doutrina para a nova jerusalem

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  • 7/26/2019 Doutrina Para a Nova Jerusalem

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    Doutrina de Vida Para a Nova Jerusalm

    Emanuel Swedenborg

    Cap. I Toda religio pertence vida, e a vida da religio fazer o bem1. Todo homem que tem religio sabe e reconhece que aquele que vive bem salvo, e que aquele que vivemal condenado. Com efeito, ele sabe e reconhece que aquele que vive bem pensa bem, no somente arespeito de Deus, mas tambm a respeito do prximo, porm no aquele que vive mal. A vida do homem

    seu amor, e o que o homem ama, no somente ele o faz com prazer, como tambm nisso pensa com prazer.Se, portanto se diz que a vida da religio fazer o bem, porque fazer o bem faz um com pensar no bem seessas duas coisas no fazem um no homem, no pertencem sua vida. Mas essas proposies serodemonstradas no que se segue.2. Que a religio pertena vida, e que a vida da religio seja fazer o bem, todo homem que l a Palavra ov e, quando a l, o reconhece. Na Palavra esto estas passagens: "Qualquer que violar um destes maispequenos preceitos, e assim ensinar os homens, ser chamado o menor no reino dos cus aquele, porm,que os cumpre e ensina ser chamado grande no reino dos cus"."Eu vos digo que, se a vossa justia no exceder a dos escribas e fariseus, no entrareis no reino dos cus."(Mat. 5: 19, 20). "Toda rvore que no d bom fruto cortada e lanada no fogo por isso, pelos seus frutosos conhecereis." (Mat. 7:19, 20)."Nem todo o que Me diz: Senhor! Senhor! entrar no reino dos cus, mas aquele que faz a vontade de MeuPai, que est nos cus." (Mat. 7:21).

    "Muitos Me diro naquele dia: Senhor! Senhor! no profetizamos por Teu Nome e em Teu Nome no fizemosmuitas virtudes? Mas ento lhes confessarei: Nunca vos conheci! apartai-vos de Mim, vs que obraisiniqidade." (Mat. 7:22, 23)."Todo aquele... que ouve as Minhas palavras, e as pratica, compar-lo-ei ao homem prudente, que edificou asua casa sobre a rocha. Mas aquele que ouve as Minhas palavras, e no as pratica, ser comparado aohomem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia." (Mat. 7:24, 26)."Jesus disse: O semeador saiu a semear... uma semente caiu sobre o caminho duro... outra, em pedregais... outra, entre espinhos e outra, em boa terra. O que foi semeado em boa terra, esse o que ouve e atendea Palavra, e esse, da, d fruto, e produz, um, cem, outro sessenta, e outro trinta. Quando Jesus disse estaspalavras, clamou, dizendo: Quem tem ouvidos para ouvir, oua!." (Mat. 13:3,9, 23)."Vir... o Filho do homem na glria de Seu Pai... e ento dar a cada um segundo seus feitos." (Mat. 16: 27)."O reino de Deus vos ser tirado e ser dado a uma nao que produz seus frutos." (Mat. 21:43).

    "Quando... vier o Filho do homem em Sua glria... ento Se assentar no trono de glria. E dir s ovelhas direita: Vinde, benditos... e possu por herana o reino preparado para vs desde a fundao do mundoporque tive fome, e destes-Me de comer tive sede, e destes-Me de beber fui estrangeiro, e hospedastes-Me estive nu, e vestistes-Me estive doente, e visitastes-Me na priso estive, e viestes a Mim. Ento os

    justos... respondero: Quando Te vimos assim?... Mas, respondendo, o Rei,... dir: Amm vos digo que,quando o fizestes a um dos mais pequenos de Meus irmos, a Mim o fizestes. E o Rei dir coisassemelhantes aos bodes, que estiverem esquerda e como estes no fizeram tais coisas, dir: Apartai-vosde Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos." (Mat. 25: 31 a 46)."Dai... frutos dignos de penitncia. J, j... est posto o machado raiz das rvores toda rvore que no dbom fruto cortada e lanada no fogo." (Luc. 3:8,9)."Jesus disse: Porque... Me chamais Senhor! Senhor ! e no fazeis o que digo? Todo aquele que vem a Mim.e ouve as minhas palavras, e as pratica... semelhante a um homem que edifica uma casa, e ps osalicerces sobre a rocha... mas o que ouve e no pratica semelhante a um homem que edificou uma casasobre o humo, sem alicerces." (Luc. 6:46 a 49)."Jesus disse: Minha me e Meus irmos so aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a praticam." (Luc.8:21)."Ento comeareis a estar [de fora] e bater porta, dizendo: Senhor, ... abre-nos mas, respondendo, vosdir: No sei donde vs sois... Apartai-vos de Mim, vs todos, obreiros de iniqidade." (Luc. 13: 25 a 27."Este... o juzo: Que a Luz veio ao mundo, mas os homens estimaram mais as trevas do que a luz, porqueas obras deles eram ms. Todo aquele que pratica o mal odeia a luz, para que suas obras no sejamargidas mas o que pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porqueso feitas em Deus." (Joo 3:19-21)."E os que fizeram o bem sairo para a ressurreio (da vida porm os que fizeram o mal, para aressurreio) do juzo." (Joo 5:29)."...Sabemos que Deus no ouve a pecadores mas, se algum honra a Deus, e faz a Sua vontade, a esse

    ouve." (Joo 9:31)."Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes." (Joo 13:17)."Aquele que tem os... preceitos e os pratica, esse o que Me ama... e Eu o amarei, e Me manifestarei a elee irei para ele, e nele farei morada. Quem no Me ama, no guarda as Minhas palavras." (Joo 14:15 a 24)."Jesus disse: Eu sou a videira... e Meu Pai o lavrador todo ramo em Mim que no d fruto, a tira pormtoda ramo que d fruto, a limpar, para que d mais fruto." (Joo 15:1,2).

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    "Nisto glorificado Meu Pai, que deis muito fruto, e vos torneis Meus discpulos." (Joo 15:8)."Vs sereis Meus amigos se fizerdes o que vos mando. ... Eu vos escolhi... para que deis fruto e o vossofruto permanea." (Joo 15: 14, 16).O Senhor disse a Joo: "Escreve ao anjo da Igreja de feso: Conheo as tuas obras... tenho contra ti quedeixaste a tua primeira caridade ... faze penitncia, e pratica as primeiras obras seno... retirarei o teucandelabro do seu lugar." (Apoc. 2: 1, 2, 4, 5)."Ao anjo da Igreja de Smirna escreve: ... Conheo as tuas obras." (Apoc. 2:8(,9))."Ao anjo da Igreja em Prgamo escreve: Conheo as tuas obras faze penitncia." (Apoc. 2:12, 16)."Ao anjo da Igreja em Tiatira escreve: Conheo as tuas obras e caridade ... e as tuas obras, as ltimas mais

    numerosas do que as primeiras." (Apoc. 2:18, 19)."Ao anjo da Igreja em Sardes escreve: Conheo as tuas obras, que tens nome de que vives, mas estsmorto... no achei as tuas obras perfeitas diante de Deus faze penitncia." (Apoc. 3:1, 2, 3)."Ao anjo da Igreja que est em Filadlfia escreve:... Conheo as tuas obras." (Apoc. 3:7, 8)."Ao anjo da Igreja de Laodicia escreve: ... Conheo as tuas obras, faze penitncia." (Apoc. 3:14, 15, 19)."Ouvi uma voz do cu dizendo: Escreve: bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor!...Diz o Esprito, para que descansem dos seus trabalhos as suas obras seguem com eles." (Apoc. 14:13)."Um livro foi aberto, que o da vida e os mortos foram julgados conforme as coisas que estavam escritas nolivro, todos segundo as suas obras." (Apoc. 20:12)."Eis que presto venho, e a Minha recompensa comigo, para dar a cada um segundo a sua obra." (Apoc.22:12,13).Semelhantemente, no Antigo Testamento: "Retribui-lhes conforme as obras deles, e conforme os feitos dasmos deles." (Jer. 25:14).

    JEHOVAH, "cujos olhos esto abertos sobre todos os caminhos dos homens, para dar a cada um segundoos seus caminhos, e segundo os frutos de suas obras." (Jer. 32:19)."Visitarei segundo os seus caminhos, e as suas obras lhes recompensarei." (Osias, 4:9)."JEHOVAH... conforme os nossos caminhos, conforme as nossas obras nos tratou." (Zac. 1:6).Em muitas passagens se prescreve executar os estatutos, os mandamentos e as leis, assim: "Observareis osMeus estatutos e os Meus juzos, os quais, se o homem fizer, por eles viver." (Levt. 18:5)."Observareis todos os Meus estatutos e todos os Meus juzos, para os fazer." (Levt. 19:37 20:8 22:31)."Bnos, se praticarem os preceitos, e maldies, se os no praticarem." (Levt. 26:4-46).Foi mandado aos filhos de Israel que fizessem para si uma franja nas bordas dos seus vestidos, para que serecordassem de todos os preceitos de JEHOVAH, para que os praticassem (Nm. 15:38,39).E em mil outras passagens. Que sejam as obras que fazem o homem da Igreja, e que segundo elas ele salvo, o Senhor o ensina tambm nas parbolas, algumas das quais envolvem que aqueles que fazem os

    bens so aceitos, e que os que fazem os males so rejeitados. Como na parbola dos lavradores da vinha(Mat. 21:33-44) da figueira que no deu fruto (Luc. 13:6-9) dos talentos e das minas com que se devianegociar (Mat. 25:19-31) do samaritano que ligou as chagas do homem ferido pelos ladres (Luc. 10:30-37)do rico e Lzaro (Luc. 16:19-31) das dez virgens (Mat. 25:1-12).3. Que todo homem que tem religio saiba e reconhea que aquele que vive bem salvo, e que aquele quevive mal condenado, pela conjuno do cu com o homem, o qual, pela Palavra, conhece que h umDeus, que h um cu e um inferno, e que h uma vida depois da morte da vem essa percepo geral. Eispor que, na doutrina da f atanasiana sobre a Trindade, doutrina universalmente recebida no mundo cristo,esta proposio, que se acha no fim, foi tambm universalmente reconhecida, a saber: "Jesus Cristo, quesofreu para a nossa salvao, subiu ao cu, e est assentado direita do Pai onipotente, donde deve virpara julgar os vivos e os mortos e ento, os que fizeram os bens entraro na vida eterna, e os que fizeramos males, no fogo eterno."4. Nas igrejas crists h muitos que ensinam, porm, que a f, s, salva, e no algum bem da vida ou boaobra. Acrescentam tambm que o mal da vida, ou a m obra no condena os justificados pela f, s, porqueesto em Deus e na graa. Mas de admirar que, embora ensinem tais coisas, reconheam, todavia B o queresulta de uma percepo geral vinda do cu, B que so salvos aqueles que vivem bem, e so condenadosaqueles que vivem mal. Que, contudo, eles o reconheam, evidente pela exortao que lida nos templos,tanto na Inglaterra como na Alemanha, na Sucia e na Dinamarca, perante o povo que participa da SantaCeia. Que nesses reinos estejam aqueles que ensinam a f s, notrio. A exortao, que lida naInglaterra diante do povo que participa do sacramento da Ceia, esta:5. "O modo e meios ser recebido como participante merecedor daquela Mesa Santa, , primeiro, examinarsuas vidas e conversaes pela regra das ordens de Deus, e em que vos de em todo caso se perceberopara ou ter ofendido por v, palavra ou ao, l lamentar seu prprio propenso para o pecado, e seconfessar a Deus Todo-poderoso, com propsito cheio de emenda de vida e se vos percebero suasofensas para ser como no s est contra Deus, mas tambm contra seus vizinhos, ento vos se

    reconciliaro at eles, enquanto estando pronto para fazer restituio e satisfao de acordo com o extremode seus poderes, para todos os danos e injustias feitas por voc para qualquer outro, e estando igualmentepronto para perdoar outros que o ofenderam, como vos teriam perdo de suas ofensas mo de Deus, paracaso contrrio recepo deles da Sagrada comunho nada mais mas aumenta sua danao. Ento sequalquer de voc um blasfemador de Deus, um estorvador ou caluniador da Palavra dele, um adltero, ouest em malcia ou inveja, ou em qualquer outro crime doloroso, o se arrependa de seus pecados, ou ento

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    no venha quela Mesa Santa para que no depois da tomada daquele Sacramento Santo o Diabo entra emvoc, como ele entrou em Judas, e o enche cheio de todas as iniqidades, e o traz a destruio ambos corpoe alma."6. Estas palavras, em portugus, so assim: "Este o caminho e este o meio para quem quer participardignamente da Santa Ceia: Primeiro, que examine as aes e os relacionamentos de sua vida segundo anorma dos preceitos de Deus e quaisquer que sejam aquelas nas quais descobre que transgrediu porvontade, por palavra ou por ao, deplore sua natureza viciosa, e se confesse diante de Deus onipotente,com o pleno propsito de emendar a vida. E se descobre que suas ofensas so no somente contra Deus,mas tambm contra o prximo, ento, que se reconcilie e esteja pronto a fazer-lhe restituio e dar-lhe

    satisfao, segundo todas as suas foras, pelas injustias e males que lhe tiver feito e que esteja igualmentepronto a perdoar aos outros as suas ofensas, assim como deseja que as prprias ofensas sejam remidas porDeus, de outro modo, o recebimento da Santa Comunho no far mais que agravar a condenao. Porconseqncia, se algum dentre vs blasfemador de Deus, maldizente ou escarnecedor de Sua Palavra,ou adltero, ou estiver em malcia ou malevolncia, ou em algum outro crime enorme, que faa penitnciados seus pecados, seno, que no se aproxime da Santa Ceia. De outro modo, depois de t-la recebido, odiabo entrar em ti como entrou em Judas, e te encher de toda iniqidade, destruindo-te tanto o corpo comoa alma".7. Foi-me dado interrogar, no mundo espiritual, a alguns presbteros da Inglaterra que tinham confessado epregado a f, s, se, quando liam nos templos essa exortao, na qual a f no sequer nomeada, setinham acreditado que era assim, que, se fizessem ms obras e no fizessem penitncia delas, o diaboentraria neles como em Judas, e lhes destruiria tanto o corpo como a alma. Disseram que, no estado em quese achavam quando liam essa exortao, sabiam e pensavam somente que essas coisas constituam a

    prpria religio porm, que no pensavam da mesma maneira quando preparavam ou poliam os sermes oupregaes que ento pensavam na f como o nico meio de salvao e, no bem da vida, como umacessrio moral para o bem pblico. Mas, todavia, foram convencidos de que tambm tinham estado nessapercepo geral, que aquele que vive bem salvo, e aquele que vive mal condenado, e que tinham essapercepo quando no estavam em seu prprio.8. Que toda religio pertena vida, porque cada um, depois da morte, a sua vida. Com efeito, a vida ficatal qual tinha sido no mundo e no mudada. Uma vida m no pode ser convertida em boa, nem uma boaem m, porque so opostas, e a converso em seu oposto a extino. Por conseqncia, como soopostas, a vida no bem chamada vida e a vida no mal chamada morte. Da vem que a religio pertena vida, e a vida seja fazer o bem. Que o homem, depois da morte, seja tal qual foi sua vida no mundo, v-se notratado d'O Cu e o Inferno (ns. 470 a 484).

    Cap. II Ningum pode, por si mesmo, fazer o bem que realmente o bem9. Que, at hoje, mal existe algum que saiba se o bem que faz vem de si mesmo ou de Deus, porque aIgreja separou a f da caridade, e o bem pertence caridade. O homem d aos pobres, socorre osindigentes, doa aos templos e hospitais, serve igreja, ptria e ao seu concidado freqentaassiduamente o templo, ouvindo e orando com devoo l a Palavra e os livros de piedade, e pensa nasalvao, porm no sabe se faz essas coisas por si mesmo ou segundo Deus. Pode faz-las segundoDeus, e pode faz-las por si se as faz segundo Deus, so bens se as faz por si mesmo no so bens. Almdisso, h bens semelhantes que ele faz por si que, na realidade, so males, como so os bens hipcritas,que so enganos e fraudes.10. Os bens segundo Deus e por si podem ser comparados ao ouro. O ouro, que desde o seu ntimo ouro,e chamado ouro acrisolado, o bom ouro o ouro ligado prata tambm ouro, mas bom segundo sualiga e o ouro ligado ao cobre menos bom. Porm o ouro feito pela arte e que imita o ouro pela cor, no bom, porquanto no h nele a substncia do ouro. H tambm a douradura, como a prata dourada, o cobre,o ferro, o estanho, o chumbo dourados depois, a madeira dourada e a pedra dourada, materiais que,superficialmente, podem at parecer ouro, mas, como no so ouro, so estimados ou segundo a arte, ousegundo o preo da coisa dourada, ou segundo o preo do ouro que se pode tirar da douradura. Embondade, essas coisas diferem do ouro mesmo, como o vesturio difere do homem. Pode-se mesmo cobrirde ouro madeira podre, escrias e at esterco esse ouro que pode ser comparado ao bem farisaico.11. O homem, pela cincia, conhece se o ouro bom em sua substncia, se tem liga, se falsificado, e seest apenas em douradura: mas, pela cincia, no conhece se o bem que faz um bem em si sabesomente isto, que o bem que vem de Deus bem, e o bem que vem do homem no bem. Por isso, como importante para a salvao saber se o bem que se faz vem de Deus ou se no vem de Deus, isto deverevelado. Mas, antes que isto seja revelado, ser dito alguma coisa sobre os bens.12. H um bem civil, um bem moral e um bem espiritual. O bem civil aquele que o homem faz pela lei civilpor esse bem e segundo esse bem, o homem cidado no mundo natural. O bem moral aquele que o

    homem faz pela lei racional por esse bem e segundo esse bem ele homem. O bem espiritual aquele queo homem faz pela lei espiritual por esse bem e segundo esse bem o homem cidado no mundo espiritual.Esses Bens se seguem nesta ordem: o bem espiritual o supremo, o bem moral o mdio, e o bem civil oultimo.13. O homem que tem o bem espiritual homem moral e tambm homem civil mas o homem que no tem obem espiritual aparece como se fosse homem moral e civil, contudo no . Que o homem que tem o bem

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    espiritual seja homem moral e civil, por que o bem espiritual tem em si a essncia do bem, e dele procedemo bem moral e o civil a essncia do bem no pode vir seno d'Aquele que o Bem mesmo. Aplica opensamento ao assunto, estende-o e inquire de onde o bem bem, e vers que de sua essncia, do Bemmesmo, assim, de Deus. Por conseguinte, o bem que no procede de Deus, mas que vem do homem, no o bem.14. Pelas coisas que foram ditas na Doutrina sobre a Escritura Santa (ns. 27, 28, 38), pode-se ver que osupremo, o mdio e o ltimo fazem um, como o fim, a causa e o efeito e, como fazem um, o fim mesmo chamado fim primeiro a causa, fim mdio, e o efeito, fim ltimo. Da ser evidente que no homem que tem obem espiritual, o moral nele o espiritual mdio, e o civil o espiritual ltimo. Da vem, pois, a razo de ser

    dito que o homem que tem o bem espiritual homem moral e homem civil, e que o homem que no tem obem espiritual no nem homem moral nem civil, mas somente aparece como se o fora assim aparece a simesmo e tambm aos outros.15. Que o homem que no espiritual possa, todavia, pensar racionalmente e, da, falar como o homemespiritual, porque o entendimento do homem pode ser elevado luz do cu, que a verdade, e ver poressa luz mas a vontade do homem no pode ser da mesma maneira elevada ao calor do cu, que o amor,e por ele agir. Da vem que a verdade e o amor no fazem um no homem, a menos que seja espiritual. Davem, tambm, que o homem pode falar mesmo o que faz a diferena entre o homem e o animal. Pelo fatode o entendimento poder ser elevado ao cu, quando vontade ainda no o foi, resulta que o homem podeser reformado e tornar-se espiritual porem s reformado e se torna espiritual quando a vontade tambmelevada. Dessa faculdade do entendimento, mais do que da faculdade da vontade, resulta que o homem,qualquer que seja, mesmo o mau, pode, como o homem espiritual, pensar racionalmente e da falar. Mas setodavia ele no racional, porque o entendimento no conduz a vontade, mas vontade o entendimento.

    O entendimento somente ensina e mostra o caminho, assim como foi dito na Doutrina sobre a EscrituraSanta (n. 115) e enquanto a vontade no est, junto com o entendimento, no cu, o homem no espiritual,nem por conseguinte racional. Porque, quando est entregue sua vontade ou ao seu amor, rejeita de seuentendimento as coisas racionais sobre Deus, o cu e sobre a vida eterna, e em seu lugar admite coisas queconcordem com o amor de sua vontade, e as chama racionais. Mas essas coisas devem ser vistas nostratados Sobre a Sabedoria Anglica.16. Nos captulos seguintes, aqueles que fazem o bem por si mesmos so chamados homens naturais,porque neles o moral e o civil so naturais quanto essncia mas aqueles que fazem o bem pelo Senhorsero chamados homens espirituais, porque neles o moral e o civil so espirituais quanto essncia.17. Que ningum possa, por si mesmo, fazer algum bem que seja o bem, o Senhor o ensina em Joo:"Um homem no pode receber coisa alguma, se lhe no for dada do cu." (3:27) e no mesmo:"Quem permanece em Mim, e Eu nele, esse d muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer." (15:5)

    "Quem permanece em Mim, e Eu nele, esse d muito fruto" quer dizer que todo bem vem do Senhor o "fruto" o bem" "sem Mim nada podeis fazer" quer dizer que ningum pode fazer o bem por si mesmo. Aquelesque crem no Senhor e fazem o bem por Ele so chamados "Filhos da luz", (Joo, 12:36. Luc. 16:8) "Filhosdas npcias." (Marcos 2:19) "Filhos da ressurreio." (Luc. 20:36) "Filhos de Deus." (Luc. 20:36 Joo,1:12) "Nascidos de Deus." (Joo 1:13) que vero a Deus (Mateus 5:8) que o Senhor far morada neles(Joo 14:23) que eles tm a f em Deus (Marcos 11:22) que suas obras so feitas em Deus (Joo 3:21).Estas coisas esto, em suma, nestas palavras:"A todos quantos O receberam" Jesus "deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crem noseu Nome, os quais no nasceram dos sangues, nem da vontade da carne, nem da vontade do varo, masde Deus." (Joo, 1:12, 13)"crer no Nome do filho de Deus" crer na Palavra e viver segundo ela a "vontade da carne" o prprio davontade do homem, que em si o mal a "vontade do varo" o prprio do seu entendimento, que em si ofalso proveniente do mal os "nascidos desses [da vontade da carne e da vontade do homem]" so aquelesque querem e fazem, pensam e falam, segundo o prprio os "nascidos de Deus" so aqueles que fazem issosegundo o Senhor. Em suma, o que vem do homem no o bem, mas o que vem do Senhor o bem.Cap. III Quanto mais o homem foge dos males como pecados, mais pratica os bens, no por si, mas peloSenhor18. Quem no sabe e no pode saber que os males impedem o Senhor de entrar no homem? Com efeito, omal o inferno e o Senhor o cu, e o inferno e o cu so opostos assim, quanto mais o homem est emum, tanto menos pode estar no outro, porque um age contra o outro e o destri.19. Enquanto o homem est no mundo, est em um meio entre o inferno e o cu abaixo est o inferno eacima est o cu, e ento mantido na liberdade de se voltar ou para o inferno ou para o cu se volta parao inferno, desvia-se do cu mas se volta para o cu, desvia-se do inferno. Ou, o que a mesma coisa:enquanto o homem est no mundo, est em um meio entre o Senhor e o diabo, e mantido na liberdade devoltar-se ou para um ou para o outro se volta para o diabo, desvia-se do Senhor mas se volta para o Senhor

    desvia-se do diabo. Ou, o que ainda a mesma coisa: enquanto o homem est no mundo, est em um meioentre o mal e o bem, e mantido na liberdade de voltar-se para um ou para outro se volta para a mal,desvia-se do bem mas se volta para o bem, desvia-se do mal.20. Foi dito que o homem mantido na liberdade de se voltar para um lado ou para outro. Essa liberdadecabe a cada homem, no por si mesmo, mas pelo Senhor por isso foi dito que a mantido. Sobre oequilbrio entre o cu e o inferno, e que o homem esteja nesse equilbrio e, por conseqncia, na liberdade,

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    veja-se a obra O Cu e o Inferno (ns. 589 a 596, e 597 a 603). Que cada homem seja mantido na liberdade eque esta no retirada de pessoa alguma, ver-se- em seu lugar.21. Por a se v claramente que, quanto mais o homem foge dos males, mais est com o Senhor e noSenhor e que, quanto mais est no Senhor, mais pratica os bens, no por si mesmo, mas pelo Senhor. Davem esta lei geral: Quanto mais algum foge dos males, mais pratica os bens.22. H, porm, dois requisitos: um, que o homem deve fugir dos males porque so pecados, isto , porqueso infernais e diablicos, assim contra o Senhor e contra as leis Divinas o outro, que o homem deve fugirdos males porque so pecados como por si mesmo, mas que saiba e creia que pelo Senhor. Mas, sobreesses dois requisitos, falar-se- nos artigos seguintes.

    23. Da resultam estas trs conseqncias: (i.) Se o homem quer e pratica os bens antes de fugir dos malescomo pecados, os bens no so bens. (ii.) Se o homem pensa e fala com piedade, e no foge dos malescomo pecados, a piedade no piedade." (iii.) Se o homem tem muito conhecimento e sabe muitas coisas, eno foge dos males como pecados, no realmente sbio.24. (i.) Se o homem quer e pratica os bens antes de fugir dos males como pecados, os bens no so bens. porque, antes disso, ele no est no Senhor, como foi dito acima. Por exemplo, se d aos pobres, se prestasocorro aos indigentes, se doa aos templos e hospitais, se beneficia a igreja, a ptria e os concidados, seensina o evangelho e converte, se pratica a justia nos julgamentos, a sinceridade nos negcios e a retidonas suas obras, e, todavia, no considera os males como sendo pecados, tais como as fraudes, osadultrios, os dios, as blasfmias e outras coisas semelhantes, ento s pode fazer bens que interiormenteso males. Com efeito, ele os faz por si mesmo, e no segundo o Senhor assim, ele mesmo que estnesses bens e no o Senhor. E os bens nos quais est o homem mesmo so todos manchados por seusmales e se referem a ele mesmo e ao mundo. Mas esses mesmos feitos que foram enumerados acima so

    interiormente bens se o homem foge dos males como pecados, tais como as fraudes, os adultrios, os dios,as blasfmias, e outras coisas semelhantes, porque as faz segundo o Senhor, e so chamadas "feitas emDeus." (Joo 3:19- 21).25. (ii.) Se o homem pensa e fala com piedade, e no foge dos males como pecados, sua piedade no piedade porque no est no Senhor. Por exemplo, se freqenta os templos, se escuta devotamente aspregaes, se l a Palavra e os livros de piedade, se participa do sacramento da Ceia, se cada dia fazoraes, se mesmo pensa muito em Deus e na salvao, e, todavia, no considera absolutamente os malescomo pecados (como as fraudes, os adultrios, os dios, as blasfmias e outros males semelhantes), entos pode pensar e pronunciar coisas piedosas que interiormente no so piedosas, porque o homem mesmo,com seus males, est nelas. Ele ento o ignora, verdade, todavia os seus males a esto e a ficam ocultos sua vista como uma fonte cuja gua impura por sua origem. Os exerccios da sua piedade so, ousomente prticas de hbito, ou meritrios, ou hipcritas. Na verdade, sobem para o cu, mas se desviam a

    caminho e caem, como fumaa no ar.26. Foi-me dado ver e ouvir muitos que, depois da morte, enumeravam suas boas obras e os exerccios depiedade, tais como os que acabam de ser referidos (ns. 24, 25), e ainda de muitos outros. Vi mesmo entreeles alguns que tinham lmpadas, mas no leo. Indagou se se tinham fugido dos males como pecados, edescobriu-se que no por isso lhes foi dito que eram maus. Mais tarde, tambm foram vistos a entrarem emcavernas, onde estavam maus que lhes eram semelhantes.27. (iii.) Se o homem tem muito conhecimento e sabe muitas coisas, e no foge dos males como pecados,no realmente sbio. Isto vem da mesma razo acima dada, a saber: que ele sbio por si mesmo e nopelo Senhor. Ainda que conhea risca a doutrina de sua igreja e todas as coisas que a ela se referem quesaiba confirm-las pela Palavra e pelos raciocnios que conhea as doutrinas de todas as igrejas desdesculos e, ao mesmo tempo, os editos de todos os conclios ainda mesmo que saiba as verdades, e mesmoas veja e as compreenda que saiba, por exemplo, o que a f, o que a caridade, o que a piedade, o que a penitncia e a remisso dos pecados, o que a regenerao, o que o batismo e a santa Ceia, o que o Senhor, e o que a redeno e a salvao se, todavia, no foge dos males como pecados, no saberealmente tais coisas, porque so conhecimentos sem vida, uma vez que pertencem somente a seuentendimento e no ao mesmo tempo sua vontade. Tais conhecimentos perecem com o tempo, pela razode que se falou acima (n. 15). Tambm, depois da morte, o homem mesmo os rejeita, porque no concordamcom o amor da sua vontade. Todavia esses conhecimentos so extremamente necessrios, porque ensinamcomo o homem deve agir e, se ele os pe em pratica, ento os conhecimentos vivem com ele, porm noantes.28. Todas essas coisas que at aqui foram ditas, a Palavra ensina em muitas passagens, entre as quaissero referidas somente as que se seguem. A Palavra ensina que ningum pode estar no bem e ao mesmotempo no mal, ou, o que a mesma coisa, que ningum pode estar, quanto alma, no cu e ao mesmotempo no inferno ensina-o nestas passagens:"Ningum pode servir a dois senhores pois, ou ter dio a um e amar o outro, ou se ligar a um e

    desprezar o outro no podeis servir a Deus e a mamon." (Mateus 6:24)."Como podeis dizer boas coisas, quando sois maus? (...) a boca fala da. abundncia do corao o homembom, do bom tesouro do seu corao tira boas coisas e o homem mau do mau tesouro tira coisas ms."(Mateus 12:34, 35)."A rvore ... boa no d fruto mau, nem a rvore m d fruto bom toda ... rvore se conhece pelo seu prpriofruto pois no se colhem figos dos espinheiros, nem se vindima da sara a uva." (Lucas 6:43, 44).

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    29. A Palavra ensina que ningum pode fazer o bem por si mesmo, mas pelo Senhor: "Eu sou a Videira..., emeu Pai o Vinhateiro todo ramo que em Mim no d fruto, a tira mas a todo o que d fruto, limpa, paraque d mais fruto. Permanecei em Mim, tambm Eu em vs como o ramo de si mesmo no pode dar fruto,se no permanecer na videira, assim nem vs, se no permanecerdes em Mim. Eu sou a Videira, vs osramos quem permanece em Mim, e Eu nele, esse d muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Sealgum no permanecer em Mim, ser lanado fora, como o ramo, e se seca e o colhem, e o lanam nofogo, e ser queimado." (Joo 15: 1 a 6.30. A Palavra, nas passagens seguintes, ensina que, enquanto o homem no tiver sido purificado dos males,seus bens no so bens, sua piedade no piedade, e ele no tem sabedoria e vice-versa.

    "Ai de vs, escribas e fariseus, hipcritas! porque vos fazeis semelhantes aos sepulcros caiados, que porfora, realmente, parecem formosos, mas por dentro esto cheios de ossos de mortos e de toda a imundcia.Assim, tambm vs exteriormente pareceis justos..., mas por dentro estais cheios de hipocrisia e iniqidade.Ai de vs... porque limpais o exterior do copo e do prato, mas os interiores esto cheios de rapina eintemperana. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que tambm o exterior fiquelimpo." (Mat. 23:25-28).Tambm por esta passagem, em Isaas:"Ouvi a palavra de JEHOVAH, prncipes de Sodoma ouvi a lei do nosso Deus, povo de Gomorra. Que paraMim a multido dos vossos sacrifcios? ... No continueis mais a trazer minchah de vaidade o incenso paraMim abominao, a lua nova e o sabbath, ... no posso suportar a iniqidade... vossas luas novas e vossasfestas solenes Minha alma odeia... Pelo que, quando estendeis as vossas mos, escondo de vs os Meusolhos ainda que multipliqueis a orao, Eu no ouo as vossos mos esto cheias de sangue. Lavai-vos,purificai-vos, removei malcia de vossas obras de diante dos Meus olhos, cessai de fazer o mal. ... Ainda que

    os vossos pecados sejam como a escarlata, se tornaro brancos como a neve ainda que sejam vermelhos,se tornaro como a l." (1:10-18).Em suma, resulta dessas passagens que, se o homem no foge dos males, todas as coisas do seu culto noso boas o mesmo sucede com todas as suas obras, porque foi dito:"No posso suportar a iniqidade purificai-vos, removei a malcia de vossas obras, cessai de fazer o mal."Em Jeremias:"Convertei-vos cada um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas aes." (35:15). Que eles no tenhamsabedoria, v-se em Isaas: "Ai dos que so sbios a seus prprios olhos, e, diante de suas prprias faces,inteligentes!." (5:21).No mesmo:"Perecer a sabedoria dos sbios ... e a inteligncia dos inteligentes ai daqueles que sabemprofundamente... e fazem nas trevas as suas obras." (29:14,15).

    E, em outra passagem, no mesmo:"Ai dos que descem ao Egito por auxlio, e se estribam em cavalos, e confiam em carros, porque so muitos,e nos cavaleiros, porque so fortes ... mas no atentam para o Santo de Israel, e a JEHOVAH no buscam.... Mas [Ele] Se levantar contra a casa dos malignos, e contra o auxlio dos que obram iniqidade pois oEgito no Deus, e o seu cavalo carne e no esprito." (31:1-3).Assim descrita a prpria inteligncia: o "Egito" a cincia, o "cavalo" o entendimento que dela provm o"carro" a doutrina que da procede o "cavaleiro" a inteligncia que procede da sobre essas coisas sediz:"Ai daqueles que no atentam para o Santo de Israel, e a JEHOVAH no buscam!" Sua destruio pelosmales entendida por "[Ele] Se levantar contra a casa dos malignos, e contra o auxlio daqueles que obraminiqidade"por "o Egito homem e no Deus, e os seus cavalos carne e no esprito", entendido que estas coisas vmdo prprio do homem, e portanto no tm vida alguma. "Homem" e "carne" so o prprio do homem, "Deus"e "esprito" so a vida proveniente do Senhor os "cavalos do Egito" so a prpria inteligncia. H, naPalavra, sobre a inteligncia que vem de si e sobre a inteligncia que vem do Senhor, muitas outraspassagens assim, que so desvendadas somente pelo sentido espiritual. Que ningum seja salvo pelos bensvindos de si, porque no so bens, isso evidente por estas passagens:"Nem todo o que Me diz: Senhor! Senhor! entrar no reino dos cus, mas aquele que faz a vontade de MeuPai... Muitos me diro naquele dia: Senhor, Senhor, no profetizamos pelo Teu nome? e pelo Teu nome noexpulsamos demnios? e em Teu nome no fizemos muitas virtudes? Mas ento lhes confessarei: Nunca vosconheci, apartai-vos de Mim, vs que obrais iniqidade". (Mat. 7:21-23).E em outro lugar:"Ento comeareis a estar de fora, e a bater porta, dizendo: Senhor..., abre-nos: ... e comeareis a dizer:Comemos diante de Ti, e bebemos, e nas nossas praas ensinaste mas dir: Digo vos, no sei donde vssois apartai-vos de Mim, vs todos, obreiros de iniqidade." (Luc. 13:25-27).

    Com efeito, so semelhantes ao fariseu que, no templo, estando em p, orava dizendo que no era, como orestante dos homens, roubador, injusto e devasso que jejuava duas vezes na semana, e dava dzimos detudo que possua (Luc. 18:11-14). So tambm os que so chamados "servos inteis." (Luc. 17:10).31. A verdade que nenhum homem pode, por si mesmo, fazer o bem que realmente o bem. Mas, porcausa disso, aviltar todo bem da caridade que faz o homem que foge dos males como pecados, umaenormidade, pois que diametralmente contra a Palavra, que manda que o homem faa. contra os

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    preceitos do amor a Deus e do amor ao prximo, mandamentos dos quais dependem a lei e os profetas, e ultrajar e suprimir toda a religio. Com efeito, qualquer um sabe que a religio consiste em fazer o bem, eque cada um julgado segundo seus feitos. Todo o homem tal que pode fugir dos males como por simesmo pelo poder do Senhor, se o implora e o que ele depois faz o bem pelo Senhor.

    Cap. IV Quanto mais algum foge dos males como pecados, mais ama os veros.32. H dois universais que procedem do Senhor: o Divino bem e o Divino Vero o Divino bem pertence aoSeu Divino Amor, e o Divino Vero pertence Sua Divina Sabedoria esses dois so um no Senhor, e porconseqncia procedem d'Ele como um mas no so recebidos como um pelos anjos nos cus, nem pelos

    homens nas terras h anjos e homens que recebem mais do Divino vero que do Divino bem, e h os querecebem mais do Divino bem que do Divino vero. Da vem que os cus so distinguidos em dois reinos, dosquais um chamado reino celeste e o outro reino espiritual. Os cus que recebem mais do Divino bemconstituem o reino celeste, mas os que recebem mais do Divino vero, constituem o reino espiritual. Sobreesses dois reinos nos quais os cus foram distinguidos, veja-se o tratado d'O Cu e o Inferno (ns. 20- 28).Mas os anjos de todos os cus esto na sabedoria e na inteligncia, tanto quanto o bem neles faz um com overo. O bem que no faz um com o vero no para eles o bem, e, reciprocamente, o vero que no faz umcom o bem no para eles o vero. Da se torna evidente que o bem conjunto ao vero faz o amor e asabedoria no anjo e no homem e, como o anjo anjo segundo o amor e a sabedoria nele, e o mesmosucede com o homem, evidente que o bem conjunto ao vero faz que o anjo seja anjo do cu, e que ohomem seja homem da Igreja.33. Visto que o bem e o vero so um no Senhor, e d'Ele procedem como um, segue-se que o bem ama overo, o vero ama o bem e querem ser um. semelhante com seus opostos, porque o mal ama o falso, o

    falso o mal e querem ser um. Na seqncia, a conjuno do bem e do vero ser chamada casamentoceleste, e a conjuno do mal e do falso, casamento infernal.34. A conseqncia do que precede que, quanto mais se foge dos males como pecados, mais se ama osveros, porque mais se est nos bens, como foi mostrado no artigo que h pouco precedeu. E, vice-versa,quanto mais no se foge dos males como pecados, mais se deixa de amar os veros, porque menos se estno bem.35. O homem que no foge dos males como pecados pode at amar os veros, mas ama-os no porque soveros, mas porque servem sua reputao, da qual tira honra ou proveito por isso, se para isso no servem,ele no os ama.36. O bem pertence vontade, o vero pertence ao entendimento. Do amor do bem na vontade procede oamor do vero no entendimento do amor do vero procede percepo do vero da percepo do vero, opensamento do vero e de tudo isso resulta o reconhecimento do vero, que a f em seu sentido genuno.

    Que haja essa progresso do amor do bem para a f, ser demonstrado no tratado Do Divino Amor e daDivina Sabedoria [Sabedoria Anglica].37. Pois que o bem no realmente o bem, a menos que seja conjunto ao vero, como foi dito,conseqentemente o bem no existe antes, e todavia quer continuamente existir por isso, a fim de existir,deseja os veros, adquire-os e deles tira sua nutrio e sua formao. por essa razo que, quanto maisalgum est no bem, mais ama os veros por conseqncia, quanto mais algum foge dos males comopecados, mais ama os veros, porque mais est no bem.38. Quanto mais algum est no bens, e pelo bem ama os veros, mais ama o Senhor, pois que o Senhor oBem mesmo e o Vero mesmo. O Senhor est, pois, no bem e no vero no homem. Se o vero amadosegundo o bem, ento o Senhor amado, e no de outra maneira. o que o Senhor ensina em Joo:"Quem tem os Meus preceitos e os cumpre, esse o que Me ama ... mas aquele que no Me ama noguarda as Minhas palavras." (14:21, 24).E em outra passagem:"Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor." (Joo, 15:10). Os "preceitos", as"palavras" e os "mandamentos" do Senhor so os veros.39. Que o bem ame o vero, pode ser ilustrado por comparaes com o sacerdote, o militar, o negociante e oartfice. Com o sacerdote: se ele est no bem do sacerdcio, que consiste em prover salvao das almas,em ensinar o caminho do cu e em dirigir aqueles que instrui, na medida que est nesse bem, assim, peloamor e o desejo deste amor, adquire os veros que ensina e pelos quais dirige. Se, porm, um sacerdote noest no bem do sacerdcio, mas no prazer de sua funo pelo amor de si e do mundo, prazer que para ele o nico bem, ele tambm, segundo o amor e o desejo deste amor, adquire para si veros em abundncia,segundo a inspirao do seu prazer, que seu bem. Com o militar: se est no amor da milcia, e sente o bemna ao de proteger, ou na fama, ento por esse bem e segundo esse bem adquire a cincia da sua posioe, se chefe, da inteligncia da essas coisas so como veros de que se nutre e se forma o prazer do seuamor, que seu bem. Com o negociante: se aplica aos negcios pelo amor dos negcios, absorve com

    satisfao todas as coisas que, como meios, entram nesse amor e o compem essas coisas tambm socomo veros, pois negociar seu bem. Com o artfice: se aplica com zelo sua obra, e a ama como o bem desua vida, compra instrumentos, e por meio de coisas que pertencem sua cincia se aperfeioa por essascoisas faz sua obra, pois que o seu bem. Por estas comparaes evidente que os veros so meios pelosquais o bem do amor existe e se torna alguma coisa por conseqncia, o bem ama os veros a fim de existir.Da, na Palavra, por "praticar a verdade" entende-se fazer com que o bem exista. o que se entende por

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    "praticar a verdade." (Joo 3:21) "fazer o que diz o Senhor." (Luc. 6:47) "cumprir os Seus preceitos." (Joo14:24) "praticar as Suas palavras." (Mateus 7:24) "ouvir a palavra de Deus." (Luc. 8:21) e "cumprir osestatutos e juzos." (Levt. 18:5). Isso tambm "fazer o bem" e "dar fruto", porque o bem e o fruto o queexiste.40. Que o bem ame o vero, e queira com ele ser conjungido, tambm pode ser ilustrado por umacomparao com a comida e a gua, ou com o po e o vinho. preciso que haja um e outro a comida ou opo, s, nada faz no corpo para a nutrio, mas, sim, com a gua ou o vinho, porque um apetece e deseja ooutro. Pela "comida" e pelo "po", na Palavra, entende-se tambm, em seu sentido espiritual, o bem, e pela"gua" e o "vinho" entende-se o vero.

    41. Pelo que foi dito, pode-se agora ver que aquele que foge dos males como pecados ama os veros e osdeseja. E quanto mais foge dos males, mais ama e deseja os veros, porque mais est no bem. Da vem aocasamento celeste, que o casamento do bem e do vero, no qual est o cu e estar a igreja.

    Cap. V Quanto mais algum foge dos males como pecados, mais tem a f e espiritual42. A f e a vida so distintas entre si da mesma maneira que pensar e fazer e como pensar pertence aoentendimento e fazer pertence vontade, resulta que a f e a vida so distintas entre si como oentendimento e a vontade. Quem sabe fazer a distino destas, sabe tambm fazer a distino daqueles equem conhece a conjuno de umas, conhece tambm a conjuno dos outros. Por isso vai-se anteciparalguma coisa sobre o entendimento e a vontade.43. H no homem duas faculdades, das quais uma se chama vontade e a outro entendimento. So distintasentre si, mas criadas de maneira que sejam uma e quando so uma, so chamadas mente estas faculdadesso, pois, a mente humana, e toda a vida do homem a est. Da mesma maneira que no universo todas as

    coisas que so conformes Ordem Divina se referem ao bem e ao vero, assim tambm no homem todas ascoisas se referem vontade e ao entendimento, pois o bem no homem pertence sua vontade e o veropertence ao seu entendimento. Com efeito, essas duas faculdades so os seus receptculos e sujeitos avontade o receptculo e o sujeito de todas as coisas do bem, e o entendimento o receptculo e o sujeitode todas as coisas do vero. Os bens e os veros, no homem, no se acham em outra parte assim, o amor e af no se acham em outra parte, pois que o amor pertence ao bem e o bem ao amor, assim como a fpertence ao vero e o vero f. Nada interessa mais do que saber como a vontade e o entendimento fazemuma s mente: fazem uma s mente da mesma maneira que o bem e o vero fazem um, porque entre avontade e o entendimento h um casamento semelhante ao casamento entre o bem e o vero. No artigoprecedente se disse alguma coisa sobre a qualidade desse casamento ser acrescentado isto, que, domesmo modo que o bem o ser mesmo da coisa e o vero o seu existir, assim tambm a vontade nohomem o ser mesmo de sua vida e o entendimento o seu existir, pois que o bem, que pertence

    vontade, forma-se no entendimento e se faz ver de determinada maneira.44. Que o homem possa saber, pensar e compreender muitas coisas e, todavia, no ser sbio, mostrou-seacima, ns. 27 e 28. E como pertence f saber e pensar, e ainda mais compreender que uma coisa de talou tal modo, o homem pode assim crer que tem a f, e todavia no a ter. O que faz que no a tenha queele est no mal da vida, e o mal da vida e o vero da f nunca podem agir juntamente. O mal da vida destri overo da f, porque o mal da vida pertence vontade e o vero da f ao entendimento, e a vontade conduz oentendimento e faz que aja juntamente consigo por isso, se no entendimento h alguma coisa que noconcorde com a vontade, quando o homem est entregue a si mesmo e pensa segundo o seu mal e segundoo amor desse mal, ou ele repele o vero que est no entendimento, ou o fora a ser um por falsificao.Sucede de outro modo naqueles que esto no bem da vida estes, entregues a si mesmos, pensam pelo beme amam o vero que est no entendimento, porque est em concordncia. Assim, a conjuno da f e da vidase faz como a conjuno do vero e do bem, sendo que essas duas conjunes so como a conjuno doentendimento e da vontade.45. Da agora se segue que, da mesma maneira que o homem foge dos males como pecados, na mesmaproporo tem f, porque assim est no bem, como foi mostrado acima. Isso tambm confirmado por seucontrrio: aquele que no foge dos males como pecados no tem f, porque est no mal e o malinteriormente odeia o vero exteriormente pode mesmo agir como amigo, toler-lo, at mesmo estimar queesteja no entendimento quando porm o exterior retirado B o que acontece depois da morte B ento eleprimeiro rejeita o vero como seu amigo no mundo, depois nega que seja vero e enfim o tem em averso.46. A f do homem mau uma f intelectual, que nada tem do bem procedente da vontade assim, uma fmorta que como a respirao pulmonar sem sua alma procedente do corao. O entendimento tambmcorresponde ao pulmo, e a vontade ao corao. tambm como uma meretriz bela, at adornada deprpura e ouro, que interiormente est corrompida de doenas malignas a meretriz tambm corresponde falsificao do vero e, por conseqncia, na Palavra, tem tal significao. ainda como uma rvoreluxuriante de folhas e que no d frutos, que o jardineiro arranca a rvore tambm significa o homem, as

    "folhas" e "flores", seus veros da f, e o "fruto" o bem do amor. Mas diferente a f num entendimento ondeest o bem procedente da vontade: essa f viva e como a respirao pulmonar cuja alma provm docorao e como uma bela esposa, que a castidade torna amvel para o marido, e como uma rvorefrutfera.47. H vrias coisas que parecem pertencer somente f, por exemplo, que h um Deus que o Senhor, que esse Deus, o Redentor e o Salvador que h um cu e um inferno que h uma vida depois da morte, e

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    vrias outras coisas, das quais no se diz que devem ser feitas, mas que se deve crer nelas. Essas coisas daf so mortas tambm no homem que est no mal, porm vivas no homem que est no bem. A razo que ohomem que est no bem no s faz o bem pela vontade, mas tambm pensa bem pelo entendimento, no sperante o mundo, mas tambm perante si mesmo, quando est s. Ocorre diferentemente com quem est nomal.48. Foi dito que essas coisas parecem pertencer somente f, mas o pensamento do entendimento tira seuexistir do amor da vontade, que o ser do pensamento no entendimento, como foi dito acima, n. 43. Comefeito, o que algum quer pelo amor, quer faz-lo, quer pensar nisso, quer compreend-lo e quer falar nissoou, o que a mesma coisa, o que algum ama pela vontade, ama faz-lo, ama pensar nisso, ama

    compreend-lo e ama falar nisso. Acrescente-se a isso que, quando o homem foge do mal como pecado,ento est no Senhor, como foi mostrado acima, e o Senhor opera todas as coisas. Por isso o Senhor dissequeles que Lhe perguntavam o que deviam fazer para praticar as obras de Deus:"A obra de Deus esta, que creiais n'Aquele que Ele enviou." (Joo 6:28)."Crer no Senhor" no somente pensar que Ele o Senhor, mas tambm praticar Suas palavras, conformeEle o ensina.49. Que aqueles que esto nos males no tenham a f, ainda que pensem t-la, o que foi mostrado a taisindivduos no mundo espiritual: eles foram conduzidos a uma sociedade celeste, donde o espiritual da f dosanjos entrou nos interiores da f daqueles que para ali foram conduzidos, pelo que eles perceberam quetinham somente o natural ou o externo da f e no seu espiritual ou interno. Por isso eles mesmosconfessaram que nada tinham, absolutamente, da f, e se haviam persuadido, no mundo, que pensar queuma coisa de tal maneira por uma causa qualquer, crer ou ter f. Mas a f daqueles que no tinhamestado no mal foi percebida diferentemente.

    50. Por essas razes, pode-se ver o que a f espiritual e o que a f no espiritual que a f espiritualesteja naqueles que no cometem pecados, pois os que no cometem pecados fazem o bem, no por simesmos, mas pelo Senhor (vide acima, ns. 18 a 21) e pela f eles se tornam espirituais. A f neles averdade. Isto o Senhor ensina em Joo:"Este... o juzo: Que a Luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque assuas obras eram ms. Todo aquele que pratica o mal odeia a luz, para que suas obras no venham para aluz e no sejam argidas mas o que pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejammanifestas, porque so feitas em Deus." (Joo 3:19-21).51. As coisas que at aqui tm sido ditas so confirmadas por estas passagens na Palavra:"O homem bom do bom tesouro do seu corao tira o bem, mas o homem mau do mau tesouro do seucorao tira o mal, porque da abundncia do corao fala a boca." (Lucas 6:46 Mateus 12:35)pelo "corao", na Palavra, entende-se vontade do homem e como pela vontade o homem pensa e fala,

    diz-se que "pela abundncia do corao fala a boca"."No o que entra na boca o que torna o homem impuro, mas o que sai do corao, isso o que torna ohomem impuro." (Mat. 15:11)aqui tambm, pelo "corao" entende-se vontade. Jesus disse sobre a mulher que Lhe lavou os ps comungento"Os pecados lhe so remidos, porque muito amou".E, depois, disse-lhe:"A tua f te fez salva." (Luc. 7:46 a 50).Por a evidente que a f salva quando os pecados so remidos, isto , quando no existem mais. Aquelesque no esto no prprio da sua vontade, nem por conseqncia no prprio do seu entendimento, isto , queno esto no mal e por conseqncia no falso, so chamados "filhos de Deus" e "nascidos de Deus." Eesses so aqueles que crem no Senhor, como Ele mesmo ensina em Joo 1:12, 13, passagem que se vexplicada acima (vide n. 17, no fim).52. Da se segue esta concluso: que no homem no h um gro de verdade a mais do que h de bem,assim como nenhum gro de f a mais do que h de vida. H no entendimento o pensamento de que umacoisa assim, mas no o reconhecimento que a f, a no ser que haja consentimento na vontade. Assim, af e a vida andam num passo igual. Agora, segundo isso, claro que quanto mais algum foge dos malescomo pecados, mais tem f e espiritual.

    Cap. VI O Declogo ensina quais so os males que so pecados53. Qual o povo, em todo este globo terrestre, que no sabe que um mal roubar, cometer adultrio, matare dar falso testemunho? Se os povos o ignorassem e no procurassem por leis prevenir tais aes, seria ofim para eles, porque sem essas leis as sociedades, as repblicas e os reinos pereceriam. Quem, pois, podepresumir que o povo israelita tenha sido mais estpido que todos os outros, a ponto de ignorar que essas

    aes fossem males? Pode-se, pois, ficar admirado que tais leis, universalmente conhecidas em toda a terra,hajam sido promulgadas da montanha do Sinai com tantos milagres, por JEHOVAH Mesmo. Mas escuta:Essas leis foram promulgadas no meio de tantos milagres, a fim de que se soubesse que eram leis nosomente civis e morais, mas tambm espirituais, e que transgredi-las era no s fazer mal ao concidado e sociedade, mas tambm pecar contra Deus. Eis porque tais leis, pela promulgao que delas fez JEHOVAHda montanha do Sinai, tornaram-se leis de religio porque evidente que tudo o que JEHOVAH Deus

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    ordena, Ele o ordena para que seja coisa de religio, para que seja feita em vista d'Ele Mesmo e por causada salvao do homem.54. Como essas leis foram s primcias da Palavra e, por conseqncia, as primcias da Igreja que ia serinstaurada pelo Senhor na nao israelita, e, como eram, em um curto sumario, o complexo de todas ascoisas da religio, pelas quais h conjuno do Senhor com o homem e do homem com o Senhor, por isso que elas foram to santas que nada houve mais santo.55. Que elas tenham sido santssimas, pode-se ver por isto: que JEHOVAH mesmo, isto , o Senhor, desceusobre o Monte Sinai, no fogo e com os anjos, e da as promulgou de viva voz que o povo se preparoudurante trs dias para ver e ouvir que o monte foi cercado para que ningum se aproximasse e morresse

    que nem os sacerdotes, nem os ancios se aproximaram, mas s Moiss que essas Leis foram gravadaspelo dedo de Deus sobre duas tbuas de pedra que a face de Moiss irradiava, quando pela segunda vezdesceu com essas tbuas que, mais tarde, as tbuas foram colocadas na arca, a arca depositada no ntimodo tabernculo e sobre ela havia o propiciatrio, e sobre este os querubins de ouro que isso era o que haviade mais santo na igreja deles, e foi chamado o "santo dos santos" que fora do vu, que o envolvia, tinhamsido postos objetos que representavam as coisas santas do cu e da igreja, a saber, o candelabro de ourocom sete lmpadas o altar de ouro, dos perfumes a mesa coberta de ouro, sobre a qual ficavam os pesdas faces, com as cortinas de fino linho, prpura e escarlate, que estavam ao redor. A santidade de todo estetabernculo vinha unicamente da Lei, que estava na arca. Por causa da santidade do tabernculo,proveniente da Lei na arca, todo o povo Israelita recebeu o mandamento de se acampar em ordem, em tornodele, conforme as tribos, e de caminhar em ordem atrs dele e tambm, uma nuvem pousava durante o diasobre o tabernculo e uma coluna de fogo durante a noite. Por causa da santidade dessa Lei, e da presenado Senhor nela, o Senhor falava com Moiss acima do propiciatrio, entre os querubins, e a arca era

    chamada "JEHOVAH-ali". Ademais, no era permitido a Aaro passar alm do vu seno com sacrifcios eperfumes. porque essa Lei era a Santidade mesma da Igreja, que a arca foi introduzida por David em Siopor isso tambm foi colocada depois no meio do templo de Jerusalm e formou o seu santurio. Por causada presena do Senhor nessa Lei e em tudo ao redor, milagres foram operados pela arca, na qual estava aLei que as guas do Jordo foram separadas e, enquanto a arca ficou no meio do rio, o povo o passou a pseco que os muros de Jeric caram quando a arca os rodeou que Dagon, o deus dos filisteus, caiu diantedela e, mais tarde, foi achado estendido na porta do templo, a cabea separada do corpo por causa da arcaalguns milhares de bethsemitas foram feridos alm de muitos outros milagres. Todas essas coisasprovinham, somente, da presena do Senhor em Suas Dez Palavras, que so os preceitos do Declogo.56. Se havia tanto poder e tanta santidade nessa Lei, tambm porque ela era o conjunto de todas as coisasde religio pois que consistia em duas tbuas, uma das quais contm todas as coisas que se referem aDeus e a outra, no conjunto, todas as coisas que se referem ao homem. por esta razo que os preceitos

    dessa Lei so chamados as "dez palavras" so chamados assim porque "dez" significa todas as coisas. Mascomo essa Lei o conjunto de todas as coisas da religio, ver-se- no artigo seguinte.57. Como, por essa lei, h conjuno do Senhor com o homem e do homem com o Senhor, ela chamadaAliana e Testemunho Aliana, porque conjuga, e Testemunho porque atesta, porquanto "aliana" significa aconjuno e "testemunho" significa o atestado. por isso que havia duas tbuas, uma para o Senhor e aoutra para o homem. A conjuno feita pelo Senhor, mas somente quando o homem cumpre o que foiescrito em sua tbua porque continuamente o Senhor est presente, opera e quer entrar, mas o homem,segundo seu livre que lhe vem do Senhor, deve abrir. Com efeito, o Senhor diz:"Eis que estou porta e bato se algum ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e ceareicom ele, e ele comigo." (Apoc. 3:20).58. Na outra tbua, que para o homem, no foi dito que o homem far tal ou tal bem, mas foi dito que eleno far tal ou tal mal, como: "No matars", "no adulterars", "no roubars", "no dirs falso testemunho","no cobiars." A razo disso que o homem no pode por si mesmo fazer bem algum, mas quando nofaz os males, ento faz o bem, no por si mesmo, mas pelo Senhor. Que o homem, segundo o poder doSenhor, se o implora, possa fugir dos males como por si mesmo, ver-se- na seqncia.59. Os fatos acima referidos (n.1 55), sobre a promulgao, a santidade e o poder dessa Lei, acham-se naPalavra nas seguintes passagens:Que JEHOVAH desceu sobre o Monte Sinai no fogo e que ento o monte foi coberto de fumaa e tremeu eque houve troves, relmpagos, uma nuvem espessa e um som de trombeta (xodo 19:16, 18 Deut. 4:11,5:19 a 23).Que o povo, antes da descida de JEHOVAH, tinha-se preparado e santificado durante trs dias (xodo 19:10,11, 15).Que o monte foi cercado, para que ningum, a no ser Moiss, somente, se aproximasse e o tocasse, emorresse, at mesmo os sacerdotes (xodo 19:12, 13, 20- 23 24:1, 2).Que a Lei foi promulgada do alto do Monte Sinai (xodo 20:2-14 Deut. 5:6-18).

    Que essa Lei foi gravada pelo dedo de Deus sabre duas tbuas de pedra (xodo 31:18, 32:15, 16 Deut.9:10).Que a face de Moiss resplandecia, quando trouxe do monte essas tbuas pela segunda vez (xodo 34:29 a35).Que as tbuas foram depositadas na arca (xodo 25:16 40:20 Deut. 10:5 I Reis, 8:9).Que se colocou o propiciatrio sobre a arca e querubins de ouro sobre o propiciatrio (xodo 15:17 a 21).

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    Que a arca, com o propiciatrio e os querubins, fazia o ntimo do tabernculo e que o candelabro de ouro, oaltar de ouro do perfume e a mesa coberta de ouro, sobre a qual ficavam os pes das faces, faziam o exteriordo tabernculo e que as dez cortinas de fino linho, de prpura e de escarlate constituam o seu xtimo(xodo 25:1 at o fim 26:1 at o fim 40:17 a 28).Que o lugar onde estava a arca foi chamado o "santo dos santos." (xodo 26:33).Que todo o povo de Israel se acampava em ordem, conforme as tribos, em redor do habitculo e partia emordem, atrs dele (Nm. 2:1 at o fim).Que, ento, sobre o tabernculo, havia uma nuvem durante o dia e uma coluna de fogo noite (xodo 40:38Nm. 9:15, 16 at o fim 14:14 Deut. 1:33).

    Que o Senhor falava com Moiss acima da arca, entre os querubins (xodo 25:22 Nm. 6:89).Que a arca, por causa da Lei nela, era chamada "JEHOVAH-ali" porque Moiss dizia, quando a Arca partia:"Levanta-Te, JEHOVAH!" e quando parava: "Torna-Te, JEHOVAH!." (Nm. 10:35, 36 e outras passagens IISamuel 6:2 Salmo 132:7,8).Que no era permitido a Aaro, por causa da santidade dessa Lei, penetrar alm do vu seno comsacrifcios e perfume (Levt. 16:2 a 14 e seguintes).Que a Arca foi introduzida por David em Sio com sacrifcios e com jbilo (II Sam. 6:1 a 19).Que ento Uzah morreu porque a tinha tocado (Ibid., vers. 6, 7).Que a Arca foi colocada no meio do templo de Jerusalm, cujo santurio formava (I Reis 6:19 e seg. 8:3 a9).Que, pela presena e poder do Senhor na Lei que estava na Arca, as guas do Jordo foram separadas, eenquanto a Arca ficou no meio o povo o passou em seco (Jos. 3:1 a 17 4:5 a 20).Que os muros de Jeric desmoronaram, enquanto a arca os rodeou (Jos. 6:1 a 20).

    Que Dagon, o deus dos filisteus, caiu por terra diante da arca e foi, depois, achado estendido porta dotemplo, a cabea separada do corpo (I Sam. 5:1 a 4).Que alguns milhares de bethsemitas foram feridos por causa da arca (I Sam. 6:19).60. Que as tbuas de pedra, sobre as quais a Lei estava gravada, foram chamadas "tbuas da aliana", eque a arca, por causa dessas tbuas, foi chamada "arca da aliana", e a Lei mesma a "aliana", v-se emNm. 10:33 Deut. 4:13, 23 5:2, 3 9:9 Jos. 3:11 I Reis, 8:19, 21 Apoc. 11:19, e em muitas outraspassagens. A Lei foi chamada "aliana" porque a aliana significa a conjuno por isso o Senhor disse queEle "ser dado por aliana do povo." (Isa. 42:6 49:8) e chamado "o Anjo da aliana." (Malaq. 3:1) e seusangue, o "sangue da aliana." (Mat. 26:27 Zac. 9:11 x. 24:4 a 10). por isso que a Palavra chamada a"Antiga Aliana" e a "Nova Aliana". As alianas tambm se fazem em vista do amor, da amizade, daconsorciao, por conseguinte, em vista da conjuno.61. Os preceitos desta Lei so chamados as "Dez palavras." (x. 34:28 Deut. 4:13 10:4). Assim so

    chamados porque "dez" significa todas as coisas e "palavras" significam os veros. De fato, havia ali mais dedez palavras. Como "dez" significa todas as coisas, por isso o tabernculo tinha dez cortinas (x. 26:1). Porisso o Senhor disse que o homem, quando foi tomar posse de um reino, chamou "dez servos" e lhes deu"dez minas" para negociar (Luc. 19:13). por isso que o Senhor comparou o reino dos cus a "dez virgens."(Mat. 25:1). Por isso foi dito, na descrio do drago, que este tinha "dez chifres" e sobre os chifres "dezdiademas" (Apoc. 12:3), como a besta que subia do mar (Apoc. 13:1), e tambm como a outra besta (Apoc.16:3,7) tambm a besta em Daniel (7:7, 20, 24). "Dez" significa a mesma coisa em Levt. 26:26, Zac. 8:23 eem outros lugares. Da se originaram os "dzimos", que significam algo proveniente de todas as coisas.

    Cap. VII Que os homicdios, adultrios, roubos e falsos testemunhos de todo gnero, como asconcupiscncia por eles, so os males de que se deve fugir como pecados.62. Sabe-se que a Lei do Sinai foi gravada em duas tbuas e que a primeira tbua contm as coisas que sode Deus e a outra, as que so do homem. Que a primeira tbua contenha todas as coisas que so de Deus ea outra todas as que so do homem, isto no aparece na letra, mas todas essas coisas esto nelas porisso que so tambm chamadas as "Dez Palavras", pelas quais so significados todos os veros no complexo(vide acima, N. 61). Mas como todas as coisas esto ali, no possvel exp-lo em poucas palavras todavia,pode-se compreend-lo segundo o que foi referido na Doutrina Sobre A Escritura Santa (n. 67). Da vem quese dizem todo gnero de homicdios, adultrios, roubos e falsos testemunhos.63. Estabeleceu-se uma religio que declara que ningum pode cumprir a Lei e a Lei no matar, noadulterar, no roubar e no levantar falso testemunho. Estes preceitos da Lei todo homem civil e moral podecumprir segundo a vida civil e moral, mas essa religio nega que ele o possa segundo a vida espiritual. Dase segue que preciso no praticar essas aes somente para evitar as penas e os danos no mundo, e nopara evitar as penas e os danos depois que se deixou o mundo. Resulta que o homem, em quem uma talreligio se estabeleceu, pensa que aquelas aes so lcitas perante Deus, mas ilcitas perante o mundo. Porcausa deste pensamento, proveniente de sua religio, o homem est na concupiscncia de todos esses

    males e somente deixa de faz-los por causa do mundo. Eis porque um tal homem, depois da morte, aindaque no tenha praticado homicdios, adultrios, roubos, falsos testemunhos, todavia cobia pratic-los, etambm os pratica, quando o externo que teve no mundo lhe retirado. Toda cobia permanece no homemdepois da morte da se segue que tais homens fazem um com o inferno e no podem deixar de ter a sortedaqueles que esto no inferno. Mas uma outra sorte cabe queles que no querem nem matar, nem cometeradultrio, nem roubar, nem levantar falso testemunho, porque praticar tais atos agir contra Deus esses,

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    depois de alguns combates contra tais males, no os desejam, assim no cobiam faz-los. Dizem em seucorao que so pecados, em si infernais e diablicos esses, depois da morte, quando o externo quetiveram para o mundo lhes retirado, fazem um com o cu e, porque esto no Senhor, entram tambm nocu.64. coisa comum a toda religio que o homem deve se examinar, fazer penitncia e desistir dos pecados,porque, se no faz isso, est em condenao. Que seja comum a toda religio, v-se acima (ns. 4-8). ainda comum, em todo o mundo cristo, ensinar o Declogo e, por seu intermdio, iniciar as crianas nareligio crist, porque ele est na mo de todas as crianas. Os pais mesmos e os mestres lhes dizem quefazer o que ele probe pecar contra Deus, e quando assim falam com as crianas esto disto convencidos.

    Quem deixar de se admirar que esses mesmos homens, e tambm as crianas depois de adultas, pensemque no esto debaixo dessa Lei e no podem fazer as coisas por essa Lei determinadas? A nica razoque os induz a pensar assim que eles amam os males e, por conseqncia, os falsos que favorecem taismales. So esses, portanto, que no consideram os preceitos do Declogo como coisas da religio. Queessas mesmas pessoas vivam sem religio, ver-se- na Doutrina da F.65. Em todas as naes da terra que tm uma religio h preceitos semelhantes aos do Declogo e todosaqueles que vivem conforme esses preceitos pela religio so salvos, mas todos aqueles que no vivemconforme esses preceitos pela religio so condenados. Aqueles que vivem conforme esses preceitos pelareligio, sendo instrudos depois de sua morte pelos anjos, recebem os veros e reconhecem o Senhor. Arazo disto que eles fogem dos males como pecados e, por conseqncia, esto no bem, e o bem ama overo e, segundo o desejo do amor, o recebe, assim como foi mostrado acima, (ns. 32 a 41). Isto o que seentende pelas palavras do Senhor aos judeus:"Ser tirado de vs o reino de Deus, e ser dado a uma nao que d frutos." (Mat. 21:43).

    Depois, por estas outras:"Quando... vier o Senhor da vinha, por morte os maus, e arrendar a sua vinha a outros lavradores, que aseu tempo Lhe dem os frutos." (Mat. 21:40, 41).E ainda por estas:"Eu vos digo que muitos viro do oriente e do ocidente" "e do norte e do sul, e assentar-se-o mesa noreino de Deus" "mas os filhos do reino sero lanados nas trevas exteriores." (Mat. 8:11, 12 Lucas 13:29).66. L-se, em Marcos, que um homem rico veio a Jesus e perguntou- Lhe o que era preciso fazer parareceber a vida eterna em herana. Jesus lhe disse:"Conheces os mandamentos: No cometers adultrio no matars no roubars no levantars falsotestemunho no cometers fraude honra teu pai e tua me. Ele, respondendo, disse: Todas essas coisastenho guardado desde a juventude. Jesus... olhou, e o amou todavia, disse-lhe: Uma coisa te falta: Vai,vende tudo quanto tens, e d-o aos pobres assim ters um tesouro nos cus ento, vem, toma a cruz, e

    segue-Me." (10:17 a 22). dito que Jesus o amou isto porque ele disse que tinha guardado os preceitos desde a juventude masrestavam-lhe trs coisas a cumprir, a saber, no tinha desapegado o seu corao das riquezas, no tinhacombatido contra as cobias e ainda no tinha reconhecido o Senhor como Deus. Por isso o Senhor lhedisse que "vendesse tudo quanto tinha", o que significa desapegar o corao das riquezas "trouxesse acruz", o que significa combater contra as concupiscncias e "segui- Lo", o que significa reconhecer o Senhorcomo Deus. Aqui, como por toda a parte, o Senhor falou por meio das correspondncias (vide a "Doutrinasobre a Escritura Santa", n. 17). Com efeito, fugir dos males como pecados, ningum o pode, a no serreconhecendo o Senhor e a Ele se dirigindo, e a no ser combatendo contra os males e afastando assim asconcupiscncias. Mas, sobre este assunto, achar-se-o maiores detalhes no artigo sobre os combates contraos males.Cap. VIII Quanto mais algum foge dos homicdios de todo gnero como pecados, mais tem amor para como prximo.67. Pelos homicdios de todo gnero se entendem tambm as inimizades, os dios e as vinganas de todognero, que respiram a morte, porque o homicdio est latente nesses sentimentos como o fogo na lenha soba cinza o fogo infernal no outra coisa por isso que se diz: "arder de dio" e "inflamar por vingana."Esses so os homicdios no sentido natural. Mas, no sentido espiritual, pelos homicdios se entendem todosos modos, que so variados e em grande nmero, de se matar e destruir as almas dos homens. E, nosentido supremo, por "homicdio" se entende ter dio ao Senhor. Esses trs gneros de homicdios fazem ume so coerentes, porquanto aquele que quer a morte do corpo de um homem no mundo, quer a morte de suaalma depois da morte, e quer a morte do Senhor, porque est inflamado de ira contra Ele e quer extinguirSeu Nome.68. Esses gneros de homicdios esto latentes no ntimo do homem por nascimento, mas ele aprende,desde a infncia, a cobri-los pela civilidade e a moralidade nas quais deve estar com os homens no mundo.E, enquanto ama a honra ou o lucro, vigia para que isso no se mostre. Torna-se isso o externo do homem,

    enquanto aqueles homicdios formam-lhe o interno. Tal o homem em si mesmo. Ora, como ele se despe doexterno com o corpo, quando morre, e retm o interno, v-se claramente que diabo seria ele, se no fossereformado.69. Visto que os gneros de homicdios acima designados, esto, como foi dito, latentes no ntimo do homempor nascimento, e, ao mesmo tempo, os roubos de todo gnero e todo gnero de falsos testemunhos, comas concupiscncias para tais males, dos quais se tratar adiante, claro que, se o Senhor no tivesse

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    provido os meios de reforma, o homem no teria podido deixar de perecer pela eternidade. Os meios dereforma, aos quais o Senhor tem provido, so estes: ao nascer, o homem est em mera ignorncia, e logoque nasce mantido em um estado de inocncia externa pouco depois, num estado de caridade externa, e,em seguida, num estado da amizade externa. Mas quando entra no pensamento pelo seu entendimento, mantido em uma espcie de liberdade de agir segundo a razo. esse estado que foi descrito acima, n. 19,e que necessrio repetir aqui, em razo do que ser dito na seqncia, a saber: "Enquanto est no mundo,o homem est em um meio entre o inferno e o cu abaixo est o inferno e acima est o cu, e assim mantido na liberdade de se voltar ou para o inferno ou para o cu se volta para o inferno, desvia-se do cumas se volta para o cu, desvia-se do inferno. Ou, o que a mesma coisa: enquanto est no mundo, o

    homem est em um meio entre o Senhor e o diabo, e mantido na liberdade de se voltar ou para um ou paraoutro se volta para o diabo, desvia-se do Senhor mas se volta para o Senhor, desvia-se do diabo. Ou, o que ainda a mesma coisa: enquanto est no mundo, o homem est em um meio entre o mal e o bem, e mantido na liberdade de se voltar ou para um ou para outro se volta para o mal, desvia-se do bem mas sevolta para o bem, desvia-se do mal." Isto foi dito acima, n.1 19. Vide tambm os ns. 20 a 22, que ali seseguem.70. Ora, pois que o mal e o bem so dois opostos, absolutamente como o inferno e o cu, ou como o diabo eo Senhor, segue-se que, se o homem foge do mal como pecado, vem ao bem oposto ao mal o bem opostoao mal que se entende pelo homicdio, o bem do amor para com o prximo.71. Como esse bem e esse mal so opostos, segue-se que um afastado pelo outro. Dois opostos nopodem estar juntos, da mesma maneira que no podem estar juntos o cu e o inferno. Se estivessem juntos,haveria o morno de que assim se fala no Apocalipse:"Conheo que nem s frio nem quente melhor fora frio ou quente assim, pois que s morno, e nem s frio

    nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca." (3:15, 16).72. Quando o homem no est mais no mal do homicdio, mas no bem do amor para com o prximo, entotudo o que ele faz o bem desse amor, por conseqncia, uma boa obra. O sacerdote que est nesse bemfaz uma boa obra todas as vezes que ensina e conduz, porque pelo amor de salvar as almas. O magistradoque est nesse bem faz uma boa obra todas as vezes que prepara e julga, porque pelo amor de cuidar daptria, da sociedade e dos concidados. Semelhantemente o negociante: est-se nesse bem, toda operaodo seus negcios uma boa obra, est no amor para com o prximo, e o prximo so a ptria, a sociedade,os concidados e tambm as pessoas de casa, dos quais cuida como de si mesmo. Tambm o operrio, queest nesse bem quando trabalha fielmente para os outros como para si prprio, temendo causar dano aoprximo como a si mesmo. Que os seus feitos sejam boas obras, porque quanto mais algum foge do mal,mais pratica o bem, segundo a lei geral (vide acima, n. 21) e quem foge do mal como pecado faz o bem nopor si, mas pelo Senhor (ns. 18 a 31). O contrrio se d com aquele que no considera como pecados os

    diversos gneros de homicdios que so as inimizades, os dios, as vinganas e muitos outros, quer sejasacerdote, magistrado, negociante ou operrio tudo o que faz no boa obra, porque todas as suas obrasparticipam do mal que est interiormente nele. Com efeito, seu interno que as produz o externo pode serbom, mas para os outros, no para ele.73. O Senhor ensina o bem do amor em muitos lugares na Palavra, e o ensina em Mateus, pela reconciliaocom o prximo:"Se apresentares a tua oferta sobre o altar, e ali te lembrares de que teu irmo tem alguma coisa contra ti,deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai antes te reconciliar com o irmo, e ento vem e apresenta a tuaoferta. Faze benevolncia com o teu adversrio enquanto ests no caminho com ele, para que o adversriono te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao servidor, e te encerrem na priso. Em verdade te digo que nosairs dali enquanto no pagares o ltimo ceitil." (5:23 a 26)."Reconciliar-se com o irmo" fugir da inimizade, do dio e da vingana que isto seja fugir de tais malescomo pecados, evidente. O Senhor o ensina tambm em Mateus:"Tudo o que quereis que os homens vos faam, assim fazei-lho tambm vs, porque esta a Lei e osProfetas." (7:12),por conseguinte, no o mal. E em muitas outras passagens. O Senhor tambm ensina que "matar" tambm se encolerizar sem motivo contra o irmo ou o prximo, e t-lo como inimigo (Mat. 5:21,22).Cap. IX Quanto mais algum foge dos adultrios de todo gnero como pecados, mais ama a castidade.74. Por "adulterar", no sexto preceito do Declogo, entende-se, no sentido natural, no s praticar exortao,mas tambm fazer obscenidades, dizer lascvias e pensar indecncias. No sentido espiritual, porm, por"adulterar" entende-se adulterar os bens da Palavra e falsificar os seus veros. Mas no sentido supremo, por"adulterar" se entende negar o Divino do Senhor e profanar a Palavra. So esses os adultrios de todo ognero. O homem natural pode saber, segundo a luz racional, que por "adulterar" se entende tambm fazerobscenidades, dizer lascvias e pensar indecncias mas no sabe que, por "adulterar", entende-se tambmadulterar os bens da Palavra e falsificar os seus veros e ainda menos sabe que se entende negar o Divino

    do Senhor e profanar a Palavra por conseqncia, no sabe tampouco que o adultrio um mal to grandeque pode ser chamado o diablico mesmo. Porque aquele que est no adultrio natural est tambm noadultrio espiritual, e vice-versa. Que tal seja, ser demonstrado em uma obra especial sobre "OCasamento". Esto ao mesmo tempo nos adultrios de todo o gnero aqueles que, segundo a f e a vida,no consideram os adultrios como pecados.75. Que quanto mais algum foge do adultrio, mais ama o casamento, ou, o que o mesmo, quanto mais

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    algum foge das lascvias do adultrio mais ama a castidade do casamento, porque a lascvia do adultrioe a castidade do casamento so dois opostos. Por isso, quanto mais algum no est em um, mais est nooutro, exatamente como foi dito acima (n.70).76. Ningum pode saber o que a castidade do casamento, a no ser que fuja da lascvia do adultrio comopecado. O homem pode saber o que aquilo em que est, mas no pode saber aquilo em que no est. Se,por descrio ou pelo pensamento, sabe alguma coisa daquilo em que no est, no o pode saber seno nasombra, sempre acompanhado de dvida. A razo porque ele no o v na luz e sem dvida seno quandoele prprio ali est. Isto que saber, mas aquilo saber e no saber. A verdade que a lascvia doadultrio e a castidade do casamento esto absolutamente entre si como o inferno e o cu entre si esto, e a

    lascvia do adultrio produz o inferno no homem, mas a castidade do casamento produz o cu nele. Acastidade do casamento s existe para aquele que foge da lascvia do adultrio como pecado (vide abaixo, n.111).77. Segundo isto, pode-se concluir e ver, sem ambigidade, se um homem cristo ou no, e mesmo seest tem alguma religio ou no. Aquele que, segundo a f e a vida, no considera os adultrios comopecados, esse no cristo e no tem religio. Aquele, ao contrario, que foge dos adultrios como pecados,e mais ainda aquele que, por causa disso, os tem em averso, e mais ainda aquele que por causa disso osabomina, esse tem religio e, se est na igreja crist, cristo. Mas, sobre este assunto, muitas coisassero ditas na obra sobre O Casamento. Vide tambm as coisas que a este respeito foram ditas na obra OCu e o Inferno, Ns. 366 a 386.78. Que por "adulterar" se entenda tambm fazer obscenidades, dizer lascvias e pensar indecncias, v-sepelas palavras do Senhor em Mateus:"Ouvistes o que foi dito aos antigos: No adulterars. Eu, porm, vos digo que qualquer que olhar a mulher

    de outrem para a cobiar, j cometeu adultrio com ela em seu corao." (5:27,28).79. Que, no sentido espiritual, por "adulterar", se entenda adulterar o bem da Palavra e falsificar-lhe o vero,v-se por isto:"Babilnia... do vinho da sua exortao, deu de beber a todas as naes." (Apoc. 14: 8)O Anjo disse: "Mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que est assentada sobre muitas guas, com aqual os reis da terra cometeram exortao." (Apoc. 17: 1, 2)Babilnia "do vinho do furor da sua exortao deu a beber a todas as naes, e os reis da terra com elacometeram exortao." (Apoc. 18:3)Deus "julgou a grande meretriz, que corrompeu a terra com a sua exortao." (Apoc. 19:2).A "exortao" se diz de Babilnia, porque por "Babilnia" so entendidos aqueles que se arrogam o Divinopoder do Senhor, e que profanam a Palavra, adulterando-a e falsificando. tambm por isso que Babilnia chamada "a me das exortaes e das abominaes da terra." (Apoc. 17: 5). Semelhante coisa significa a

    "exortao" nos Profetas. Por exemplo, em Jeremias:"Nos profetas de Jerusalm vejo uma obstinao horrenda em adulterar e em caminhar em mentiras."(23:14).Em Ezequiel:"Duas mulheres, filhas de uma mesma me, cometeram exortao no Egito em sua adolescnciacometeram exortao... uma cometeu exortao, sendo minha, e enamorou-se dos seus amsios, dosAssrios, seus vizinhos assim cometeu ela as suas exortaes com eles, mas as suas exortaes, quetrouxe do Egito, no deixou. A outra corrompeu o seu amor mais do que ela, e as suas exortaes acima dasexortaes de sua irm aumentou as suas exortaes, amou os caldeus a ela vieram os filhos de Babelpara a cama dos amores, e a contaminaram com as suas exortaes." (23: 2 a 17).Estas expresses se referem s Igrejas Israelita e Judaica, que so aqui "as filhas de uma mesma me" por"suas exortaes" so entendidas as adulteraes e as falsificaes da Palavra. E como, na Palavra, o"Egito" significa a cincia, a "Assria" o raciocnio, a "Caldia" a profanao do vero e "Babel" a profanaodo bem, da se dizer que elas "cometeram exortao com eles". Diz-se a mesma coisa de Jerusalm, quesignifica a Igreja quanto Doutrina, em Ezequiel:Jerusalm, "confiaste na tua beleza, e cometeste exortao por causa da tua fama, ao ponto que derramasteas tuas exortaes sobre todo o que passava. Cometeste exortao com os filhos do Egito, teus vizinhos,grandes de carnes, e multiplicaste a tua exortao cometeste exortao com os filhos da Assria... comoeras insacivel, depois de ter com eles cometido exortao, ... multiplicaste as tuas exortaes at na terrado comrcio, a Caldia... Mulher adltera! que, em lugar do seu marido, recebe os estranhos: a todas asmeretrizes se d seu pagamento, mas tu ds pagamento a todos os teus amantes,... para que venham a ti detodas as partes para tuas exortaes. ...por isso, meretriz, ouve a palavra de JEHOVAH." (16: 15, 26, 28,29, 32, 33, 35 e seq.).Que por "Jerusalm" se entenda a igreja, v-se na Doutrina no Senhor, ns. 62 e 63. Semelhante coisas sosignificadas pelas exortaes em Isaas 33:17, 18 57:3 em Jeremias 3:2, 6, 8 e 9 5:1, 7 13:27 29:23 em

    Miquias 1: 7 em Naum 3:3, 4 em Osias 4: 10, 11 tambm no Levtico 20:5 Nmeros 14:33 15:39, e emoutras passagens. Foi por esse motivo tambm que o Senhor chamou a nao judaica de "gerao adltera."(Mat. 12:39 16:4 Mc. 8:38).Cap. X Quanto mais algum foge dos roubos de todo gnero como pecados, mais ama a sinceridade.80. Por "roubar", no sentido natural, se entende no s roubar e assaltar, mas tambm fraudar e tomar deoutrem seu bem sob um pretexto qualquer. Mas por "roubar", no sentido espiritual, se entende privar os

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    outros dos seus veros da f e dos seus bens da caridade. No sentido supremo, por "roubar" se entendetomar do Senhor as coisas que Lhe pertencem, e atribu-las a si prprio, por conseqncia arrogares para si

    justia e mrito, So esses os roubos de todo o gnero tambm eles formam um, como os adultrios de todoo gnero e como os homicdios de todo o gnero, dos quais precedentemente se falou. Se formam um, porque um est dentro do outro.81. O mal do roubo entra no homem mais profundamente do que qualquer outro mal porque se conjunta coma astcia e o dolo, e a astcia e o dolo se insinuam at na mente espiritual do homem, onde est seupensamento com o entendimento. Que no homem haja uma mente espiritual e uma mente natural, ver-se-abaixo.

    82. Que quanto mais algum foge do roubo como pecado, mais ama a sinceridade, porque o roubo tambm uma fraude, e a fraude e a sinceridade so dois opostos. Por isso, quanto mais algum no est nafraude, mais est na sinceridade.83. Por sinceridade entende-se tambm a integridade, a justia, a fidelidade e a retido. O homem no podeestar nelas por si mesmo, a ponto de am-las segundo elas e por causa delas mas aquele que foge dasfraudes, das astcias e dos dolos como pecados, est nelas, no por si, mas pelo Senhor, como foi mostradoacima (ns. 18 a 31) assim o sacerdote, assim o magistrado, assim o juiz, assim o negociante, assim ooperrio, assim cada um em sua funo e em sua obra.84. o que ensina a Palavra em muitas passagens, das quais se vero algumas:"Aquele que anda em justia e fala com retido que tem averso ao ganho da opresso sacode suas mospara no receber presentes, tapa os ouvidos para no ouvir acerca de sangues e fecha os olhos para nover o mal esse habitar nas alturas". (Isaas 33:15)."JEHOVAH, quem morar na Tua tenda, quem habitar no monte de Tua santidade? Aquele que anda em

    integridade e pratica a justia... aquele que no difama com a sua lngua, nem faz mal ao seu amigo." (Salmo15:1,2,3 e seq)."Os meus olhos esto sobre os fiis da terra, para que se assentem comigo. O que anda no caminho dontegro, esse me servir no se assentar dentro de Minha casa o que age dolosamente o que fala mentirasno ficar diante dos Meus olhos. Pela aurora destruirei todos os mpios da terra, para desarraigar dacidade... todos os que obram iniqidade." (Salmo 101:6-8).Se algum no for interiormente sincero, justo, fiel e reto, ele insincero, injusto, infiel e no reto o que oSenhor ensina por estas palavras:"Se vossa justia no exceder a dos escribas e fariseus, no entrareis no reino dos cus." (Mat. 5:20)pela "justia que excede a dos escribas e fariseus", entende-se uma justia interior, na qual se acha ohomem que est no Senhor. Que o homem pode estar no Senhor, o que o Ele tambm ensina em Joo:"Eu lhes dei a glria que Me deste, para que sejam um, como ns somos Um: Eu neles, e Tu em Mim, para

    que sejam perfeitos em um... e para que o amor com que Me tens amado esteja neles, e Eu neles." (27:22,23, 26),pelo que evidente que os homens so perfeitos quando o Senhor est neles. So esses os que sochamados "...puros de corao, que vero a Deus", e "perfeitos como o Pai que est nos cus". (Mat. 5: 8,48).85. Acima (n. 81) foi dito que o mal do roubo entra no homem mais profundamente do que qualquer outromal, porque foi conjunto astcia e ao dolo e que a astcia e o dolo se insinuam at na mente espiritual dohomem, na qual est o seu pensamento com o entendimento. Por isso, agora se dir alguma coisa sobre amente do homem. Que a mente do homem seja seu entendimento e, ao mesmo tempo, sua vontade, viu-seacima (n. 43).86. H no homem uma mente natural e uma mente espiritual. A mente natural est em baixo, e a menteespiritual em cima. A mente natural a mente de seu mundo, e a mente espiritual a de seu cu. A mentenatural pode ser chamada mente animal, e a espiritual mente humana. O homem distinguido do animal porisso, que h nele uma mente espiritual pela qual pode estar no cu enquanto est no mundo. tambm poresta mente que o homem vive depois da morte.[2] Pelo entendimento, o homem pode estar na mente espiritual e, por conseguinte, no cu mas, pelavontade, ele no pode estar na mente espiritual e, portanto, no cu, se no fugir dos males como pecados. Ese no estiver a tambm pela vontade, no est entretanto no cu, porque a vontade arrasta o entendimentopara baixo, e faz que ele se torne com ela igualmente natural e animal.[3] O homem pode ser comparado a um jardim: o entendimento, luz, e a vontade, ao calor. No tempo doinverno, o jardim est na luz e no ao mesmo tempo no calor mas, no tempo do vero, est na luz e aomesmo tempo no calor. por esse motivo que o homem que est somente na luz do entendimento comoum jardim no tempo do inverno mas o que est ao mesmo tempo na luz do entendimento e no calor davontade como um jardim no tempo do vero. Tambm, o entendimento sbio pela luz espiritual, e avontade ama pelo calor espiritual, pois que a luz espiritual a Divina Sabedoria e calor espiritual o Divino

    Amor.[3] Enquanto no foge dos males como pecados, as concupiscncias dos males obstruem os interiores damente natural por parte da vontade elas formam a um denso vu e como que uma nuvem escura sob amente espiritual, e impedem que esta se abra. Porm, logo que o homem foge dos males como pecados,ento o Senhor influi do cu, e tira o vu, e dissipa a nuvem, e abre a mente espiritual, e assim introduz ohomem no cu.

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    [4] Enquanto as concupiscncias dos males obstrurem os interiores da mente natural, como j se disse, ohomem est no inferno. Mas logo que essas concupiscncias so dissipadas pelo Senhor, o homem est nocu. E mais, enquanto as cobias dos males obstrurem os interiores da mente natural, o homem naturalmas logo que essas cobias so dissipadas pelo Senhor, o homem espiritual. E ainda mais, enquanto ascobias dos males obstrurem os interiores da mente natural, o homem animal ele difere unicamente doanimal pelo fato de poder pensar e falar, at sobre as coisas que no v com os olhos, o que lhe vem dafaculdade que possui de elevar seu entendimento luz do cu.[5] Mas logo que essas concupiscncias so dissipadas pelo Senhor, o homem homem, porque entopensa o vero no entendimento pelo bem na vontade. Enfim, enquanto as concupiscncias dos males

    obstrurem os interiores da mente natural, o homem como um jardim no tempo do inverno mas logo queessas concupiscncias so dissipadas pelo Senhor, como um jardim no tempo do vero.[6] A conjuno da vontade com o entendimento no homem o que se entende, na Palavra, pelo "corao" ea "alma", e pelo "corao" e o "esprito", como onde se diz que se deve amar a Deus"de todo o corao e de toda a alma." (Mat. 22:37),que Deus dar"um novo corao e um novo esprito" (Ezeq. 11:19 36:26, 27)pelo "corao" se entende vontade e seu amor e pela "alma" e o "esprito", o entendimento e suasabedoria.Cap. XI Quanto mais algum foge dos falsos testemunhos de todo gnero como pecados, mais ama averdade.87. No sentido natural, por "dar falso testemunho" se entende no s ser testemunha falsa, mas tambmmentir e difamar. No sentido espiritual, por "dar falso testemunho" entende-se dizer e persuadir que o falso

    o vero e que o mal o bem, e vice-versa. E, no sentido supremo, por "dar falso testemunho" entende-seblasfemar contra o Senhor e a Palavra. Tais so os "falsos testemunhos" no trplice sentido. Que essascoisas faam um no homem que testemunha falsa, que fala mentira e difama, pode-se ver pelo que semostrou sobre o trplice sentido da Palavra na Doutrina da Escritura Santa, (ns. 5, 6, 7 e seguintes e n. 57).88. Visto que a mentira e a verdade so dois opostos, segue-se que, quanto mais algum foge da mentiracomo pecado, mais ama a verdade.89. Quanto mais algum ama a verdade, mais ele quer conhec-la e afetado de corao quando aencontra. Nenhum outro vem sabedoria. E quanto mais ama praticar a verdade, mais sente a amenidadeda luz em que a verdade est. D-se com isso como com as outras coisas de que se falou at aqui, como dasinceridade e da justia naquele que foge de todo gnero de roubo, da castidade e da pureza naquele quefoge de todo gnero de adultrio, do amor e da caridade naquele que foge de todo gnero de homicdio, eassim por diante. Mas aquele que est nos opostos nada sabe dessas coisas, ainda que nelas haja tudo o

    que real.90. a Verdade que se entende pela "semente no campo", a cujo respeito o Senhor disse:"O semeador saiu a semear... e, quando semeava, alguma caiu no caminho e foi pisada, e as aves do cu acomeram. E uma outra caiu sobre lugares pedregosos, mas quando cresceu, secou-se, porquanto no tinharaiz... Outra caiu no meio de espinhos, e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram. E outra caiu em boaterra, e, tendo nascido, produziu muito fruto." (Lucas 8:5-8 Mat. 13: 3- 8 Marcos, 4:3-8)aqui, o "Semeador" o Senhor, e a "semente" a Sua Palavra, por conseguinte, a verdade a "semente nocaminho" naqueles que no se importam com a verdade a "semente nos lugares pedregosos" naquelesque se ocupam da verdade, mas no por ela mesma e portanto no interiormente a "semente no meio deespinhos" naqueles que esto nas concupiscncias do mal mas a "semente em boa terra" nos queamam as verdades que esto na Palavra procedente do Senhor, e que, por Ele, as praticam e produzemassim frutos. Que seja isso o que entendido, v-se pela explicao que o Senhor lhes d (Mat. 13:19-23,37 Mc. 4:14-20 Luc. 8:11-15). Por a evidente que a verdade da Palavra no pode se enraizar nos queno se importam com a verdade, nem nos que amam a verdade exteriormente e no interiormente, nem nosque esto nas concupiscncias do mal, mas naqueles em quem as concupiscncias do mal foram dissipadaspelo Senhor. Nesses, a semente, isto , a verdade, se enraza em sua mente espiritual (vide n. 86, no fim).91. hoje opinio geral que