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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O PAPEL DO LÍDER NA GESTÃO ESTRATÉGICA DE
PESSOAS
Eduardo Xavier Marcolino
ORIENTADOR:
Prof. Paulo José
Rio de Janeiro 2018
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EITO A
UTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Pessoas
Por: Eduardo Xavier Marcolino
O PAPEL DO LÍDER NA GESTÃO ESTRATÉGICA DE
PESSOAS
Rio de Janeiro 2018
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AGRADECIMENTOS
A minha família que sempre me apoiou durante toda a minha vida acadêmica.
A todos os meus professores que contribuíram para minha formação. E a Deus por sempre me ajudar.
4
DEDICATÓRIA
Dedica-se a minha esposa e filhos.
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RESUMO
Essa pesquisa tem como objetivo demonstrar a importância do líder na
gestão de pessoas e como ele pode contribuir no atingimento dos objetivos
estratégicos de uma organização considerando a relevância do capital
intelectual no mundo moderno. Os líderes exercem papel fundamental na
gestão estratégica de pessoas, pois fazem a ligação entre o departamento de
recursos humanos e os colaboradores. São capazes de influenciar, conduzir e
desenvolver pessoas, apoiar a gestão da mudança, dentre outras ações que
podem contribuir no atingimento dos objetivos estratégicos da empresa. O
estudo perpassa pelo contexto histórico a respeito do conceito de liderança e
seus desdobramentos, identifica características necessárias de um líder
estratégico e métodos para desenvolvimento e identificação desses
profissionais. O trabalho também faz a distinção entre alguns conceitos que
estão presentes no dia a dia do profissional que exerce cargos de gestão de
pessoas, tais como: chefia e gestão; hierarquia e liderança; chefe e líder.
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METODOLOGIA
No presente trabalho foi utilizada a metodologia descritiva qualitativa,
com abordagem em pesquisa bibliográfica, artigos de revistas, jornais e sites
de internet. Dentre os principais autores consultados, teve destaque as obras
de Idalberto Chiavenatto, que serviram de suporte para o embasamento da
pesquisa.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE LIDERANÇA 10
1.1 Evolução histórica 10
CAPÍTULO II
FORMAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE LÍDERES PARA ATUAR NO MUNDO
CORPORATIVO E GERIR PESSOAS 18
2.1 A formação de líderes 18
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NO MUNDO CORPORATIVO 25
3.1 Liderança corporativa 25
3.2 Líder coorporativo 27
3.3 Diferença entre Líder x Chefe x Gerente 28
3.4 Distinção entre Hierarquia e Liderança 30
3.5 Estilos de Liderança 34
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende estabelecer distinções e conceitos
que evidenciarão a importância do líder e seu papel fundamental na gestão
estratégica de pessoas no mundo corporativo.
As organizações são formadas por pessoas, que juntas, trabalham
em prol de um resultado. Estas pessoas precisam ser lideradas para que
esses resultados sejam alcançados. A falta de liderança torna o trabalho em
equipe praticamente impossível de ser realizado.
A gestão do capital intelectual é um dos fatores que podem
desequilibrar a competição entre as organizações, pois o patrimônio
intelectual passou a ser o diferencial entre elas, conforme explicam
BRENNAN e CONNELL, 2000: Entre os ativos intangíveis que podem existir
em uma organização, o patrimônio da companhia baseado no conhecimento
é o que melhor explica a questão da diferença entre o valor contábil e o valor
de mercado de organizações
Desta forma, tornou-se fundamental avaliar e refletir sobre a
importância da figura do líder nos processos de gestão de pessoas, pois
estas, passaram a ser o grande diferencial das organizações.
A contribuição do líder na gestão de pessoas e no atingimento dos
objetivos estratégicos da organização passou a ser a receita do sucesso. No
entanto, a influência da liderança nos resultados estratégicos é um assunto
relativamente novo e ainda causa bastante dúvida e confusão no mundo
corporativo. O exemplo mais evidente é a figura do líder frequentemente ser
confundida com a figura do gestor.
Desempenho e resultados são conceitos chaves para a
sobrevivência das organizações contemporâneas, por este motivo, a figura
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do líder tornou-se fundamental, pois ele é o responsável por definir as
estratégias do negócio e conduzi-las com sua equipe.
Por serem pessoas influentes, as lideranças exercem papel
essencial na gestão da mudança, pois são considerados facilitadores do
processo, sem elas tudo fica mais difícil e as chances de insucesso de um
bom projeto podem se tornar prováveis. Neste contexto, a implementação de
políticas e práticas de recursos humanos, por mais bem elaboradas que
sejam, não são suficientes se não forem compartilhadas e implementadas
por líderes atuantes, que possuem capacidade de direcionar o
comportamento das pessoas.
Muitas são as qualidades e capacidades que os líderes precisam
ter ou desenvolver para conseguir exercer a liderança de forma eficaz e
eficiente, dentre elas podemos destacar a capacidade de ser um bom
ouvinte, saber se comunicar, ser proativo, ético, responsável, saber lidar com
pessoas e seus sentimentos, dentre vários outros.
Outro fator diferencial que pode ser encontrado em líderes que se
destacam é o conhecimento profundo das atividades desempenhadas pela
organização que está atuando. Este conhecimento facilita o desempenho da
liderança e a gestão estratégica do negócio.
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CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE LIDERANÇA
1.1 Evolução histórica
A necessidade da sobrevivência e a competitividade entre grupos
faz surgir o que conhecemos hoje como liderança. Isso significa que, desde
a época dos nossos ancestrais das cavernas a liderança estava presente no
cotidiano da humanidade, seja como o meio de organizar e guiar suas ações
ou como meio de garantir o poder.
Na Antiguidade as ordens dos chefes eram acatadas sem
contestação, pois não havia espaço para o diálogo entre o chefe e os
liderados. Neste contexto, o líder era visto sob a figura do Rei, que possui o
poder divino e comandava grandes exércitos de homens nas batalhas pela
defesa de seus reinos ou pela conquista de novos territórios.
Em sua obra, Mestres do Comando, o professor de Cornell, Barry
Strauss ilustra bem essa questão:
Você não deixaria de ver o rei. A batalha era uma confusão de homens e cavalos se movendo, mas, mesmo assim, ele era inconfundível. Era baixo, mas musculoso, e estava em cima de um enorme corcel negro. Brilhando com sua esplêndida armadura, com altas plumas brancas fixas de cada lado de seu capacete, Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, liderava a segunda onda dos Companheiros do Rei, a cavalaria de elite.
Na idade média Maquiavel se destacou na elaboração do conceito
de liderança, pois segundo ele, a oportunidade histórica fazia surgir o grande
homem onipotente, o superdotado de inteligência e malícia, que se
11
aproveitava para tomar e formar o governo no transcurso de uma grave crise
política revelando-se o príncipe.
Seguindo os ensinamentos de Maquiavel grandes líderes
chegaram ao poder ou o mantiveram por longo período usando da astúcia e
empregando seus preceitos, entre eles Napoleão, Mussolini, Rockfeller, Ford,
Lenine, Franco e Pedro I.
Com a Revolução Industrial, por volta de XVIII, a economia se
desenvolveu e surgiram novos meios de produção que demandaram a
necessidade de um novo perfil de liderança que concentrasse as decisões e
fosse responsável por gerir o processo de produção.
O poder da produção, que até então era dos artesões, passa a ser
dominado pela burguesia industrial, que na saga em conseguir maiores
lucros e menores custos, busca agilizar os processos produção
implementando relações de trabalho hierarquizadas. O rápido
desenvolvimento da economia fez com que as empresas necessitassem de
líderes para gerir o processo de produção que demandava a coordenação de
grandes grupos de operários.
Os líderes que surgiram com a Revolução industrial foram
formados para gerir processos e não pessoas, tinham o objetivo de aumentar
a eficiência dos operários na linha de produção. Neste sentido, Silva (2014)
apud (Bianco e Salerno (2001), assim como Braga (2014), complementam
que o foco da escola clássica visava à construção de uma gestão para
supervisionar e alavancar o setor produtivo, gerando uma produção em
massa, não importando as condições de trabalho, pois o foco era o tempo,
aperfeiçoando a produção para gerar mais lucro.
No contexto da Revolução Industrial os empresários estavam
preocupados em produzir mais e pelo menor custo e não se preocupavam
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com a gestão do pessoal. Assim, apesar de ter provocado mudanças
profundas na econômica da época, não alterou muito o conceito que se tinha
até então a respeito do líder e liderança.
Até este momento, liderar se traduzia em exercer um papel de
imposição, ou seja, um manda e outros obedecem, sendo impossível
identificar o desenvolvimento da liderança como processo de transformação
e mudança.
Por volta de 1927 o psicólogo Elton Mayo desenvolveu a teoria das
Relações Humanas, que se fundamenta na necessidade de uma
administração mais humanística que vai de encontro aos procedimentos
rígidos, burocráticos e mecanicistas praticados até aquele momento. O
indivíduo passa a ser “guiado” pelos líderes, considerando seus fatores
psicológicos e emocionais. O termo a ser designado é homem social ou
homo socialis, com foco dos líderes no desenvolvimento do capital humano
(MOTTA; VASCONCELOS, 2004).
Fatores como motivação, personalidade, relacionamento, liberdade
de expressão, dentre outros, começaram a ser estudados no ambiente de
trabalho. Neste sentido, Silva (2014, p.121) ensina que:
Os princípios da escola das relações humanas permitiram ao líder atingir melhores resultados com seus subordinados quanto ao conhecimento de suas personalidades, logo permitiu-se a criação de um ambiente mais livre e natural, onde todos poderiam explanar suas opiniões. [....] Assim sendo, de acordo com as teorias citadas, constata-se que não existia um líder, mas um chefe. Chefe é sinônimo de autoritarismo, de imposição de regras, mas com a Escola das Relações Humanas o papel do chefe autoritário passa a ser visto como um líder humanitário, que se preocupa com seus liderados, levando em conta suas emoções.
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Passava-se a perceber que a liderança poderia ser exercida sem
autoridade ou imposição e com resultados superiores até os então
alcançados. Montana e Charnov (2000, p.221) descrevem que:
Um líder informal não terá o mesmo título de liderança oficial, mas exercerá uma função de liderança. Esse indivíduo, sem autoridade formal, designação de poder, posição ou até mesmo responsabilidade, pode pelo mérito de um atributo pessoal ou desempenho superior influenciar os outros e exercer a função de liderança.
Conforme Bergamini (1994) afirma, somente a partir da década de
50, os estudiosos começaram a se preocupar com as implicações do líder
dentro das organizações e a discutir as características de sua personalidade.
Diante dessas necessidades começaram a se desenvolver teorias
a respeito do conceito de liderança, das quais podemos destacar: (i) a teoria
que se baseava do estudo dos traços da personalidade do líder; (ii) a que
observava os comportamentos adotados pelo líder no exercício da liderança
e; (iii) a que se baseava em variáveis situacionais ou contingenciais que
condicionam a eficácia da liderança.
Para Teoria dos Traços de Personalidade o líder já nascia líder,
pois as características da liderança eram inatas ao sujeito e não podiam ser
desenvolvidas no decorrer da vida, ou seja, o líder já nascia líder.
Já para a Teoria dos Estilos de Liderança o que importava era o
comportamento do líder no desempenho de suas funções, segundo essa
teoria existiam três estilos de líderes, o líder autocrático, o democrático e
liberal.
Por fim, a Teoria Situacional de Liderança, que analisava o
comportamento e desempenho do líder de acordo com as circunstâncias da
situação, avaliando sua capacidade de traçar estratégias de acordo com as
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variáveis do ambiente que estava inserido e as interferências que causavam
no relacionamento com seus liderados.
Até então, a liderança era vista como uma característica que já
nascia com sujeito e ninguém poderia se tornar um líder, mas a partir destas
pesquisas foi constatado que pessoas comuns poderiam se tornar bons
líderes, bastava apenas treino, percepção e aprimoramento constante. Neste
Sentido Maximiano (2000, p. 2)
Em todos os grupos, existirão indivíduos com uma propensão ou capacidade maior que os demais de exercitar a liderança. Essa propensão ou capacidade pode dever-se tanto a tendências inatas no indivíduo quanto às oportunidades que ele pode aproveitar para exercer o comando de pessoas.
Nas últimas décadas o líder começou a ser visto como figura
relevante para o sucesso organizacional e não mais apenas como um
simples chefe que se designava em dar ordens e supervisionar pessoas. Os
líderes passaram a gerir pessoas e a ter que desenvolver competências
comportamentais que possibilitem exercer a liderança de maneira estratégica
dentro das organizações.
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Quadro 01 – Resumo Teorias da Liderança
Período Perspectiva Características
Pré-história Respeito ao mais forte A força definia quem era
o líder do grupo
Antiguidade Divindade
Escolha Divina e
passava de pai para filho.
Idade Média Oportunismo
Sem valores éticos ou
morais, a liderança se justificava pela astucia.
Século XVIII
Necessidade de
organizar grandes grupos para obter
melhores resultados
Focada exclusivamente em processos.
Até finais dos anos 40
Traços da
personalidade
A liderança é um atributo inato.
Finais dos anos 40 até
finais dos anos 60
Comportamentos do
líder
A eficácia da liderança
está relacionada com o tipo de comportamento
do líder.
Finais dos anos 60 até
ao início dos anos 80
Abordagem
situacional/contingencial
A eficácia da liderança é
influenciada pelo contexto.
Anos 80
Novas abordagens da
liderança (liderança carismática,
transformacional, transacional)
A liderança depende da visão do líder.
Como se observou, a evolução do conceito de liderança ocorreu de
forma a se adequar às exigências impostas por imprevistos impostos pela
política, por mudanças na economia, por inovações tecnológicas e agora, por
influência da globalização.
As empresas não se preocupavam com a capacitação das pessoas,
depois passaram a valorizar o treinamento como recurso para a redução de
erros e custos de produção e recentemente começam a se preocupar com a
capacitação do corpo gerencial com o intuito de forma lideranças.
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O fenômeno da globalização possibilitou uma grande mudança no
motor da economia que influenciou diretamente na competitividade e a
lucratividade das organizações. Atualmente os resultados não estão atrelados
fundamentalmente às máquinas, a tecnologia ou mesmo pela capacidade de
produção e flexibilidade dos processos, mas às pessoas que trabalham nessas
organizações. Diante desse novo cenário que se propõe, torna-se fundamental
desenvolver lideres continuamente para atuarem como gestores do capital
humano.
Silva (2014) apud Kotter (2000) ressalta que:
Devido ao ambiente competitivo e às rápidas mudanças, será
requisito líderes flexíveis, pois liderar é lidar com mudanças e
quebrar paradigmas. Esse tipo de líder, em momentos de
turbulências conseguirá vencer os desafios e as crises. Os
líderes atuais devem ser responsáveis por gerir e motivar os
liderados exigentes, que buscam satisfação desde a esfera
profissional, pessoal e social, pois nos novos tempos a
competitividade, qualidade e reengenharia de processos é a
preocupação geral.
Segundo Diniz (2012) o líder do futuro deverá acumular pelo menos
oito características; autoconhecimento; conhecer sua missão de vida e ter
visão de futuro; Coragem para implementar sua visão de futuro; conhecer seus
valores e vivenciá-los; criatividade; coach; equilíbrio em sua vida pessoal e
profissional; Integridade. Essas características serão fundamentais para quem
quer exercer uma liderança efetiva.
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Quadro 2: Comparação do líder tradicional com o líder contemporâneo - Fonte: Byham, Smith e Paese (2003).
líder Tradicional líder Contemporâneo
Tomava todas as decisões importantes. Resolvia problemas pela equipe; agia como um especialista.
Compartilha as responsabilidades com os membros da equipe. Ajuda a equipe a solucionar problemas.
Controlava o fluxo de trabalho; era responsável pelos resultados do grupo de trabalho.
Promove a auto gerencia e a responsabilidade, bem como a propriedade da tarefa ou do processo (por exemplo: os subordinados diretos medem seu próprio progresso e tomam ações corretivas quanto necessário).
Dava as respostas; exercia o papel de especialista.
Faz as perguntas certas; permite que os subordinados diretos sejam especialistas.
Estabelecia as regras. Articula e reúne o grupo em torno de uma visão e um conjunto de valores.
Valorizava a unanimidade / Conformidade.
Valoriza diversas perspectivas.
Buscava eliminar conflitos. Vê os conflitos como uma oportunidade de sinergia e de tomada de decisão enriquecidas.
Tendia a ser reativo; resistia a mudanças.
É proativo e inicia mudanças. Aceita a mudança como necessária para a sobrevivência da organização.
Concentrava-se em tarefas, produtos e habilidades técnicas.
Concentra-se no processo e nas pessoas.
Utilizava raciocínio linear, analítico. Utiliza pensamento não-linear e holístico (sistemas).
Buscava atingir especialização funcional. Busca alcançar especialização funcional transversa e cultural transversa.
Preocupava-se somente com a sua área de responsabilidade.
Preocupa-se com toda a organização; tenta ser um bom parceiro com outros grupos da empresa.
Era ferrenhamente competitivo.
Continua ferrenhamente competitivo, mas com frequência precisa fazer parceria com os competidores, vendedores e clientes.
Preocupava-se apenas com as operações locais.
Precisa estar preparado para pensar numa escala maior e mais global.
Considerava as pessoas como recursos intercambiáveis.
Considera as pessoas como recurso mais valioso da organização e sabe que elas são difíceis de ser substituídas.
Colocava as necessidades da organização antes das necessidades das pessoas.
Trabalha para obter um equilíbrio entre as necessidades da organização e as necessidades das pessoas.
Evitava riscos. Corre riscos.
Utilizava um processo de raciocínio funcional de curto prazo.
Utiliza um processo de raciocínio sistemático de longo prazo.
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CAPÍTULO II
FORMAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE LÍDERES PARA ATUAR NO MUNDO
CORPORATIVO E GERIR PESSOAS
2.1. A formação de líderes
A importância que se atribui ao processo de formação de líderes em
uma organização vem crescendo gradativamente ao longo do tempo, uma vez
que, nos dias atuais não é mais possível planejar e organizar o trabalho de
seres humanos sem o domínio das técnicas de liderança. As relações entre
líderes e liderados baseadas apenas na hierarquia tradicional deixaram de ser
adequadas, assim como, as relações contratuais de chefia e subordinação.
A liderança e o conhecimento humano passaram a ser os ativos
intangíveis mais valiosos, cuja a importância passou a ser tão grande ao ponto
de explicar a diferença entre o valor contábil e o valor de mercado das
organizações.
Passou-se, então, a aceitar que esses ativos “escondidos”, tais como relacionamento com clientes, fidelidade a marcas, posicionamento de mercado, qualidade de processos e a liderança, no sentido de gestão da mudança e transformação organizacional, dizem mais sobre as capacidades futuras de geração de valor de uma empresa do que medidas convencionais de desempenho, como o potencial de crescimento (ROOS e ROOS, 1997). Entre os ativos intangíveis que podem existir em uma organização, o patrimônio da companhia baseado no conhecimento é o que melhor explica a questão da diferença entre o valor contábil e o valor de mercado de organizações (BRENNAN e CONNELL, 2000).
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A gestão estratégica de pessoas passa a ser essencial para o
sucesso e alta performance das organizações, pois as políticas de atração,
captação, manutenção e retenção de pessoas e formação de líderes estão
atreladas a ela.
O desenvolvimento e a capacitação dos profissionais deixaram de
ser vistos como custo e passaram a ser classificados como investimento, que
podem trazer retornos inestimáveis quando realizados de forma adequada.
Neste sentido, a identificação do potencial das pessoas passou ser
fundamental para o negócio, pois será a partir dela que os investimentos serão
realizados.
A formação de novos líderes não é tarefa fácil e exige bastante
cautela, pois os impactos de uma falha podem refletir na organização e na
carreira do profissional. O papel do departamento de Recursos Humanos será
fundamental neste processo, pois será o responsável por avaliar se o candidato
a posição de liderança possui as características, competências e histórico
profissional e pessoal indicados para o exercício da função de liderança.
É comum encontrar nas organizações pessoas exercendo cargos de
liderança que não possuem o perfil adequado, mas que foram colocadas
nestes cargos por critérios de meritocracia, ou por terem atuado com destaque
em determinado projeto. Quando isso acontece, os resultados costumam ser
desastrosos, tanto para a organização quanto para o profissional.
O exercício da liderança demanda uma série de características
pessoais que o líder deve ter ou desenvolver para que resultados de alto
desempenho sejam alcançados. Essas características são obtidas através de
desenvolvimento humano, ou seja, não basta participação em treinamentos.
Deve haver principalmente vontade própria e determinação.
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Por fim, o profissional indicado para ocupar a posição de liderança
deve aceitar o desafio não apenas pelos benefícios financeiros ou pelo status,
mas por se identificar com a posição de liderança e ter características típicas
de um líder.
2.2. O líder nas organizações
Se uma empresa deseja se tornar competitiva precisa fazer com que
seus colaboradores estejam comprometidos e motivados com a organização,
neste contexto, a liderança se torna um processo chave, pois não serão
apenas os benefícios tangíveis que irão manter estes colaboradores.
Chiaventato (1999) destaca em sua obra que:
A liderança é um processo chave em todas as organizações. O administrador deveria ser um líder para lidar com as pessoas que trabalham com ele. A liderança é uma forma de influência e uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional.
Para Hunter (2004), o líder no papel de motivador e incentivador de
pessoas fará o papel de integrador, por isso, deverá ter a habilidade de
influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os
objetivos identificados como sendo para o bem comum.
O alinhamento dos objetivos da empresa com seus colaboradores é
a base para a implementação bem-sucedida de uma estratégia. Todos devem
ter pleno conhecimento do planejamento estratégico, das metas e valores
primordiais da organização, para contribuir para que estes sejam alcançados.
Neste momento, torna-se fundamental o processo de comunicação conduzido
pelas lideranças.
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De acordo com Guimarães (2002), o papel da liderança nas
organizações fundamenta-se, em síntese, em articular as necessidades
demandadas das orientações estratégicas em harmonia com as necessidades
dos indivíduos, orientando as necessidades de ambas as partes na direção do
desenvolvimento institucional e individual.
A liderança exerce papel fundamental no desenvolvimento da
missão organizacional, na disseminação dos objetivos, metas e meios para se
atingir os resultados esperados, portanto, o líder deve conhecer bem o negócio,
o mercado de atuação, suas barreiras e concorrentes. Também precisa ser
visionário, sair em busca de novas alternativas e pensar como garantir a
sustentabilidade do negócio ao longo do tempo.
A eficácia da liderança está associada a duas habilidades que
devem estar juntas na implementação das estratégias: As habilidades humanas
e as habilidades conceituais.
As habilidades humanas representam a capacidade de interagir com
as pessoas, comunicar-se de forma clara e objetiva, motivando os
colaboradores, valorizando os resultados obtidos e compartilhando-os com a
equipe. As habilidades conceituais ou práticas se referem às capacidades
técnicas, de conhecimento do negócio, visão sistêmica dos processos e de
suas interações com o meio externo.
Ao mesmo tempo que um líder precisa ser capaz de articular ideias,
ser carismático e mobilizar pessoas, ele também precisa executar projetos,
elaborar relatórios, controlar prazos, portanto, um líder estratégico precisa
combinar habilidades humanas e práticas para atingir os resultados esperados.
O líder deve funcionar para a equipe como um espelho, deve dar
bons exemplos de conduta ética e profissional. Seu discurso deve ser coerente
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e aderente a suas práticas, pois só assim conseguirá conquistar o respeito e a
confiança de seus liderados.
2.3. O líder gestor de pessoas
A gestão de pessoas é a principal, ou melhor dizendo, a função a
mais importante de um líder dentro de uma organização, por isso, torna-se de
suma importância conhecer e dominar as ferramentas e técnicas de gestão de
pessoas que utilizará no dia a dia de trabalho.
Tais ferramentas e técnicas irão auxiliar na tomada de decisão, no
reconhecimento e valorização dos talentos, na identificação de pontos a serem
desenvolvidos em si mesmo e seus liderados, além de capacitá-lo a conduzir
situações conflitantes e delicadas que envolvam pessoas.
Considerando que a gestão de pessoas engloba o conceito de
desenvolvimento humano, um líder também deve estar capacitado a
desenvolver e capacitar pessoas a atingirem melhores resultados, neste
sentido:
A principal ferramenta da Gestão de Pessoas é o aprendizado contínuo, que direciona o líder para o aprendizado organizacional, ou seja, é preciso que ele desenvolva a capacidade de promover educação/desenvolvimento com serviço de alta qualidade e dar abertura para a transmissão de informações, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo, de maneira a permitir a participação dos colaboradores na tomada de decisões, atuando como educador, negociador, incentivador e coordenador. (Eric Sousa Vieira –Site http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/o-lider-como-gestor-de-pessoas/10789/ - Acessado em 21/12/2017 as 19:00 horas).
Conciliar a gestão de pessoas com a gestão de negócios é um dos
grandes desafios que os líderes corporativos enfrentam. Encontrar tempo para
exercer as duas atividades não é uma tarefa fácil, mas extremamente
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necessário, pois o líder que não consegue conciliar os dois níveis de gestão
terá muita dificuldade para alcançar os resultados esperados.
O capital humano tornou-se muito importante para as organizações,
não dá para abrir mão deste “ativo” em detrimento do capital financeiro, o líder
do presente e também do futuro deve conciliar suas entregas operacionais com
o seu papel de gestor de pessoas. Neste sentido Chiavenato (2003) ressalta a
importância das pessoas:
Pessoas não são recursos que a organização consome, utiliza e que produz em custos. Ao contrário, as pessoas constituem fator de competitividade, da mesma forma que o mercado e a tecnologia. Assim parece-nos melhor falar em Administração de Pessoas para ressaltar a administração com as pessoas como parceiras e não sobre as pessoas como meros recursos. (CHIAVENATO,p.19).
As pessoas constituem o mais valioso recurso da organização. Devemos tratar as pessoas como pessoas. A organização depende de pessoas, recurso indispensável e inestimável. (CHIAVENATO, p.132).
O capitalismo impõe para as empresas a necessidade de
lucratividade, produtividade, eficácia e maximização dos recursos físicos e
financeiros, no entanto, chegou-se a conclusão que sem uma boa gestão de
pessoas nada disso é possível de ser alcançado. A gestão de pessoas passou
a ter um papel de extrema importância para as organizações, pois é a principal
chave para fazer com que seus processos rodem de forma eficiente e eficaz.
A ideia de que a gestão de pessoas é uma tarefa exclusiva do
departamento de Recursos Humanos está ultrapassada, hoje essa gestão
acontece de forma compartilhada entre o RH e as lideranças. Essa mudança
de perspectiva é inevitável, pois ninguém melhor que o próprio líder para saber
as necessidades de seus liderados, suas qualidades, seus anseios e
frustações.
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Líderes que não assumem a tarefa de gerir pessoas perdem a
chance de desenvolver talentos, de alavancar os resultados da equipe e
também não se desenvolvem como líderes.
Um profissional que ocupa um cargo de gestão precisa dominar a
técnica necessária para o cargo que irá exercer, assim como, saber lidar com
desafios, manter o foco, estar alinhado com os objetivos da organização, mas
também precisa adquirir ou desenvolver competências que o auxiliem a exercer
o papel de liderança, pois as empresas estão em busca de profissionais que
tenham capacidade de conduzir, desenvolver e motivar pessoas.
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CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NO MUNDO CORPORATIVO
3.1. Liderança corporativa
A busca constante por melhores resultados e alta performance são
características que estão presentes no cotidiano do mundo corporativo. A
competição que o mercado impõe é vencida por pequenos detalhes que são na
maioria das vezes definidos por diferenciais humanos.
A ampliação do acesso à tecnologia e a informação tornou a
competição entre as empresas mais justas e equilibradas. Não importa o porte
da organização, o ponto de partida será o mesmo para todas, o que irá
diferenciá-las será o patrimônio intelectual que cada uma possui. A
necessidade de estabelecer estratégias e fatores que as diferenciem de suas
concorrentes não são mais alcançados sem o capital intelectual.
Brennan e Onnell (2000), apud Almeida, Novaes e Yamaguti (2008),
“Entre os ativos intangíveis que podem existir em uma organização, o
patrimônio da companhia baseado no conhecimento é o que melhor explica a
questão da diferença entre o valor contábil e o valor de mercado de
organizações. ”
A capacidade em saber processar a informação e traduzi-la em
oportunidades é o diferencial que as empresas buscam nas pessoas que irão
ocupar cargos de liderança. Neste sentido Guimarães (2012, p. 9-10) ressalta a
importância do conhecimento humano:
É a sociedade do conhecimento, em que a inovação, a informação e o próprio conhecimento tornam-se até mais importantes que o capital financeiro. O maior patrimônio de uma empresa é a sua base de conhecimento, embora os tradicionais sistemas de registros contábeis ainda não estejam
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preparados para essa nova necessidade. Em nenhuma linha de balanço aparece o valor do conhecimento, da liderança [...].
A excelência na gestão de pessoas é o fator diferencial de
competitividade e sucesso entre as empresas. Para alcançar essa excelência,
as organizações passaram a observar que não bastava ter gestores, era
necessário possuir líderes capacitados e comprometidos com os objetivos
estratégicos, como observa Chiavenatto:
[...] A antiga Administração de Recursos Humanos cedeu lugar a uma nova abordagem: a Gestão de Pessoas. Nesta nova concepção, as pessoas deixam de ser simples recursos (humanos) organizacionais para serem abordadas como seres dotados de inteligência, personalidade, conhecimentos, habilidades, destrezas, aspirações e percepções singulares. (CHIAVENATO 1999, p. 32)
Diante deste cenário, as organizações começaram a se preocupar
com a gestão de pessoas, uma vez que, seus resultados passaram a estar
diretamente ligados a performance humana. Neste momento, alguns
questionamentos começaram a surgir, como por exemplo: Como conseguir
melhores resultados em equipe?; como direcionar esforços para um único
objetivo?; como gerir pessoas em prol de um objetivo?; como avaliar o
desempenho de pessoas?
As respostas para estes questionamentos estavam estritamente
ligadas a necessidade de direcionar, motivar e capacitar pessoas, também
conhecida como necessidade de liderar pessoas.
Considerando a importância do capital intelectual no mundo
corporativo, tornou-se fundamental avaliar e refletir sobre a importância do líder
nos processos de Gestão de Pessoas. Neste contexto, Chiavenato destaca a
importância do processo de liderança nas organizações:
A liderança é um processo chave em todas as organizações. O administrador deveria ser um líder para lidar com as pessoas que trabalham com ele. A liderança é uma forma de influência e uma transação interpessoal em que uma pessoa age para
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modificar ou provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional (Chiavenato,1999, pág. 627).
Ainda destacando a importância da liderança, Chiavenato (1999)
aponta sua necessidade em todas as organizações humanas, principalmente
no mundo corporativo: “é necessária em todos os tipos de organização
humana, principalmente nas empresas e em todas as demais funções da
administração: o administrador precisa conhecer a motivação humana e saber
conduzir as pessoas, isto é, liderar”.
3.2. O líder coorporativo
A necessidade de formação de líderes capacitados e alinhados aos
objetivos estratégicos tornou o grande desafio para os gestores de recursos
humanos das empresas. Neste contexto Diniz (2012) afirma que “A inabilidade
na gestão de pessoas é o assassino silencioso de estratégias bem planejadas
e da superação de metas de resultados. ”
Cada vez mais os líderes corporativos passaram a contribuir na
tomada de decisão e no planejamento estratégicos das organizações, sendo a
sua contribuição o diferencial na obtenção de vantagem competitiva para as
empresas. Corrobora com esse pensamento Braga (2012) ao afirmar que:
Enfrentar riscos, ter persistência para alcançar resultados desafiadores, ter coragem, ser ético, construir novos valores de gestão, fazer com que as pessoas se desenvolvam, ajudar as pessoas a encarar a realidade e mobilizá-las para que façam mudanças são as responsabilidades do líder hoje, que ultrapassa tudo o que se falou e esperou dos líderes do passado. Seu grande desafio será integrar e fazer interagir harmoniosamente as funções do negócio com as funções de liderança. Para isso, é imprescindível para o líder ampliar sua visão do macro ambiente político, econômico e social, e das variáveis atuantes num mundo globalizado e competitivo; ser educador; ser hábil negociador; ter o diálogo franco e aberto e, principalmente, cultivar ambientes de aprendizagem onde as pessoas possam errar, sem que haja punições.
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NOHRIA e KHURANA (2010) entendem que o líder tem papel
fundamental como condutor e realizador da estratégia, pois irá buscar os
resultados e sustentabilidade dos negócios, influenciará e conduzirá pessoas e
decisões e, dependendo de suas habilidades, terá poder de decisão, podendo
ser o responsável pelo sucesso ou fracasso de uma organização.
O líder corporativo precisa ter pleno domínio das técnicas de gestão,
conhecer bem o negócio, ser comprometido com os objetivos da organização,
se dedicar, e, essencialmente, gostar do que faz, pois suas ações irão refletir
diretamente nos resultados da organização.
3.3. Diferença entre Líder x Chefe x Gerente
É muito comum a figura do líder ser confundida com a figura do
gerente ou chefe, essa confusão é um grande equívoco afirma Chiavenato
(2002): “ A liderança não deve ser confundida com direção ou com gerencia.
Um bom dirigente ou gerente deve ser necessariamente um bom líder”
O conceito de líder é muito mais amplo do que o conceito de chefe
ou gerente, pois o líder precisar reunir uma série de atributos e competências
que permitem gerir recursos humanos com excelência, já os demais não
possuem essas competências.
Algumas citações que ilustram e distinguem claramente a figura do
líder da figura do chefe:
Há uma diferença entre ser um líder e ser um chefe. Os dois são baseados em autoridade. Um chefe demanda obediência cega; um líder conquista sua autoridade por meio da compreensão e confiança. – Klaus Balkenhol, cavaleiro alemão. (Site Pequenas empresas grandes negócios -acessado em 12/09/2017.)
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As pessoas perguntam qual é a diferença entre um líder e um chefe. O líder trabalha a descoberto, o chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o chefe guia.- Franklin Roosevelt (Site: http://www.citador.pt/frases/citacoes/t/lideranca – acessado
em 12/09/2017.) [...] Se você ocupa um cargo de liderança, não se baseie em seu título para convencer as pessoas a segui-lo. Construa relacionamentos. Conquiste as pessoas. Faça isso e nunca estará solitário no topo. (Maxwell, 2007, p. 330)
O quadro abaixo facilita a percepção das diferenças entre do chefe e
do líder, pois distingue claramente as principais características entre eles:
Quadro 3: Diferença entre Chefe e líder. Fonte: IANNINI, Pedro Paulo. Chefia e liderança – Capacitação gerencial. Viçosa:
Aprenda Fácil, 2000. Adaptado pelo autor.
CHEFE LIDER
Ordena Solicita
Impõe seu ponto de vista Está aberto para sugestões
Controla as atividades Confia ao delegar funções
É paternalista (protege uns e persegue
outros)
Presta atenção em cada um dos seus
subordinados (sabe explorar as
habilidades)
É autoritário É democrático
Cria um clima negativo de segurança e
ameaça
Conquista positiva de credibilidade
através da admiração e do respeito
mútuos
Tem dificuldades para se expressar Comunica-se bem
O diferencial do líder está em sua capacidade de conduzir, motivar,
capacitar e influenciar pessoas. Essas capacidades possibilitam a transição do
antigo modelo de chefia para o atual modelo de liderança.
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Um líder pode ser facilmente identificado através da observação da
posição que se encontra em relação aos demais: Se ele estiver na frente da
equipe, conduzindo os demais, orientando, motivando e conseguindo com que
eles atinjam os objetivos esperados, essa pessoa realmente deve ser
considerada um líder. O líder é um condutor de pessoas, ou melhor um
condutor de vidas.
O líder precisa estar alinhado aos objetivos da organização, precisa
conhecer bem o negócio e o segmento no qual está atuando, e,
essencialmente, precisa gostar do que faz.
Há que se falar ainda, na distinção entre estar na liderança e ser um
líder, pois o primeiro apenas ocupa uma posição com poder de decisão dentro
da organização. Já o líder, mesmo que não esteja ocupando uma posição
hierarquicamente superior, será capaz de mobilizar pessoas em prol de um
objetivo.
Ainda temos muitos chefes que precisam fazer a transição para o
novo modelo de liderança. Caso isso não aconteça, estes profissionais tendem
a ser expurgados do mercado de trabalho em breve. Isso acontecerá porque:
(I) existe uma pressão muito forte para que as empresas apresentem
resultados, e; (II) as relações sociais atuais não se sustentam apenas em
critérios de hierarquia.
3.4. Distinção entre Hierarquia e Liderança
A liderança não deve ser associada a critérios de hierarquia, pois
não é necessário ter poder para liderar. Nem sempre um gerente ou chefe
pode ser considerado um líder. Da mesma forma, não se deve afirmar que
todos os líderes ocupam cargos de hierarquia superior. Os líderes podem e
31
devem estar presentes em todos os níveis hierárquicos e em todas as áreas de
atuação da organização. Neste sentido Maxwell, John C, 1947:
Se eu tivesse de identificar o primeiro conceito errado que as pessoas têm sobre liderança, seria a crença de que a liderança é algo que vem simplesmente de uma posição ou título. Mas nada poderia estar mais distante da verdade. Você não precisa ter uma posição no topo de seu grupo, departamento, repartição ou organização para ser líder. Se você acredita que precisa, então aceitou o mito da posição.
[....]
Você só pode começar com a posição que lhe foi dada, seja ela qual for: operário da linha de produção, assistente administrativo, vendedor, chefe de seção, pastor, gerente adjunto, e assim por diante. Não importa qual é a sua posição. Desse lugar você tem certos direitos que vêm com seu título. Mas, se você lidera as pessoas usando somente sua posição, e não faz nada mais para tentar aumentar sua influência, então as pessoas irão seguilo somente porque têm de fazê-lo. Irão segui-lo obedecendo somente aos limites da descrição de seu trabalho. Quanto mais baixa for sua posição declarada, menos autoridade na posição você tem. A boa notícia é que você pode fazer com que sua influência vá além de seu título e posição. Você pode "subir" na escada da liderança para níveis mais altos.
É certo que o ponto mais crítico da liderança está nas posições de
maior hierarquia, pois os lideres ocupantes destes cargos são os responsáveis
pelo direcionamento da organização, pela tomada de decisão e pela definição
do planejamento estratégico. No entanto, as empresas precisam formar e
identificar líderes em todos os níveis hierárquicos para conseguir alcançar seus
objetivos.
Estudos comprovam que a liderança é uma característica que pode
ser desenvolvida nas pessoas, portanto cabe as empresas apoiarem a
formação de novos líderes, pois, somente desta forma, terão condições de
atingirem seus objetivos e resultados.
32
Diniz (2012) estabelece que “precisamos desmistificar a ideia que
muitos têm de que liderança é uma capacidade inata de cada pessoa. As
empresas podem e devem formar e desenvolver líderes. ”
No mesmo sentido, Guimarães (2012) aborda a questão da
aprendizagem da liderança:
Liderança não é um dom, mas uma tarefa, uma função que pode ser aprendida. Para ter sucesso, uma líder precisa, primeiro, conhecer-se muito bem, ou seja: saber como age e reage, o que sabe, do que gosta, o que quer, por que quer, etc. Em seguida, ele precisa aprender a conhecer muito bem os outros – como agem e reagem, o que sabem, do que gostam, o que querem, por que querem, etc. Algumas pessoas podem ter isso como uma característica pessoal inata, mas outras, sem esse dom natural, serão obrigadas a desenvolver essas habilidades e competências.
As empresas traçam metas e objetivos que só são possíveis de
serem alcançados com a colaboração de pessoas, e essas mesmas pessoas
precisam ser lideradas, precisam acreditar no que estão fazendo, precisam ser
influenciadas e motivadas para assumirem como seus os objetivos das
organizações para qual trabalham. É neste contexto que se encaixa a função
do líder, que deverá saber como conduzir sua equipe para que tais objetivos
sejam alcançados.
3.5. Estilos de Liderança
A maneira como os líderes se relacionam com seus liderados deu
origem ao estudo da teoria dos estilos de liderança, segundo essa teoria, três
estilos se destacam. São eles: autocrática, democrática e liberal.
A liderança autocrática se destaca pela intimidação e inibição que o
líder exerce sobre os liderados. Segundo Reinaldo Polito, esse estilo de
liderança pode ter seu lado positivo em momentos de crise ou emergências:
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Os comandados agem com medo, com receio de serem repreendidos ou afastados de suas funções. Quando o líder age dessa maneira por períodos prolongados, o risco é que até os resultados sejam afetados. Além dessa consequência no desempenho profissional, em alguns casos verificam-se, ainda, sérios efeitos emocionais.
Por outro lado, em situações excepcionais, de crises ou emergenciais, é um estilo que pode produzir excelentes resultados. Há gestores que, mesmo não possuindo esse perfil, chegam a interpretar o estilo coercitivo para que objetivos de curto prazo possam ser alcançados. Fonte: https://economia.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/reinaldo-polito/2017/12/25/lideranca-corporativa-lider-estilo-falar-ouvir-delegar.htm - Acessado em 05/01/2018 as 13:00 horas.
No estilo democrático, totalmente oposto ao anterior, os líderes
compartilham suas decisões com a equipe, escutam o que os liderados têm a
dizer e tentam sempre chegar a um consenso. Geralmente este estilo de
liderança consegue o retorno do comprometimento e da motivação dos
liderados com mais facilidade, pois conquista rapidamente a confiança da
equipe.
Apesar de ser o estilo que promete resultados mais eficazes, pode
não ser o melhor em momentos de emergência, crises ou quando a liderança
está sendo exercida em uma equipe muito grande, pois o líder poderá ter
dificuldades para gerir conflitos de interesses.
A liderança liberal se caracteriza pelo fato do líder delegar
praticamente tudo e ficar focado apenas em questões mais estratégicas. A
consequência pode ser positiva caso a equipe tenha um grau de senioridade
suficiente para exercer com autonomia as atividades delegadas, por outro lado,
este estilo pode ser desastroso, pois a equipe pode ficar totalmente perdida.
Com relação aos estudos encontrados sobre a teria dos estilos de
liderança observa-se um consenso entre os autores no sentido de que um bom
líder não poder assumir um único estilo, mas deve saber aplica-los de acordo
34
com as circunstâncias e alternar rapidamente de um estilo para o outro quando
necessário, conforme ensina Polito:
Ainda que você tenha um estilo próprio e definido, o ideal é que desenvolva e tenha à disposição um pouco de cada um deles. Dessa forma, poderá se adaptar com mais facilidade às necessidades das circunstâncias. Sem contar que, em uma mesma situação, é preciso, às vezes, ter essa flexibilidade para transitar rápido entre um e outro. Fonte: https://economia.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/reinaldo-polito/2017/12/25/lideranca-corporativa-lider-estilo-falar-ouvir-delegar.htm - Acessado em 05/01/2018 as 13:00 horas.
Sendo assim, não existe estilo certo de liderança para atingir a
eficácia, tudo irá depender da análise das necessidades que a situação impõe,
portanto, não é possível afirmar que determinado estilo de liderança será
adequado a um líder sem avaliar o contexto que ele está inserido.
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CONCLUSÃO
A Liderança sempre esteve presente nas relações humanas em
todos os momentos da história para atender as necessidades políticas,
econômicas e sociais e grandes líderes se consagraram. O conceito de
liderança evoluiu e ganhou muita importância no mundo corporativo, ao ponto
de se afirmar que uma organização não consegue se manter sem seus líderes.
Exercer a liderança não é tarefa fácil, pois exige várias
competências dentre elas, o autoconhecimento, a autoconfiança e o auto
equilíbrio.
A autoconfiança é um dos fatores determinantes no exercício da
liderança, pois o líder dever ser firme em seu posicionamento, mas isso não
quer dizer que tenha que ser intransigente, pelo contrário, assumir que errou é
uma das melhores formas de captar pessoas e adquiri o respeito delas.
Autoconfiança, o autoconhecimento e o auto equilíbrio são os pilares
de um líder que exerce uma boa liderança. A autoconfiança o líder adquire
através do tempo, na medida que começa a dominar as técnicas de liderança e
passa a conhecer mais o meio no qual está inserido. O autoconhecimento é
determinante, pois quem não se conhece bem não saberá identificar seus
pontos fortes e fracos. Já o auto equilíbrio ajudará o líder a conduzir melhor a
diversidade de cada situação.
A nomeação de pessoas que não possuem características
necessárias a postos de liderança é um grande problema que as organizações
enfrentam, pois, além de comprometer seus resultados ainda prejudica a
carreira do profissional.
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Esse problema acontece com bastante frequência quando um
determinado profissional comprova ter um domínio técnico muito bom das
atividades que exerce dentro da organização e seus gestores resolvem colocá-
lo em um cargo de liderança sem avaliar se este profissional reúne as
características mínimas para liderar uma equipe. O resultado costuma ser
desastroso.
Por isso, antes de promover um profissional a um cargo de liderança
deve ser avaliado seu histórico pessoal e profissional, suas experiências com
trabalho em equipe e sua pré-disposição em exercer um cargo de liderança.
Neste momento, o departamento de Recursos Humanos exerce um papel
fundamental de apoio e gestão de carreira.
O chefe no lugar do líder dá origem a falta de direcionamento do
liderado, que fica sem saber ao certo qual é o seu papel dentro da empresa,
suas as prioridades e seus objetivos. Quando essa situação acontece a
organização é prejudicada e não consegue atingir suas metas e resultados e os
empregados não se desenvolvem profissionalmente.
Para alcançar a excelência, o líder necessita ter a consciência que
precisa buscar continuamente sua atualização na área de gestão de pessoas,
pois ele é o maior responsável da gestão do capital humano dentro de uma
organização.
No papel de gestor de pessoas o líder deve ser visionário e enxergar
o potencial de seus liderados, sendo capaz ainda, de aperfeiçoar e extrair o
melhor de cada um.
A boa liderança consegue estabelecer benefícios para as
organizações e para os liderados, tanto em momentos que o negócio está em
ascensão quanto nos momentos de crise, pois o bom líder sabe lidar com a
gestão de clima e motivação das pessoas.
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Este estudo concluiu que que, no contexto atual, onde o diferencial
está no capital humano, o foco em liderança e gestão de pessoas é
fundamental para as organizações alcançarem a excelência dos resultados
planejados.
38
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41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE LIDERANÇA 10
1.1 Evolução histórica
CAPÍTULO II
FORMAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE LÍDERES PARA ATUAR NO MUNDO
CORPORATIVO E GERIR PESSOAS 18
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NO MUNDO CORPORATIVO 25
3.1 Liderança corporativa 25
3.2 líder coorporativo 27
3.3 Diferença entre Lider x Chefe x Gerente 28
3.4 Distinção entre Hierarquia e Liderança 30
3.5 Estilos de Liderança 34
CONCLUSÃO 35
BIBLIOGRAFIA 38