trabalho moluscos
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Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas
Departamento de Zootecnia
Reino Mollusca
Ariadne Nunes Juliana Loretti
Mato Grosso, maio de 2011.
Introdução
Mollusca é a segundo maior filo animal, com mais de
100.000 espécies descritas, sendo suplantado apenas
pelos artrópodes. Os moluscos têm uma composição
frágil, são animais de corpo mole, mas a maioria
deles possui uma concha que protege o corpo. Nesse
grupo, encontramos o caracol, o marisco e a ostra. Há
também os que apresentam a concha interna e reduzida, como a lula, e os que não têm
concha, como o polvo e a lesma, entre outros exemplos.
A concha é importante para proteger esses animais e evitar a perda de água. Ela é
produzida por glândulas localizadas sob a pele, uma região chamada de manto.
Ela não é uma parte viva do corpo do molusco; conforme o animal aumenta de tamanho,
novo material é acrescentado à concha, que pode variar de forma e tamanho e ser
formada por uma ou mais peças.
Provas do contato do homem com os moluscos remontam a épocas pré-históricas.
Conchas de moluscos fazem parte de jazigos arqueológicos, incluindo, aqui no Brasil,
os "sambaquis".Os moluscos serviam de alimento e suas conchas eram utilizadas como
ornamento e para a confecção de utensílios de corte, abrasão etc.
Há relatos de muitas culturas em que conchas eram usadas como moedas ou mesmo
ostentação de poder e sabedoria. Ainda hoje os moluscos são extremamente importantes
na economia de muitos países, como fonte de alimento rico em proteínas, sendo
coletados diretamente da natureza ou mesmo cultivados. Em muitos países, possibilitam
até a existência de uma indústria de pérolas e de adornos de madrepérola. Apresentam
interesse médico-sanitário, pois muitas espécies são vetores de doenças, enquanto
outras, aparentemente, podem ser usadas no controle destas.
Muitos são utulizados como alimento (ostras , mexilões, mariscos, polvos, lulas e até
mesmo algusn caramujos); as conchas podem ser trituradas e incorporadas ao solo como
corretivo de acidez; fornecem as pérolas, que podem ser utilizadas na indústria de
botões, colares e adornos.
Apesar da enorme variedade de formas, os moluscos possuem um conjunto
de características básicas comuns:
• Simetria bilateral – em alguns casos a simetria é alterada durante o
desenvolvimento embrionário, por fenómenos de torção;
• Corpo mole – geralmente coberto por uma concha calcária, produzida
pelo manto. O corpo pode ser dividido nas seguintes partes:
• Pé – órgão musculoso utilizado na locomoção, captura de presas,
natação, etc., pelo que pode ser extremamente modificado;
• Manto – prega de tecido da parede dorsal do corpo que recobre a
massa visceral e contém glândulas que segregam a concha. O manto
delimita uma cavidade, do manto ou paleal, onde se localizam os órgãos
respiratórios;
• Sistema digestivo – completo, com boca e ânus, e com órgãos
diferenciados (faringe, esôfago, estômago, intestino e glândulas digestivas
anexas);
• Sistema circulatório – exceto nos cefalópodes, o sistema circulatório
é aberto, ou seja, parte do trajeto do sangue é feito fora de vasos sanguíneos, em
espaços designados lagunas, o que para animais de movimento lento será
suficiente. O coração localiza-se dorsalmente;
Os moluscos têm corpo mole, a sua
pele produz uma secreção viscosa,
também conhecida por muco, que
facilita principalmente a sua
locomoção sobre troncos de árvores
e pedras ásperas, sem machucar o
corpo.
O corpo desse tipo de animal é
composto por: cabeça, pés e massa visceral. A massa visceral fica dentro da concha e
compreende os sistemas digestório e reprodutor.
Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam
o corpo mole, não segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição
anterior, onde abre-se a boca, entrada do tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais
também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores químicos também estão
presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais,
quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.
O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se
deslocar, cavar, nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa
visceral.
Nela, estão os sistemas digestivo, excretor, nervoso e reprodutor. Ao redor da massa
visceral, está o manto, responsável pela produção da concha.
Organização de um bivalve, notamos a presença
do sifão inalante e exalante.
Entre a massa visceral e o manto, há uma câmara chamada cavidade do manto. Nos
moluscos aquáticos, essa cavidade é ocupada pela água que banha as brânquias; nos
terrestres, é cheia de ar e ricamente vascularizada, funcionando como órgão de trocas
gasosas, análoga a um pulmão.
Classificação dos moluscos
A forma e o tipo da concha são alguns dos critérios usados na classificação dos
moluscos. Atualmente, esses animais estão divididos em três classes: os gastrópodes,
os bivalves e os cefalópodes.
Classe Gastropoda ("estômago nos pés")
Exemplo: Helix sp, Arion, Lymnaea e Australorbis sp.
A concha única, em espiral, é característica
típica do grupo dos gastrópodes. Por essa razão,
são chamados univalves (uni significa "única", e
valve, "peça").
Entre os gastrópodes, estão o caracol e o
caramujo; a lesma, apesar de não apresentar
conchas ou apresentá-la muito reduzida, também está incluída nesse grupo.
Os gastrópodes são animais aquáticos ou terrestres de ambiente úmido. Os aquáticos
respiram por meios de brânquias, enquanto os terrestres apresentam pulmões.
A cabeça da lesma, do caracol e do caramujo
possui dois pares de tentáculos, semelhantes na
aparência a antenas. Os olhos ficam nas
extremidades do par de tentáculos mais longos.
Na boca, existe a rádula, um tipo de "língua
raspadora" que facilita a alimentação desses
animais.
Os moluscos são enterozoários (que têm cavidade digestiva) completos. Através da
rádula podem raspar pedaços de alimentos, fragmentando-os em pequenas porções. A
digestão dos alimentos se processa quase totalmente no interior do tubo digestivo
(digestão extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua fragmentação no
interior das células de revestimento do intestino (digestão intracelular).
A maioria dos moluscos apresentam sistema circulatório aberto ou lacunar, no qual o
sangue é impulsionado pelo coração, passa pelo interior de alguns vasos e depois
alcança lacunas dispostas entre os vários tecidos, nas quais circula lentamente, sob baixa
pressão, deixando nutrientes e oxigênio, e recolhendo gás carbônico e outros resíduos
metabólicos.
Na cavidade celomática abrem-se os nefrídios, as estruturas excretoras. Pela abertura
interna dos nefrídios (o nefróstoma), penetram substâncias presentes no sangue e no
líquido celomático. Em alguns moluscos, como nos cefalópodos, os nefrídios
encontram-se bastante agrupados, formando um "rim" primitivo.
Em quase todos os moluscos, a membrana do manto é vascularizada e permite a
ocorrência de trocas gasosas entre o sangue e a água. Nos moluscos terrestres, como o
caramujo-de-jardim (Helix sp.), a cavidade do manto é cheia de ar e comporta-se como
um pulmão. Trata-se, portanto, de uma forma particular de respiração pulmonar. Nos
moluscos aquáticos, existem lâminas ricamente irrigadas por vasos sanguíneos, no
manto, e que formam as brânquias desses animais. Portanto, entre os moluscos podemos
encontrar respiração pulmonar e respiração branquial.
O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar, com três partes de gânglios nervosos
de onde partem nervos para as diversas partes do corpo. Os cefalópodos possuem um
grande gânglio cerebróide, semelhante ao encéfalo dos vertebrados o que permite a
execução de atividades altamente elaboradas.
A locomoção da maioria dos representantes é lenta devida ao pé musculoso. Os que são
rápidos, como as lulas e os polvos, locomovem-se graças à expulsão de jatos de água
que saem através de um sifão. Muitos, porém, são fixos ao substrato, como as ostras e
os mariscos na fase adulta.
Durante o desenvolvimento embrionário a massa visceral sofre uma torção de 180º no
sentido oposto ao dos ponteiros do relógio, pelo que a abertura da cavidade paleal e o
ânus se localizam sobre a cabeça (ou apontando para o lado direito, em algumas
espécies) no animal adulto, um dos poucos aspectos comuns a estes animais tão
diversificados.
A maioria dos gastrópodes apresenta os sexos separados, mas existem formas
hermafroditas (caracóis, por exemplo) e, em outros casos, os animais podem mudar de
sexo ao longo da vida.
Os gastrópodes marinhos respiram por brânquias localizadas na cavidade paleal,
enquanto os terrestres não as apresentam. Neste caso, as trocas gasosas são realizadas
pelo manto, que se encontra muito vascularizado na cavidade paleal, que funciona como
um pulmão.
Classe Bivalvia (“duas metades de concha”)
Também são encontrados em água doce ou salgada,
sua concha possui duas partes que encerram
completamente o corpo do animal. Os exemplos mais
familiares são as ostras, os mexilhões e os mariscos.
Apresentam as brânquias recobertas por uma camada
de muco; ao passar pelas brânquias, partículas
alimentares ficam aderidas ao muco e são levadas
para a boca.
São representantes desta classe as ostras, mexilhões e mariscos. Sua concha é dotada de
duas valvas. Possuem uma cabeça atrofiada e um pé em forma de martelo. Não possuem
rádula. Os pés secretam filamentos para fixação, chamado bisso.
A respiração é branquial. Algumas partículas de alimento podem ficar retidos nas
brânquias, e pela atividade dos cílios, são levadas até a boca. São exclusivamente
aquáticos, com representantes de água doce e marinhos. Possuem grande importância
econômica.
Podem ser utilizados na alimentação e algumas
espécies produzem pérolas. Quando algum corpo
estranho entra na concha de uma ostra ela produz
várias camadas de substância chamada nácar.
Sucessivas deposições desta substância formam a
pérola. Desta forma a pérola é uma estrutura de
defesa.
Os bivalos são os responsáveis pela produção das pérolas de valor comercial, embora
qualquer molusco dotado de concha possa fabricá-las. As pérolas são formadas pela
deposição de nácar ao redor de uma partícula estranha que penetra entre o manto e a
concha.
Classe Cephalopoda ("pés na cabeça")
Exemplo: Nautilus, Loligo; Argonauta, Octopus ; Sepia e Calamares.
Cefalópode é uma palavra de origem grega; vem de
Kephale, que significa "cabeça", e de pode, "pé".
Designa um grupo de moluscos do qual fazem parte
o polvo e a lula.
A concha pode não existir (como no polvo), ser
interna e reduzida (como na lula) ou ser externa
(como no náutilo).
Os cefalópodes apresentam cabeça grande, olhos bem desenvolvidos e rádula dentro da
boca. Possuem oito, dez ou mais tentáculos, que são "braços" alongados.
Esses animais têm a circulação fechada - isto é, o sangue só circula no interior dos
vasos, diferente dos outros moluscos.
A respiração é branquial. Eles têm um sistema nervoso bastante desenvolvido se
comparado ao de outros invertebrados. Além da visão, o olfato é bem apurado.
Esses moluscos, em geral, têm sexos separados e a fecundação é interna. Há pesquisas
que indicam que algumas espécies de polvo cuidam dos filhotes, protegendo-os dos
predadores.
Os seres que compõem a classe Cephalopoda são simétricos, vivem no mar e são bem
desenvolvidos. São dióicos, com desenvolvimento direto. O pé é os braços transforma-
se em enormes tentáculos que servem
para a sua locomoção. A massa visceral é
alongada e volumosa em sentido dorso-
ventral. Sua concha é univalve,
geralmente interna e reduzida. A cavidade
paleal é encontrada na região caudal. Seus
olhos assemelham-se aos dos vertebrados,
grandes e capazes de diferenciar cores.
São providos de uma glândula, encontrada no intestino, que produz uma tinta escura
denominada sépia.
Como recurso de defesa, alguns moluscos contam
com a camuflagem. Ao mudarem de cor são
confundidos com o ambiente. A lula e o polvo,
por exemplo, expelem uma substância escura na
água. Isto confunde os predadores desses
moluscos, permitindo a sua fuga.
São o polvo, a lula, o náutilo e o calamar, animais
exclusivamente marinhos. O pé dos cefalópodes é
dividido em tentáculos.
Na lula, existem 10 tentáculos e dois deles são mais desenvolvidos que os demais. No
polvo, os tentáculos são oito e todos iguais. Em cada tentáculo existe ventosas que
aderem ao substrato, o que favorece a locomoção do polvo sobre rochas. As ventosas
também são úteis na apreensão do alimento que, depois, é conduzido à boca pelos
tentáculos.
Classe Polyplacophora ("muitas placas")
A superfície dorsal desses moluscos apresenta uma armadura calcária composta por
placas parcialmente sobrepostas. apresentam simetria bilateral, corpo elíptico e delgado
e respiração branquial. A cabeça é reduzida e não possui olhos nem tentáculos. Possuem
uma concha constituída por oito placas calcária articuladas, dispostas dorsalmente.
Um representante é o quíton. São todos marinhos.
As valvas são classificadas de três formas básicas:
Valva Cefálica (VC), Valvas Medianas (VM) e Valva
Retal (VA). A exposição das valvas também é um fator
de classificação dos animais de acordo com a
quantidade da valva exposta, sendo dividida de forma a
ter todas as valvas recobertas pelo manto como é o caso
do Gênero Cryptochiton, ter as valvas semi-recobertas
como é o caso do Gênero Khatarina, ou totalmente
expostas como o Gênero Ischinochiton.
Os quitons apresentam um cinturão que pode ser ornamentado por espículas, espinhos
ou pêlos na sua extremidade ou em sua extensão, este fator também pode ser utilizado
para classificação do animal de acordo com Família, Gênero e Espécie.
No Brasil são conhecidas três famílias e oito Gêneros, sabendo que pelo fato da classe
ser pouco estudada ou ter a devida importância este número esta sujeito à alteração.
Os polyplacophoros estão basicamente restritos à substratos consolidados como conchas
de outros moluscos ou mesmo costão rochoso. Tem hábito alimentar micrófago, ou seja,
alimenta-se de algas e microrganismos incrustados no substrato. Sua ocorrência em
profundidade é variada, podendo ocorrer espécies a profundidades de até 100m.
Sua reprodução é externa havendo fecundação através da liberação dos gametas na
água. O desenvolvimento do ovo é feito na cavidade do manto de um dos indivíduos,
apresentando assim cuidado parental, pode haver a colocação dos ovos em um invólucro
e preso ao substrato ou mesmo após a fase planctônica da larva, esta tende a ir para o
fundo e no substrato continuar seu desenvolvimento. Pode haver fecundação e eclosão
dos ovos na cavidade do manto.
No Chile há ocorrência do maior polyplacophora existente, Cryptochiton stelery, este
apresenta todas as valvas recobertas pelo manto. Pelo animal apresentar o maior
tamanho já conhecido da classe este é utilizado como iguaria para os nativos locais. A
iguaria baseia-se na retirada do pé e utilização como alimento. Diferentemente dos
componentes das outras classes que apresentam concha, as valvas dos quitons não são
utilizadas como adornos (pulseiras, colares, etc.).
Classe Scaphopoda ("pé em forma de canoa")
Exemplo: Dentalium sp
SCAPHOPODA (do grego skaphe, pá + pous, podos,
pé – em referência ao pé, que o molusco utiliza para
escavar e se enterrar no substrato).
É a menor classe dentre os moluscos com algo em
torno de 550 espécies em todo o mundo. No Brasil são
conhecidas aproximadamente 30 espécies.
Os escafópodes são moluscos marinhos caracterizados
por possuirem uma concha tubular e aberta nas duas extremidades. Em muitas espécies,
como por exemplo nos Dentaliidae, as conchas são cônicas, muito alongadas e
levemente recurvadas, semelhantes a diminutas presas de elefantes: daí a denominação
inglesa “tusk-shells”. As partes moles ficam confinadas no interior da concha. O
comprimento da concha varia de 3 a cerca de 150 mm. As conchas de muitas espécies
são transparentes ou brancas, mas existem espécies com conchas esverdeadas,
amareladas, castanhas, róseas ou avermelhadas. Podem ser lisas, reticuladas, ou com
estrias ou carenas longitudinais ou transversais.
A posição filogenética do grupo é bastante controversa. Por exemplo, Brusca & Brusca
(2003) e Simone (2009) consideram os bivalves mais relacionados filogeneticamente
com os escafópodes do que com os demais moluscos. Já Giribet et al. (2006), com base
exclusivamente em dados moleculares, considera os escafápodes mais relacionados com
os solenogastres (moluscos desprovidos de conchas) e com os cefalópodes.
Os escafópodes são bentônicos e vivem com a extremidade mais larga da concha, onde
se situam o pé e a cabeça rudimentar, enterrada no sedimento, enquanto que a porção
mais afilada da concha se projeta para fora do substrato. Os escafópodes utilizam o pé,
desprovido de olhos, cilíndrico e ponteagudo, para escavar. A cabeça possui projeções
em forma de tentáculos retráteis, denominados captáculos. Os captáculos são ciliados e
atuam como orgão tácteis e adesivos para apreensão do alimento, o qual pode ser
constituído de detritos existentes no sedimento ou de pequenos organismos, como
foraminíferos ou pequenos bivalves. Possuem rádula bem desenvolvida, responsável por
moer o alimento capturado. Pelo orifício da porção afilada da concha, circulam as
correntes de água responsáveis pela respiração e pela eliminação de resíduos do
metabolismo.
Os adultos possuem sexos separados. As fêmeas liberam os ovos um por vez. O
desenvolvimento é semelhante ao de vários outros moluscos. Do ovo eclode uma larva
trocófora, que se transforma em um véliger. Após algum tempo nadando no plâncton, o
véliger se dirige ao fundo, onde se transforma no adulto. Os adultos podem ser
encontrados em fundos inconsolidados, lodo e areia, desde regiões de águas rasas até
4.755m de profundidade.
Classe Aplacófora ("que não possui concha")
Exemplos: Neomenia herwigi, Falcidens sp., Scutopus cf. megaradulatus e Limifossor
sp.
Aplaco-phora, que significa "que não possui concha", são
raramente coletados sem grande esforço e gastos. Por não
possuírem uma concha, não são integrantes de coleções
particulares.
Estes animais são mais parecidos com vermes, com uma
cobertura brilhante composta de inúmeros espinhos ou
escamas formados de carbonato de cálcio, também
conhecidos como escleritos. Cada espinho é espelido de
maneira extra celular como nos poliplacófora. O processo
se inicia com o encapsulamento de uma célula individual que cresce através da cutícula.
Estes espinhos são compostos de aragonita, com excessão das espécies de Notomenia,
que não possuem Carbonato de Cálcio.
Abaixo desta capa está o que literalmente o identifica como um molusco, uma rádula
(embora algumas espécies não possuam). A rádula não parece ter a mesma função de
raspador, com excessão das espécies da família Prochaetodermatidae. Existe uma boca
anterior e posteriormente uma pequena cavidade do manto.
Informações sobre crescimento e maturidade sexual são escassas. Sabe-se que espécies
de Prochaetoderma youngei atingem o tamanho adulto e torno dos 2 meses e sua
maturidade sexual em 1 ano. Estas são informações de animais mantidos em tanques, já
que a espécie vive em profundidades em torno de 2000 metros.
A classe está dividida em dois grupos:
Solenogastres (Neomeniomorpha)
Possuem uma abertura ventral estreita onde está o pé, que não passa de uma
protuberância ciliada sem músculos por onde se arrasta. São hermafroditas.
Caudofovetas (Chaetodermomorpha)
Diferentemente dos Solenogastres estes não possuem um pé ou abertura ventral. São
dióicos (sexos separados). A cabeça é geralmente separada do corpo por uma pequena
constrição.
Esses animais podem ser encontrados desde a zona de marés até profundidades em
torno de 9000 metros. Parecem ser bastante abundantes, embora sejam pouco estudados
por viverem em águas profundas. Algumas espécies ocorrem em todo o mundo e
algumas espécies até dominam a macro fauna local. Ocorrem desde o Ártico até a
Antártida. Vivem em fundos lodosos, sobre hidróides ou octocorais.
São animais que variam de 1mm até 30 cm. Seus corpos variam do quase esférico,
alongado, achatado e estreito.
São animais carnívoros e/ou ornívoros que se alimentam de foraminíferos, detritos e
cnidários.
Classe Monoplacófora
Em latin monoplacophora significa 'que possue apenas uma placa'.
Acreditavasse que estivessem extintos a pelo menos 400 millhões de anos, quando
foram encontrados animais vivos em 1952 de Neopilina galatheae Lemche, 1957 - na
costa do méxico a mais de 3500 metros de profundidade. Foi como encontrar um elo
perdido entre os moluscos e os anelídios. Existem apenas 6 (seis) espécie conhecidas
ainda viventes. São uma importante fonte de estudos evolucionários já que possuem um
corpo que é base para a evolução de todos as outras classes de moluscos.
Embora tenham sido muito comuns no período Paleozóico em águas rasas, hoje não
podem mais ser encontrados nestas áreas. O descobrimento de espécies de animais
considerados extintos, nos leva a rever estas considerações. As águas rasas são
fisicamente mais variáveis do que as águas profundas onde salinidades, pressão e
temperatura são mais estáveis
Considerados nada comuns em
coleções particulares, devido as
profundidades onde vivem,
algumas espécies vivem em
profundidades relativamente
rasas. Na costa da Itália, espécies
de Veleropilina podem ser
encontradas em profundidades de
180 metros. Mas a grande maioria ainda vive em profundidades abissais.
Estas profundidades não permitem que animais vivos sejam observados, então pouco se
sobre a sua ecologia.
Observando-se a concha, baixa, que produz pouca resistência e o formato do pé, pode-se
concluir que são animais adaptados para viver em águas rasas e de forte movimento.
Talves este seja um legado dos tempos em que estes animais viviam em águas costeiras.
Várias espécies têm sido encontradas em áreas com nódulos de ferro e mangânes,
cascalho de coral, basalto e fundos lodosos ou rochosos.
São animais pequenos, que variam de 3 até 35 mm. Sua concha em forma de colher é
composta de 3 camadas: perióstraco, uma camada prismática e uma nacarada.
Acredita-se que os Monoplacóforos alimentem-se de espólios. Há informações de vários
tipos de alimentos como: protozoários, diatomácias, foraminíferos e esponjas.
Estrutura interna
Sistema Tegumentário
O corpo dos moluscos é revestido por um epitélio simples , geralmente com ,
geralmente com cílios e glândulas mucosas. Possuem também o manto ou pálio, uma
dobra sobre a pele, que envolve a massa visceral e secreta a concha para a proteção do
corpo mole desses animais. Entre o manto e a massa visceral, há um espaço chamado
cavidade do manto ou cavidade palial, na qual se abrem os sistemas digestótio, excretor
e reprodutor e com a qual os orgãos respiratorios mantêm contato com o meio
ambiente. Além disso, o manto é responsavel pela formação das pérolas e ainda
participa da respiração, pois envolve o ''pulmão'' dos caracóis terrestre.
As conchas, nem sempre presentes, correspondem ao esqueçeto dos moluscos e podem
ser formadas por uma, duas ou oito partes chamadas valvas. A estrutura da concha
compreende, de fora para dentro, as seguintes camadas:
1. Peristraco ou cutícula: é a camada mais externa, formada por conchionila( substância
córnes, responsavel pela coloração).
2. Camada prismatica ou óstraco ou testa : formada por cristais de aragonita, que é um
carbonato de cálcio organizado em pequeno cistais.
3. Madrepérola, camada nacarada, lamelar ou hipóstraco: é a camada mais interna,
formada por conchionila e aragonita, alternadamente.
Certas espécies de moluscos, principalmente os da classe pelecipoda, podem produzir
pérolas. A pérola, na verdade , uma forma de defesa do animal, surge quando um
parasita ou um grão de areia se introduz entre o manto e a concha e vai sendo envolvido
por sucessivas camadas nacaradas. O formato da pérola está diretamente ligado á forma
do sorpo estranho.
Sistema Digestório
É do tipo completo, ou seja, possuem boca e ânus. Predominante extracelular. na boca
da mairia das classes, aparece uma espécie de língua denteada portátil (que pode ser
alongada) chamada rádula, , que é formada por vários dentes de quitina, utilizada para
raspar e fragmentar os alimentos que depois serão encaminhados ao estômago.
Os pelecípodes (ostras, mariscos, mexilões, etc) não possuem a rádula, para poderem se
alimentarem , aspiram a água do ambiente, filtrando-a com suas brânquias A digestão é
inicialmente extracelular, no estômago, nas glândulas digestórias é extracelular. Os
bivalves possuem um estilete cristalino, estrutura localizada entre o estômago e o
intestino, numa bolsa chamada ceco gástrico e serve para facilitar a digestão liberando
enzimas.
Sistema Respiratório
A respiração dos moluscos pode ser cutânea, pulmonar e branquial (moluscos
aquaticos). As brânquias ficam na cavidade do manto e possuem cílios que participam
na movimentação da água promovendo as trocas gasosas.
Sistema Circulatório
É do tipo aberto ou lacunar, formado por um coração dorsal ( com uma ou duas
aurículas e um ventrículo) envolvido por uma câmara percárdica (celoma), pois o
sangue que são do coração cai em cavidades ou lacunas que vão banhar as células.
Como exceção, nos cefalópodes (polvos, por exemplo), o sistema é fechado.
Geralmente possuem a hemocianina como pigmento respiratório. Nos cefalópodes, o
pigmento respiratório é a hemoglobina e assim o sangue é vermelho.
Sistema Excretor
A excreção é reaçizada por 1, 2, 4 ou 12 '' rins'' denominados nefrídios ou orgãos de
bojanus. Estes órgãos estão ligados à câmara pericádica (celoma ) e terminam na
cavidade de manto. Os rins filtram o sangue e os liquidos celomáticos, eliminando os
resíduos por meio de um poro excretor na surpefície do corpo.
Sistema Nervoso
É do tipo ganglionar descentralizado - vários gânglios para a coordenação das diversas
partes do corpo.
Os cefalópodes (polvos, lulas) apresentam um sistema nervoso centralizado na cabeça
(''cerebro'') e órgãos dos sentidos bem desenvolvidos.
Os gânglios cerebróides ficam na cabeça e inervam principais estruturas cerebrais, os
gânglios pediosos inervam os pés e são responsáveis pela locomoção e os gânglios
viscerais inervam as vísceras.
Reprodução
Os moluscos podem apresentar diversas formas de reprodução. Alguns podem ser
monóicos, como alguns gatrópodes, mas podem ser monóicos, como alguns
gastrópodes, mas a mairia é dióica. O desenvolviemento pode ser direto ou indireto
(larvas trocófora, véliger e gloquídia).
Os cefalópodes têm os sexos separados, a fecundação é interna e formam ovos ricos em
vitelo, dos quais emergem jovens por desenvolvimento directo.
O acasalamento é procedido de rituais complexos, geralmente envolvendo brilhantes
demonstrações de cor e luz (algumas espécies são bioluminescentes).
Os machos apresentam um braço especializado - hectocótilo - na transferência de um
saco de esperma - espermatóforo - para o corpo da fêmea. O hectocótilo é facilmente
identificado pois não tem ventosas na extremidade. Após a transferência de esperma o
casal separa-se e a fêmea irá, então, fecundar os seus óvulos quando mais lhe convier.
Em polvos a fêmea pode armazenar o espermatóforo no interior da cavidade paleal
durante dois meses, até encontrar um local adequado para depositar os ovos.
Geralmente existe algum grau de cuidados parentais, especialmente entre os polvos. As
fêmeas colocam os ovos numa pequena cova, que guardam durante desde algumas
semanas até 8 meses, dependendo da temperatura da água. Não se alimentam durante
esse período, morrendo pouco depois que os jovens nascem.
Em lulas é igualmente frequente os progenitores morrerem imediatamente após o
acasalamento, deixando os ovos envoltos em finas membranas ancorados no fundo
arenosos do oceano.
Referência Bibliográfica
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