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Após trêsanos consecutivosde secas, aproduçãobaianade café, que che-gou a ser de 2,6 milhões de sacas, caiu para 1,9 milhão de sacas. Com oarrefecimentodaestiagem,e senãohouver contratempoclimático, espe-ra-se colher este ano em torno de 2,5milhões de sacas. Esse crescimentoemcurto tempo sedeu, principalmente, graças aoConillon, queéplanta-do na região Sul da Bahia.

O Conillon tem experimentado uma boa fase. Quando o preço doarábica caiu drasticamente, o seu não caiu tanto. A demanda aumen-ta por causa do blend das indústrias, que já trabalham com até 50% deConillon.

No ano passado, o Brasil voltou a exportar café, quase 3 milhões desacas. E o Conillon, base do solúvel (80%) se destacou. Mercados aber-tosmais recentemente são grandes consumidores, comoaChina e aRús-sia, que estão migrando do chá para o café, tendo o solúvel como portade entrada.

O Brasil chegou a produzir 55 milhões de sacas, manteve a produ-ção em torno de 52milhões de sacas, e, no ano passado, a quebra de sa-framuito grande emMinas Gerais fez com que a produção nacional caís-se para, aproximadamente, 45 milhões de sacas, o que proporcionou arecuperação de preços. A produção este ano deve ser próxima a do anopassado.

REGIÕES PRODUTORASDA BAHIA

PLANALTOProdução: 1milhão de sacas (Chapada, Vitória da Conquista e Brejões)

Quando a ABACAFÉ começou a promover o Concurso de Qualidade Ca-fés da Bahia, pequenos produtores damicrorregiãomostraram interesseem aderir a uma forma de produção voltada para a qualidade, o que re-queria processos diferentes dos que estavamacostumados. Dessa forma,passarama compensar o volume pequeno de produção comas remune-rações diferenciadas.

AaptidãodaChapadaDiamantinaparaa cafeicultura sedeveaoquechamamosde terroir, damesma formaqueocorre comos vinhos. São ca-racterísticas de clima e solo, dentre outras.Mas, fora dessas condições, te-mos conseguido premiar produtores de váriosmunicípios. Émuito impor-tante o procedimento do produtor no período de colheita e pós-colheitas,oque levaemtornode 10dias. Esseperíododefineomelhor eopior café.

Qualidade é uma opção, e os produtores da Chapada estão enten-dendo isso, com uma grande ajuda do Concurso. Quando o produtor sedecide a participar de um concurso, nunca mais vende um café cru; eledescobre as cafeterias, os consumidores e faz R$7mil emuma saca de ca-fé, se torrá-lo emoê-lo.

CERRADOProdução: 500mil sacas noOeste

A área ocupada com café chegou a 15mil hectares. Depois da queda dospreços, que coincidiram com a alta das commodities soja, milho e algo-dão, a área plantada caiu para 11mil hectares.

Agora, comapossibilidadedepreçosmelhores egraçasao idealismodealgunsprodutores, comooComandantePrado,a regiãoestá retornan-doaos 15mil hectares. ComandantePrado temmais de 1000hectares decafé irrigadonomunicípio deCocos.OOeste produz o café natural. A van-tagemda região é que não chove na época da colheita, e o grão seca nochão, nãoperdeaqualidadeeeconomizano custodedespolpar. A regiãode cerradoéplanaemecanizável em todasas etapas. Todoo cafédoOes-te da Bahia é irrigado. A região é a segundamaior produtora de algodãodo país. Planta-se ainda soja emilho.

ATLÂNTICO (Sul e Extremo-Sul do Estado)Café ConillonProdução: 1milhão de sacas

POR ALEXANDRE SANTOS

POR EDNALVA TELINHOS

[ SIMPÓSIO ]

[ IGAPORÃ ]

[2] SALVADOR,BAHIA, SEGUNDA-FEIRA, 30/03/2015

A Companhia de Desenvolvimentodos Vales do São Francisco e do Par-naíba (CODEVASF), emparceria comaPrefeiturade Igaporã, pormeiodaSecretaria de Agricultura, Abasteci-mento e Meio Ambiente, realizou,no mês passado, peixamentos queintroduziram50mil alevinos emno-ve barragens públicas no municípiode Igaporã, como intuito depromo-ver a reabilitação das barragens pormeio de seu repovoamento.

“Esse peixamento tem uma im-portância muito grande, pois o mu-nicípio de Igaporã temuma zona ru-ral muito pobre e, com isso, nós be-neficiamos nove comunidades. Es-tamos fornecendo proteína animalpara os habitantes locais, além dapossibilidade de uma renda extraparaeles, pois, alémdesealimenta-rem, ainda poderão vender os pes-cados”, informoua técnica da CODE-VASF, Isabel Denis.

Os alevinos foram produzidos ecedidos pela Bahia Pesca - empresapública vinculada à Secretaria Esta-dual de Agricultura, Pecuária, Irriga-

16º Agrocafé estima boaprodução do setor paraa safra de 2015

ção, Pesca e Aquicultura (SEAGRI) -,graças a uma parceria firmada en-tre as duas empresas que permiteque a CODEVASF realize peixamen-tos em vários municípios da Bahia,entre eles Igaporã, BomJesus da La-pa, Ibotirama, Jaborandi, Malhada,SantaMaria da Vitória, Sítio doMa-to e Tanque Novo com alevinos pro-duzidos e cedidos pela Bahia Pesca.

Emcontrapartida,aBahiaPescaestá recebendo da CODEVASF ração,que é utilizada nas unidades produ-

50milAlevinossãointroduzidosembarragenspúblicasdoSemiáridobaiano

tivas da empresa e que sãooperadaspor associaçõesdepescadores das ci-dades de Barra, Caculé e Paramirim.

A soltura aconteceu nas localida-desdeGameleira,Gameleirinha, Cal-deirão, Santana, Caminhão, LagoaFunda, Tamanduá, Jatobá e Lagoada Torta. Desde setembro de 2014,técnicos da CODEVASF e da prefeitu-ra estiveram em campo identifican-do as barragens adequadas e reali-zandoo cadastramentodas 110 famí-lias beneficiadas. Ainda em 2014, no

mês de novembro, a CODEVASF rea-lizou, no auditório da Câmara Muni-cipal, uma capacitação técnica, quereuniu mais de 60 agricultores e re-presentantes de associações comu-nitárias.

Segundo Demétrios Rocha, che-fe da Associação Regional de Comér-cio e Promoção Institucional da CO-DEVASF, a companhia tem três eixosde execução na área de Piscicultura,na área de abrangência da 2ª Supe-rintendênciaRegional, regiãodoMé-dio-São Francisco baiano. São duasestações de piscicultura, sendo umana cidade de Guanambi, mais anti-ga, e uma nova na cidade de XiqueXique. “Na sede da CODEVASF emBom Jesus da Lapa, nós temos umtrabalho realizado em parceria coma estação de piscicultura da BahiaPesca, no distrito de Porto Novo, nacidade de Santana, às margens doRio Corrente. A CODEVASF realiza di-versos peixamentos, povoamentos edoações de alevinos nessas três uni-dades.Nessas unidades sãodistribuí-dos apenas alevinos de tilápia”.

Um dos maiores eventos do calen-dárionacionalda cafeicultura,o 16ºSimpósio Nacional do AgronegócioCafé (Agrocafé) será realizado entreospróximosdias 11 e 13demaio,noBahia Othon Palace, em Salvador.Segundo a Associação de Produ-tores de Café da Bahia (Assocafé),uma das organizadoras do evento,o encontro acontecerá em meio aumcenáriodeboasperspectivasdosetor para a safra de 2015, seguidopela recuperação do preço do grão.Istoporque,após trêsanosconsecu-tivos de desvalorização ocasionadapela seca nas regiões produtoras, oEstado estima colher, até o fim dedezembro,emtornode2,5milhõesde sacas de café.

Com o objetivo de estimularprodutores de pequeno porte emrelação à qualidade da produção, o16º Agrocafé promoverá palestras edebates acerca do futuro do café, asexigências domercado por técnicasde produção modernas e sustentá-veis,alémdeumaagendadecursosque acontecerão simultaneamentecomaprogramaçãoprincipal.

“Nosso objetivo é estimular en-tre os produtores de porte muitopequeno a consciência pela quali-dade. E tem dado certo. Hoje, o ca-fé produzido em pequenas proprie-dades da Chapada Diamantina sedestaca, nacional e internacional-mente, graças à adesão dos cafei-cultores aos critérios de qualidade.OAgrocafé traz esses produtores dazona rural para a capital, onde elesassistem palestras, fazem contatos,negociam a produção e descobremque a única maneira de se desta-car em um mercado de grandes ésendo os melhores, ainda que pe-quenos”, explica João LopesAraújo,presidente da Assocafé.

Conforme o dirigente da Asso-café, a sinergia entre o café e a ci-dade está nos fundamentos dasnovidades que estão sendo prepa-radas para essa edição do evento.“Embora o Agrocafé aconteça emuma grande capital e seu enfoqueseja voltado para o produtor de ca-fé, é estratégico atrair o cidadão ur-

bano, que,muitas vezes, nem sequerconhece um pé de café, mas não dis-pensaumaxícaradabebida”,afirma.

Segundo ele, outra novidade do16º Agrocafé será o 1º Concurso Agro-café de Baristas, que está sendo ela-boradoemparceria comaAssociaçãoBrasileira de Café e Barista (ACBB). Acompetição escolherá, entre os pro-fissionais de Salvador, aqueles comomaior talento para produzir e incre-mentar bebidas feitas comcafé.

Lopes explica que a ideia surgiupor causa da grande procura pelominicurso promovido pela Assocaféem edições anteriores do Agrocafé e,principalmente, pela necessidade dosetor de se aproximar cada vez maisdo consumidor final. “O minicursode barista é um sucesso e atrai des-de pessoas que querem se profissio-nalizar até aquelas que amam café eo universo gourmet e desejam apro-fundar o conhecimento sobre as pos-sibilidadesdabebida,e, simplesmen-te, fazer umcharmepara os amigos”.

“Queremos que o cuidado que oprodutor dá ao grão no campo este-ja também na hora do preparo des-se grão. Produzir bebidas saborosas,criativas, tecnicamentecorretas,mes-mo que seja um simples café expres-so,mantémeapuraas característicasdoproduto, tãobemestudadas e tra-balhadas pelo agricultor de qualida-de”, acrescenta.

De acordo com a ACBB, baristassão os “experts” no preparo do cafée têm completo conhecimento sobreo preparo da bebida. Esses profissio-nais tambémtêmdeentenderdahis-tória do café, do seu cultivo, tipos degrãos e origens.

“Estãoparao caféassimcomoossommeliers estão para o vinho. Comuma diferença: o barista tem a capa-cidadedecriarnovaseoriginais recei-tas e apresentações tanto de café ex-presso quanto de cappuccinos e ou-tros drinques e coquetéis à base deexpresso”, define o presidente da en-tidade, Luiz Otávio Franco de Souza.

Parte desses alevinos foi forneci-da também a pequenos produtoresda agricultura familiar, para a cria-ção e a posterior comercialização dopescado. Com o objetivo de auxiliaro combate à dengue, outra soma foidistribuída para o povoamento de di-versas aguadas públicas de nossa re-gião. “Destacamos, ainda, que boaparte dos alevinos distribuídos foiproduzida na 2ª/CIX - unidade de Xi-que-Xique,haja vistaa secana regiãodeGuanambi eadificuldadedeáguanaquela região, antes abastecida so-mente pela Barragem de Ceraíma”,informouDemétrios.

RECUPERAÇÃO DA ICTIOFAUNA- Aolongo de 2014, a CODEVASF produ-ziu mais de nove milhões de alevi-nos nos Centros Integrados de Recur-sos Pesqueiros e Aquicultura da em-presa. Um total de 81municípios nosEstadosdeAlagoas, Bahia,MinasGe-rais,PernambucoeSergipe forambe-neficiados.

Os alevinos são usados para re-cuperaros recursospesqueirosdoVe-

BAHIA VETERANA- Franco de Sou-za afirma que a Bahia já é uma vete-rana nesse tipo de competição. “Es-te é o terceiro campeonato de ba-ristas que o Estado promove, agorapor meio da Assocafé. Na produção,a qualidade dos cafeicultores baia-nos já é comprovada. Prova disso foio último Cup of Excellence, em quea Bahia conquistou as cinco primei-ras posições com seus cafés da Cha-pada Diamantina”, lembra ele, refe-rindo-se ao concurso promovido pe-la Associação Brasileira de Cafés Es-peciais (BSCA), no qual, dos 21 cafésinscritos, noveeramdaBahia.Dentreesses, diz, cinco primeiros colocados.OvencedordoCupofExcellence–Ear-ly Harvest, Cândido Vladimir Ladeia,também conquistou o primeiro lugarno Concurso de Qualidade Cafés daBahia, da Assocafé, emnovembro doanopassado.OCampeonatoAgroca-fédeBaristas é realizadopelaAssoca-fé, com o apoio da ACBB e o patrocí-nio da BBC Café Gourmet.

lho Chico e seus afluentes por meiode peixamentos, e para a inclusãoprodutiva de pequenos produtores,incentivando a aquicultura. Além depromover a recuperação da ictiofau-na, essas ações proporcionam alter-nativas de trabalho e renda. Os ale-vinos também são usados na realiza-ção de estudos e pesquisas aplicadasvoltadas para desenvolver a aquicul-tura na área de abrangência da em-presa e pesquisas para a reproduçãode espécies nativas.

Dosmaisdenovemilhõesdeale-vinos produzidos no ano passado, amaior parte – cerca de 6,5milhões –foi voltada para as ações de inclusãoprodutiva. O restante da produção,em torno de 2,9 milhões, foi direcio-nada para as ações de peixamentorealizadas pela CODEVASF.

Ao longo do ano, foram realiza-dos pela CODEVASF um total de 56peixamentos, onde foram usadas di-versas espécies nativas da Bacia doSão Francisco, como curimatã, paca-mã, piau, cascudo,matrinxã, piaba edourado.

PRODUÇÃO

“Nosso objetivo é estimular entre osprodutores de portemuito pequenoa consciência pela qualidade. E temdado certo”João Lopes Araújo, presidente da Assocafé

2011 2013 2014 - out/nov.

R$ 530,00 R$ 250,00 R$ 530,00

Nove comunidades de Igaporã forambeneficiadas pelo peixamento

DIVULGAÇÃO/ CODEVASF

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