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Drogas: Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes

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  • 1. Drogas:Cartilhasobremaconha,cocanae inalantes

2. Drogas:Cartilha sobremaconha, cocanae inalantes 3. Presidncia da RepblicaVice-Presidncia da RepblicaGabinete de Segurana Institucionale Conselho Nacional de Polticas sobre DrogasSecretaria Nacional de Polticas sobre Drogas 4. Drogas:Cartilha sobremaconha, cocanae inalantes2 edioBraslia, DF - 2010Presidncia da RepblicaGabinete de Segurana InstitucionalSecretaria Nacional de Polticas sobre Drogas 5. Dados internacionais de catalogao na publicao (CIP)Brasil. Presidncia da Repblica. Secretaria Nacional de Polticas sobreDrogas Drogas : cartilha sobre maconha, cocana e inalantes / SecretariaNacional de Polticas sobre Drogas. - Braslia : Presidncia da Repblica,Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas, 2010. 48 p. : il. - (Srie Por dentro do assunto) Contedo e texto original de Beatriz H. Carlini. Adaptao para esta edio: Secretaria Nacional de Polticas sobreDrogas. 2 edio 1.Drogas. 2. Maconha. 3. Cocana. 4. Crack. 5. Drogas - efeitos. 6.Inalantes. I. Carlini, Beatriz H. II. Ttulo. III. Srie.CDU 613.83B823dCopyright 2010Secretaria Nacional dePolticas sobre DrogasDisponvel em: www.senad.gov.brTiragem:51.000 exemplaresImpresso no BrasilEdioSecretaria Nacional dePolticas sobre DrogasEndereo para correspondncia:Esplanada dos MinistriosBloco A - 5 AndarBraslia - DFCEP:70.050-907Secretria Adjuntae Responsvel Tcnica pela SecretariaNacional de Polticas sobre DrogasPaulina do Carmo Arruda Vieira DuarteContedo e Texto originalBeatriz H. Carlini, MPH, PhDAdaptao para esta edioSecretaria Nacional dePolticas sobre DrogasProjeto GrficoLew LaraIlustraoToninho EuzbioDiagramaoPonto Dois Design GrficoBruno Soares 6. Apresentao Os novos tempos de governo, marcados pela nfasena participao social e na organizao da sociedade, valori-zam a descentralizao das aes relacionadas prevenodo uso de drogas e ateno e reinsero social de usuriose dependentes. No desenvolvimento de seu papel de coordenao e arti-culao de aes voltadas a esses temas, a Secretaria Nacionalde Polticas sobre Drogas apresenta a Srie Por Dentro do As-sunto, com o objetivo de socializar conhecimentos dirigidos apblicos especficos. Esta srie, construda com base nas necessidades ex-pressas por mltiplos setores da populao e em conhecimen-tos cientficos atualizados, procura apresentar as questes deforma leve, informal e interativa com os leitores. A iniciativa norteada pela crena de que o encaminha-mento dos temas de interesse social s ser efetivo com a alian-a entre as aes do poder pblico e a sabedoria e o empenhode cada pessoa e de cada comunidade. Acreditamos estar, dessa forma, contribuindo com anossa parte.Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas 7. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes7Maconha,cocana e inalantesPoder fazer escolhas Esse direito considerado, por muitos, um dos mais fun-damentais que uma sociedade pode oferecer. E tem sido umdos pilares dos movimentos sociais e polticos que o Brasil vi-venciou nos ltimos 20 anos. Mas existe real escolha quando no se tem informao?Quando so veiculados muito mais os preconceitos e mitos so-bre determinados assuntos do que fatos cientficos e estatsticasbem feitas? Ou ser que nesse caso trata-se de manipulao,travestida de escolha? Esta cartilha oferece, em poucas pginas, informaescientficas atualizadas sobre algumas drogas. O objetivo con-tribuir para que ns, brasileiros, possamos exercer nosso direitode ter acesso a dados cientficos numa rea dominada por cren-as e preconceitos. 8. Srie: Por Dentro do Assunto8O que so drogas? Drogas so substncias que produzem mudanas nassensaes, no grau de conscincia e no estado emocional daspessoas. As alteraes causadas por essas substncias variamde acordo com as caractersticas da pessoa que as usa, da dro-ga escolhida, da quantidade, frequncia, expectativas e circuns-tncias em que consumida. Essa definio inclui os produtos ilegais (cocana, maco-nha, ecstasy, herona...) e tambm produtos como bebidas alco-licas, cigarros e vrios remdios, que so legais, apesar de ha-ver restries em sua comercializao. Por exemplo: proibidaa venda de bebidas alcolicas para menores de idade. 9. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes9O efeito de uma droga omesmo para qualquer pessoa? No. Os efeitos dependem basicamente de trs fatores:da droga, do usurio e do meio ambiente. Cada tipo de droga, com suas caractersticas qumicas,tende a produzir efeitos diferentes no organismo. A forma comouma substncia utilizada, assim como a quantidade consumi-da e o seu grau de pureza, tambm tero influncia no efeito. Cada pessoa, com suas caractersticas fsicas (biolgicas) epsicolgicas, tende a reagir de modo diferente. O estado emocionaldo usurio e suas expectativas em relao ao modo como a drogausada vai influenci-lo so tambm fatores muito importantes. Finalmente, o meio ambiente influencia bastante a reaoque a droga pode produzir. Ilustrando: uma pessoa que consome maconha numafesta, num dia em que est feliz, pode sentir um efeito muito di-ferente do que quando fuma maconha sozinha, num dia em queest ansiosa. O jovem que toma cerveja numa festa, pois tem convic-o de que essa a nica maneira de relaxar e enturmar-se,pode perfeitamente se sentir entrosado e relaxado mesmo quetome cerveja sem lcool, no estando ciente desse fato. 10. Srie: Por Dentro do Assunto10 11. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes11O Brasil destaca-se no mundo peloalto consumo de drogas?No exatamente Nos ltimos vinte anos, o consumo de drogas, principal-mente o de bebidas alcolicas, vem aumentando no Brasil. Omesmo tem acontecido com o uso de maconha, cocana e crack.Mas no tem sido observado uso significativo de herona e mor-fina, nem de metanfetamina. O uso de drogas no Brasil sempre foi discreto quandocomparado ao de outros pases. O crescimento mencionado aci-ma ainda no nos coloca no ranking das sociedades de maiorconsumo. Os Estados Unidos so o pas campeo de uso dedrogas, seguido do Canad e de vrios pases europeus. muito importante observar, no entanto, que nosso usode drogas, mesmo que discreto no cenrio internacional, estassociado a um nmero muito grande de problemas, principal-mente violncia, acidentes e AIDS. 12. Srie: Por Dentro do Assunto12 13. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes13Cada caso um casoInformaes especficas sobre vrias substnciasMaconhaQuem usa? Maconha a substncia proibida por lei mais usada emnosso pas. De acordo com pesquisa realizada em 2005, decada 100 brasileiros, aproximadamente nove j haviam usadomaconha pelo menos uma vez na vida (ou seja 9%). claroque esse dado varia conforme o sexo e a idade: entre homens,14,3% j usaram e, entre mulheres, 5,1%. O uso maior entrejovens adultos de 18 a 24 anos de idade, atingindo a porcenta-gem de 17% nessa faixa etria, e menor entre adolescentes de12 a 17 anos: 4,1%. 14. Srie: Por Dentro do Assunto14 Infelizmente, nosso pas no dispe de dados mais an-tigos para saber se o uso da maconha permanece estvel, seest diminuindo ou aumentando na nossa populao como umtodo. Sabe-se, no entanto, que entre estudantes da rede pblicade ensino, pesquisados regularmente em dez capitais de todo opas, o uso na vida aumentou entre os anos de 1987 a 1997: em1987, 2,8% dos estudantes de quinta srie ao ensino mdio re-lataram que j tinham usado maconha; em 1989 a porcentagemsubiu para 3,4%, em 1993 para 4,5% e, em 1997, foi para 7,6%.J no ano de 2004, quando se incluiu na pesquisa as 27 capitaisbrasileiras, observou-se que 5,9% dos estudantes pesquisadosusaram maconha pelo menos uma vez na vida. 15. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes15O que maconha? Maconha o nome popular de uma planta chamada Canna-bis Sativa, que tem sido usada h sculos por diferentes culturas,e em diferentes momentos da Histria, com fins mdicos e indus-triais. Desde os anos 60, a maconha ficou mais conhecida pelo seuuso recreativo, com o propsito de alterar a conscincia. 16. Srie: Por Dentro do Assunto16Os efeitos da maconha Como qualquer outra droga, seus efeitos vo depender daquantidade usada, da combinao com o uso de outras drogas ecom outros fatores j mencionados nesta cartilha, relativos ao am-biente, ao estado emocional do usurio e s suas expectativas. Algumas pessoas, ao usarem maconha, sentem-se rela-xadas, falam bastante, riem toa. Outras sentem-se ansiosas,amedrontadas e confusas. A mesma pessoa pode, de um usopara outro, experimentar efeitos diferentes. 17. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes17 Em doses pequenas, a maconha distorce os sentidos ea percepo. As pessoas podem relatar que as msicas ficammais bonitas, as cores mais vivas, o cheiro, o gosto e o tato maisaguados. A percepo de tempo e distncia tambm fica altera-da e a conscincia corporal aumentada. Todas essas sensaespodem ser prazerosas para algumas pessoas e desagradveispara outras. Em altas doses, a possibilidade de experimentar sensa-es desagradveis aumenta, podendo gerar confuso mental,parania (sensao de estar sendo perseguido), pnico e agita-o. Podem tambm ocorrer alucinaes. 18. Srie: Por Dentro do Assunto18Quais so os riscos de se usar maconha? O uso de maconha pode ser bastante arriscado, caso apessoa, sob seu efeito, resolva dirigir, caminhar numa rua es-cura e movimentada, relacionar-se sexualmente com um des-conhecido, nadar ou operar uma mquina que exija boa coor-denao motora e reflexos rpidos. Para correr tais riscos no preciso ser usurio habitual de maconha, basta estar sob oefeito da droga na circunstncia inadequada. 19. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes19 O usurio crnico, que usa maconha regularmente poralgum tempo, arrisca-se tambm a: prejudicar sua memria e habilidade de processar infor-maes complexas; irritar seu sistema respiratrio, pela constante presenada fumaa em seus pulmes; aumentar suas possibilidades de desenvolver cncer depulmo, uma vez que a maconha tem o mesmo teor dealcatro que os cigarros de tabaco.Maconha pode causar dependncia? Pessoas que usam maconha por muitos anos, para lidarcom o estresse, tm dificuldade de parar de us-la. Em casoscomo esse, o usurio pode desenvolver dependncia, isto , amaconha torna-se to importante na sua vida, que ele passa aorganiz-la de maneira a facilitar seu uso, sentindo ansiedadequando no a tem disponvel. Alguns desses usurios apresentam sintomas fsicos eansiedade quando param de usar maconha abruptamente. Po-dem apresentar distrbios de sono, irritabilidade, perda de ape-tite, enjo e sudorese. Esses sintomas duram, em geral, umasemana, exceo do distrbio de sono, que pode durar maistempo. 20. Srie: Por Dentro do Assunto20 21. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes21CocanaQuem usa? Em pesquisa realizada em 2005, aproximadamente 3em cada cem brasileiros relatam ter usado cocana pelo me-nos uma vez na vida (2,9%). Nos Estados Unidos, esse con-sumo situa-se em 11,2%. O uso de cocana no Brasil varia bastante conformesexo e idade: situa-se em 5,4% entre homens e 1,2% entremulheres. A faixa etria de maior uso ocorre entre 25 e 34anos de idade, na qual atinge a porcentagem de 5,2%. Entreos adolescentes de 12 a 17 anos, 0,5% relatam j terem ex-perimentado essa droga. Da mesma forma que no uso de outras drogas, no dispo-mos, ainda, de dados para saber se o uso de cocana permane-ce estvel, se est diminuindo ou aumentando na nossa popula-o como um todo. Entre estudantes da rede pblica de ensino, 22. Srie: Por Dentro do Assunto22pesquisados regularmente em dez capitais do pas, no entanto,contatou-se que o uso vem aumentando: em 1987, 0,5% dosestudantes de quinta srie ao ensino mdio relataram que jtinham usado cocana pelo menos uma vez na vida; em 1989 aporcentagem subiu para 0,7%, em 1993 para 1,2% e em 1997,foi para 2,0%. Segundo o levantamento sobre o uso de drogasentre estudantes, realizado em 2004, o consumo permanece es-tvel, em torno de 2%, para uso na vida desta substncia.O que cocana? A cocana uma substncia extrada das folhas da coca.Durante o sculo XIX e o incio do sculo XX, foi vendida nas far-mcias como anestsico local e como tnico para dar mais ener-gia. No sculo XX, tornou-se uma substncia ilegal, em grandeparte devido aos efeitos danosos e, frequentemente, fatais cau-sados a seus usurios. A cocana, em p, usualmente inalada ou injetada.Os efeitos da cocana A ao da cocana no crebro provoca, em muitos deseus usurios, a sensao de alerta e faz com que se sintamcheios de energia, sociveis, confiantes e controlados. Essas 23. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes23sensaes podem ser to poderosas e prazerosas que muitosusurios querem repetir o uso to logo o efeito passe. Paraoutros, a cocana no provoca esse prazer. As sensaesmais relatadas, nesse caso, so necessidade de isolamento,ansiedade ou mesmo pnico. Maiores doses de cocana aumentam esses efeitos,sejam os descritos como bons ou ruins. Nos casos em que ousurio usa cocana freqentemente, e por um perodo pro-longado, comum experimentar uma sndrome paranica(sensao de perseguio) exacerbada, vendo inimigos emtodos os lugares. Ter dificuldades em comer e dormir tam-bm comum nesses casos.Quais so os riscos de se usar cocana? A cocana uma droga estimulante muito potente que,basicamente, faz com que o crebro e o corpo trabalhem commuita intensidade. O corao dispara, a presso arterial e a tem-peratura sobem. Quando o efeito da cocana pra, o corpo estexausto e muito comum a pessoa sentir-se deprimida. Muitosvoltam a us-la na tentativa de aliviar a exausto e a depressocom mais cocana, criando um ciclo vicioso de alto risco. 24. Srie: Por Dentro do Assunto24 25. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes25 Outra possibilidade perigosa a overdose, no muitorara em usurios de cocana injetada. Nesse caso, a mortepode ocorrer por convulso, falncia cardaca ou depressorespiratria. Para aqueles que injetam cocana, o risco de contrairhepatites, AIDS e outras infeces, pelo uso de seringas con-taminadas, tambm alto. Finalmente, no caso do usurio ser tomado por crisesparanicas, aumenta ainda mais o risco de ocorrncia de vio-lncia e acidentes. Na tentativa de lidar com o pavor e a sen-sao de perseguio, o usurio pode ferir a si mesmo e aosoutros, de modo muitas vezes irremedivel.Cocana pode causar dependncia? Sim. Muitos usurios que fazem uso abusivo de cocanadesenvolvem compulso pela droga e sofrem de intensa depres-so quando ficam sem ela. A sensao s amenizada quandoconseguem usar cocana novamente. 26. Srie: Por Dentro do Assunto26Crack e merlaQuem usa? Menos de 1% dos brasileiros j teve algum contato com ocrack. Na pesquisa realizada em 2005, 0,7% das pessoas rela-taram j ter usado crack pelo menos uma vez na vida. Homensexperimentaram mais que mulheres, 1,5% e 0,2%, respectiva-mente. A maior porcentagem de uso se encontra na faixa et-ria de 25 a 34 anos, entre homens. Enquanto o crack ganhoupopularidade em So Paulo, a merla mais usada no DistritoFederal, de onde se espalhou para o norte e o nordeste do pas.Nos Estados Unidos o crack j foi usado por 2% das pessoas. 27. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes27O que crack? Reputado como uma nova droga, o crack no passa deum novo jeito de preparar e usar a cocana. Tornado popularnos meados da dcada de 1990, o crack denominado pedrapelos usurios brasileiros e consumido por via oral (fumado emcachimbo). A pedra unitria tem preo mais acessvel do que acocana em p, dando a impresso de que o usurio economizaquando troca o modo de consumo. Mas essa economia ilu-sria, pois a pedra tem uma quantidade mnima de substnciaativa, muito menor do que o p. Seus efeitos, porm, so maispronunciados pela liberao da cocana diretamente na correntesangunea atravs dos pulmes.O que merla? A merla (mela, mel ou melado) a cocana apresentadasob a forma de base ou pasta, um produto ainda sem refino emuito contaminado com as substncias utilizadas na extrao. preparada de forma diferente do crack, mas tambm fumada.Quais os efeitos do crack e da merla? Os efeitos do crack e da merla, os riscos associados aseu uso e o potencial de dependncia so basicamente os mes-mos da cocana em p, apresentados anteriomente. 28. Srie: Por Dentro do Assunto28 29. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes29Solventes ou inalantesQuem usa? Cerca de 6% dos brasileiros j inalaram algum produtosolvente ou inalante (cola, benzina, ter, gasolina, acetona).Esse dado varia conforme o sexo e a idade: entre homens,10,3% j usaram e entre mulheres, 3,3%. Os solventes ou ina-lantes so, em geral, a primeira droga usada por adolescentes,depois de lcool e tabaco. O preo acessvel e a grande dis-ponibilidade tambm tornam os inalantes muito usados entrecrianas e adolescentes em situao de rua. Os jovens adultos 30. Srie: Por Dentro do Assunto30tendem a us-los na forma de lana-perfume ou lol (misturade ter com aromatizantes). Esses produtos so fabricados como intuito de serem usados para obter alteraes de conscincia,sem nenhuma utilidade industrial ou combustvel. O Brasil no dispe de dados mais antigos para saberse o uso de inalantes permanece estvel, se est diminuindoou aumentando na nossa populao. Pesquisas mostram, noentanto, que entre estudantes da rede pblica de ensino, pes-quisados regularmente nas capitais do pas, o uso tem perma-necido estvel entre 14% e 15% desde 1987. 31. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes31O que so inalantes? Os inalantes so, na sua maioria, produtos industriais, com-bustveis ou de limpeza, que so inalados com o propsito de sentiralgum barato. Quase todos os solventes ou os inalantes se torna-ram drogas de uso recreativo, embora no tenham sido fabricadoscom esse propsito. No Brasil, alguns inalantes so tambm fabri-cados clandestinamente ou contrabandeados, para fins de abuso,como o caso do lana-perfume e do cheirinho da lol. Todos esses produtos tm em comum alguma substnciavoltil, ou seja, que se evapora muito facilmente, sem precisarde aquecimento. Essa substncia voltil, aspirada pelo nariz oupela boca, o componente responsvel pelos efeitos que osusurios de inalantes buscam. 32. Srie: Por Dentro do Assunto32 Na tabela abaixo, so descritos os principais produtosque so inalados como drogas e seu produto voltil:Solventes volteisTolueno, hexano, acetato de etila, benzeno, tricloroetileno, diclorometanoColas, vernizes, esmaltes, tintas, removedores, lquidoscorretivos, gasolina, tinta spray, fixador de cabelos,desodoranteGasesButano, propano, freonGs de isqueiro, cozinha, geladeirater, clorofrmio, xido nitrosoAnestsicoster, clorofrmio, acetato de etila (*)Lana-perfume, cheirinho da lol(*) esse dado no preciso, uma vez que esses produtos so produzidos e/ou comer-cializados ilegalmente. 33. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes33Os efeitos dos inalantes Os efeitos do uso de inalantes aparecem e desaparecemmuito rapidamente. Em poucos segundos depois de aspirados,os efeitos j so sentidos, uma vez que passam diretamente dospulmes para a circulao sangunea, atingindo o crebro e ofgado, rgos com maior volume de sangue no corpo. A inalao desses produtos, inicialmente, provoca euforia,caracterizada por cabea leve, girando, fantasias que parecem re-ais. Essas sensaes acabam em poucos minutos e essa a ra-zo pela qual os usurios habituais de inalantes colocam o produtonum saco plstico, e ficam cheirando durante muito tempo. 34. Srie: Por Dentro do Assunto34Quais so os riscos de se usar inalantes? Apesar da pouca ateno que esses produtos recebemdos meios de comunicao de massa, em comparao com dro-gas de menor consumo por nossa populao, o uso de inalantes uma prtica muito arriscada. Muitos jovens morrem quando usam inalantes, algunsdeles usurios novatos, num fenmeno chamado morte sbitapor inalao de solventes. Muitas vezes essas mortes ocorremquando algum que inalou o produto repetidamente se subme-te a algum exerccio ou stress inesperado. Nessas situaes, amorte causada por falncia cardaca associada arritmia car-daca acentuada. Outra forma frequente de morte por inalaode solventes d-se por sufocamento: o usurio desmaia com osaco plstico na boca e nariz e morre por falta de ar. Outras consequncias, menos trgicas, mas tambmmuito srias, so os danos ao fgado e rins, perda de peso,ferimentos no nariz e boca. Em usurios que fazem uso abu-sivo e crnico, os inalantes podem causar danos irreversveisno crebro. 35. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes35Inalantes causam dependncia? Alguns usurios de inalantes desenvolvem dependnciadesses produtos, tendo muita dificuldade de abandonar o hbi-to. Mais frequentemente, no entanto, o uso de inalantes umaatividade de grupo, passageira ou fruto de curiosidade de algunspr-adolescentes, que resolvem experimentar sensaes novascom produtos disponveis dentro de suas prprias casas. Masos acidentes podem acontecer mesmo em um uso ocasional. 36. Srie: Por Dentro do Assunto36 37. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes37Refletindo Todas as informaes apresentadas nesta cartilha tmfundamento em pesquisas e estudos cientficos e podem nosajudar a refletir sobre os nossos comportamentos e a avaliar osriscos a eles associados. Ter liberdade no significa poder fazeraquilo que queremos, a qualquer hora, mas ter conscincia dosefeitos e consequncias de nossos atos para poder tomar deci-ses responsveis. 38. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes39Recursos comunitrios Apresentamos, abaixo, algumas indicaes de institui-es pblicas, privadas e rgos no-governamentais das quaisvoc poder dispor na sua cidade ou regio caso queira obtermaiores informaes sobre o assunto abordado nesta cartilha.Secretaria Nacional dePolticas Sobre Drogas - SENAD SENADEsplanada dos Ministrios Bloco A - 5 AndarBraslia - DF. CEP:70.050-907www.senad.gov.br Central de Atendimento VIVA VOZ0800 510 0015http://psicoativas.ufcspa.edu.br/vivavoz/index.php Observatrio Brasileiro de InformaesSobre Drogas - OBIDwww.obid.senad.gov.brNo Observatrio Brasileiro de informaes sobre Drogas(OBID) voc vai encontrar muitas informaes importantes: contatosde locais para tratamento em todo o pas, instituies que fazempreveno, grupos de ajuda-mtua e outros recursos comunitrios.So disponibilizadas, ainda, informaes atualizadas sobre drogas,cursos, palestras e eventos. 39. Srie: Por Dentro do Assunto40Dentro do OBID, h dois sites especficos voltados para osjovens: Mundo Jovem e Jovem sem Tabaco, alm de uma relaode links para outros sites que iro ampliar o seu conhecimento. Mundo Jovemwww.obid.senad.gov.br/portais/mundojovem Jovem sem Tabacowww.obid.senad.gov.br/portais/jovemsemtabacoOutras Referncias Ministrio da Sadewww.saude.gov.brDisque Sade: 0800 61 1997 Centros de Ateno Psicossocial - CAPSwww.saude.gov.brDisque Sade: 0800 61 1997 Programa Nacional de DST e AIDSwww.aids.gov.br Conselhos Estaduais sobre DrogasPara saber o endereo dos Conselhos do seu estado consulteo site: www.obid.senad.gov.br Conselhos Municipais sobre DrogasPara saber o endereo dos Conselhos do seu municpioconsulte o site: www.obid.senad.gov.br 40. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes41Grupos de auto-ajuda Alcolicos Annimos - AAwww.alcoolicosanonimos.org.brCentral de Atendimento 24 horas: (11) 3315 9333Caixa Postal 580 CEP 01060-970 - So Paulo AL-ANON E ALATEEN (Para familiares e amigos dealcolicos)www.al-anon.org.br Amor-exigente (Para pais e familiares de usurios de drogas)www.amorexigente.org.br Grupos Familiares - NAR - ANON (Grupos para familiares eamigos de usurios de drogas)www.naranon.org.br Narcticos Annimos - NAwww.na.org.br Associao Brasileira de Terapia Comunitria -ABRATECOMwww.abratecom.org.br Pastoral da Sobriedadewww.sobriedade.org.br 41. Srie: Por Dentro do Assunto42Leituras que ajudamSrie de publicaes disponibilizadas pela Senad:As publicaes listadas abaixo so distribudas gratuitamente eenviadas pelos Correios. Podem ser solicitadas no site da SENAD(www.senad.gov.br) ou pelo telefone do servio VIVA VOZ. Estotambm disponveis no portal do OBID (www.obid.senad.gov.br) paradownload. Cartilhas da Srie Por Dentro do Assunto.Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas, 2010 Glossrio de lcool e Drogas.Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas, 2010 Livreto Informativo sobre Drogas Psicotrpicas.Leitura recomendada para alunos a partir do 7 ano do ensinofundamental. Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas- SENAD e Centro Brasileiro de Informaes sobre Drogas -CEBRID, 2010 42. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes43Outras referncias de leituras 123 Respostas Sobre Drogas -Coleo Dilogo na Sala de Aula.Iami Tiba. So Paulo: Editora Scipione, 2003. Admirvel Mundo Novo.Aldous Huxley. So Paulo: Globo, 2001. Anjos cados - Como prevenir e eliminar asdrogas na vida do adolescente.Iami Tiba. So Paulo: Gente, 1999. Conversando sobre drogas.Ronaldo Ribeiro Jacobina, Antonio Nery Filho, Salvador:Edufba, 1999. Desafio da convivncia - Pais e Filhos.Ldia Rosenberg Aratangy. So Paulo: Gente, 1998. Depois Daquela Viagem: Dirio de Bordo de uma Jovemque Aprendeu a Viver com Aids.Valeria Piassa Polizzi. So Paulo: tica, 2003. Doces Venenos: Conversas e desconversas sobre drogas.Ldia Rosenberg Aratangy. So Paulo: Olho D gua, 1991. Drogas - mitos e verdades.Beatriz Carlini Cotrim. So Paulo: tica, 1998. Drogas, Preveno e Tratamento - O que voc queria sabersobre drogas e no tinha a quem perguntar.Daniela Maluf e cols. So Paulo: Cia Editora, 2002. 43. Srie: Por Dentro do Assunto44 Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituda.Kai Herman. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. Esmeralda - Por que no dancei.Esmeralda do Carmo Ortiz. So Paulo: Editora Senac, 2001. Cuidando da Pessoa com Problemas Relacionados comlcool e Outras Drogas - Coleo Guia para Famlia. v. 1.Selma de Lourdes Bordin; Marine Meyer; Srgio Nicastri; EllenBurd Nisenbaum e Marcelo Ribeiro. So Paulo: Atheneu, 2004. Liberdade poder decidir.Maria de Lurdes Zemel e Maria Elisa de Lamboy.So Paulo: FTD, 2000. O que toxicomania.Jandira Masur. So Paulo: Brasiliense, 1986. O Vencedor.Frei Betto. So Paulo: tica, 2000. Pais e Filhos - companheiros de Viagem.Roberto Shinyashiki. So Paulo: Gente, 1992. Satisfaam minha curiosidade - Drogas.Susana Leote. So Paulo: Impala Editores, 2003. Tabebuias: ou Histrias Reais daqueles que se livraramdas drogas na Fazenda da Esperana.Christiane Suplicy Teixeira. So Paulo: Cidade Nova, 2001. 44. Cartilha sobre maconha, cocana e inalantes45Filmes sobre o tema 28 dias, 2000.Direo: Betty Thomas A corrente do bem, 2000.Direo: Mini Leder Bicho de sete cabeas, 2000.Direo: Las Bodanzky Coisas Que perdemos pelo Caminho, 2007.Direo: Susanne Bier. Dirio de um adolescente, 1995.Direo: Scott Kalvert Despedida em Las Vegas, 1996.Direo: Mike Figgis Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e prostituda, 1981.Direo: Uli Edel Ironweed, 1987.Direo: Hector Babenco La Luna, 1979.Direo: Bernardo Bertolucci Maria cheia de graa, 2004.Direo: Joshua Marston Meu nome no Johnny, 2008.Direo: Mauro Lima 45. Srie: Por Dentro do Assunto46 Notcias de uma guerra particular, 1999.Direo: Joo Moreira Salles e Ktia Lund O Casamento de Rachel, 2008.Direo: Jonathan Demme O Informante, 1999.Direo: Michael Mann Por volta da meia noite, 1986.Direo: Bertrand Tavernier Quando um homem ama uma mulher, 1994.Direo: Luis Mandoki Ray, 2004.Direo: Taylor Hackford Rquiem para um sonho, 2000.Direo: Darren Aronofsky Todos os coraes do mundo, 1995.Direo: Murillo Salles 46. Srie: Por Dentro do Assunto48O QUE O VIVAVOZ ?O VIVAVOZ uma central telefnica de orientaes e informaes sobre apreveno do uso indevido de drogas. O telefonema gratuito e o atendi-mento sigiloso. A pessoa no precisa se identificar. BOM FALAR COM QUEM ENTENDE O atendimento realizado por consultores capacitados e supervisionadospor profissionais, mestres e doutores, da rea da sade Os profissionais indicam locais para tratamento Oferecem aconselhamento por meio de interveno breve para pessoasque usam drogas e seus familiares Prestam informaes cientficas sobre drogas O horrio de funcionamento: segunda a sexta, das 8h s 24hO VIVAVOZ resultado de uma parceria entre a Secretaria Nacional de Pol-ticas sobre Drogas - SENAD e a Universidade Federal de Cincias de Sadede Porto Alegre. Aps 4 anos de funcionamento, os resultados positivos e ademanda do pblico para o teleatendimento apontaram para a necessidadede ampliao do servio. Para isto, uma parceria com o Programa Nacionalde Segurana Pblica com Cidadania (PRONASCI), do Ministrio da Justia,permitiu a ampliao do perodo de atendimento. 47. DROGASCartilha para pais de crianasCartilha para pais de adolescentesCartilha lcool e jovensCartilha para educadoresCartilha sobre tabacoCartilha sobre maconha, cocana e inalantesCartilha mudando comportamentos 48. VendaProibida