GOVERNOS POPULISTAS NO BRASIL
Autor: Iracema Peres Ruiz1
Orientador: Lupércio Antonio Pereira2
Resumo
O objetivo deste artigo foi Identificar a ideologia populista, como surgiu na América Latina, ressaltando os períodos da história política do Brasil, em que o país foi governado por presidentes populistas. A metodologia aplicada para se alcançar este objetivo foi a da pesquisa bibliográfica, utilizandose de uma bibliografia que contém os conteúdos identificados no tema. Justificase a escolha deste tema para a elaboração de um artigo de conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, na área de história pela relevância que tem e por se tratar da escola é o espaço ideal para formar cidadãos críticos e conscientes para o exercício de sua cidadania, principalmente na hora de exercer o direito do voto, é de inteira responsabilidade do eleitor a escolha dos governantes do país, para evitar compra de votos ou submeterse ao “voto de cabresto”, que ainda ocorre neste país. Esperase alcançar o resultado de ampliação da aprendizagem sobre os conteúdos trabalhados e que se possa melhorar a qualidade do ensino destes.
PalavrasChave: Populismo; Governo; Voto; Consciente; Cidadania.
1 Introdução
1 Pósgraduada em Didática e Metodologia de Ensino pela Faculdades Integradas do Norte do Paraná (UNOPAR), graduada em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari (FAFIMAN), atua no Colégio Estadual José Luiz Gori – Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante e no Centro de Estudo de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBEJA).2 Graduado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, mestrado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo. Atua como docente no ensino de graduação e de pósgraduação na Universidade Estadual de Maringá (UEM).
O populismo marca a história da humanidade em todos os tempos, porém
na atualidade os meios de comunicação e a facilidade para receber informações
através destes, as atenções de muitas pessoas para a cidadania e todo o conjunto
de princípios que a compõem.
Por isso, a conscientização política na formação do aluno para o exercício
de sua cidadania na hora de escolher os governantes através do voto.
Há um conceito generalizado, que ouvimos que todos os políticos são iguais
e em sua maioria desonestos e corruptos, e que o voto é apenas uma obrigação
uma vez que no Brasil é obrigatório.
Muitas pessoas em particular jovens adolescentes não conhecem o poder
do voto e o significado que a política tem em suas vidas.
Durante as aulas de História, notase o desinteresse dos alunos pelos
assuntos que envolvem a política do país. Este fato é preocupante uma vez que
todos os jovens tem o direito de “votar” aos 16 anos de idade, e não tem maturidade
para identificar as promessas demagógicas de campanhas, com propostas mais
comprometidas com a realidade do país, muitos são os manipulados pela mídia,
geralmente pelos comunicadores de rádio e televisão que fazem dos meios de
comunicação seu palanque eleitoral.
Pretendemos elaborar um roteiro de estudo e atividades para enfrentar esta
situação. Tentaremos levar os alunos a refletir sobre o exercício de cidadania na
hora de votar. O voto é de inteira responsabilidade do eleitor como a escolha dos
governantes do país.
Numa democracia, como ocorre no Brasil, as eleições são de fundamental
importância, além de representar um ato de cidadania. Da o direito aos cidadãos de
escolher livremente os representantes do povo ao governo e são eles que vão
elaborar e executar as leis que interferem diretamente em nossas vidas.
Devemos votar em candidatos com passado limpo e com propostas sérias
capazes de trazer melhoria de vida para a sociedade brasileira. Devemos adotar
critérios na escolha dos governantes, pois são eles depois de eleitos que vão
gerenciar o dinheiro público, isto é, os impostos que pagamos. Dessa forma
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devemos acompanhar com atenção o desempenho dos governos municipais,
estaduais e federal.
2 Fundamentação Teórica
2.1 Considerações iniciais
A política populista esta articulada com os conteúdos estruturantes: relação
de poder, trabalho e cultura das Diretrizes Curriculares para o Ensino de Historia, no
ensino fundamental e médio.
Podese definir poder como “a capacidade ou possibilidade de agir ou
produzir efeitos” e “pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos” (BOBBIO in
BOBBIO et. al, 2000, p. 993 apud DIRETRIZES CURRICULARES). O poder não
apresenta forma de coisa ou de objeto, mas se manifesta como relações sociais e
ideológicas estabelecidas entre aqueles que exercem e aqueles que se submetem,
portanto o que existe são as relações de poder.
Michel Foucault optou pela idéia de que os saberes são poderes. Tais
poderes são exercidos em instituições, como: escolas, prisões, hospitais, famílias e
comunidades; nos estados nacionais nas igrejas e nos organismos internacionais
políticos e econômicos.
Entender que as relações de poder são exercidas nas diversas instâncias
sóciohistóricas, como o mundo do trabalho as políticas públicas e as diversas
instituições permitem ao aluno perceber que tais relações estão em seu cotidiano.
A construção de um novo populismo está ocorrendo no governo Lula
segundo Marques 2006, mais do que em qualquer outra área, as ações do governo
Lula no campo social revelam os contornos do seu projeto de poder populista, sua
compreensão sobre a realidade e sua idéia de que é possível o governo representar
as diferentes classes sociais. E isso é motivo suficiente para que os trabalhadores
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em geral e as classes mais exploradas no Brasil acompanhem pari passo o
desenvolvimento dessas políticas atentando especialmente para o fato de sua
implantação está permitido uma construção de uma nova base de apoio, diferente
daquela que lançou o partido dos trabalhadores.
Segundo o cientista social brasileiro Octávio Ianni (1991), populismo é a
política de massa ou movimento nacional popular.
O populismo tem sido uma experiência política importante para a maioria
dos países da América Latina nas últimas décadas. O populismo latino americano
tem sido bastante estudado, a partir da década de 50, por sociólogos e cientistas
políticos. É um tema controverso, complexo, que recebeu várias interpretações e
suscitou muitas polêmicas.
Há fenômenos muito diversos no tempo e no espaço denominado
populismo, como os movimentos sociais e políticos ocorridos na África, Ásia, Europa
do Leste, Rússia e Estados Unidos. Neste trabalho o objeto de estudo é o populismo
latino americano (em particular os governos populistas no Brasil).
Na maioria dos casos o populismo tem sido um experimento político
malogrado cujo sucesso tem sido bastante reduzido. A despeito disso, continua a
ser um aspecto básico da vida política de cada país latinoamericano.
A análise mais conhecida sobre o populismo latinoamericano procura
estabelecer algumas características comuns a todos os movimentos em busca de
um conceito abrangente de todas essas realidades. Os sociólogos argentinos Gino
Germani e Torcuato Di Tella construíram modelos que pretendem dar conta da
explicação do fenômeno. Partem do pressuposto de que o populismo ocorre numa
situação de “transição” da passagem de uma sociedade tradicionalagrária, pré
capitalista, atrasada – capitalista urbana e industrial.
As raízes do populismo estão na assincronia entre o processo de transição
de uma sociedade para outra. Germani faz uma distinção muito clara entre o
processo histórico europeu e o latinoamericano distinguindo as especificidades
próprias de uma sociedade subdesenvolvida. Assim, na Europa a passagem de uma
democracia com participação limitada para uma democracia ampliada se fez sem
grandes rupturas do ponto de vista político, ocorrendo uma integração através dos
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canais políticos legalizados pelo sistema vigente. Na América Latina a mobilização
prematura das massas, gerando pressões sobre o aparelho político não encontrou
amadurecidos os canais de participação política exigidas. Assim, a integração, das
massas não ocorre como no modelo europeu, surgindo à possibilidade na
manipulação das massas caracterizada pela coexistência de traços tradicionais e
modernos em sua constituição.
Tanto Germani quanto Di Tella elaboram modelos genéricos e tipológicos
para compreensão do populismo latinoamericano.
Na análise de Maria Ligia Prado, sobre o populismo esta próximo da
perspectiva teórica de Francisco Weffort, que pressupõe um estudo de situações
especificas, para se chegar à compreensão do populismo em suas diversas
vertentes latinoamericanas.
Para Weffort (apud PRADO, 1981) o populismo foi um fenômeno político que
assumiu muitas facetas e se tomou muito difícil fazer “uma referência de conjunto ao
movimento populista que englobe toda a sua diversidade”.
Para o autor, o populismo se apresenta como expressão da emergência de
classes populares no cenário político. Essa emergência ocorre no momento de crise
de 1929, e propicia uma ruptura da hegemonia política oligárquica. Essa crise de
hegemonia quando nenhuma fração de classe tem força suficiente para assumir o
poder, oferece a possibilidade de surgimento dos regimes ou governos populistas na
América Latina.
Vejamos como Gino Germani, Torcuato Di Tella e Jorge Graciarena
caracterizam o populismo latinoamericano de modo mais ou menos sistemático.
Para Gino Germani, os movimentos populistas ou nacionais populares, são
fenômenos socioculturais e políticos característicos do período de transição da
sociedade tradicional para uma sociedade urbana e industrial. Ela exprime de forma
suigeneres assumida pelo processo de secularização da cultura e do
comportamento da America Latina. Essa singularidade seria conseqüência da
“simultaneidade de não contemporâneos”, já que as sociedades latinoamericanas
estão permeadas de assincronias sociais, culturais e políticas. Por exemplo,
tecnologias arcaicas e modernas são igualmente utilizadas na produção econômica.
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Os movimentos “nacionalpopulares” têm surgido em todos os países da
America Latina. Esses movimentos têm a curiosa singularidade de combinar
heterogêneos, no nível da política. Ao mesmo tempo em que representam um
descompasso, no curso do processo de formação do regime democrático, mobilizam
e incorporam politicamente as camadas sociais marginais no mundo urbano
industrial, onde imperam as relações de mercado, sobrevivem ou predominam as
massas e o líder, cujos vínculos são a demagogia e o carisma.
Na compreensão do populismo latinoamericano a analise de Gino Germani
é uma das mais generalizadas e aceitas, tanto na visão de Octávio Ianni como de
Maria Ligia Prado. Notase com tudo que Germani volta muito mais para o caráter
autoritário ou ditatorial do populismo latinoamericano em suas analises e
interpretações. Ao mesmo tempo coloca em segundo plano os elementos
nacionalistas desenvolvimentistas e antiimperialistas presentes nos vários
populismos principalmente no cardenismo (México), peronismo (Argentina) e
varguismo (Brasil).
Por fim, Germani concebe o populismo como um movimento de massas no
qual estão naturalmente diluídas ou obscurecidas pela demagogia ás linhas de
classe. Por essa razão ele insiste nas noções de “massas marginais”, “massas
disponíveis”, no máximo chamadas de “classes populares”. Ao mesmo tempo opera
com os termos “líder e massas”, cujos vínculos principais são o carisma e a
demagogia.
Segundo Torcuato S. Di Tella conceitua o populismo latinoamericano nos
seguintes termos:
É um movimento político, com forte apoio popular, com a participação de
setores de classes não operárias com importante influência no partido e que
sustenta uma ideologia antiestatus. Suas fontes de força são: I) elite localizada nos
níveis médios e altos da estratificação e dotada de motivações antiestatus; ll)
massa mobilizada em resultado da “revolução de aspirações”; lll) uma ideologia ou
estado emocional difundido que favoreça a comunicação entre lideres e seguidores
e crie um entusiasmo coletivo.
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Segundo Di Tella (apud Prado, 1981) examina os movimentos de massa, os
partidos políticos e os governos populistas com base nos paradigmas europeus.
Assim a coalização populista seria conseqüência da debilidade das “alternativa
liberal e operária” na América Latina, isto é, as condições sociais e políticas que
favoreceriam as alianças populistas e dificultariam o funcionamento da democracia
representativa.
Segundo Jorge Graciarena (apud IANNI, 1991) ressaltou o caráter
mistificador da ideologia populista. E apontou a subordinação da ideologia ao líder,
como no justicialismo peronista ou no trabalhismo varguista.
Ideologicamente, estes movimentos se caracterizam por uma retórica
dirigida contra a oligarquia e o sistema vigente, em geral definidos de modo vago,
numa linguagem que não toma essas questões em termo de lutas de classes. Fala
se em pobres e ricos, trabalhadores e ociosos, ou em descamisados, como gostava
de dizer Perón. Mas para que esse tipo de linguagem possa ter eficácia sobre os
diversos setores da classe média, os movimentos nacionalpopulares têm evitado
utilizar abertamente a terminologia classista. Outros componentes importantes dessa
ideologia têm sido o nacionalismo e o antiimperialismo temas que podem servir
para sensibilizar e aglutinar a classe média desenvolvimentista. Entretanto, nesses
movimentos a ideologia é secundária, já que para ter efeito precisa ser
“personificada”. Aqui a fonte de poder é o líder e não a ideologia. Tanto assim que o
líder pode variar os seus conteúdos com certa liberdade. O que importa, para
legitimidade da ideologia, é que esta emane do líder. Os líderes carismáticos na
América Latina criadores de ideologias conhecidas como o ”varguismo”, o
“peronismo”, como doutrinas “originais”.
Para Graciarena, o movimento nacionalpopular surge à margem dos
partidos tradicionais, oligárquicos ou de inspiração européia, Ele inclui aqui o
socialista e o comunista, que não teriam sido capazes de observar as massas
formadas com a urbanização e a industrialização. Nisto, consistiria uma das
singularidades desse tipo de movimento: o ter atraído e incorporado as massas que
se encontravam marginalizadas da vida política.
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Em síntese, nas contribuições de Germani, Di Tella e Graciarena está
presente e predominante a preocupação com as condições sociais e políticas de
formação da democracia na América Latina. Em conseqüência, o populismo acaba
por ser encarado como um desvio no que deveria ser uma evolução, natural ou
desejável, para o regime democrático. Daí a preocupação com os seguintes
aspectos: revolução de expectativas, efeito demonstração, ou deslumbramento e
antistatus: o caráter demagógico e carismático da relação lídermassa; o cunho
emocional, personalizado e enganoso da ideologia; a tendência autoritária, o
desprezo pelas liberdades civis e os traços fascistas; o nacionalismo retórico.
Não se trata de negar a importância desses aspectos para explicar o
populismo. Eles são fundamentais e precisam ser incorporados à discussão, a fim
de que se possa avançar na pesquisa e interpretação do tema.
2.2 O Populismo no Brasil
2.2.1 Na era Vargas
O período classificado como populista no Brasil vai de 1945 a 1964, mas
teve sua origem na revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder. Entre
1930 a 1937, Getúlio Vargas ensaiou uma democracia de bases populares, fazendo
concessões à classe média e ao proletariado. Nesses anos, criou as bases do
populismo brasileiro, formulando a doutrina da “paz social”, reconhecendo os
sindicatos como legítimos órgãos do proletariado. Nos anos de 1937 a 1945 Vargas
instalou uma ditadura do tipo populista, sob a denominação de Estado Novo, com
elementos de inspiração corporativista. Nesse período, outorgou a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) conjunto de leis que estabelece os direitos e deveres entre
patrões e empregados dos setores secundários e terciários. A CLT estabelecia o
salário mínimo, as férias remuneradas, o aviso prévio, proteção à maternidade e
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jornada de trabalho de oito horas. Ao mesmo tempo, criaramse os requisitos para o
aparecimento do peleguismo. O pelego passa a ser um elemento essencial da
burocracia sindical populista.
Getúlio Vargas foi o primeiro governo populista do Brasil, chegou ao poder
em l930 através de uma revolução, governou por um período de 15 anos (1930 a
1945), por meio de uma ampla aliança e o controle dos meios de comunicações, se
transforma em um grande líder populista. Seu discurso nacionalista e a
concentração de poderes políticos lhe ofereceram uma longa carreira presidencial.
Como exemplo de popularidade de seu governo, Vargas conseguia ao mesmo
tempo, ser considerado o “pai dos pobres” e a “mãe dos ricos”. Sua popularidade
entre o povo é atribuída a sua liderança carismática e a seu desempenho na
aprovação de reformas trabalhistas que favoreceram o operariado. Entretanto
críticos do seu governo alegam que suas medidas minaram o poder dos sindicatos e
de seus líderes, tornandoos dependentes do Estado e usado pelos políticos
varguistas por muito tempo para ganhar votos.
Marcas do populismo varguista:
Aspectos positivos
• Incentivo a indústria, ao comércio e agricultura;
• Criação da indústria de base como a Companhia Siderúrgica Nacional,
mineradora Vale do Rio Doce;
• Criou a Petrobras;
• Criação das Leis do Trabalho (CLT);
• A economia cresceu entre 1933 a 1939 11,2%.
Aspectos negativos
Implantação de um regime ditatorial (Estado Novo 1937 a 1945);
• Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial;
• Controle dos meios de comunicações e dos sindicatos.
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Assim, temos como exemplo máximo do populismo no Brasil Getúlio Vargas
que chegou ao poder através de um Golpe de Estado com a revolução de 1930,
iniciando a chamada Era Vargas, após 15 anos de governo dos quais nove anos
(1937 a 1945) governou como ditador, deixa o governo após o fim da Segunda
Guerra Mundial com a derrota dos regimes totalitários e a campanha pela
democratização do país, Getúlio foi deposto por militares em 29 de outubro de 1945.
Getúlio Vargas volta ao poder elegendose democraticamente a Presidente
da República com expressiva votação. O povo brasileiro cheio de problemas,
acreditava que Getúlio pudesse resolvêlos. De fato, ele mostrou interesse em
ajudar o povo, aumentando o salário mínimo em 100% e dando força aos sindicatos,
adotou o nacionalismo e o intervencionismo na economia, controlando as
importações procurando desenvolver o nosso comércio e indústria. Essa política
nacionalista lhe trouxe sérios problemas e descontentamentos de empresas
estrangeiras e de comerciantes importadores, militares e setores das classes médias
e altas e políticos de oposição organizaram uma forte campanha para derrubar
Getúlio do poder. Essa crise política levou Vargas a suicidarse no dia 24 de agosto
de 1954.
2.2.2 No governo de Juscelino Kubitschek
Outro governo populista foi Juscelino Kubitschek governou o Brasil de 1956
a 1960. Prometendo que faria o Brasil progredir “50 anos em 5”, JK como era
chamado popularmente, com sua política desenvolvimentista, abriu as portas para
as indústrias multinacionais estrangeiras, elevou o padrão de consumo e conforto
das populações urbanas com a introdução de aparelhos eletrodomésticos e dos
primeiros carros populares. O ousado e dispendioso projeto de construção de
Brasília, fez com que o empreendedorismo fosse a marca de seu governo.
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Num estilo otimista e arrojado, JK iniciou seu mandato apresentando ao país
seu Plano de Metas; que previa investimentos públicos em cinco grandes áreas;
energia, transporte, indústria, alimentação e educação.
Aspectos marcantes do governo JK:
com o apoio do Congresso respeitou a liberdade de imprensa, conseguindo
assim, manter a estabilidade política do país;
conseguiu combinar estabilidade política e crescimento industrial, mas, em
contrapartida, seu governo foi marcado por inflação alta e um grande aumento das
desigualdades sociais e regionais.
Tanto Vargas como Juscelino defendiam a industrialização acelerada como
forma de desenvolver e modernizar o país. Para Vargas, o governo deveria limitar a
entrada de capital estrangeiro, para JK o governo deveria atrair o capital estrangeiro,
facilitando às empresas multinacionais aqui instaladas concedendo a elas isenção
de impostos por vários anos.
2.2.3 No governo de Jânio Quadros
Jânio da Silva Quadros foi um típico líder populista. Para ganhar votos,
prometia, num português correto, que se eleito, ia “varrer a corrupção” do governo.
Para reforçar essa imagem de político honesto, usava uma vassoura como símbolo
de sua campanha acompanhada por uma música muito cantada na época, “varre,
varre vassourinha/varre, varre a bandalheira, que o povo está cansado, de sofrer
dessa maneira”.
Jânio conquistou a simpatia das classes médias e de lideranças militares,
defendendo a Moralização das instituições políticas. Também recebeu apoio dos
grandes grupos de empresários ao defender a livre iniciativa, aos trabalhadores
prometia diminuir as injustiças sociais.
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Quadros foi eleito Presidente com 48% dos votos do eleitorado brasileiro,
assumiu o Governo em l96l, governou apenas sete meses, devido à crise política
renunciou à presidência da República em 25 de agosto de 1961.
2.2.4 No governo João Goulart
Com a renúncia de Jânio Quadros, o vice João Goulart deveria assumir a
presidência, no entanto vários políticos e militares se opuseram à sua posse. João
Goulart, popularmente conhecido como Jango, havia sido ministro do Trabalho no
último mandato de Getúlio Vargas e era um defensor da política varguista. Tal fato
era visto pelos militares como uma possibilidade para a infiltração de idéias
socialistas, uma vez que Jango era considerado um político de esquerda.
Logo após a renúncia de Jânio, assumiu o governo o presidente da Câmara,
Ranieri Mazzilli porque o vicepresidente João Goulart estava viajando a negócios
pela China Popular. Alguns militares, desconfiados das intenções esquerdistas de
João Goulart, não queriam que ele assumisse o governo. No entanto, o povo
desejava que se cumprisse a Constituição, colocando o vice no poder. Para evitar
choques ou mesmo luta armada, o Congresso Nacional resolveu mudar o sistema
de governo do Brasil para o Parlamentarismo. Assim, no dia 07 de setembro de
1961, João Goulart assumiu o governo, mas com poderes limitados, porque no
sistema parlamentarista os poderes do presidente são limitados pelo Conselho de
Ministros e pelo Poder Legislativo.
Após a posse de Jango, foi marcado um plebiscito para o ano de 1965,
quando o povo decidiria entre a manutenção do parlamentarismo ou a volta do
presidencialismo. A situação do país era tumultuada. A inflação aumentava a cada
mês e havia um déficit na balança comercial. Além disso, os movimentos sociais se
organizavam, aumentando sua atuação e acirrando as tensões políticas.
Diante dessa situação, João Goulart conseguiu a antecipação do plebiscito
e, em janeiro de 1963, pós uma campanha massiva, a população decidiu pela volta
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do presidencialismo. Jango passou a governar com plenos poderes presidenciais.
Tomou uma série de medidas econômicas e sociais, como o combate à inflação e a
reforma agrária, por meio do Plano chamado Trienal. Esse plano fracassou e a
inflação e o custo de vida aumentaram. Começaram as greves dos trabalhadores e
surgiu um forte descontentamento da classe média e alta, de grandes empresários,
de elementos da Igreja e de militares graduados.
Em março de 1964, Jango anunciou as chamadas Reformas de Base, que
previa várias medidas de grande impacto. No campo social propunha a reforma
agrária, no campo político, concedia o direito de voto a analfabetos e a militares de
baixo escalão. Na economia, as medidas tinham cunho nacionalista e propunham a
estatização de empresas concessionárias de serviços públicos, refinarias de
petróleo privadas que passariam a ser administradas pela Petrobrás.
O governo de Goulart revelou os limites do reformismo. Numa época em que as contradições sociais chegaram à situação de tensão prérevolucionária, Goulart insistiu num programa de reformas de base que não atendiam completamente os anseios populares e desagradavam profundamente os setores conservadores, questionando a capacidade do populismo de continuar mantendo a estabilidade política e a acumulação de capitais no país, essenciais para a burguesia (apud DANTAS FILHO, 2010, p. 193).
As reformas de base provocaram a reação das elites, principalmente do
setor agrário e industrial. Essas elites, aliadas à classe média organizaram várias
manifestações contra o governo. A maior delas foi a Marcha da Família com Deus
pela Liberdade, ocorrida em 19 de março de 1964, que levou cerca de 500 mil
pessoas às ruas de São Paulo.
Assim, a manifestação civil deu respaldo aos militares, que organizaram um
golpe de Estado, deflagrado em 31 de março de 1964, ocupando as ruas das
principais cidades brasileiras. Deposto João Goulart se refugiou no Rio Grande do
Sul e, em seguida, exilouse no Uruguai.
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2.2.5 No governo Lula: um novo populismo?
Entre as décadas de 1950 e 1960, estudiosos brasileiros definiram o
conceito de populismo como um fenômeno político em que as massas de
trabalhadores seriam tuteladas pelo Estado. Nessas condições, o Estado dificultava
o processo de organização dos trabalhadores, enquanto concedia benefícios, como
direitos trabalhistas, em troca de apoio político (PELLEGRINI; DIAS; GRINBERG,
2010).
Para seduzir as massas, o Estado se personificava na figura de um líder
político carismático, apresentado pela propaganda ideológica como um “protetor dos
pobres”, com isso, o Estado continuava atendendo aos interesses dos grupos
dominantes (a burguesia e as oligarquias), ao mesmo tempo em que buscava
“manipular” as massas, realizando reformas que satisfaziam de forma superficial as
necessidades. Desse modo, apesar da instabilidade, o governante conseguia manter
certo equilíbrio entre as forças políticas (PELLEGRINI; DIAS; GRINBERG, 2010).
Atualmente, o conceito de populismo é bastante criticado, pois relega os
trabalhadores à condição de sujeitos “passivos” no processo histórico. Estudos mais
recentes apontam para o fato de que, apesar da relação desigual entre as forças
populares e as do Estado, os trabalhadores possuíam mecanismos próprios de
mobilização e de pressão política. Dessa forma, os trabalhadores não teriam
adotado uma atitude de “submissão”, mas sim procurado estabelecer “alianças” com
o Estado, utilizando os meios de que dispunham para defender seus próprios
interesses (PELLEGRINI; DIAS; GRINBERG, 2010).
De acordo com alguns analistas, um novo populismo começou a ganhar
força no Brasil, com a chegada ao poder de um operário. Em 2002 Luis Inácio Lula
da Silva, mais conhecido como Lula venceu as eleições com mais de 52 milhões de
votos contra 33 milhões dados a seu adversário José Serra. Lula tinha forte
identificação com as camadas populares trabalhadoras que ansiavam por grandes
mudanças.
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No entanto, seus primeiros anos de governo causaram certas frustrações,
por manter os aspectos essenciais da política do governo anterior, para manter a
estabilidade da moeda e da economia do país. Por outro lado, a ênfase dada a
programas sociais como o Fome Zero, com objetivo de acabar com a fome que é
causa e conseqüência da miséria. Mais tarde, o Fome Zero, juntamente com o
programa já em andamento do governo FHC seria incorporado a um único programa
de redistribuição de renda: o Bolsa Família, que em 2007 beneficiava cerca de 46
milhões de famílias de baixa renda. Esses programas trouxeram melhorias nas
condições de vida delas. Por outro lado especialistas criticam esses programas os
taxam de assistencialismo.
Conforme José Murilo Carvalho (ARANHA, 2010, p. 59), ao longo de seus
dois mandatos a popularidade do presidente Lula se manteve em alta, mesmo com a
descoberta de um esquema de corrupção envolvendo membros do alto escalão de
seu governo. No entanto seu partido, o PT, com a crise foi perdendo a aura de ética
na política e de combate à corrupção que caracterizava as propostas defendidas
pelo partido desde a sua fundação.
Na história do Brasil não faltaram figuras históricas cuja liderança tem um
estilo personalista e populista comparável ao de Lula. A que surge de modo mais
recorrente nas análises é o expresidente Getúlio Vargas, considerado nos livros de
História o maior líder populista da história brasileira. De acordo com o historiador
José Murilo de Carvalho, o populismo de Lula tem características comuns com a de
Getúlio. Mas Carvalho diz também que Lula explora sua imagem de “pai dos pobres”
de um modo distinto. Em discurso, Getúlio disse que, com ele, os trabalhadores
estavam no governo. “Mas, no futuro, eles seriam o governo”, diz ”Isso não
infantiliza, isso defende a ação e a cidadania ativa”. A campanha do PT, segundo
Carvalho, explora a “simplicidade” e a “ingenuidade” do eleitor pobre. “Estão
desrespeitando e infantilizando o eleitor transformandoo em tutelado e súdito”,
afirma Carvalho. “É paternalismo, maternalismo, populismo explícito e um grande
desserviço á democracia” (ARANHA, 2010).
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3 Metodologia
Trata – se de uma proposta de trabalho como parte integrante do programa
Plano de Desenvolvimento Educacional – PDE, realizado no Estado do Paraná, na
Universidade Estadual de Maringá em 2010 e 2011.
O desenvolvimento desta proposta deu – se através das seguintes
atividades para a produção deste artigo que foram: a elaboração do projeto de
intervenção pedagógica juntamente com leituras, a elaboração da produção didático
pedagógica, a participação, elaboração e a realização do GTR contribuindo com
discussões sobre o assunto em questão e a implementação da produção didático
pedagógica na escola.
A estratégia metodológica para a implementação foi a pesquisa bibliográfica
e pesquisa de campo desenvolvida por alunos da 8ª série do Ensino Fundamental
do Colégio Estadual José Luis Gori em MandaguariPR, no período de Agosto a
Dezembro de 2011. Com este trabalho de pesquisa os alunos puderam ter
conhecimentos, formar cidadãos críticos e conscientes para o exercício de sua
cidadania.
4 Implementação na Escola
A implementação foi dividida em ações que foram criadas para o Projeto de
Intervenção utilizando todo o aprendizado ocorrido ao longo das pesquisas e das
participações em cursos específicos e encontros de área, inserção acadêmica,
seminários, encontros de orientação obtido através do orientador da UEM. Com a
utilização do Material Didático elaborado “Caderno Temático”.
Na ocasião, o professor teve relevância satisfatória com o tema proposto
para atender os problemas da realidade escolar, com excelente articulação com a
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Equipe Pedagógica, Equipe Gestora, Professores e com os outros segmentos
envolvidos na execução das ações de implementação da proposta na Escola.
Neste sentido, houve, por parte do professor PDE, o compromisso com a
implementação das ações previstas nesta proposta e também iniciativas na busca
de soluções para os obstáculos encontrados e sanados por ele, cumprindo
totalmente o cronograma estabelecido, contribuindo com a proposta de iniciar uma
reflexão sobre o populismo no Brasil o qual fez sua implementação, com excelentes
resultados alcançados.
4.1 Relatos das Ações Realizadas
As ações realizadas em sala de aula tiveram como finalidade uma ampla
discussão sobre a política populista e os governos populistas que já governaram o
Brasil.
Para dar início as atividades foram realizadas uma pesquisa de campo, que
constou de um questionário para saber a opinião de eleitores a respeito da
importância do voto na escolha dos governantes do país. Esse questionário foi
aplicado pelos alunos nas comunidades onde residem os mesmos (bairro, centro e
vilas) e teve como público alvo, jovens de 16 a 25 anos, adultos de 26 a 50 anos e
acima de 51 anos. De acordo com a tabulação da pesquisa. Como mostra os
gráficos com os resultados da pesquisa de campo realizada, para saber o que
pensam os eleitores de várias idades:
Gráfico 1: Faixa Etária (100 entrevistados)
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Gráfico 1
20%
27%
35%
18%
Adolescente - 16a 18 anosJovem - 19 a 29anosAdulto - 30 a 59anosAcima de 60 anos
Gráfico 2: Importância do Voto.
Gráfico 2
74%
26%
SimNão
18
Gráfico 3: Voto não obrigatório votaria.
Gráfico 3
63%
37%SimNão
Gráfico 4: Votaria em candidatos honestos, mas semianalfabetos.
Gráfico 4
52%48% SimNão
19
Gráfico 5: A lei proíbe, mas a compra de voto continua nos dias de hoje.
Gráfico 5
90%
10%
SimNão
Gráfico 6: Venderia seu voto em troca de favores, cargos ou emprego, ou dinheiro.
Gráfico 6
32%
68%
SimNão
20
Gráfico 7: Votaria em candidatos populares como apresentadores de rádio e televisão.
Gráfico 7
42%
58%
SimNão
Gráfico 8: Getúlio Vargas foi o presidente do Brasil, mais populista e que mais tempo governou o Brasil.
Gráfico 8
35%
65%
SimNão
21
Gráfico 9: O horário político gratuito no rádio e na televisão contribui para a escolha do candidato.
Gráfico 9
26%
74%
SimNão
Gráfico 10: Todos os políticos são iguais, corruptos e desonestos.
Gráfico 10
46%54%
SimNão
22
Gráfico 11: No Brasil o regime democrático nunca foi interrompido, o povo sempre teve direito de votar para presidente da república.
Gráfico 11
67%
33%
SimNão
Após o resultado desta pesquisa de campo foi feita uma avaliação do perfil
do eleitor na escolha do seu candidato, com a finalidade de promover junto com os
alunos condições de ação junto a sua comunidade, de uma conscientização política
para o exercício de sua cidadania plena. Todos os passos serão precedidos da
literatura proposta nas referências e de outras que se fizerem necessárias para a
fundamentação, esta avaliação ocorreu em sala de aula com os alunos.
A sala foi organizada em forma de um grande círculo, cada equipe que
participou da pesquisa apresentou seu resultado, tecendo comentário sobre a
mesma. Terminada as exposições a professora fez o fechamento do trabalho
fazendo algumas considerações e levantando questionamentos, junto aos alunos,
sobre a importância do voto num país democrático, pois segundo o filósofo grego
Aristóteles democracia é o governo de um povo livre é a soberania do povo.
Após apresentar o tema populismo aos alunos em sala de aula a professora,
levantou alguns questionamentos junto aos alunos, para fazer uma pequena
sondagem sobre o que eles já sabem sobre populismo ou política populista. Em
seguida os conduziu até o laboratório de informática – dois ou três alunos por
23
monitor foram informados sobre a realização das atividades coletiva. Todos
analisaram os textos sobre a origem do populismo na América Latina e no Brasil,
como alguns autores conceituam o populismo. Todos com os textos abertos nos
monitores fizeram uma leitura conjunta. Após a leitura, a professora solicitou aos
alunos que anotassem em seus cadernos como se caracteriza o populismo e como
alguns autores o conceituam. Este “conceito” foi o pano de fundo, que norteou todas
as atividades individuais e coletivas sobre os governos populistas no Brasil.
Retornando à sala de aula, a professora entregou aos alunos um texto do autor
Marcos Cesar Pelegrini – O Conceito de Populismo. São Paulo: FTD, 2010 –
(Coleção novo olhar; volume 3). Feita a leitura do novo texto, analisando e
comparado com o conceito já pesquisado na internet, os alunos desenvolveram as
seguintes atividades:
Atividades individuais 01
Leia com atenção os textos já estudados e explique, porque o conceito de
populismo é atualmente muito criticado?
O Brasil já foi governado por presidentes populistas? Justifique sua
resposta citando exemplos.
De acordo com o que pesquisou nos textos da internet, como alguns
autores conceituam o populismo?
Material: laboratório de informática, texto impresso, aparelho para reproduzir
imagens: TV pen drive.
Tempo: 90 minutos.
Atividades individuais 02
O populismo da Era Vargas
Foi trabalhado o texto “O populismo no Brasil” e o livro didático do aluno.
Após a leitura a professora levantou algum questionamento: Porque Getúlio Vargas
foi chamado de o “pai dos pobres” e a “mãe dos ricos”? Mesmo atuando de forma
autoritária conquistou apoio de quase todos os setores sociais da população
brasileira, tornandose assim, um grande líder populista.
24
As Leis Trabalhistas teriam sido criadas independentes de seu governo, pois
já era uma luta dos trabalhadores?
Após questionamentos e comentários, foram exibidos trechos do filme “A Era
Vargas” da TV Escola. Em seguida, sob a orientação da professora os alunos
responderam no caderno as questões abaixo:
Explique como surgiu o populismo no Brasil, em qual período da história
política ocorreu?
De acordo com o texto a Era Vargas, quais foram as bases de sustentação
do populismo de Vargas?
Cite as principais medidas tomada por Getúlio Vargas em relação à
legislação trabalhista.
Material: texto impresso, livro didático, TV pen drive, filme TV Escola.
Tempo: 90 minutos.
Atividades: coletivas 03
Os presidentes populistas no Brasil.
Esta atividade foi trabalhada em grupo. A sala foi dividida em quatro
grupos. Cada grupo escolheu um elemento da equipe para representar um dos
presidentes populistas.
Equipe A – Governo de Getúlio Vargas.
Equipe B – Governo de Juscelino Kubitschek.
Equipe C – Governo de Jânio Quadros.
Equipe D – Governo de João Goulart.
As equipes montaram um discurso com os fatos que marcaram cada um dos
governos e que lhes deram grande popularidade junto ao povo. O discurso deve ser
bem ao estilo populista (tudo o que o povo gosta de ouvir). As equipes usaram de
sua criatividade para dar ênfase ao discurso.
Antes de montar o discurso foram exibidos trechos de filmes da TV Escola
que mostram os presidentes discursando, para orientar as equipes na elaboração do
discurso. Foi dado o tempo de uma aula para preparar o discurso. A atividade foi
orientada pela professora em torno das equipes.
25
Apresentação: o representante de cada equipe foi chamado a se posicionar
na frente da turma e fazer o seu discurso como se fosse o presidente que
representa. Terminadas as apresentações, as equipes foram avaliadas com
conceito:
O para ótimo – B para Bom – R para regular.
Material: texto impresso, livro didático, Filme, TV pen drive.
Tempo: 90 minutos.
Atividade 04
Foram apresentados aos alunos alguns temas relacionados com os
conteúdos discutidos em sala de aula.
Exposição oral sobre “voto consciente” mostrando que não devemos
generalizar a idéia de que todos os políticos são corruptos e desonestos, porém
existem políticos que levam seu trabalho a sério no cargo que exercem. Para
identificar um bom candidato, é preciso adotar certos critérios:
Acompanhar os noticiários, para saber o que o candidato anda fazendo;
Conhecer sua proposta de trabalho, seus projetos. Será que há recursos
disponíveis para a execução de tais projetos caso seja eleito?
Se já exerceu cargos ou mandatos políticos anteriores, cumpriu suas
promessas?
Outro aspecto que faz parte da prática foi o conceito de cidadania.
A cidadania é a posse de direitos, mas é bom lembrar que direitos são
acompanhados de deveres.
Inicialmente procurarseá estabelecer uma conceituação de cidadania. Para
tanto, analisamos este aspecto a partir dos estabelecidos na Constituição Federal de
1988.
Partindo de um questionamento sobre a conceituação que os alunos
construíram sobre cidadania. Esta conceituação foi ampliada pela fala do professor.
Em seguida apresentamos tiras contendo direitos coletivos, individuais e políticos
estabelecidos na Constituição Federal de 1988.
26
Esta atividade foi trabalhada através de Dinâmica de Grupo com objetivo de
ampliar a participação do aluno na construção de seu conhecimento, num ambiente
mais descontraído de aprendizagem. Foram formadas equipes de quatro alunos,
acompanhados pela professora para o laboratório de informática pesquisar sobre
outros direitos fundamentais instituídos na Constituição Federal de 1988.
Esta atividade foi trabalhada em duas aulas de 50 minutos.
4.2 Resultados Alcançados
Uma das etapas do projeto que deu bons resultados e subsídios para o
debate em sala de aula foi o resultado da pesquisa de campo sobre o que pensa o
eleitor. A maioria dos eleitores acima de 35 anos entrevistados disseram sim a
importância do voto e votariam mesmo que não fosse obrigatório, entre os eleitores
jovens o percentual foi menor, quanto a compra de votos nas campanhas eleitorais e
a preferência por candidatos populares se confirmou pela maioria. O presidente
populista que mais tempo governou, a maioria afirmou ser o ex presidente Lula, por
aí se observa a falta de conhecimento de boa parte dos eleitores tanto jovens como
os mais velhos.
As atividades realizadas em sala de aula tiveram a finalidade de formar um
cidadão politizado que possa exercer sua cidadania plena em uma sociedade
democrática, e que saiba escolher criteriosamente através do voto, os governantes
do país. É dentro da comunidade escolar, que o educando começa a vivenciar e
praticar a democracia como, por exemplo, a escolha do diretor da escola, o líder de
classe e etc. É com essa prática social que a criança, os jovens e adultos vão se
politizando e estabelecendo critérios de escolha.
Desta forma foi realizada uma ampla discussão sobre a política populista e os
governos populistas que já governaram o Brasil
Por fim, todas as atividades tiveram como finalidade envolver os alunos
numa ação junto a sua comunidade de conscientização política e valorização do
27
voto para o exercício de uma cidadania plena, também contribuiu para a formação
de uma consciência política nos educando futuros eleitores para o não
endeusamento dos líderes populistas e suas práticas demagógicas junto ao povo.
Uma vez que o tema de estudo deste projeto foi os Governos Populistas no Brasil.
5 Considerações Finais
Ao terminar discutir e analisar as partes deste artigo podese concluir que as
de pesquisa bibliográficas e práticas junto aos alunos em sala de aula, foi uma forma
de se sair da rotina cotidiana ao longo de anos, apenas atualizando fatos históricos
que foram incluídos nos livros didáticos.
O assunto cujos conteúdos foram analisados tem importância em todos os
tempos, mas são mais considerados diante do modelo de populismo implantado no
país a partir dos primeiros anos do século XXI.
Embora não seja novidade no Brasil e no mundo ao longo de toda a história,
com aceitação no século XX, o populismo que é aceito por muitos e julgados por
alguns, tem seus pontos positivos e negativos para a vida da sociedade por ele
governada. Porém, é preciso reconhecer que deixa a desejar, quando seu princípio
fundamental se volta para o assistencialismo junto às classes sociais mais pobres,
criando nestas um parasitismo que impede o desenvolvimento integral tanto no
aspecto econômico, como sóciocultural das classes beneficiadas com este tipo de
ação, matando o sentimento de cidadão, e está muito mais fundamentado no sentido
de garantir a cada ser humano a dignidade de se prover e prover sua família.
Tanto no aspecto bibliográfico, como nas atividades desenvolvidas com os
alunos, o aprendizado foi importante, pois se sentiu que o modelo de política
educacional vigente não oferece condições para a formação da cidadania tal qual
deveria ser.
Isso leva a crer que a responsabilidade de eleger conteúdos, de oferecer
condições de um aprendizado aos alunos, com a contextualização de nosso tempo
28
em seus diferentes ambientes, analisando em especial o modelo ideológico, cuja
finalidade, dos que ocupam os cargos públicos, é se manter no poder.
Foi assim que o populismo se mostrou na década de 1930 na Europa entre
as duas Guerras mundiais como o Nazifascismo na Alemanha e na Espanha. No
Brasil da mesma década com ideologia copiada do que acontecia no Novo mundo e
na atualidade, quando o Brasil foi governado por um operário que continua
comandando de longo o populismo de sua sucessora.
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30