domingo, 2 de fevereiro de 2014 a gazeta economia

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35 DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 A GAZETA EDITORA: ELAINE SILVA [email protected] Tel.: 3321.8327 agazeta.com.br/dinheiro gazetadinheiro Economia. Forma como pais veem o trabalho influencia filhos Págs.40 e 41 CONTAS DO ESTADO R$ 800 MILHÕES ABAIXO DO ESPERADO NO CAIXA União repassou R$ 305 milhões a menos do estimado em 2013 ABDO FILHO [email protected] O governo do Espírito San- to fechou 2013 com uma receita total de R$ 13,409 bilhões, R$ 796 milhões abaixo do que o orçamento estadual previu para o ano passado: R$ 14,205 bi- lhões. Esses recursos vêm fundamentalmente dos tributos arrecadados pelo Estado (R$ 9,9 bi), transfe- rências constitucionais (R$ 4,1 bi), contribuições (R$ 1,8 bi) e financiamen- tos (R$ 910 milhões). O volume de recursos à disposição do Tesouro Esta- dual – que ficou abaixo dos R$ 13,6 bi registrados em 2012 – seria maior se as transferências de capital – recursos pleiteados por Es- tados e municípios junto à União Federal – viessem nu- mavazãomaior.Noanopas- sado, o orçamento previa a vinda de R$ 335,253 mi- lhõesdeBrasília,entretanto, só chegaram ao Palácio An- chieta R$ 30,563 milhões, ou 9,12% do orçado. O Estado esperava, por exemplo, R$ 16,4 milhões de um convênio da União destinado à educação. Vie- ram apenas R$ 2,67 mi- lhões. Noutra transferência, desta vez tendo o Sistema ÚnicodeSaúde(SUS)como destino, eram aguardados R$ 6,63 milhões, mas não chegou um único centavo. O governo capixaba tam- bém encontrou dificuldades comasoperaçõesdecrédito. A expectativa era de captar R$1,595bilhãonomercado em 2013, mas o volume ar- recadado ficou em R$ 910,7 milhões, pouco acima da metade do que estava pre- visto. Dos R$ 150 milhões esperados do BNDES para as obras do BRT, por exem- plo, apenas R$ 5,45 milhões vieram. Dos R$ 17 milhões que viriam da Caixa para as obras de melhoraria do en- torno e de vazão do Rio Ma- rinho, não chegou nem R$ 1. O Programa Estadual de Desenvolvimento Sustentá- vel tinha previsão de captar R$ 800 milhões junto ao BNDES, mas só R$ 553,48 milhões bateram no cofre. IMPOSTOS Se na captação de recur- sos fora, via financiamen- tos ou via União, o governo patinou, o mesmo não ocorreu nas receitas prove- nientes da arrecadação tri- butária e das contribui- ções. O valor arrecadado com impostos (R$ 9,94 bi) ficou 8,13% acima do que previa o orçamento (R$ 9,19 bi). O volume só não superou 2012 (R$ 10,26 bi), por conta do fim do Fundap, que retirou R$ 1,1 bi dos cofres do governo. O aumento na arrecadação dos demais tributos, ICMS principalmente, impedi- ram buraco maior. No que diz respeito às contribuições,aarrecadação (R$ 1,895 bi) ficou 7,97% acima do que foi previsto pe- lo orçamento (R$ 1,755 bi). Na comparação com 2012, a expansãofoide14%.Noano retrasado, as contribuições renderam R$ 1,661 bilhão aos cofres do Estado. BALANÇO DE 2013

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35DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014 A GAZETA

EDITORA:

ELAINE [email protected]

Tel.: 3321.8327agazeta.com.br/dinheiro

gazetadinheiro

Economia. Forma como paisveem o trabalhoinfluencia filhosPágs.40 e 41

CONTAS DO ESTADOR$ 800 MILHÕES ABAIXODO ESPERADO NO CAIXAUnião repassou R$ 305 milhões a menos do estimado em 2013

ABDO [email protected]

OgovernodoEspíritoSan-to fechou 2013 com umareceita total de R$ 13,409bilhões, R$ 796 milhõesabaixodoqueoorçamentoestadual previu para o anopassado: R$ 14,205 bi-lhões. Esses recursos vêmfundamentalmente dostributos arrecadados peloEstado(R$9,9bi), transfe-rências constitucionais(R$ 4,1 bi), contribuições(R$ 1,8 bi) e financiamen-tos (R$ 910 milhões).

O volume de recursos àdisposição do Tesouro Esta-dual – que ficou abaixo dosR$ 13,6 bi registrados em2012 – seria maior se astransferências de capital –recursos pleiteados por Es-tados e municípios junto àUniãoFederal–viessemnu-mavazãomaior.Noanopas-sado, o orçamento previa avinda de R$ 335,253 mi-lhõesdeBrasília,entretanto,só chegaram ao Palácio An-chieta R$ 30,563 milhões,ou 9,12% do orçado.

O Estado esperava, porexemplo, R$ 16,4 milhõesde um convênio da Uniãodestinado à educação. Vie-ram apenas R$ 2,67 mi-lhões.Noutra transferência,desta vez tendo o SistemaÚnicodeSaúde(SUS)comodestino, eram aguardadosR$ 6,63 milhões, mas nãochegou um único centavo.

Ogovernocapixabatam-bémencontroudificuldadescomasoperaçõesdecrédito.A expectativa era de captarR$1,595bilhãonomercadoem 2013, mas o volume ar-

recadadoficouemR$910,7milhões, pouco acima dametade do que estava pre-visto. Dos R$ 150 milhõesesperados do BNDES paraas obras do BRT, por exem-plo,apenasR$5,45milhõesvieram. Dos R$ 17 milhõesque viriam da Caixa para asobras de melhoraria do en-tornoedevazãodoRioMa-rinho, não chegou nem R$1. O Programa Estadual deDesenvolvimento Sustentá-vel tinha previsão de captarR$ 800 milhões junto aoBNDES, mas só R$ 553,48milhões bateram no cofre.

IMPOSTOSSenacaptaçãoderecur-

sos fora, via financiamen-tosouviaUnião,ogovernopatinou, o mesmo nãoocorreunasreceitasprove-nientes da arrecadação tri-butária e das contribui-ções. O valor arrecadadocom impostos (R$ 9,94 bi)ficou 8,13% acima do queprevia o orçamento (R$9,19 bi). O volume só nãosuperou 2012 (R$ 10,26bi), por conta do fim doFundap,queretirouR$1,1bidoscofresdogoverno.Oaumento na arrecadaçãodos demais tributos, ICMSprincipalmente, impedi-ram buraco maior.

No que diz respeito àscontribuições,aarrecadação(R$ 1,895 bi) ficou 7,97%acimadoquefoiprevistope-lo orçamento (R$ 1,755 bi).Nacomparaçãocom2012,aexpansãofoide14%.Noanoretrasado, as contribuiçõesrenderam R$ 1,661 bilhãoaos cofres do Estado.

BALANÇO DE 2013

Documento:AG02CAEO035;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:01 de Feb de 2014 13:52:06

36 ECONOMIAA GAZETA DOMINGO, 2 DE FEVEREIRO DE 2014

BALANÇO DE 2013

“Dinheiro da União é difícil”SecretárioexplicaquesãováriasasdificuldadesqueenvolvemacaptaçãoderecursosforadoEstado

ABDO [email protected]

“As transferências de capi-tal, que são os recursosque pleiteamos junto àUnião,historicamente sãode baixa execução. Sem-pre houve essa dificulda-de, é um dinheiro difícil”.

Essa foi a explicação da-da pelo secretário da Fa-zenda, Maurício Duque,para o fato do Estado terconseguido apenas R$30,5 milhões dos R$ 335,2milhõesqueforamsolicita-dos. “Tem projeto, tem ca-dastro, mas sempre é esseproblema”, argumenta.

Sobre os financiamen-tos, Duque diz que o orça-mento faz uma prévia doque irá precisar ou do que

pretende fechar, mas quehá muitas pedras no meiodeste caminho. “Os recur-sos só vêm, por exemplo,quando sai o licenciamen-

to, nós sabemos que esseprocessomuitasvezesaca-ba atrasando. Esse é umdos motivos que fazem umcrédito não vir no ano que

GABRIEL LORDÊLLO - 24/11/2012

“Tem projeto,tem cadastro,mas sempre éesse problema.Recursosvindos daUniãohistoricamentesão de baixaexecução”—MAURÍCIO DUQUESECRETÁRIODA FAZENDA

nós esperamos”.Também há os casos em

que o projeto acaba atra-sando. “O BRT, por exem-plo, acabou não saindo no

ano passado, o dinheironão veio. O mesmo deveocorridonocasodoRioMa-rinho. Também há situa-çõesemqueodinheironãovem mesmo e aí o governoacaba fazendo com recur-sos próprios. Baixa capta-ção não significa que osprojetos não estão saindo”.

GASTOSApesar da receita total

doEstadoterficadoR$216milhõesabaixodoregistra-do em 2012, as despesassubiram: 5,7% no caso dovalorempenhado(reserva-doparaefetuarpagamentoplanejado) e 5,56% no li-quidado (quando o serviçoéexecutado,ovaloré liqui-dado). Na avaliação do se-cretário, a expansão foi ab-solutamente normal.

“Primeiro que o cresci-mento ficou abaixo da in-flação do ano passado

(5,91%). Além disso, tra-ta-se de uma ampliaçãopositiva do custeio, abri-mos um hospital (Dr. Jay-me Santos Neves, na Ser-ra) e contratamos mais demil novos policiais milita-res.Semprequeoserviçoéampliado, o custeio tam-bém sobe, mas isso é quechamo de bom custeio”.

Para 2014, Duque se in-clui no time dos otimistas.Ele aposta que as econo-mias do Brasil e do EspíritoSantodevemregistrarcres-cimento de 3% este ano.

Com relação à arrecada-ção estadual, o secretárioacredita que a receita volta-rá aos níveis de 2012, o úl-timoanodoFundap.“NossaperdacomofimdoFundapfoi superior a R$ 1 bi, masconseguimos repor partedisso com o crescimento deoutros tributos. Isso deve semanter em 2014”.

CONSUMO ALTO

Conta de luz pode ficar 10% mais caraPreço da energia atingeo teto em fevereiro;custo do megawattdobra e vai a R$ 822

RIO

Oconsumidorvaipagarca-ropelocalordoúltimomêse pelo baixo volume dechuvas. Além dos gastoscom a geração das usinastérmicas, que custam maisque a energia das hidrelé-tricas, os brasileiros ainda

vão arcar com as despesasdas distribuidoras com acompradeenergianomer-cado livre. O preço para oiníciodefevereiroéomaiordesde setembro, quandomudou a forma de calcularo valor da energia.

Para primeira semanade fevereiro, atingiu R$822,83,otetoestabelecidopela Agência Nacional deEnergia Elétrica (Aneel).Em janeiro esse valor era

quase a metade: R$ 466.Com isso, as contas de luzpodem subir até 10% nadata anual do reajuste.

De acordo com estima-tiva da Associação Brasi-leira dos Comercializado-res de Energia (Abraceel),se todos esses custos per-maneceremnoatualpata-mar, as distribuidoras po-derão pedir à Aneel, queautoriza os reajustes, re-passe do custo mais alto

nas contas de luz.As distribuidoras têm

de recorrer ao mercado li-vre, pois não vêm conse-guindo obter toda a ener-gia necessária para aten-der à demanda nos leilõesfeitos pelo governo fede-ral. Atualmente, elas pre-cisamcomprar3,3milme-gawatts (MW) médiosadicionais e, assim, aca-bam tendo que arcar compreços elevados.

SXCHU

Calor contribuiu para o aumento do uso da energia

ÚLTIMA CHAMADA

Documento:AG02CAEO036;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:01 de Feb de 2014 12:43:51