doenças mais comuns em moluscos
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Os moluscos são um precioso bem de consumo. Neste trabalho faz-se uma breve descrição de algumas das mais importantes doenças que afectam estes animais. Discute-se alguns possíveis tratamentos e possíveis formas de prevenir-los.TRANSCRIPT
Doenças mais comuns em Moluscos
Sanidade e PatologiaAna Catarina Reis
Lúcia Barriga Negra
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
IntroduçãoQual o interesse de estudar este tema?
• Os moluscos têm uma grande importância no consumo humano;
• Produção em duas fases:
• Maternidade e pré-engorde
• Engorde
Espécies mais importantes
• Crassostrea gigas•Ruditapes philippinarum•Patinopecten yessoensis•Mytilus edulis•Anadara granosa
Morfologia geral dos moluscos
• Animais de corpo mole, sésseis ou não;• Simetria bilateral, triblásticos, celomados e não segmentados;• Corpo dividido em três: cabeça, massa visceral e pé;• Constituído por 7 classes;• Manto ( dobramento da epiderme);• Concha ( presente ou não);• Respiração branquial ( aquáticos), pulmonar ( terrestres), cutânea indirecta ( sem concha);• Sistema digestivo completo;• Circulação Aberta ou fechada;• sistema renal primitivo ( aquáticos - excretam amónia, terrestres - ureia);• Sistema nervoso ganglionar;• Reprodução sexuada, fecundação interna ou externa;
Sintomatologia geral...
Sinais clínicos:• Paragem do crescimento;• Alta taxa de mortalidade;• Enfraquecimento dos indivíduos.
Sinais visuais:• Descoloração da glândula digestiva;• Necrose.
Caracterização do agente etiológico
• Parasita protozoário do filo Haplosporidia;
• Responsável pela doença Bonamiose, doença do microcélio ou dos hematócitos;
Hospedeiro
• Várias espécies do género Ostrea e Crassostrea;
Distribuição geográfica
• Austrália;• Chile;• Argentina;• U.S.A
Sintomatologia e lesões
• Infecção letal;
• Lesões no tecido conectivo das brânquias, manto e glândulas digestivas das ostras e sua descoloração (amarelada) ;
Mortalidade
Elevada mortalidade: 33% após 18 meses;80% após 31 meses e 95% entre 32-36 meses!
Tratamento e prevenção
Não existe actualmente qualquer tipo de tratamento ou prevenção!
Haplosporidium nelsoni
Doença do MSX(multinucleated sphere X)
ProtozoaHaplosporidia
Ciclo de vida ainda não está totalmete compreendido
Ciclo de vidaPlasmódio multinucleado
(tecido conjuntivo dos moluscos)
Esporocistos(epitélio da glândula
digestiva)
Esporos
Hospedeiro intermediário
Hospedeiros
Crassostrea virginica
http://www.qc.ec.gc.ca/csl/inf/inf022_005_e.html
http://www.flickr.com/photos/roberto_poveda/3086467849/
Crassostrea gigas
Sintomatologia e Lesões
Como actua a doença numa população?
Necrose dos tecidos Morte pós esporulação
Sobreviventes não conseguem reparar
as lesões
Os portadores desenvolvem a
doença no Verão seguinte
Mortalidades entre 90 a 95%
Sintomatologia e Lesões
Secção do tubo digestivo de Crassostrea virginica infectada com H.nelsoni, corada com
hematoxilina eosina.
http://www.pac.dfo-mpo.gc.ca/sci/shelldis/pages/hapneloy_e.htm
Tratamento e Prevenção
Regulção por factores ambientais:
• Acima dos 20ºC ostras resistentes controlam a infecção;• Salinidade abaixo dos 10ppt (morte do parasita).
Prevenção:
• Evitar altas salinidades;• Controlar as culturas periodicamente;• Evitar o contacto de indivíduos doentes com os restantes.
Tratamento e Prevenção
Soluções?
Desenvolver uma estirpe resistente de Crassostrea virginica.
http://portugues.istockphoto.com/file_closeup.php/science-and-medicine/6110198-dna-close-up.php?id=6110198&SearchLang=PT_PT
Caracterização do agente etiológico
• Possui cílios que são responsáveis pela sua mobilidade;
• Não é um parasita verdadeiro;
• Alimenta-se de bactérias que se encontram no meio e não no hospedeiro; h
ttp://www.koiquest.co.uk/trich2.jpg
• Parasita microscópico de forma circular;
• Um dos parasitas mais comuns e resistentes;
• Transmitido por contacto ou por água contaminada, por fixação a anfíbios etc;
• Sobrevive durante um longo periodo sem um hospedeiro;
• Anel ou coroa com dentículos na parte posterior
Hospedeiro
• Parasitam ostras e bivalves;• Crassostrea e ostras perlíferas.
Sintomatologia e lesões
• Destruição dos filamentos branquiais e consequente perda de peso dos indivíduos.
Distribuição geográfica
• Observado em várias ostras na Europa, Estados Unidos, e em Países localizados ao redor da borda do Oceano Pacífico.
Tricodina sp. no tubo digestivo de Crassostrea rhizophorae
Tratamento
• Cloraminas T;• Verde de Malaquite;• Formalina, formaldeído;• Permanganato de potássio (mais eficaz);• Sal.
Mortalidade
• Baixa mortalidade, excepto quando estão em grande número nas lamelas branquiais.
Prevenção
• Limpar muito bem o sistema.
Doença “Dermo” ou Perkinsose
Phyllum: DinoflagellataOrder: Perkinsida
Perkinsus marinus
Vivem em água salgada;Fraco crescimento abaixo dos 15ºC;Endoparasitas;Ciclo de vida directo.
Hospedeiros
Crassostrea virginica
Crassostrea gigas
Crassostrea ariakensis
Mya arenaria
Macoma balthica
Mexilhões susceptíveis quando injectados
Sintomatologia e Lesões
• Descoloração da glândula digestiva;
• Diminuição da concentração de proteínas na hemolinfa;
• Definhamento, perda de consistência dos tecidos e orgãos;
• Inibição do desenvolvimento das gónadas
Tratamento e Prevenção
Tratamento químico:• Bacitracina;• Cicloheximida.
Tratamentos profiláticos:• Banhos em baixas salidades (abaixo dos 12ppt) e
baixas temperaturas (abaixo dos 15ºC);• Seleccionar estirpes mais resistentes.
Caracterização do agente etiológico• Membro do Filo Haplosporidia;
• Parasita que infecta o tecido conectivo de certas ostras;
• Modo de transmissão, ciclo de vida e sua origem são ainda desconhecidas;
• Prefere ambientes de alta salinidade e com temperaturas 10 C.
Hospedeiro
Moluscos em geral, nomeadamente:
• Ostrea edulis;• Ostrea Conchaphila;• Crassostrea gigas;• Crassostrea virginica;
Distribuição geográfica
• Costa Oeste do Canadá;• Locais específicas ao redor das Ilhas de Vancouver;• Áreas adjacentes dos Estados Unidos da América.
Sintomatologia e lesões
Infecção intracelular das células do tecido conectivo vesicular :
• Infiltração dos Hematócitos ;• Necrose do tecido;• Pústulas de cor verde na superfície do
manto ou palpos labiais;• Feridas de cor castanha e abcessos e
úlceras na superfície do manto;
Mortalidade
Taxa de mortalidade ronda os 40% nas ostras velha na maré baixa!
Tratamento
Não foi relatado qualquer tipo de tratamento!
Prevenção
Manter as ostras em zonas de maré alta e de temperaturas preferencialmente acima dos 10 C!
Parasitas gregários
Nematopsis sp.Sub-phyllum: ApicomplexaFamilia: Porosporidae
http://www.pac.dfo-mpo.gc.ca/sci/shelldis/images/gregpcc2.jpg
Distribuição mundial;
Conhecido parasita de crustáceos de água doce e
salgada;
A sua patogeneidade é duvidável.
HospedeirosCrassostrea rhizophorae
Mytella guyanensis
Cerastoderma edule
http://darnis.inbio.ac.cr/FMPro?-DB=UBIpub.fp3&-lay=WebAll&-Format=/ubi/detail.html&-Op=bw&id=462&-Find
http://imagenes.solostocks.com/m1201844/ostra-crassostrea-rhizophorae.jpg
http://images.vliz.be/resized/428_picture-of-cerastoderma-edule-linnaeus-1758.jpg
Sintomatologia e Lesões
O tipo de lesões depende do grau da infecção...
• Em altas infecções:• Pode causar degeneração das brânquias,• Morte.
• Na presença de poucos parasitas:• Inflamação no local da infecção;• Verifica-se alguma alteração morfológica dos tecidos.
Observação histológica
Parasita na glândula digestiva de Crassostrea rhizophorae.
Parasita na brânquia de Crassostrea rhizophorae
Parasita na gónada masculina de Crassostrea rhizophorae.
Caracterização do agente etiológico
• Parasita protozoário pertencente ao Filo dos Haplosporidias, sendo um patogénio letal;
• Pensa-se existir duas espécies de Marteilia (refringens e maurini);
• Infecta o sistema digestivo de moluscos – Marteiliose;
• Pode infectar o hospedeiro sem apresentar sintomas da doença.
Hospedeiro
• Mytilus edulis e galloprovincialis;• Ostras (Ostrea edulis…)• Escalopes e alguns bivalves.
Distribuição geográfica
• Costa Atlântica de Europa;• Mar Mediterrâneo.
Sintomatologia e lesões
Esporolação nas células epiteliais do tubo digestivo do hospedeiro:
• Infiltração dos Hematócitos e destruição das glândulas digestivas( descoloração);
• Necrose dos tecidos.
http://www.ices.dk/marineworld/fishdiseases/images/map8_6.gif
Tratamento
• Não conhecidos ;
Prevenção
• Stock infectado não deve ser transferido para águas livres deste parasita;
Mortalidade
• Muito elevada;
Doença do pé
Ostracobabel implexa
• Pouco se sabe sobre a sua proveniência e ciclo de vida;
• Principal efeito é a necrose do músculo abductor;
• Elevada taxa de mortalidade.
Hospedeiros
Ostrea edulis
Crassostrea angulata
Ostrea chilensis
http://www.fao.org/docrep/009/y5720s/y5720s1v.jpg
Caracterização do agente etiológico
• Parasita pertencente à classe dos Polychaeta;
• Corpo dividido em segmentos ou metâmeros: Prostómio e Pigídeo;
• Presença de sedas quitinosas e Parápodes;
• Epiderme com células sensoriais, coberta por uma cutícula e glândulas mucosas;
• Alimentam-se de partículas em decomposição/ filtradores.
http://curlygirl.naturlink.pt/poliqueta.gif
Distribuição geográfica• Nova Zelândia (grande número de
Crassostrea gigas);
• Austrália;
• Tasmânia;
• América do Norte;
Hospedeiro
• Crassostrea virginica, Crassostrea gigas, Ostrea edulis, Saccostrea glomerata
http://www.marine.csiro.au/crimp/nimpis/spImages.asp?txa=6130
http://www.marlin.ac.uk/imgs/Species//Mollusca/o_ostedu.jpg
Sintomatologia e lesões • Presença de “mud blister” na concha do bivalve e abcessos
de cor amarela no músculo adutor;• Causa baixa mortalidade;
Tratamento• Imersão do hospedeiro infectado numa
solução saturada de sal (10/15min) e secar ao ar livre (15min);
• BL – “BLISTER”• BU- “BURROW”
Doenças virais
http://uy.kalipedia.com/kalipediamedia/cienciasnaturales/media/200704/17/delavida/20070417klpcnavid_21.Ies.SCO.jpg
IridoviroseVírus da necrose branquial
• É um vírus de ADN;
• Sobreviventes podem ser portadores;
• Os animais infectados podem ser assintomáticos;
• Distribuição é praticamente mundial.
http://www.fmvz.unam.mx/fmvz/imagenes/ima_deptos/patologia/iridovirus.jpg
http://www.nadidem.net/k/irdvrsm/pages/iridovirus_jpg.htm
Hospedeiros
Ostrea edulis
Crassostrea gigas
Crassostrea angulatahttp://media-2.web.britannica.com/eb-media/
49/9749-004-6454876B.jpg
Sintomatologia e LesõesProvoca altas mortalidades nos seus
hospedeiros...• Aparecimento de nódulos
amarelos/verdes no manto e músculo abductor;
• Nódulos amarelos nas brânquias que aumentam à medida que a doença progride, ficando castanhos no seu centro.
http://www.daff.gov.au/animal-plant-health/pests-diseases-weeds/aquatic_animal_diseases_significant_to_australia_identification_field_guide/
diseases_of_molluscs/viral_diseases_of_molluscs/iridovirosis
ConclusõesA quase completa ausência de tratamentos eficazes
obriga a um rigoroso control.
Control essencial nas primeiras fases de produção (hatchery e pré-engorde).
http://current.com/items/89099370/like_oysters_on_the_half_shell_eat_em_before_they_re_no_more.htm
Conclusões
Apesar da importância em investigar tratamentos eficazes
a sua falta impõe que o diagnóstico seja rápido
http://cbertel.files.wordpress.com/2008/08/oyster-hatchery.jpg
Linhas de investigação
Uso de bacteriofagos para controlar a proliferação de parasitas
Isolamento de indivíduos resistentes
Dúvidas?
Bibliografia
http://www.eol.org/pages/124http://www.annelida.net/nz/Polychaeta/Family/Spionidae/polydora-websteri.htmhttp://curlygirl.naturlink.pt/anelideos.htmhttp://www.nishikigoi-info.com/koi-health/tricodina.html http://www.pac.dfo-mpo.gc.ca/sci/shelldis/pages/gilltroy_e.htmhttp://www.oie.int/eng/normes/fmanual/A_00041.htm http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12803386 http://www.marlab.ac.uk/FRS.Web/Uploads/Documents/AAAH07Marteiliasis.pdfhttp://www.ifremer.fr/crlmollusc/page_labo/leaflets/bonamia_ostreae1.htm Sourced from AGDAFF–NACA (2007) Aquatic Animal Diseases Significant to Asia-Pacific: Identification Field Guide. Australian Government Department of Agriculture, Fisheries and Forestry. Canberra. © Commonwealth of Australia 2007