8/21/2017 Para lidar com dor da perda, Diana seguiu os passos da mãe e se tornou pintora - Comportamento - Campo Grande News
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Campo Grande, Segundafeira, 21 de Agosto de 2017
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20/08/2017 07:10
Para lidar com dor da perda, Diana seguiuos passos da mãe e se tornou pintoraVera Lúcia faleceu em 2008 e a filha, que não era artista, passou a tersonhos com a mãe: "Percebi que precisava pintar", contaEduardo Fregatto
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Diana na preparação da exposição, que abre terçafeira. (Foto: André Bittar)
Uma das memórias de infância que Diana Morais, de 35 anos, carrega na mente é a defrequentar aulas de pintura, acompanhando a mãe, a arquiteta e artista plástica Vera Lúcia.As duas eram muito ligadas. "Ela se realizava com as minhas realizações", recorda Diana,quando fala da relação afetuosa que manteve com a mãe.
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Vera e Diana, numa foto antiga de mãe e filha. (Foto:Acervo Pessoal)
Diana pintando em seu ateliê, em Paris. (Foto: AcervoPessoal)
Em 2008, Vera Lúcia faleceu, devido a um câncer. Diana, que trabalha como Coach deLiderança para a indústria hoteleira, em Paris, sentia a necessidade de lidar, de alguma,com toda a dor e saudade que guardava ao longo dos anos.
"Eu tive sonhos com a minha mãe. Me sentimuito próxima dela", afirma. "Ela tinha umjeitinho de acordar a gente, abraçava e beijava,e no meu sonho ela fazia isso comigo. Quandoacordei, percebi que precisava começar a pintar,para me sentir mais próxima".
Diana já havia pintado, na infância, mas nuncateve muita paciência. "Começava quadros masnão terminava". Na escola, fazia caricaturas decolegas e professores. "O pessoal se diziaimpressionado, mas eu nunca desenvolvi esselado artístico".
Foi mesmo por conta da saudade da mãe que, no começo desse ano, a sulmatogrossenseprocurou uma professora de pintura, em Paris. E, mais uma vez, pareceu coisa de destino."Eu saí almoçar com um amigo. Ele levou a tia dele. Eu comentei que estava procurandouma professora e ela respondeu que era uma", relata.
As aulas logo começaram e Diana descobriu um talento até então desconhecido. "Comeceia pintar portas, que tem esse simbolismo de inicio. Fiquei obcecada. Depois passei aretratar natureza, paisagens do interior da França e também de Mato Grosso do Sul".
A mãe de Diana, Vera Lúcia, também gostavade pintar elementos da natureza. "Ela tem umacoleção grande, mas teve uma época quepintou muitas paisagens, animais, cavalos,onças. Também pintou em diversas técnicas,começando com aquarela, óleo e outras.Pretendo me familiarizar com outras técnicastambém", diz a artista que por enquanto estáproduzindo seu trabalho em aquarela. Ela foiconvidada a ingressar na Academia de BelasArtes de Paris.
Mas, o mais importante, é o conforto que oofício trouxe, para a dor da ausência. "A artetem sido uma maneira de, literalmente,contornar essa dor", diz Diana. "Sinto ela maispresente, é um sentimento gostoso".
Ela abriu um ateliê em Paris e, em homenagemà mãe, o batizou de "VerLuz". "Além de ser umjogo de palavras, ainda é o nome que minhamãe assinava suas obras. É mais umahomenagem e uma conexão nossa", explica.
Diana, atualmente, está em Campo Grande.Ela nasceu em Dourados mas viveu na Capital até os 16 anos. Ela vai realizar umaexposição de suas obras e algumas das sua mãe. "Mas apenas as minhas estarão àvenda", pontua. A mostra, que acontecerá terçafeira (22/08), das 19h às 22h, no TerritórioLab (Rua Euclides da Cunha, 468), também terá pinturas de Catherine Binder, mentora deDiana e sua parceira no ateliê parisiense.
A artista plástica, também para homenagear a luta da mãe, doará a renda de suasaquarelas para duas instituições de Campo Grande: o Hospital de Câncer de Barretos eInstituto de Prevenção Antônio Morais dos Santos, que leva nome do seu avô.
"Resolvi fazer essa doação pra ajudar as pessoas na prevenção do câncer. Não gostariaque outras pessoas passassem por isso", define.
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que outras pessoas passassem por isso", define.
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Diana mostra uma de suas pinturas inspiradas em Bonito, chamada de "A Fonte". (Foto: André Bittar)
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