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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA IMPACTO DA CRISE ECONOMICA EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Por: Dalileia Cardoso Bastos Orientador Prof. Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE … INTRODUÇÃO Tomar a decisão de abrir uma empresa no Brasil não é um fator tão simples. Segundo um ranking elaborado pela KPMG internacional,

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

IMPACTO DA CRISE ECONOMICA EM MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS

Por: Dalileia Cardoso Bastos

Orientador

Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

IMPACTO DA CRISE ECONOMICA EM MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Finanças e Gestão

Corporativa

Por: Dalileia Cardoso Bastos

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AGRADECIMENTOS

A minha família pelo apoio nos momentos de dificuldades e amor

incondicional.

A universidade e todo corpo docente pelo trabalho realizado.

E a todos os envolvidos, direta e indiretamente na conclusão deste

trabalho.

À todos meu muito obrigada.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, primeiramente por me

da força a todo momento a seguir em frente.

A meu marido Fabio Voga de Alvarenga meu grande

e fiel companheiro no amor e na vida.

A minha mãe pelo carinho e zelo dedicado a todo o

momento de minha vida.

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RESUMO

A crise econômica é um tema bastante debatido na atualidade, em

especial no ramo empresarial.

Com isso, este estudo aborda o seu grande impacto na realidade das

micro e pequenas empresas. Tendo em vista a preocupação dessas empresas

nos futuros dos seus negócios, propõe-se uma análise das principais fontes

geradoras da crie econômica no país e seu impacto nesse segmento.

O intuito deste trabalho científico é apresentar de maneira sucinta os

conceitos dos principais fatores que impactam na análise deste tema e apontar

as possíveis oportunidades de sucesso em meio a crise econômica.

Palavras-chave: Economia. Crise. Empresa.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva, com base em dados documentais

e bibliográfico, estruturado em instrumentos como livros, artigos, sites na web e

conversar com profissionais da área de economia, mercados financeiros e

pequenos empresários atuantes.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Produto Interno Real e Produção Industrial 14 TABELA 2: Sintomas de ansiedade e depressão 24

TABELA 3: Resumo Projeções Econômicas para 2015-2016 34

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

1 A ECONOMIA BRASILEIRA 11

1.1 UMA BREVE HISTORIA DA ECONOMIA

BRASILEIRA 11

1.2 FUNCIONAMENTOS DA POLITICA ECONOMICA

BRASILEIRA 15

1.3 A CRISE CHEGOU 16

CAPÍTULO II

2 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS EM UM

CENARIO ADVERSO 21

2.1 ORIGEM DOS PEQUENOS NEGÓCIOS 21

2.2 O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 22

2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS NO BRASIL 24

2.4 O CENÁRIO ATUAL 26

CAPÍTULO III

3 PERPECTIVAS FUTURAS 32

CONCLUSÃO 36

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INTRODUÇÃO

Tomar a decisão de abrir uma empresa no Brasil não é um fator tão

simples. Segundo um ranking elaborado pela KPMG internacional, o país está

no topo da lista dos que mais cobram impostos no mundo, fato este que resulta

no falecimento de grande parte das empresas nos seus primeiros anos de

vida.

Tirando esse fator, tem-se ainda a vulnerabilidade aos quais estas estão

expostas perante ocorrências mercadológicas, incontroláveis e avassaladoras,

na maioria das vezes, deixando o empresário muitas vezes perdido em meio à

turbulência.

E mesmo nessa conjuntura, o Brasil lidera as listas quando o tema é

empreendedorismo. Nos dez últimos anos a taxa total de empreendedorismo

aumentou em mais de 10%, o que significa que em um comparativo mundial o

Brasil esta bem a frente da China, segundo colocado, em quase oito pontos

percentuais. Tais brasileiros são responsáveis por grande parte do bom

desenvolvimento da economia brasileira, pois seus pequenos

empreendimentos geram empregos e consumo. Os desdobramentos negativos

nesses setores em tempos de crise podem tornar a situação mais crítica no

país, abalando toda a sociedade.

Verifica-se que grande parte dos administradores das empresas de

pequeno porte, apesar de considerável conhecimento sobre seu negócio, não

ocorre da mesma erudição a despeito do funcionamento da economia do seu

país, fato este que pode fazer toda diferença de como a empresa entrará e

sairá de uma crise.

Este estudo será feito tendo em vista a crise econômica ao qual o país

está passando, abordando assim o impacto da situação no mundo empresarial

dessas micro e pequenas empresas, bem como estratégias para que as

mesmas se blindem o quanto for possível nesse momento de crise e se

fortaleçam para ocorrências futuras.

Estruturar uma pesquisa a respeito de algo que esta em curso, ou seja,

algo que o país esta vivenciando, não é tarifa fácil. Muitos dos processos ainda

estão em seu pleno desenrolar e as novidades a respeito do assunto são todos

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os dias noticiados nos telejornais e internet mostrando suas novas

perspectivas. Visto isto, a pesquisa apresentará uma análise documental a

respeito da economia brasileira, a historicidade dos processos, analisando

assim como um cenário de crise pode afetar as micro e pequenas empresas

no Brasil, em que proporção a atual instabilidade econômica no país pode

afetar empresas desses segmentos e apontar estratégias de reversão desse

cenário.

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CAPÍTULO I

1 A ECONOMIA BRASILEIRA

Os conceitos básicos do funcionamento da economia do país são de

suma importância para que se entenda o cenário ao qual o país esta vivendo e

suas perspectivas futuras.

De acordo com Leitão (2014, p. 439) “A economia se destina a ser a

base na qual são feitas as escolhas do país”.

É de grande relevância que as empresas entendam essa dinâmica e o

quanto o papel do Estado na estrutura econômica, política e social do país

influenciam nos negócios e na vida da população em geral.

1.1 UMA BREVE HISTORIA DA ECONOMIA

O termo economia tem sua origem na palavra grega oikonomia, que

significa “administração de um lar”, ou seja administração da sociedade. Trata-

se de uma ciência social de grande relevância e que tem sua

representatividade na sociedade contemporânea.

De acordo com Gonçalves e Guimarães (2010, p. 1), “economia é a

ciência que estuda como os recursos escassos das sociedades são alocados

tendo por base as decisões individuais de consumidores, trabalhadores,

firmas, etc.” A economia é uma ciência que estuda a relação dos processos de

produção, bem como suas interações e consumo dos bens e serviços.

No senso comum é normal as pessoas pensarem em economia apenas

como recursos financeiros, contas do governo, inflação, entre outros. Porém

economia vai muito além dessas questões. A economia envolve muito mais

que tais conceitos. A análise de fatores como as escolhas individuais de cada

indivíduo, as escolhas das empresas e seus comportamentos são a base do

entendimento econômico, ou seja, da microeconomia. É através dela que se

pode extrair informações importantes para se entender as oscilações de

preços e salários (Gonçalves e Guimarães, 2010, p. 1).

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Já em escala global tem-se a macroeconomia, que tem seus parâmetros

em torno das diversas análises ocorridas na microeconomia e partir de então

consegue levantar questões a respeitos de inflação, crescimento do país,

desemprego, moeda, dívida do governo, desemprego e análise internacionais.

Segundo Mankiw (2008), a macroeconomia é o estudo da economia como um

todo e seus principais objetivos estão em promover um acelerado consumo na

população, controle dos índices inflacionários, diminuição da taxa de

desemprego e relações vantajosos como o mercado internacional.

A sociedade contemporânea e propriamente capitalista tem a todo o

momento necessidade de consumir algo e essa ânsia nunca cessa. Porém os

recursos disponíveis no meio são restritos e que configura e importância da

administração desses de forma eficiente para que o maior número de

necessidades sejam supridas.

Albergoine (2008, p.12) já havia destacado a respeito da escassez de

recursos:

“A escassez esta relacionada ao confronto entre necessidades limitadas e recursos limitados. Não significa a ausência de recursos, ou que os recursos sejam poucos, e sim que eles são insuficientes para satisfazer todas as necessidades. Sociedades ricas e pobres enfrentam escassez, uma vez que as necessidades ficam cada vez mais sofisticadas e demandam mais recursos”.

Desde o seu descobrimento, o Brasil passou por diferentes ciclos na sua

trajetória, o que em cada acontecimento foi moldando a sua história e a da sua

sociedade.

O século XX marca uma grande mudança no desenrolar da história

econômica do país e é a partir desse período que o Brasil sai da redoma

colonial que se encontrava e começa acompanhar o mundo nas revoluções

tecnológicas e ideológicas que se decorrem.

A crise de 1929 teve total reflexo no Brasil, atingindo essencialmente o

que naquele momento é o principal ator em torno das exportações e da

dinâmica econômica: O café.

Junto ao cenário da crise agrícola na década de 30, viu-se a ascensão

da indústria e foi nesse crescimento que todas as estratégicas e planejamento

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político foram calcados para que o país tivesse um desenvolvimento e

crescimento paltado na industrialização. Em fevereiro de 1938, Getúlio Vargas

lançou as linhas gerais do programa econômico do Estado Novo que se

chamava “Carta de São Lourenço”. Trazia nada mais que os pontos bases da

nova política econômica.

A análise do economista Pereira (2003, p.35) desse momento da

história, mostra o quanto este momento mudou a composição econômica do

país.

“Como país semicolonial, exportávamos produtos primários em troca de manufaturas. O surto industrial, que então se verifica, permite-nos realizar rápida substituição de importações. Assim praticamente não mais importamos produtos manufaturados de consumo, produzidos agora no país.”

A partir desta década o Brasil vai se conhecendo e constituindo o que

desencadeou hoje na economia que conhecemos.

As mudanças da era Vargas foram responsáveis não só pelo

crescimento de capital que ocorreu naquele momento, mas pela sua intenção

de consolidação do país no mercado internacional, deixando de ser um mero

exportador de matéria-prima. O Brasil neste período passou a buscar parcerias

internacionais em busca de financiamento para seu desenvolvimento e acesso

à tecnologia.

Essa estratégica fez com que galgássemos altos níveis de crescimento,

porém muito alinhado ao aumento da dívida externa e em consequência

desencadeando uma maré inflacionária. Segundo Pereira (2003, p.54) o

começo dos anos 60 consolida e encerra-se a primeira fase da Revolução

Industrial do Brasil e o país começa a vê o declínio do sucesso econômico dos

últimos anos, ao qual foi realizado sem planejamento e por estímulos externos.

O quadro abaixo mostra em números a guinada e o declínio ocorrido do

que esta sendo chamado acima de primeira Revolução Industrial no Brasil. Ele

mostra a taxa anual média por período fazendo um comparativo entre Produto

Interno Real e Produção Industrial.

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TABELA 1: Produto Interno Real e Produção Industrial (taxa anual média de crescimento por período)

Períodos Produto Interno Real Produção Industrial

1940 - 1945 4,7% 6,2%

1946 – 1950 7,3% 8,9%

1951 – 1955 5,7% 8,1%

1956 - 1961 6,0% 11,0%

1962 - 1965 1,9% 2,4%

Fonte: Fundação Getúlio Vargas e Cepal. Adaptada de Pereira, 2003, p.50.

Em 1964 tem-se a entrada mais uma vez da ditadura na história do país

e veio por consolidar o sistema capitalista do Brasil. Nos 21 anos que a

ditadura esteve vigente a economia teve um crescimento acelerado, mas

criaram desequilíbrios que só puderam ser ajustados alguns anos depois com

a volta da democracia.

Com a economia estagnada como se encontrava o primeiro ato tomado

pelo presidente Castello Branco foi à adoção de um plano de reformas que

seria responsável mais tarde pelo grande milagre econômico vivenciado pela

população brasileira.

Na década de 70 teve-se também a exportação da soja que foi um

grande impulso também na economia desenvolvendo de forma massiva a

“expansão da fronteira agrícola” na direção da Amazônia o que gerou (e ainda

gera) o desmatamento dos locais em alta escala, (Porto, 2008).

Com a economia crescendo a níveis inimagináveis, a ditadura militar foi

cada vez mais ganhando simpatizantes, até que em 1973 com a alta do

Petróleo e a crise mundial que se desencadeou, o Brasil como muito outros

países que importavam a maioria do petróleo que produziam tiveram um

grande baque. Os militares resolveram continuar com o grande aquecimento

da economia e para isso se prevaleceram de grandes empréstimos externos a

fim de garantir a modernização do país já planejada.

Após alguns anos o plano não foi sustentável e volta o terror da inflação

junto com outros fantasmas como a dívida externa que não parava de subir. O

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Brasil só voltou a crescer em 1984 e os anos subsequentes ainda foram

marcados por períodos de grande instabilidade econômica. Somente em 1994

conseguiu reajustar sua economia pelo então ministro da fazenda Fernando

Henrique Cardoso, depois da tentativa de muitos planos fracassados.

1.2 FUNCIONAMENTO DA POLITICA ECONOMICA BRASILEIRA

Conhecer a respeito das politicas econômicas praticadas do país faz

toda a diferença na tomada de decisão de um empreendedor. Ter ciência e

entendimento das politicas econômicas adotadas pelos governantes é de

grande importância não só para as empresas e sim para toda a sociedade.

Políticas Econômicas são medidas adotadas pelo governo para controlar

economia e atingir determinados objetivos. Essas medidas podem afetar toda

a economia do país caracterizando como macroeconômica ou apenas um

segmento dando-se como microeconômica.

São os agentes econômicos (governo, Banco Central e parlamento) que

são responsáveis pela execução dessas medidas.

A economia brasileira abrande três tipos de política: a fiscal, a cambial e

a monetária.

Ø Política Fiscal

Conforme informações extraídas do site do Tesouro Nacional, a politica

fiscal consiste em:

“medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos.”

A mesma é utilizada para frear as tendências de depressão ou inflação

da economia, controlando os níveis de gastos do governo.

Ø Política Cambial

Tem-se o objetivo de manter a estabilidade nos mercados de cambio

estrangeiro, no intuito de mantê-las a preços justos nas suas transações. O

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Banco Central a define como um conjunto de ações governamentais

diretamente relacionadas ao comportamento do mercado de cambio, inclusive

no que se refere à taxa e no equilíbrio de balanço de pagamentos.

Ø Política Monetária

Com o mesmo objetivo da política fiscal, a política monetária atua no

controle do sistema econômico nacional e através dela e ações do Banco

Central que as decisões são tomadas como: quantidade de moeda em

circulação, de crédito e de taxas de juros. A diferença entre elas é que

enquanto a política fiscal atua nos gastos do governo, a política monetária atua

na moeda do país.

Tais medidas visam agir estrategicamente frente ao cenário

apresentando, tomando decisões a fim de atingir metas de finalidade

macroeconômica. Existem dois tipos de política monetária a serem adotadas

pelo governo: a política expansionista ou contracionista.

A política expansionista é adotada em um cenário de recessão ou

estagnação da economia, onde é necessário aumentar a circulação de moeda

na economia, visando estimular o poder de compra da sociedade e gerar

novos empregos.

Ao contrário, a política monetária contracionista consiste em reduzir a

oferta de moeda, com adoção de aumento nas taxas de juros e redução de

investimentos por parte do setor privado. A medida é adotada em um cenário

de inflação.

1.1 A CRISE CHEGOU

Agora que já foi apresentando um pouco de como funciona a máquina

econômica brasileira, é importante entender como o país chegou a essa atual

realidade.

Crise. Essa palavra tão temida e que traz tantos contratempos nas

economias mundiais. Ela representa fracasso, erro, algo que poderia ser

evitado, mesmo que não seja falha interna, que tenha ocorrido algum fator

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interno que tenha desencadeado-a... é necessário se planejar para esses

percalços.

Segundo Alves (2011, p.5) “Crise é algo que todos temem. Em

economia representa a culminação de erros em séries, a tragédia que poderia

ser evitada, mas não foi.”

A crise pode ser também tratada como um período de falta de recursos

no que se refere a produção, consumo de bens e serviços e sua

comercialização.

O país esta passando por um período delicado, isso não há como ser

negado. A prosperidade econômica apresentada nos últimos anos teve um

baque representativo nesse ano de 2015. Só se fala disso nos noticiários.

Há quem tem melhores perspectivas e diz que apesar dos desmandos

atuais o Brasil possui uma boa estrutura, que o sistema financeiro é sólido e

que o país continua sendo bastante competitivo, como por exemplo, nos

segmentos de agronegócios e mercado de capitais se comparado aos países

ricos.

E tem aqueles que dispõem dos piores cenários com dados de inflação

em alta, contas públicas desalinhadas, altas dos juros e piores números de

PIBs dos últimos vinte anos.

Pela boa ou pela má análise não há como negar, a crise que não

surpreendeu o Brasil há alguns anos atrás junto com alguns dos vizinhos

emergentes e parceiros do primeiro mundo veio nesse ano de 2015 e atinge

em massa todos os segmentos da sociedade.

O Brasil ao qual o conhecemos hoje tem sua trajetória recente. Antes de

1994, quando tivemos a estabilização de moeda, foram anos de desequilíbrio

econômico como destaca Miranda (2014) em seu artigo:

... tínhamos um outro país, em que famílias, amedrontadas com a inflação, corriam para o supermercado tão logo recebiam seus salários, empresários não investiam por conta da falta de confiança na moeda e da incerteza jurídica, consumidores não compravam porque a inflação era galopante e não existia crédito.

O medo de reviver esses tempos assombram os pensamentos da

sociedade brasileira

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Desde então houve algumas mudanças nas políticas econômicas,

algumas com bons resultados em curto prazo, porém sem se sustentarem.

Segundo o Professor Roberto Dumas (2014), em entrevista realizada ao

canal on line O Alerta, a crise teve seu início antes do governo atual da

Presidenta Dilma. No governo de seu antecessor Lula, a economia teve um

crescimento paltado no alto consumo, grande endividamento bancário e alta

das exportações, isso tudo sem comprometer a inflação, o que naquele

momento foi ótimo, porém em paralelo as reformas deveriam ter sido feita.

Nessa conjuntura o governo foi entregue a Dilma que tem seu primeiro

mandato sustentado na nova matriz econômica com foco somente no

consumo, crédito acelerado e máxima intervenção do Estado na economia,

modelo este que vem se mostrando insustentável visto a situação econômica

atual.

Em entrevista ao canal Globo News o Economista e Professor

Alexandre Schwartsman (2015), afirma que “o que a gente esta vivendo hoje é

consequência direta das politicas que foram adotadas atrás”. Onde faz

referencia as ações do governo nos últimos anos e o quanto que atual postura

ainda compromete os avanços que se é preciso.

A questão é que tudo indicava para que este ano de 2015 fosse um ano

difícil, independente de quem ganharia as ultimas eleições realizadas em

outubro de 2014. Como foi muito dito, é um ano de se arrumar a casa, acertar

o que esta errado e isto implica em grandes impactos para população e

diretamente e consequentemente ao setor empresarial.

Em toda história é possível se notar o quanto os termos política e

economia se fundem e na atual realidade temos mais um exemplo do exposto,

pois além da crise econômica, o país esta enfrentando uma grande crise

política onde seu desencadeamento vem auxiliando cada vez mais a resolução

da questão econômica.

Pode-se dizer de política que esta é a forma de governar e administrar

recursos, a fim de se chegar ao objetivo desejado. De acordo com Albergoine

(2008, p.20) politica “é o exercício do poder e o processo de influencia para se

obter determinada coisa”. Este poder pode ser exercido em qualquer esfera

inclusive na econômica. Não é incomum em nossa sociedade, grupos

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possuidores desse poder o utilizar em benefício próprio e é justamente o que

acontece atualmente.

Além do exposto acima a respeito dos fatores que contribuírem para

disseminação completa neste ano de 2015 da crise, os governantes estão

enfrentando uma grande batalha no congresso para conseguir aprovação nas

suas medidas arroxo fiscal para o controle de gastos e suas contas fecharem

novamente. A crise política está agravando a crise econômica e sem os

políticos caminharem juntos em pró da resolução do problema mais difícil será

contar novamente com o equilíbrio econômico.

O que mais vem impactando na atual crise nos negócios da empresa é a

inflação, que atinge diretamente o potencial de compra da população fazendo-

a pensar duas vezes no ato da compra e fazendo mil cálculos para fechar a

conta do supermercado com tudo o que é necessário para sua cesta-basica.

Um tema importante também a ser percebido no cenário empresarial é o

acesso ao credito. Muitas empresas dependem dos financiamentos bancários

para o giro do seu negócio e, o que esta ocorrendo são cada vez mais

restrições as linhas de credito e o valor do dinheiro cada vez mais elevado, ou

seja juros mais altos pelo risco de inadimplência eminente decorrente da

instabilidade na economia.

Mais em meio a esse pessimismo que configura a realidade, com os

indicadores sempre apontando suas setas pra baixo e perspectivas

desastrosas, há empresários conseguindo tirar grandes proveitos e com

grandes projetos em andamento. É importante destacar que não se trata de

uma maioria e cada qual tem uma característica em particular no seu negócio,

porem eles mostram que é possível sim não vê seus impérios desabarem em

meio a uma crise política e econômica.

Em artigo do Diário Catarinense (2015), o diretor-superintendente da

CRP Companhia de Participações especializada na prospecção de empresas

com capacidade de crescimento, Clovir Meurer diz que “além de situações

particulares há setores que ainda podem crescer apesar da economia

claudicante. No mercado interno, serviços ligados à saúde, educação e

negócios voltados à logística têm grande potencial, avalia o especialista”.

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O que essas empresas têm em comum? O que elas fizeram? A crise

não chegou a seus negócios? São muitos os questionamentos que pode-se

fazer a elas, mas uma resposta em comum elas tem, não deixaram essa

tenebrosa palavrinha determinar seu destino muitas vezes anunciado. Nos

próximos capítulos serão abordados como as micro e pequenas empresas

estão em meio a esse cenário e em o que podemos esperar do seu futuro.

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CAPÍTULO 2

AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS EM UM

CENÁRIO ADVERSO

Como foi abordado na introdução deste trabalho, as micro e pequenas

empresas tem um grande papel na economia do Brasil, sendo assim, antes da

abordagem desse segmento no cenário atual é importante se fazer entender a

origem desses e como se consolidaram importantes para a economia.

2.1 Origem dos pequenos negócios

Pode-se remontar a história desse segmento muito antes de sua

institucionalização como tal.

No artigo “As origens da Pequena Empresa no Brasil”, os autores

abordam o início da atividade desde a ocupação portuguesa no país,

entendendo que era necessário convencer os empresários portugueses a

investirem aqui para que o desenvolvimento econômico no local os fornecesse

a lucratividade almejada.

A região escolhida para início das atividades econômicas (lê-se agrícola)

foi à faixa do litoral que compreende da Bahia a Paraíba por se

estrategicamente bem localizada para fins de vendas, portos e solo favorável.

Isso levou o Brasil a aquecer a economia interna e está no meio econômico

mundial da época, gerando empregos, renda e negócios aos envolvidos.

Muitos habitantes começaram a consumir recursos próprios do Brasil,

anteriormente utilizados apenas por nativos (índios). Nesse momento os

pequenos agricultores tem participação relevante, sendo responsável pela

inserção desses alimentos nas cidades.

Não é só na parte agrícola que esses pequenos empreendedores

começaram sua história no Brasil colonial, foram em diversas áreas de atuação

que os primeiros colonizadores que vieram de diversas partes do mundo

começaram a escrever a história desse segmento que vem com sua

importância enraizada até os dias atuais.

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Já no inicio do século XX, o foco empresarial era na industrialização dos

processos e quem ainda tinha todo o domínio desses negócios eram os

estrangeiros.

Segundo Villela e Suzigan (apud Diniz e Boschi, 1978, p.35) “entre

novembro de 1940 e março de 1941, cerca de 33% dos sócios das empresas

industriais, responsáveis por 42,3% do capital realizado, eram de origem

estrangeira, preponderando os italianos e os portugueses.” Os autores

demonstram também que nessa época as pequenas empresas atendiam uma

demanda de mercado, porem tratava-se de assalariados.

“Quanto à presença das pequenas empresas, ao contrario da tendência

ao seu desaparecimento, o que verifica é uma estabilização da proporção

dessas empresas em relação ao total dos estabelecimentos industriais”

(Robalinho Barros, 1973, apud Diniz e Boschi, p. 27, 1978).

Em seu trabalho acadêmico, Melo (2008) ressalta que o fator

informalidade começa a ser analisado no começo dos anos 70, configurando

assim parte dos que compõe o núcleo dos pequenos empresários e que

somente as instituições financeiras trabalhavam com a definição de pequena,

média e grande empresa com único intuito de delimitação para fins de crédito.

Seu estudo mostra também que foi a partir da década de 80 que

surgiram as primeiras ações do governo de incentivo a essa classe, como:

Primeiro Estatuto da Microempresa (lei nº7256 de 27 de novembro de 1984);

inclusão das MPEs na Constituição Federal de 1988; lei nº 9317 que instituiu o

Simples em 1996; Lei nº 9841 que institui o segundo estatuto das

microempresas e empresas de pequeno porte de 1999; estabelecimento do

Fórum Permanente das MPEs (2000).

2.2 O empreendedorismo no Brasil

O empreendedorismo é um dos temais mais atuais. Muitas instituições

investem em pesquisas a respeito do tema a fim de incentivar a atividade, visto

sua importância econômica. Uma das instituições mais conhecidas, ainda mais

se tratando de pequenas empresas, é o SEBRAE que atua não só em

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pesquisa como também na qualificação desses empreendedores. Não é à toa

as inúmeras vezes ao qual é citada neste trabalho.

São muitas as definições a respeito do tema, porém destacarei abaixo talvez uma das mais antigas de Joseph Schumpter (1949):

“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos naturais.” (Apud Dornelas, 2008, p.22).

Trazendo um conceito mais contemporâneo Dornelas (2008, p. 22) diz

que “empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos, em

conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades.” O

empreendedorismo é responsável pela grande dinâmica na economia

contemporânea em todo o mundo. As inovações trazidas por esses

empreendimentos e as gerações de empregos proporcionadas por essas

pequenas empresas constituídas a partir desse impulso empreendedor, são

demonstrações vívidas desse fenômeno.

Muito por conta da grande instabilidade econômica vivenciada pelo

Brasil no princípio da década de 90, muitas empresas viram a necessidade de

redução de seus custos e consequentemente uma das ações eram reduções

de postos de trabalho. Sem conseguir se realocar muito desses empregados

criaram seus próprios negócios com alguma habilidade que dispunham ou

conhecimento e as vezes nem isso, acreditavam que aquela ideia podia da

certo e investiam suas economias.

Outro acontecimento no começo dos anos 2000 foi o avanço da internet

e das várias empresas que acompanharam esse processo com seus pequenos

negócios online. Constituídas quase que com exclusividades por jovens

empreendedores esse tipo de investimento se popularizou neste período no

Brasil.

O Brasil desde então esteve em bastante destaque nos rankings

mundiais, sempre se destacando entre os países mais empreendedores do

mundo. Porém o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM), organizado

por duas renomadas escolas de administração dos Estados Unidos e de

Londres, em 2000 apontou a afirmativa feito acima, porém com a ressalva que

metade dos empreendedores estavam constituídos pelo empreendedorismo de

necessidade e não de oportunidade.

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Dornelas (2008) conceitua essas duas definições de

empreendedorismo:

“(...) o empreendedorismo de oportunidade, (...) o empreendedor visionário sabe onde quer chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa e visa a geração de lucros, empregos e riqueza. (...) o empreendedorismo de necessidade, em que o candidato a empreendedor se aventura na jornada empreendedora mas por fata de opção, por estar desempregado e não ter alternativas de trabalho.”(p.13).

Basicamente o empreendedor por oportunidade esta relacionado

também com o desenvolvimento econômico e com menos riscos de seu

negócio sofrer um insucesso nos primeiros anos de vida.

Nas pesquisas mais recentes da GEM o Brasil continua entre os países

mais empreendedores, porém com o diferencial que agora em sua maioria com

empreendedores por oportunidade.

2.3 Classificação das empresas no Brasil

O que define uma empresa é a constituição de uma organização onde

se tem o objetivo do alcance de um resultado, seja ele de em termos de

lucratividades ou sendo uma instituição sem fins lucrativos objetivo de cunho

social.

Em outras palavras Raimar Richers define empresa sendo:

“(...) uma organização que se propõe a, regularmente, transformar insumos e ou transacionar bens que considera úteis para a sociedade, sejam eles matérias-primas, produtos semifabricados, bens industriais, bens de consumo ou serviços. Pelo esforço de ser útil e empresa espera ser remunerada (...)” (1986, p.12)

A classificação das empresas no Brasil é realizada por critérios

heterogêneos o que dependendo da finalidade pode causar algum tipo de

confusão para quem busca a informação. Tal delimitação pode ser feita de

acordo com sua forma jurídica, quanto ao seu porte, quanto ao seu setor,

quanto à propriedade de seu capital e quanto a sua receita bruta anual. Abaixo

segue um apanhado dessas classificações de acordo com as informações do

SEBRAE:

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a) Quanto à forma jurídica:

• Empresa Individual – com uma única pessoa que irá exerce a atividade

empresarial em nome próprio, respondendo de forma ilimitada pelas

dívidas.

• Microempreendedor individual (MEI) – com uma única pessoal. Pessoa

física que trabalha por conta própria e se legaliza como empresário. Tal

forma jurídica tem limitação de faturamento de R$60 M anual, não pode

ter mais de um empregado e nem participação em outra empresa.

• Sociedade Limitada – Com duas ou mais pessoas. Estas se juntam para

criar uma empresa constituindo assim uma sociedade através do

contrato social, documento este que redigirá as condições afirmadas

pelos participantes. A responsabilidade pelo pagamento das obrigações

é limitada a participação dos sócios.

• Sociedade Anônima – O capital da empresa não está associado a uma

pessoa física em específico e sim dividida em ações. Esta pode ser de

capital aberto, quando suas ações são abertas ao público ou de capital

fechado quando o mesmo não acontece.

b) Quanto ao seu porte:

• Microempreendedor individual – Comercio e serviços até 9 empregados

e na indústria até 19 empregados.

• Empresa de Pequeno porte – Comercio e serviço de 10 a 49

empregados e na indústria de 20 a 99 empregados.

• Empresa de Médio porte – Comercio e serviço de 50 a 99 empregados e

na indústria de 100 a 499 empregados.

• Empresa de Grande porte – Comercio e serviço acima de 99

empregados e na indústria acima de 499 empregados.

c) Setor:

• Comercial;

• Industrial;

• Rural;

• Prestação de serviço;

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d) Propriedade de seu capital:

• Empresas públicas – Capital pertencente ao poder público.

• Empresas privadas – constituídas por pessoas individuais ou

instituições privadas

• Empresas de capitais mistos – capital da empresa é composto por

participação do Estado e de instituições privadas.

e) Receita Bruta Anual:

• Microempreendedor Individual MEI – Até R$60 M por ano

• Microempresa ME – Até R$360 M por ano

• Empresa de Pequeno Porte – de R$ 360M ate R$3,6 MM

2.4 O cenário atual

Voltando aos dias atuais, percebe-se que com a baixa do PIB e o

crescimento da inflação, a queda no crescimento da economia do país é mais

que uma estimativa, torna-se uma certeza. A crise política e econômica se

instala no Brasil nesse ano de 2015 e as MPEs estão no meio desse furacão.

Muitas empresas que também teve o surgimento de seu pequeno

empreendimento em detrimento de uma grande empresa teve seu negócio

falido por tabela, pois seu faturamento estava totalmente interligado ao

funcionamento dessa grande empresa. É comum quando uma empresa de

grande esporte se instala em uma cidade pequena acontecer um grande boom

na economia deste lugar. Isso ocorre porque, geralmente a quantidade de

empregados desses empreendimentos são em número bastante levado,

muitos acabam morando, mesmo que durante a semana, nestas cidades e

consequentemente a demanda por bens e serviços nesses lugares acaba

sendo elevadíssimo, o que fomenta os negócios locais, sendo uma

oportunidade singular de se montar um negócio com a garantia quase que

certa de sucesso. E quando essas grandes empresas quebram?

Automaticamente leva junto esses pequenos negócios o que tá se tornando

uma realidade cruel nesse cenário.

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Além disso, a crise econômica está enxugando o faturamento do

pequeno empresário que também não para de cair. Pode-se pegar o exemplo

de São Paulo que segundo os indicadores do SEBRAE divulgado neste mês

de julho de 2015, teve queda de 10,2% em maio em comparação ao mesmo

período do ano passado, sendo o mais atingido o setor de serviços. Os MPEs

não tem tanta margem para se manter por um tempo em um cenário de crise

como é o encontrado, ficando mais difícil enfrentar essas adversidades do

mercado.

Mesmo que em comparação com as médias e grandes empresas o

segmento foi o último a ser afetado. Desde meado do ano de 2014 começou-

se a sentir a crise, junto com as demissões em massa em vários setores

produtivos. Sem salário... sem poder de compra e assim se começa a crise

como um efeito cascata.

E não é só pela falta de mercado consumidor e queda nos seus

negócios que essas empresas são protagonistas da crise existente, segundo

dados do SEBRAE a quantidade de carteiras assinadas nas micro e pequenas

diminui muito e o cenário até o final do ano infelizmente é de piora.

O cenário é preocupante? Sim, pois afeta a todos, desde o grande

empresário que vê seus negócios diminuírem, ao assalariado que perde seu

emprego e não tem facilidade para se realocar. E até mesmo os que não

tiveram de certa forma impacto em seus negócios ou a perda do seu emprego,

sentem os efeitos da crise, pois a inflação esta aí e os preços não param de

subir, acabando com seu poder de compra e sem nenhuma perspectiva de

investimentos no que for, afetando ainda mais toda a cadeia produtiva.

Baseado no indicador SPC Brasil, cai de 11,25% em maio para 8,6% em

junho a intenção de pegar crédito nos próximos meses, sem contar que

34,25% apontam que pegar crédito esteja mais difícil, e de fato está. Por conta

do cenário, os Bancos estão mais seletivos na hora da concessão de

empréstimos e quando este é liberado as taxas estão elevadíssimas. Com isso

verifica-se que os investimentos nos negócios não será uma atitude que vai ser

vista em grande percentual neste ano, o que de certa forma é ruim para todos

os lados, se não há investimento não há crescimento.

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Aos que não tem escolhas e precisam garantir seu capital de giro com

os créditos de terceiros, a situação ainda se agrava mais. Nesse primeiro

semestre as micro e pequenas empresas foram líderes nos requerimentos de

recuperação judicial, sendo 20% maior do que igual período do ano passado.

Essas empresas por não terem uma sobra de caixa acabam que tendo seu

fluxo de caixa exprimido e suas despesas aumentadas pela atual situação,

levando-as não conseguirem honrar seus compromissos com seus credores.

Outra situação que esta sendo muito vista em meio a esse cenário é o

abalo psicológico sofrido pelos pequenos empresários frente a atual situação

da economia, o que acaba sendo um ponto contra ao direcionamento que deve

dar a sua empresa. Este acaba não tendo o discernimento necessário para

tomar a atitude mais assertiva para o momento em pró da continuidade do seu

negócio.

Hoje em dia, os casos de depressão, ansiedade, TOC e pânico

infelizmente são mais comuns nos consultórios psiquiátricos do que há 30

anos. E com a atual situação do país, esses casos estão mais latentes do que

nunca.

Com a crise, os pacientes que lotam os consultórios hoje são

empresários e empregados preocupados com a perda do seu emprego. De

acordo com a psicóloga Maria Cristina Ramos Brito (2015) em sua coluna no

site Contioutra, tal situação ainda tem o agravante que muita dessas pessoas

esconderem os sintomas para não parecerem fracas ou doentes.

Muitas são as causas desses transtornos, mas quando os mesmos

advêm de fatores externos como é o caso da crise atual? A psicóloga relata

que acontecimentos como estes acabam não se restringindo apenas a rotina

dos negócios se alastrando para vários setores da vida.

O site Paraiba.com.br relacionou alguns sinais de que a crise esta fazendo você sofrer de ansiedade ou depressão:

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TABELA 2: Sintomas de ansiedade e depressão Ansiedade Depressão

Respiração acelerada Alteração de humor

Taquicardia Perder interesse por atividades antes

atrativas

Mãos frias Insônia

Náuseas Perda ou aumento de apetite

Palidez Modificação de peso

Tremores Dificuldade de concentração

Irritabilidade Cansaço permanente

Dificuldade para se concentrar Apatia

Corpo em permanente prontidão para

alguma ameaça

Ideias suicidas

Fonte: Autoria própria. Adaptada de Paraiba.com.br (2015)

Mas do que procurar ajuda especializada, é necessário que o

empresário neste momento reaja aos acontecimentos e queira realmente a

mudança. Sabe-se que não é fácil mas somente essa atitude fará com que de

fato as coisas melhorem.

É crucial saber separar a vida pessoal da do trabalho e saber

administrar tal situação é essencial para não deixar tais conflitos dominarem

seu corpo. Ter uma boa alimentação, praticar atividades físicas, ter tempo de

lazer, estar com a família e amigos, são exemplos importantes de ações que

são necessárias para manter o corpo e a mente sã para enfrentar as

adversidades, compreender a situação com mais clareza e ter a melhor

tomada de decisão para a empresa possível naquele momento, pois doente é

que nada poderá ser feito.

Mas do que nunca as micro e pequenas empresas tem participação

importante na realidade econômica do país e na construção do seu futuro

mesmo com todas as suas limitações.

As ações de apoio aos micro e pequenos empresários e de incentivo

aos seus negócios, essas nem sempre são apresentadas de forma assertiva,

seja por sua divulgação não se dá de maneira ampla ou porque muitas dos

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ensinamentos não serem de acordo com sua realidade. Mas o país tem seu

papel de destaque quando se fala em empreendedorismo e isso talvez se dê

por essa sociedade já demonstrar tal capacidade enraizada em sua cultura, o

que torna seu poder de reviravolta nos momentos mais difíceis mais possível.

Martins e Pieranti (2006, p. 208) cita essa característica brasileira:

“(...) a existência de uma capacidade empreendedora e de um dinamismo empresarial disseminados em todo o país é o grande recurso que diferencia o Brasil de outros países emergentes, e que nos permitiu, muito mas do que escolhas de políticas, superar uma sequencia impressionante de crises (...)”

Além do que é visto a respeito da crise em estatísticas, estudos,

pesquisas, noticiários etc. Que trata-se da realidade em termos empíricos, há

também o fator percepção. Não se fala em outra coisa nas principais mídias e

nesse momento o conhecimento a respeito da que é o real e não só uma

manipulação por um setor contrário, é essencial para se ter a visão crítica a

respeito do que esta sendo passado.

É fato que todo esse clima de expectativa negativa acaba complicando

ainda mais a situação. O importante é não cruzar os braços e deixar que os

fluxos dos acontecimentos deixem guiar os negócios. Cada segmento é um

segmento e cada empresa é uma empresa. Por isso a importância de ter total

domínio do que se faz, pois muitas grandes empresas tiveram grandes

oportunidades justamente em momentos de crise.

A carga de trabalho é enorme e como em sua maioria o dono do

empreendimento trabalha de fato a ponta do negócio, esse acaba se atolando

na rotina da empresa e não tem a percepção do envolta. Ler um jornal, por

exemplo, pode fazer toda diferença. Ali pode esta a informação de algum

evento, uma obra, um acontecimento que seja, na sua rua que não tinha

conhecimento, fazendo a empresa tomar atitudes que podem evitar um

prejuízo ou garantir o aumento da sua lucratividade.

O momento é delicado e por isso a relevância quando se fala em

conhecer o negócio que atua do fortalecimento da marca, da fidelização dos

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clientes e proporcionar um bom atendimento, serviços e produtos de

qualidade. Tais atitudes são diferenciais que podem fazer o micro empresário a

se destacar em meio aos seus concorrentes e consequentemente ter a

preferencia do consumidor.

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CAPÍTULO 3

PERSPECTIVAS FUTURAS

O Brasil nos últimos anos vem em uma ascendência em seus números

que fez com que sua posição econômica perante o mundo apresentasse um

grande salto. O país até então estava muito bem visto e com grandes

perspectivas, porém a situação mudou.

Em 2014 a economia brasileira estagnou. Os índices positivos que

estavam acostumados a se apresentarem... simplesmente parou. Completando

a desconfiança esses mesmos índices em 2015 tiveram quedas significativas

com o ajuste fiscal proposta pelo novo ministro da Fazenda afim de “arrumar a

casa”.

Conforme pesquisa recente do Banco Central (G1, 2015), as estimativas

dos economistas das Instituições Financeiras em relação ao PIB e a inflação

não são positivas. Tudo indica para aumento da inflação, retração da economia

e queda de 1,7% no PIB o que significa o pior número em 25 anos. A taxa de

juros também ainda dever ter aumentos até o final do ano, apresentando um

viés para 14,5%.

E como se encontram os números das micro e pequenas empresas em

meio ao cenário macroeconômico?

Conforme já exposto, as micros e pequenas empresas tem um papel

importante na conjuntura atual. Mesmo imersa nesse turbilhão de

adversidades e com a baixa de seu faturamento, pode-se dizer que seus

números em diversas análises se mostram positivos, inclusive em sua

confiança no futuro. Através da pesquisa mensal Indicadores Sebrae-SP,

mostrou que 60% dos entrevistados proprietários de MPEs acreditam na

estabilidade no faturamento para os próximos meses.

No primeiro semestre deste ano houve um aumento de 6,73% na

arrecadação do Simples Nacional em comparação com igual período do ano

passado, conforme dados da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e o

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Através

dessa informação, podemos verificar que a desconfiança geral do país não

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abalou o pequeno empresário que acredita no sucesso de suas ideias e

mesmo no cenário apresentado esta iniciando seu empreendimento. Segundo

dados do Sebrae, tudo indica que as formalizações continuarão aquecidas com

boas previsões para o setor de alimentos, consumo domiciliar, reparos

domésticos e reparação de bens duráveis.

Segundo o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, os negócios favoráveis

para 2015 têm uma particularidade de atender às necessidades básicas da

população, que têm adquirido novos costumes nos últimos anos, como

serviços e produtos que foram incorporados ao seu dia a dia.

No mesmo relatório é visto também que entre janeiro e maio desse ano,

houve um aumento de empregos nesse segmento com a abertura de mais de

116 mil vagas. Guilherme Afif Domingos, ministro da Secretaria da Micro e

Pequena Empresa, relata que: “Felizmente as expectativas exageradamente

pessimistas não conseguiram derrubar o crescimento chinês das micro e

pequenas empresas, que continuam sustentando o emprego e a renda no

Brasil”, afirmou o ministro, em nota.

Isso mostra e comprova a força das MPEs na economia do país. Mesmo

com seus pequenos recursos, em sua grande maioria, conseguem se destacar

em crescimento e em geração de emprego comparados as grandes

corporações, mesmo que em menor proporção visto a situação econômica.

É importante frisar, que os dados apresentados reflete o segmento de

maneira global e sabe-se que infelizmente muitos não conseguiram (ou não

estão conseguindo) driblar a situação com tanto sucesso. É visto que quem

estava em um setor diretamente afetado pela crise e não havia suporte para

aguentar a grande queda de faturamento, teve seu negócio exprimido

resultando na redução do quadro de funcionários e até mesmo finalização do

empreendimento. A boa notícia é que 2016 as estimativas são melhores!

Por conta das medidas de ajustes fiscais e econômicos promovidas pelo

governo federal, já espera-se que em 2016 o Brasil já apresente melhoras em

seus indicadores, apresentando recuperação tímida, mas com pouca

probabilidade de crescimento como ocorrido entre os anos de 2003 e 2010. As

empresas ainda devem de certa forma sentir os impactos até meados de 2016,

porem com melhores números.

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De acordo com boletim Focus para 2016, a expectativa é que diferente

do que esta ocorrendo em 2015 ao qual o PIB esta mostrando uma retração,

em 2016 começa apresentar um crescimento e a inflação uma diminuição.

Para a taxa de juros (Selic), os economistas acreditam que encerre o ano com

números menores que apresentam em 2015 diferente do cambio, que se

espera que permaneça elevada como agora.

O ex-presidente do Banco Central e atual sócio - diretor da empresa de

consultoria Tendências Consultoria Integrada, o economista Gustavo Loyola,

em abril de 2015 apresentou também em seu trabalho intitulado Perspectivas

da Economia Brasileira, projeções positivas para a economia em 2016. Segue

abaixo um resumo de como podemos esperar a economia de 2016, frente a

2015:

TABELA 3: Resumo Projeções Econômicas para 2015-2016

Indicador 2015 2016

Crescimento do PIB (%) - 1,4* 1,0

Inflação (IPCA) (%) 8,1 5,4

Taxa de desemprego (%) 6,3 7,0

Crescimento da massa salarial (%) -1,3 -1,4

Taxa de juros – Selic (%) 13,5 12,0

Taxa de Cambio (R$ - US$) 3,06 3,34

Conta Corrente – Balanço de Pagamentos (US$ bilhões)

-89,0 -80,0

Fonte: Adaptada de Loyola, 2015, p.21

Porém a cautela é necessária, pois mesmo os números apresentando

tendências positivas para 2016 comparados ao de 2015 o país ainda vai

precisar de alguns anos para sua recuperação plena, as medidas de ajustes

fiscais do governo não são suficientes para recuperação total do país em curto

prazo. Até na economia mundial a previsão é que o crescimento seja de

maneira mais lenta, até por causa ainda do seu cenário de recuperação, porém

seus índices, de acordo com relatórios do FMI não deixam de ser positivos.

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O ajuste será necessário e é certo que a população terá que pagar pelos

desmandos e pelas ações não tomadas do passado mais uma vez.

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CONCLUSÃO

A todo o momento as informações a respeito da crise que assola o país,

são veiculadas em todas as mídias, todos os dias da semana. A cada instante

um novo protagonista, uma nova descoberta de corrupção nos órgãos e

empresas ligadas ao governo torna a instabilidade no país maior e os

governantes parecem não se entender em pró de uma resolução para o que é

mais importante: fazer com que o Brasil volte a crescer.

O momento é complicado, não há dúvida. O que o Brasil vive hoje não é

só um problema econômico, mas sim envolve política o que torna o problema

mais grave. As esferas envolvidas não se entendem não conseguindo, juntas,

chegar a uma solução que será próspera para o país e não para seus

interesses.

Para sobrevivência em meio ao turbilhão, ao qual o país está passando,

as empresas precisarão se diferenciar e criar maneiras para se vê longe da

zona do perigo, de vê seu empreendimento falecer.

De acordo com Christian Travassos, gerente de economia da Federação

do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (FecomercioRJ), apostar em um

bom atendimento estreitando o relacionamento com clientes é um trabalho

importante em um momento instável e de desconfiança como atual. “O

consumidor brasileiro esta ressabiado. Portanto, estabelecer uma boa relação

com os clientes é forma de o microempresário conseguir atravessar esse

momento ruim” sugere. Travassos cita também que “o que diferencia, por

exemplo, o pequeno varejo das grandes redes é a proximidade com o cliente”.

O presidente da Associação de Micro e Pequenas Empresas do Alto

Vale do Contestado (AMPE), Odelir Neves, diz que a principal causa que leva

as empresas a fecharem as portas é a falta ou precariedade na gestão e

administração do seu negócio.

O conhecimento do seu ramo é essencial para que o negócio tenha um

mínimo de chances de sucesso e que seja estável. Somente com

conhecimento o empresário estará capacitado para produzir de maneira eficaz

no momento de instabilidade e de produzir ideias criativas para sua

diferenciação frente aos concorrentes.

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Uma pesquisa do Sebrae sobre expectativas de negócios para 2015

aponta que quem está com recursos disponíveis para investir , o marketing

virtual é uma excelente aposta, sendo uma estratégia eficiente para estimular

as vendas. "Hoje, até por uma questão de custo, as redes sociais estão sendo

largamente utilizadas pelos microempresários para a divulgação de produtos.

Muitos deles contratam também links patrocinados, cujo custo é muito baixo",

afirma o coordenador de projetos da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ),

Luiz Malta.

Outra estratégia também utilizada é a diversificação dos produtos e

serviços oferecidos. Muitos empresários estão inserindo em seu portfólio novos

produtos e agregando serviços extras para seus consumidores. As mudanças

vão além, os processos também são alteradas possibilitando economia e

agilidade. A mudança é essencial, porém difícil. Muitos negócios se veem

imersos em dificuldades, mas se recusam alterar seus procedimentos e

estratégias. Um exemplo disso são empresas familiares ou pequenos negócios

que já possuem um longo período no mercado e não entendem que as

mudanças chegaram para todos e que é preciso se reinventar.

Redução de custos é o que mais se busca neste mundo globalizado. As

empresas estão em uma sociedade capitalista onde o lucro (o maior possível)

é o que determina seu sucesso. Em tempos de crise a importância dada ao

tema torna-se ainda mais evidente, visto que isso se torna uma questão de

sobrevivência.

Infelizmente, a maiorias dos empreendimentos em sua análise de

redução de custos tem em sua primeira atitude o corte de seus empregados,

estimulando ainda mais a crise vivenciada. Não que essa atitude seja

necessária ser tomada em algum momento, mas a questão é que muitos

empresários a consideram como primeira opção, sem antes se quer fazer uma

análise de seus custos e verificar o que pode ser alterada na rotina empresarial

a fim de diminuir seus gastos e assim fazer economias significativas sem

diminuir sua mão de obra. Esse tipo de gestão também significa no futuro,

quando a empresa já estiver em sua atividade plena, em um gasto com

recrutamentos, desenvolvimentos e treinamentos do novo pessoal.

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Trabalhar com a redução da margem de lucro de maneira eficiente,

pode se transformar em uma grande estratégia em tempos ruins. Em tempos

de juros altos, as vezes, por mais que se trabalhe com redução de energia e

combustíveis, por exemplo, não é suficiente para as contas se ajustarem. Uma

negociação com os fornecedores para prazos e descontos de pagamento é

uma excelente ideia para reduzir seus custos sem comprometer a qualidade do

negócio.

O benchmarking é outro fator que pode aumentar sua competitividade.

Analisar as estratégias adotadas por outras empresas do mesmo ramo de

atividade que estão obtendo sucesso pode se tornar um grande passo para a

mudança de atitude e determinar o sucesso do negócio. Antes de iniciar tal

estratégia o empresário precisa delimitar o que realmente ele precisar saber

para melhorar. Chegar sem o mapeamento definido do que irá se extrair não o

ajudará no objetivo e no sucesso da estratégia.

Planejar os objetivos e ter uma meta traçada são atitudes importantes

para uma gestão estratégica. Seguir sem um direcionamento é perigoso. O que

se verifica em muitos empresários é por terem um largo conhecimento prático

dos seus negócios, são resistentes a ouvir opiniões novas ou procurar ajuda

especializada. Como sempre foram acostumados a seguir sem nenhum

controle de suas finanças, acreditam que isso sempre dará certo. Procedendo

dessa forma, poderá até incorrer no sucesso, porem terá sido por um único

fator: sorte. E quem quer apenas contar com ela?

O que vemos se apresentar aos microempresários nesse atual mercado

dinâmico, são que os mesmos acabam sendo atropelados pelas novas

maneiras de se conduzir o negócio e vão ficando para traz. É de suma

importância ter-se um mínimo de planejamento sobre suas ações futuras, bem

como planos extras caso uma possível instabilidade atinja seu negócio.

Ser estratégico é a palavra e tal atitude esta diretamente ligada aonde

se quer chegar e a missão do negócio. Com a avaliação das variantes que a

rodeiam, é possível delimitar suas ameaças e onde pode ir além e obter mais

lucratividade. Como já foi abordado, nem todas as empresas estão fadadas ao

fracasso em momentos de turbulência econômica, as oportunidades podem

surgir nos momentos mais inóspitos, mas para isso é necessário está atento

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aos sinais e preparado para os investimentos na nova ideia, caso seja

necessário.

Além disso, ser criativo, responsável e se munir do máximo de

informações a respeito do seu negócio, do seu segmento e de seu público

alvo, são grandes atitudes que tornará o pequeno empresário mais competitivo

frente aos seus concorrentes e os acontecimentos externos. Mais do que isso,

elas podem ser a diferença entre os que sobreviverão e os que ficarão pelo

caminho.

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