“É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”....

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Page 1: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,
Page 2: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

““É indigno de um homem não saber se É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do defender pela palavra, a arma própria do homem”homem”.. AristótelesAristóteles

““A natureza se explica, enquanto que A natureza se explica, enquanto que a cultura se compreende”. a cultura se compreende”. Wilhelm DiltheyWilhelm Dilthey

““A prática do Direito consiste de modo A prática do Direito consiste de modo muito fundamental em argumentar”.muito fundamental em argumentar”.

Manuel AtienzaManuel Atienza ““Argumentar é fornecer motivos e Argumentar é fornecer motivos e

razões”. razões”. Tércio Sampaio Tércio Sampaio

Page 3: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

O Direito é Lógica ou Retórica?O Direito é Lógica ou Retórica? É demonstração ou argumentação?É demonstração ou argumentação? Viehweg acentua que o propósito, característico da Viehweg acentua que o propósito, característico da

época moderna de atuar no Direito com um método época moderna de atuar no Direito com um método dedutivo, isto é, de dotar de caráter científico a dedutivo, isto é, de dotar de caráter científico a técnica jurídica, é assim, equívoco, porque técnica jurídica, é assim, equívoco, porque obrigaria a uma série de operações e mudanças no obrigaria a uma série de operações e mudanças no Direito que são invariáveis. Seria necessária a Direito que são invariáveis. Seria necessária a axiomatização do Direito, o estabelecimento da axiomatização do Direito, o estabelecimento da proibição de interpretar as normas, permitir o non proibição de interpretar as normas, permitir o non liquet, uma intervenção contínua do legislador, e liquet, uma intervenção contínua do legislador, e estabelecer preceitos de interpretação de fatos que estabelecer preceitos de interpretação de fatos que se orientassem exclusivamente para o sistema se orientassem exclusivamente para o sistema jurídicojurídico..

Page 4: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

RetóricaRetóricaRetórica para ele é uma Retórica para ele é uma technetechne

AristótelesAristóteles RETÓRICA E DISCURSORETÓRICA E DISCURSO

  

Segundo Olivier Reboul: Segundo Olivier Reboul:

Retórica a arte de persuadir pelo Retórica a arte de persuadir pelo discursodiscurso, enquanto o , enquanto o discursodiscurso é toda é toda

produção verbal, escrita ou oral, constituída produção verbal, escrita ou oral, constituída de uma frase ou uma seqüência de frases de uma frase ou uma seqüência de frases que tenha começo meio e fim e apresente que tenha começo meio e fim e apresente

certa unidade de sentido.certa unidade de sentido.

Page 5: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

A retórica aplica-se aos A retórica aplica-se aos discursos persuasivos:discursos persuasivos:

pleito advocatício;pleito advocatício; sermão;sermão; cartaz publicidade;cartaz publicidade; panfleto;panfleto; alocução política;alocução política; propaganda;propaganda; defesa em um júri, etcdefesa em um júri, etc

Page 6: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

Meios persuasivosMeios persuasivos RacionaisRacionais:: raciocínio silogístico (entimemas); raciocínio silogístico (entimemas);

exemplos;exemplos; LogosLogos – argumentação racionalmente – argumentação racionalmente

objetiva;objetiva; AfetivosAfetivos:: EthosEthos – o caráter que o orador deve assumir – o caráter que o orador deve assumir

para angariar confiança do auditório;para angariar confiança do auditório; PatosPatos – as tendências, os desejos do auditório – as tendências, os desejos do auditório

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Ação do orador sobre as paixões, os desejos e as emoções do auditório, para facilitar a persuasão;apresentação do caráter do orador, dando peso às suas palavras;

Conjunto de emoções, paixões e sentimentos que o orador deve suscitar no auditório com seu discurso;

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O discurso persuasivo O discurso persuasivo comporta:comporta:

Aspecto argumentativo; Aspecto oratório: gestos, tom de voz,

ornato, figuras de linguagem, metáfora, hipérbole, antítese,etc.

demonstrativo

racional

argumentativo

retórico

oratório

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Funções da Retórica Funções da Retórica Segundo Reboul Segundo Reboul

1.Persuasiva1.Persuasiva: argumentação e oratória;: argumentação e oratória; 22..Função hermenêuticaFunção hermenêutica: “arte de interpretar : “arte de interpretar

textos”.textos”. O orador deve compreender seu O orador deve compreender seu interlocutor e fazer-se compreendido.interlocutor e fazer-se compreendido.

3.Função heurística3.Função heurística: do verbo : do verbo euro, eurekaeuro, eureka, , encontrarencontrar

- função de descoberta;- função de descoberta;

- fornecer elementos para uma decisão possível- fornecer elementos para uma decisão possível 4.Função pedagógica4.Função pedagógica: a busca de adesão do : a busca de adesão do

auditório envolve uma aprendizagem.auditório envolve uma aprendizagem.

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Horizontes HistóricosHorizontes Históricos Origem Grega – Judiciária Nasceu na Sicília – por volta de 465 a AC Retórica

– não argumenta a partir do verdadeiro, mas a partir do verossímil

Precursores 1.Córax: inventor do argumento que leva seu nome,

o córax - ajudar os defensores das piores causas;Ex: “Se o réu for fraco, dirá que não é verossímil ser ele o agressor”. “Se o réu for forte, se todas as evidências lhe forem contrárias, sustentará que, justamente, seria tão verossímil julgarem-no culpado que não é verossímil que ele o seja”.

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2.Górgias - discípulo de Empédocles - criou o discurso epidíctico – elogio público. - discurso eloqüente – elogio de Helena. 3.Protágoras – mestre da eloqüência. “Não existe uma verdade em si, mas uma verdade de uma pessoa, de uma cidade, de cada indivíduo”. 4.Outros pensadores - Isócrates;Trasímaco,

Eueno de Paros, Terámenes, Polícrates, Alcidamos e outros.

5.Aristóteles - a Retórica e a Dialética Aristóteles dá um tratamento sistemático à retórica; - preocupa-se com o âmbito opinativo da experiência

humana, a doxa.

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“O bom advogado não é aquele que promete a vitória a qualquer custo, mas aquele que abre para a sua causa todas

as probabilidades de vitória.” Aristóteles

Dialética – “não é moral, nem imoral, simplesmente porque no fundo, ela é um jogo. Num jogo o problema é ganhar (...) respeitando as regras da lógica”. Reboul

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Relação entre dialética e Relação entre dialética e retóricaretórica

Ambas são capazes de provar uma tese quanto o seu contrário;

Ambas são universais; Ambas podem ser praticadas por hábito ou ser

ensinadas; Ambas apóiam-se no verossímil. Entretanto, a retórica é uma aplicação da

dialética; A retórica utiliza a dialética como meio, entre

outros, de persuadir

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Três gêneros do discursoTrês gêneros do discurso

JudiciárioJudiciário: acusa/defende: acusa/defende

DeliberativoDeliberativo (ou político): aconselha ou (ou político): aconselha ou desaconselhadesaconselha

EpidícticoEpidíctico: louva, censura, elogio, : louva, censura, elogio, censura pública.censura pública.

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Estrutura do DiscursoEstrutura do Discurso

Introdução:Introdução:

Exórdio: início do discursoExórdio: início do discurso função essencialmente fáticafunção essencialmente fática objetiva tornar o auditório dócil, atento e objetiva tornar o auditório dócil, atento e

benevolente;benevolente; exposição clara, breve da questão a ser tratada;exposição clara, breve da questão a ser tratada;

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Estrutura do DiscursoEstrutura do Discurso

DesenvolvimentoDesenvolvimento:: 11.Narração dos fatos referentes à causa,.Narração dos fatos referentes à causa, exposição das idéias;exposição das idéias; - exige-se clareza, brevidade;- exige-se clareza, brevidade; - ordem cronológica ou psicológica (flash-back);- ordem cronológica ou psicológica (flash-back); - prevalece o - prevalece o logoslogos sobre o sobre o pathospathos e o etos e o etos;; 22.Confirmação ou apresentação do conjunto de .Confirmação ou apresentação do conjunto de provas seguido por uma refutação que destróiprovas seguido por uma refutação que destrói os argumentos adversários;os argumentos adversários; - argumentos fortes, fracos, retorno aos fortes;- argumentos fortes, fracos, retorno aos fortes;

Page 17: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

Digressão e PeroraçãoDigressão e Peroração DigressãoDigressão momento de relaxamento;momento de relaxamento; visa distrair o auditório, apiedá-lo ou indigná-lo;visa distrair o auditório, apiedá-lo ou indigná-lo; Peroração – Peroração – o fechamento do discurso; é a alma o fechamento do discurso; é a alma

da retórica.da retórica. Divide-se emDivide-se em:: 1.Amplificação – insiste nas teses apresentadas. 1.Amplificação – insiste nas teses apresentadas.

Ex:. Chama atenção para a necessidade de se Ex:. Chama atenção para a necessidade de se castigar o réu de forma exemplar.castigar o réu de forma exemplar.

2.Paixão – busca-se despertar piedade ou 2.Paixão – busca-se despertar piedade ou indignação no auditório.indignação no auditório.

3.Recapitulação – resumo da argumentação.3.Recapitulação – resumo da argumentação.

Page 18: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

Qualidade da ArgumentaçãoQualidade da Argumentação correção;correção; estilo;estilo; clareza;clareza; exclusão de preciosismos;exclusão de preciosismos; adaptação do estilo ao auditório;adaptação do estilo ao auditório; brevidade;brevidade; uso moderado de figuras de linguagem;uso moderado de figuras de linguagem; saber fazer entender-se e fazer-se saber fazer entender-se e fazer-se

saborear. saborear. (Reboul)(Reboul)

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Argumentação X DemonstraçãoArgumentação X Demonstração A argumentação se distingue da demonstração nos A argumentação se distingue da demonstração nos

seguintes aspectos:seguintes aspectos:

- dirige-se a um auditório;- dirige-se a um auditório;

- expressa-se em língua natural;- expressa-se em língua natural;

- suas premissas são verossímeis;- suas premissas são verossímeis;

- sua progressão depende do orador;- sua progressão depende do orador;

- suas conclusões são sempre contestáveis.- suas conclusões são sempre contestáveis. Argumento define-se como uma proposição Argumento define-se como uma proposição

destinada à proposição de outra. (Reboul)destinada à proposição de outra. (Reboul) Forma de manifestação do raciocínioForma de manifestação do raciocínio Verossímil – Verossímil –

é tudo aquilo em que a confiança é presumida.é tudo aquilo em que a confiança é presumida.

Page 20: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

Aristóteles considera quatro Aristóteles considera quatro tipos de raciocíniotipos de raciocínio

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1.Silogismo1.Silogismo (demonstrativo) – é a expressão formal (demonstrativo) – é a expressão formal do método dedutivo, consiste na argumentação nado método dedutivo, consiste na argumentação na qual, de um antecedente que une dois termos a umqual, de um antecedente que une dois termos a um terceiro, infere-se um conseqüente esses doisterceiro, infere-se um conseqüente esses dois termos entre si. (termos entre si. (Othon M. GarciaOthon M. Garcia)) - busca a causa- busca a causa - baseia-se numa causa que une o sujeito ao- baseia-se numa causa que une o sujeito ao predicado da problemática;predicado da problemática; - é o raciocínio mais rigoroso e o mais- é o raciocínio mais rigoroso e o mais demonstrativo;demonstrativo; - raciocínio - raciocínio a prioria priori: da causa para o efeito.: da causa para o efeito. Estrutura do SilogismoEstrutura do Silogismo - Premissa maior: Todo homem é mortal- Premissa maior: Todo homem é mortal - Premissa menor: Sócrates é homem- Premissa menor: Sócrates é homem - Conclusão: Logo, Sócrates é mortal- Conclusão: Logo, Sócrates é mortal

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O silogismo serve à lógica formalO silogismo serve à lógica formal Falácias- raciocínio vicioso ou falaciosoFalácias- raciocínio vicioso ou falacioso

2.Indução2.Indução – – parte-se da observação e parte-se da observação e análise dos fatos concretos e específicos, análise dos fatos concretos e específicos, para chegar a uma conclusão, ou seja, para chegar a uma conclusão, ou seja, casos singulares e individuais e eleva-se casos singulares e individuais e eleva-se ao universal;ao universal;

- é utilizado nas ciências experimentais;- é utilizado nas ciências experimentais; - raciocino - raciocino a posteriori;a posteriori;

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3.Entimema3.Entimema – considera-se um silogismo – considera-se um silogismo truncado. O entimema não expõe uma das truncado. O entimema não expõe uma das premissas, deixando-a subtendida.premissas, deixando-a subtendida.

““Entimema é um silogismo que parte de Entimema é um silogismo que parte de premissas ou de sinais” premissas ou de sinais” AristótelesAristóteles

CaracterísticasCaracterísticas – João Maurício Adeodato – João Maurício Adeodato silogismo retórico;silogismo retórico; formalmente ou logicamente imperfeitos;formalmente ou logicamente imperfeitos; as conclusões não derivam necessariamente de suas as conclusões não derivam necessariamente de suas

premissas;premissas; são pragmaticamente úteis se o objetivo é persuadir,sem são pragmaticamente úteis se o objetivo é persuadir,sem

as exigências da coerência lógica;as exigências da coerência lógica; formulação encurtada;formulação encurtada; silencia sobre aquilo que é;silencia sobre aquilo que é; Aristóteles considera o núcleo da persuasão como o objeto Aristóteles considera o núcleo da persuasão como o objeto

central da retórica.central da retórica.

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Ex:Ex: “O sinal de que o computador não é “O sinal de que o computador não éinteligente é que ele é incapaz de mentir”inteligente é que ele é incapaz de mentir”

““O mistral sopra, não teremos chuva”O mistral sopra, não teremos chuva”““A grama está molhada, choveu”.A grama está molhada, choveu”.

4.Analogia4.Analogia – – por similitude ou por exemplopor similitude ou por exemplo - baseia-se na similitude de duas realidades ou de - baseia-se na similitude de duas realidades ou de

dois conceitos para concluir;dois conceitos para concluir; - dirige mais à afetividade do que à razão.- dirige mais à afetividade do que à razão. Raciocínio dialéticoRaciocínio dialético: admite tese, antítese e: admite tese, antítese e conclusão.conclusão. Apodítico – Apodítico – manifesta-se como verdademanifesta-se como verdade absoluta.absoluta.

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Características do Texto Características do Texto Argumentativo Argumentativo

Toda argumentação é parcial explícita;Toda argumentação é parcial explícita; Procura-se adesão;Procura-se adesão; Todos os argumentos articulados têm porTodos os argumentos articulados têm por

fim indisfarçável a defesa de interesses;fim indisfarçável a defesa de interesses; Constitui-se de tese ou teses jurídicas;Constitui-se de tese ou teses jurídicas; Ocorre no processo de forma oral ou escrita;Ocorre no processo de forma oral ou escrita; Texto temático: idéias e conceitos;Texto temático: idéias e conceitos; Não comprova uma tese totalmente; (vide texto 1)Não comprova uma tese totalmente; (vide texto 1)

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Fundamentos Jurídicos da Fundamentos Jurídicos da ArgumentaçãoArgumentação

Princípio do duplo grau de jurisdição;Princípio do duplo grau de jurisdição; Princípio da oralidade;Princípio da oralidade; Obrigatoriedade de decidir;Obrigatoriedade de decidir; Proibição do Proibição do non liquet;non liquet; A argumentação não vale A argumentação não vale erga omneserga omnes Possibilidades de julgamentos diferentesPossibilidades de julgamentos diferentes

É cabível recurso especial quando a decisão É cabível recurso especial quando a decisão recorrida recorrida “der à lei federal interpretação “der à lei federal interpretação

divergente da que lhe haja atribuído outro divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal”tribunal” Art. 105, III,c CF/88 Art. 105, III,c CF/88

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Obrigação de motivar/fundamentar Obrigação de motivar/fundamentar as decisões:as decisões:

Todos os julgamentos dos órgãos do Todos os julgamentos dos órgãos do poder Judiciário serão públicos, e poder Judiciário serão públicos, e

fundamentadas todas as decisões, sob fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o pena de nulidade, podendo a lei, se o

interesse público o exigir, limitar a interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às presença, em determinados atos, às

próprias partes e a seus advogados, ou próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes.somente a estes. Art. 93, IX, CF/88.Art. 93, IX, CF/88.

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Tipos de ArgumentoTipos de Argumento

I- ARGUMENTO DA PROVA:I- ARGUMENTO DA PROVA: TÉCNICA; LAUDOS TÉCNICOSTÉCNICA; LAUDOS TÉCNICOS TESTEMUNHAL;TESTEMUNHAL; DOCUMENTAL;DOCUMENTAL;

-exibição de documentos: atas, cheques;-exibição de documentos: atas, cheques;

recibos, declarações; cartas; sentenças;recibos, declarações; cartas; sentenças;

acórdãos.acórdãos.

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II- ARGUEMENTO II- ARGUEMENTO AB ABSURDOAB ABSURDO ““A demonstração conseqüente de uma nos A demonstração conseqüente de uma nos

conduz a uma conclusão manifestamente conduz a uma conclusão manifestamente inaceitável” inaceitável” Tércio Sampaio (1994:335)Tércio Sampaio (1994:335)

Prova falha que a proposição existe falha;Prova falha que a proposição existe falha; Chamado de apagógico;Chamado de apagógico; Aplicam-se as conseqüências últimas, chegando Aplicam-se as conseqüências últimas, chegando

a uma conclusão inaceitável.a uma conclusão inaceitável. III- ARGUMENTO III- ARGUMENTO A CONTRARIO SENSUA CONTRARIO SENSU Argumento jurídico;Argumento jurídico; Princípio da legalidade;Princípio da legalidade; art. 5º CF/88 “ ninguém será obrigado a fazer ou art. 5º CF/88 “ ninguém será obrigado a fazer ou

deixar de fazer alguma coisa senão em virtude deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”.da lei”.

Page 30: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

IV- ARGUMENTO IV- ARGUMENTO AD HOMINEMAD HOMINEM desconsideração de fatos juridicamente desconsideração de fatos juridicamente

irrelevante;irrelevante; O réu só é culpado após sentença O réu só é culpado após sentença

transitada em julgado;transitada em julgado; V- ARGUEMENTO V- ARGUEMENTO A FORTIORI A FORTIORI (com maior (com maior

razão)razão) baseia-se em lugar-comum do tipo quem baseia-se em lugar-comum do tipo quem

pode o mais pode o menos.pode o mais pode o menos. a norma jurídica impõe uma conduta; no a norma jurídica impõe uma conduta; no

mesmo sentido com maior razão impõe a mesmo sentido com maior razão impõe a outra.outra.

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ARGUMENTO A MINORI AD MAIUSARGUMENTO A MINORI AD MAIUS ““O argumento procura mostrar que aquilo que é O argumento procura mostrar que aquilo que é

aceito e reconhecido num caso deve ser aceito e aceito e reconhecido num caso deve ser aceito e reconhecido com mais razão ainda num segundo” reconhecido com mais razão ainda num segundo” Tércio Sampaio (1994:341)Tércio Sampaio (1994:341)

ARGUMENTO ARGUMENTO A MINORI AD MAIUSA MINORI AD MAIUS Validade de uma disposição menos extensa para Validade de uma disposição menos extensa para

outra mais extensa;outra mais extensa; Prescrições negativas;Prescrições negativas; Ex. Se não se pode trafegar de farol apagado; Ex. Se não se pode trafegar de farol apagado;

pela mesma razão não se pode trafegar sem farol.pela mesma razão não se pode trafegar sem farol.

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VI- ARGUMENTO VI- ARGUMENTO A PRIORIA PRIORI Busca-se a causa;Busca-se a causa; VII- ARGUEMNTO A POSTERIORIVII- ARGUEMNTO A POSTERIORI Baseia-se em outros julgados;Baseia-se em outros julgados; Jurisprudência;Jurisprudência; AntecedentesAntecedentes VIII- ARGUMENTO VIII- ARGUMENTO A PARI OU A SIMILIA PARI OU A SIMILI Para a mesma hipótese a mesma Para a mesma hipótese a mesma

conseqüência;conseqüência; Assimilação de duas espécies do mesmo Assimilação de duas espécies do mesmo

gênero.gênero.

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IX- ARGUMENTO SILOGÍSTICO OU ENTIMEMAIX- ARGUMENTO SILOGÍSTICO OU ENTIMEMA Argumento quase-lógico;Argumento quase-lógico; Exclui uma premissa.Exclui uma premissa.

X- ARGUEMNTO EXEMPLAR OU EXEMPLAX- ARGUEMNTO EXEMPLAR OU EXEMPLA Baseia-se na indução lógica;Baseia-se na indução lógica; Jurisprudência, acórdãos etcJurisprudência, acórdãos etc

XI- AB AUCTORITATEXI- AB AUCTORITATE Apóia-se em opiniões, teorias, teses e Apóia-se em opiniões, teorias, teses e

concepções de pessoas que gozam de prestígio concepções de pessoas que gozam de prestígio no meio intelectual;no meio intelectual;

Doutrina;Doutrina; Jurisprudência;Jurisprudência; Pareceres técnicos.Pareceres técnicos.

Page 34: “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra, a arma própria do homem”. Aristóteles “É indigno de um homem não saber se defender pela palavra,

A obra de Aristóteles A obra de Aristóteles - algumas indicações- algumas indicações Arte Retórica e Arte PoéticaArte Retórica e Arte Poética RetóricaRetórica Ética a NicômacoÉtica a Nicômaco Organon é composto das seguintes obras:Organon é composto das seguintes obras: I- Categorias;I- Categorias;II- Peri hermeneias;II- Peri hermeneias;III- Analíticos anteriores;III- Analíticos anteriores;IV- Analíticos posteriores; IV- Analíticos posteriores; V- Tópicos; V- Tópicos; VI- Elencos SofísticosVI- Elencos Sofísticos