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ECONOMIA CIRCULAR: UM REAPROVEITAMENTO SISTEMÁTICO PARA O
DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO MODELO INDUSTRIAL
Victória de Oliveira Mota – Acadêmica do curso de Engenharia de Produção do Centro
Universitário Estácio de Ribeirão Preto – [email protected]
Américo Guelere Filho – Doutor, LCN Inovação e Sustentabilidade –
Resumo: O conceito de Economia Circular, embora ainda recente no Brasil, surge de uma
experiência de um desafio que deu lugar à um movimento empresarial que se transformou em
uma fundação que é apoiada por empresas globais e organizações ao redor do mundo. A
economia circular segue uma utilização racional dos recursos através do uso em cascata dos
materiais, fazendo com que permaneçam por mais tempo na economia. Percebeu-se que os
sinais de que a economia circular pode realmente transformar o setor de consumo estão
aparentes, e por isso há a necessidade da realização de uma grande mudança. O presente
trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória, que tem como objetivo discutir a
praticabilidade da economia circular no contexto do desenvolvimento sustentável, como
sendo uma alternativa ao modelo linear que abrange todo o fluxo de valor em uma cadeia de
produção. Nessa perspectiva, a preservação do meio ambiente - que se tornou um modelo para
gestão de negócios – ganha importância devido ao seu valor para a qualidade de vida, o que
torna uma exigência pelas organizações acerca de criações de métodos de exploração do
mesmo.
Palavras-chave: Economia Circular; Resíduos; Sustentabilidade
Abstract: The Management Engineering`s concept – still a recent term in Brazil – comes
from an experience of a challenge that gave place to a business movement and brought a
foundation that is supported by global business and organizations worldwide. The circular
economy follows a racional resource use through a cascade use model of materials, generating
a bigger permanence of it into the economy. It has been understood that the circular economy
can really change the consumption section, and for this reason, there is a need to accomplish a
big change. This present article introduces an exploratory bibliographic research, which has
an objective to discuss the circular economy applicability into the sustainable development
context as an alternative to the linear model which covers the entire value flow in a
production chain. In this perspective, the environment preservation – which became a
business management model – earns the importancy due to its value to the life quality, which
turns to be the organizations requirements around the criation of exploration methods of it.
Key words: Circular Economy; Waste; Sustainability.
Introdução
As formas de satisfazer as necessidades e vontades do ser humano foram
desenvolvidas através dos tempos com o apoderamento e a transformação de recursos naturais
em bens e serviços (Ribeiro, 2002). Acontece que o processo de produção, visto de maneira
global, foi sendo intensificado ao passo que os fluxos de produção e de consumo passaram a
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comprometer a capacidade dos ecossistemas em prover serviços ambientais. (Ellen
MacArthur Foundation, 2012). O consumo que segue o modelo linear de “extrair, transformar
e descartar” está atingindo seus limites físicos. Recentemente, muitas companhias notaram
que esse sistema linear aumenta a chance de exposição aos riscos, elevação dos valores dos
recursos e ruptura de suprimentos. (ELLEN MACARTHUR FOUNDATION, 2010).
Pode-se dizer que o planeta está sobre uma bomba-relógio de consumo devido ao
aumento exponencial do uso dos materiais associados aos bens de consumo demandados por
uma classe média emergente no mercado: três bilhões de consumidores adicionais nos
próximos 20 anos, com uma alta tendência a comprar produtos manufaturados (EMF, 2012).
Quanto mais próximo o sistema do reuso direto, maior economia dos custos deve haver em
termos de material, mão-de-obra, energia, capital, e externalidades associadas, como água,
emissão de gases e substâncias tóxicas. Essa oportunidade se aplica principalmente aos bens
de consumo rápido que ainda existem além do utilizador final, como embalagens ou bens que
podem ser diretamente reusados (ex: vestuário). Isso significa que quanto maior a recuperação
restauradora desses bens de consumo, menos insumos serão utilizados para essa reutilização
do material e consequentemente maior será a economia em geração de resíduos.
O consumo linear está atingindo seus limites. A economia circular tem seus benefícios
que são tanto operacionais como estratégicos, ambos em níveis micro e macroeconômico.
Esse sistema agregou diversos conceitos criados no último século, como design regenerativo,
economia de performance, cradle to cradle – do berço ao berço, ecologia industrial e blue
economy para desenvolver um modelo estrutural para a regeneração da sociedade. O conceito
de economia circular é baseado nessa inteligência da natureza, onde os resíduos são insumos
para produção de novos produtos. No meio ambiente, por exemplo, restos de frutas
consumidas por animais se decompõem e viram adubo para plantas. Esse conceito também é
chamado de “cradle to cradle” (do berço ao berço), onde não existe a ideia de resíduo, e tudo
é continuamente um nutriente para um novo ciclo. Transportando essa dimensão para a
indústria de produtos, a cadeia produtiva seria repensada para que peças de eletrodomésticos,
por exemplo, pudessem ser reprocessadas e reintegradas à cadeia de produção como
componentes ou materiais de outros (EMF, 2012). Percebeu-se que os sinais de que a
economia circular pode realmente transformar o setor de consumo estão aparentes, e por isso
há a necessidade da realização de uma grande mudança, a fim de que o modelo linear passe a
ser um paradigma de insustentabilidade e assim que as organizações tomem cada vez mais
atitudes a favor da economia circular. Dessa forma, muitos fatores estão provocando uma
mudança em atitudes e criando expectativas de uma economia circular mais atrativa. A
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crescente escassez de recursos, junto com os avanços da tecnologia e maior urbanização
elevam a consciência de que o momento é propício para mudanças (EMF, 2012).
1. Objetivos
1.1 Objetivo geral
Discutir sobre a praticabilidade da economia circular no contexto do desenvolvimento
sustentável, como sendo uma alternativa ao modelo linear que abrange todo o fluxo de valor
em uma cadeia de produção. Além disso, o objetivo geral desse trabalho é auxiliar no
entendimento do conceito da economia circular por meio de uma revisão bibliográfica
sistemática.
1.2 Objetivos específicos
a) Apresentar a situação atual da economia linear e analisar a sua fragilidade e
necessidade de mudança;
b) Demonstrar a transição entre Economia Linear e Circular como uma busca de um
modelo sustentável de produção e consumo;
c) Apresentar o conceito de Economia Circular (EC), bem como seus princípios,
benefícios e estratégias de implementação;
d) Discutir as potenciais contribuições da EC, tendo como núcleo de pesquisa a Fundação
Ellen MacArthur;
2. Metodologia
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória, sendo um
método científico de busca e análise de estudos e artigos de uma determinada área a fim de
desenvolver pressuposições (GIL, 1991 apud SILVA; MENEZES, 2005). Gil também afirma
que é aquela elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente por livros,
artigos de periódicos e materiais disponibilizados na internet. A pesquisa bibliográfica tem
como característica recuperar o conhecimento científico acumulado sobre um problema
proposto. O estudo foi realizado por meio da construção de um referencial teórico com base
na literatura pertinente (GIL, 1991). O estudo foi executado por meio da construção de um
referencial teórico com base em artigos científicos, localizados através de uma busca
sistemática que é uma forma de síntese das informações disponíveis em dado momento, a
procura de estudos realizados de forma ampla pelos autores por meio de bases digitais de
dados.
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Figura 2: Fases da revisão bibliográfica exploratória.
Fonte: Adaptado de Gil (2008).
3. Revisão Bibliográfica
3.1 Economia Linear – Fragilidade que gera necessidade de mudança
Em um cenário onde a demanda e a competição por recursos finitos, e as vezes
escassos, continuarão a crescer, onde pressão por esses mesmos recursos está causando uma
grande degradação ambiental, os países que se esforçam em fazer melhor uso se beneficiam
economicamente e ambientalmente (COM, 2014). Desde a Revolução Industrial, as
economias desenvolveram um padrão de desenvolvimento baseado em um princípio de
“extrair-transformar-descartar”, ou seja, o modelo linear baseado na conjectura de que os
recursos são abundantes, disponíveis, fáceis e muito acessíveis (LEITAO, 2015).
No sistema linear, de acordo com a Fundação Ellen MacArthur (2010), o descarte de
produtos em aterros significa que toda a sua energia residual foi perdida. A incineração ou
reciclagem dos produtos descartados recupera somente uma pequena porção dessa energia,
enquanto que a reutilização preserva significantemente mais energia. O uso de recursos
energéticos no modelo de produção linear é tipicamente mais intenso nas áreas superiores da
cadeia de suprimentos, por exemplo na extração de materiais para conversão em uso
comercial. A perspectiva da economia circular se refere à uma economia industrial que é
restaurativa por intenção, ou seja, que visa a dependência em energias renováveis, em
eliminação do uso de químicos tóxicos e erradicação da perda através de um atento design. Há
uma defensão pela necessidade de um modelo de “serviço funcional” no qual os produtores
ou vendedores retêm cada vez mais o domínio sobre seus produtos e, quando possível, atuam
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como provedores de serviço – através da venda do uso do produto, e não a venda de um único
sentido (MACARTHUR FOUNDATION, 2010).
Segundo Azevedo (2015), o modelo econômico linear foi um modelo resultante da
Revolução Industrial que além de expandir a eficiência da produção, também propiciou uma
exploração das novas tecnologias. A disponibilidade abundante de matérias-primas extraíveis
da natureza foi um dos motivos que impulsionaram o crescimento econômico e o
desenvolvimento tecnológico. Por outro lado, essa exploração descontrolada das matérias-
primas causou um desequilíbrio ambiental oriundo da produção desenfreada de resíduos
industriais que excede a capacidade da natureza de decompô-los. Um dos principais
problemas ambientais provocados pela sociedade é o descarte proveniente da exploração do
meio ambiente para obter recursos para produção de bens e consumos. Barbieri (2007) afirma
que o desequilíbrio ambiental é gerado pelo esgotamento dos recursos que suportam as
necessidades humanas e, o lixo que é gerado pela produção, é cada vez mais composto por
restos de embalagens e produtos industriais, que deixaram de ter finalidade para seus
desfrutadores.
O impacto dos materiais de bens de consumo industrializados só tende a aumentar
exponencialmente, dirigidos por uma classe média em um mercado emergente. De acordo
com os dados publicados pela Fundação Ellen MacArthur, nos próximos 20 anos, três bilhões
de consumidores adicionais com predisposição a comprar bens manufaturados entrarão no
mercado. Esse crescimento é conduzido pelos seguintes fatores: i) classe média global
aumentará de 1.9 bilhões em 2009 para 4.9 bilhões em 2030, com aproximadamente 90%
desse crescimento vindo da região da Ásia-Pacífico; ii) Consumo nos mercados emergentes é
esperado para aumentar a 30 trilhões de dólares por ano até 2025; iii) Maior intensidade de
material, o que gera, dessa maneira, maior impacto relacionado aos produtos embalados
provenientes de perdas em processamento e embalagem.
Sendo assim, essa percepção com o meio ambiente se tornou um modelo para a gestão
de negócios. Ramalho e Sellito (2013) argumentam que, o contexto industrial tem sofrido
influência pela sociedade e órgãos estatais para que haja aproveitamento e apropriação do uso
de fontes energéticas. Nessa perspectiva, a preservação do meio ambiente, ganha importância
devido ao seu valor para a qualidade de vida, o que torna uma exigência pelas organizações
acerca de criações de métodos de exploração do mesmo. Em virtude das consequências que
são causadas pelas explorações industriais, a questão ambiental se tornou um dos aspectos
mais cruciais para as organizações a fim de se manterem aptas à competitividade e
durabilidade.
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3.2 Transição de Economia Linear para Circular
Cada vez mais as empresas estão possibilitando o crescimento econômico aliado à
preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, podendo ser considerado, então, uma
transformação rumo à um modelo econômico sustentável, conservador, integrado, com
sistemas que visam o uso racional dos recursos. De acordo com o Guia de Produção e
Consumo Sustentáveis publicado pelo Fiesp (2015), as empresas passaram a se preocupar
com seus impactos no meio ambiente, que relaciona os funcionários, população em geral, e
principalmente do local no qual estão situados.
O Ministério do Meio Ambiente (2011), define o consumo sustentável como “o uso de
bens e serviços que atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade
de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, a geração de
resíduos e a emissão de poluentes durante todo o ciclo de vida do produto ou serviço, de
modo que não se coloque em risco as necessidades das futuras gerações”. Da mesma forma,
define a produção sustentável como sendo a “incorporação, ao longo de todo o ciclo de vida
de bens e serviços, das melhores alternativas possíveis para minimizar custos ambientais e
sociais. Acredita-se que esta abordagem preventiva melhore a competitividade das empresas e
reduza o risco para saúde humana e ambiental”. Sendo assim, considerar simultaneamente
essas duas questões, torna-se um requisito necessário para a continuidade das empresas. Isso
porque uma empresa que gera menos impactos e seja mais sustentável, é uma empresa capaz
de gerenciar seus riscos e consequentemente uma empresa mais competitiva, tanto pelo seu
ganho no mercado, como por sua posição no mercado.
Grandes empresas que já transformaram seu modo de gestão a um modo mais
sustentável, passaram a exigir de seus fornecedores também que se comportem da mesma
maneira, a fim de que toda a cadeia de valor seja reconhecida como “ecológica” ou “verde”.
Essa condução é repassada a toda a cadeia de valor envolvida, criando o efeito cascata,
impactando positivamente todo o vínculo (GUIA, 2015). Um estudo realizado pela empresa
de consultoria KPMG (KPMG, 2013), advertiu que os países passaram a exigir elaborações
de relatórios de sustentabilidade às empresas, o que mostra mais ainda a importância dessa
transparência entre toda a cadeia de valor. Isso significa que àquelas empresas que
reconhecerem essa exigência como forma uma abertura a oportunidades, passarão a obter
vantagens que posteriormente avançarão sendo mais competitivas.
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3.3 O Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014) havia definido que resíduos
sólidos eram quaisquer restos sólidos ou semissólidos gerados através da atividade humana,
sendo eles de origem industrial, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços, entre outros. A
maioria dos resíduos gerados pelas atividades mencionadas, hoje podem ser reutilizados, ou
seja, reciclados, o que deu origem à uma reestruturação da definição. Dessa forma, essa nova
definição se aplica à lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, bem como
líquidos que não podem ser descartados e propagados na rede pública de esgoto (ABNT
10004, 2014).
Em 02 de Agosto de 2010, a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) foi
intitulada e sancionada pela Presidência da República como Lei n° 12.305. Essa política
propõe e impõe novas dinâmicas, diretrizes, procedimentos e medidas de gerenciamento
correto dos resíduos em ações públicas e privadas no que diz respeito à questão ambiental.
Isso significa que manufatores, importadores e distribuidores são responsáveis pelo ciclo de
vida de seus produtos, assim como os consumidores devem se responsabilizar pela coleta
seletiva estabelecida pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Após
estabelecido a Lei, os municípios e distritos teriam 02 (dois) anos para se adequarem e se
regularizarem diante das responsabilidades, tendo como princípios e objetivos a gestão dos
resíduos sólidos, o direito da sociedade à informação e ao controle social, desenvolvimento
sustentável, prevenção e precaução, entre outras. Essa mesma Lei também prevê a prevenção
e redução da geração de resíduos, através da tentativa de implementação de práticas de
hábitos de consumo sustentável juntamente com instrumentos que possam conceder o
aumento da reciclagem e reutilização desses resíduos além de uma destinação adequada dos
rejeitos (BRASIL, 2010).
Diversos países sabem da importância e estão, progressivamente, implantando os
conceitos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), lei implantada no Brasil em
2010, visa garantir a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, logística
reversa e o acordo setorial. Assim, publicado pelo FIESP, o Guia de Produção e Consumo
Sustentáveis (2015) aponta que, todos os agentes do ciclo produtivo, os consumidores e os
serviços públicos devem minimizar o volume de resíduos sólidos e adotar práticas que
assegurem que os produtos sejam reintegrados ao ciclo produtivo. Na China, a Economia
Circular faz parte da Lei de Promoção da Produção Limpa, promulgada em 2002. Medidas
como a rotulagem ecológica de produtos, difusão de informações sobre questões ambientais
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na mídia e cursos oferecidos pelas instituições de ensino são importantes para familiarizar a
sociedade com a economia circular (EMF, 2012).
Por quase duas décadas de negociação, alguns trabalhos de temáticas análogas foram
analisados por comissões especiais. Somente em 2008, o Grupo de Trabalho na Câmara dos
Deputados viabilizou as deliberações sobre a matéria. A suposição da Logística Reversa
presente na norma, ainda em tramitação, enfrentou resistência do setor industrial, quando
apresenta sobre Responsabilidade Civil Pós-Consumo, que delega e exige aos fabricantes e
importadores de produtos que geram resíduos, a apresentação de propostas para o
recolhimento, tratamento e destinação final de resíduos, direcionando para ações e metas
efetivas para sua viabilidade (BRASIL, 2010).
Instaura-se o mecanismo de logística reversa visando reciclar, reinserir e reaproveitar
resíduos na cadeia produtiva, provendo a disposição ambientalmente adequada dos rejeitos
finais desses processos, assim como promover a inserção social de grupos de catadores
(BRASIL, 2010). Com todo o conceito de sustentabilidade, as empresas, ao passar dos anos,
foram percebendo que o conceito de produzir e transferir um bem ao seu destino final exige
uma abordagem mais ampla, pois envolve atividades e decisões estratégicas que é mais do
que simplesmente movimentar um determinado material de um ponto para o outro. A
Logística, que tem sua origem nas atividades, tarefas e visão de comando dos exércitos da
antiguidade, herdou vários outros “sub conceitos” como o da “logística verde” e
posteriormente “logística reversa”, a qual visa melhorar e aumentar as possibilidades de reuso
dos materiais a fim de recuperá-los (MIGLIANO, 2012). A PNRS define a logística reversa
como:
[...] instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta de
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento,
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.
A logística reversa é considerada um dos temas mais polêmicos da lei, pois
aparentemente ainda há uma forte resistência por parte das empresas no que diz respeito à
responsabilidade que lhes fica atribuída com a gestão pós-consumo e dos custos envolvidos
nessa atividade. Segundo Reveilleau (2011), os resíduos oriundos de bens pós-consumo
considerados pela PRNS, são produtos que devem, após o aproveitamento, retornar à origem
através de mecanismos de logística reversa independentemente da disposição de resíduos. A
terminologia, processos e hierarquia de consumo de materiais da PNRS e sua regulamentação,
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correspondem também com os conceitos da logística reversa em ciclo aberto ou fechado, além
de justificar os “R’s” elementares dessa logística, a saber:
a) reutilizar: prolongar e dar novos usos ao que seria descartado.
b) reduzir: gerando menos resíduos, consumindo menos e de forma mais eficiente.
Através da geração de processos produtivos que utilizem menos matéria-prima.
c) reciclar: tranformação de produtos usados em nova matéria-prima ou em novos
produtos.
Inicialmente, houve resistência de fabricantes e importadores principalmente sob o
pretexto de altos custos para a aplicabilidade desta prática. A responsabilidade do consumidor
no sistema da logística reversa, deve ir além do encorajamento às iniciativas de reciclagem,
reuso e reaproveitamento. Rogers e Tibben-Lembke (1999), definem a logística reversa como
o processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo de
matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes
do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de reconquistar o valor ou
destinar à apropriada disposição.
Já segundo Krumwiede e Sheu (2001), a definição dessa prática depende muito da
própria organização que irá aplicá-la, pois dependendo do segmento, o fornecedor enxerga a
prática como uma forma de retorno do produto pelo consumidor ou como um processo de
retorno de produtos dos consumidores que estejam defeituosos ou que tenham embalagens
reutilizáveis. Apesar de encadeadas, a atribuição de cada parte do sistema é individualizada,
desde o processo de recolhimento, armazenamento, transporte até o encaminhamento para
reutilização, reciclagem ou disposição final ambientalmente adequada. De acordo com Brito
e Dekker (2002), o sistema se faz a partir da coleta, seguida de um processo combinado de
inspeção, seleção e classificação, reprocessamento ou recuperação direta e finalmente uma
redistribuição, conforme esquema da Figura 3.
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Figura 3: Atividades do processo logístico reverso.
Fonte: Adaptado de Brito e Dekker (2002).
Sua implementação é de extrema importância levando em consideração o ambiente
sustentável, além de ser um componente de funcionalidade da economia circular, já que se
refere à reutilização de resíduos, de forma a não ser necessário a utilização de matérias-primas
esgotáveis, e obrigando a reconsideração do processo de produção, afim de reutilizar essa
matéria e retornando os resíduos à sua origem (MIGLIANO, 2012).
3.4 Conceito de Economia Circular (EC)
O conceito de economia circular tem múltiplas origens e, portanto, não pode ser
atrelado a uma única data ou autor. Suas aplicações práticas em sistemas econômicos
modernos e processos industriais ganharam forças desde o final da década de 1970 (EMF,
2010). Economia Circular pode ser entendido por:
[...]uma economia regenerativa e restaurativa por princípio. Seu objetivo é manter
produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo
todo. O conceito distingue os ciclos técnicos dos biológicos. Conforme concebida por
seus criadores, a economia circular consiste em um ciclo de desenvolvimento positivo
contínuo que preserva e aprimora o capital natural, otimiza a produção de recursos e
minimiza riscos sistêmicos administrando estoques finitos e fluxos renováveis. Ela
funciona de forma eficaz em qualquer escala.
O conceito de Economia Circular, embora ainda recente no Brasil, surge de uma
experiência e mais tarde um desafio vindo de uma navegação no interior de um veleiro feito
por Ellen MacArthur. Esse “desafio” deu lugar a um movimento empresarial que mais poderia
ser classificado como destemido. A vivência dos 71 dias percorridos pela britânica por mais
de 50 mil quilômetros – sem os reabastecimentos de suprimentos necessários – foram
essenciais para fornecer a imagem de que apesar de abundantes, os recursos do Planeta são
finitos e que se não forem usados de forma sensata e engenhosa, esgotarão. O resultado é a
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Fundação Ellen MacArthur, que após encontros com ONG’s e líderes empresariais, hoje é
apoiada por empresas globais e organizações ao redor do mundo. A Fundação Ellen
MacArthur foi constituída em 2010 com o objetivo de acelerar a transição para uma economia
circular. Desde a sua criação, a fundação tornou-se um dos líderes do pensamento global
nesse tema, inserindo a economia circular na agenda de tomadores de decisão no mundo dos
negócios, governo e academia (Ellen MacArthur Foundation, UK, 2015).
O consumo que segue o modelo linear de “extrair, transformar e descartar” está
atingindo seus limites físicos. Recentemente, muitas companhias notaram que esse sistema
linear aumenta a chance de exposição aos riscos, elevação dos valores dos recursos e ruptura
de suprimentos (EMF, 2010). A economia circular segue uma utilização racional dos recursos.
Com o uso em cascata dos materiais, eles permanecem o maior tempo possível na economia.
Após um produto chegar ao fim de seu ciclo para o primeiro consumidor, ele pode ser
compartilhado e ter sua utilização ampliada. Posteriormente ao esgotamento de reuso do
artefato, ele pode ser material de upcycling (reaproveitamento), reformado, remanufaturado e,
como última etapa, reciclado. As alternativas de reciclagem atuais operam sobre bens de
consumo que não foram projetados com este cuidado. Esse conceito parte da proposta de
desconstruir a concepção de resíduo com a evolução de projetos e sistemas que privilegiam
materiais naturais que possam ser totalmente recuperados. Para que esse sistema funcione,
todos os envolvidos no ciclo de vida de um produto devem entender seu papel nesse novo
modelo, e não somente as empresas. Além disso, o consumo deve ser desacelerado e
consciente, pois vivemos em um mundo com relações de produção e comércio globalizadas
gerando a necessidade de disseminar o conceito de economia circular mundialmente (EMF,
2012).
O modelo de economia circular, proposto pela Fundação Ellen MacArthur, desde
2010, é um modelo industrial restaurativo ou regenerador, ou seja, substitui o conceito de vida
útil através de restauração utilizando energias renováveis, eliminação de químicos tóxicos e
eliminação de desperdício. Os princípios dessa economia buscam otimizar o processo e o
ciclo de desmontagem e reuso. Dessa forma, o conceito de economia circular separa o ciclo
do produto de descarte e reciclagem com alto índice de energia. A abordagem “cradle to
cradle” (do berço ao berço), onde não existe a ideia de resíduo, e tudo é continuamente um
nutriente para um novo ciclo, assume que os materiais tornam-se “nutrientes técnicos”
(LEITAO, 2015). Isso significa que, o que no sistema linear seria considerado resíduo, no
sistema circular é considerado matéria-prima, sendo inserido no início de outro processo,
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mantendo o ciclo de produção industrial fechado. A economia circular (EMF, 2012) é
composta de alguns princípios, que são eles:
Modelos de negócios que agreguem valor ao produto manufaturado;
Projeção de produtos com inúmeras utilidades: A partir da simulação de sistemas
naturais, em que materiais possam ser recuperados com a intenção de eliminar o
conceito de resíduos;
Desenvolvimento da logística reversa a fim de manter a qualidade e custo.
Pensamento sistêmico: As análises não devem ser feitas em função de cada elemento
por si, mas sim nos fluxos, e em como cada parte do fluxo se inter-relaciona.
Conectar os elementos através de fluxos: Fazer com que os materiais, elementos e
sub-elementos de um fluxo possam ser retomados por outros. Sendo assim, a
manutenção ou agregação de valor – upcycling - deve ser certificada.
Uso racional dos recursos (modelo cascata): A partir do momento em que não haja
mais a possibilidade de redução do consumo, ou seja, o reuso de um produto, o uso em
cascata desse material deve ser procurado a fim de manter o mesmo pelo maior tempo
possível na economia.
Os dois primeiros princípios estão relacionados ao forte investimento em pesquisa e
desenvolvimento. Já o terceiro princípio se relaciona com o aspecto da economia circular com
a normatização dos resíduos sólidos, que se constituem como tópico de grande interesse na
área de desenvolvimento econômico sustentável (AZEVEDO, 2015). A EMF (2012), propõe
ainda as quatro fontes modelos de geração de valor, que são elas:
O poder dos ciclos duradouros: Maximizam o número de ciclos consecutivos, sendo
eles reparados, reutilizados ou inteiramente remanufaturados) e o tempo dentro de
cada ciclo. Dessa forma, os benefícios são adquiridos pois cada ciclo prolongado,
evita a necessidade de novas criações de materiais e consequentemente a eliminação
desses mesmos materiais na economia;
O poder do uso em cascata: Diversificação do reuso dentro da cadeia de suprimentos,
uma vez que terminam as possibilidades de reuso dos produtos, alternativas de
reparação, remanufatura devem ser procuradas;
O poder das substâncias puras, não-tóxicas: Para que os materiais possam ser
recirculados e reinterados nas cadeias, é de extrema importância que haja a redução
do nível de contaminação. Materiais que são puros, não tóxicos, são materiais mais
aptos a serem circulados. Projetar produtos que possam ter seus componentes
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separados facilmente, é um fator contribuinte e importante para elevar o valor que
pode ser extraído de um ou mais ciclos. A redução da contaminação nos produtos
pode trazer benefícios como maior reaproveitamento e redução dos custos de
reciclagem;
O poder dos círculos internos: Quanto mais o sistema se aproxima do reuso direto, ou
seja, o menor ciclo percorrido pelo material no sistema econômico, maior o ganho e
agregação de valor sobre o mesmo. Tendo as ineficiências ao longo da cadeia linear
de suprimentos, os ciclos menores serão mais beneficiados se comparados aos efeitos
de substituição de materiais virgens. Essa análise é mais positiva ainda quando se
observa as situações de longo prazo, onde há propensão a aumento no preço das
matérias-primas.
A maneira de lidar da Economia Circular é através da divisão do uso dos materiais em
dois fluxos que são eles o de nutrientes biológicos e o de nutrientes tecnológicos. O primeiro
fluxo deve ser destinado à reintegração nos ciclos a ser constituído um novo capital natural. Já
o segundo fluxo deve ser delineado a circular em ciclos consecutivos sem deixar de agregar
valor, ou seja, devem ser designados a não retornar à biosfera na forma de resíduo em aterros
(EMF, 2012). Dessa forma, faz-se uma distinção entre “consumir” e “utilizar” os recursos
com a plena visão da necessidade de erradicar a extração de novas reservas e novos recursos
pela regeneração daqueles materiais gerados através das atividades econômicas. De qualquer
maneira, a ideia desse conceito não é inédita e nova, pois atrela-se à conceitos com os
mesmos princípios como o gerenciamento do ciclo de vida, a ecologia industrial, a economia
azul, o “design regenerativo”, entre outros. Alguns desses conceitos focam na eficiência do
processo, ao passo que a EC salienta o projeto dos produtos, ou seja, o design, a fim de
utilizar os materiais e torná-los possíveis de serem reinseridos nos ciclos, de maneira a não
desagregar valor e consequentemente consumir menos, com mais qualidade e mais
durabilidade. Outra proposta da EC, é a substituição de recursos materiais e energéticos
escassos por ilimitados, o que traz benefícios econômicos irrefutáveis à sociedade (EMF,
2012).
A economia circular tem seus benefícios que são tanto operacionais como estratégicos,
ambos em níveis micro e macroeconômico. Esse sistema agregou diversos conceitos criados
no último século, como design regenerativo, economia de performance, cradle to cradle – do
berço ao berço, ecologia industrial e blue economy para desenvolver um modelo estrutural
para a regeneração da sociedade. O conceito de economia circular é baseado nessa
inteligência da natureza, onde os resíduos são insumos para produção de “novos produtos”.
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No meio ambiente, por exemplo, restos de frutas consumidas por animais se decompõem e
viram adubo para plantas. Esse conceito também é chamado de “cradle to cradle” (do berço
ao berço), onde não existe a ideia de resíduo, e tudo é continuamente um nutriente para um
novo ciclo. Transportando essa dimensão para a indústria de produtos, a cadeia produtiva
seria repensada para que peças de eletrodomésticos, por exemplo, pudessem ser reprocessadas
e reintegradas à cadeia de produção como componentes ou materiais de outros (EMF, 2012).
William Mc Donough e Michael Braungart desenvolveram o conceito de “cradle to
cradle” no qual o desenho do produto é planejado de modo que todos os processos e partes
que o compõem possam ser reutilizados em processos posteriores, após o descarte
(VOORTHUIS; GIBEL, 2010, apud COLLATTO, DE MELO MANGANELI, OSSANI,
2016). O foco do “cradle to cradle” incide no início do processo, o que pode ser uma das
diferenças em relação ao pensamento convencional da sustentabilidade. Ainda segundo
Voorthuis e Gibel (2010 apud COLLATTO, DE MELO MANGANELI, OSSANI, 2016), o
projeto é composto de três principais decisões, que são elas a equidade, ecologia e economia,
além de custo-eficácia, competitividade e lucratividade. Os autores afirmam que a missão
envolvida no projeto de um produto desde seu início, se dá pela busca de eliminação completa
de resíduos. Ou seja, essa prática, se projetada corretamente, os materiais e processos poderão
ser oferecidos novamente como matéria-prima para um novo produto. Deve-se levar em
consideração, de que no conceito “cradle to cradle”, quaisquer materiais tóxicos e poluentes
são excluídos dos nutrientes, afim de que os materiais sejam biologicamente compatíveis. Em
resumo, a essência do conceito parte do princípio de produzir mais com zero de emissões e
resíduos (PERALTA, AGUAYO, LAMA, 2012).
Considerações Finais
Por meio da revisão da literatura é possível observar que o conceito de EC ainda é
muito embrionário na economia brasileira, porém, apresenta um enorme potencial de
modernização das políticas de resíduos, principalmente a brasileira, tendo como base e
inspiração, os princípios da EC. Além disso, a economia circular representa um potencial
econômico no mercado futuro, em função de uma maior exigência do mercado de consumo de
produtos sustentáveis e possível escassez de recursos. Apesar disso, o modelo circular
economicamente perfeito não é ainda colocado em prática, visto que o pleno funcionamento
dessa economia ultrapassa somente os conceitos de reciclagem e logistica reversa, mas
também o uso correto de recursos naturais, materiais que não agridem o meio ambiente,
utilização de fonte de energia renovável, entre outros.
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De qualquer forma, a grande vantagem desse modelo, é demonstrar que trazendo os
materiais de volta ao ciclo é economicamente rentável, embora haja necessidade de atenção
ao planejamento para aplicação das estratégias para incorporar e otimizar os processos
sustentáveis com a finalizade de não causar danos ao meio ambiente com esse produto, como
enfatiza o conceito de “cradle to cradle”. O Brasil ainda enfrenta dificuldades na implantação
da economia circular devido à propria PNRS – que tenta criar um ambiente propício ao
crescimento da economia sustentável no país – que determina a responsabilidade das
organizações de criar formas de descarte de resíduos através da logística reversa. É preciso
que a PNRS seja concebida para que assim se torne efetiva e consequentemente a economia
circular tomará forma, concretizando a regularidade entre a tríade da sustentabilidade:
ambiental, econômico e social.
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