doença de pompe um espectro clínico

42
DOENÇA DE POMPE: Um espectro clínico

Upload: joao-antonio-granzotti

Post on 21-Jan-2018

296 views

Category:

Health & Medicine


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Doença de Pompe   um espectro clínico

DOENÇA DE POMPE:Um espectro clínico

Page 2: Doença de Pompe   um espectro clínico

2

DOENÇA DE POMPE INTRODUÇÃO

• Rara, progressiva e muitas vezes fatal

• Doença irreversível causada pela deficiência de alfa-glicosidase ácida (GAA) lisossômica

• Mutações genéticas autossômicas recessivas

• Amplo espectro de sinais e sintomas

• Classificada em três famílias de doenças

• Também considerada um “distúrbio cardíaco" em razão da grave miocardiopatia / cardiomegalia em bebês

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.Raben N, et al. Curr Mol Med. 2002;2:145-166.

VISÃO GERAL

Page 3: Doença de Pompe   um espectro clínico

3

Cori GT. Harvey Lect. 1954;8:145-171. Engel AG. Brain. 1970;93:599-616. Hers HG. Biochem J. 1963;86:11-16.Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420. Hudgson P, et al. Brain. 1968;91:435-462. Pompe JC. Ned Tijdschr Geneeskd. 1932;76:304-312. Reuser AJJ, et al. Eur J Pediatr. 2002;161:S106-S111. Stoeckle H, et al. Am J Cardiol. 1961;8:675-681.

VISÃO GERAL

1932

J.C. Pompe descreve a morte súbita de um bebê com 7 meses de idade por hipertrofia cardíaca

1963

H.G.Hers associa a doença à ausência da enzima lisossômica GAA

1999 - presente

Estudos clínicos sobre rhGAA

1973

Início da aplicação em pacientes da terapia de reposição enzimática com GAA placentária.

1954

G.T. Cori classifica a doença de Pompe como uma doença de armazenamento de glicogênio tipo II

1961 – 1970

Primeiros relatos de uma forma tardia

1979

Gene codificador da GAA encontrado no cromossomo 17

DOENÇA DE POMPE INTRODUÇÃO

Page 4: Doença de Pompe   um espectro clínico

4

• Sinônimos

– Doença de armazenamento de glicogênio tipo II (GSD-II)

– Deficiência de maltase ácida (AMD)

– Glicogenose tipo II

• Grupos de doenças

– Doença de depósito lisossômico

– Doença de armazenamento de glicogênio

– Doença neuromuscular / doença metabólica muscular

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

DOENÇA DE POMPE - NECESSIDADE DEUMA NOMENCLATURA COMUM

VISÃO GERAL

Page 5: Doença de Pompe   um espectro clínico

5

DOENÇA DE POMPE - UM ESPECTRO CONTÍNUO DE FENÓTIPOS CLÍNICOS

FORMA INFANTIL*100%

0%

ES

TA

DO

CL

ÍNIC

OA

TIV

IDA

DE

RE

SID

UA

L D

A G

AA

(FIB

RO

BL

AS

TO

S D

A P

EL

E)

501

IDADE (ANOS)

*MIOCARDIOPATIA

0%

100%

40%

FORMA TARDIA

VISÃO GERAL

Page 6: Doença de Pompe   um espectro clínico

6

DOENÇA DE POMPEPATOGÊNESE

• A GAA é essencial para a degradação do glicogênio lisossômico

• Déficit causa acúmulo e aumento do volume do lisossomo e da célula

Raben N, et al. Curr Mol Med. 2002;2:145-166.

PATOLOGIA

Page 7: Doença de Pompe   um espectro clínico

7

• Miofibrilas substituídas por glicogênio com destruição do tecido muscular

Raben N, et al. Curr Mol Med. 2002;2:145-166.

Dado de arquivo, Genzyme Corporation.

PATOLOGIA

Glicogênio lisossômico entre miofibrilas

MiofibrilaGlicogênio lisossômico se acumulando na periferia da célula

Lisossomos com membranas rompidas e formação de lago de glicogênio

DOENÇA DE POMPEDESTRUIÇÃO DOS TECIDOS

Page 8: Doença de Pompe   um espectro clínico

8

DOENÇA DE POMPEPRINCIPAIS ÓRGÃOS AFETADOS

• O armazenamento de glicogênio afeta primariamente o tecido muscular

• Principais grupos de músculos:

– Cardíaco (forma infantil)

– Esqueléticos proximais (em especial, tronco e membros inferiores)

– Respiratórios

Acúmulo de glicogênio na musculatura esquelética

Acúmulo de glicogênio no músculo cardíaco

Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

PATOLOGIA

Page 9: Doença de Pompe   um espectro clínico

9

DOENÇA DE POMPE EXTENSÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

• A atividade de GAA residual, em geral, é inversamente proporcional à gravidade da doença

• Forma infantil Forma Tardia <1% do normal <40% do normal

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

PATOLOGIA

FORMA INFANTIL* FORMA TARDIA100%

0%

ES

TA

DO

CL

ÍNIC

OA

TIV

IDA

DE

RE

SID

UA

L D

A G

AA

(F

IBR

OB

LA

ST

OS

DA

PE

LE

)

501IDADE (ANOS)

*MIOCARDIOPATIA

0%

100%

40%

Page 10: Doença de Pompe   um espectro clínico

10Ausems MGEM, et al. Community Genet. 1999;2:91-96. Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

DOENÇA DE POMPEEPIDEMIOLOGIA

*Varies by ethnic group: highest among African-Americans and Chinese.

Subtipo Incidência (I.C.95%)

Infantil 1/138.000(1/43.000-1/536.000)

Tardio 1/57.000(1/27.000-1/128.000)

Incidência geral* 1/40.000(1/17.000-1/100.000)

HEREDITARIEDADE

•Varia de acordo com o grupo étnico: maior em chineses e norte-americanos negros

Page 11: Doença de Pompe   um espectro clínico

11Adaptado de: Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

DOENÇA DE POMPEPADRÃO DE HERANÇA

HEREDITARIEDADE

Herança Autossômica Recessiva

Pai portador Mãe portadora

Indivíduo afetado Portadores não afetados Não afetado nem portador

Alelo anormal

Alelo normal

Page 12: Doença de Pompe   um espectro clínico

12

• Gene que codifica a GAA localizado no cromossomo 17

• Cerca de 150 mutações identificadas até hoje para esse gene

– Defeitos incluem trocas de pares de bases missense e nonsense, defeitos de splicing, deleções e inserções pequenas e grandes

– Algumas mutações são comuns na população geral ou em determinados grupos étnicos, mas a maioria foi identificada por mutações exclusivas em pacientes únicos

• Lista atualizada das mutações:

– www2.eur.nl/fgg/ch1/pompe/mutations.html

DOENÇA DE POMPE GENÉTICA

HEREDITARIEDADE

Raben N, et al. Curr Mol Med. 2002;2:145-166. Mutations in GSD II. http://www2.eur.nl/fgg/ch1/pompe/mutations.html.

Page 13: Doença de Pompe   um espectro clínico

13Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

*Pacientes chineses de Taiwan

DOENÇA DE POMPEMUTAÇÕES COMUNS

Mutação Grupo étnicoFreqüência

alélica Fenótipo

Asp645Glu Taiwanês* 0,8 Infantil

Arg854X Afro-americano 0,5 Infantil

del525T Holandês 0,34 Infantil

del éxon 18 Holandês 0,23 Infantil

Splice IVS 1-13 t>g

Caucasiano 0,4-0,6 Tardio

HEREDITARIEDADE

Page 14: Doença de Pompe   um espectro clínico

14

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

DOENÇA DE POMPE - VISÃO GERAL DAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Forma infantil

Cardíacas • Cardiomegalia / miocardiopatia acentuada• Evolução para insuficiência cardíaca

Musculo-esqueléticas

• Fraqueza muscular grave e rapidamente progressiva (hipotonia / bebê de pano / retardo na sustentação da cabeça)

• Retardo para atingir os marcos motores

Pulmonares • Infecções respiratórias freqüentes

• Evolução para carência respiratória

• Óbito por insuficiência cardiorrespiratória

Gastrintestinais • Dificuldade na alimentação/atraso do crescimento

• Organomegalia (hepatomegalia / esplenomegalia / macroglossia)

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 15: Doença de Pompe   um espectro clínico

15

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

Forma tardia

Musculo-esqueléticas

• Fraqueza progressiva dos músculos proximais (esp. tronco e membros inferiores)

• Anormalidades na marcha• Dor muscular• Dificuldade para subir escadas• Quedas freqüentes• Escápula alada

Pulmonares • Incapacidade / insuficiência respiratória• Ortopnéia• Apnéia do sono• Dispnéia de esforço• Infecções respiratórias

Outras • Sonolência diurna• Cefaléia matinal

APRESENTAÇÃO CLÍNICADOENÇA DE POMPE - VISÃO GERAL

DAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Page 16: Doença de Pompe   um espectro clínico

16Haley SM, et al. Dev Med Child Neurol. 2003;45:618-623.

Déficit Funcional Grave em Relação à Idade do Paciente

DOENÇA DE POMPEINCAPACIDADE FÍSICA

• Avaliação Pediátrica de Disfunção (PEDI - Pediatric Evaluation of Disability Inventory) específica para Pompe usada para estimar o estado funcional de 30 crianças e adolescentes

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Média da idade cronológica = 7,6 anosMédia da idade para desempenho da mobilidade = 1,5 anos

Idade cronológica

Idade do nível de funcionamento

Número de pacientes

Idad

e (a

no

s)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

20

15

10

5

0

Page 17: Doença de Pompe   um espectro clínico

17

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE ESPECTRO DO AVANÇO DA DOENÇA

FORMA INFANTIL*100%

0%

ES

TA

DO

CL

ÍNIC

OA

TIV

IDA

DE

RE

SID

UA

L D

A G

AA

(FIB

RO

BL

AS

TO

S D

A P

EL

E)

501

IDADE (ANOS)

*MIOCARDIOPATIA

0%

100%

40%

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 18: Doença de Pompe   um espectro clínico

18

• Fraqueza muscular grave e rapidamente progressiva (hipotonia / “bebê de pano” / não sustenta a cabeça)

• Atraso do desenvolvimento motor

• Cardiomegalia / miocardiopatia acentuada

• Evolução para insuficiência cardíaca

• Infecções respiratórias freqüentes / pneumonia de aspiração freqüente

• Evolução para insuficiência respiratória

• Organomegalia (hepatomegalia, esplenomegalia, macroglossia)

• Dificuldade para se alimentar, atraso do crescimento

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 19: Doença de Pompe   um espectro clínico

19

Dado de arquivo, Genzyme Corporation.

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE CARACTERÍSTICAS - MUSCULOESQUELÉTICAS

• Musculo-esqueléticas

– Fraqueza muscular grave e rapidamente progressiva

• Cardíacas

– Cardiomegalia /miocardiopatia acentuada

• Respiratórias

– Progressão para insuficiência respiratória

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

APRESENTAÇÕES CLÍNICAS

Page 20: Doença de Pompe   um espectro clínico

20

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

Com permissão de B. Byrne, MD

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE CARACTERÍSTICAS CARDIOLÓGICAS

• Cardiomegalia–Raios x de tórax

• Miocardiopatia–Ecocardiograma

• Progressão para insuficiência cardíaca

• Anormalidades ECG

– Intervalos PR curtos

–Complexos QRS altos

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 21: Doença de Pompe   um espectro clínico

21Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.Raben N, et al. Curr Mol Med. 2002;2:145-166.

• Insuficiência respiratória / dispnéia

– Gasometria arterial

– Estudos de sono

• Infecções

• Suporte ventilatório

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE CARACTERÍSTICAS PULMONARES

Dado de arquivo, Genzyme Corporation.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 22: Doença de Pompe   um espectro clínico

22

1,6 1,62,0

5,3

4,5 4,7

7,7

6,0

8,7

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Me

dia

n A

ge

(m

on

ths

)

Primeiros sintomas Diagnóstico Morte

van den Hout n=20 van den Hout n=133 Genzyme DOF n=168

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE HISTÓRIA NATURAL

van den Hout HMP, et al. Pediatrics. 2003;112:332-340.Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Med

ian

a d

a id

ade

(mes

es)

Page 23: Doença de Pompe   um espectro clínico

23

5,0

7,5

25,7

0,01,5

14,4

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Su

rviv

al (

%)

12 meses 18 meses

van den Hout n=20 van den Hout n=133 Genzyme DOF n=168

FORMA INFANTILDOENÇA DE POMPE: SOBREVIDA

van den Hout HMP, et al. Pediatrics. 2003;112:332-340.Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

So

bre

vid

a (%

)

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 24: Doença de Pompe   um espectro clínico

24

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE SOBREVIDA

Idade (meses)0 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

Pro

po

rção

de

pac

ien

tes

sob

revi

ven

tes* Mediana da idade ao morrer: 8,7 meses

Sobrevida aos 12 meses: 25,7%Sobrevida aos 18 meses: 14,4%Sobrevida aos 24 meses: 9,0%Sobrevida aos 36 meses: 7,1%

*Baseado em n=163 pacientes com dados disponíveis

Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 25: Doença de Pompe   um espectro clínico

25

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE FREQÜÊNCIA DE SINTOMAS E INÍCIO

Manifestaçõesclínicas

Idade de inícioem meses

(média ± D.P.)

Cardiomegalia 4,1 (3,1)Hipotonia 3,9 (2,7)

Miocardiopatia 4,2 (4,7)

Dispnéia 4,3 (4,4)

Fraqueza muscular 4,5 (3,1)

Dificuldades de alimentação 3,4 (2,7)

Atraso do crescimento 4,2 (2,6)

Insuficiência cardíaca congestiva 5,1 (2,4) Refluxo gastroesofágico

5,3 (5,6)

Apnéia do sono

Freqüência n (%)

154 (92)148 (88)

147 (88)

131 (78)

105 (63)

96 (57)

89 (53)

84 (50)

16 (10) 6 (4) 4.0 (2,4)

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

Page 26: Doença de Pompe   um espectro clínico

26

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.Johns DR. In: Harrison’s Principles of Internal Medicine. 15th ed. 2001:404-407. Lotz BP. In: NeuromuscularFunction and Disease: Basic, Clinical, and Electrodiagnostic Aspects. 2002;1443-1445.

Diagnósticos

Sinais e sintomas compartilhados

Somente na Doença de Pompe

Atrofia muscular espinhal I

Hipotonia, fraqueza progressiva dos músculos proximais, ausência de reflexos, dificuldades para se alimentar

Cardiomegalia

Doença de Danon Miocardiopatia hipertrófica, miopatia da musculatura esquelética, armazenamento vacuolar do glicogênio

Visceromegalia, comprometimento cognitivo mínimo

Fibroelastose endocárdica

Falta de ar, dificuldade à alimentação, cardiomegalia, insuficiência cardíaca

Fraqueza muscular pronunciada

Deficiência de carnitina

Miocardiopatia, fraqueza muscular Aumento de creatinoquinase (CK) em bebês

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 27: Doença de Pompe   um espectro clínico

27Chen Y-T. In: Harrison’s Principles of Internal Medicine. 15th ed. 2001:2281-2289.Johns DR. In: Harrison’s Principles of Internal Medicine. 15th ed. 2001:404-407.

FORMA INFANTIL DA DOENÇA DE POMPE DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL (cont.)

Diagnóstico

Sinais e sintomas compartilhados

Somente na Doença de Pompe

GSD III e IV Hepatomegalia, hipotonia, cardiomegalia, fraqueza muscular, elevação de CK

Apenas moderado comprometimento hepático

Miocardiopatia hipertrófica idiopática

Hipertrofia biventricular Hipotonia, fraqueza muscular pronunciada

Miocardite Inflamação miocárdica que contribui para o aumento cardíaco

Hipotonia, fraqueza muscular pronunciada

Transtornos mitocondriais

Hepatomegalia, miocardiopatia, miopatia

Hipotonia, comprometimento cognitivo mínimo

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 28: Doença de Pompe   um espectro clínico

28

FORMA TARDIA DA DOENÇA DE POMPE ESPECTRO DA EVOLUÇÃO DA DOENÇA

FORMA TARDIA100%

0%

ES

TA

DO

CL

ÍNIC

OA

TIV

IDA

DE

RE

SID

UA

L D

A G

AA

(FIB

RO

BL

AS

TO

S D

A P

EL

E)

501

IDADE (ANOS)

0%

100%

40%

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 29: Doença de Pompe   um espectro clínico

29

• Musculatura esquelética– Fraqueza progressiva dos músculos proximais, especialmente do

tronco e membros inferiores

– Marcha anormal

• Músculos respiratórios– Sintomas respiratórios

Falta de ar Fadiga de esforço Progressão da insuficiência respiratória Transtornos de respiração durante o sono

• Outras– Escoliose

– Escápula alada

– Dores musculares

– Quedas freqüentes

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

FORMA TARDIA DA DOENÇA DE POMPEPRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 30: Doença de Pompe   um espectro clínico

30

FORMA TARDIA DA DOENÇA DE POMPEFRAQUEZA PROXIMAL

• Fraqueza na musculatura da cintura pélvica demonstrada por manobra de Gower positiva

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 31: Doença de Pompe   um espectro clínico

31

FORMA TARDIA DA DOENÇA DE POMPE ESCÁPULA ALADA

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

• Atrofia da musculatura escapular e paraespinhal

Cortesia do Dr Herman F.M. Busch, Erasmus MC, Rotterdam, Holanda.

APRESENTAÃO CLÍNICA

Page 32: Doença de Pompe   um espectro clínico

32

36,3

30,027,9

41,4

34,7 35,7

47,6

36,9 37,7

41,4

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Med

ian

a d

a id

ad

e (a

no

s)

Início dos sintomas Diagnóstico Suporte ventilatório Uso de cadeira derodas

Forma tardia (Mellies) n=20 Forma tardia (Genzyme) n=15 LOPOS (Genzyme) n=58

APRESENTAÇÃO CLÍNICAFORMA TARDIA DA DOENÇA DE POMPE

HISTÓRIA NATURAL

Mellies U, et al. Neurology. 2001;57:1290-1295. Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

Page 33: Doença de Pompe   um espectro clínico

33

26

83

50

7571 71

51

70

52

68 68

8279 80

76 76

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Qu

alid

ad

e d

e v

ida

(m

edia

na

SF

-36

)

Funções físicas Desempenho detarefas - Físico

Dor corporal Saúde geral Vitalidade Funções sociais Desempenho detarefas - Emocional

Saúde mental

Pacientes holandeses População holandesa geral (n=1742)

APRESENTAÇÃO CLÍNICAFORMA TARDIA DA DOENÇA DE POMPE

QUALIDADE DE VIDA

Hagemans MLC, et al. Neurology. 2004;63:1688-1692.

Medidas de saúde física Medidas de saúde mental

• Qualidade de vida significantemente inferior à da população geral (P<0,001) nas seguintes escalas: funções físicas, desempenho físico-funcional, saúde geral, vitalidade e funções sociais

Page 34: Doença de Pompe   um espectro clínico

34Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.

FORMA TARDIA DA DOENÇA DE POMPEDIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Diagnóstico

Sinais e sintomas compartilhados

Somente na Doença de Pompe

Distrofia muscular de cinturas

Fraqueza muscular progressiva na pelve, pernas e ombros

Musculatura proximal do tronco, visceromegalia

Distrofia muscular de Becker/Duchenne

Fraqueza progressiva da musculatura proximal, insuficiência respiratória, dificuldade de marcha

Afeta pessoas do sexo masculino e feminino, atividade de GAA de mínima a baixa

Polimiosite Fraqueza muscular progressiva, com freqüência simétrica

Fraqueza muscular extrema, hipotonia

Artrite reumatóide Fraqueza generalizada, fadiga e sintomas musculoesqueléticos

Sexo masc. / fem., sem comprometimento de articulações

GSD III e VI Hipotonia, hepatomegalia, fraqueza muscular, creatina quinase (CK) elevada

Comprometimento hepático apenas moderado

GSD V CK elevada, cãibras musculares durante exercício

Fraqueza muscular extrema, hipotonia

APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Page 35: Doença de Pompe   um espectro clínico

35

• Atividade enzimática da GAA (analisada com glicogênio ou 4-MUG)– Fibroblastos de pele– Biópsia de músculo– Leucócitos– Dosagem em papel filtro (tecnologia emergente)

• Análise de mutações– Especialmente para portadores (familiares/irmãos)

• Diagnóstico pré-natal– Amniocentese– Biópsia de vilosidade coriônica

• Triagem neonatal (tecnologia emergente)– Atividade da GAA em papel filtro e análise por fluorometria ou

espectrometria de massa

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.Umapathysivam K, et al. Clin Chem. 2001;47:1378-1383. Yijun L et al. Clin Chem. 2004;50:1785-1796.Chamoles N, et al. Clin Chim Acta. 2004;347:97-102.

DOENÇA DE POMPERECURSOS DIAGNÓSTICOS

DIAGNÓSTICO

Page 36: Doença de Pompe   um espectro clínico

36

• Musculares

– Avaliação muscular quantitativa (QMT)*

– Teste muscular manual (MMT)*

– Eletromiografia (EMG)

– Histopatologia

• Função motora

– Avaliação Pediátrica de Disfunção Específica para Pompe (PEDI Pompe)

– Avaliação da capacidade em atingir os marcos importantes do desenvolvimento motor

– Teste de desempenho motor (testes cronometrados, teste funcional para braços e pernas)*

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001;3389-3420.

DOENÇA DE POMPERECURSOS DIAGNÓSTICOS COMUNS

*Usado em casos de forma tardia da doença

DIAGNÓSTICO

Dado de arquivo, Genzyme Corporation.

Dado de arquivo, Genzyme Corporation.

Page 37: Doença de Pompe   um espectro clínico

37

• Cardíacos– Ecocardiografia

– Eletrocardiografia

– Raios x de tórax

– RMN

• Pulmonares– Testes de função pulmonar

(espirometria)

– Estudos do sono

• Laboratoriais– Creatinoquinase (CK)

– Alanina e aspartato amino-transferases (ALT/AST)

– Oligossacarídeos na urina (sob pesquisa)

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.An Y, et al. Mol Genet Metab. 2005;85:247-254.

DOENÇA DE POMPE - RECURSOS DIAGNÓSTICOS COMUNS (cont.)

DIAGNÓSTICO

Dados de arquivo, Genzyme Corporation.

Page 38: Doença de Pompe   um espectro clínico

38

Hirschhorn R, et al. In: The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.Bodamer O, et al. Eur J Pediatr. 1997;156:S39-42.Treating Pompe. http://www.pompe.com/healthcare/treating/pc_eng_hc_treating.asp.

DOENÇA DE POMPECONDUTA MÉDICA

APOIO AO PACIENTE

Terapia ocupacional

Terapia respiratória

Terapia psicossocial

Aconselhamento genético

Fisioterapia

Fonoterapia

COORDENADOR

TRATAMENTO

Terapia nutricional e dietética

Page 39: Doença de Pompe   um espectro clínico

39

DOENÇA DE POMPE - RECURSOS E ASSOCIAÇÕES PARA PACIENTES

• Pompe Community Web Site (Genzyme)www.pompe.com

• International Pompe Association*www.worldpompe.org

• Acid Maltase Deficiency Association (AMDA)*www.amda-pompe.org

• United Pompe Foundation*www.unitedpompe.com

• Muscular Dystrophy Association (MDA)*www.mdausa.org

• Association for Glycogen Storage Disease*www.agsdus.org

• Association for Glycogen Storage Disease (UK)*www.agsd.org.uk

• Australian Pompe’s Association*www.pompedownunder.org

• National Organization for Rare Disorders, Inc. (NORD)*www.rarediseases.org

Esta listagem é fornecida pela Genzyme como informação adicional sobre a doença de Pompe. As páginas na Web e seus conteúdos são mantidos pelas organizações indicadas. À exceção de suas próprias páginas na Web, a, Genzyme não endossa nenhuma organização em particular nem o conteúdo de suas respectivas página na Web.

APOIO AO PACIENTE

Page 40: Doença de Pompe   um espectro clínico

40

DOENÇA DE POMPE - ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS EMERGENTES: TERAPIA DE REPOSIÇÃO ENZIMÁTICA

• Finalizado o estudo de fase II / III para TRE em crianças

• Outros estudos sobreTRE em andamento

Hirschhorn R, et al. In The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. 2001:3389-3420.Amalfitano A, et al. Genet Med. 2001;3:132-138.

OPÇÕES DE TRATAMENTO

Page 41: Doença de Pompe   um espectro clínico

41

• Objetivo: oferecer o gene funcional para a enzima desejada

– Geralmente transferido via um vírus modificado

• Estudos pré-clínicos em andamento

• Até o momento não há terapias gênicas aprovadas

Zaretsky JZ, et al. Hum Gene Ther. 1997;8:1555-1563.Pauly DF, et al. Gene Ther. 1998;5:473-480.

DOENÇA DE POMPE - TRATAMENTO SOB PESQUISA: TERAPIA GÊNICA

OPÇÕES DE TRATAMENTO

Page 42: Doença de Pompe   um espectro clínico

42

• Espectro contínuo de fenótipos clínicos: da forma infantil à forma tardia da doença

• Fisiopatologia em comum: a deficiência de GAA acarreta acúmulo de glicogênio nos tecidos

• Herança autossômica recessiva torna o aconselhamento genético importante quando há histórico familiar ou filhos afetados

• Diagnóstico precoce é fundamental para a melhor conduta frente aos sintomas

• A conduta atual consiste de medidas de apoio multidisciplinares

• Estão sendo atualmente estudadas terapias de reposição enzimática para tratar da deficiência de GAA

DOENÇA DE POMPERESUMO

CONCLUSÕES