2015
Deolinda Ribas
Manuel de Paiva Ribeiro e
Etelvina Simão Ribeiro
19-10-2015
RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)
Tribunal da Comarca do Porto
Santo Tirso – Inst. Central
2.ª Secção do Comércio – J3
Processo n.º 2826/15.1T8STS
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3
2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES ............................................. 4
2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES .............................................................. 4
2.2. COMISSÃO DE CREDORES ................................................................................ 4
2.3. ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA ............................................................ 4
2.4. DATAS DO PROCESSO ........................................................................................ 4
3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1
DO ARTIGO 24ª ............................................................................................................................. 5
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS ................................................................ 5
3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS
ANOS .................................................................................................................................. 6
3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA ............................................................................... 6
4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO
FINANCEIRA ................................................................................................................................. 9
5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA ............................................................... 10
6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES ................................. 11
7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO ....... 14
7.1. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA .......................... 14
7.2. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES ............................................ 15
7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO ............................................................... 15
7.4. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE ......................... 16
8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) ............................................................................. 27
9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) ..................................... 27
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1. INTRODUÇÃO
Os devedores Manuel de Paiva Ribeiro e Etelvina Simão Ribeiro apresentaram-se à
insolvência, tendo sido proferida sentença em 7 de Setembro de 2015.
Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um
relatório contendo:
a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º
1 do artigo 24.º;
b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os
documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos
autos pelo devedor;
c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no
todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência,
e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários
figuráveis;
d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de
insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do
mesmo;
e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a
tramitação ulterior do processo.
Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores.
Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem a administradora apresentara o seu
relatório.
A Administradora da insolvência
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2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES
2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES
Nome Manuel de Paiva Ribeiro
NIF 143611399
CC 5852039 2ZZ4
Nome Etelvina Simão Ribeiro
NIF 211852791
BI 7568825
Morada Rua Nicolau Tolentino, nº 323 – 3º Direito, 4455-500 Perafita
Estado Civil Casados no regime de comunhão de adquiridos
2.2. COMISSÃO DE CREDORES
Não nomeada
2.3. ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA
Deolinda Ribas
NIF/NIPC: 175620113
Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 – 4710-358 Braga
Telef: 253 609310 – 253 609330 – 917049565 - 962678733
E-mail: [email protected]
Site para consulta: Informações sobre o processo
2.4. DATAS DO PROCESSO
Data e hora da prolação da sentença: 07-09-2015 pelas 10h30m
Publicado no portal Citius: 07-09-2015
Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos.
Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 26-10-2015 pelas 14:30 horas
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3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS
Dispõe a al ínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor
deve juntar, entre outros, documento em que se expl icita a
actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos úl timos
três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o
que entenda serem as causas da situação em que se encontra.
Os insolventes procederam, de acordo com o disposto no nº 1 do
artigo 24º do CIRE, à junção dos seguintes documentos:
a) Relação de credores;
b) Certificado de registo criminal;
c) Documento que alude o artº. 24º, nº 1 c) do CIRE;
d) Requerimento de protecção jurídica;
e) Relação de bens;
f) Assentos de nascimento;
g) Tí tulos de propriedade de motociclo ;
h) Certificado de matrícula;
i) Citação de agente de execução;
j) Documentos de cobrança;
k) Declaração Modelo 3 IRS de 2012, 2013 e 2014.
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3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS
ÚLTIMOS TRÊS ANOS
Os devedores, entre 1999 e 2008, exploraram um estabelecimento
comercial denominado “Kiko”.
Entre 2008 e março de 2011 exploraram o estabelecimento
comercial denominado “Ocidental”.
Entre maio de 2011 e setembro de 2011 exploraram o
estabelecimento comercial denominado “PetaFrita”.
Actualmente encontram-se desempregados e não auferem
qualquer rendimento ou prestação social .
3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA
As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da
insolvência resultam da anál ise efectuada à informação
colocada à disposição da Administradora de Insolvência
(petição inicial e documentos fornecidos), bem como das
dil igências efectuadas por esta.
Deste modo, indicam-se os motivos justif icativos da actual
situação de insolvência dos devedores:
Os devedores são casados no regime de comunhão de
adquiridos e residem em habitação camarária , pela qual
pagam, mensalmente, o valor de € 30,00 ;
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Com os devedores residem dois dos quatro fi lhos maiores do
casal, que ajudam os insolventes a fazer face às despesas
mensais, nomeadamente com água, luz, gás, al imentação e
renda.
Ambos os devedores encontram-se desempregados, não
auferindo qualquer rendimento ou prestação social .
Entre 1999 e meados de 2011, os devedores contraíram
diversas dívidas decorrentes da gestão e exploração de três
estabelecimentos comerciais da área da restauração que
foram por si explorados:
o Estabelecimento comerc ial denominado “kiko”, sito na
Rua Alda Machado, em Leça da Palmeira, que
exploraram entre 1999 e 2008;
o Estabelecimento comercial denominado “Ocidental”,
sito na Rua Ramalho Ortigo, em Perafita, que
exploraram entre 2008 e março de 2011;
o Estabelecimento comercial denominado “PetaFrita”,
sito na Rua Marco Cruz em Perafita, que exploraram
entre maio de 2011 e Setembro de 2011.
Para gerirem os estabelecimentos comerciais supra referidos,
o insolvente marido esteve colectado nas f inanças até junho
de 2012, e a insolvente mulher esteve colectada até
dezembro de 2011;
No âmbito da aquisição e gestão dos referidos
estabelecimentos comerciais os devedores contrariam várias
dívidas, que deram origem a diversos processos executivos:
o Processo nº 2841/13.0TBMTS, que correr termos no
Tr ibunal do Porto – Inst. Central – 1ª secção – J9, em
que é exequente Bispo & Sampaio – Torrefação e
Comercio de Café, Ldª, no valor € 47.208,64;
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o Processo nº 3732/14.2TBMTS, que correr termos no
Tr ibunal do Porto – Inst. Central – 1ª secção – J4, em
que é exequente Bispo & Sampaio – Torrefação e
Comercio de Café, Ldª, no valor € 54.196,00;
o Processo nº 6501/10.5TBMTS, que correu termos no
extinto 6º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Arl indo Lopes
Carvalho, no valor de € 29.240,95;
o Processo nº 664/10.7TBMTS, que correu termos no
extinto 2º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Banco BPN Paribas
Personal Finance, SA, no valor de € 10.363,97;
o Processo nº 4999/10.0TBMTS, que correu termos no
extinto 6º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Banco BPN Paribas
Personal Finance, SA, no valor de € 5.342,41;
o Processo nº 3896/09.7TBMTS, que correu termos no
extinto 6º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Banif – Banco
Internacional do Funchal , SA, no valor de € 9.126,54;
o Processo nº 1595/10.6TBMTS, que correu termos no
extinto 4º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Sofinloc – Instituição
Financeira de Crédito, SA, no valor de € 30.054,32;
o Injunção nº 395848/09.0YIPRT, em que é requerente o
Banco Credibom, SA, no valor de € 2.649,57;
o Processo nº 1132/10.2TBMTS, que correu termos no
extinto Tribunal Judicial de Matosinhos, em que é
exequente a EDP Serviço Universal , SA, no valor de €
2.052,65;
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o Injunção nº 314760/11.0YIPRT, em que é requerente a
EDP Serviço Universal , SA , no valor de € 1.173,48;
o Injunção nº 139172/09.5YIPRT, em que é requerente a
EDP Serviço Universal , SA , no valor de € 149,85;
A conjugação destes factores, levaram a que os Requerentes se
vissem totalmente impossibil i tados de cumprir com as suas
obrigações.
4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA
No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o
Administrador da insolvência efectuar uma anál ise do estado da
contabil idade dos devedores e a sua opinião sobre os
documentos de prestação de contas e de informação financeira
juntos por estes.
Registe-se que estão dispensados de ter contabil idade
organizada (podem ter contabil idade simpl ificada) os sujeitos
passivos que, no exercício da sua actividade, não tenham
ul trapassado o volume de vendas de 149.639,37 € ou que os
valores i l íquidos dos restantes rendimentos desta categ oria não
ultrapassem 99.759,58€ . Os insolventes enquadram-se nesta
situação, porquanto o volume de vendas da respectiva
actividade comercial não ul trapassava o valor de 149.639,37 € .
No que se refere as informações financeiras prestadas pelos
devedores e que se encontra descrita em termos de activos e
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passivos, foram entregues as declarações de IRS dos anos de
2012, 2013 e 2014, das quais resulta, o seguinte:
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Valores declarados 2012 2013 2014
Rendimento Cat. A/H 0,00 0,00 351,06
Rendimento Cat. B - - -
Rendimentos prediais - - -
Mais-valias al ineação
onerosa imóveis - - -
Alienação onerosa de
partes sociais - - -
Juros de retenção
poupança - - -
5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA
Os insolventes exerceram actividade de Empresários em Nome
individual (ENI ), tendo explorado os estabelecimentos comerciais
denominados “kiko”, “Ocidental” e “PetaFrita”.
Das dil igências efectuadas junto dos actividade foi possível
concluir não existi rem condições para vir a ser apresentado um
Plano de Insolvência, uma vez que todos os referidos
estabelecimentos já se encontram encerrados há mais de três
anos.
Nada foi junto aos autos que permita sustentar a inversão desta
situação.
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Assim, apenas se poderá concluir pela impossibil idade de
manutenção da empresa - Empresário em Nome individual (ENI),
pelo que se tem como por inexequível a apresentação e
aprovação de um qualquer plano de recuperação.
6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES
A assembleia de credores de apreciação do relatório del ibera
sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de
Insolvência.
Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem
como escopo a l iquidação do património de um devedor
insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores .
Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os
bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o
património da devedora à data da declaração de insolvência,
bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do
processo.
Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda [ 1], da
conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resul ta que, em rigor, a
massa não abrange a total idade dos bens do devedor
susceptíveis de aval iação pecuniária, mas tão só os que forem
1Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237.
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penhoráveis e não excluídos por disposição especial em
contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis ,
sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a
impenhorabil idade não seja absoluta.
São absolutamente impenhoráveis “os bens imprescindíveis a
qualquer economia doméstica que se encontrem na residência
permanente do executado (…) ”.
Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes
na residência dos devedores por se tratar de bens imprescindíveis
à respectiva economia doméstica.
O signatário encetou dil igências no sentido de averiguar a
existência de bens no património do insolvente, nomeadamente
através da deslocação à morada da insolvente e
estabelecimento comercial , bem como junto da Conservatória do
Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, tendo sido
local izados dos veículos automóveis infra descritos no inventário.
Na esfera patrimonial encontram-se registado um motociclo da
marca Gilera, com a matricula 6PRT-55-89, do ano de 1999, cujo
valor de l iquidação ascenderá a € 150,00 e um veículo automóvel
da marca Mercedes-Benz – C220 D, com o valor de l iquidação de
cerca de € 2.500,00, veículo este, contudo, que se encontra
onerado com reserva de propriedade a favor do Credibom –
Instituição de Crédito, SA, cuja divida ascende a € 2.569,44.
Assim, verifica-se que os bens registados em nome dos devedores
e que são susceptíveis de apreensão, têm um valor estimado em
muito inferior ao montante de € 5.000,00 a que se refere o nº 7 do
artº 232º do CIRE, pelo que se presume a insuficiência da massa.
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O cenário possível que se apresenta para os credores é, pois, no
sentido do encerramento do presente processo por insuficiência
de bens da massa insolvente.
Assim, considerando que:
1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de
valores activos face ao Passivo acumulado;
2. Não havendo Plano de Pagamentos;
a Administradora da Insolvência propõe que se del ibere no
sentido do encerramento por insuficiência de bens da massa
insolvente.
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7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO
7.1. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA
Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do
incidente de qual ificação da insolvência, na sentença que
declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de
qual ificação, com carácter pleno ou l imitado – cfr. al . i) doa rt.º
36.º do CIRE.
Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não
declarou, desde logo, aberto aquele incidente .
Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após
a real ização da assembleia de apreciação do relatório, o
administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá
alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento
autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da
qual ificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas
que devem ser afetadas por tal qual ificação, cabendo ao juiz
conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno,
declarar aberto o incidente de qual ificação da insolvência, nos
10 dias subsequentes.
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7.2. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES
Nas acções / execuções pendentes contra os insolventes não se
discute qualquer questão cuja decisão que vier a ser proferida
nessas acções possa afectar a massa insolvente (no sentido de
lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que não se requer
a apensação das mesmas.
Igualmente no que se reporta aos processos executivos o pedido
de apensação de processos executivos apenas se justif ica rá em
caso de dificuldade de apreensão para a massa insolvente dos
bens penhorados no âmbito desses processos, o que, até ao
momento não se verifica, pelo que não se requer a apensação
dos mesmos.
7.3. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO
No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º
do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante
apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas
singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de
forma sucinta, a justificação para a não apreensão.
Ora, verifica-se que, no caso concreto, os insolventes
encontram-se desempregados e não auferem quaisquer
rendimentos ou subsídios, pelo que não existe qualquer
montante passível de ser apreendido.
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7.4. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE
A insolvente veio requerer a exoneração do passivo restante, nos
termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE.
Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador
da insolvência pronunciar -se sobre o requerimento.
É possível del inear a seguinte factual idade com interesse para a
emissão do presente parecer, face aos elementos documentais
constantes do processo (petição inicial e informações prestadas
pelos Requerentes, sentença que decretou a insolvência bem
como a relação provisória de credores apresentada nos termos
dos artºs 154.º e 155º CIRE):
1. Os devedores são casados no regime de comunhão de
adquiridos e residem em habitação camarária e pela qual
pagam mensalmente o valor de € 30,00 ;
2. Com os devedores residem dois dos quatro f i l hos maiores do
casal, que ajudam os insolventes a fazer face às despesas
mensais, nomeadamente com água, luz, gás, al imentação e
renda.
3. Ambos os devedores encontram-se desempregados, não
auferindo qualquer rendimento ou prestação social .
4. Entre 1999 e meados de 2011, os devedores contraíram
diversas dívidas decorrentes da gestão e exploração de três
estabelecimentos comerciais da área da restauração:
Estabelecimento comercial denominado “kiko”, sito na
Rua Alda Machado, em Leça da Palmeira, que
exploraram entre 1999 e 2008;
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Estabelecimento comercial denominado “Ocidental”
sito na Rua Ramalho Ortigo, em Perafita, que
exploraram entre 2008 e março de 2011;
Estabelecimentos comercial denominado “PetaFrita”,
sito na Rua Marco Cruz em Perafita, que exploraram
entre maio de 2011 e Setembro de 2011.
5. Os seus credores e respectivos créditos, são os seguintes:
Credores Fundamento Montante Data
Constituição Data
Vencimento
ARLINDO LOPES
CARVALHO
Execução comum - proc. n.º 6501/10.5TBMTS
32.000,00 15-10-2010 07-09-2015
ARROW GLOBA LIMITED Contrato de mutuo n.º
42610965829001 14.021,73 16-06-2007 18-12-2008
ARROW GLOBA LIMITED Juros após a declaração de
insolvência 33,05 08-09-2015 05-10-2015
AUTORIDADE
TRIBUTÁRIA E
ADUANEIRA
Crédito relacionado pelos insolventes
11.762,68 N/D N/D
BANCO CREDIBOM,
S.A.
Crédito relacionado pelos insolventes
2.649,57 N/D N/D
BANIF - BANCO
INTERNACIONAL DO
FUNCHAL
Crédito relacionado pelos insolventes
9.126,54 N/D N/D
BARCLYCARD Crédito relacionado pelos
insolventes 521,09 N/D N/D
BISPO&SAMPAIO -
TORREFAÇÃO E
COMÉRCIO DE CAFÉ
Proc. n.º 3732/14.2TBMTS 48.669,17 17-10-2013 18-11-2013
BISPO&SAMPAIO -
TORREFAÇÃO E
COMÉRCIO DE CAFÉ ,
LD.ª
Proc. n.º 2841/13.0TBMTSTBMTS
0,00 04-09-2008 05-09-2010
BPN PARIBAS -
PERSONAL FINANCE
Contrato de abertura de crédito em conta permanente n.º
48010548698100 5.404,76 08-03-2006 07-09-2015
CITIBANK
INTERNACIONAL PLC,
SUCURSAL EM
PORTUGAL
Crédito relacionado pelos insolventes
2.526,87 N/D N/D
COFIDIS Crédito relacionado pelos
insolventes 12.669,15 N/D N/D
EDP UNIVERSAL, S.A. Crédito relacionado pelos
insolventes 3.226,13 N/D N/D
INSTITUTO DA
SEGURANÇA SOCIAL,
E.P.
Crédito relacionado pelos insolventes
6.571,98 N/D N/D
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INSTITUTOS DE
SEGUROS DE
PORTUGAL - FUNDO DE
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AUTOMÓVEL
Crédito relacionado pelos insolventes
251,53 N/D N/D
MEO - SERVIÇOS DE
COMUNICAÇÃO E
MULTIMÉDIA, S.A.
Crédito relacionado pelos insolventes
149,85 N/D N/D
NOVO BANCO, S.A. Crédito relacionado pelos
insolventes 13.167,94 N/D N/D
SOFINLOC -
INSTTUIÇÃO
FINANCEIRA DE
CRÉDITO, S.A.
Crédito relacionado pelos insolventes
30.342,06 N/D N/D
6. Encontram-se pendentes contra os devedores os seguintes
processos:
Processo nº 2841/13.0TBMTS, que correr termos no
Tr ibunal do Porto – Inst. Central – 1ª secção – J9, em
que é exequente Bispo & Sampaio – Torrefação e
Comercio de Café, Ldª, no valor € 47.208,64;
Processo nº 3732/14.2TBMTS, que correr termos no
Tr ibunal do Porto – Inst. Central – 1ª secção – J4, em
que é exequente Bispo & Sampaio – Torrefação e
Comercio de Café, Ldª, no valor € 54.196,00;
Processo nº 6501/10.5TBMTS, que correu termos no
extinto 6º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Arl indo Lopes
Carvalho, no valor de € 29.240,95;
Processo nº 664/10.7TBMTS, que correu termos no
extinto 2º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Banco BPN Paribas
Personal Finance, SA, no valor de € 10.363,97;
Processo nº 4999/10.0TBMTS, que correu termos no
extinto 6º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
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Matosinhos, em que é exequente Banco BPN Paribas
Personal Finance, SA, no valor de € 5.342,41;
Processo nº 3896/09.7TBMTS, que correu termos no
extinto 6º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Banif – banco
Internacional do Funchal, SA, no valor de € 9.126,54;
Processo nº 1595/10.6TBMTS, que correu termos no
extinto 4º Juízo Cível do Tr ibunal Judicial de
Matosinhos, em que é exequente Sofinloc – Instituição
Financeira de Crédito, SA, no valor de € 30.054,32;
Injunção nº 395848/09.0YIPRT, em que é requerente o
Banco Credibom, SA, no valor de € 2.649,57;
Processo nº 1132/10.2TBMTS, que correu termos no
extinto Tribunal Judicial de Matosinhos, em que é
exequente a EDP Serviço Universal , SA, no valor de €
2.052,65;
Injunção nº 314760/11.0YIPRT, em que é requerente a
EDP Serviço Universal , SA , no valor de € 1.173,48;
Injunção nº 139172/09.5YIPRT, em que é requerente a
EDP Serviço Universal , SA , no valor de € 149,85;
7. Os requerentes, de acordo com a informação constante das
certidões do registo de nascimento, nunca foram
declarados insolventes nem nunca beneficiaram
anteriormente de exoneração do passivo restante.
8. Os requerentes, de acordo com as informações constantes
da certidão de registo criminal, não foram condenados por
sentença transitada em julgado por algum dos crimes
previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal
nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do
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pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a
esta data.
9. Os insolventes apresentaram-se à insolvência em 1 de
setembro de 2015, a qual foi decretada por sentença
proferida em 7 do mesmo mês.
*-*
Isto dito:
Dispõe o disposto no art.º 235 do CIRE, que ”se o devedor for uma
pessoa singular, pode ser -lhe concedida a exoneração dos
créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos
no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no
encerramento deste”.
Os critérios de apl icação deste instituto estão previstos nos arts.
237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na
assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de
insolvência, cumprir -se-á dessa forma o requisi to da al ínea c) do
art.º 237.º.
Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (apl icáveis por
força do art.º 237.º, al ínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido
conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos
termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo.
Nada consta nos autos ou foi apurado pela administradora de
insolvência quanto a terem os devedores fornecido informações
falsas a que se refere a al ínea b) ou ter beneficiado
anteriormente desta exoneração do passivo restante (al ínea c)).
A apl icação do disposto na al ínea d) do nº 1 do artigo 238.º do
CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações:
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o devedor não cumprir o dever de apresentação à
insolvência, com prejuízo para os credores,
ou se não existi r esse dever, se se tiver abstido dessa
apresentação nos seis meses seguintes à verificação da
situação de insolvência, com prejuízo para os credores e
sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não
existi r qualquer perspectiva séria de melhoria da sua
situação económica.
Em relação à verificação em concreto do requisito da parte
inicial da al ínea d), estando em apreciação um pedido que foi
formulado por pessoas singulares que exerceram a actividade de
Empresário em Nome individual (ENI), poder -se-á colocar a
questão da obrigação por parte dos requerentes de se
apresentar à insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do
CIRE, tal como flui do nº 2 deste mesmo preceito.
Com efeito, para tal seria determinante apurar qual a data do
conhecimento da situação de insolvência (daqui decorrendo a
obrigação legal de se apresentar à insolvência dentro dos 60 dias
seguintes), elemento este que é sempre relativamente al eatório,
pois que a impossibil idade de cumprir as obrigações vencidas não
tem de equivaler à inferioridade do activo em relação ao passivo,
pois ainda assim o comerciante pode dispor de crédito que lhe
permita ir solvendo as suas dívidas.
E, na presente si tuação, terá sido isso que aconteceu com os
insolventes, pois, foram conseguindo obter meios que lhe
permitiram ir solvendo as suas dívidas, sendo, nessas
circunstâncias, de difícil del imitação o momento a partir do qual
se há-de reportar a impossibil idade de cumprir as obrigações
vencidas.
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Nesse particular, apesar da actividade exercida poder ter -se
revelado deficitária mais de 60 dias antes da apresentação a
juízo, não é forçoso considerar que esse é o momento ao qual se
há-de reportar a impossibil idade de cumprir as obrigações
vencidas.
No que se reporta aos demais requisi tos desta al ínea d), de
preenchimento cumulativo, são os seguintes:
que o devedor/requerente não se apresente à insolvência
nos seis meses seguintes à verif icação da situação de
insolvência;
que desse atraso resul te um prejuízo para os credores;
que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse
ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva
séria de melhoria da sua situação económica.
Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria
escrevem que “para além da não apresentação à insolvência, a
relevância deste comportamento do devedor, para efeito de
indeferimento l iminar, depende ainda, em qualquer destas
hipóteses, de haver prejuí zo para os credores e de o devedor
saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe
«qualquer perspectiva séria da melhoria da sua situação
económica».
Está aqui em causa apurar se a não apresentação dos devedores
à insolvência se pode justificar por eles estarem razoavelmente
convictos de a sua situação económica poder melhorar em
termos de não se tornar necessária a declaração de
insolvência”[…]
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Importa, pois, veri ficar se a apresentação dos requerentes à
insolvência se verificou nos sessenta dias seguintes à verificação
desta s ituação e se desse facto advieram prejuízos para os
credores.
Ora, conceito de prejuízo pressuposto na al ínea d) do nº 1 do
artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples
vencimento dos juros, que são consequência normal do
incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum
prejuízo de outra ordem, projectado na esfera jurídica do credor
em consequência da inércia do insolvente (consistindo, por
exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no
período que dispunha para se apresentar à insolvência).
Entende-se que o simples acumular do montante de juros não
integra o conceito de “prejuízo” a que se refere o art. 238, nº 1,
al . d) do CIRE. […].
Com efeito, a mora resul tante do atraso no pagamento, em
abstracto, contr ibui sempre para o avolumar da dívida,
designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados,
em especial quando estamos perante dívidas a instituições
financeiras.
Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibil idade de
cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE),
lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e
segs. do Cód. Civil ), o que se traduz no aumento quantitativo do
passivo do devedor.
Não pode, pois, considerar -se que o conceito normativo de
prejuízo previsto na al ínea d) do nº 1 do art. 238 do CIRE inclua no
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seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo em
decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o crédito
de capital , sob pena de se estar a esvaziar de sentido úti l a
referência legal a tal requis ito (prejuízo de credores).
É que se tivesse sido essa a f inal idade da lei, bastaria ter
estabelecido o indeferimento l iminar do pedido de exoneração
do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se
apresentar à insolvência no período de sessenta dias (no caso de
ser comerciante) posterior à verif icação dessa s ituação.
Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo
(sessenta dias após a verificação da si tuação de insolvência) não
é suficiente para se poder considerar preenchido o requisi to aqui
em anál ise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar -se um
prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria
comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra
compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores
como requisito autónomo do indeferimento l iminar do incidente.
Tratando-se o prejuízo dos credores de um requis ito autónomo
deste indeferimento l iminar, acrescerá o mesmo aos demais
requisi tos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que
traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não
podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já
estão contidas num desses outros requisitos.
Em defesa dessa posição, aponte-se, nesse sentido, a mais
doutr ina maioritária do STJ, de que é exemplo o Acórdão de
19.04.2012 que veio considerar que “do facto de o devedor se
atrasar na apresentação à insolvência não se pode concluir
imediatamente que daí advieram prejuízos para os credores” .
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O requisito prejuízo não advém automaticamente do atraso, “mas
sim de factos de onde se possa concluir que o devedor teve uma
conduta i l ícita, desonesta, pouco transparente e de má fé e que
dessa conduta resultaram prejuízos para os credores” – Cfr. Ac.
do STJ de 19.04.2012.
Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta dos
devedores, devendo apurar-se se este se pautou pela l icitude,
honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à si tuação
económica, só se justificando o indeferimento l iminar caso se
conclua pela negativa.
Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento l iminar do
pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea dos
devedores à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei
visa os comportamentos que façam diminu ir o acervo patrimonial
do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que
originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo
que estava já impossibil i tado de satisfazer. São estes
comportamentos desconformes ao proceder honesto, l íc ito,
transparente e de boa-fé, os quais, a verif icarem-se na conduta
dos devedores, impedem que a estes seja reconhecida a
possibil idade, preenchidos os demais requisi tos do preceito, de se
l ibertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a
sua reabil itação económica. Como tal , o que se sanciona são os
comportamentos que impossibil i tem, dif icultem ou diminuam a
possibil idade de os credores obterem a satisfação dos seus
créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida
caso tais compo rtamentos não ocorressem. […]
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Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada
foi apurado no sentido que aponte para que os insolventes não
tenham adoptado uma atitude de l icitude, honestidade,
transparência e boa-fé no que respeita à sua si tuação
económica.
Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer
elemento que aponte no sentido da culpa dos devedores na
criação ou agravamento da situação de insolvência – está
também preenchida a al ínea e) do art.º 238.º.
Não consta, ainda, que os devedores tivessem sido condenados
por sentença transitada em julgado por algum dos crimes
previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos
10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de
declaração da insolvência ou posteriormente a esta data – al ínea
f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE.
Por úl timo, não resulta que os devedores tenham violado qualquer
dos deveres de informação, apresentação ou colaboração
previstos no CIRE – al íneas i) e g) do artº 238.º
Os pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchidos e não
há elementos que levem a signatária a emitir parecer que
pudesse concluir pelo indeferimento do pedido.
Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido
de terem mantido uma conduta contrária ao Direito, emite-se
parecer no sentido que deve ser concedida aos insolventes a
possibil idade de após o período de cinco anos previsto no artº.
239, n.º 2 do CIRE, se exonere dos compromissos que até então
não lhe seja possível saldar.
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15
3.º
e 1
55
º C
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8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)
Bens
Verba nº 1 - Um motociclo da marca Gilera, modelo Runner, com a
matrícula 6-PRT-55-89, do ano de 199/04/05, no valor de -------------------€ 150,00
Verba nº 2 – Veiculo automóvel da marca Mercedes-Benz, modelo C220 D,
com a matrícula 21-46-NL, no valor de ------------------------------------------€ 2.500,00
Valor de venda apurado em consu lta do s i te de venda www.standvi r tual .pt , em de
19 Outubro de 2015 , desvalor i zado num coef ic iente de 30% do valor de mercado. - - -
Nota: Com reserva de propriedade a favor do Credibom – Instituição de
Crédito, SA, cuja divida ascende a € 2.569,44.
9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)
Em anexo