o populismo no brasil

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Profª. – Fatima Freitas

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Profª. – Fatima Freitas

Na segunda metade do século XX, o Brasil passava por um crescimento urbano e industrial

O país havia participado na 2ª. Guerra combatendo o nazifascismo, portanto evidenciou que o regime ditatorial do Estado Novo era contraditório com a democracia defendida pelos Aliados.

No final de 1944 cresciam no Brasil os movimentos políticos que exigiam o fim do regime ditatorial e o retorno da democracia e das liberdades civis.

Assim a UNE, órgãos da imprensa, grupos liberais que se opunham a Vargas começam a se articular lançando o nome do brigadeiro Eduardo Gomes à sucessão presidencial.

Pressionado Vargas se antecipou e decretou um novo código eleitoral, onde haveria eleições para presidente e também a elaboração de uma nova Constituição em dezembro de 1945.

Foi permitida a reorganização dos partidos políticos, sendo criados a UDN, grupo de oposição liberal formada pelas oligarquias estaduais.

PSD e PTB, representados por grupos ligados ao governo de Vargas.

O PCB retornou à legalidade e apóia Vargas. Nesse momento o ditador representava o

nacionalismo, única força capaz de conter a ascenção dos liberais da UDN, associados aos interesses norte-americanos.

O PCB passou a apoiar a sua permanência no poder até a aprovação da nova Constituição.

• A propaganda do Estado Novo influenciava as camadas populares e estimulava o Queremismo, movimento favorável à permanência de Vargas no poder.

• A palavra de ordem era: “Queremos Getúlio”• Esse apoio gerava apreensão entre os políticos

liberais, a elite, fora a pressão do governo norte-americano pela redemocratizações e suas críticas ao populismo de Vargas.

• O nacionalismo econômico de Vargas desagradava os interesses norte-americanos e os dos liberais brasileiros, após o governo decretar leis contra a formação de trustes e cartéis punindo as empresas até com a desapropriação.

• Vargas perdeu o apoio da alta cúpula militar, que articulou um golpe de estado, e em novembro de 1945, os mesmos líderes militares que apoiaram Vargas em 1937, comandaram o cerco ao palácio do governo, obrigando-o a renunciar.

Em dezembro de 1945 foram realizadas eleições para presidente e para a Assembléia Constituinte.

Concorreram o general Dutra (PSD-PTB), que tinha o apoio de Vargas, o brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) e o engenheiro Yedo Fiúza (PCB)

Eduardo Gomes obteve 35% dos votos, Fiúza obteve 10% e Dutra venceu com 55%.

A nova constituição foi promulgada em 16 de setembro de 1946, tendo como pontos principais:

Forma de governo: República Federativa; Eleições gerais e diretas para todos os cargos; O mandato presidencial seria de cinco anos; Interdependência entre os poderes; Liberdade de expressão, pensamento e locomoção; As prisões seriam efetuadas somente em flagrante

delito ou por ordem escrita; Voto direto e secreto para ambos os sexos

(somente para alfabetizados); Proibição de greve Manutenção da política trabalhista de Vargas.

Na política externa:

• fortalecimento dos laços políticos com os EUA.

• Alinhamento com os EUA quanto à política anticomunista;

• Apoio aos EUA na Guerra Fria e rompimento dos laços diplomáticos com a URSS;

• O PCB foi novamente colocado na ilegalidade e os partidários tiveram seus mandatos cassados, os funcionários públicos suspeitos foram demitidos e passaram a sofrer perseguições.

Política econômica da 1ª. Fase (1946-47)

Abertura para o capital estrangeiro e a redução das tarifas alfandegárias e o consequente aumento das importações;

Estagnação da indústria nacional.

2ª. Fase (1947) Restrição às importações; Aumento da produção

industrial brasileira voltada para o mercado interno.

Essas medidas não foram suficientes para controlar a inflação e melhorar as condições de vida das camadas populares.

Baixos salários que não eram reajustados desde 1942.

Dutra e Kennedy

Dutra e Eisenhower

• Vargas retornou ao poder com uma votação maciça, eleito numa campanha que enfatizava os interesses nacionais uniu PTB e PSD.

• Com Getúlio, volta a política de nacionalismo e intervenção estatal e são impulsionadas a produção siderúrgica e a petroquímica.

• Foi criado o BNDE em 1951 com o objetivo de dar apoio aos projetos do governo;

• Criação da PETROBRÀS em 1953, que estabelecia o monopólio estatal da exploração e refino do petróleo no Brasil.

• Dobrou o valor do salário mínimo e procurou controlar os sindicatos.

• Essa postura nacionalista não agradou aos liberais brasileiros e nem aos interesses dos capitalistas norte-americanos.

• A oposição torna-se implacável e exigem a renúncia de Vargas.• Em agosto de 1954, o jornalista opositor, Carlos Lacerda (UDN)

sofre um atentado na Rua Toneleros, e as investigações apontavam o chefe da segurança de Vargas, Gregório Fortunato.

• Esse episódio fez aumentar as pressões pela renúncia e Vargas não admitia nova deposição, e no dia 24 de agosto de 1954, escreveu uma carta testamento e suicidou-se com um tiro no peito.

• Após a morte de Vargas, o vice Café Filho assumiu a presidência.

• No seu governo as divergências entre conservadores e progressistas se acentuaram, provocando acirradas disputas partidárias.

• Realizou-se eleições presidenciais em 1955 tendo como vencedores os candidatos:

Juscelino Kubischek (PSD-PTB) para presidente e; João Goulart (Jango) (PSD-PTB) para vice-presidente.• Um grupo de militares e civis conservadores

articulam um golpe para impedir a posso de JK e Jango temendo que a política nacional fosse mantida.

• Militares preocupados com em manter a ordem democrática prepararam um contragolpe liderado pelo marechal Lott que estabeleceu o estado de sítio e garantiu a posse em janeiro de 1955.

• O governo estabeleceu um plano de metas que trazia a frase: “cinquenta anos em cinco”.

• Para financiar o desenvolvimento, o governo recorreu ao capital estrangeiro, estimulando a indústria automobilística, com instalações da Ford, General Motors, Volksvagem e Willys.

• O marco definitivo foi a construção de Brasília, projetada por Lúcio costa e Oscar Niemeyer.

• Muitos trabalhadores nordestinos (candangos) foram atraídos para a obra e no final sem condições de voltar ou de pagar aluguel foram para a periferia contribuindo para a formação das cidades-satélites.

• A política de desenvolvimento de JK trouxe aumento da inflação que levou o Brasil para uma crise econômica que seria empurrada para os governos futuros.

Benefícios Estimulou o

estabelecimento de multinacionais barateando o preço de alguns bens de consumo, até então raros;

Construção de várias estradas por todo o país colaborando para integrar as diversas regiões aumentando o fluxo de carros e caminhões;

A política voltada à industrialização gerou novos empregos nos meios urbanos.

Problemas

Não criou mecanismos que limitassem a remessa de lucros para o exterior;

Para executar as obras o governo emitiu uma grande quantidade de papel-moeda, acarretando enorme inflação;

As ferrovias, sistema de transporte de baixo custo foram abandonadas, e o país ficou dependente da importação de combustíveis derivados do petróleo;

Falta de políticas voltadas para os camponeses aumentou o êxodo rural, provocando o crescimento desordenado das cidades.

Candidato do PSD-PTB com o apoio da UDN, Jânio foi eleito com 48% dos votos derrotando o marechal Lott.

Para vice venceu João Goulart (Jango) da mesma chapa de Lott.

Tomaram posse em Brasília no dia 31 de janeiro de 1961.

Jânio tinha o apoio das classes médias e das lideranças militares, em sua campanha defendeu a moralização das instituições políticas e o combate à corrupção.

Seu símbolo de campanha era uma vassoura. Sua política interna foi conservadora e repleta de

polêmicas como proibição de corridas de cavalos em dias úteis, uso de biquinis nas praias, lança perfumes, brigas de galo, etc.

Instalou inquéritos presididos por militares para investigar todos os níveis da administração pública e os atos do governo anterior.

• Enfrentou uma inflação de 30% ao ano devido a política emissionista de JK.

• A dívida externa atingia 3,8 bilhões de dólares e para controlá-la Jânio adotou corte nos gastos públicos, restringiu o crédito, cancelou subsídios dados pelo governo às importações e congelou os salários, medidas essas que desagradaram o FMI e trouxe grande descontentamento popular.

• Externamente tentou assumir uma posição de liderança entre os países do 3º. Mundo e de não alinhamento aos EUA como:

Reatar relações diplomáticas com a China comunista; Aproximou-se de outros países socialistas; Condecorou o líder da revolução cubana Che Guevara com a

cruz de ferro e o jornalista Carlos Lacerda o acusou de abrir as portas do Brasil ao comunismo e de liderar um golpe;

Mostrou-se favorável à independência das colônias européias na África e na Ásia.

Num gesto inesperado renuncia em 25 de agosto de 1961 declarando que “forças terríveis” o obrigavam a deixar a presidência.

Até hoje se discute essa renúncia, alguns acreditam que a frase era somente uma estratégia para conseguir o apoio dos militares e da população.

O certo é que Jânio nunca deixou claro quem fazia parte dessas “forças”.

Após a renúncia de Jânio, o presidente da câmara Ranieri Mazzili assume interinamente, pois o vice João Goulart estava em visita oficial à China.

Como Jango havia sido ministro do trabalho de Vargas e era acusado de ser “comunista”, tanto os opositores de Vargas como os anticomunistas não queriam que ele assumisse.

Leonel Brizola, governador do RS, liderou um movimento para garantir o cumprimento da Constituição que previa a posse do vice em caso de renúncia do presidente, foi a “Campanha da Legalidade”.

Os golpistas perceberam que o impasse poderia provocar uma guerra civil e a solução encontrada pelo Congresso foi promulgar o Ato Adicional de 1961, estabelecendo o sistema “Parlamentarista no Brasil”, enquanto isso Jango aguardava a solução no Uruguai.

Jango assumiu em sete de setembro de 1 961, com poderes reduzidos pela participação de um primeiro-ministro indicado pelo Congresso.

Durante o período parlamentar, ele conseguiu convocar um plebiscito para 6 de janeiro de 1964 que o povo escolhesse o sistema de governo, vencendo o presidencialismo.

Com os poderes de volta Jango decretou o monopólio do estado para importação de petróleo e passou a controlar os lucros que as empresas estrangeiras enviavam para fora do Brasil.

O presidente anunciou um programa de reformas em um grande comício no RJ em 13 de março de 1964, destacando as seguintes medidas:

Estatização de todas as refinarias de petróleo; Desapropriação de propriedades com mais de 100 hectares; Direito de voto aos analfabetos; Ampliação do nº de vagas em universidades públicas.

Os generais Luis Carlos Guedes e Mourão Filho, apoiados por políticos como Magalhães Pinto, governador de MG e membro da UDN deflagaram um movimento político e militar para depor o presidente.

Prepara-se um golpe para depor o presidente com os pretextos de manter a legalidade “ameaçada” por Jango, e impedir o avanço comunista no país.

Desistindo de uma possível reação contra o golpe militar e a consequente guerra civil, Jango retira-se em 1º. De abril de 1964 para Porto Alegre e de lá vai para o exílio no Uruguai em 4 de abril.

O presidente da câmara Ranieri Mazzili assume a presidência mais uma vez em caráter interino.

O Alto Comando decreta o Ato Institucional nº. 01, dando ao Congresso a função de eleger o novo presidente da república.

Iniciava-se a Ditadura Militar no Brasil

Coleção História Novo Olhar – Marco Pellegrini – Editora FTD

Apostilado de História – Profº. Adelino de Mello

História Global – Gilberto Cotrim – Editora Saraiva

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