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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO TRABALHO DA PSICOMOTRICIDADE COM CRIANÇAS DE 0 A 4 ANOS Por: Elisabete Santos de Souza Orientador Profa. Me. Fátima Alves Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO TRABALHO DA

PSICOMOTRICIDADE COM CRIANÇAS DE 0 A 4 ANOS

Por: Elisabete Santos de Souza

Orientador

Profa. Me. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO TRABALHO DA

PSICOMOTRICIDADE COM CRIANÇAS DE 0 A 4 ANOS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em psicomotricidade.

Por: Elisabete Santos de Souza

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS por ter estado sempre ao meu lado. Pelo seu amor

por mim. Por esta força que tenho e que com certeza tem sua fonte na

misericórdia de DEUS.

A minha família que sempre me apoiou e confiou na minha capacidade.

Ao meu amor maior minha eterna criança, minha fonte de inspiração meu filho Luis Fernando Santos de Souza que a todo o momento de minha vida me faz estar em movimento.

Aos amigos e colegas de trabalho, curso e vida. Com o partilhar do dia a dia contribuíram para profissional e pessoa que sou hoje.

E um agradecimento especial a Professora Fátima Alves, a orientadora deste trabalho que com seu jeito apaixonante de falar sobre a psicomotricidade me seduziu para que eu também me apaixonasse por tal conhecimento.

"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."

Rubem Alves

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a

Deus, pois sem Ele, nada seria possível.

A Leila Maria de Brito Almeida e a todos

que fizeram ou fazem parte da minha

história de vida, pois através deles minha

vida tornou proporções, caminhos,

movimentos que eu sozinha não teria

feito.

Aos meus alunos que me provocam a

todo o momento a ser melhor como

profissional e pessoa.

Em especial e em memória ao meu

eterno amor Paulo Gomes de Souza.

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RESUMO

Este trabalho apresenta o afeto como ferramenta importante no trabalho

da psicomotricidade objetivando o desenvolvimento integral do SER. Este será

retratado numa perspectiva positiva, suas contribuições para o processo de

desenvolvimento da criança de 0 a 4 anos. O trabalho da psicomotricidade

aliado ao afeto somando fatores positivos que podem ser resgatados e

utilizados a todo o momento por aqueles que estão comprometidos com o

desenvolvimento infantil.

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METODOLOGIA

Está pesquisa será de caráter direto com a intenção de identificar a

importância do afeto no trabalho da psicomotricidade e o quanto contribui para

o desenvolvimento integral da criança e como tal trabalho pode ser

desenvolvido. As contribuições da psicomotricidade são inúmeras para

educação, conciliados com o afeto fórmula perfeita para uma educação

saudável e prazerosa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A afetividade no desenvolvimento infantil 10

CAPÍTULO II - A psicomotricidade e suas contribuições para o

desenvolvimento infantil 16

CAPÍTULO III – A importância da afetividade no trabalho da psicomotricidade

com crianças de 0 a 4 anos 21

CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 30

ÍNDICE 32

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INTRODUÇÃO

Em nossa sociedade consumista, onde valores têm sido ignorados e

descartados nas relações interpessoais, cada vez mais percebemos adultos e

crianças fragilizados, “deficientes” nos seus aspectos sentimentais, perdidos

que não conseguem se relacionar em grupo nem consigo.

Cada vez mais crescente vemos famílias destruídas, pessoas doentes

em busca de algo a mais para sua vida. E nessa busca na maioria das vezes

muitos seguem por caminhos que acabam deixando mais perdido ainda.

O ser humano não pode ser visto apenas como produto, como

máquina.

O ser humano tem que ser respeitado e ter seus direitos assegurados

por uma sociedade igualitária, onde este ser é visto por completo e não

fraguimentado.

Desde muito cedo a criança precisa ser rodeada de valores positivos e

que contribuam para seu crescimento.

A criança precisa ser olhada com os olhos da verdade, do amor, do

conhecimento, do é possível, do respeito só assim teremos uma nova

sociedade.

A escola precisa estar preparada para lidar com seres cada vez mais

egocêntricos e fragilizados sentimentalmente. Precisa ela ser um espaço onde

o afeto e o respeito, pautem toda ação pedagógica.

O professor como agente deste processo deve ter claro como suas

ações, sua forma de agir, o seu falar o seu vínculo com seu aluno podem

interferir diretamente na produção na evolução do seu trabalho.

A psicomotricidade faz parte daquele grupo de conhecimentos que

colaboram para resgatar e ao mesmo tempo desenvolver o ser. Trás consigo

um leque de alternativas, de formação que bem desenvolvidas transformam

todo o desenvolvimento e percurso de vida do ser humano.

Sabemos que cada ser humano reage de formas diferentes aos

estímulos oferecidos pela vida. Que cada ser vivência e sente de uma forma

própria.

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Qualquer trabalho hoje desenvolvido para colaborar na formação ou

recuperação da pessoa, não pode deixar de levar em conta seus sentimentos

sua história de vida, e seu momento atual.

O afeto cada vez mais tem se tornado indispensável no trabalho com o

ser humano.

A psicomotricidade que nos faz colocar este corpo em movimento para

desenvolver todo nosso ser, nossos sentimentos, nossas emoções e

potencializar nosso intelecto.

Por tudo isto o afeto e a psicomotricidade juntos formam uma forte e

segura forma de colaborar na formação do ser humano.

O capítulo I vai analisar a afetividade no desenvolvimento infantil, suas

contribuições positivas.

No capítulo II relata a pesquisa sobre a psicomotricidade e suas

contribuições para o desenvolvimento infantil.

O capítulo III Compreender a importância da afetividade no trabalho da

psicomotricidade com crianças de 0 a 4 anos.

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CAPÍTULO I

A afetividade no desenvolvimento infantil

Na atual realidade nos deparamos com uma sociedade em constantes

mudanças e porque não dizer em constante metamorfose. O ser humano não

pode mais ser definido com o hoje, sendo “assim”. Hoje falamos do homem

como ele “foi” ou que ele “será”.

Paulo Freire nos remete a uma realidade onde o homem é sujeito

dessas mudanças:

Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me

adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um

certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que

tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de

práticas com ela coerentes. (Site de frases-Pensador

(http://pensador.uol.com.br/frases_de_paulo_freire/), 26/11/2013)

Este constante movimento provoca a necessidade de cada vez mais

estar conectado, com o que esta mais avançado no mundo. Para tal nos

colocamos em intenso vai e vem, em uma desenfreada busca pelo que poderá

ser.

Inserido nesta realidade o homem acaba por seguir caminhos que a

distância daquilo que é de importância para a sua evolução terrestre.

Os valores e sentimentos são colocados de lados, como algo que deixou

de ser primordial.

Eugênio Cunha vai afirmar que:

A velocidade do mundo fragmentou o homem moderno.

Uma mudança estrutural está transformando as sociedades,

mudando as nossas identidades, internalizando nos indivíduos

significados e valore e seus externos, que expressam as

características deste tempo e os seus objetivos. O sujeito

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pós-moderno torna-se maleável, capitulado pela celeridade

dos acontecimentos, pelas necessidades e manifestações,

esquecendo-se dos rudimentos que tornaram elementares o

desejo e o amor à vida. (2012, p. 22).

Várias são as fases de vida do homem. A infância, a base e a que mais

sofre, fica fragmentada nesta nova concepção de formação do humano,

deixando assim lacunas que dificilmente na fase adulta poderão ser

preenchidas.

• Onde está à ação desejante do homem?

• Para onde estamos indo?

• O que busca o ser humano?

Com o suporte da filosofia tais questionamentos brotam de nós, a

resposta que temos que ir buscar com o resgate de muitos pontos anulados,

esquecidos e descartados na formação de nossas crianças.

“Não há educação sem amor. O amor luta contra o egoísmo. Quem

não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. Não há

educação imposta, como não há amor imposto”.

Paulo Freire.

O amor sempre foi e sempre será a fonte da vida. Somos frutos do amor.

Devemos sempre compartilha esse amor com outras vidas.

Eugênio Cunha vai afirmar que “nossos impulsos emocionais tem início

no afeto”, pois onde há amor o afeto aparece dando corpo a esse sentimento.

Na educação o afeto surge como uma poderosa ferramenta, já conhecida

e explorada por muitos, porém esquecida nos últimos tempos.

O educando traz consigo algumas formas de afeto positivo ou negativo,

que não podemos esquecer o quanto a modernidade privou o ser e mutilou as

famílias.

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A escola, porém precisa estar cada vez mais capacitada e sensível

quanto às necessidades do educando, principalmente na sua fragilidade,

ausência e desequilíbrio emocional.

Resgatando valores e proporcionando ao aluno desenvolver conceitos

como ser bom, amoroso, e fomentar desejos de cada vez aprender mais.

Com isso todos saem ganhando, os lucros são visíveis e vividos por

todos.

Na educação sistematizada o afeto surge como parte integrante e

primordial de todo processo educativo.

A escola prepara para vida e colhe os frutos em uma sociedade mais

justa e comprometida com valores e com a vida e o outro.

A escola é uma árvore. A árvore é alimentada e alimenta. Abriga e

ensina aos passantes à sua sombra sustenta os que aconchegam e

fazem seus ninhos e, como um pássaro, prepara ali uma nova

geração para voar. (Cunha, 2012, p.31)

Como armazenamos nossas experiências emocionais, o que fazemos

com elas e como elas interferem nas nossas ações são processos estudados e

avaliados pela psicologia, o que temos de concreto é como tais experiências

interferem no cognitivo.

Qualquer trauma vivido, ou distúrbio interfere diretamente no processo de

aprendizagem e nas relações com os outros.

O ser se constituiu cada vez mais na relação com o outro.

E no meio social a que a criança interage, ser observa e é observado.

Na troca com o outro ele sinaliza suas preferências e necessidades,

compartilha sua bagagem familiar, e de vida.

O professor deve ser mediador dos momentos de troca, deve estar aberto

para que aconteçam tais vivencias a partir do amor, banhados pelo afeto.

“Sempre que comunicamos alguma coisa a algum aluno

devemos procurar atingir seus sentimentos”

(Vygostsky, 2004, p.143)

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A escola é um espaço privilegiado para que tal movimento aconteça.

Como bem ressalta Eugênio Cunha:

A escola é um lugar privilegiado para socialização, onde as relações

afetivas possuem substancial valor. O professor que não considerar

os aspectos sociais e humanos da sua atribuição correrá o risco de

não ser bem sucedido. O aluno possui a necessidade de conviver,

estabelecer relações, adquirir conhecimento. A primeira evidência

desse aferimento estará na manifestação do seu desejo, pelo qual

expressará sua humanidade e o caminho para atraí-lo. (2012, p.41)

Hoje temos um espaço disputadíssimo, escola, meios de comunicação,

internet, novas tecnologias surgem e oferecem ao aprendente momentos de

prazer e controle sobre muitos pontos.

A escola deve estar pronta para competir ou somente somar forças para

contribuir para a formação do ser.

Muitos são os problemas que nossas crianças levam para dentro das

salas de aula e que muito delas são de origem afetiva.

Cada vez mais se faz necessário que escola e família, juntas tracem

caminhos para auxiliar o aluno a compreender, lidar e superar os problemas

ligados à aprendizagem, que podem ser eliminados pelo afeto.

Claudio J.P. Saltini

Diante de toda esta mudança, também não devemos esquecer que a

relação com os pais dos alunos deve ter outro enfoque. Enquanto se

criava uma escola para satisfação dos pais, hoje se cria uma escola

para o “desenvolvimento do pensar da criança”, do pensar na relação

com o outro e com o mundo social. Para isso, passasse a mostrar aos

pais os objetivos e as metas da educação, o que nunca fora feito

anteriormente. Busca-se tornar a família uma aliada no trabalho para

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o desenvolvimento da autonomia moral e intelectual do aluno. (2008,

p.108)

Em muitos estudos afirma-se que a criança percorre etapas diferentes no

seu desenvolvimento. O que só contribui para que a pedagogia pudesse se

apropriar de tais conhecimentos para melhor traçar sua linha de ação.

Muitos são os estudiosos que defendem uma educação focada na

realidade do aluno. Dando assim sentido ao que se aprende. Trazer o saber

sistematizado colocá-lo a serviço da realidade das necessidades atuais

possibilita ao aprendente se apropriar deste saber.

Cunha sita que “o ponto de partida de qualquer trabalho pedagógico deve

ser a emoção..., o afeto atua no início do processo de aprendizagem para

canalizar a atenção e no final para ajudar a memória no resgate das

informações”.

O afeto tem sua ação como um instrumento para que o aluno se sinta

seduzido, acordado, incentivado, motivado a mergulhar no mundo do saber.

Uma educação baseada no afeto, no amor, deve ter um compromisso

com o aprendente de respeito, confiança e libertadora.

O professor deve estar conectado com o mundo do aluno, com a

realidade que o rodeia.

Segundo Cunha convém ao professor confiar nos seus alunos e

demonstrar sua confiança. Poderá alguém educar se não acreditar

em quem aprende? Da mesma forma, poderá alguém aprender se

não confiar em quem educa? O amor lança fora as incertezas. Os

alunos percebem quando o professor neles acredita. São capazes de

captar as incongruências entre a nossa fala e atitude. São mestres

nessa matéria. (2012, p.63)

Na fase infantil, no estágio escolar da educação infantil a interação

professor e aluno são intensos e constantes.

O professor cria vínculos e através deste transmiti segurança o que só

acontece com o suporte, com o embasamento do afeto que realiza um

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movimento de ser oferecido e recebido contribuindo na realização do

conhecimento.

Claudio J.P. Saltini afirma:

...gostaríamos de fazer com que a educação fosse uma via para a

doação do homem a si mesmo; um trabalho de amor, dando ao

próprio homem aquilo que lhe pertence, ou seja, a sua capacidade de

inventar, criar, fazendo coisas novas, criticando o que já existe,

buscando novos caminhos e aprendendo a descobrir por ele mesmo...

(2008, p. 29)

Na ciranda do aprendizado, na relação do aprendente com o mundo a ser

descoberto, na relação com si e com o outro a criança amada tem ao seu favor

uma gama de facilidades para sua caminhada como aprendente e no seu

desenvolvimento integral como ser humano.

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CAPÍTULO II

A psicomotricidade e suas contribuições para o

desenvolvimento infantil

Diante de tantos cuidados e estudos sobre o nosso corpo na nossa

atualidade é inacreditável pensar que este corpo só foi ser alvo de estudo em

pleno século XIX e que então passou a ser foco de estudos de muitos

estudiosos em diferentes áreas de conhecimento e por motivos variáveis.

Vitor da Fonseca inicia seu manual de observação psicomotora

destacando tal ponto na compreensão do surgimento da psicomotricidade.

Só em pleno século XIX, o corpo começa a ser estudado, em primeiro

lugar, por neurologistas, por necessidade de compreensão por

psiquiatras, para classificação de fatores patológicos. (2012, p.11)

É com Dupré que surge o termo pela primeira vez “Psicomotricidade”,

iniciando os estudos sobre a debilidade motora nos débeis mentais.

E muitos foram os caminhos seguidos para se chegar ao que hoje

significa a psicomotricidade e toda sua contribuição no trabalho com seres

especiais e com as crianças.

A psicologia, antropologia e outras, surgem como aliada nesta busca

nesta interação transdisciplinar destas áreas do saber e que hoje se busca a

evolução e atualização do conceito de Psicomotricidade e que norte toda

busca futura.

A psicomotricidade surge como uma forte aliada para se entender e

trabalhar este corpo. Corpo este que se comunica e se identifica com o “meu

eu”.

Em seu livro de Psicomotricidade, Coste afirma que:

A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto

comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a

possibilidade de dominar seu corpo, de economizar sua energia, de

aperfeiçoar o seu equilíbrio [...] É uma técnica em que se cruzam

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múltiplos pontos de vista e que utiliza as aquisições de numerosas

ciências constituídas (Biologia, Psicologia, Psicanálise, Sociologia e

Lingüística). (COSTE, 1997)

(Mattos, Kabarite (Avaliação psicomotora), 2013 p.41).

Hoje ao se estudar e desenvolver todo trabalho sobre psicomotricidade

nos remete aos estudos de Henri Wallon (1925) que fez a relação entre o

movimento e o afetivo. Para ele emoções e tônus são fatores predominantes

no desenvolvimento da personalidade.

Em A criança Turbulenta, em 1925 Wallon nos afirma:

“O movimento é, antes de tudo, a única expressão e o primeiro

instrumento do psiquismo” (Wallon, 1968)

(Mattos, Kabarite (Avaliação psicomotora), 2013 p. 40).

Outro pesquisador que teve sua participação primordial na formação

deste novo conceito de Psicomotricidade e como esta pode contribuir na

reeducação e aperfeiçoamento sobre o corpo foi Jean Le Boulch, que afirma:

“O domínio corporal é o primeiro elemento do domínio do comportamento”.

A educação psicomotora concerne uma formação de base

indispensável a toda a criança que seja normal ou com problemas.

Responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento

funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua

afetividade a expandir-se a equilibrar-se mediante o intercâmbio com

o ambiente humano. A terapia psicomotora refere-se particularmente

a todos os casos-problemas nos quais a dimensão afetiva ou

relacional parece dominante na instalação inicial do transtorno. Pode

estar associada à educação psicomotora ou se continuar sem ela. Ao

contrário, a reeducação psicomotora impõe-se nos casos onde o

déficit instrumental predomina, ou corre o risco de acarretar,

secundariamente problemas de relacionamento. (LE BOULCH,

1982)

(Mattos, Kabarite (Avaliação psicomotora), 2013 p.40)

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A psicomotricidade surge em um cenário onde o homem e o seu corpo

juntos buscam e aperfeiçoam seus movimentos para contribuir para o

desenvolvimento completo. O ser se relaciona com seu mundo interno e

externo utilizando o corpo como ferramenta de comunicação. Facilitando a

relação consigo e com o outro, tornando-se ponte entre os vários caminhos da

maturação do ser.

Almeida-Geraldo em “Teoria e prática em PSICOMOTRICIDADE jogos,

atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis conceitua a

psicomotricidade com base na Sociedade Brasileira Psicomotricidade (S.B. P

1999)”.

E a ciência que tem como objetivo de estudo o homem por meio do

seu corpo em movimento e em relação ao mundo interno e externo,

em como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro,

com os objetivos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de

maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas,

afetivas e orgânicas.

Como nos afirma Fátima Alves, Psicomotricidade é corpo, ação e

emoção.

A criança necessita se desenvolver por completo.

O desenvolvimento mental e o motor contribuem para que a criança

explore o mundo conseguindo se relacionar com tudo que esta a sua volta e a

fazer a leitura desta realidade com e a partir do seu corpo.

A criança para se desenvolver no social, afetivo e motor necessita ser

estimulada, expostas a momentos e atividades que lhe provoque estar em

constantes descobertas. O universo familiar, a soma de forças da ligação entre

mãe e filhos, pais e filhos, aluno e professor, contribuirá para favorecer a

aprendizagem futura.

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Para desenvolver um trabalho psicomotor com a criança em idade na

primeira infância não se pode deixar de levar em conta as fases do

desenvolvimento infantil:

• Fase Oral (0 aos 18 meses) é a fase do olhar, mexer, imaginar;

• Fase Anal (18 meses a 3 anos) é a fase do mexa-se;

• Fase Fálica (4 aos 6 anos) é a fase do tocar, encontrar, conviver.

Todas essas fases têm suas características e atitudes próprias. Cada

ser deve ser respeitado e motivado a se desenvolver dentro das suas

possibilidades.

As crianças de hoje vivem em um mundo de tecnologias, vivem

engessados, dentro de condomínios ou em áreas de riscos, onde poucos

trabalham e desenvolvem seus corpos. Crianças inertes com vidas e

sentimentos fragmentados.

O brincar deixou de ser essencial, cedendo espaço para outras

atividades, tendo que disputar espaço com aulas particulares e outros.

Deixando de lado atividades que desenvolvam seu corpo e mente.

Realizando atividades passivas sem explorar sua criatividade. Ou seja,

estão deixando de ser estimula no berço familiar.

Brincar é essencial para saúde física e mental das crianças, brincar faz parte do processo da formação educativa do ser humano. O brincar é fundamental para a vida familiar e comunitária. A criança precisa de tempo para brincar em seu tempo de lazer. Se acreditarmos que a educação infantil é somente uma questão de aprendizagem cujos conteúdos já estão dados antemão, o brincar será pensado, de um lado, como um excedente de energia a ser gasta, do outro, como um instrumento ou veículo de aprendizagem. Antes disso, o brincar é um plano de experimentação. Fonte (http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-do-brincar-no-desenvolvimento-da-crianca/4448/ Acessado em 02/01/2014)

A escola, os professores surgem como que alternativa aliado ao

conhecimento, esse espaço deve proporcionar a criança atividades que desenvolvam seu aspecto motor, intelectual e afetivo.

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“A lei de diretrizes e Bases nº9. 394/96, art 9, define como finalidade da Educação Infantil o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social...” (Revista Mosaico, 1998).

A psicomotricidade surge no campo da educação infantil como uma

ferramenta a mais, ela sozinha não dá conta da gama de fatores que são de

extrema importância no trabalho com crianças da primeira infância. È ela que

vai dar ritmo e consistência ao trabalho de consciência e construção de uma

unidade corporal, afirmação de sua identidade e autonomia intelectual e

afetiva. Contribuindo assim para novas aprendizagens.

A educação psicomotora provoca na criança um novo desperta, um

novo conhecer-se.

Nas crianças “especiais” a educação psicomotora proporciona um

redescobrir-se, um reinventar-se.

Alves afirma:

Psicomotricidade tem ação educativa e preventiva. (como aplicar a

Psicomotricidade, 2011, p. 24).

A educação psicomotora contribui para que escola e professor ampliem

seus objetivos e passem a olhar a criança como um ser em crescimento motor,

sobre um olhar, como nos afirma Alves ”pedagógico e psicomotor”.

As contribuições da Psicomotricidade para o desenvolvimento da

criança na primeira infância são inúmeras, tanto no campo motor como

intelectual e afetivo, harmonizando os diversos mundos existentes, e suas

relações com o tempo, o espaço e o outro. Relações cada vez mais essenciais

no nosso mundo contemporâneo.

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Capítulo III

A Importância da afetividade no trabalho da

psicomotricidade com crianças de 0 a 4

A primeira infância é um momento primordial para toda dinâmica da

vida.

Todo desenvolvimento do ser humano estará vinculado a tudo que foi

desenvolvido, vivido nesta primeira infância.

Cada vez mais a educação infantil ocupa um espaço primordial no

desenvolvimento infantil, contribuindo para vários fatores da vida do ser

humano, inclusive em uma melhora significativa no aprendizado.

Na educação com crianças da faixa etária de 0 a 4 anos, a escola

proporciona uma socialização diversificada, é na escola que as crianças

começarão a se conhecer, a conhecer o outro, a respeitar os “combinados”

essenciais para se conviver em grupo e a desenvolver habilidades e construir

conhecimento.

A criança começa a desfrutar de um novo mundo, novas descobertas,

desafios. Emoções e novos movimentos começam a traçar as possibilidades,

as capacidades na formação desta nova linguagem corporal que aos poucos

vai dando espaço a outras linguagens, como a fala e o desenho.

Nossa realidade no sistema educacional ainda não é o que muitos

defendem, pois ainda esta atrelada a repetição e memorização. A defesa é em

prol de uma educação pluralista, voltada para formação completa do ser com

experiências, desenvolvimento da imaginação, criatividade da fantasia.

A educação hoje não é mais uma área sozinha no que diz respeito a

trabalhar, desenvolver o ser.

Muitas outras áreas têm somado forças; conhecimentos para cada vez

mais contribuir com o processo de vida do ser humano.

A psicologia, a sociologia, antropologia e muitas outras surgem no

campo da educação dando suporte e levantando questionamentos sobre o

homem e todos os aspectos que contribuem para melhor se desenvolver.

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A psicomotricidade e toda sua história de construção aparecem no

cenário da educação como mais uma ciência que estuda o homem, seu corpo

e sua relação com o outro. Ajudando no trabalho com criança e pessoas com

alguma deficiência.

Como nos afirma Mattos e Kabarite:

Esta ciência veio se construindo sobre bases sólidas e hoje ocupa o

seu lugar tanto no campo da educação como no campo clínico,

caminhando segura de sua especificidade e de sua importância no

cenário científico, tendo como objeto de estudo o sujeito em suas

relações com o tempo, espaço e o outro. (2013, p.43)

A psicomotricidade como a educação e muitas outras ciências

desenvolvem suas técnicas diretamente com pessoas, seres humanos dotados

de uma inteligência, de um emocional, história de vida e sem falar no seu

contexto social. Mente e corpos trabalhados de forma respeitosa e uniformes

vão contribuir na formação de seres mais seguros, conhecedores dos seus

potenciais, e seu papel no contexto social.

Nesta perspectiva que a psicomotricidade ao desenvolver suas técnicas

busca o equilíbrio entre corpo, mente e emocional. Visando a criança em todas

as suas esferas, um ser global. A Educação Psicomotora, Reeducação

Psicomotora e a Terapia Psicomotora são os canais pelo qual a

psicomotricidade efetua sua técnica.

O papel da escola, e do professor na educação infantil é oferecer a

criança formas diversificadas de deslumbrar o mundo, através de atividades

lúdicas, musicais, artes plásticas. Inseri-los no universo escolar, em universo

alfabetizador visando um futuro brilhante no universo acadêmico.

Na educação infantil o trabalho com a psicomotricidade, torna-se

mágico, criando um leque de possibilidades. Tornando um simples brincar em

uma atividade com funções mais específicas, fazendo ligações e

proporcionando uma ligação maior entre corpo e pensamento.

É através deste trabalho que a criança consegue comandar seus

movimentos, a se descobrir e descobrir o outro, unir sentimentos e corpo e

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tudo de forma equilibrada e harmoniosa. Dar condição a criança para que ela

consiga realizar novos movimentos e esses devem seguir a rapidez dos seus

pensamentos de acordo com a necessidade do momento; e a coordená-los, é

oferecer a ela segurança emocional e elevar seu auto - estima.

Neste trabalho da psicomotricidade entre mente e corpo, sentimento e

movimento, um acaba desenvolvendo e sustentando o outro.

Quando a criança é capaz de pensar um movimento e realizá-lo seu

emocional torna-se mais seguro e positivo, dando meios para que ela tente

cada vez mais realizar outros movimentos mais complexos, nesta ciranda um

alimenta o outro, por isso não tem como trabalhar separados.

Penso que um acaba alimentando/sustentando o outro. O

emocional/sustenta o motor e o motor sustenta o emocional. Um

movimento realizado adequadamente, com harmonia,

precisão, pouco gasto de energia traz uma segurança emocional um

conforto quando se tem o objetivo alcançado e esta mesma

segurança emocional vai possibilitar a criança vivenciar movimentos

conhecidos ou desconhecidos. (Alves, Fátima (Org) 2013 p.55)

A psicomotricidade surge no campo da educação infantil positivamente,

comprometida com uma educação promotora, libertadora.

Ao realizar uma atividade psicomotora o professor ou profissional da

psicomotricidade visa à promoção do ser, nunca a sua exclusão, atividades

são pensadas e realizadas para que a criança consiga a aceite novos desafios.

A psicomotricidade não visa expor o outro e sim oferecer condições para

que se sinta seguro emocionalmente, proporciona que a criança perceba suas

potencialidades, que ela é capaz, que ela consegue, só tem que tentar; ou

seja, reforçar a possibilidade de acerto. Nesta dinâmica o profissional

responsável pode promover a criança através de elogios e incentivos trazendo

mais segurança e elevando sua auto-estima.

A afetividade entra neste processo como fermento, como uma mola a

impulsionar todo desenvolvimento.

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Ao se relacionar com a criança o educador deve ser portar de forma

serena e com paciência.

A rotina na educação infantil se faz necessário, pois trás segurança

psicológica para a criança, porém o professor deve oferecer a cada dia com

uma relação de escuta, respeito, diálogo, o silêncio e copo como

colaboradores neste processo, um abraço quando a criança permitir, a

avaliação oral e sempre que necessária dos seus comportamentos, o

compartilha com o grupo suas vivencias o seu dia-a-dia. Promover o espaço

escolar não somente como um espaço de se adquirir novos conhecimentos

mais sim um espaço onde a criança se sinta segura e se desenvolva em todas

as suas potencialidades.

Como afirma Claudio J.P. Saltini

A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida

para que possa despertar para a vida da curiosidade e do

aprendizado. (2008, p100)

O desenvolver deste trabalho, o êxito esta sobre o encargo do

profissional da psicomotricidade ou da educação. Para tal o profissional deverá

ter domínio sobre seu emocional, sentimentos em concordância com seus

movimentos. Trabalhar o seu emocional e o seu motor, suas habilidades sua

segurança ter ciente suas ações, seus objetivos. Como cobrar se não posso

oferecer?

O professor prepara e organiza o microuniverso em que os “pequenos”

mergulharão buscando novas descobertas. Sua sensibilidade e percepção

serão ferramentas valiosas neste processo.

Conforme a criança vai progredindo no seu desenvolvimento sua

personalidade e auto-imagem vai se tornando mais presente, na interação com

o mundo, com o meio com seu grupo.

A criança se movimenta se locomove, busca, investiga. O dinamismo e

toda essa liberdade de ser um desbravador nato são vividos intensamente.

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O participar de uma corrida de um jogo não é só o de vencer de

conseguir realizar obstáculos com rapidez e sim de forma respeitosa e

harmônica desenvolver seu corpo e sua mente.

Se neste processo de conhecimento por qualquer motivo que seja ela

for tolhida, for contida no seu desenvolvimento psicomotor, trará inúmeras

consequências negativas como o isolamento, fazendo com que a criança

passe de protagonista para simplesmente observadora do mundo ativo.

A psicomotricidade vai lançar mão de inúmeras atividades para

contribuir no desenvolvimento e outras no reeducar da criança nos seus

movimentos. Músicas, jogos, brinquedos e brincadeiras são algumas delas.

A escola torna-se o pólo onde todos esses movimentos são

desenvolvidos e a partir deles que novos movimentos são criados dando

origem a tantos outros como jogos, brincadeiras, danças, esportes, lutas e

outros.

O Sentimento do EU vai se formando e se reforçando. Oportunizando a

criança forças para vencer qualquer dificuldade que apareça pelo caminho.

O EU e o do MUNDO vão tomando corpo e significado. A vida

psicológica é determinada pela vontade.

Os elementos psicomotores vão contribuir e complementar a vida

emotiva e motora.

Segundo Saltini:

“É na pré-escola, a inter-relação da professora com o grupo de alunos

e com cada um em particular é constante, se dá o tempo todo, seja na

sala ou no pátio, e é em função dessa proximidade afetiva que se dá

a interação com os objetos e a construção de um conhecimento

altamente envolvente. Essa inter-relação é o fio condutor, o suporte

afetivo do conhecimento”.

Por este motivo toda ação pedagógica deverá estar pautada na relação

positiva entre professor aluno, aluno professor.

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Trabalhar com a criança na primeira infância é um trabalho

enriquecedor, desafiador. Para tal devemos lançar mão de todas as áreas que

contribuem para um trabalho mais transparente e cada vez mais comprometido

com o ser humano na sua totalidade.

Muitos são os caminhos, as ferramentas que a educação utiliza para

atingir seus objetivos. Espaço físico, profissionais capacitados e

comprometidos, planejamento, filosofia de trabalho são só alguns pontos

importantes para que educação trace uma jornada fértil e prospera no

desenvolvimento da criança.

“Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no

sentido. Mais autêntico da palavra.” Anísio Teixeira

(http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/melhores-frases-

educacao-740713.shtml#2 acessado em 20/01/2014)

Não podemos nos abster nem ignorar o quanto a soma de áreas do

conhecimento ao longo da história da Educação e em especial da Educação

Infantil tem tornado este campo de trabalho como um campo desafiador e

apaixonante, a Educação Infantil, a Psicomotricidade, o Amor, traduzido em

Afeto, cada vez mais impulsiona, mobiliza ,provoca, convoca, encanta a todos

que são movidos pela paixão em realizar um trabalho com crianças da faixa

etária da educação infantil.

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados,

brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que

possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis

de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude

básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças,

aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste

processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das

capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades

corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de

contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.

(REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO

INFANTIL, 1998 p.23).

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O trabalho da educação, na educação infantil é sem sombra de dúvida

um trabalho primordial e essencial na formação do ser, Quando aliado ao

trabalho da psicomotricidade os resultados são consideravelmente

maravilhosos no curso da vida global da criança.

Tudo isso com amor tornam o produto, o processo em sucessos. Como

nos afirma Alves em uma dedicatória “Aplicar a psicomotricidade e construir

caminhos para muitos sentimentos. É amor e união. É afeto e paixão”. Como

não se apaixonar? Como não amar e ser amado?

.

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Conclusão

Na realidade do mundo atual, o hoje distância o homem o ser cada vez

mais dos seus sentimentos, do contato do seu EU com o outro.

As ausências do amor e do afeto atingiram a todos principalmente as

crianças.

A escola assim torna-se um novo papel na formação de nossas

crianças, sua ação, sua forma de atuar no cenário da educação não pode

negligenciar a realidade e necessidades do aluno.

O afeto, a emoção devem se tornar ferramentas para contribuir com

toda ação pedagógica.

O professor como grande responsável na utilização dessas ferramentas,

oferece assim a criança, meios para que ela sinta-se amada e respeitada, alce

vôos cada vez mais alto.

A psicomotricidade surge como uma área de estudo e atuação no

trabalho do corpo.

A psicomotricidade educa e reeduca o corpo e suas capacidades. Ela

vai provocar na criança o seu desenvolvimento social, afetivo e motor.

Respeitando as fases da criança a psicomotricidade vai resgatar este

ser que esta imerso em um mundo de máquinas, de poucos movimentos, de

um isolamento, para um mundo de possibilidades, de movimentos, de música,

de elevação da auto-estima, de descobertas, de imaginação de fantasias.

Por todos esses motivos a escola o professor, necessita se conectar

com a psicomotricidade para desenvolver um trabalho psicomotor,

oportunizando a criança a se desenvolver por completo em todos os aspectos.

Na escola, na educação infantil a criança desfruta de um novo

descortinar do mundo. Ela é a base o alicerce para todo processo educativo do

aluno.

Com isso a educação soma forças com áreas diversas para elaborar

novas ações pedagógicas para aperfeiçoar este trabalho.

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A psicomotricidade traz na bagagem conhecimentos e ações para que

aliada a educação promova e liberte o aluno.

Tal área ao se trabalhada com a ajuda e orientação do professor ou

profissional especializado deverá estar banhada pela afetividade.

Professor, aluno numa relação pautada no respeito, no ouvir e no

diálogo, formando e colaborando no desenvolvimento da sua personalidade e

auto-imagem e interação com o mundo.

O sentimento do EU vai formando e reforçando aos poucos o desbravar

de novos caminhos.

A Educação Infantil, a Psicomotricidade, o Amor traduzido em afeto

constitui uma formula perfeita que impulsiona, mobiliza, provoca, convoca e

encanta a todos envolvidos no trabalho com as crianças da faixa etária da

Educação Infantil, trazendo ao processo, ao desenvolvimento só sucesso.

“Psicomotricidade é corpo, ação e emoção”

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Almeida, Geraldo Peçanha. Teoria e prática em Psicomotricidade: jogos,

atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis-6º Ed.

Almeida. Geraldo. Guimarães, Marcelo Hagebock. Práticas Psicomotoras para

sala de sala. 2º Ed.. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

Alves, Fátima. Como aplicar a Psicomotricidade: uma atividade multidisciplinar

com amor e união- 4º Ed Alves, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e

emoção- Rio de Janeiro: Wak, 2003.

Alves, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção- Rio de Janeiro: Wak,

2003.

Arroyo, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e auto- imagens-6ª Ed. Petrópolis.

Editora Vozes 2002

Cunha, Eugênio. Afeto e Aprendizagem: relação de amorosidade e saber na

prática pedagógica-3º Ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

Fonseca, Vitor Manual de observação psicomotora: significação

psiconeurológica dos fatores psicomotores/ Vitor da Fonseca. – 2. ed.- Rio de

Janeiro: Wak Editora, 2012.

Fonseca, Vitor. Psicomotricidade e Neuropsicologia: uma abordagem

evolucionista – Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010.

Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à prática

Educativa. 29º Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996(Coleção Leitura)

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Grop, Grup de Recerca em Orientácion Psicopedagógica. Atividades para o

desenvolvimento da Inteligência emocional nas crianças. Ciranda Cultural-

2009 Parramón Ediciones, S.A

Mattos, Vera. Kabarite, Aline. Avaliação Psicomotora: um olhar para além do

desempenho. -3º Ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2013

Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010.

Saltini, Claudio J. P. Afetividade e Inteligência-5º Ed. Rio de Janeiro: Wak,

2008.

Vygotsky,L.S. Psicologia Pedagógica.São Paulo: Martins Fontes,2004

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ÍNDICE

Folha de rosto................................................................................................2

Agradecimentos.............................................................................................3

Dedicatória......................................................................................................4

Resumos.........................................................................................................5

Metodologia.....................................................................................................6

Sumário...........................................................................................................7

Introdução.........................................................................................................8

CAPÍTULO I- A afetividade no desenvolvimento infantil............. 10

CAPÍTULO II - A psicomotricidade e suas contribuições para o

desenvolvimento infantil.............................................................16

CAPÍTULO III – A importância da afetividade no trabalho da

psicomotricidade com crianças de 0 a 4 anos................................21

CONCLUSÃO.............................................................28

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA....................30.

ÍNDICE...............................................................32