doenças de pele na infância

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Doenças de pele na Doenças de pele na infância infância Internato – ESCS Internato – ESCS Amanda Costa Campos Amanda Costa Campos Karoline Domingos Chiari Karoline Domingos Chiari Nayara Damázio Chaveiro Vilela Nayara Damázio Chaveiro Vilela Coordenação: Dra Luciana Sugai Coordenação: Dra Luciana Sugai HRAS/HMIB HRAS/HMIB www.paulomargotto.com.br Brasília, 28/1/2013 Brasília, 28/1/2013

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Doenças de pele na infância. Internato – ESCS Amanda Costa Campos Karoline Domingos Chiari Nayara Damázio Chaveiro Vilela Coordenação: Dra Luciana Sugai HRAS/HMIB www.paulomargotto.com.br Brasília, 28/1/2013. Caso Clínico. Identificação: MUSR; Sexo masculino; - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Doenças de pele na infância

Doenças de pele na Doenças de pele na infânciainfância

Internato – ESCSInternato – ESCSAmanda Costa CamposAmanda Costa Campos

Karoline Domingos ChiariKaroline Domingos ChiariNayara Damázio Chaveiro VilelaNayara Damázio Chaveiro Vilela

Coordenação: Dra Luciana SugaiCoordenação: Dra Luciana SugaiHRAS/HMIBHRAS/HMIB

www.paulomargotto.com.brBrasília, 28/1/2013Brasília, 28/1/2013

Page 2: Doenças de pele na infância

Caso ClínicoCaso Clínico

Identificação:Identificação:

• MUSR;MUSR;

• Sexo masculino; Sexo masculino;

• Idade: 5 anos e 6 meses; Idade: 5 anos e 6 meses;

• Peso: 22Kg; Peso: 22Kg;

• Natural de Custódio – PE; Natural de Custódio – PE;

• Procedente do HCB.Procedente do HCB.

Page 3: Doenças de pele na infância

CASO CLÍNICOCASO CLÍNICO• QP: QP: “Presença de caroços debaixo do “Presença de caroços debaixo do

braço”, há 1 dia.braço”, há 1 dia.

• HDA: HDA: Portador de LLA em remissão, Portador de LLA em remissão, atualmente com neutropenia.atualmente com neutropenia.

• Há 4 dias apresentou manchas pequenas, Há 4 dias apresentou manchas pequenas, avermelhadas em região dorsal à D, sem avermelhadas em região dorsal à D, sem algum tipo de sintoma associado. algum tipo de sintoma associado.

• Há 1 dia, mãe refere que as manchas Há 1 dia, mãe refere que as manchas desapareceram e paciente apresentou desapareceram e paciente apresentou micropápulas/microvesículas em região axilar, micropápulas/microvesículas em região axilar, torácica e dorso à D. torácica e dorso à D.

Page 4: Doenças de pele na infância

Caso clínicoCaso clínico• Nega febre, dor, prurido ou qualquer outro sintoma Nega febre, dor, prurido ou qualquer outro sintoma

associado. associado.

• Há 1 dia, procurou atendimento médico no Hospital Há 1 dia, procurou atendimento médico no Hospital da Criança, foi iniciado Aciclovir 400mg e da Criança, foi iniciado Aciclovir 400mg e encaminhado ao HRAS .encaminhado ao HRAS .

• Deu entrada no HRAS, no mesmo dia, sem queixas Deu entrada no HRAS, no mesmo dia, sem queixas além da lesão de pele apresentada.além da lesão de pele apresentada.

• Internado: Internado: isolamento de contato, dieta para isolamento de contato, dieta para Neutropenia, Hidratação Venosa e mantido Aciclovir Neutropenia, Hidratação Venosa e mantido Aciclovir (30mg/Kg/dia). Hoje, pai informa que as lesões estão (30mg/Kg/dia). Hoje, pai informa que as lesões estão mais secas. mais secas.

Page 5: Doenças de pele na infância

CASO CLÍNICOCASO CLÍNICO

•Antecedentes Pessoais: Antecedentes Pessoais: • Paciente foi adotado com 4 dias de vida (mãe não Paciente foi adotado com 4 dias de vida (mãe não

soube informar sobre condições de gestação e soube informar sobre condições de gestação e nascimento)nascimento)

• Relata que criança se alimentou com leite artificial, Relata que criança se alimentou com leite artificial, fórmula NAN até os 4 meses, sendo introduzido outros fórmula NAN até os 4 meses, sendo introduzido outros alimentos a partir dos 5 meses de idade. alimentos a partir dos 5 meses de idade.

• DNPM normal. História de varicela há 2 anos e DNPM normal. História de varicela há 2 anos e diagnosticado e iniciado o tratamento de LLA hádiagnosticado e iniciado o tratamento de LLA há 2 2 anos. anos.

Page 6: Doenças de pele na infância

CASO CLÍNICOCASO CLÍNICO

• Faz QT com Mercaptme (toda semana) e profilaxia Faz QT com Mercaptme (toda semana) e profilaxia com Bactrim (3X semana). com Bactrim (3X semana).

• Mãe relata que paciente não está fazendo uso do Mãe relata que paciente não está fazendo uso do QT há 3 semanas devido baixa da imunidade. QT há 3 semanas devido baixa da imunidade.

• Refere 3 internações, desde uso de QT, em Refere 3 internações, desde uso de QT, em decorrência de PN. Relatadecorrência de PN. Relata uma transfusão uma transfusão sanguínea, alergia a Vancomicina e cartão vacinal sanguínea, alergia a Vancomicina e cartão vacinal desatualizado há 2 anos, desde o inicio da QT.desatualizado há 2 anos, desde o inicio da QT.

Page 7: Doenças de pele na infância

CASO CLÍNICOCASO CLÍNICO

•Antecedentes Familiares:Antecedentes Familiares:

• Mãe adotiva não tem informações sobre a Mãe adotiva não tem informações sobre a família biológica do paciente. família biológica do paciente.

• Pai adotivo com hipercolesterolemia, mãe e Pai adotivo com hipercolesterolemia, mãe e

irmão (3 anos) adotivos saudáveisirmão (3 anos) adotivos saudáveis..

Page 8: Doenças de pele na infância

Caso ClínicoCaso Clínico

•Hábitos de Vida e Condições Hábitos de Vida e Condições Sócio Econômicas:Sócio Econômicas:

• Reside no Recanto das Emas em apartamento com Reside no Recanto das Emas em apartamento com mãe, pai e irmão adotivos, com rede de aguá mãe, pai e irmão adotivos, com rede de aguá encanada. Possuem animais domésticos. encanada. Possuem animais domésticos.

• Nega tabagismo passivo. Nega tabagismo passivo.

• Dorme de 8 a 9 h por noite e sempre dorme 1 hora Dorme de 8 a 9 h por noite e sempre dorme 1 hora após almoço. após almoço.

• Apresenta 6 refeições ao dia, com café e lanches, Apresenta 6 refeições ao dia, com café e lanches, almoço, jantar e ceia. Tem preferência por peixe e almoço, jantar e ceia. Tem preferência por peixe e fígado e usa leite de soja. Ingere verduras e legumes fígado e usa leite de soja. Ingere verduras e legumes misturados a outros alimentos de melhor aceitação.misturados a outros alimentos de melhor aceitação.

Page 9: Doenças de pele na infância

CASO CLÍNICOCASO CLÍNICO

•Ao Exame Físico:Ao Exame Físico:• BEG, corado, hidratado, acianótico, anictérico, afebril, BEG, corado, hidratado, acianótico, anictérico, afebril,

eupneico, sem decúbito preferencial no leitoeupneico, sem decúbito preferencial no leito

• Pele: Presença de Pele: Presença de micropápulas/microvesículas/crostas em região micropápulas/microvesículas/crostas em região axilar, torácica e dorsal à direita, ausência de halo axilar, torácica e dorsal à direita, ausência de halo avermelhado em torno das lesões.avermelhado em torno das lesões.

• AR: AR: MV fisiológico bilateral, ausência de RA. FR: 24 irpmMV fisiológico bilateral, ausência de RA. FR: 24 irpm

• ACV: ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros. FC:88 bpmRCR em 2T, BNF, sem sopros. FC:88 bpm

• Abdome: Abdome: semi-globoso, RHA presentes e normoativos, semi-globoso, RHA presentes e normoativos, timpânico, sem VCM, sem dor à palpação.timpânico, sem VCM, sem dor à palpação.

• Extremidades: Extremidades: pulsos palpáveis e ausência de edemas.pulsos palpáveis e ausência de edemas.

Page 10: Doenças de pele na infância

ASPECTO DA LESÃOASPECTO DA LESÃO

Page 11: Doenças de pele na infância

EXAMES EXAMES LABORATORIAISLABORATORIAIS

• Creatinina: Creatinina: 0,5mg/dl0,5mg/dl

• Uréia: Uréia: 22 mg/dl22 mg/dl

• DHL: DHL: 248U/L248U/L

• TGO: TGO: 23 U/L23 U/L

• TGP: TGP: 53U/L53U/L

• Hemograma Completo: Hemograma Completo: HbHb 13,1g/dl; 13,1g/dl; HTHT 34,7%; 34,7%; LeucócitosLeucócitos 13.100 (7,2% 13.100 (7,2%NN; 3,4%; 3,4%EE; ; 1,6%1,6%BastBast; 19,5%; 19,5%MonMon; 68,4%; 68,4%LinfLinf))

Page 12: Doenças de pele na infância

HIPÓTESES HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS ???DIAGNÓSTICAS ???

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MOLUSCO CONTAGIOSOMOLUSCO CONTAGIOSO

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MOLUSCO CONTAGIOSOMOLUSCO CONTAGIOSO

Page 15: Doenças de pele na infância

Molusco ContagiosoMolusco Contagioso

• Infecção cutânea viral benigna.

• Autolimitada.

• Causada por um DNA vírus da família Poxviridae.

• Atinge preferencialmente a pele e excepcionalmentente as mucosas

• 4 subtipos, sendo o I o mais comum..

Page 16: Doenças de pele na infância

EpidemiologiaEpidemiologia

• Doença de distribuição universal

• Pode ocorrer em qualquer idade, acometendo principalmente crianças pequenas, adultos jovens sexualmente ativos e doentes imunocomprometidos.

• O virus é mais encontrado em climas tropicais, em que a incidência da doença pode chegar a 20% das crianças.

• A afecção é transmitida pelo contato direto com a lesão, fômites, autoinoculação e, possivelmente, por meio de contato com azulejos, boias e água de piscinas e de banheiras.

• A transmissão sexual não é comum em crianças, como acontece em adultos.

• Período de incubação varia de 3 semanas a 6 meses após a exposição.

Page 17: Doenças de pele na infância

PatogênesePatogênese

• A patogenia é desconhecida, e o vírus ainda não é cultivável.

• As lesões são comumente observadas em crianças atópicas.

• Quadros extensos e persistentes ocorrem em doentes imunodeprimidos, principalmente nos portadores de HIV.

• A resposta imune celular tem maior importância que a resposta humoral no controle da doença.

Page 18: Doenças de pele na infância

Manifestações ClínicasManifestações Clínicas

• Lesão característica do molusco é uma pápula semiesférica, séssil, da cor da pele ou levemente rosada, de poucos milímetros, às vezes, umbilicada ou com pequena depressão central.

• É assintomática, exceto se inflamada, quando se torna dolorosa; podendo apresentar ardor ou prurido quando acompanhada de reação eczematosa na proximidade.

• As pápulas, geralmente numerosas, apresentam dimensões variáveis de acordo com o seu desenvolvimento. Mas pode apresentar lesão isolada.

• As típicas lesões umbilicadas são aquelas de maior tamanho e de localização folicular.

Page 19: Doenças de pele na infância

MANIFESTAÇÕES MANIFESTAÇÕES CLÍNICASCLÍNICAS

• Nas crianças, as lesões localizam-se em qualquer área da pele, sendo mais frequentes na face, no pescoço e no tronco, próximo às dobras axilares e inguinais.

• Em adolescentes e adultos, são mais comumente localizadas nas regiões pubiana e genital.

• Nos imunocomprometidos (AIDS ou transplantados), as lesões tendem a ser maiores e em maior número, podendo chegar a ser nodulares e, muitas vezes, confluem em placas ou massas vegetantes, assumindo aspecto desfigurante.

• A lesão é facilmente removível, dando saída a um material esbranquiçado que contém as partículas virais

Page 20: Doenças de pele na infância

DiagnósticoDiagnóstico

• Exames laboratoriais geralmente são desnecessários para o diagnóstico, pois o diagnóstico é clínico.

• Entretanto, em caso de dúvida, é importante analisar histopatologicamente uma pápula para confirmação.

• Diagnóstico Diferencial: verruga plana, miliária, condiloma acuminado, picadas de inseto, líquens plano, nítido e espinuloso, criptococose nos imunodeprimidos, entre outros

Page 21: Doenças de pele na infância

TratamentoTratamento

• Pode-se optar pelo não tratamento, pois, em crianças saudáveis, o quadro é autolimitado e involui sem deixar cicatrizes em um período de 6 meses a 2 anos.

• O tipo de tratamento deve ser determinado pela idade do paciente, pelo número e distribuição das lesões e pela presença ou não de sinais inflamatórios, além de seu status imune.

• Quando há um número pequeno de lesões, é indicada a curetagem, com posterior aplicação de tintura de iodo.

Page 22: Doenças de pele na infância

tratamentotratamento

• Em crianças, recomenda-se o uso de anestesia tópica com a mistura eutética lidocaína-prilocaína, aplicada com antecedência de 1 a 2 horas.

• Quando há um grande número de lesões, pode-se fazer o tratamento com podofilina a 20%, ácido tricloroacético (ATA) a 30% ou hidróxido de potássio a 5 ou 10%, sendo os dois primeiros aplicados pelo médico e o terceiro, de aplicação caseira com os devidos cuidados.

• Outra opção inclui a crioterapia, que pode ser bem tolerada.

• Havendo aparecimento de novas lesões, repete-se o tratamento mensalmente até que o quadro se resolva espontaneamente.

Page 23: Doenças de pele na infância

Tratamento em Tratamento em ImunocomprometidosImunocomprometidos

• Nesse caso, o molusco não involui espontaneamente e responde pobremente às terapias convencionais.

• Tentar tratamentos como aplicação de hidróxido de potássio, crioterapia com nitrogênio líquido e, em casos recalcitrantes, imunomoduladores, como o imiquimod ou antivirais tópicos, como o cidofovir (não disponível no Brasil).

Page 24: Doenças de pele na infância

ESTROFULOSE OU ESTROFULOSE OU PRURIGO ESTRÓFULOPRURIGO ESTRÓFULO

Page 25: Doenças de pele na infância

ESTROFULOSE OU ESTROFULOSE OU PRURIGO ESTRÓFULOPRURIGO ESTRÓFULO

Page 26: Doenças de pele na infância

ESTROFULOSE OU ESTROFULOSE OU PRURIGO ESTRÓFULOPRURIGO ESTRÓFULO

• É uma doença crônica causada por reação de hipersensibilidade a picadas de insetos.

• É mais frequente na infância.

• Diagnóstico é clínico (não necessita de auxílio laboratorial).

Page 27: Doenças de pele na infância

EtiopatogeniaEtiopatogenia

•A doença se trata de manifestação de hipersensibilidade à picada de insetos sugadores de sangue, como pulgas, mosquitos, pernilongos, borrachudos, mutucas, percevejos, piolhos de animais.

Page 28: Doenças de pele na infância

Quadro ClínicoQuadro Clínico

• Lesão típica: pápulas eritematosas, edematosas, encimadas por vesículas, chamadas de seropápulas, muito pruriginosas, distribuídas preferencialmente nos membros e na região da cintura pélvica, não acompanhadas por adenopatia.

• Pode ser encontrado agrupamento de lesões ou distribuição linear, indicando a sequencia de picadas, mas também notam-se lesões a distância, em razão do fenômeno de hipersensibilidade.

• O edema é transitório, deixando pápulas vesiculosas ou crostosas; se não manipuladas, involuem em poucos dias.

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QUADRO CLÍNICOQUADRO CLÍNICO

• A evolução ocorre por surtos de intensidade variável e com frequencia irregular, e lesões em diferentes estágios podem ser encontradas.

• Como consequência da escoriação, crostas hemáticas podem ser observadas, bem como lesões pustulosas, indicando infecção secundária por bactérias piogênicas. Nesse caso, a resolução pode se dar com lesões hipocrômicas transitórias, desaparecendo em alguns meses.

• A coçadura crônica pode levar à liquenificação, com lesões assumindo aspecto prufigoide.

• Hipercromia residual é comum, relacionada tanto à cor da pele como à intensidade das escoriações e da infecção secundária. Tende a desaparecer em anos, porém pode ser permanente.

• Alguns doentes apresentam quadro predominantemente bolhoso.

Page 30: Doenças de pele na infância

Exames Exames ComplementaresComplementares

• Exame Histopatológico, não empregado na rotina, observa-se edema da derme papilar com infiltrado linfocitário e eosinofílico, disposto ao redor dos vasos da derme papilar. Linfócitos podem ser encontrados na epiderme (exocitose).

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Diagnóstico DiferencialDiagnóstico Diferencial

• Doenças pruriginosas crônicas da infância: escabiose, eczemas (dermatite atópica e urticária pigmentosa).

• Doenças vesicobolhosas: impetigo, varicela, epidermólise bolhosa e doenças bolhosas autoimunes ( dermatose por IgA linear e dermatite de Duhring-Brocq)

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TratamentoTratamento

Prevenir picadas:

• Afastar a criança dos ambientes com muitos insetos

• Cuidados com ambiente: telas nas janelas e portas, mosquiteiros, inseticidas, desinsetização doméstica e de animais de estimação

• Cuidados pessoais: roupas e repelentes. O repelente de insetos para aplicação tópica mais eficaz é a DEET (N, N-dietil-meta-toluamida) que pode ser aplicada em áreas expostas, podendo ser reaplicada até 3 vezes ao dia. Indicado para maiores de 2 anos, sendo absolutamente contraindicada em menores de 6 meses. Não deve ser utilizada em áreas sob oclusão, nem na pele lesada, nem na face e nas mãos de crianças. Crianças 2 a 12 anos, utilizar concentrações de até 10%. Concentrações de até 30% podem ser utilizadas em maiores de 12 anos.

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TRATAMENTOTRATAMENTO

Aliviar o prurido:

Anti-histamínicos H1 sistêmicos (evitar os tópicos pelo risco de sensibilização ou fotossensibilidade):

• Hidroxizina: Apresentação cp 25mg; xarope 2mg/ml. 0,7 a 2mg/Kg/dia, em dose única ao deitar ou divididos em até 4 doses diárias.

• Dexclorfeniramina: Apresentação cp 2mg; solução 2mg/5ml; cp repetabs 6mg. 2 a 6 anos – 0,5mg, 3x ao dia; 6 a 12 anos – 1mg, 3x ao dia; maiores de 12 anos – 2mg, 3 a 4 x/dia e dose máxima de 12mg/dia.

• Loratadina : Apresentação xarope 5mg/5ml; cp 10mg. 2 a 12 anos: abaixo de 30 Kg.

• Desloratadina: apresentação cp 5mg; xarope 0,5mg/ml. 6 a 11 meses – 2ml/dia (2mg/dia); 1 a 5 anos – 2,5ml/dia; 6 a 11 anos – 5ml/dia.

• Fexofenadina em > 12 anos: 120 a 180mg/dia

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TRATAMENTOTRATAMENTO

Corticosteróides tópicos: aceponato de metilprednisolona, mometasona, desonida, betametasona e prednicarbato de 5 a 7 dias podem ser usados para lesões individualizadas, isoladamente ou com antibióticos tópicos caso haja infecção secundária.

Nos casos extensos, corticosteroides sistêmicos (prednisona 0,5mg/kg/dia ou prednisolona em dose equivalente) podem ser necessários por um período de 5 a 10 dias.

Tratar infecções associadas: Antibióticos tópicos se as lesões forem escassas: ácido fusídico, mupirocina, retapamulina e associação neomicina/bacitracina.

Antibioticoterapia sistêmica se as lesões forem disseminadas: Eritromicina (30 a 50 mg/Kg/dia durante 5 a 7 dias) ou Cefalexina (30 a 50 mg/Kg/dia durante 5 a 7 dias).

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ESCABIOSEESCABIOSE

Page 36: Doenças de pele na infância

ESCABIOSEESCABIOSE

Page 37: Doenças de pele na infância

ESCABIOSE ESCABIOSE EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA

•É uma dermatozoonose muito frequente

•‘’Sarna’’

•‘’Coceira””

•Mais comum em crianças, acometendo ambos os sexos igualmente.

•Relacionada a aglomeração

•Mais frequente no inverno

Page 38: Doenças de pele na infância

EpidemiologiaEpidemiologia

• Escabiose é um problema mundial

• É endêmica em países em desenvolvimento

• Quanto maior a aglomeração das pessoas, maior é a prevalência de escabiose

Page 39: Doenças de pele na infância

PatogênesePatogênese• Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis, que é

parasita obrigatório e hospedeiro específico.

• Os ácaros sobrevivem poucos dias fora do hospedeiro, sendo essa sobrevida prolongada por temperaturas baixas e umidade alta.

• Estima-se que um adulto humano com escabiose clássica tenha de 10 a 15 fêmeas do ácaro na superfície corpórea.

• A transmissão é por contato pessoal.

• Em adultos, a transmissão sexual é importante

• A aquisição por fômites (roupas de uso pessoal, toalhas e lençóis) é pouco frequente, sendo mais valorizada em doentes com muitos parasitas.

• Ocasionalmente, a escabiose animal pode infestar o homem..

Page 40: Doenças de pele na infância

Manifestações ClínicasManifestações Clínicas

• Na primeira infestação, o início dos sintomas ocorre após algumas semanas, quando o indivíduo se sensibiliza ao parasita ou aos seus produtos.

• Na segunda infestação, a sintomatologia tem início em 1 a 2 dias.

• O prurido resulta de uma reação de hipersensibilidade tardia tipo IV ao ácaro, à sua saliva, aos ovos ou às fezes.

Page 41: Doenças de pele na infância

MANIFESTAÇÕES MANIFESTAÇÕES CLÍNICASCLÍNICAS

• As lesões consistem em pápulas eritematosas, geralmente escoriadas.

• A eczematização e a infecção secundária são comuns

• A lesão mais típica é o sulco, que representa o túnel escavado pela fêmea na camada córnea da epiderme. É uma saliência linear, de menos de 1 cm, com uma vesícula ou pápula em uma das extremidades.

• As lesões comprometem pregas axilares, interdígitos, cintura, nádegas, mamas, genitália masculina e punho.

• Em lactentes, as lesões também podem se localizar no couro cabeludo, na face, na área das fraldas , nas palmas e nas plantas.

• As lesões costumam ser mais disseminadas em imunossuprimidos ou em usuários de corticosteróides..

Page 42: Doenças de pele na infância

lesões lesões

Page 43: Doenças de pele na infância

MANIFESTAÇÕES MANIFESTAÇÕES CLÍNICASCLÍNICAS

• Escabiose nodular: nódulos firmes, eritematoacastanhados e pruriginosos. Localizam-se no pênis, bolsa escrotal, glúteos, prega axilar anterior e nos cotovelos. Geralmente não há mais infestação ativa e as lesões podem permanecer por semanas após o tratamento em razão da sensibilidade do hospedeiro ao parasita.

Page 44: Doenças de pele na infância

MANIFESTAÇÕES MANIFESTAÇÕES CLÍNICASCLÍNICAS

• Escabiose crostosa:forma de escabiose na qual o número de parasitas na pele do hospedeiro pode chegar a milhões, sendo muito contagiosa. O aparecimento dessa forma é decorrente de uma deficiência do hospedeiro. Os fatores predisponentes incluem: infecção pelo HIV/ AIDS; pelo HTLV-1; uso de corticosteroides tópicos ou sistêmicos; tratamento com imunossupressores; retardo mental; indivíduos debilitados e predisposição genética.

• Lesões são eritematodescamativas, de aspecto psoriasiforme, com distribuição acral. Prurido em 50% dos casos. Pode ocorrer eosinofilia sanguínea, aumento de IgE sérica e linfadenopatia generalizada. Podem apresentar bacteremias fatais, como consequencia secundária da pele. Além disso, é uma causa importante de doença renal induzida por estreptococo do grupo A (GNPE).

Page 45: Doenças de pele na infância

DiagnósticoDiagnóstico

• Diagnóstico clínico.

• Pode-se realizar raspagem de várias lesões, de preferência da pápula ou vesícula de uma das extremidades do túnel. Material é examinado ao microscópio para confirmar a presença de ácaros, ovos ou fezes. Exame negativo não invalida o diagnóstico e deve ser repetido nos casos atípicos da doença.

• Dermatoscopia e microscopia confocal são métodos também utilizados para confirmar o diagnóstico de escabiose.

• Diagnóstico Diferencial: doenças com prurido, lesões disseminadas, eczematizadas ou com infecção secundária. Ex: estrfulose, piodermites, dermatite herpetiforme, etc.

Page 46: Doenças de pele na infância

TratamentoTratamento

• Geralmente é tópico

• Os produtos devem ser aplicados em todo o corpo (do pescoço para baixo) à noite e retirados com o banho na manhã seguinte, por uma ou duas noites consecutivas. Após 7 a 10 dias de intervalo, deve-se repetir a aplicação por mais uma ou duas noites, pois os medicamentos não atingem os ovos

• Nas crianças pequenas, a aplicação deve incluir face e couro cabeludo

• Todos os contactuantes precisam ser tratados concomitantemente, mesmo que não apresentem prurido. Roupas e lençóis devem ser lavados

Page 47: Doenças de pele na infância

TRATAMENTOTRATAMENTO

• Permetrina loção 5%

• Benzoato de benzila 10 ou 25%: Baixo custo. Provoca sensação de ardência forte.

• Lindano 0,3 a 1%: pouco usado devido ao risco de efeitos tóxicos graves.

• Enxofre precipitado (5 ou 6% em vaselina): eficaz e pouco irritante, odor desagradável, efeitos renais possíveis. Deve ser aplicado por 3 noites consecutivas e deve ser repetido por mais 3 noites após um intervalo de 5 dias. Pode ser usado em crianças com menos de 2 meses, grávidas e nutrizes.

• Ivermectina:útil em situações em que o tratamento tópico é difícil ou inviável. É usada em pacientes imunocomprometidos ou com a pele muito escoriada e quando muitos contactuantes precisam ser tratados. A dose é de 200ug/Kg/peso, repetindo –a após 1 a 2 semanas. A repetição é necessária, pois a droga só é eficaz contra as formas adultas do parasita

Page 48: Doenças de pele na infância

TRATAMENTOTRATAMENTO

Page 49: Doenças de pele na infância

HERPES ZOSTERHERPES ZOSTER

Page 50: Doenças de pele na infância

HERPES ZOSTERHERPES ZOSTER

Page 51: Doenças de pele na infância

Herpes ZosterHerpes Zoster

• Representa a recidiva da virose cuja primoinfecção é a varicela.

• Agente etiológico: Vírus da varicela-zostes (VZV) ou HSV III.

• Dermatose comum, sendo mais frequente e mais grave em indivíduos idosos e imunocomprometidos.

• Na infância, em geral, é bem menos grave e praticamente sem complicações.

Page 52: Doenças de pele na infância

Epidemiologia e Epidemiologia e PatogênesePatogênese

• Após a primoinfecção, o VZV permanece em latência e em equilíbrio com a imunidade, localizando-se no gânglio sensitivo de um nervo espinhal ou craniano.

• Diminuições temporárias na imunidade celular e nas fases de replicação viral são comuns, mas, em sua maioria, não são o suficiente para desencadear o surto de zoster.

• A coincidência entre a queda da imunidade e replicação viral em magnitudes suficientes disparará o surto.

• Fatores desencadeantes: idade avançada (diminuição da imunidade celular), condições sistêmicas como doença pelo HIV e AIDS, linfomas e leucemias, transplantes de órgãos, imunossupressão iatrogênica e quimioterapia.

• Em crianças e adultos saudáveis, é comum não se identificar nenhum fator desencadeante.

Page 53: Doenças de pele na infância

EPIDEMIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA E PATOGÊNESEPATOGÊNESE

• O vírus progride de maneira centrífuga pelo nervo cutâneo sensitivo em direção à pele, elicitando inflamação e necrose neural significantes, responsáveis por intensa dor do tipo neurítica.

• Após alguns dias, surge a erupção cutânea, que dura de 2 a 3 semanas.

• A liberação de partículas virais na circulação sanguínea estimulará a imunidade celular, o que será responsável pela autolimitação do surto.

• A imunidade recém-induzida é intensa e duradoura; assim sendo, um segundo surto é excepcionalmente raro.

• Os fenômenos inflamatórios no nervo sensitivo podem evoluir com sequelas cicatriciais, responsáveis por possível sintomatologia após a cura das lesões clínicas..

Page 54: Doenças de pele na infância

Quadro ClínicoQuadro Clínico

• Inicia-se com dor intensa do tipo neurítica unilateral, restrita ao território cutâneo inervado pela raiz comprometida (dermátomo).

• Dermátomos mais acometidos:Região toraco lombar e sacral.Ramo oftálmico do trigêmio

• Na infância, a dor é mais leve, podendo até estar ausente.

• Após dor: aparecimento de vesículas agrupadas sobre base eritemato edematosa, de distribuição unilateral e em faixa (dermatômica).

• O aparecimento de algumas vesículas fora do território do dermátomo não é raro.

Page 55: Doenças de pele na infância

QUADRO CLÍNICOQUADRO CLÍNICO

• Indivíduos com comprometimento significativo da imunidade celular (com AIDS e transplantados) podem apresentar quadros exuberantes ou complicados, como zoster disseminado, necrotizante, hemorrágico, recidivado e crônico.

• Alterações motoras podem ser raramente observadas por comprometimento de fibras motoras em casos intensos (assimetria da musculatura abdominal, paralisia da bexiga, síndrome de Ramsay-Hunt – zoster do gânglio geniculado).

• Zoster do nervo trigêmeo asusme especial interesse, sendo o mais importante aquele que acomete o ramo oftálmico.

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Diagnóstico Diagnóstico LaboratorialLaboratorial

• Diagnóstico principalmente clínico

• Exames que podem ser solicitados:

• Exame citológico (Tzanck) é o método de escolha. A análise do esfregaço, corado com Giemsa, Leishman ou hematoxilina eosina (HE), obtido das lesões, revela, em 60 a 70% dos casos, alterações típicas incluindo células gigantes multinucleadas e inclusões intranucleares.

• Estudo histopatológico e o isolamento do vírus em cultura de tecido ou técnica de imunofluorescência, imunoperoxidase ou microscopia eletrônica.

• Anticorpos contra vírus podem ser detectados por fixação do complemento, ELISA e imunofluorescência..

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PrognósticoPrognóstico• Zoster é uma doença autolimitada, e o surto varia de 2 a 3

semanas.

• Evolução é muito benigna na infância, porém pode haver sequelas resultantes da inflamação, da fibrose neuronal e da mucosa ocular, além de disseminação para o SNC em indivíduos imunocomprometidos.

• A neuralgia herpética é uma complicação frequente nos idosos. Caracteriza-se pela persistência da dor após cicatrização das lesões por semanas, meses ou até anos.

• Opacidades corneanas podem sobrevir em casos intensos de zoster oftálmico.

• Cicatrizes inestésiscas na pele são comuns.

• Com a introdução dos modernos antirretrovirais, associada à disseminação da vacinação contra varicela, a incidência da zoster diminuiu entre os portadores de HIV, melhorando também seu prognóstico.

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TratamentoTratamento

• Na infância, a maioria dos casos evolui favoravelmente e com pouca dor.

• O tratamento com aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir pode ser instituído, sendo mais eficaz em reduzir a dor e o curso da doença se iniciado antes das primeiras 72 horas após surgimento das vesículas.

• Em crianças imunocomprometidas, usa-se o aciclovir por via EV na dose de 10mg/Kg (500mg/m2).

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CONDUTA DO CASO CONDUTA DO CASO CLÍNICOCLÍNICO

• Diagnóstico clínico de Molusco Contagioso.

• Receberá alta hospitalar.

• Manterá acompanhamento no HCB.

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BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA

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