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DA TEORIA DO VALOR

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slide 5 de economia (direito)

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DA TEORIA DO VALOR

DA TEORIA DO VALOR

Introduo

A discusso do valor um dos temas de maior relevncia na Economia. No entanto, os manuais de Economia dificilmente trazem uma unidade especial destinada a debater a sua origem, estruturao e desenvolvimento, e quando trazem, quase sempre o fazem de forma muito pouco crtica, ampliada e desatrelada da formao sistmica vigente.

Para abordarmos o valor, inicialmente, procuraremos apresentar as concepes desenvolvidas sobre como se formam os preos das mercadorias*, melhor dizendo, o que faz com que os produtos tenham preos. E, tambm, por que estamos dispostos a pagar um determinado preo por um produto quando poderamos pagar um outro preo muito menor por ele.

Na formao dos valores, os preos organizam-se de forma relativa. Diversos computadores da marca X equivalem a um carro da marca Y. Na realidade, os preos relativos das mercadorias acabam alertando os consumidores, que obedecem renda disponvel, tendo, por isso, restrio oramentria, em uma economia na qual os salrios e os juros tambm so preos. Recordemos a situao dos juros exorbitantes que pagamos para adquirir uma determinada mercadoria a prazo na economia brasileira. Esses juros, no fundo, agem como barreira para frear o consumo e, portanto, adquirem a forma de preos.

As escolas do pensamento econmico desenvolveram inmeros estudos com a inteno de entender o valor. Inicialmente, gostaramos que voc ficasse com a idia de que o valor se refere ao preo de uma determinada mercadoria em relao a uma outra. Se, por exemplo, um carro custa R$ 30.000,00, e um computador, R$ 3.000,00, podemos com certeza afirmar que um carro equivale a dez computadores.

Mas, ento, o que pretende explicar a Teoria do Valor?

No nosso entendimento, a Teoria do Valor possibilita a compreenso do motivo que leva um carro a custar o equivalente a dez computadores, e no o equivalente a cinco, ou mesmo a um, e facilita a troca no mercado, tendo em vista que os produtos, na sua maior parte, so produzidos para serem comercializados (valor-de-troca). Na Economia, entender os preos relativos auxilia e muito a compreenso da apropriao da renda e da situao entre economias desenvolvidas e em processo de desenvolvimento.

Com o estudo centrado na Economia Poltica, visualiza-se melhor a situao do trabalho, da acumulao do capital, do lucro, da distribuio da riqueza, da industrializao, do setor agroindustrial, do comrcio, das famlias, do governo, etc. Embora o propsito desta Unidade no seja a de estudar Economia Poltica, muitos dos focos tero o uso das suas ferramentas para melhor ilustrar as mais variadas situaes.

Em quantas teorias se divide a Teoria do Valor?

A Teoria do Valor divide-se em duas teorias:

Teoria do Valor-Trabalho: explica a formao do valor de uma mercadoria pela quantidade de trabalho inserida no seu processo de produo e enfoca os custos presentes; e

Teoria do Valor-Utilidade: explica a produo e o consumo pela capacidade de satisfao que provoca em ambos. Na Teoria do Valor-Utilidade, o ponto de equilbrio nos mostra o lugar onde tanto produtores quanto consumidores se encontram satisfeitos.

Note que o termo mercadoria tem uma conotao provocativa e no esconde o objetivo da conquista do maior lucro possvel. As leis de produo, reproduo e distribuio das mercadorias na Economia Poltica auxiliam-nos no entendimento mais profundo da sua engrenagem.

significativo frisar que nem toda mercadoria produzida vai para o mercado, e quando uma mercadoria til, mas no comercializada no mercado, dizemos que ela possui apenas valor-de-uso.

Uma mercadoria somente possui valor-de-troca quando entra no mercado para ser comercializada. Portanto, uma mercadoria com valor-de-troca contm diferentes valores-de-uso, sendo medida por um parmetro comum que o trabalho.

Assim, independente da posio ideolgica assumida, necessrio que voc conhea a Teoria do Valor-Trabalho e a Teoria do Valor-Utilidade para poder compreender o funcionamento orgnico do sistema econmico na sua plenitude. So as caractersticas dos mercados que nos fornecem os detalhes de como os preos acabam sendo formados. Entender a relao de funcionamento entre preos e custos ajuda-nos na compreenso da formao do lucro e no entendimento das crises, que so dificuldades originadas em funo do decrscimo da taxa de lucro nas economias.

Sem a pretenso de esgotar o assunto, que merece um estudo mais aprofundado, cabe observar que a crise pode se estabelecer pela superproduo ou pela estagnao. Quando ocorre superproduo, os produtos acabam sobrando nas prateleiras, pois a renda existente no mercado no consegue absorver to rapidamente o aumento da produtividade trazido pela tecnologia, e quando ocorre estagnao, o mercado j utilizou toda a capacidade instalada e no tem condies de atender crescente demanda do mercado.

Fundamentao da Teoria do Valor

O uso da Teoria do Valor se alterou ao longo do desenvolvimento da Economia, assumindo as feies de cada poca, sem deixar, entretanto, de adquirir uma compreenso cada vez mais aprofundada da questo. No perodo medieval, por exemplo, o valor era esttico, e o preo vinculava-se ao que a moral considerava justo. Apenas, mais frente, que o preo justo passou a coincidir com o preo do mercado competitivo e acabou sendo considerado moralmente correto, com o aval da Igreja. O lucro nessas transaes comeou a ser aceito e considerado normal. Mesmo antes do surgimento da Escola Clssica, havia indcios de a questo do valor estar relacionada renda e ao lucro. No entanto, naquela poca, lucros exorbitantes, como referido anteriormente, no eram aceitos.

Como a explicao adquiriu um rumo mais coeso?

Apesar dessas reflexes sobre valor, foi com Adam Smith (1981) que a explicao adquiriu um rumo mais coeso em direo insero do trabalho na fundamentao, afastando-se um pouco da concepo de utilidade e escassez, sem, no fundo, neg-la. Concebia-se e ainda permanece sendo muito aceita a questo do valor ligada escassez dos produtos, que tem hoje no diamante a sua melhor explicao.

A gua, que era considerada um produto abundante, nos dias atuais, devido degradao ambiental, comeou a se tornar escassa e tende, em breve, a se tornar um produto dos mais procurados, inclusive mais at que o diamante, pois se trata de produto essencial, e no suprfluo.

Entretanto, com relao ao que postula Smith, prudente observar que a Teoria do Valor formulada pelo estudioso da Economia Clssica se respalda na Teoria da Mo Invisvel.

Voc j ouviu falar na Teoria da Mo Invisvel?

Segundo esta teoria, o prprio mercado seria o maior encarregado pelo permanente restabelecimento do equilbrio, ajustando a demanda e a oferta num ponto timo, tido como preo natural (ponto de satisfao dos demandantes e dos ofertantes aptos e dispostos a participar).

Num mercado de competio perfeita, explicava Adam Smith, quando a demanda excedia oferta, a competio entre os demandantes se acirrava (situao decorrente de guerras, calamidades, etc.), e, quando a oferta excedia demanda, a competio entre os ofertantes que se acirrava (desenvolvimento tecnolgico, produo ampliada, etc.).

Cabe observar que, como os preos so expressos em moeda e cada moeda varia de pas para pas, Adam Smith distinguiu o preo real do preo nominal, ao considerar o primeiro como possuidor sempre do mesmo valor, e o segundo como aquele que varia, originando dessa formulao a concepo da necessidade da instituio de uma moeda estvel.

Nesse contexto da anlise, observa Adam Smith que o trabalho se constituiu na medida de valor aceita universalmente e que mais se aproxima da exatido dos custos, sendo considerado, portanto, um dos melhores comparativos para quando se quer conhecer o valor de um determinado produto. Por exemplo, converter o preo de um produto vendido em ris, na segunda metade do sculo XIX, para o real de

hoje se tornaria uma tarefa quase impossvel, devido existncia de outras moedas pelo caminho.

Mas uma forma de conhecer o seu valor nos preos de hoje seria verificar quantas sacas de caf se compravam com X valor em ris e, ao obter-se o nmero de sacas, verifica-se quanto esse nmero de sacas corresponde em reais. Pode no ser um valor to exato, mas o possvel e o que mais se aproxima do corrente. A descoberta disso foi muito importante para a Economia.

Um outro estudo foi realizado para compreender a Teoria do Valor. Voc saberia dizer qual?

A concepo de valor para Ricardo (1985) passou a ser discutida a partir de um problema no levantado por Adam Smith: o modo como as mudanas relativas das quantidades de terra, de trabalho e de capital eram incorporadas no processo de acumulao e no processo de crescimento do produto.

A Teoria da Renda da Terra de Ricardo parte para a discusso de como ficou a situao com o crescimento da populao e a incorporao das outras terras at ento em desuso. Nessa formulao, o valor depende da fertilidade da nova terra incorporada ao cultivo, sendo necessrio o aumento do preo para cobrir os custos da terra menos produtiva. Assim, no valor produtivo retirado da terra de menor qualidade, a renda determina o preo, e no o contrrio.

Em outras palavras, o produto (no caso, o trigo) no se torna elevado por causa do pagamento da renda, e sim pelo motivo de o produto ter preo elevado que se paga uma renda. Para Ricardo (1985), todas as classes, com exceo da dos proprietrios de terras, eram prejudicadas pelo aumento do preo do produto.

A incorporao das terras menos frteis ao processo de produo, devido ao aumento da populao, e a necessidade de ampliao da quantidade produzida faziam com que os salrios, segundo o autor, tendessem a crescer e, com isso, os lucros despencassem, chegando ao ponto de ocasionar a presena do que chamou de Estado Estacionrio*, se nada fosse feito. E, para resolver o impasse, adotou a criao do Salrio de Subsistncia, necessrio apenas para a garantia das prprias necessidades, pois, se o salrio aumentasse muito, aps o pagamento da renda da terra, cada vez uma menor quantidade de lucro sobraria para o produtor.

Ricardo (1985) alertou que o preo a ser pago pelo trabalho incorporado na produo de um determinado produto acabava se dirigindo a um valor de subsistncia, por ser determinado pela oferta, de forma independente da demanda. A Teoria do Custo est bastante presente na formulao ricardiana, e a questo do trabalho destaca-se de forma fundamental, por explicar o valor a partir dos salrios e dos lucros. Para Ricardo (1985), a quantidade de trabalho incorporada no

processo e a durao do capital interferiam na variao das trocas. Em sua teoria, chegou-se a medir o valor relativo de uma mercadoria em relao quantidade de trabalho-horas empregado.

Enquanto Adam Smith se preocupou mais com o crescimento, Ricardo investigou a distribuio, construindo uma Teoria do Valor Relativa, dependente do trabalho incorporado, mas frgil na operacionalizao por no ter avanado na parte monetria, ao supor tudo constante. Contudo, na Economia Internacional, a Teoria das Vantagens Comparativas entre pases, at os dias atuais, tem sido objeto de apreciao. A Teoria das Vantagens Comparativas* tornou-se o carro-chefe das teorias para quem quer entender, no comrcio internacional, as oportunidades de se produzirem determinados tipos de produtos a serem colocados na pauta de comercializao.

O exemplo utilizado por Ricardo foi o caso da Inglaterra, que produzia tecido e trocava com Portugal, que produzia vinho. Na concepo de Ricardo, cada pas, ao se especializar naquilo que fazia melhor, adquiria vantagens nas trocas, possibilitando melhores resultados para sua economia.

Como se deu a relao da Teoria Marxista com a Teoria do Valor? Qual o legado de Marx para a Cincia Econmica?

A Teoria do Valor Marxista, formulada por Karl Marx (1985), constituiu-se numa teoria que levava em conta a importncia do valor e do crescimento para o entendimento do funcionamento da economia. Marx perseguiu as formulaes de Ricardo, tendo dedicado especial ateno Teoria do Valor incorporado ao trabalho e Teoria da Taxa de decrscimo do lucro.

Embora influenciado por Ricardo, os estudos de Marx ampliaram o leque das interpretaes sobre o valor e propiciaram uma compreenso diferente para o funcionamento do sistema econmico, de forma essencialmente orgnica. Marx tinha grande conhecimento de Filosofia, Histria e Direito, e fundamentou os estudos realizados em pesquisas empricas*. Ao dedicar-se ao estudo da Economia Poltica, Marx enveredou-se para a discusso do processo de produo como o determinante do funcionamento da economia.

A diferena entre Ricardo e Marx, nas formulaes tericas, reside na sua forma dinmica de abordar o funcionamento econmico e por querer conhecer, desde sua origem, a forma da distribuio do produto. Marx fez duras crticas Economia Poltica Clssica e evocou uma anlise sobre a Economia em profundidade e de longo prazo.

A relao trabalho-capital foi totalmente esmiuada por Marx, separando os produtores (donos dos meios de produo) dos trabalhadores (vendedores da fora de trabalho*). H que se registrar que Marx buscou compreender a situao da distribuio na economia e trouxe de volta a idia dos conflitos entre produtores e trabalhadores, levantados anteriormente pelos estudiosos do socialismo utpico.

Na Teoria do Valor-Trabalho, Marx construiu a Teoria da Mais-Valia e recomps o modo como os lucros se formavam numa sociedade formada por produtores e trabalhadores, para demonstrar detalhadamente os conflitos existentes entre capital e trabalho. Na concepo de Marx, era atravs do trabalho incorporado na mercadoria que a medida do valor se institua, ou seja, em qualquer produto produzido, o trabalho incorporado que criava valor.

A fora de trabalho, num mercado como o que foi analisado por Marx, tambm se transforma em mercadoria e passa a ser vendida por um valor que cobre apenas a sua subsistncia. Na anlise de Marx, a diferena entre o trabalho realizado e o que era pago ao trabalhador o que ficou conhecido como mais-valia* e que explicaremos mais frente, atravs do esquema de reproduo do capital.

Na Teoria Marxista, o valor encontra-se presente na produo, na distribuio e na troca. O conceito de exrcito industrial de reserva, criado por Marx, destacava que os trabalhadores que ficavam de fora do sistema acabavam fazendo com que os salrios permanecessem baixos, pois a qualquer hora, caso alguns trabalhadores se sentissem insatisfeitos, poderiam ser substitudos por outros novos trabalhadores

a perder de vista.

Marx explicou detalhadamente a relao entre o capital e a produo, ressaltando os custos. Ele qualificou de trabalho direto aquele despendido diretamente pelo trabalhador para produzir uma determinada mercadoria e o denominou de capital varivel (v).

Com relao s mquinas e aos instrumentos utilizados na produo, denominou de

capital constante (c), e o lucro, a parte que fica com o produtor, e que apropriada do trabalho realizado, de mais-valia (m). Na concepo marxista, o valor-de-troca pode ser traduzido em c+v+m, e o valor refere-se aos trabalhos direto e indireto, socialmente utilizado na produo, enquanto a moeda faz a equivalncia dos valores, e a mercadoria traduz a equivalncia relativa. Um carro de uma determinada marca, referido inicialmente, que custa R$ 30.000,00, refere-se ao Valor Relativo, e a moeda, ao Valor Geral. Deduzimos, ento, a partir da fundamentao marxista, que o valor exerce influncia determinante sobre o preo.

Prosseguindo com Marx, para o entendimento da formao orgnica do nosso sistema de produo, basta dividir o capital constante pelo capital varivel, que se encontra a composio orgnica do capital.

J a taxa de lucro (L), para ele, descreve a relao entre a mais valia (m) e a compra de mquinas e matrias-primas (v): L= m/c+v.

A lei de tendncia ao decrscimo da taxa de lucro, que explica o funcionamento contraditrio do processo de produo, ora em crise pela superproduo, ora pela estagnao, buscou mostrar o funcionamento do capital diante da tendncia ilimitada do desenvolvimento das suas foras produtivas, aqui entendidas como meio de produo e fora de trabalho utilizados para produzir mercadorias.

No esquema desenvolvido, o capital-dinheiro acumulado, ao invs de dirigir-se diretamente para o setor comercial, passa a ser aplicado na esfera da produo. Ento, o esquema simples de produo:

Dinheiro Mercadoria Dinheiro passou a ocorrer da seguinte forma:

Dinheiro Mercadoria (Matria-Prima e Fora de Trabalho) Produo Dinheiro

O esquema apresentado demonstra que o produtor pega o seu dinheiro e o transforma em capital, comprando mquinas, matrias primas e fora de trabalho para produzir mercadorias, vendidas por um preo mais elevado em relao ao dinheiro inicial. Logo, a diferena entre D e D o que passou a ser chamado de mais-valia e tem origem no processo de produo.

Embora haja muito mais para falar de Marx, acreditamos ter abordado o essencial e esperamos ter despertado em voc a satisfao de conhecer ainda mais o sistema por dentro.

Como ficou a Teoria Neoclssica com relao Teoria do Valor?

A Teoria Neoclssica, na tentativa de auxiliar o desenvolvimento da economia e sem pretenses de construir uma Teoria do Valor, se contraps ao estudo de Ricardo e apresentou a formulao que ficou conhecida como marginalista, dependendo o valor de um determinado produto, no tanto da quantidade de trabalho nele introduzida, mas da sua utilidade. Nesse contexto, houve estudos que, embora fossem marginalistas, no descartavam por completo o trabalho incorporado, levando em conta os dois fatores.

Quem se destacou nesta parte foi Alfred Marshall, ao observar que a oferta e a demanda entravam na discusso de forma interdependente, ou seja, a demanda amparada na concepo da utilidade marginal* e a produo amparada na concepo da produtividade marginal.

Embora a anlise de Marshall tenha sido a do equilbrio parcial em contraposio de Walras, que buscou o equilbrio geral, sua concepo levou em conta o tempo e, com isso, possibilitou uma situao mais apropriada para a construo do preo, por estar mais prxima da realidade. Era o comeo da anlise microeconmica, que dava as suas fortes contribuies, em contraposio anlise macroeconmica dos clssicos. Foi o perodo em que o comportamento tanto dos consumidores quanto dos produtores passou a ser analisado a partir das anlises de custo marginal e da utilidade.

Com todo esse aparato que levava em conta as mais diversas situaes, Marshall construiu uma Teoria da Distribuio, segundo a qual a distribuio de renda ocorreria por conta do prprio mercado de concorrncia. Cabe ressaltar que os neoclssicos se recusaram a enfrentar o problema do valor por dentro, no intuito de investigar mais profundamente as causas determinantes das situaes em andamento, e acreditaram ser a economia uma rea que se movimentava de forma

bastante independente.

Contudo, alguns estudiosos, seguidores de Marshall, desenvolveram novas teorias, levando em conta as imperfeies do mercado, como Pigou e Joan Robinson, em busca da formulao de uma Teoria do Bem-Estar. Sem dvida, Marshall, na Teoria Neoclssica, teve os seus mritos e muito contribuiu para o entendimento da realidade dos empresrios e dos consumidores, apesar de no ter se constitudo numa teoria do valor.

Uma conversa Resumida bem ao P do Ouvido

A Teoria do Valor-Trabalho mostra todos os custos no processo de produo de uma determinada mercadoria. Levanta desde as matrias- primas, as instalaes, as mquinas (capital constante) e a fora de trabalho (capital varivel) empregada na produo de uma determinada mercadoria. Como todos se utilizam do trabalho, este passa a ser o componente principal para a formulao do valor. O tempo do trabalho socialmente empregado para produzir alguma mercadoria acaba sendo levada em conta. Portanto, do trabalho despendido que se origina o valor da mercadoria. Logo, a Teoria do Valor-Trabalho explica a formao do trabalho social na Economia e permite compreender o funcionamento da economia no mundo (em termos macroeconmicos).

A Teoria do Valor-Utilidade procura explicar a formao do valor a partir da utilidade. Quando desejamos ou necessitamos muito comprar algum produto, normalmente estamos dispostos a pagar o preo que nos pedem, no nos importando com o valor a ser gasto. Realizada a satisfao, um segundo produto no ter mais a mesma importncia, bem como um terceiro, um quarto, etc.

Logo, segundo a Teoria do Valor-Utilidade, os produtos dependem muito da satisfao, e a curva que representa a situao descrita tem, por isso, um formato decrescente.

O grau maior de satisfao na Teoria da Utilidade se d no ponto de interseco entre a curva da oferta e a curva da demanda, e ficou conhecido como ponto de equilbrio. A curva de indiferena* que traz a representao grfica das opes de cestas para o consumo indiferente do consumidor (mesma satisfao). Na realidade, atravs da curva de indiferena, os consumidores demonstram a sua opo num determinado momento, respeitando a satisfao. um debate dos mais

interessantes, pelo fato de entrar no mundo subjetivo e objetivo (restrio oramentria) do consumidor.

A Teoria do Valor-Utilidade est repleta de imperfeies, pois as empresas mais fortes interferem no mercado, e as decises dos compradores nem sempre so to soberanas, uma vez que acabam sofrendo a interferncia da propaganda. Nem a presena do governo nem a interferncia de empresas so requisitadas. o liberalismo em plena ao, buscando atender satisfatoriamente tanto os produtores quanto os consumidores.

Portanto, das Teorias do Valor, se voc nos perguntasse qual delas recomendaramos, sem titubear, diramos para ter ateno para com as duas formulaes. Desde Adam Smith, a Economia vem lutando em busca da compreenso do valor e do desenvolvimento. Contudo, somente na atualidade passamos a ser um pouco mais conscientes do nosso papel no processo econmico. Se nem tudo ocorreu de acordo com as previses dos tericos, no deve ser este um motivo para deixarmos de estud-los, afinal estudamos Economia, e no Futurologia*.