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DOSSIER DE MATERIAIS DE

REABILITAÇÃO E RENOVAÇÃOentrevistas

artigo técnicoprodutos

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Entrevista Luís Pedro Mota - Diretor do Departamento de Gestão da Qualidade da Cinca

A participação da Keramik Holding AG Laufen no capital

social da empresa marcou a sua política estratégica desde a

sua entrada em 1992, tendo então sido determinante na reor-

ganização e modernização dos seus processos administrati-

vos e comerciais. A fusão das sociedades adquiridas, realiza-

da em agosto de 1995, permitiu reunir numa só sociedade a

produção de pavimentos e revestimentos cerâmicos, com

ganhos significativos através da inerente racionalização dos

processos administrativos, financeiros e comerciais. Na

sequência da aquisição, por este acionista, da totalidade do

capital, as ações da CINCA foram então retiradas do mercado

bolsista.

O ano de 1998 foi marcado pela venda da participação que a

Keramik Holding AG Laufen detinha na CINCA ao Grupo

Italiano Ceramiche Ricchetti. Este grupo, poderoso no sector

dos pavimentos e revestimentos cerâmicos, atua numa

dimensão mundial, possuindo diversas unidades de produção

na Europa e dispondo duma vasta rede de distribuição inter-

nacional. A integração da CINCA no Grupo Ricchetti abriu

perspetivas de desenvolvimento da sua atividade, permitindo-

lhe beneficiar do know-how e poder negocial deste grande

produtor cerâmico italiano, bem como usufruir da sua cadeia

mundial de distribuição.

Com uma faturação anual próxima dos 40 milhões de euros

e, atualmente, com cerca de 540 funcionários ao seu serviço,

a CINCA possui seis unidades de produção, entre as quais se

incluem duas unidades de fabrico de porcelânico vidrado e

não vidrado, uma unidade dedicada a grandes formatos de

porcelânico e duas de azulejo, uma das quais dotada de 3º

fogo e unidade de retificação de ladrilhos. Possui ainda uma

fábrica de ladrilhos de grés extrudido. A sua capacidade máxi-

ma atual de produção ronda os 10.000.000 m² por ano, dis-

tribuída por diversas tipologias de produto, nomeadamente

porcelânico vidrado e não vidrado, azulejos de faiança vidra-

da e grés extrudido.

QUAL O PERCURSO QUE A CINCA TEM TIDO DESDE A SUA CRIAÇÃO, TANTO A

NÍVEL DA PRÓPRIA EMPRESA COMO DA GAMA DE PRODUTOS?

A CINCA iniciou a sua atividade na produção de mosaicos porcelâni-

cos com as medidas de 2,5x2,5 cm no ano de 1965, em resposta às

necessidades de arquitetos, construtores e consumidores em Por -

tugal.

Passo a passo o crescimento foi-se consolidando até que, em finais

dos anos 70, o sonho atingiu a internacionalização, visando essencial-

mente países como França, Alemanha e Espanha. Hoje a exportação

já abarca cerca de 70% da produção total, para mais de 70 países, por-

que o mais importante é nunca parar…

Rapidamente se deu conta da importância de possuir uma gama de

produtos capaz de satisfazer os consumidores mais exigentes, fideli-

zando-os através da oferta global que lhes proporciona.

Assim, entre 1987 e 1989, a CINCA procedeu a uma série de aquisi-

ções estratégicas (CIC, DECOCER e LITOCER) que lhe permitiu, com

as suas cinco unidades de produção especializadas, fornecer um

vasto leque de produtos. A sequência natural desse crescimento foi a

entrada em bolsa, em 1988, com uma OPV realizada na Bolsa de

Valores do Porto.

A CINCA - COMPANHIA INDUSTRIAL DE CERÂMICA, SA, INICIOU A

SUA ATIVIDADE NA PRODUÇÃO DE MOSAICOS PORCELÂNICOS COM

MEDIDAS DE 2,5X2,5 CM, EM RESPOSTA ÀS NECESSIDADES DE

ARQUITETOS, CONSTRUTORES E CONSUMIDORES EM PORTUGAL.PASSO A PASSO O CRESCIMENTO FOI-SE CONSOLIDANDO ATÉ QUE,EM FINAIS DOS ANOS 70, O SONHO ATINGIU A INTERNACIONALIZA-ÇÃO, VISANDO ESSENCIALMENTE PAÍSES COMO FRANÇA, ALEMANHA

E ESPANHA. HOJE A EXPORTAÇÃO JÁ ABARCA CERCA DE 70% DA

PRODUÇÃO TOTAL, PARA MAIS DE 70 PAÍSES.

Tendo por objetivo a sedimentação a longo prazo da suaposição de liderança, a CINCA prepara atualmente a ins-talação, na zona do Eco-Parque Empresarial de Estarreja,de uma nova Unidade Integrada de Logística e Produção(CINCA Estarreja). Esta unidade, implantada num terrenocom cerca de 450.000 m², disporá de um moderno arma-zém, podendo carregar em simultâneo 26 camiões, emsuporte a diversas linhas de produção de pavimentos erevestimentos cerâmicos. A dimensão e qualidade do pro-jeto mereceram o reconhecimento da sua candidatura aoProjecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) pela CAA-PIN (Comissão de Avaliação e Acompanhamento dosProjetos PIN).

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA CINCAFACE AOS CONCORRENTES?

A filosofia de negócio que faz mover a CINCA há quase 50anos é muito clara e simples: dedicar o nosso talento etecnologia à criação e desenvolvimento de produtos deelevada qualidade, capazes de satisfazer as necessida-des mais arrojadas de cada um dos nossos clientes e de,em simultâneo, surpreendê-los.

“Qualidade, Design e Serviço” tem sido um lema que nostem acompanhado ao longo de muitos anos no mercado,sendo de facto os principais fatores de diferenciação rela-tivamente a outros concorrentes.

A superior qualidade e durabilidade dos nossos produtosfoi, desde sempre, um valor marcante associado à nossamarca. Seja qual for o fim a que se destinam, os nossosprodutos resultam sempre duma criteriosa seleção dasmelhores matérias-primas que associamos a processosde fabrico robustos e competentes, distinguidos pela cer-tificação de qualidade ISO 9001.

Vivemos num mundo em constante movimento. O futuro éhoje e, por isso, estamos sempre atentos e empenhadosna busca de novos produtos, novas soluções tecnológi-cas, diferentes matérias-primas e materiais. O mundo nãopára e a CINCA quer estar sempre um passo à frente.

O serviço ao cliente é uma das maiores prioridades daempresa. A CINCA possui uma equipa de vendas dinâmi-ca e eficiente que procura sempre uma resposta flexível einovadora às necessidades de cada cliente, ancoradanum elevado profissionalismo e experiência, sempre comatenção às exigências e necessidades de cada mercado.

QUAIS OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA A CURTO/MÉDIO

PRAZO? APOSTAR MAIS NO MERCADO NACIONAL OU PROCU-RAR/REFORÇAR OS MERCADOS EXTERNOS? NO ÚLTIMO CASO,QUAIS?

Antes mesmo do início da crise, em 2008, a CINCA iden-tificou os mercados de África, Médio Oriente e da Rússiacomo alvos preferenciais para a diversificação dos seusnegócios, tendo em consideração a grande erosão sentidanos mercados tradicionais, particularmente da Europacentral e do norte, bem como as acentuadas crises vividasnos países do sul.

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Assim, de forma crescente, estes mercados têm vindo a representar umafatia mais importante do nosso volume de negócios, correspondendo,presentemente, a mais de 12% do nosso volume de exportações.

Para além do mercado nacional, que ainda representa cerca de 30% danossa faturação, os principais mercados da CINCA continuam a seraqueles em que a empresa se encontra presente há mais tempo, nomea-damente a França, Alemanha, Benelux, Reino Unido e países nórdicos.

DE UM MODO GERAL, QUAIS SÃO OS ASPETOS MAIS IMPORTANTES A TER EM

CONSIDERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO? QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS

EXIGÊNCIAS DOS CLIENTES?

Há três vetores fundamentais para produzir vendas: preço, qualidade eserviço. É preciso ter pelo menos dois destes vetores. A CINCA sempreoptou pela qualidade e serviço. Não somos uma empresa que tem pro-dutos baratos ou que procura competir pelo preço. Claro que temos tam-bém que ser competitivos nesse aspeto, mas procuramos a diferenciaçãoe o reconhecimento dos clientes. Posicionamo-nos num segmentomédio-alto, com um grande investimento na qualidade e no design dosnossos produtos e um serviço ao cliente que pode ser considerado exem-plar. Temos uma fortíssima e experiente equipa de vendas em Portugal eno estrangeiro e um back office muito bem organizado.

Esta é e continuará a ser a nossa principal estratégia de negócio para ofuturo, independentemente do mercado de que estejamos a falar.

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Entrevista

QUE ANÁLISE FAZ DO MERCADO DA CONSTRUÇÃO E COMO PREVÊ A SUA EVO-LUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS?

Como toda a economia, começámos a sentir um aprofundar da crise apartir de setembro de 2008, mas já a tínhamos previsto no ano antece-dente e nessa altura iniciado um conjunto vasto de medidas preventi-vas. Já em 2001 antevíramos que a situação deste sector se iria com-plicar fortemente, muito embora, na altura, ninguém tivesse a realnoção da sua dimensão. A estratégia foi começar a exportar o maispossível. Um dos nossos grandes trunfos é a internacionalização.Neste momento exportamos para mais de 70 países. Hoje em dia esta-mos em países onde não estávamos há dois ou três anos. São exem-plo disso os países de África ou do Médio Oriente, que são zonasmenos afetadas pela presente crise.

Perante o quadro atual, só nos resta lutar e procurar mais clientes. Nomeio da crise temos de encontrar canais alternativos de comercializa-ção e alargar o nosso leque de clientes, por forma a podermos levar osnossos produtos a outras paragens, a novos mercados, a locais ondeainda não chegámos. É isto que fazemos todos os dias. A crise provo-cou uma perda grande no sector mas temos conseguido manter o equi-líbrio correndo sempre atrás das novas oportunidades, sem as deixarfugir. São novos mercados e novos clientes que nos podem ajudar arecuperar o que perdemos nos mercados tradicionais.

O SECTOR DA REABILITAÇÃO TEM SIDO UMA DAS GRANDES APOSTAS NA ÁREA

DA CONSTRUÇÃO, TENDO EXISTIDO UM ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS

ESPECÍFICOS PARA ESTE SEGMENTO DE MERCADO. COMERCIALIZAM SOLU-ÇÕES ESPECÍFICAS PARA ESTE TIPO DE MERCADO?

Com a substancial redução da dimensão do mercado da construçãonova na Europa e em particular em Portugal, uma das grandes apostasde qualquer empresa do nosso sector tem que, necessariamente, pas-sar pelo segmento da reabilitação. Muito embora os pavimentos erevestimento cerâmicos apresentem uma grande flexibilidade de utili-zações, podendo ser facilmente usados quer no contexto da constru-

ção nova quer da reabilitação, não vamos negar que algunsdos nossos lançamentos, não sendo especificamente dire-cionados para a reabilitação, foram concebidos tendo estesegmento em mente. Os grandes formatos orientados paraa utilização em fachadas ventiladas é um bom exemplo.

Temos a certeza que uma parte das nossas vendas atuais,sobretudo em Portugal, se destina ao segmento da reabili-tação.

CONSIDERA QUE A OFERTA NACIONAL NO SECTOR DA REABILITA-ÇÃO, EM TERMOS DE PRODUTOS E DE SERVIÇOS, TEM QUALIDADE

E É COMPETITIVA?

Portugal passou por vários períodos de forte desenvolvi-mento do mercado, fruto das várias “bolhas” de construçãoque se verificaram ao longo dos anos desde a década de70. Este comportamento cíclico do mercado e a facilidadede acesso ao crédito dirigido para a construção nova nãolevou a uma expansão da reabilitação em Portugal aomesmo nível do que se verificou noutros países, nomeada-mente da Europa central e do norte.

Só mais recentemente, fruto da prolongada crise económicae com o envelhecer natural do parque imobiliário, o mercadose começou a orientar mais para a reabilitação. A revisão dalegislação de arrendamento deu igualmente alguma força aeste segmento.

Naturalmente, a oferta atual ainda está longe do que existenoutros países, particularmente no que toca aos serviços,nomeadamente ao nível de custos (elevados), rapidez deexecução das obras (ainda muito lentas) e minimização dosincómodos para os proprietários. Com o tempo e dado ocrescimento deste sector pensamos que rapidamente esta-remos ao nível dos mercados europeus mais maduros.

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Entrevista Rui Martins e Simão PedroGerentes da Candigrés

Em 2011 iniciámos o nosso processo de internacionalização

apostando em novos mercados e sobretudo em mercados

emergentes, com a realização de feiras nos países em aposta,

assim como na procura direta de novos clientes.

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA CANDIGRÉS

FACE AOS CONCORRENTES?

Acreditamos que a concorrência é o motor do desenvolvimen-

to. Sem concorrência o mercado estaria estagnado e sem

novidades. Nesse sentido, pretendemos estar sempre na linha

da frente, introduzindo novos produtos e novos processos de

fabrico. Nos últimos 4 anos introduzimos cerca de 20 produtos

novos na área dos tijolos refratários e decorativos e um produ-

to homologado e patenteado, especifico para a construção ou

reabilitação de fachadas - Candiwall System -, sistema de iso-

lamento térmico para o exterior com revestimento em cerâmi-

ca. Acreditamos ainda que as boas relações comerciais entre

clientes e fornecedores fazem com que os principais pilares de

uma organização estejam bem fortalecidos e continuem com

o passar do tempo.

QUAIS OS PLANOS DA EMPRESA A CURTO/MÉDIO PRAZO? APOSTAR

MAIS NO MERCADO NACIONAL OU PROCURAR/REFORÇAR OS MERCA-DOS EXTERNOS? NO ÚLTIMO CASO, QUAIS?

No curto prazo e ainda durante o presente ano, estamos a

construir um novo pavilhão industrial com uma área de 3000

m2 para expansão da unidade fabril. A nível comercial, conti-

nuaremos com a politica até aqui implementada: assegurar as

boas relações com clientes habituais e apostar nos mercados

externos. Contamos ainda fortalecer e reforçar as parcerias

existentes, fruto da criação de novos produtos ou procura de

novos mercados.

QUAL O PERCURSO QUE A CANDIGRÉS TEM TIDO DESDE A SUA CRIAÇÃO, TANTO

A NÍVEL DA PRÓPRIA EMPRESA COMO DA GAMA DE PRODUTOS?

Desde a sua existência que a Candigrés tem vindo a evoluir gradual-

mente, desde a criação de novos produtos à sua adaptação ao merca-

do, passando pela construção de novas infraestruturas e criação de

postos de trabalho. Neste momento, a empresa conta com uma produ-

ção praticamente automatizada, fruto da introdução de robôs e siste-

mas de automação, trabalhando com dois tipos de produção: via húmi-

da e via seca. Iniciámos a produção apenas de tijolos refratários e

decorativos para a fabricação de churrasqueiras, acrescentando agora

revestimentos exteriores e interiores, assim como tijolos refratários

prensados para altas performances/resistências térmicas.

FUNDADA EM 1997, A CANDIGRÉS, DEDICA-SE AO FABRICO DE TIJO-LOS, TIJOLEIRAS E PEÇAS ESPECIAIS COM CARACTERÍSTICAS REFRATÁ-RIAS DE APLICAÇÃO EM FOGÕES DE SALA, CHURRASQUEIRAS E REVES-TIMENTOS RÚSTICOS. O OBJETIVO É CONCEBER E FABRICAR PRODUTOS

DE CERÂMICA COM QUALIDADE.

A RELAÇÃO COM OS CLIENTES E FORNECEDORES ASSENTA NUMA BASE

DE PARCERIA E NO CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS ASSUMIDOS. ACANDIGRÉS CONTA AINDA COM A DISCIPLINA E DEDICAÇÃO DOS SEUS

GERENTES E COLABORADORES PARA ATINGIR A MAIS ELEVADA QUALI-DADE DE PRODUÇÃO.

É neste sentido que apostamos num sistema de isolamento térmico parafachadas com um acabamento em cerâmica de forma a minimizar custosde aplicação e manutenção, repondo níveis de conforto, quer habitacio-nais quer financeiros.

O SECTOR DA REABILITAÇÃO TEM SIDO UMA DAS GRANDES APOSTAS NA ÁREA

DA CONSTRUÇÃO, TENDO EXISTIDO UM ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS

ESPECÍFICOS PARA ESTE SEGMENTO DE MERCADO. COMERCIALIZAM SOLU-ÇÕES ESPECÍFICAS PARA ESTE TIPO DE MERCADO?

O nosso sistema de isolamento térmico - Candiwall System -, está pre-cisamente direcionado para este tipo de mercado. É um produto inova-dor, com patente e homologação aprovados, que se posiciona no mer-cado com um acabamento diferente do que até aqui era possível deaplicar em ETIC’S.

O acabamento é cerâmica na forma de plaquetas/alhetas de grésextrudido de altas performances, com uma ótima resistência mecânica.Com a aplicação da peça em formato de L nos cantos/esquinas dosedifícios, ficamos com o aspeto final de uma parede de tijolo face àvista, com a vantagem de ter sido revestida com plaquetas e isoladacom isolamento térmico.

DE UM MODO GERAL, QUAIS SÃO OS ASPETOS MAIS IMPORTANTES A

TER EM CONSIDERAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO?QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DOS CLIENTES?

Todos os nossos produtos são desenvolvidos de acordo comas exigências dos nossos clientes. Dispomos inclusive deprodutos exclusivos e únicos que apenas comercializamospara clientes específicos. Um dos aspetos a ter em conside-ração é sempre a viabilidade económica de produção/comer-cialização, assim como o constante diálogo com o clientepara que seja produzido segundo as suas necessidades e anossa capacidade. As exigências têm vindo a aumentar aolongo dos anos, pelo que dispomos neste momento de con-trolos mais apertados e produtos certificados.

QUE ANÁLISE FAZ DO MERCADO DA CONSTRUÇÃO E COMO PREVÊ A

SUA EVOLUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS?

O mercado da construção em Portugal passa por uma fasedifícil e de restruturação, sendo uma das soluções futuras areabilitação dos edifícios exigentes, tanto a nível estéticocomo a nível energético.

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Reabilitação eRenovação

O país tem atualmente cerca de 5,9 milhões de habitações(CENSUS 2011), sendo que mais de metade, cerca de 3milhões, foram construídas depois de 1981. Sendo a ativi-dade do sector da construção na área da reabilitação urba-na nas últimas três décadas praticamente residual, o parqueedificado apresenta-se assim tendencialmente envelhecidoe funcionalmente inadequado, identificando-se um númeroconsiderável de imóveis que carecem de intervenções porforma a prolongar o seu nível de eficiência no tempo.

O Instituto Nacional de Estatística estima que 29% dos edi-fícios residenciais existentes necessitem de obras de reabi-litação. Esta percentagem, se considerarmos apenas os edi-fícios com mais de 30 anos, sobe para 43%, sendo que des-tes 19% carecem de pelo menos reparações médias e 8%de grandes reparações ou apresentam-se muito degrada-dos.

Os consumos energéticos dos edifícios, o rendimento dispo-nível das famílias, a repercussão ambiental da elevadaemissão de gases poluidores, refletem a elevada importân-cia da reabilitação eficiente de edifícios, não só para o sectorda construção mas para a sociedade em geral.

Neste âmbito, torna-se fundamental a sensibilização e atransmissão de conhecimentos técnicos aos agentes envol-vidos no sector da construção, proprietários e utilizadores deedifícios, que lhes permitam implementar/exigir boas práti-cas construtivas, sejam elas tradicionais ou inovadoras,perante o paradigma de uma nova realidade construtiva,social, económica e ambiental, focada na rege ne ra -ção/requalificação do tecido urbano, na valorização do solourbanizado e na conservação do património edificado,aumentando o ciclo de vida dos edifícios através da melho-ria das condições de salubridade e conforto interior, visandoa sustentabilidade e eficiência energética, e aproveitando opotencial económico da reabilitação.

Pretende-se com o presente artigo dar destaque ao enqua-dramento legislativo da reabilitação térmica de edifícios,salientar algumas das principais debilidades dos edifíciosque condicionam o seu desempenho térmico, apresentaralgumas das técnicas disponíveis para a realização de audi-torias e inspeções nestas vertentes e dar a conhecer algu-mas ferramentas de apoio à decisão disponibilizadas peloITeCons a todos os agentes do sector da construção.

ENQUADRAMENTO DA REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOSNA REGULAMENTAÇÃO NACIONAL

COMPORTAMENTO TÉRMICO E DESEMPENHO ENERGÉTICO

O primeiro instrumento legal em Portugal a impor requisitostérmicos aos projetos de novos edifícios e grandes remode-lações, com o intuito de garantir a satisfação das condiçõesde conforto nesses edifícios sem necessidades excessivasde energia, entrou em vigor em fevereiro de 1990(Regulamento das Características de ComportamentoTérmico dos Edifícios - RCCTE). Este regulamento apenasimpunha exigências na conceção e construção de edifíciosnovos.

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ITeCons - Promoção da Reabilitação Energeticamente Eficiente de Edifícios Urbanos

A REABILITAÇÃO DEVE SER ENCARADA COMO UM MEIO PARA PROLON-GAR NO TEMPO O VALOR PATRIMONIAL DOS EDIFÍCIOS, ATRAVÉS DA

CORREÇÃO DE SITUAÇÕES DE INADEQUAÇÃO FUNCIONAL E DE PATO-LOGIAS CONSTRUTIVAS, E UMA OPORTUNIDADE PARA OTIMIZAÇÃO DAS

CONDIÇÕES DE CONFORTO INTERIOR. UMA AÇÃO QUE SE PRETENDE

CONSISTENTE, DEFINIDA POR ESTRATÉGIAS QUE INTEGREM INFORMA-ÇÃO SOBRE O ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO PARQUE EDIFICADO, ACORREÇÃO DE PATOLOGIAS E DEBILIDADES, NECESSIDADES E HÁBI-TOS DE CONSUMO.

EM PORTUGAL, A AUSÊNCIA DE POLÍTICAS DE ORIENTAÇÃO E INCEN-TIVO ÀS ATIVIDADES DE REGENERAÇÃO OU REABILITAÇÃO DE EDIFÍ-CIOS, ALIADA A UMA CONJUNTURA ECONÓMICA QUE PROMOVEU A

CONSTRUÇÃO NOVA E FAVORECEU O CRESCIMENTO SUBURBANO,CONTRIBUIU DURANTE DÉCADAS PARA A DEGRADAÇÃO E ABANDONO

DOS CENTROS URBANOS.

PARA ALÉM DISSO, O RITMO ELEVADO DE ATIVIDADE VERIFICADO NA

EDIFICAÇÃO DE NOVOS IMÓVEIS, MUITAS VEZES A CUSTOS REDUZIDOS,TRADUZIU-SE EM MUITAS SITUAÇÕES NUMA BAIXA QUALIDADE DE

CONSTRUÇÃO, À QUAL SE ALIOU O FACTO DE MUITOS DESSES EDIFÍ-CIOS TEREM SIDO PROJETADOS NUM VAZIO REGULAMENTAR RELATIVA-MENTE AO COMPORTAMENTO ACÚSTICO, AO DESEMPENHO TÉRMICO, ÀDISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS, À SEGU-RANÇA CONTRA INCÊNDIOS, ETC.

LILIANA SOUSA1, NUNO SIMÕES1, 2, VÍTOR GIL1

1 ITECONS - CONSTRUÇÃO, ENERGIA, AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE2 UNIVERSIDADE DE COIMBRA

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• SALUBRIDADE E QUALIDADE DO AR INTERIOR

A deficiente renovação de ar no interior dos edifícios, aliada às

patologias existentes ao nível dos diversos elementos construti-

vos, as quais conduzem a infiltrações de água para o seu interior,

e à humidade decorrente do uso normal dos espaços, potenciam

a existência de um ambiente húmido, favorável ao desenvolvi-

mento de fungos, condicionando a salubridade e prejudicando a

saúde dos moradores.

A renovação de ar e a iluminação natural são fundamentais para

garantir a qualidade do ar no interior nos edifícios, visando a higie-

ne dos espaços, e consequentemente a saúde e conforto dos

seus utilizadores. No entanto, em centros urbanos, devido à den-

sidade e tipo de ocupação do solo, as fachadas que contactam

com vias de largura reduzida, logradouros ou saguões, têm dimi-

nuídas condições para a renovação de ar e penetração de luz

natural.

• COMPORTAMENTO TÉRMICO DA ENVOLVENTE E CONSUMO ENERGÉTICO

Dado que uma parcela significativa dos edifícios existentes foi

construída antes da existência de regulamentação relativa ao

desempenho térmico da sua envolvente e tendo em consideração

a qualidade dos elementos construtivos, por vezes fraca, e a sua

influencia direta no comportamento térmico global do edifício, facil-

mente se detetam debilidades associadas a insuficiente isolamen-

to térmico das partes opacas da envolvente, ao fraco desempe-

nho térmico da envolvente envidraçada, a condições inadequadas

de aproveitamento da luz solar ou insolação, à existência de pon-

tes térmicas e ao controle desajustado das infiltrações de ar.

Estas debilidades potenciam a utilização de sistemas mecânicos

de climatização, como forma de atingir os níveis de conforto dese-

jados (os quais se encontram comprometidos devido às debilida-

des térmicas da envolvente), sendo que, em muitas situações, os

sistemas instalados são inadequados ao edifício e/ou têm desem-

penhos energéticos reduzidos.

AUDITORIAS E INSPEÇÃO NOS EDIFÍCIOS

A garantia da eficácia das ações de reabilitação de edifícios, nomea-

damente nas vertentes do seu comportamento higro térmico e do seu

desempenho energético, exige o prévio conhecimento do edifício,

das suas debilidades (para lá das evidenciadas pela falta de manu-

tenção e/ou envelhecimento natural dos materiais) e do seu enqua-

dramento no tecido urbano, sendo ainda essencial uma perceção

dos diversos condicionalismos à reabilitação.

As auditorias e inspeção nos edifícios são assim essenciais nas

ações de reabilitação de edifícios, existindo atualmente à disposição

do sector da construção diversas técnicas que permitem obter infor-

mação com vista à avaliação do comportamento do edifício, mas

também à identificação das eventuais patologias no ambiente cons-

truído.

Com base na informação obtida, é possível equacionar-se, de forma

mais fundamentada, a integração de medidas de melhoria com vista

à correção de patologias, melhoria do conforto térmico e da eficiência

energética do edifício, incluindo eventualmente sugestões/indicações

com vista à melhoria da ventilação e da qualidade do ar interior.

A diretiva n.º 2002/91/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,

de 16 de dezembro, relativa ao desempenho energético dos edifí-

cios (EPBD), estabeleceu exigências térmicas e de desempenho

energético para edifícios novos e existentes sujeitos a grandes

obras de renovação e promoveu a obrigatoriedade de implementa-

ção, por parte dos diversos estados membros, de um sistema de

certificação energética de forma a informar o cidadão acerca da

qualidade térmica dos edifícios, privados e públicos, aquando da

construção, venda ou arrendamentos dos mesmos. A transposição

desta diretiva para a regulamentação nacional conduziu à forma-

ção do Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar

Interior nos Edifícios (SCE) e à revogação do Regulamento das

Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE

- Decreto-lei n.º 40/90 de 6 de Fevereiro) e do Regulamento dos

Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios (RSECE –

Decreto-lei n.º 188/98 de 7 de Maio) através da publicação dos

Decretos-Lei n.º 78/2006, n.º 79/06 e n.º 80/2006, todos de 4 de

Abril.

O regulamento atualmente em vigor (desde dezembro de 2013) –

Decreto-Lei nº118/2013, que revogou os Decretos-lei n.º 78/2006,

n.º 79/06 e n.º 80/2006 e transpôs para a legislação nacional a dire-

tiva n.º 2010/31/EU do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19

de Maio, relativa ao desempenho energético dos edifícios (EPBD)

- atualiza os requisitos de qualidade térmica da envolvente dos edi-

fícios novos e grandes reabilitações e introduz requisitos de eficiên-

cia para os sistemas de climatização, de preparação de água quen-

te sanitária, de iluminação e de aproveitamento de energias reno-

váveis, sujeitos agora a padrões mínimos de eficiência energética.

Em 8 de abril de 2014, foi publicado o Decreto-Lei n.º 53/2014, que

estabelece um regime excecional e transitório a aplicar em ações

de reabilitação de edifícios ou frações de habitação, concluídos há

pelo menos 30 anos ou localizados em áreas de reabilitação urba-

na. Este regime prevê a dispensa de observância de determinadas

disposições técnicas, cujo cumprimento implique custos incompor-

táveis, não se traduzam na garantia de habitabilidade do imóvel

reabilitado, entre outros. Prevê ainda, pelos mesmos motivos, a dis-

pensa do cumprimento de requisitos estabelecidos nos regimes

jurídicos em vigor sobre requisitos acústicos, eficiência energética

e qualidade térmica.

Esta lei, que visa facilitar a reabilitação dos edifícios mais antigos,

não pretende excluir de forma automática a verificação dos requisi-

tos impostos pela legislação específica aplicável, pelo que a abor-

dagem à reabilitação, mesmo dos edifícios mais antigos, deverá

passar pela tentativa de cumprir, dentro da medida do possível, os

requisitos impostos pela legislação específica. Só desta forma será

possível promover a reabilitação térmica e energeticamente eficien-

te dos edifícios urbanos.

DEBILIDADES DO PARQUE EDIFICADO

Identificar de forma correta as debilidades no parque edificado

nacional é o ponto de partida para que se consigam estabelecer

medidas de melhoria a adotar ao nível da reabilitação, que garan-

tam a efetiva melhoria dos níveis de conforto térmico e o aumento

da sua eficiência energética.

As principais debilidades do parque edificado estão relacionadas

com:

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Ao nível da reabilitação de edifícios, e no que concerne à

componente de construção civil, a técnica da termografia

infravermelha pode ser muito útil, destacando-se as seguin-

tes aplicações:

- Inspeção do isolamento térmico, deteção de fugas de ar

e de perdas de calor na envolvente dos edifícios;

- Deteção de anomalias relacionadas com a presença de

humidade (condensações, infiltrações de água, etc.);

- Deteção de fissuras, descolamento de revestimento e

de outros defeitos da envolvente;

- Avaliação das propriedades térmicas dos materiais de

construção (em condições muito controladas);

- Deteção e caracterização de defeitos não visíveis em

elementos de construção.

• INFILTRAÇÕES E QUALIDADE DO AR INTERIOR

Ao pensar na reabilitação de edifícios, esta avaliação reves-

te-se da maior importância, uma vez que é essencial perce-

ber qual o nível de infiltrações de ar presente no edifício. As

infiltrações de ar podem ser determinadas através do méto-

do de pressurização com recurso a ventilador - Blower Door

Test (EN 13829:2000).

A avaliação das infiltrações possibilita a identificação de fra-

gilidades ao nível da envolvente, uma vez que permite iden-

tificar os locais por onde possam estar a ocorrer infiltrações

indesejáveis, facilitando assim a intervenção para a corre-

ção destas situações.

Função do elevado tempo de permanência no interior dos

edifícios, é essencial que seja garantida a qualidade do ar no

interior dos mesmos, como forma de assegurar a saúde não

apenas dos habitantes, mas também do próprio edifício.

A medição da concentração de poluentes durante a utiliza-

ção dos edifícios permite-nos avaliar o grau de eficácia dos

sistemas de ventilação e identificar ações corretivas a imple-

mentar no sentido de se garantir a qualidade do ar interior.

• AUDITORIA ENERGÉTICA

A auditoria energética tem como objetivo a desagregação

dos consumos de energia verificados nos edifícios, de modo

a perceber assim quais os fins a que se destina a energia

que é consumida e qual o peso de cada componente nes-

ses consumos (climatização, iluminação, cozinha, entre

outros).

Quanto mais rigorosa for a auditoria energética realizada

aos edifícios, sendo que este nível de rigor deverá ser ajus-

tado a cada caso em concreto, maior a probabilidade de se

conseguir avaliar com rigor o impacto das medidas de

melhoria a preconizar e assim estimar de forma tão exata

quanto possível os períodos de retorno do investimento

necessário à implementação das mesmas.

Das várias técnicas de inspeção e avaliação do desempenho de edifí-

cios existentes, salientam-se as seguintes:

• MEDIÇÃO IN-SITU DE FLUXO DE CALOR

A caracterização térmica da envolvente dos edifícios existentes é

muitas vezes condicionada pela escassa informação de projeto dis-

ponível, e pela impossibilidade de fazer uma inspeção intrusiva dos

elementos construtivos, o que implica em alguns casos, função do

custo e viabilidade de avaliação do desempenho das soluções cons-

trutivas, o recurso à medição in-situ de fluxos de calor para determi-

nação da resistência térmica (ISO 9869) de um determinado ele-

mento construtivo, através de um termofluxímetro.

• TERMOGRAFIA

A termografia infravermelha é uma técnica que possibilita a obten-

ção da distribuição das temperaturas superficiais de grandes áreas

através da produção de imagens térmicas (ou termogramas), recor-

rendo a uma câmara de infravermelhos, a qual faz a leitura da radia-

ção infravermelha emitida pelos corpos.

Inspeção termográfica de fachada apresentando descolamento do revestimento

Reabilitação eRenovação

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• "MANUAL DE BOAS PRÁTICAS CONSTRUTIVAS", que visa ser um ins-

trumento que permita aos diversos agentes do sector da constru-

ção adquirir conhecimentos essenciais para avaliação do desem-

penho de soluções construtivas. O manual é disponibilizado gratui-

tamente, mediante solicitação por e-mail (certifica cao@ite -

cons.uc.pt);

• CATÁLOGO DE SOLUÇÕES DE REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS, que permite

ao projetista ou ao proprietário fazer, após seleção de uma deter-

minada solução construtiva existente no edifício em análise, a

escolha de soluções de reabilitação energética possíveis e a iden-

tificação dos benefícios técnicos e económicos dessas soluções.

Disponível em http://www.itecons.uc.pt/catalogosre;

• CATÁLOGO DE SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS EFICIENTES, que permite aos

diversos agentes da construção selecionar soluções construtivas oti-

mizadas e compará-las entre si (em termos técnicos e económicos)

ou com as soluções correntes aplicadas em Portugal. Disponível em

http://www.itecons.uc.pt/catalogosce;

• CATÁLOGO DE PONTES TÉRMICAS LINEARES, que permite obter valores

do coeficiente de transmissão térmica linear (ψ), determinados de

acordo com a norma ISO 10211, para diferentes tipos de Pontes

Térmicas Lineares, tendo em conta diferentes soluções construtivas.

Disponível em http://www.itecons.uc.pt/catalogoptl;

• FERRAMENTA DE APLICAÇÃO DO REH (Regulamento de Desempenho

Energético dos Edifícios de Habitação - DL118/2013, de 20 de

Agosto), destinada à avaliação do desempenho térmico e energético

de edifícios de habitação, por parte de projetistas e peritos qualifica-

dos do Sistema Nacional de Certificação Energética, é uma ferra-

menta aplicável tanto a edifícios novos como a edifícios existentes.

NOTAS FINAIS

A reabilitação energeticamente eficiente de edifícios urbanos deve

ser encarada como uma ação integrada que visa por um lado, dotar

os edifícios de condições adequadas aos níveis de conforto exigidos

pela sociedade atual e por outro garantir a sua sustentabilidade.

Deve por isso focalizar-se na identificação cuidada das debilidades

dos edifícios, nomeadamente ao nível da sua envolvente, e na otimi-

zação do seu desempenho térmico, ficando para segundo plano a

otimização dos sistemas, nomeadamente os de climatização, os

quais deverão ser encarados como uma ferramenta necessária para

colmatar as restrições ao nível da reabilitação térmica da envolvente.

Contudo existe ainda um longo caminho pela frente, nomeadamente

no que concerne à sensibilização dos diversos agentes do sector da

construção para a problemática da sustentabilidade energética do

parque edificado e da adequação de uso dos edifícios, sob pena de

se alastrar ainda mais a desertificação dos centros urbanos, e ao

desenvolvimento de ferramentas/mecanismos de apoio à decisão.

Pretendeu-se ao longo deste artigo alertar para algumas especifici-

dades da reabilitação energeticamente eficiente de edifícios, a qual

deverá assentar num conhecimento prévio dos mesmos e das suas

debilidades, tendo-se apresentado também, por este motivo, alguns

métodos de inspeção e auditoria em edifícios. Complementarmente,

apresentaram-se ainda alguns instrumentos de apoio à decisão,

desenvolvidos e disponibilizados pelo ITeCons.

• SIMULAÇÃO DINÂMICA

A simulação dinâmica é utilizada para reproduzir em forma de

modelo numérico, com recurso a software específico, o desem-

penho térmico e energético de um edifício, para posteriormente

conseguir simular o impacto da introdução de medidas de

melhoria tanto ao nível dos sistemas ativos como passivos.

FERRAMENTAS DE APOIO À DECISÃO

A reabilitação energeticamente eficiente de edifícios urbanos

exige, conforme já foi descrito anteriormente, um conhecimento

aprofundado dos edifícios e das suas debilidades, o qual é con-

seguido com base em auditorias e inspeção nos edifícios.

No entanto exige também, para além da sensibilização dos

diversos agentes do sector da construção para a necessidade

de adequar os edifícios existentes às exigências da sociedade

atual, garantindo elevados níveis de conforto com reduzidos

consumos energéticos, que existam ferramentas de apoio à

decisão, que possibilitem a perceção da importância do conhe-

cimento do edifício antes de intervir, a identificação de várias for-

mas de intervenção para a correção de determinadas debilida-

des, a diferenciação de materiais e soluções construtivas, a esti-

mativa do potencial de melhoria de desempenho associado a

cada intervenção, entre outros.

Reconhecendo a importância da existência destas ferramen-

tas de apoio à decisão, não apenas na vertente da reabilita-

ção energeticamente eficiente de edifícios, mas também na

promoção da eficiência energética em edifícios novos, o

ITeCons tem promovido a realização de diversas ações de

sensibilização/formação em várias regiões do país, publicado

manuais de boas práticas e disponibilizado diversas ferramen-

tas, nomeadamente catálogos de soluções. Estes elementos

concentram-se na PLATAFORMA PARA A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

DE EDIFÍCIOS, gerida pelo ITeCons, disponível em www.ite-

cons.uc.pt/p3e. Destacam-se as seguintes ferramentas:

• “MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS URBA-NOS”, que visa sobretudo transmitir alguns conceitos essenciais

na avaliação de desempenho de soluções construtivas, alertar

para algumas das especificidades da reabilitação energética de

edifícios e apresentar estratégias de reabilitação. O manual é

disponibilizado gratuitamente, mediante solicitação por e-mail

([email protected]);

Esquema do menu de entrada do catálogo de soluções de reabilitação.

Reabilitação eRenovação

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Produtos

Liveplace I apresenta placa ATT

Em qualquer área de negócios os clientes são cada vezmais exigentes e mais do que produtos procuram expe-riências e soluções. É nesta base que a Liveplace conju-ga um leque de soluções globais que traduzem o concei-to de bem-estar com um enfoque especial na otimizaçãode recursos e na eficiência térmica e acústica.

No que diz respeito ao sector da construção, este temvindo a registar cada vez mais um processo acelerado derenovação tecnológica nos seus componentes materiais,técnicas e métodos. Atualmente, diversas empresas deconstrução procuram na inovação a melhoria qualitativae também produtiva, impondo assim, novos desafios aosmétodos convencionais. Neste contexto, a Liveplaceapresenta a placa de gesso ATT Liveplace, que se des-taca por ser um produto de altas prestações e rápida ins-talação e que certamente, vai ganhar mercado na indús-tria da construção civil.

Quando comparado com outros tipos de materiais, sãomuitos os fatores que mostram que o gesso natural é ummaterial promissor para gerar novos elementos e tecno-logias construtivas.

Face à crescente competitividade, torna-se cada vezmais importante reagir rapidamente aos desafios do mer-cado, às suas crescentes exigências, com conceitos deelevada qualidade e total satisfação para o consumidorfinal. Para fazer frente a todos os desafios futuros, aplaca ATT Liveplace está orientada para a melhoria con-tínua da sua performance e as suas práticas são susten-tadas na implementação da Qualidade.

Focada na exploração com sucesso de novas ideias, a empresa aposta fortena placa ATT, composta por gesso natural, fluidificantes, carbonatos, fibra dereforço e aditivos inorgânicos, que oferecem ao produto dureza e resistência.Um dos trunfos da placa ATT é a sua dimensão, pois está disponível na medidade 1200 mm x 600 mm, o que permite um fácil manuseamento e transporte.

Este produto foi criado em quatro segmentos - Basic, Hidro, Fuego eResist -, que podem ser aplicados em qualquer tipo de obra, quer sejanova ou reabilitação, em tetos, divisórias, revestimentos ou outros.

- Placa Basic - Gama Standard- Placa Hidro - Diminui a capacidade de absorção de água- Placa Fuego - Maior resistência ao fogo- Placa Resist - Maior resistência ao impacto

A placa Basic é normalmente aplicada em locais sem qualquer especificaçãoespecial. Apresenta-se em cor branca.

O modelo Hidro incorpora um tratamento hidrófugo, diminuindo de forma bru-tal a sua capacidade de absorção de água, protegendo nas condições maisadversas. Deve ser aplicada em zonas sujeitas a humidade, como casas debanho e cozinhas, entre outras. Este modelo cumpre todos os requisitos paraestar classificada na categoria de placa com capacidade de absorção de águareduzida (-5%).

Caso exista uma situação em que seja necessário reforçar a segurança noque diz respeito ao fogo, a placa mais adequada é a Fuego, pois está classi-ficada como A1, dando a estabilidade necessária para proteger estruturas einstalações.

A placa Resist está apta para ser aplicada em zonas com necessidades exi-gentes, como zonas de passagem com grande afluência de pessoas e sujeitaa impactos.

Esta placa tem uma estabilidade dimen-sional superior a muitos outros materiais,devido à presença de fibra de vidro, à ele-vada densidade e à alta resistência. A suadureza, juntamente com a perfilaria ATTLiveplace, forma um sistema robusto eresistente adequado para zonas comgrandes exigências mecânicas.

É muito importante salientar que, devido aos seus componentes iner-tes e inorgânicos, esta placa não se ressente com as condiçõesambientais e não se deforma durante a sua vida útil. O sistema admi-te pintura com grande facilidade, tanto com rolo como com pistola,mantendo todas as suas características. Pode-se afirmar que estesistema tem vantagens para todos, seja instalador, prescritor, arma-zenista ou consumidor final.

Para o instalador este é um sistema rápido (finalização dos trabalhono próprio dia, uma vez que o tempo de secagem das massas éexcelente), seguro (as placas ficam presas nas juntas sem ser neces-sário segurá-las, sendo depois apenas aparafusadas à estrutura) emais simples (baixo peso da placa, dimensões ergonômicas e fácilmanuseamento).

Na acústica, a placa ATT Liveplace produz um maior isolamentoe uma melhor absorção. Já no que diz respeito à reação ao fogoestá classificada como A1.

É muito importante referir que o facto desta placa ser constituídapor componentes 100% inorgânicos não favorece a formação demicro-organismos. Este, como os demais, são pontos importan-tes tidos em conta pelos prescritores.

VANTAGENS

- Mais funcional;

- Um único operário instala e transporta facilmente;

- Tratamento de juntas sem papel;

- Um sistema mais simples, limpo e rápido;

- Máxima produtividade e mínimo desperdício;

- Maximiza o rendimento de mão-de-obra e materiais;

- Acabamento perfeito;

- As juntas e sombras são impercetíveis à luz;

- Superiores prestações técnicas;

- Dureza, isolamento, absorção, fogo, humidade...

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Reabilitação eRenovação

QR INOX I OLI - Oliveira & Irmão

O Quick Refit Inox (QR Inox) da OLI é um módulo sanitário adaptável a

vários cenários, que foi idealizado e desenhado para uma maior poupança

de espaço em qualquer casa de banho. Com dimensões reduzidas e a

mais alta tecnologia incorporada, é a melhor opção para uma rápida reno-

vação ou reabilitação da casa de banho, não necessitando de obras pro-

fundas para a sua instalação.

Com quatro pontos de fixação, cinco ligações possíveis para a entrada de

água e um tubo de descarga ajustável a todo o tipo de sanita, o QR Inox

pode substituir qualquer sistema sanitário existente, incluindo os mais rudi-

mentares, oferecendo mais espaço à casa banho, fruto de um design

moderno e dinâmico.

A versatilidade do QR Inox permite ainda que possa ser instalado em ver-

são FLOOR, no chão, ou em versão SUSP, ou seja, suspensa. A primeira

permite-lhe a possibilidade de renovar a sua casa de banho com uma sani-

ta que encosta totalmente à superfície em vidro temperado, resultando

numa solução robusta e elegante. Já a segunda inclui uma curva de eva-

cuação para ligação ao chão ou à parede, obtendo dessa forma uma solu-

ção contemporânea que elimina as tradicionais barreiras arquitetónicas e

permite uma limpeza mais rápida e eficaz da sua casa de banho.

EQUIPADO COM OLI74 PLUS

Tão importante como a renovação da casa de banho sem

grandes custos em obras é o conforto financeiro que o QR

Inox também pode proporcionar. Tudo porque está equipado

com um autoclismo interior de referência: o OLI74 Plus, que é

certificado pela Associação Nacional para a Qualidade nas

Instalações Prediais (ANQIP) com classe A+ em eficiência

hídrica, e é o único autoclismo interior do mercado que devido

ao sistema retardador incorporado na torneira de bóia Azor

Plus, permite poupar até nove litros de água por dia, o que

equivale a uma redução de 2% no valor da fatura mensal.

Aliado a este facto de extraordinária importância, o QR INOX

dá ainda a possibilidade de escolher entre dois tipos de dupla

descarga: o “No Touch”, que não necessita de toque para ati-

var, já que está equipado com sensores que detetam a apro-

ximação; e o “Button” que incorpora um botão basculante para

ativação da descarga.

O uso da tecnologia “Hidroboost” é outra das grandes vanta-

gens do QR, pois dispensa a ligação à rede elétrica ou a subs-

tituição de pilhas, porque ao aproveitar a energia da água em

movimento, gera e armazena energia que será utilizada pos-

teriormente para ativar as descargas.

IDEAL PARA O MERCADO DA REABILITAÇÃO

A reabilitação urbana está, nos dias de hoje e por diversos

motivos, no topo das preferências do mercado. Com os

apoios dados pelo Estado, seja por via direta ou através de

programas autárquicos, a aposta tem sido recuperar ou reno-

var. Sendo o QR Inox um produto pensado para esse merca-

do em franco crescimento e tendo, nas suas características,

condições ímpares no aproveitamento das infraestruturas já

existentes, é a solução perfeita para a renovação e reabilita-

ção de qualquer casa de banho.

A.100 RPT I Extrusal

A.100 RPT - UM SISTEMA DE CAIXILHARIA PARA

UMA REABILITAÇÃO SUSTENTÁVEL

Desenvolvido pela Extrusal, focada em contribuir para uma construção

sustentável, o A.100 RPT, destaca-se pela sua elevada eficiência ener-

gética e acústica, e pela sua ótima estanquidade à água, permeabili-

dade ao ar, resistência à pressão do vento e durabilidade mecânica.

O conforto de edifícios termicamente melhorados e mais silenciosos

determinou o desenvolvimento do novo sistema de batente que integra

três versões: O A.175, topo de gama da família, e A.165 e A.155, eco-

nomicamente mais acessíveis.

O sistema está dotado de caixas específicas para receber perfis de

capeamento destinados à reabilitação. De referir ainda a elevada

capacidade de estanquidade da câmara de drenagem e as caixas que

permitem receber vidros de elevadas espessuras.

O A.175 apresenta um desempenho térmico ímpar. O complemento

de vedante em bicomponente (EPDM+FOAM) melhora a performan-

ce do caixilho e a espuma elastomérica em todo o perímetro da folha

contribui para o bom desempenho térmico. O sistema de batente

A.100 RPT possui poliamidas exclusivas, novas vedações e vedante

central.

A robustez do sistema é garantida pela inclusão de caixas para

esquadros específicos, em alumínio extrudido, no interior e exterior

dos perfis e pela espessura dos próprios perfis (1.5 a 1.6 m). As fer-

ragens possibilitam a montagem dos perfis com um peso máximo

por folha de 130 kg na solução batente e oscilobatente, 120 Kg

para a solução projetante e de 70 Kg na tipologia basculante.

Como dimensões máximas, o sistema permite uma largura de

1400 mm e uma altura de 2700 mm.

48 /

Reabilitação eRenovação

Reabilitação: O Futuro no Passado I Diera

Face às necessidades do mercado e tendo em conta o paradig-

ma da construção em Portugal, cada vez mais se insiste, e

bem, na reabilitação. As licenças para reabilitação têm vindo a

aumentar de forma exponencial, ao longo do último ano, como

alternativa ao abrandamento do mercado da construção nova

que se tem verificado desde anos recentes.

Em consequência, há uma necessidade real e premente de

desenvolvimento de soluções específicas para este mercado,

adaptadas à realidade habitacional e geográfica, e capazes de

dar resposta a situações e problemas comuns com que os pro-

fissionais da construção se deparam no dia-a-dia.

A Diera tem envidado esforços no desenvolvimento de soluções

de cariz tecnológico para a sua gama de produtos da área da

reabilitação e renovação, dos quais destacamos, entre outros,

o Diera TC Cal Reabilita e o Diera TC Estuque Reabilita.

Tratam-se de soluções formuladas à base de cal, a fim de asse-

gurar a compatibilidade com os suportes vulgarmente encontra-

dos em obras de reabilitação, e que são fruto da experiência no

acompanhamento e apoio de obras de reabilitação, analisando

as características e necessidades dos projetos, conjugando o

feedback dos profissionais no terreno e o conhecimento técnico

dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento.

O Diera TC Cal Reabilita, que permite a proteção das alvena-

rias onde será aplicado, consegue assegurar espessuras até

um limite de 3 cm, permitindo um acabamento areado, em

suportes como a pedra, o tijolo/adobe e o tabique. O Diera TC

Estuque Reabilita funciona como um complemento, promoven-

do uma textura lisa (estanhado).

São soluções que, dependendo do acabamento pretendido,

tanto podem funcionar em conjunto ou de forma individual,

agindo como elemento regularizador e protetor de rebocos anti-

gos, preservando o aspeto natural dos suportes.

FIBRANxps I Iberfibran

A Iberfibran lançará muito em breve uma nova ferramenta

de cálculo de espessuras de isolamento térmico

FIBRANxps segundo a regulamentação atual. De acordo

com o DL 118/2013 as exigências de isolamento térmico

nos edifícios aumentaram entre 20% a 35% relativamente

à legislação anterior de 2006.

Assim, é uma necessidade real informar todos os parcei-

ros FIBRAN, e o mercado em geral, dos atuais requisitos

e espessuras mínimas de isolamento FIBRANxps para os

diferentes elementos e soluções construtivas (paredes,

coberturas, pavimentos e elementos enterrados). Esta fer-

ramenta de utilização muito simples permitirá em qualquer

local pré-dimensionar a espessura do isolamento neces-

sária, mediante a localização da obra, a solução constru-

tiva e o elemento da envolvente em causa.

Schlüter®-RENO-V I Schlüter-Systems

Schlüter®-RENO-V é um perfil com um lado de transição variável,

para a união contínua de pavimentos de diferentes alturas, por

exemplo, nas áreas de transição entre pavimentos em cerâmica e

alcatifas. Além disso, protege eficazmente as arestas do revesti-

mento. A aba tem uma união articulada que a torna variável. Deste

modo, o perfil pode ajustar-se à altura do revestimento adjacente.

Isto permite prevenir a formação de um degrau entre revestimentos

com alturas diferentes, onde se pode tropeçar.

Schlüter®-RENO-V já comprovou a sua resistência em áreas sujei-

tas a fortes solicitações (entradas para garagens e pavilhões).

Nestes casos, o espaço por baixo da aba deve ser preenchido com

argamassa.

Schlüter®-RENO-V pode ser fornecido em alumínio (AV) e alumínio

anodizado (AEV). Schlüter®-RENO-AV em alumínio é sensível a

substâncias alcalinas. Os materiais à base de cimento desenvol-

vem propriedades alcalinas sob a influência de humidade e,

dependendo da concentração e do tempo de atuação, podem dar

origem à corrosão (formação de hidróxido de alumínio). Por este

motivo, é necessário remover imediatamente qualquer tipo de

argamassa ou material para juntas que esteja nas superfícies que

fiquem à vista.

Schlüter®-SCHIENE-AEV em alumínio anodizado apresenta uma

superfície modificada por uma camada de anodização, a qual não

se altera sob circunstâncias de aplicação normais. A superfície

deve ser protegida contra objetos que a esmerilem ou raspem. O

contacto com cola para tijoleira, argamassa ou material para juntas

pode atacar a superfície, pelo que deve ser removida qualquer suji-

dade originada por estes materiais. De resto, aplica-se a descrição

fornecida para o alumínio.