhos da bruxa de O Mágico de Oz vão segurar a porta e evitar aquelas batidas sem querer ou aquelas causadas pelo vento.

Deixe de lado bege, preto, marrom. Escolha um tapete bem colorido para lembrar como é bom não levar as coisas tão a sério de vez em quando.

Geladeira sem ímã é como sanduíche sem maionese, não tem graça. Aos applemaní-acos, ícones do iPhone para grudar no “frigider”.

Não basta cantar no chuvei-ro, a água precisa ser iluminada por um LED colorido. As op-ções mais comuns são verme-lho, verde e azul.

Vermelho e estampas aquecem, acolhem e dão certa dramaticidade a qualquer lugar. Uma casa emotiva também é uma casa mais divertida. Para colar nas paredes.

VINTAGE

FANTASIA

LúDICO

APPLEPOP BANHO

ALMODóVAR

A necessidade de preservação arquitetônica do passado de Caxias é uma constante em nos-sas páginas. Um belo exemplo pôde ser visto na última semana. O Instituto Hércules Galló foi inaugurado no dia 10 e, na mesma ocasião, foram apresentadas as duas casas centenárias restauradas, em Galópolis. As construções de-vem ser ocupadas por um centro cultural e um museu da indústria têxtil para fomentar a cul-tura e o turismo na região. “Hércules deixou um importante legado, que fica claro agora com esse projeto. E sabemos que o crescimen-to de um país é medido pela sua cultura, pelo seu patrimônio e pela sua história”, afirmou o empresário José Galló.

Tombadas pelo Patrimônio Histórico em 1º de julho de 2010, as duas residências de ma-deira com característica colonial italiana do período tardio têm influência internacional dos chalés, uma de 1904 e outra de 1908. As obras de restauro demandaram cerca de dois anos e meio. Conforme o arquiteto Renato Solio, bisneto de Hércules Galló e responsável pelo projeto de intervenção junto com o ar-quiteto Roque Frizzo, a restauração das casas centenárias onde viveu Hércules Galló focou nos conceitos de reconstrução, conservação, reabilitação e reprodução/réplica. É possível visitar as casas mediante agendamento pelo telefone 3028-2810.

Kit-Cat | R$ 100 (média)

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