O PREO DA EXPOSIO AO SOL NO BRASILEstudos sobre os nveis de radiao ultravioleta e seus efeitos sobre a sade humanaDr. Marcelo de Paula Corra(mpcorrea@unifei.edu.br)

Professor do Instituto de Recursos NaturaisUniversidade Federal de Itajub

Pesquisador da Diviso de Satlites e Sistemas AmbientaisCentro de Previso de Tempo e Estudos ClimticosInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais

Seminrio Internacional sobre Protetores Solares20 de abril de 2006 Braslia / DF

RoteiroO que Radiao Ultravioleta ?

Quais so os efeitos da R-UV sobre o ser humano ?

O cncer de pele no Brasil.

Contribuies para compreenso da R-UV.

Consideraes finais sobre o assunto.

Radiao Ultravioleta

epidermedermeUVA385nmUVB315nmUVC254nmtecido subcutneo1%50%33%5%19%9.5%< 1%QueratincitosMelancitosClulas basaisCel. LangerhanCapilaridadesFibroblastosLinfcitosMacrfagosGranulcitosColgenoVasosFibras elsticas

Efeitos da radiao ultravioleta sobre os seres humanosFonte:www.saudetotal.com.br

R-UV e seus efeitos sobre os seres humanosEfeitos benficosSntese da vitamina D3 (colecalciferol) Psicolgicos (?)Preveno de diversos tipos de cncer, diabetes tipo 1, osteoporose.

Efeitos nocivosPele queimaduras, envelhecimento precoce, manchas, etc.cnceres de peleOlhosdegenerao, cataratas cnceres de plpebraSistema imunolgico (no certo que o impacto seja considervel)pode afetar a resposta imunolgica de pacientes com herpes e HIVreduo de eficincia de programas de vacinaoexistem estudos que mostram correlaes com aumento de casos de outras doenas auto-imunes como a esclerose mltipla e o lpus eritematoso

As conseqncias Sociaiscncer de peleMilhes de novos casos por ano no mundo. Sendo cerca de 150 mil casos de melanoma. O Brasil detm uma das maiores taxas (crescente) de novos casos com aproximadamente 70 / 100.000 habitantes.catarata 135 milhes de pessoas com problemas visuais e 45 milhes de cegos em todo o mundo (1998)5 a 10 milhes de novos casos de catarata por ano.0,5 milho de novos casos por ano no Brasil.

EconmicosAustrlia: cncer de pele representa cerca de 20% do oramento anual para todos os tipos de cncerGastos: US$ 0,08/hab/ano (campanhas) - US$5,70/hab/ano (tratamento)O nmero de cirurgias de catarata realizadas no Brasil aumentou de 90 mil (1990) para 250 mil (2000) aumento de 278 %

Conscientizao e Preveno Exemplos de programas eficazesDivulgao dos efeitos causados pelo excesso de exposio ao sol pelos meios de comunicao (rdio, TV e jornais)Divulgao do ndice Ultravioleta:EUA (1995) - as previses de tempo acompanhadas de informaes sobre os nveis de R-UV j eram divulgadas em 70% dos noticirios de TV e 61% dos jornais impressos. Cerca de 64% da populao tinha ouvido falar no ndice ultravioleta (IUV) e 38% destas pessoas haviam mudado seus hbitos devido aos alertas (Geller et al., 1997)

Campanhas de conscientizao nas escolas, praias, parques e em instituies do governo.

Diminuio ou iseno de impostos sobre medicamentos para proteo solar.

Resultados: reduo das taxas de crescimento do nmero de casos de cncer de pele com representativa economia para o setor da sade(Fonte: Emmons e Colditz, 1999)

O que tem sido feito...EUA1999: Publicao do artigo Preventing excess sun exposure: It is time for national policy (Emmons & Colditz, J. Nat. Cancer Inst) Severas crticas ao sistema de divulgao do IUV para a sociedadeDivulgao dos efeitos causados pelo excesso de exposio ao sol pelos meios de comunicao (rdio, TV e jornais)Divulgao do ndice Ultravioleta:EUA (1995) - as previses de tempo acompanhadas de informaes sobre os nveis de R-UV j eram divulgadas em 70% dos noticirios de TV e 61% dos jornais impressos. Cerca de 64% da populao tinha ouvido falar no ndice ultravioleta (IUV) e 38% destas pessoas haviam mudado seus hbitos devido aos alertas (Geller et al., 1997)

Canad(1992) Incio da divulgao macia do IUV; (1993) pesquisa indica que 73% conheciam o IUV e que 59% haviam mudado os hbitos de exposio; (1996) outra pesquisa indica 90% de conhecimento do IUV

Austrlia e Nova Zelndia Campanhas extremamente eficazes. Exemplos de sucesso como: the Slip, Slop, Slap campaign (Slip on a long sleeve shirt, slop on some SPF15+ sunscreen and slap on a broad-brimmed hat), para crianas e adolescentes.O governo australiano isentou de taxas todos os protetores solares

EuropaCooperao europia COST-713 UV Index for the Public

Propostas da OMSFonte: Global Solar UV Index A practical guide. OMS, 2003

O ndice Ultravioleta Divulgao do ndice Ultravioleta (IUV)O IUV uma escala de valores relacionada aos fluxos de R-UV que induzem formao de eritemas (avermelhamento, queimadura) na pele humana. O IUV est relacionado exposio ao Sol de uma pessoa em ambiente aberto. Serve, principalmente, para identificar o perodo do dia quando a exposio aos raios UV mais intensa.O IUV uma importante ferramenta na educao do pblico sobre os perigos da exposio excessiva R-UV e sobre as precaues necessrias para uma exposio segura.1 IUV = 25 mW/m2 de R-UV biologicamente ativa

No Brasil...

rea: 8,511,965 kmextremidades: latitude: 51620N and 334432Slongitude: 344730W and 735932Wpopulao: +170 M (2001)populao urbana: 80%grupos tnicos: 55% brancos (portugueses, italianos, espanhis, alemes, poloneses, etc.); 38% mestios; 6% negros;1% outros (orientais, rabes, ndios, etc.)cidades populosas:So Paulo pop: 10 M 800mRio de Janeiro pop: 6 M sea levelBelo Horizonte pop: 2.5 M 850m. Fortaleza pop: 2.5 M sea levelPorto Alegre pop: 1.5 M sea levelCampos de Jordo pop: 50 K 1700mDistribuio da populao

O IUV no BrasilCondies de cu claro ao meio-dia local

Conscientizao e Preveno no BrasilDados da ltima campanha de preveno ao cncer de pele (2003) realizada pela Sociedade Brasileira de DermatologiaNmero de atendidos: 38.00069,6 % (~26.500) se expem ao sol sem o uso de qualquer tipo de proteohomens: 77,9% mulheres: 64,5% indivduos de pele negra: 80%~ 8% (~3000) diagnsticos de casos de cncer de pele no-melanoma homens: 10,7% mulheres: 6,7% indivduos de pele negra: 1,7%*

Razes para estes nmeroshbitos culturais e estticos (bronzeamentos artificial e natural em excesso)exposio ao sol por necessidade (camels, ambulantes, agricultores, etc.)alto custo dos protetores solaresfalta de informaocarncia de programas de conscientizao

Sade no Brasil (cncer de pele)Efeitos prejudiciais aos seres humanosExcesso de exposioao solCarncia de projetos e polticas pblicas(campanhas de preveno)Falta de conscientizaoPadres estticos

Cncer de Pele no BrasilA preveno do cncer de pele, inclusive os melanomas, inclui aes de preveno primria por meio de proteo contra luz solar, que so efetivas e de baixo custo. A preveno secundria, atravs de exame dermatolgico cuidadoso, tambm indicada, tendo a vantagem adicional de permitir o diagnstico precoce de melanoma de pele em sua fase inicial.(INCA, 2005)

IUV x CPNM x cor da peleCORRA, M. P.; DUBUISSON, P.; PLANA-FATTORI, A. An overview of the ultraviolet index and the skin cancer cases in Brazil. Photochemistry and Photobiology, v. 78, n. 1, p. 49-54, 2003.

A colaborao da cincia para uma melhor compreenso dos fenmenos que envolvem a radiao ultravioleta

Estudo da influncia de fatores atmosfricos e geogrficos sobre os nveis de radiao ultravioleta em regies de alta densidade populacional do estado de So Paulo (Projeto FAPESP n 04/00937-3)

Temas de PesquisaImpacto dos aerossis atmosfricos: Questes: conveniente caracterizar os aerossis de uma regio exclusivamente por sua caracterstica, geogrfica ou econmica, mais marcante ? Os aerossis caractersticos de regies costeiras ou montanhosas exercem influncias semelhantes sobre os fluxos UV ? possvel padronizar essas influncias ? possvel detectar episdios extremos de atenuao da R-UV na regio ? E relacion-los, por exemplo, a episdios de queimadas distantes ?

Efeitos da altitude:Comparao com sensores instaladosem outras localidades.

Temas de PesquisaInfluncia exercida pela nebulosidade: Uso de classificao de cenas usando imagens GOES 8Objetivos:i) obter parametrizaes desta influncia; ii) ponderar sua influncia quando comparada do aerossol;

iii) realizar estudos conseqentes da modificao da R-UV em condies outras que as de cu claro.

Temas de PesquisaRelao entre os fluxos de R-UV e radiao solar global (RSG): obter correlaes entre os fluxos medidos de forma a se estimar os nveis aproximados de R-UV a partir de fluxos de RSG

A divulgao como forma de contribuio Informaes via internet

Divulgao pela internetInformaes didticasImagens setorizadasInformaes sobre R-UV e sade

Divulgao pela internetPreviso do contedo de oznioPrevises para 5 dias

Divulgao pela internet

Resultados recentes

Consideraes finais

os casos de cncer de pele no-melanoma so os mais comuns entre todos os tipos de cncer diagnosticados no Brasil;

estudos realizados revelam uma populao despreparada em relao aos mtodos de proteo, e desinformada sobre os efeitos da R-UV sobre a sade;

os nveis de R-UV, em condies de cu claro, so muito elevados na maior parte do ano e em quase todo territrio brasileiro;

a preveno ao cncer de pele, assim como de qualquer tipo de doena, resulta em tratamentos menos traumticos e mais positivos, bem-estar social e economia para os cofres pblicos.

AgradecimentosCONTATO:

Marcelo de Paula Corra mpcorrea@unifei.edu.br

Pgina na internet: http://satelite.cptec.inpe.br/uv