e-commerce: o consumidor no cyber...

38
E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS ALMEIDA Doutorando em Direito Empresarial pela UFMG Mestre em Direito Privado pela PUC Minas Especialista em Direito Digital pela Universidade de Genebra Coordenador da pós em Proteção de Dados da PUC Minas Professor da graduação da FAMIG Professor de pós graduação da PUC e do CEDIN

Upload: others

Post on 04-Aug-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

E-Commerce: O Consumidor no Cyber EspaçoDANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS ALMEIDADoutorando em Direito Empresarial pela UFMGMestre em Direito Privado pela PUC MinasEspecialista em Direito Digital pela Universidade de GenebraCoordenador da pós em Proteção de Dados da PUC MinasProfessor da graduação da FAMIGProfessor de pós graduação da PUC e do CEDIN

Page 2: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Conceito de Consumidor

• CDC - Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica queadquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Conceito de Fornecedor

• CDC - Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacionalou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade deprodução, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

• § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

• § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, medianteremuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Page 3: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

A Importância do Direito do Consumidor e da Internet

• Dados do CNJ mostram que, no anode 2013, existiam cerca de 40 milhõesde processos relacionados ao Direito doConsumidor. Atualmente são quase 45milhões.

• Ações de consumo podem tramitar emJuizados Especiais

• O Consumidor na Internet estáexposto a ofertas 100% do tempo, nãoé necessário sair do seu espaço(cookies)

• Somos aproximadamente 3,5 Bilhõesde usuários na Internet

Oferta contínua

Aceitação virtual

Entrega física ou virtual

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 4: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Business to Business - B2B é o nomedado ao comércio associado a operaçõesde compra e venda, de informações, deprodutos e de serviços através daInternet ou através da utilização de redesprivadas partilhadas entre duasempresas, substituindo assim osprocessos físicos que envolvem astransações comerciais.

AS MODALIDADES DE ATUAÇÃO NO E-COMMERCE:B2B - Business-to-business

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 5: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Business-to-consumer, B2C, É ocomércio efetuado diretamenteentre a empresa produtora,vendedora ou prestadora deserviços e o consumidor final,através da Internet.

AS MODALIDADES DE ATUAÇÃO NO E-COMMERCE:B2C (Business-to-consumer)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 6: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

C2C - Consumer to Consumer é umareferência ao comércio eletrônico que sedesenvolve entre usuários particulares daInternet.

AS MODALIDADES DE ATUAÇÃO NO E-COMMERCE:C2C - Consumer to Consumer (MARKETPLACE)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 7: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

TODO USUÁRIO DA INTERNET É CONSUMIDOR!

A Internet faz com que todos que autilizem se tornem consumidores, pois énecessário sempre um provedor paraque se faça algo na rede.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 8: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 9: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 10: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 11: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 12: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Uma pesquisa elaborada por Robert Hillmanconstatou que:

• Apenas 4% de seus alunos leem oscontratos de adesão eletrônicos

• 44% não leem em hipótese alguma

• 36% leem a depender do fornecedor

• 37% leem a depender do valor datransação

Fonte: Cintia Rosa Pereira de Lima. O ônus de ler ocontrato no contexto da “ditadura” dos contratos deadesão eletrônicos. Disponível em <http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=981322808aba8a03>

NINGUÉM LÊ OS TERMOS DE USO E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 13: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

O aplicativo PC Pitstop no ano de 2005,realizou um experimento por meio da qual foicolocada no meio dos termos de uso umacláusula que prometia uma bonificação aoprimeiro usuário que enviasse um e-mailrequisitando a recompensa.

Levou mais de 5 meses e mais de 3 mildownloads para alguém requerer o prêmio

Outro experimento foi feito pela PURPLE, umacompanhia que oferece WiFi Grátis, queinseriu em seus termos de uso, uma cláusulapela qual os usuários concordavam em limparbanheiros sem qualquer remuneração.

NINGUÉM LÊ OS TERMOS DE USO E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 14: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Coleta em massa de Dados Pessoais

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 15: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

TERMO DE ADESÃO DIGITAL

Este contrato precisa de aceitaçãoexpressa. É preciso que se cliquena expressão “Eu declaro queconcordo com os termos de uso epolíticas de privacidade.

CLICK WRAP

Este contrato existe em um site,mas não exige o aceite dousuário. É comum em sites ondenão se tem um cadastro préviopara utilização.

BROWSE WRAP

Este contrato vem em meioeletrônico quando se compraalgum produto. É o caso docontrato para utilização de umsoftware.

SHRINK WRAP

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 16: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

• Há vontade nos contratos de ClickWrap?• É necessário manifestação de vontade para a validade?

• Art. 54 do CDC – Letra com fonte superior a 12 com cláusulas restritivas emdestaque.

VALIDADE DO TERMO DE ADESÃO DIGITAL

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 17: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

• CDC - Art. 54. § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito doconsumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácilcompreensão.

• Marco Civil - Art. 7. VI - informações claras e completas constantes dos contratosde prestação de serviços, com detalhamento sobre o regime de proteção aosregistros de conexão e aos registros de acesso a aplicações de internet, bemcomo sobre práticas de gerenciamento da rede que possam afetar sua qualidade;

• VII - não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros deconexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante consentimentolivre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei;

• CC/02 - Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas oucontraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

LEGISLAÇÃO APLICADA

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 18: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Código Civil Italiano:

• Art. 1341. Termos e Condições Gerais.• Os termos e condições estabelecidos por um dos empreiteiros gerais são eficazes

contra o outro, se, no momento da celebração do contrato estes os conheçam oudeveriam ter conhecido usando a diligência normal.

• Em qualquer caso, não têm nenhum efeito se não forem especificamenteaprovadas por escrito, as condições que garantam, em favor de quem aderiu,limitação de responsabilidade, o direito de rescindir o contrato ou suspender asua execução, ou impor sobre o outro empreiteiro, limitações ao direito de seopor, as restrições à liberdade contratual nas relações com terceiros, a extensãotácita ou renovação do contrato, cláusulas de arbitragem ou derrogações àcompetência do tribunal.

COMO ASSEGURAR UM CONSENTIMENTO LIVRE, EXPRESSO E INFORMADO?

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 19: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

LEGISLAÇÃO APLICADA AO E-COMMERCE

Decreto 7.962/13 – Regulamenta o CDC, dispondo sobre a contratação nocomércio eletrônico

Lei 12.965/14 – Marco Civil da Internet

Lei 13.709/18 – Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) (a partir deagosto de 2020)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 20: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

PRINCIPAIS REGRAS

DISPONIBILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES – Os sites devem colocar as seguintes informações emlocal de destaque e fácil identificação:

I - nome empresarial e CPF ou CNPJ;

II - endereço físico e eletrônico, informações de localização e contato;

III - características essenciais do produto ou do serviço, incluídos os riscos à saúde e àsegurança dos consumidores;

IV - discriminação, no preço, de quaisquer despesas adicionais ou acessórias, tais como as deentrega ou seguros;

V - condições integrais da oferta

VI - informações claras e ostensivas a respeito de quaisquer restrições à fruição da oferta.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 21: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

DIREITO DE ARREPENDIMENTO

O consumidor tem o direito de se arrepender da compra em até 7 dias, independente domotivo. Principais regras para o arrependimento:

• O consumidor poderá exercer seu direito de arrependimento pela mesma ferramentautilizada para a contratação, sem prejuízo de outros meios disponibilizados.

• Rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para o consumidor.

• O Fornecedor comunicará imediatamente a instituição financeira ou a administradora docartão de crédito para que a transação não seja lançada na fatura do consumidor ou queseja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha sido realizado.

• O fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação imediata do recebimento damanifestação de arrependimento.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 22: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

COMPRA COLETIVA

Art. 3º Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para ofertas de comprascoletivas ou modalidades análogas de contratação deverão conter, além das informaçõesprevistas no art. 2o, as seguintes:

I - quantidade mínima de consumidores para a efetivação do contrato;

II - prazo para utilização da oferta pelo consumidor; e

III - identificação do fornecedor responsável pelo sítio eletrônico e do fornecedor do produtoou serviço ofertado, nos termos dos incisos I e II do art. 2o.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 23: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Tendências

• M-Commerce - Mobile Commerce

• T-Commerce - Television Commerce

• SNO (Social Network Optimization)

• Compras coletivas

• Produtos Virtuais

• Lojas Virtuais Privadas – acesso restrito

• Estabelecimento virtual

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 24: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2C – Vendedor vítima de golpe

DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. SISTEMA ELETRÔNICO DE MEDIAÇÃO DENEGÓCIOS. MERCADO LIVRE. OMISSÃO INEXISTENTE. FRAUDE. FALHA DO SERVIÇO.RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO PRESTADOR DO SERVIÇO.1. Tendo o acórdão recorrido analisado todas as questões necessárias ao deslinde dacontrovérsia não se configura violação ao art. 535, II do CPC.2. O prestador de serviços responde objetivamente pela falha de segurança doserviço de intermediação de negócios e pagamentos oferecido ao consumidor.3. O descumprimento, pelo consumidor (pessoa física vendedora do produto), de providêncianão constante do contrato de adesão, mas mencionada no site, no sentido de conferir aautenticidade de mensagem supostamente gerada pelo sistema eletrônico antes do envio doproduto ao comprador, não é suficiente para eximir o prestador do serviço de intermediação daresponsabilidade pela segurança do serviço por ele implementado, sob pena de transferênciailegal de um ônus próprio da atividade empresarial explorada.4. A estipulação pelo fornecedor de cláusula exoneratória ou atenuante de suaresponsabilidade é vedada pelo art. 25 do Código de Defesa do Consumidor.5. Recurso provido.(REsp 1107024/DF, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em01/12/2011, DJe 14/12/2011)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 25: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2C - Vendedor

“O fraudador mencionou interesse em adquirir o produto e, pouco após, fazendo-se passarpela instituição intermediadora, o próprio fraudador, utilizando-se de correio eletrônico dainstituição intermediadora, enviou correio eletrônico ao vendedor informando falsamente que ovalor referente à compra do bem já se encontrava à disposição, e que o bem já poderia serenviado ao comprador"

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 26: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2C – CompradorProduto não entregue

CONSUMIDOR. MERCADO LIVRE. COMPRA E VENDA PELA INTERNET. PRODUTO NÃOENTREGUE. REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADEPASSIVA AFASTADA. DEVIDA A RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS.1. Sendo a ré responsável pela intermediação das negociações, evidente a sualegitimidade para figurar no pólo passivo, em face do disposto no art. 18 do CDC, queprevê a solidariedade entre todos os integrantes da cadeia de fornecedores.Preliminar afastada.2. O autor adquiriu de vendedor cadastrado pela ré uma máquina fotográfica, efetuando odepósito de R$ 4.019,00 na conta indicada no site. O produto, contudo, nunca chegou às mãosdo consumidor.3. Em se tratando de relação de consumo, é objetiva a responsabilidade dademandada, sendo devida a devolução do valor pago, como determinado pelo juízo aquo.[...](TJRS. Recurso Cível Nº 71003234713, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,Relator: Alexandre de Souza Costa Pacheco, Julgado em 09/05/2012)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 27: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2C – CompradorProduto não entregue

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS -ILEGITIMIDADE PASSIVA - SISTEMA ELETRÔNICO DE MEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS - MERCADOLIVRE - FALHA DO SERVIÇO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - SOLIDARIEDADE - DANOSMATERIAIS DEVIDOS - TRANSAÇÃO HOMOLOGADA COM O CORRÉU - DESCUMPRIMENTOCONTRATUAL - MERO ABORRECIMENTO - DANOS MORAIS INDEVIDOS. –[...]2) O prestador de serviços responde objetivamente pela falha de segurança doserviço de intermediação de negócios e pagamentos oferecido ao consumidor. –3) A empresa que mantém sítio eletrônico para intermediar venda pela internet comremuneração responde pelos danos materiais suportados pelos usuários quecompraram e não receberam a mercadoria.[...](TJMG - Apelação Cível 1.0284.14.000608-1/001, Relator(a): Des.(a) José Flávio de Almeida, 12ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/06/2015, publicação da súmula em 02/07/2015)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 28: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2C – CompradorProduto não entregue – culpa do consumidor

EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - ANÚNCIO VISUALIZADO PELA INTERNET NO SITEMERCADOLIVRE.COM - NEGOCIAÇÃO DIRETA ENTRE AS PARTES VIA TELEFONE SEM AINTERMEDIAÇÃO DO SITE - PRODUTO NÃO ENTREGUE - CONSUMIDOR QUE DEIXA DEATENDER A ORIENTAÇÃO DO SITE EXPRESSA NO ANÚNCIO - AUSÊNCIA DERESPONSABILIDADE DO SITE MERCADOLIVRE.COM. - Se o site de anúncios Mercado Livrenão realiza a intermediação direta da compra realizada pelo consumidor e apenasdisponibiliza o anúncio, bem como, ainda orienta expressamente o comprador, paraque não efetue depósitos em conta de terceiros sem antes ver o veículo que pretendecomprar, por certo, referido site não possui responsabilidade pelo prejuízo amargadopelo comprador que deixou de receber o produto, posto que, o próprio comprador équem foi negligente ao deixar de atender a orientação do site de anúncios. Precedentedo STJ. - V.V. (1º e 3º vogais) - O descumprimento contratual praticado na não entrega dosprodutos adquiridos configura desrespeito perante o consumidor e é suficiente para ensejar asua responsabilidade da empresa pela má-prestação dos serviços e pelos danos sofridos pelosseus clientes. (TJMG - Embargos Infringentes 1.0106.14.001413-0/002, Relator(a): Des.(a)Luiz Carlos Gomes da Mata , 13ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 12/11/2015, publicação dasúmula em 20/11/2015)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 29: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2C – CompradorProduto não entregue – culpa do consumidor

O documento de fls. 18, colacionado aos autos pelo próprio autor, traz a transcrição das DICASDE SEGURANÇA, onde se lê textualmente para que comprador "Não faça depósitosantecipados para garantir o negócio sem antes ver o veículo".

Assim, não vejo como responsabilizar o site anunciante, na medida em que, o mesmo apenasdisponibilizou o anúncio e ainda, alertou o autor para que se prevenisse por ocasião dopagamento, alerta que foi desconsiderado.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 30: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - B2CCompra Coletiva

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. COMPRA REALIZADA PELO SITE DE COMPRAS COLETIVAS. NÃODISPONIBILIZAÇÃO DO PRODUTO ADQUIRIDO. RESPONSABILIDADE. DANOS MATERIAIS.SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. COMPENSAÇÃO. Os sites decompra coletiva prestam de serviço de intermediação de venda eletrônica, sendo,portanto, responsáveis por eventuais danos decorrentes dos produtos e serviçosdivulgados. A repetição em dobro requer a presença de dois requisitos: que a quantiacobrada seja indevida e a comprovação da má-fé do credor. Havendo sucumbência recíproca,possível a compensação dos honorários advocatícios (Súmula 306, do STJ). V.V. O site decompras coletivas não presta diretamente os serviços do fornecedor primário,cabendo-lhe unicamente a oferta e intermediação dos serviços, divulgando este paraos consumidores e sendo remunerado de forma indireta. Ele recebe apenas umacomissão pela venda do produto oferecido pelo fornecedor primário. O arbitramentodos honorários advocatícios jamais poderá ser irrisório ou insignificante a ponto de atentarcontra a nobreza do trabalho desenvolvido pelos advogados, em atenção ao disposto no art.20, §4º, do Código de Processo Civil. (TJMG - Apelação Cível 1.0145.13.020337-8/001,Relator(a): Des.(a) Marco Aurelio Ferenzini , 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/09/2014,publicação da súmula em 17/10/2014)

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 31: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - B2CCompra Coletiva

Argumento do voto vencedor: O site de compra coletiva aufere lucro com a intermediação,razão pela qual assume para si a responsabilidade objetiva.

Argumento do voto vencido: O site de compras coletivas não presta diretamente os serviços dofornecedor primário, cabendo-lhe unicamente a oferta e intermediação dos serviços,divulgando este para os consumidores e sendo remunerado de forma indireta. Ele recebeapenas uma comissão pela venda do produto oferecido pelo fornecedor primário.

ATUALMENTE A JURISPRUDÊNCIA ACOMPANHA O VOTO VENCEDOR

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 32: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2CIntermediação – Produto ilícito

(i) não respondem objetivamente pela inserção no site, por terceiros, de informações ilegais;(ii) não podem ser obrigados a exercer um controle prévio do conteúdo das informações

postadas no site por seus usuários;(iii) devem, assim que tiverem conhecimento inequívoco da existência de dados ilegais no site,

removê-los imediatamente, sob pena de responderem pelos danos respectivos;(iv) devem manter um sistema minimamente eficaz de identificação de seus usuários, cuja

efetividade será avaliada caso a caso".

(REsp 1642560/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCYANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/09/2017, DJe 29/11/2017).

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 33: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Jurisprudência - Responsabilidade - C2CIntermediação - AirBnb

“O que se espera da intermediação é justamente a atuação diligente, diante de seu objetosocial, a fim de evitar quaisquer transtornos àquele que pretende desfrutar de momentos delazer e que nela depositou a confiança no cumprimento da prestação contratual.”

Autos: 1006260-77.2017.8.26.0100 - 25ª vara Cível de SP – julgado em 02/05/2017

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 34: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Tendências de Julgamentos – Dados consolidados

B2C

• Descumprimento da oferta• Se o valor ofertado for muito

desproporcional e o consumidor pudessesaber que houve erro, o fornecedor estádesobrigado do cumprimento

• Se o valor não for demasiadamenteínfimo, pode ser determinado ocumprimento da oferta

• Direito de Arrependimento• Pode ser exercitado após 7 dias contados

do recebimento do produto, sendo isentode custos

• MarketPlace• Há responsabilidade solidária do

marketplace

C2C

• Fraude contra o vendedor• A plataforma responde objetivamente

caso o vendedor seja vítima de fraude,desde que tenha sido minimamentediligente

• Produto não entregue• O fornecedor responde objetivamente

pelo produto não entregue• Exceção – sendo a tradição realizada

pessoalmente, como no caso de veículos,havendo alerta quanto ao cuidado nahora da compra, não há responsabilidade

• Intermediação• No caso de intermediação, a plataforma

responde por vícios, dada a natureza donegócio

• Não responde por produtos ilícitoscolocados a venda, como no caso deviolação de direitos autorais

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Page 35: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (LGPD)

O titular de dados pessoais terá novosmecanismos de proteção com a LGPD.

Art. 18. O titular dos dados pessoais temdireito a obter do controlador, em relaçãoaos dados do titular por ele tratados, aqualquer momento e mediante requisição:I - confirmação da existência detratamento;II - acesso aos dados;III - correção de dados incompletos,inexatos ou desatualizados;IV - anonimização, bloqueio ou eliminaçãode dados desnecessários, excessivos outratados em desconformidade com odisposto nesta Lei;

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Direito de Portabilidade

Revisão de decisões automatizadas (Art. 20)

Direito de Confirmar existência de dados (art. 19)

Page 36: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (LGPD)

V - portabilidade dos dados a outrofornecedor de serviço ou produto,mediante requisição expressa, de acordocom a regulamentação da autoridadenacional, observados os segredoscomercial e industrial;VI - eliminação dos dados pessoaistratados com o consentimento do titular,exceto nas hipóteses previstas no art. 16desta Lei;VII - informação das entidades públicas eprivadas com as quais o controladorrealizou uso compartilhado de dados;VIII - informação sobre a possibilidade denão fornecer consentimento e sobre asconsequências da negativa;IX - revogação do consentimento, nostermos do § 5º do art. 8º desta Lei.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Direito de Portabilidade

Revisão de decisões automatizadas (Art. 20)

Direito de Confirmar existência de dados (art. 19)

Page 37: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (LGPD)

Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pessoais serão providenciados, mediante requisição do titular:I - em formato simplificado, imediatamente; ouII - por meio de declaração clara e completa, que indique a origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data do requerimento do titular.

@danielevangelistaawww.DanielEvangelista.adv.br

Direito de Portabilidade

Revisão de decisões automatizadas (Art. 20)

Direito de Confirmar existência de dados (art. 19)

Page 38: E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaçodanielevangelista.adv.br/wp-content/uploads/2020/03/E-Commerce-O... · E-Commerce: O Consumidor no Cyber Espaço DANIEL EVANGELISTA VASCONCELOS

Muito obrigado!!!

Daniel Evangelista Vasconcelos Almeida | [email protected]

www.DanielEvangelista.adv.br

@danielevangelistaa Daniel Evangelista Vasconcelos Almeida