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Crédito Tributário. Lançamento. Modalidades. Jurisprudência
Prof. Felipe PelegriniDireito Tributário
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 139, CTN:
O crédito tributário decorre da obrigação
principal e tem a mesma natureza desta.
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 113, CTN: A obrigação tributária éprincipal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a
ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
§ 2º A obrigação acessória decorre da
legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela
previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples
fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente à
penalidade pecuniária. 4
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Conceito. “É o vínculo jurídico, de
natureza obrigacional, por força do qual o
Estado (sujeito ativo) pode exigir do
particular, o contribuinte ou responsável
(sujeito passivo), o pagamento do tributo ou
da penalidade pecuniária (objeto da relação
obrigacional)”.
(MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 36. ed. São Paulo:
Malheiros, 2015, p.176)5
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• Implicações entre o fato, a obrigação e o crédito.PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL.
EXCESSO DE EXECUÇÃO. ITR. ERRO NA BASE DE CÁLCULO.
DECLARAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. LANÇAMENTO. ART. 147, § 1.º, DO
CPC. CORREIÇÃO DO ERRO PELO PODER JUDICIÁRIO.
POSSIBILIDADE.
(…)
4. O crédito tributário, na expressa dicção do art. 139 do CTN,
decorre da obrigação principal e, esta, por sua vez, nasce com a
ocorrência do fato imponível, previsto na hipótese de incidência,
que tem como medida do seu aspecto material a base imponível (base
de cálculo).
5. Consectariamente, o erro de fato na valoração material da base
imponível significa a não ocorrência do fato gerador em conformidade
com a previsão da hipótese de incidência, razão pela qual o
lançamento feito com base em erro "constitui" crédito que não
decorre da obrigação e que, por isso, deve ser alterado pelo Poder
Judiciário.
(STJ, 1ªT., REsp 770.236/PB)
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Mesma Natureza. “… tem a mesma
natureza da obrigação, porque ela é a própria
obrigação depois de apurada e
matematicamente expressa em conceito
absolutamente determinado, ou seja, em
quantia”.
(NOGUEIRA. Rui Barbosa. Curso de Direito Tributário. 14. ed. São Paulo:
Saraiva, 1995, p.291)
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 140, CTN:
As circunstâncias que modificam o crédito
tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou
as garantias ou os privilégios a ele atribuídos,
ou que excluem sua exigibilidade não afetam
a obrigação tributária que lhe deu origem.
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Vício formal no lançamento.Se há vício formal no lançamento, restainvalidada a constituição do crédito. Mas issonão afeta a obrigação tributária, de forma quenovo lançamento poderá ser efetuado, desdeque antes de expirado o prazo decadencial.
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Súmula 473, STF:A administração pode anular seus própriosatos, quando eivados de vícios que ostornam ilegais, porque deles não se originamdireitos; ou revogá-los, por motivo deconveniência ou oportunidade, respeitadosos direitos adquiridos, e ressalvada, emtodos os casos, a apreciação judicial.
● Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute ilegalmente
praticados; porém, se de tais atos já tiverem decorrido efeitos concretos,
seu desfazimento deve ser precedido de regular processo administrativo.
[Tese definida no RE 594.296, rel. min. Dias Toffoli,P, j. 21-9-2011, DJE 146 de
13-2-2012,Tema 138.] 10
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1729772http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2644122&numeroProcesso=594296&classeProcesso=RE&numeroTema=138
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 141, CTN:O crédito tributário regularmente constituídosomente se modifica ou extingue, ou tem suaexigibilidade suspensa ou excluída, noscasos previstos nesta Lei, fora dos quais nãopodem ser dispensadas, sob pena deresponsabilidade funcional na forma da lei, asua efetivação ou as respectivas garantias.
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Indisponibilidade dos bens públicos:“O funcionário da Administração Tributária está impedidode dispensar a efetivação do crédito ou as respectivasgarantias, sob pena de responsabilidade funcional, naforma da lei. Na implicitude dessa mensagem prescrita,vemos o magno princípio da indisponibilidade dos benspúblicos, um dos fundamentos do direito administrativo. Ébom enfatizar que a dispensa do créditos ou de suasgarantias e privilégios não se inscreve apenas àquelesque tiverem sido formalizados pela via do ato delançamento… Todavia, aquilo que o legislador pretendeuexprimir, nessa parte do dispositivo, é que à margem deautorizações expressas na legislação tributária, ofuncionário, em qualquer hipótese, não está autorizado aabrir mão da exigência”.
(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 27. ed. São Paulo:Saraiva, 2016, p.358)
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Suspensão do Crédito:
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis
reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de
segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada,
em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº
104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de
2001)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o
cumprimento das obrigações assessórios dependentes da
obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
consequentes.13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
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Modalidades de Extinção:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos
termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do
artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições
estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de
10.1.2001) (Vide Lei nº 13.259, de 2016)
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou
parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua
constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13259.htm#art4
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Causas de Exclusão:
Art. 175. Excluem o crédito tributário:
I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário
não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal
cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
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Existência, exigibilidade e exequibilidade do crédito:
Com o surgimento da relação jurídico-tributária, decorrente daincidência da norma tributária impositiva sobre o fato gerador,tem-se por existentes o débito e o crédito tributário. Apenasquando formalizada (documentada) a sua existência eliquidez, porém, é que o Fisco pode opor o crédito tributário aocontribuinte, dele exigindo o seu cumprimento.
O crédito, portanto, ganha exigibilidade, no sentido do Fiscoexigir o seu pagamento.
Se houver inadimplemento, o Fisco poderá encaminhar o créditodevidamente formalizado e, portanto, exigível, para inscrição emdívida ativa, de modo a produzir o título executivo extrajudicialque lhe dará exequibilidade: a certidão de dívida ativa (CDA). 16
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Art. 142, CTN:
Compete privativamente à autoridade administrativaconstituir o crédito tributário pelo lançamento, assimentendido o procedimento administrativo tendente averificar a ocorrência do fato gerador da obrigaçãocorrespondente, determinar a matéria tributável,calcular o montante do tributo devido, identificar osujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação dapenalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de
lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.17
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•Competência privativa da autoridadeadministrativa:
a atividade administrativa de lançamento somentepoderá ser realizada por um agente públicocompetente. Assim, pela análise do artigo, não podeo particular praticar a atividade de lançamento,apesar de posicionamentos diversos de váriosjuristas
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Súmula 436, STJ:A entrega de declaração pelo contribuintereconhecendo débito fiscal constitui o créditotributário, dispensada qualquer outra providênciapor parte do fisco.
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO.
CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA FISCAL. Em se tratando de débito
declarado pelo próprio contribuinte, não se faz necessária sua homologação formal,
motivo por que o crédito tributário se torna imediatamente exigível,
independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação do
sujeito. O valor da obrigação principal deve funcionar como limitador da norma
sancionatória, de modo que a abusividade se revela nas multas arbitradas acima do
montante de 100%. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STF, AI 838302 AgR, 2015)19
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•Constituição do crédito tributário:
o lançamento formaliza o crédito tributário perante oparticular. Enquanto o Fisco não efetua olançamento, não poderá exigir a quantia, mesmoque seja devida. Defendem doutrinadores que olançamento declara a existência da obrigaçãotributário e constitui o crédito tributário
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•Procedimento administrativo vinculado:
segundo o CTN, o lançamento é entendido por umprocedimento administrativo, sendo um conjunto deatos administrativos encadeados entre si paraformação de um ato válido. Para boa parte dadoutrina, o lançamento seria considerado um atoadministrativo e não um procedimentoadministrativo, como descrito no artigo. Ademais, talprocedimento é vinculado, isto é, a autoridadeadministrativa não exerce discricionariedade no atode lançamento, devendo observar seus requisitos,sob pena de nulidade. 21
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TRIBUTÁRIO. ISS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO GENÉRICO. AUSÊNCIA DE
ESPECIFICAÇÃO QUANTO AO FATO GERADOR. NULIDADE. ACÓRDÃO
PARADIGMA VERSA SOBRE AUTOLANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE
FÁTICA. RECURSO NÃO CONHECIDO.
1. No Direito Tributário vige a regra da tipicidade fechada quanto à
identificação do fato imponível.
2. Lançamento tributário que não especifica qual dos serviços
constantes da lista tributada pelo ISS foi realizado pelo
contribuinte é nulo, gerando, por conseqüência, a nulidade da
inscrição em dívida ativa correspondente e extinção da execução
fiscal que venha a ser ajuizada.
3. Identificar se a forma genérica pela qual foi realizada o
lançamento ocasionou, ou não, dificuldade concreta no exercício de
defesa do contribuinte é circunstância impossível de ser avaliada em
sede de recurso especial, por implicar reexame de provas (Súmula
7/STJ). Em tese, o lançamento efetuado dessa maneira impossibilita o
pleno exercício de defesa por parte do sujeito passivo tributário.
(STJ, 2ªT., REsp 602.228/SC)22
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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - APRECIAÇÃO DA
VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS - IMPOSSIBILIDADE - CPC,
ART. 535 - AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO - DISSÍDIO NÃO DEMONSTRADO: NÃO-
CONHECIMENTO PELA DIVERGÊNCIA - TRIBUTO LANÇADO POR
HOMOLOGAÇÃO - REPETIÇÃO DE INDÉBITO - TERMO INICIAL DO PRAZO
PRESCRICIONAL: HOMOLOGAÇÃO EXPRESSA OU TÁCITA - LC 118/2005 -
APLICAÇÃO RETROATIVA: INCONSTITUCIONALIDADE - PACIFICAÇÃO DO
ENTENDIMENTO ? EREsp’s 435.835/SC e 644.736/PE - COBRANÇA DE TRIBUTO
- DANO MORAL - NÃO-CARACTERIZAÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS -
FALTA DE INTERESSE RECURSAL.
5. A cobrança de tributo, por si só, não tem o condão de gerar dano
material ou moral. Ao contrário, constitui poder/dever da
Administração Pública, sempre que, prima facie, entender que ocorreu
a hipótese de incidência prevista na legislação que o instituiu.
Ademais, à luz do disposto no art. 142, parágrafo único, do CTN,
trata-se de atividade administrativa vinculada e obrigatória, sob
pena de responsabilidade funcional.
(STJ, 2ªT., REsp 1035660/RS) 23
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•Verificação da ocorrência do fato gerador e daobrigação correspondente:
o ato de lançamento vai definir todos os critérios dahipótese de incidência tributária. Neste caso, olançamento deverá trazer em seu bojo o aspectoespacial (local da ocorrência) e temporal (momentoda ocorrência)
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•Determinação da matéria tributável:
o lançamento deverá externalizar para ocontribuinte qual a matéria que estará sendotributada e qual o tributo em questão. Se forimposto, sobre qual espécie de conduta ou situaçãojurídica (ex.: patrimônio, renda, serviços).
É a definição do aspecto material do fato gerador.
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•Cálculo do montante do tributo devido:
o lançamento deverá trazer ao particular qual valorpassa a ser devido aos cofres públicos, por meio damultiplicação da base de cálculo e da alíquota.
Eis o aspecto quantitativo do fato gerador.
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• Identificação do sujeito passivo:
o sujeito passivo pode ser a figura do contribuinteou do responsável. Assim, o lançamento deverádemonstrar quem é o devedor que terá esse deverlegal de recolhimento dos valores aos cofrespúblicos, em decorrência da prática do fato gerador.
Trata-se do aspecto pessoal do fato gerador.
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•Proposição de penalidade cabível:
não é apenas a identificação do tributo que o lançamentopoderá trazer. Uma vez que a multa também secaracteriza como obrigação principal (art. 97, V, CTN),ambos podem ser delineados pelo lançamento. Assim, aaplicação de um auto de infração e imposição de multase classifica como tipo de lançamento.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO: CONSTITUIÇÃO. LANÇAMENTOFISCAL: EFEITOS. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO… II- Com a lavratura do auto de infração consuma-se olançamento fiscal, o qual, ainda que provisório, impede adecadência.
(STF, 1ªT., RE 90.926)28
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Art. 144, CTN: O lançamento reporta-se à data da
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou
revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de
apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de
investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de
atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por
períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a
data em que o fato gerador se considera ocorrido.29
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➡ Formas de Lançamento Tributário:
✓ Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM)
✓ Notificação de Débito
✓ Aviso de Lançamento
✓ Inscrição em Dívida Ativa
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A notificação conclui o lançamento.
A notificação ao sujeito passivo conclui o lançamento,demarcando a formalização do crédito pelo Fisco. O créditodevidamente notificado passa a ser exigível do contribuinte.Com a notificação o contribuinte é instado a pagar e, se não ofizer, nem se apresentar impugnação, poderá sujeitar-se àexecução compulsaria através da Execução Fiscal. Ademais,após a notificação, o contribuinte não mais terá direito acertidão de negativa de débitos. A notificação está para olançamento como a publicação está para a lei, podendo-seinvocar “mutatis mutandis”.
(STF, RE 222.241/CE)31
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Súmula 397, STJ. O contribuinte do IPTU énotificado do lançamento pelo envio do carnê aoseu endereço.
"Em se tratando de IPTU, a notificação do lançamento é feita através do envio, pelos
Correios, do carnê de pagamento do tributo. 2. ‘A notificação deste lançamento ao
contribuinte ocorre quando, apurado o débito, envia-se para o endereço do imóvel a
comunicação do montante a ser pago. Como bem ressaltou o acórdão, há presunção
de que a notificação foi entregue ao contribuinte que, não concordando com a
cobrança, pode impugná-la administrativa ou judicialmente. Caberia ao recorrente,
para afastar a presunção, comprovar que não recebeu pelo correio o carnê de
cobrança (embora difícil a produção de tal prova), o que não ocorreu neste feito".'
(REsp 168.035/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 24.9.2001). (AgRg no
REsp 784771 RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
03/06/2008, DJe 19/06/2008)32
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('AGRESP'.clas.+e+@num='784771')+ou+('AGRG NO RESP'+adj+'784771'.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja
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➡ Modalidades de Lançamento Tributário:
a) Lançamento direto, de ofício ou ex officio(art. 149, I, CTN);
b) Lançamento misto ou por declaração (art. 147, CTN);
c) Lançamento por homologação ou autolançamento(art. 150, CTN).
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a) Lançamento direto, de ofício ou ex officio(art. 149, CTN)
É aquele lançamento realizado por autoridade fiscal que,dispondo de dados suficientes em seus registros para efetuara cobrança da exação, constitui o crédito tributáriodispensando o auxílio do contribuinte.
Procedimento de iniciativa da Administração Pública
Ex.: IPTU, IPVA, Taxas e Contribuição de Melhoria
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Art. 149, CTN: O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos
seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do
inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de
esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada,
no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com
dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do
lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da
autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito
da Fazenda Pública.
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TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPTU. ERRO DE FATO.
LANÇAMENTO ORIGINÁRIO QUE NÃO CONSIDEROU EDIFICAÇÃO NO
IMÓVEL. REVISÃO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. ART. 149, VIII, CTN.
VULNERAÇÃO DO ART. 144 DO CTN RECONHECIDA.
3. O art. 149, III, do CTN contempla hipótese de revisão de ofício se ocorre
fato não conhecido ou não provado na ocasião do lançamento originário.
No caso concreto, verifica-se que houve a quitação integral do IPTU pelo
contribuinte e, somente depois, por meio de recadastramento e revisão
efetivados pela municipalidade, observou-se uma construção no terreno,
que gerou a complementação da cobrança.
(STJ, 1ªT., REsp 1025862/SP)
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PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO
FISCAL. REVISÃO DO LANÇAMENTO APÓS O PRAZO DECADENCIAL.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
1. É firme o entendimento desta Corte no sentido de que, nos termos
dos arts. 145, III, e 149, VIII, e parágrafo único, ambos do CTN, a
revisão do lançamento tributário é perfeitamente possível desde que
realizada dentro do prazo decadencial. Desse modo, o termo final
para a revisão do lançamento é o mesmo previsto para o lançamento
revisado, nos termos do que dispõe o parágrafo único do art. 149 do
Código Tributário Nacional.
(STJ, 2ªT., AgRg no REsp 1405517/AL)
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b) Lançamento misto ou por declaração (art. 147, CTN);
Nessa espécie, o Fisco constitui o crédito tributário a partir deinformações fornecidas pelo contribuinte por meio dedeclaração, sem as quais o lançamento ficaria prejudicado.
Procedimento de iniciativa da Administração Pública
Ex.: Imposto de Importação (II) e o Imposto de Exportação (IE)
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Art. 147, CTN: O lançamento é efetuado com base na
declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um
ou outro, na forma da legislação tributária, presta à
autoridade administrativa informações sobre matéria de
fato, indispensáveis à sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio
declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é
admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e
antes de notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu
exame serão retificados de ofício pela autoridade
administrativa a que competir a revisão daquela.39
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TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR.
ERRO NA DECLARAÇÃO QUANTO AO TAMANHO DO IMÓVEL. RETIFICAÇÃO.
POSSIBILIDADE POR INICIATIVA DO CONTRIBUINTE OU DE OFÍCIO. AUSÊNCIA
DE VIOLAÇÃO AO ART. 147, § §1º e 2º, DO CTN. PRECEDENTE (RESP
770.236-PB, REL. MIN. LUIZ FUX, DJ 24/09/2007)
1. O lançamento pode ser revisto se constatado erro em sua feitura,
desde que não esteja extinto pela decadência o direito de lançar da
Fazenda. Tal revisão pode ser feita de ofício pela autoridade
administrativa (art. 145, inciso III, c/c 149, inciso IV, do CTN) e
a pedido do contribuinte (art. 147, §1º, do CTN).
2. É cediço que a modificação da declaração do sujeito passivo pela
Administração Fazendária não é possível a partir da notificação do
lançamento, consoante o disposto pelo art. 147, § 1.º, do CTN, em
face do princípio geral da imutabilidade do lançamento. Conduto pode
o sujeito passivo da obrigação tributária se valer do Judiciário, na
hipótese dos autos mandado de segurança, para anular crédito oriundo
de lançamento eventualmente fundado em erro de fato, em que o
contribuinte declarou, equivocadamente, base de cálculo superior à
realmente devida para a cobrança do Imposto Territorial Rural.
(STJ, 2ªT., REsp 1015623/GO)
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c) Lançamento por homologação ou autolançamento(art. 150, CTN)
No lançamento por homologação, o contribuinte participadireta e ativamente de sua formatação (cálculo e pagamentodo tributo), cabendo ao Fisco tão somente o procedimentohomologatório.
Procedimento de iniciativa do Particular
Ex.: ICMS, IR, IPI, PIS, COFINS, CSLL etc.
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Muito obrigado pela atenção!!!!
@pelegrinifelipe
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