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11/03/2019 1 ECONOMIA INTERNACIONAL Introdução Prof. Reginaldo Brito Economia Internacional. Paul R. Krugman, Maurice Obstfeld, Mark J. Melitz. São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2015. Economia Internacional. Armando João Dalla Costa, Elson Rodrigo de Souza Sabtos. Curitiba : InterSaberes, 2012. Introdução à Economia. N. Gregory Mankiw. São Paulo: Cengagi Learning. 2009. Economia Internacional é o fenômeno que estrutura a cooperação entre países, num sistema de interdependência entre as várias áreas onde a Economia Mundial influencia a política, o comércio, a saúde, as populações, a sociedade e o meio ambiente, entre outros fatores fundamentais para o ser humano contemporâneo. Didaticamente, a Economia Internacional é parte dos estudos de Ciência Política e Relações Internacionais. Seu principal objetivo será o estudo da estruturação das relações econômicas globais . DAVID HUME (1711-1776) Filósofo e historiador escocês Do equilíbrio das negociações – 1758 ADAM SMITH (1723-1790) Filósofo e economista escocês A riqueza das nações - 1776 18 anos A economia de hoje teve inicio com o estudo do comércio e das finanças internacionais. Historiadores do pensamento econômico costumam descrevem o ensaio Do equilíbrio das negociações, de Hume, como a 1ª exposição real de um modelo econômico. O comércio internacional (3 perguntas indispensáveis): 1. O porquê da especialização das nações? 2. Porque os países mantêm relações comerciais entre si? 3. Porque o comércio internacional afeta a distribuição de renda e o nível de bem estar das nações? Os debates sobre a política mercantil britânica no começo do século XIX tiveram grande contribuição para converter a economia de um campo informal e discursivo para uma disciplina orientada por modelos, como se tornou desde então. Contudo, o estudo da economia internacional nunca foi tão importante quanto agora. O Great Eastern foi um dos maiores navios construído em todo o século XIX. Navio típico do século XV

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    ECONOMIA INTERNACIONAL Introdução

    Prof. Reginaldo Brito Economia Internacional. Paul R. Krugman, Maurice Obstfeld, Mark J. Melitz. São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2015.

    Economia Internacional. Armando João Dalla Costa, Elson Rodrigo de Souza Sabtos. Curitiba : InterSaberes, 2012.

    Introdução à Economia. N. Gregory Mankiw. São Paulo: Cengagi Learning. 2009.

    Economia Internacional é o fenômeno que estrutura a cooperação entre países, num sistema de interdependência entre as várias áreas onde a Economia Mundial influencia a política, o comércio, a saúde, as populações, a sociedade e o meio ambiente, entre outros fatores fundamentais para o ser humano contemporâneo.

    Didaticamente, a Economia Internacional é parte dos estudos de Ciência Política e Relações Internacionais. Seu principal objetivo será o estudo da estruturação das relações econômicas globais .

    DAVID HUME (1711-1776) Filósofo e historiador escocês

    Do equilíbrio das negociações – 1758

    ADAM SMITH (1723-1790) Filósofo e economista escocês

    A riqueza das nações - 1776

    18 anos

    A economia de hoje teve inicio com o estudo do comércio e das finanças internacionais. Historiadores do pensamento econômico costumam descrevem o ensaio Do equilíbrio das negociações, de Hume, como a 1ª exposição real de um modelo econômico.

    O comércio internacional (3 perguntas indispensáveis):

    1. O porquê da especialização das nações? 2. Porque os países mantêm relações comerciais entre si? 3. Porque o comércio internacional afeta a distribuição de renda e o

    nível de bem estar das nações?

    Os debates sobre a política mercantil britânica no começo do século XIX tiveram grande contribuição para converter a economia de um campo informal e discursivo para uma disciplina orientada por modelos, como se tornou desde então. Contudo, o estudo da economia internacional nunca foi tão importante quanto agora.

    O Great Eastern foi um dos maiores navios construído em todo o século XIX.

    Navio típico do século XV

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    O mercantilismo era mais um doutrina política do que uma teoria econômica, com objetivos não só econômicos como também político-estratégicos. Na visão mercantilista uma nação seria tanto mais rica quanto maior fosse sua população e seu estoque de metais preciosos.

    Ainda considerava 3 pressupostos: 1. Intenso protecionismo Estatal com

    intervenção na economia; 2. Fortalecimento do poder militar para o

    Estado; 3. Acúmulo de riquezas (ouro e prata) para a

    burguesia (em contraposição à posse de terras pela Igreja e pela nobreza).

    Houve uma série de princípios comuns que orientaram a política econômica mercantilista, particularmente no que diz respeito ao comércio com outras nações. Os principais traços da política mercantilista foram:

    1. 2. 3. 4. 5. 6.

    O metalismo; A balança comercial favorável; O protecionismo alfandegário; A intervenção do Estado na ordem econômica; O monopólio e; O colonialismo.

    TEMAS DA ECONOMIA INTERNACIONAL A SEREM TRATADOS: 1) Ganhos decorrentes do comércio; 2) Padrão de comércio; 3) Protecionismo; 4) Equilíbrio dos pagamentos;

    5) Determinação da taxa de câmbio; 6) Coordenação da política internacional e; 7) Mercado de capitais internacional.

    1) Ganhos decorrentes do comércio

    O comércio é bom para todos: “O comércio permite que as pessoas se especializem na atividade em que são melhores, seja ela a agri-cultura, a costura ou a construção. Ao comerciar com os outros, as pessoas podem comprar uma maior variedade de bens e serviços a um custo menor” - MANKIW, p. 9.

    1) Ganhos decorrentes do comércio (EXTRA)

    Segundo publicação de Croline, em um artigo de 1985, vários antropó-logos têm apontado que o escambo nunca foi testemunhada por pes-quisadores que viajaram para partes subdesenvolvidas do mundo.

    Sobre o Escambo: “Nenhum exemplo de uma economia de escambo, pura e simples, já foi descrito, e muito menos o aparecimento de dinheiro a partir dela [...] Toda etnografia disponível sugere que nunca houve tal coisa”.

    Dame Caroline Humphrey (1943) - Antropóloga britânica e acadêmica.

    - Fonte artigo de 1985: https://www.jstor.org/stable/2802221?seq=1#page_scan_tab _contents

    - Fonte: http://informadordeopiniao.blogspot.com/2016/09/o-mito-da-economia-do-escambo.html

    1) Ganhos decorrentes do comércio

    Fonte: http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RN/Anexos/Boletim_rev_Anual_de_Comercio_Exterior_2016_.pdf

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    1) Ganhos decorrentes do comércio

    Segundo os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a agroindústria é responsável por 7 entre os 10 produtos da lista. Os valores são correspondentes ao período janeiro/maio de 2017, com receitas e participação nas exportações totais do país. Confira!

    http://bmundi.com.br/quais-os-produtos-mais-exportados-pelo-brasil

    2) O padrão do comércio

    “[...] o padrão de comércio internacional — quem vende o que para quem — tem sido uma preocupação maior dos economistas internacionais. Alguns aspectos do padrão do comércio são fáceis de serem entendidos [...] Contudo, a maior parte do padrão do comércio é muito sutil.”- KRUGMAN, p. 4.

    2) O padrão do comércio

    Segundo David Ricardo, todos os países apresentam alguma vantagem, seja ela natural ou artificial. A valorização dessa vantagem é que determinará o produto que poderá ser desenvolvido com menor custo. Ricardo defende a livre concorrência, sem a interferência do Estado.

    David Ricardo (1772 - 1823) economista e político britânico. “Sucessor de Adam Smith”

    Atualmente as relações de importa-

    ção e exportação são importantes

    para a economia de um país?

    https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/mercado/arabia-saudita-veta-frigorificos-brasileiros-declaracoes-de-bolsonaro-nao-ajudaram-5m16lxv352zispd8lvg3dcuks/

    https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2018/09/04/brasil-pode-ser-2o-maior-exportador-de-algodao-em-201819-dizem-produtores.ghtml

    2) O padrão do comércio

    3) Protecionismo

    30 nov 18 - Os EUA, o Canadá e o México assinaram, em Buenos Aires, a autorização para o novo acordo de comércio entre os três países, que substitui o antigo Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte). O novo tratado, agora chamado de U.S.-Mexico-Canada Agreement , foi apresentado pelos presidentes Donald Trump e Enrique Pefia Nieto e o primeiro-ministro Justin Trudeau. Boa parte dos itens, porém, ainda precisa passar pelas equipes técnicas dos três países e pelos respectivos congressos.

    Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/11/eua-mexico-e-canada-assinam-autorizacao-para-novo-nafta.shtml

    3) Protecionismo

    “Alguns aspectos do padrão do comércio são fáceis de serem entendidos. Clima e recursos explicam com clareza por que o Brasil exporta café e a Arábia Saudita exporta petróleo. Contudo, a maior parte do padrão do comercio é muito sutil.” - KRUGMAN, p. 4.

    O NAFTA, atualmente U.S.-Mexico-Canada Agreement, é um acordo de livre comércio dos EUA, Canadá e México criado (de fato) em 1994, objetiva:

    a. O fortalecimento das relações comerciais entre esses países;

    b. Enfrentar a concorrência dos mercados europeu e especialmente o asiático;

    c. Livre comércio; d. Aumentar a exportação

    e. Aquecer a economia; f. Eliminar barreiras alfandegárias; g. Reduzir custos comerciais; h. Maior integração dos países; i. Aumentar as oportunidades de

    investimentos; j. Diminuir a entrada de imigrantes

    ilegais.

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    3) Protecionismo

    https://www.mercosur.int/pt-br/ http://www.naftanow.org/

    https://ustr.gov/ https://europa.eu/european-union/index_pt

    4) Equilíbrio dos pagamentos

    Balança comercial é um termo usado para descrever a relação entre a importação e exportação de bens para uma determinada nação. Para a economia nacional, essa relação será melhor quanto mais for positiva.

    DEFICIT SUPERAVIT

    4) Equilíbrio dos pagamentos

    https://g1.globo.com/economia/noticia/balanca-comercial-tem-superavit-us-67-bilhoes-em-2017-o-maior-em-29-anos.ghtml

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-01/ministerio-estima-em-us-50-bilhoes-superavit-da-balanca-comercial-em-2018

    5) Determinação da taxa de câmbio

    “Uma diferença fundamental entre a economia internacional e outras áreas da economia é que os países geralmente têm suas próprias moedas* [...] Antes da Primeira Guerra Mundial, os valores das princi-pais moedas do mundo eram fixados com base no ouro.” - KRUGMAN, p. 5.

    Yuan - China Rublo - Rússia

    Após a 2º Guerra

    Mundial, o US$

    passou a ser a

    referência para as

    principais moedas,

    uma espécie de

    “moeda universal

    de referência”.

    6) Coordenação política internacional

    “A economia internacional abrange as nações soberanas [...] Infe-lizmente, em uma economia mundial integrada, as políticas econô-micas de um país costumam afetar igualmente outros países [...] Um problema fundamental na economia internacional é determinar como produzir um grau aceitável de harmonia entre o comércio interna-cional e as políticas monetárias dos diferentes países, na ausência de um governo mundial que diga aos países o que eles devem fazer. ” – KRUGMAN, p. 6.

    6) Coordenação política internacional

    foram publicados nesta terça-feira, 11/12, pela OMC, que destaca uma proli-feração do protecionismo pelo mundo e alerta os países para que tomem iniciativas para ‘desescalar’ a tensão. No total, o governo de Michel Temer adotou 16 medidas para facilitar o comércio, incluindo reduções de tarifas de importação [...]”

    Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/7810657/brasil-foi-o-pais-que-mais-abriu-seu-mercado-em-2018-diz-omc

    “O Brasil foi o país que mais medidas adotou para abrir seu mercado a produtos estrangeiros, entre outubro de 2017 e outubro de 2018. Os dados

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    7) Mercado de capital internacional

    Com a crise imobiliária nos EUA em 2007, “[...] a Europa rapidamente também teve problemas no mercado imobiliário. E embora esses problemas tenham ocorrido no sul [da Europa], logo tornou-se aparente que muitos bancos europeus do norte — como os bancos da Alemanha que haviam emprestado dinheiro para os da Espanha — também ficaram expostos às consequências financeiras” – KRUGMAN, p. 6.

    7) Mercado de capital internacional

    Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,crise-imobiliaria-dos-eua-derruba-bolsas-mundiais,24490b -

    Fonte: https://www.dw.com/pt-br/crise-financeira-norte-americana-repercute-na-europa/a-3200766 - 18 março 2008

    7) Mercado de capital internacional

    1. Em 2007 nos EUA, investidores compraram segu-ros tendo como garantia hipotecas.

    2. Muito dinheiro no mercado, preços das hipotecas subiram gerando inadimplência.

    3. Investimentos lastreados por hipotecas toraram-se de alto risco...

    4. Para se desfazer da dívida, pessoas vendem imóveis mas baratos. Preço cai...Inadimplência!

    5. Muitas apólices perten-ciam aos bancos. Problemas para os bancos.

    6. Bancos europeus investiram...

    “A ciência econômica da economia internacional pode ser subdividida em dois subcampos amplos: o estudo do comércio internacional e o estudo monetário internacional. A análise do comércio internacional enfoca primariamente as transações reais na economia internacional, ou seja, as transações envolvendo o movimento físico de mercadorias ou um compromisso tangível de recursos econômicos. A análise mone-tária internacional enfoca a face monetária da economia internacional, ou seja, transações financeiras como compras estrangeiras de dólares americanos [...] No mundo real, não existe uma linha divisória simples entre os problemas comerciais e monetários. [...] ” – KRUGMAN, P. 7.

    “Um exemplo de um problema de comércio internacional é o conflito entre os Estados Unidos e a Europa sobre as exportações subsidiadas de produtos agrícolas da Europa” – KRUGMAN, P.7.

    “[...] um exemplo de um problema monetário inter-nacional é a disputa entre a opinião de que se deve deixar que o valor do câmbio estrangeiro do dólar flutue livremente ou de que ele seja estabilizado por ação governamental” – KRUGMAN, P.7.

    Alguma dúvida?