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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA AVALIAÇÃO ESCOLAR A importância de métodos de avaliação de aprendizado mais abrangentes AUTORA: MARLEM CASTRO DOS SANTOS GERVAZONI PROF. ORIENTADOR: MS. ANDRESSA MARIA FREIRE DA ROCHA RIO DE JANEIRO 2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

AVALIAÇÃO ESCOLAR A importância de métodos de avaliação de aprendizado mais abrangentes

AUTORA: MARLEM CASTRO DOS SANTOS GERVAZONI

PROF. ORIENTADOR: MS. ANDRESSA MARIA FREIRE DA ROCHA

RIO DE JANEIRO 2009

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

AVALIAÇÃO ESCOLAR A importância de métodos de avaliação de aprendizado mais abrangentes

AUTORA: MARLEM CASTRO DOS SANTOS GERVAZONI Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto A Vez do Mestre como requisito parcial para a obtenção do título de licenciado em Pedagogia Orientadora: Profª Ms. Andressa Maria Freire da Rocha

RIO DE JANEIRO 2009

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AGRADECIMENTOS

Aos professores e funcionários do Instituto A Vez do Mestre, pelo apoio

que nos foi dado durante o curso.

À Professora Andressa Maria Freire da Rocha, minha orientadora,

fundamental para a realização deste trabalho.

Ao Professor Carlos Alberto Serpa de Oliveira, que viabilizou meu curso,

fornecendo uma bolsa de estudos por meio da Fundação CESGRANRIO.

Aos colegas de turma que me acompanharam nesta jornada, em especial

a Daniele, Karine, Mariane. Patrícia e Roland, pelo companheirismo durante o

curso e dedicação nos trabalhos que realizamos juntos.

À minha família, pelo apoio em todos os momentos de minha vida.

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DEDICATÓRIA

A meus filhos, Ana Luiza e Eduardo, razão de meu viver.

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EPÍGRAFE “O ato amoroso é um ato que acolhe

atos ações, alegrias e dores como eles

são; acolhe para permitir que cada

coisa seja o que é, neste momento. Por

acolher a situação como ela é, o ato

amoroso tem a característica de não

julgar. (...) Defino a avaliação da

aprendizagem como um ato amoroso,

no sentido de que a avaliação, por si, é

um ato acolhedor, integrativo,

inclusivo.”

(Cipriano Luckesi)

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RESUMO

A presente monografia tem como objetivo analisar, à luz da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e das produções teóricas na área, os mecanismos de avaliação utilizados no processo ensino-aprendizagem, vistos sob os prismas do aluno e do professor e levar a uma reflexão sobre a eficácia dos instrumentos e métodos de avaliação utilizados atualmente na maior parte dos estabelecimentos escolares. Aborda-se inicialmente a relação entre o aluno e a avaliação, destacando o papel, positivo ou não, do processo avaliativo sobre o aluno. Posteriormente, analisa-se como o processo avaliativo pode se refletir no trabalho docente e, finalmente, analisa-se a conexão entre avaliação e a construção efetiva do conhecimento, enfatizando a necessidade de adotar processos avaliativos mais coerentes com a realidade na qual o processo ensino-aprendizagem ocorre, aproximando o conhecimento desta realidade, e, consequentemente, do aluno, auxiliando-o na construção de seu saber, além de levar o professor a uma reflexão acerca de suas práticas pedagógicas e instrumentos de avaliação. O estudo conclui que só uma avaliação democrática e dialógica, que promova no aluno um desenvolvimento de suas funções cognitivas, afetivas e sociais e considere o aprendizado integral do aluno – formal e não formal – além de elevar a sua auto-estima, alcançará o objetivo do processo educativo, que é desenvolver as potencialidades do indivíduo e sua capacidade de refletir sobre o mundo, tornando-se um instrumento de transformação do mesmo.

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METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido baseado em pesquisa bibliográfica

sobre o tema em questão.

Segundo Carvalho (2008), a pesquisa bibliográfica investiga o problema a

partir do referencial existente nas fontes de pesquisa, constituindo-se tanto em

uma pesquisa independente como também em pré-requisito básico para todos

os outros tipos de pesquisa científica.

Os principais autores utilizados neste trabalho foram Luckesi (2008),

Antunes (2008), Hoffmann (2005) e Perrenoud (1999).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

CAPÍTULO I – A AVALIAÇÃO E O ALUNO ......................................................... 16

1.1 A DIVERSIDADE PRESENTE NA SALA DE AULA ........................................ 16

1.2 A INDIVIDUALIDADE DO ALUNO .................................................................. 18

1.3 A PEDAGOGIA DO EXAME ........................................................................... 19

1.4 COMPETÊNCIAS A SEREM CONSIDERADAS NA AVALIAÇÃO DA

APRENDIZAGEM ........................................................................................... 21

1.5 CARACTERÍSTICAS INDISPENSÁVEIS A UMA AVALIAÇÃO DE

APRENDIZAGEM ........................................................................................... 24

CAPÍTULO II – A AVALIAÇÃO E O PAPEL DO PROFESSOR............................ 26

2.1 A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO............................................................... 26

2.2 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE ............................................................. 28

2.3 A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO .................................................................... 31

2.4 O PROFESSOR E A AVALIAÇÃO .................................................................. 33

CAPÍTULO III – A AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ...... 39

3.1 OS MODELOS TRADICIONAL E CONTEMPORÂNEO DE AVALIAÇÃO ...... 40

3.2 O SISTEMA DE COMPETÊNCIAS ................................................................. 42

3.3 A AVALIAÇÃO NO SISTEMA DE COMPETÊNCIAS ...................................... 44

3.4 A UTILIZAÇÃO DA PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO .......... 44

3.5 ALGUNS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ................................................ 45

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 51

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 54

ANEXO I – MODELO DE RUBRICA ...................................................................... 57

ANEXO II – MODELO DE REGISTRO .................................................................. 59

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INTRODUÇÃO

Apesar de ser um tema recorrente, poucas são as inovações efetivamente

postas em prática no que se refere à avaliação. Estamos no século XXI e ainda

se vê, frequentemente, nos estabelecimentos escolares métodos de avaliação

punitivos e excludentes, onde o importante é a nota do aluno. Deixemos claro,

desde já, que o importante é a aprendizagem efetiva do aluno e os processos

associados a construção do conhecimento..

Avaliar vem do latim a + valere, e significa atribuir valor e mérito ao objeto

em estudo. Segundo Luckesi (2008), “avaliação é um julgamento de valor

sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de

decisão” (p. 33). É um julgamento de valor, pois realiza uma afirmação

qualitativa sobre um dado objeto, sendo este mais satisfatório quanto mais se

aproximar do ideal estabelecido. Este julgamento, apesar de qualitativo não

será completamente subjetivo, pois deve basear-se em caracteres

(indicadores) relevantes da realidade que determinarão a qualidade que se

espera do objeto. E levará a uma tomada de decisão, pois a avaliação levará a

um ponto onde se terá que deixar a posição de indiferença.

Para Penna Firme (1998), “avaliar é um momento inevitável de qualquer

atividade humana”. E continua: “(...) se a falta de avaliação é grave, igualmente

prejudicial é a sua inadequação”. A mesma autora classifica as seguintes fases

na evolução do conceito de avaliação educacional, ao longo do século XX,

entrando no século XXI:

1. da avaliação reduzida à medida, onde a preocupação estava nos

instrumentos e testes de verificação do rendimento escolar;

2. descritiva, onde a avaliação preocupava-se em apenas descrever

os objetivos inicialmente propostos haviam sido alcançados;

3. de formulação de juízo de valor, onde além de medir e descrever,

a avaliação deveria também julgar tanto o mérito como a relevância;

4. responsiva é a mais nova, iniciada nos anos 90, incorporando a

negociação no processo avaliativo, onde os critérios, procedimentos

e recomendações são discutidos pelos interessados no processo,

buscando-se consensos e respeitando-se as divergências.

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Verifica-se ao longo do tempo o surgimento de uma postura mais

democrática no processo avaliativo, buscando o aperfeiçoamento de todos os

sujeitos envolvidos nele.

Segundo Macedo (2001) a avaliação deve responder a quatro perguntas,

apresentadas a seguir.

a) O que avaliar?

A resposta a essa pergunta pode parecer óbvia, mas a sua resposta

inicialmente aponta apenas para os aspectos gerais da avaliação. Os aspectos

mais específicos, que também devem estar contidos nesta resposta só serão

apontados após responder às próximas três questões.

b) Por que avaliar?

Qualquer ação humana deveria ser avaliada, sistematicamente ou não,

para verificar se os objetivos para os quais essa ação foi pensada foram

atingidos. A avaliação é parte integrante da história das sociedades e das

instituições.

c) Como avaliar?

Ao responder a esta pergunta, serão delimitados os aspectos específicos

do objeto a ser avaliado, e será definido também o processo de avaliação,

incluindo sua metodologia e o destino de seus resultados.

d) Para quem avaliar?

O mais importante é que a avaliação deve ser útil para quem avalia e para

quem é avaliado, devendo ser pedagógica – levando os envolvidos no

processo a conhecer a realidade do objeto analisado – e transformadora – seus

resultados devem levar a aperfeiçoamento do que é feito ou a grandes

mudanças de rumos e estratégias, sempre de acordo com os envolvidos no

processo.

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Diversos autores e teóricos concordam em uma série de atributos que um

mecanismo de avaliação deve ter. Haydt (2003) cita as seguintes

características:

ser um processo contínuo e sistemático;

ser funcional, sendo realizada em função de objetivos previstos;

ser orientadora, indicando a situação do aluno e orientando-o

sobre qual o caminho a seguir;

ser integral, considerando o aluno como um ser total e integrado e

não de forma compartimentalizada.

Está claro que o conceito de avaliação com o sentido de medir, classificar

e punir, conhecido como “Pedagogia do Exame”, já devia ter sido abandonado

há muito tempo. Avaliar, como veremos neste trabalho, deve envolver aspectos

como conhecer o aluno, seus mecanismos de aprendizagem e sua realidade,

ter acesso aos seus conhecimentos prévios, e, a partir daí, utilizar a avaliação

para auxiliá-lo na sua aprendizagem. Além disso, verificar se objetivos traçados

foram atingidos, aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem, diagnosticar

dificuldades de aprendizagem e, por fim, promover alunos.

A avaliação deve ter como uma de suas funções fazer um diagnóstico de

como se dá a aprendizagem do aluno, com vistas a uma tomada de decisão. E

ela deve continuar, constantemente, ao longo do processo. Por meio de uma

avaliação consistente, compara-se os resultados obtidos com os objetivos

propostos, verificando, além do progresso do aluno, as suas dificuldades, e,

com isso, pode-se redirecionar o trabalho do professor para obter melhor

desempenho do aluno.

A avaliação, no que concerne à aprendizagem do aluno, pode ter três

funções: diagnosticar, controlar e classificar. Relacionando a estas três

funções, Bloom (1956 apud Haydt, 2004) classificou as modalidades de

avaliação em DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E SOMATIVA.

A avaliação diagnóstica é realizada no início de um processo (por

exemplo, do ano letivo ou de cada unidade de ensino) e serve para conhecer o

aluno e constatar se o aluno domina os conhecimentos e habilidades para uma

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nova aprendizagem. Também identifica dificuldades de aprendizagem,

auxiliando na identificação de suas causas.

A avaliação formativa é realizada durante todo o decorrer do período

letivo, verificando continuamente se os alunos estão atingindo os objetivos

previstos. Por meio dela, pode-se avaliar o aluno a cada etapa, e o próprio

aluno, além do professor, percebe onde estão as suas dificuldades. Sendo uma

via de mão dupla, esta avaliação também determina se o professor está tendo

êxito na sua tarefa.

A avaliação somativa é realizada ao final do período letivo, tendo função

classificatória, visando a promoção do aluno para outro nível. Esta avaliação é

a que mais se aproxima do padrão de avaliação adotado largamente nos

sistemas escolares.

Cabe destacar que, atualmente, escolas com abordagem mais moderna

caracterizam-se por adotar as avaliações diagnóstica e formativa.

Além das modalidades apresentadas, há uma avaliação que deve

permear todos os tipos acima citados, que é a chamada avaliação dialógica,

baseada nos princípios de Paulo Freire, sem caráter punitivo, sendo

democrática e transdisciplinar. Aqui há um diálogo intenso entre professor e

aluno, num mecanismo de mútua educação, e são considerados o potencial e

os limites do aluno, além de haver uma revisão da postura o educador, que

aproxima o processo de aprendizagem da realidade do aluno.

Hoffmann (2005) denomina avaliação mediadora a uma avaliação que se

aproxima da proposta de Freire de avaliação dialógica. A avaliação mediadora

ocorre no espaço entre a construção do conhecimento pelo aluno e a etapa de

produção do saber acrescentado pelo que foi construído, estabelecendo uma

relação dinâmica e dialógica com o professor, que reflete e se conscientiza

acerca de suas práticas pedagógicas.

Para realizar avaliações com características da dialógica e da mediadora,

a escola deve estar conectada com o mundo na qual está inserida, levando o

aluno a uma reflexão, ligando seu aprendizado ao mundo e garantindo o

desenvolvimento de sua autonomia e de sua auto-estima.

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“A educação: não mudou apenas os métodos de ensino, que

se tornaram ativos, mas incluir também a concepção de

avaliação. Antes, ela tinha um caráter seletivo, uma vez que

era vista apenas como uma forma de classificar e promover o

aluno de uma série pra outra ou de um grau para outro.

Atualmente, a avaliação assume novas funções, pois é um

meio de diagnosticar e de verificar em que medida os objetivos

propostos para o processo ensino-aprendizagem estão sendo

atingidos” (HAYDT, 2004, p.14).

A partir de estudos de teóricos da avaliação, foi definido um conjunto de

critérios para classificar a avaliação, organizados em quatro categorias. A

primeira é a utilidade, ou seja, a avaliação realizada deve ser útil. A segunda é

a viabilidade – na sua realização devem ser considerados as dimensões

políticas, práticas e de custo-efetividade. A terceira categoria é a ética que

deve estar presente na avaliação, respeitando os valores dos interessados,

incluindo grupos e culturas. A quarta é a precisão, que aborda a parte técnica

da avaliação. Estas dimensões, quando estão presentes em uma avaliação,

implicam no fato de que ela seja responsável com o contexto onde se realiza,

flexível em sua metodologia, além de dinâmica e criativa. A avaliação

executada desta forma também atua como facilitadora do processo de

autoavaliação, pois melhora a auto-estima e aumenta a responsabilidade e a

auto-determinação dos alunos.

Este trabalho foi dividido em três capítulos, abordando aspectos

relacionados à avaliação e aos envolvidos e diretamente afetados por ela.

No primeiro capítulo desse trabalho será abordada a posição do aluno em

relação à avaliação, destacando aspectos relevantes inerentes a ele, como a

diversidade, a individualidade, sua posição diante da chamada Pedagogia do

Exame, que competências considerar no processo avaliativo e que

características são indispensáveis a uma avaliação de aprendizagem.

O Capítulo II trata do papel do professor na avaliação sob vários prismas,

como a importância da relação professor-aluno, da afetividade e do diálogo,

No Capítulo III é abordada a relação entre avaliação e construção do

conhecimento, ou seja, como tornar a avaliação mais um instrumento de auxílio

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ao aluno para que este alcance os objetivos propostos, tirando da avaliação o

caráter meramente classificatório, além de apontar alternativas e instrumentos

que auxiliem, tanto o aluno quanto o professor, a trilharem o caminho do

conhecimento de forma mais eficaz, porém não menos prazerosa.

Este trabalho visa a ratificar a importância e a necessidade da avaliação

como um meio de contribuir com o desenvolvimento do aluno em todas as suas

dimensões.

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CAPÍTULO I

A AVALIAÇÃO E O ALUNO

Começarei este trabalho pelo ator principal e objetivo final do processo

educativo: o aluno. A avaliação tradicional, utilizada na maior parte dos

sistemas escolares, acaba centralizando os resultados no aluno, e este, apesar

de ser um reflexo do sistema, é quem será punido caso seu desempenho fique

abaixo do esperado e ele for reprovado.

“O processo escolar age explicita e diretamente sobre os

estudantes. São eles os avaliados. São compulsoriamente

incorporados ao processo e dele participam realizando

algumas tarefas, quase sempre definidas por outros, muitas

vezes impostas, respondendo a exigências externas. Como a

centralidade da prática avaliativa está no controle, mesmo

quando o(a) aluno(a) nega-se a participar do processo ou a

realizar alguma tarefa, seu rendimento é medido." (ESTEBAN,

2008, p. 21-22)

1.1. A DIVERSIDADE PRESENTE NA SALA DE AULA

Paulo Freire (1996) destaca que "Não há educação fora das sociedades

humanas e não há homem no vazio" (p.43), ou seja, o aluno está sempre

inserido num grupo social, com um contexto histórico, social, político e

econômico. A escola trabalha, geralmente, num contexto que visa a unidade,

porém deve estar sempre atenta à valorização da diversidade e compreender

que isto não é um fator negativo e não gera desigualdade. A vida escolar,

incluindo aí as práticas de avaliação, deve ligar a sociedade, a escola e os

alunos, promovendo a integração deles. A escola é, por excelência, um espaço

onde se convive com a diversidade e, por isso, deve considerar a realidade do

aluno, estimulando-o a construir seu conhecimento a partir de sua vivência

cotidiana e desenvolver atividades e instrumentos de avaliação diversos,

tentando contemplar o máximo possível de alunos.

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A diversidade cultural é reconhecida na área educacional, mas há uma

grande dificuldade entre os profissionais dessa área em desenvolver técnicas e

métodos que considerem esta diversidade.

“(...) o currículo da escola pública das classes populares tem

sido um lugar da dissipação dessas identidades, operando um

distanciamento das origens familiares culturais, borrando a

identidade de classe, em nome do acesso a uma identidade

padrão classe média, ilustrada e meritocrática. As

consequências disso todos nós conhecemos: um processo

violento de homogeneização e simplificação que tem

praticamente nos imobilizado e impossibilitado de pensar

alternativas para a dominação, a desigualdade e a exclusão.”

(COSTA, 1999, p, 64)

Muitos autores da área da educação e até mesmo documentos oficiais

recomendam aos professores que considerem a diversidade cultural dos

alunos ao elaborar suas atividades. Segundo os Parâmetros Curriculares

Nacionais:

“(...) a educação escolar deve considerar a diversidade dos

alunos como elemento essencial a ser tratado para a melhoria

da qualidade de ensino e aprendizagem.(...) A escola, ao

considerar a diversidade cultural, tem como valor máximo o

respeito às diferenças - não o elogio à desigualdade. As

diferenças não são obstáculos para o cumprimento da ação

educativa; podem e devem, portanto ser fator de

enriquecimento.” (BRASIL, 1997, p. 96-97)

Segundo Perrenoud (1999) a pedagogia que trata igual os desiguais

produz desigualdade e fracasso escolar. Por isso, deve-se sempre buscar

diversificação das práticas pedagógicas, para não acentuar ainda mais este

quadro.

A avaliação escolar, para se integrar de fato à diversidade cultural, deve

deixar seu lado autoritário e seu caráter coercitivo, punitivo e excludente para

tornar-se mais um elemento do processo de construção do conhecimento.

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1.2. A INDIVIDUALIDADE DO ALUNO

Os alunos não são todos iguais. Cada aluno é reflexo de seu contexto

familiar e resultante dos fatores socioculturais que o cercam. Cada um deles

tem sua história pessoal, cultural e educacional.

Além da escola precisar considerar a diversidade cultural, deve também

estar atenta às características individuais de cada criança que, além de

apresentar um ritmo próprio e único de desenvolvimento, tem uma história

única também, determinada por fatores biológicos, psicológicos, sociais e

culturais. Por isso, o processo de aprendizagem se dá em ritmos diferentes e

individuais. Deve-se então, no projeto pedagógico, estabelecer como objetivo

atingir todos os alunos, independente de seu ritmo. Todos devem ter as

mesmas oportunidades para aprender, respeitando-se o ritmo de cada um e

buscando estratégias que otimizem o desempenho dos que apresentam um

ritmo mais lento. Com isso pode-se evitar o grande índice de evasão e de

“fracasso escolar”.

Se os alunos recebem tarefas iguais para todos, pode-se ver claramente

as diferenças de desempenho, criando uma comparação entre os alunos, e,

consequentemente, uma classificação, exacerbando ainda mais as

desigualdades. Cabe assinalar que essa classificação nada acrescenta no

aprendizado do aluno, pois o está excluindo e um dos objetivos da avaliação

deve ser a inclusão dos educandos.

É muito comum a adoção de métodos que não consideram os

conhecimentos que os alunos adquirem no seu cotidiano, fora da sala de aula,

valorizando apenas os saberes determinados pelo currículo oficial, o que gera

desmotivação dos mesmos para a aprendizagem do conteúdo curricular,

fazendo com que, segundo as expectativas do sistema, o aluno fracasse.

Zacur (1993) destaca a posição de Vigotsky acerca do fracasso escolar,

mostrando que um método de avaliação inadequado não prejudica somente a

aprendizagem do aluno, trazendo também como consequência outros

problemas no seu desenvolvimento, em vários níveis (afetivo, autoestima,

cognitivo, volitivo), chegando até à submissão, ou seja, a criança reprovada

passa a acreditar que ela realmente é incapaz.

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O cotidiano e a contextualização devem estar sempre presentes,

conforme a opinião de Celso Antunes:

“o foco de uma avaliação jamais deve estar centrado no

conteúdo trabalhado, mas na capacidade de contextualização

revelada pelo aluno em aplicar os ensinamentos desse

conteúdo em outros níveis de pensamento, outras situações e

até mesmo outras disciplinas. (...) dessa forma, ao elaborar um

instrumento de avaliação o professor deve sempre preocupar-

se com o valor instrumental e prático da aprendizagem

construída pelo aluno.” (ANTUNES, 2008, p. 32)

1.3. A PEDAGOGIA DO EXAME

“Os alunos sentados em suas carteiras acompanham o vulto

que se aproxima a passos largos e rápidos da sala de aula.

Embaixo do braço desse sujeito apressado tem um maço de

folhas que foram reproduzidas há apenas alguns minutos e que

sintetizam todo um bimestre de aulas, tarefas, exercícios e

estudos. A sensação de frio na barriga se apossa de todos os

meninos e meninas que observam com atenção as orientações

dadas pelo mestre a seus educandos. Nos próximos 50

minutos os estudantes terão pela frente a responsabilidade de

colocar no papel tudo aquilo que aprenderam para que possam

passar de ano...” (MACHADO, [2007?])

Durante muito tempo utilizou-se avaliação como sinônimo de provas,

testes e outros exames, que julgam o aluno em um momento único e mostra

que ele pode render apenas naquele momento. Esta prática homogeneizante,

que ficou conhecida como "pedagogia do exame”, além de ser excludente e

marginalizadora, gera uma medida apenas classificatória, e não respeita a

individualidade do aluno. O resultado dela é o contrário do que se espera de

uma avaliação de aprendizagem contínua, que deve ser usada para detectar os

pontos fracos dos alunos para auxiliá-lo numa recuperação e num efetivo

aprendizado.

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Sob a ótica da Pedagogia do Exame, a nota do aluno e sua promoção

para outra série adquire uma importância maior que a efetiva aprendizagem. O

sistema escolar inteiro está direcionado para os resultados das provas e

exames. Os alunos direcionam seus esforços para as provas. Os professores

os usam como forma de ameaça e fonte de poder, levando os alunos a estudar

por medo, não desenvolvem o prazer pelo aprendizado e pelo conhecimento.

Os pais se concentram nas notas obtidas pelo aluno, em sua aprovação.

Os exames, na sua maioria, classificam os alunos, sendo, portanto, uma

prática excludente e opressiva. Há, portanto, uma nítida separação entre duas

ações que deveriam estar paralelas: educar e avaliar. O ato de avaliar o

processo ensino/aprendizagem torna-se apenas “medir” os conhecimentos

adquiridos pelos alunos. Assim, ao invés de uma avaliação que permita

detectar os problemas na prática educativa e saná-los, apenas julga-se os

alunos ao final do processo.

“(...) podemos concluir que os exames possuem outras

características diferentes, até mesmo opostas às da avaliação.

Os exames não diagnosticam, mas sim classificam. E, por

serem classificatórios, obrigatoriamente são seletivos, o que

quer dizer excludentes. Veja o exame vestibular, ou um exame

para um concurso qualquer. A sua função é selecionar,

incluindo alguns e excluindo muitos. Um exame não avalia, ele

seleciona; consequentemente, não subsidia a tomada de

decisão para a reorientação. Diversamente da avaliação que

está assentada em três passos, os exames estão assentados

em dois passos: em primeiro lugar, através de instrumentos,

constata, descreve e configura a realidade; e, em segundo

lugar, também qualifica a realidade constatada, mas para

classificar e não para diagnosticar." (LUCKESI, 2001)

As consequências da pedagogia do exame são muitas. Luckesi (2008)

cita:

a) Pedagógicas: pela forma como é aplicada, sai completamente da

função primordial de um mecanismo de avaliação, que é melhorar a

aprendizagem;

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- o aluno foi capaz de gerenciar a etapa de buscar, analisar e

selecionar informações, de forma a produzir e construir

conhecimento?

- O aluno realizou ações nas quais tenha demonstrado o

desenvolvimento de competências de polivalência e versatilidade,

ou ficou "preso" a poucos (ou somente um) instrumentos e poucas

(ou somente uma) formas de produção?

- O aluno construiu seu conhecimento sozinho ou precisou da

ajuda, orientação ou do direcionamento do educador?

1.5. CARACTERÍSTICAS INDISPENSÁVEIS A UMA AVALIAÇÃO DE

APRENDIZAGEM

A avaliação deve ser contínua e estar sempre associada a todo o

processo da aprendizagem, já que esta é um processo contínuo de construção

e reconstrução. Deve-se acompanhar o aluno, observando, entre outros

aspectos, que caminho ele percorreu para realizar as tarefas propostas, que

dúvidas ele apresentou, se ele interagiu com os outros alunos e se houve

progresso em relação ao ponto em que ele se encontrava anteriormente.

A partir dessa observação, não só se consegue avaliar o aluno, como

também definir que caminhos se deve tomar para continuar o aprendizado. Daí

vem a certeza de que o ato de avaliar deve ser solidário com o educando em

busca de um desempenho cada vez melhor, pois a avaliação deve dar suporte

para que o aluno aprenda da melhor forma possível, e deve ser também

inclusivo, pois não deve excluir o aluno tendo por base um padrão existente,

mas sim diagnosticar e incluir e aluno no processo educativo.

A avaliação passa a ser não só considerada como mais uma

oportunidade de aprendizagem, mas também deve ter como principal objetivo,

mais aprendizagem (qualitativa), permitindo ao aluno, com a ajuda do

professor, refletir e avançar no seu desenvolvimento. Ela deve deixar de ter um

fim em si mesmo ou ser apenas um instrumento de medição e rotulação, para

ser um instrumento de aprendizagem.

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CAPÍTULO II

A AVALIAÇÃO E O PAPEL DO PROFESSOR

As novas tecnologias, presentes no mundo atual, introduziram novas

formas de conhecimento e relacionamento. Se, por um lado, isso abre novas

perspectivas para a educação, por outro exigem que o professor esteja pronto

para se deparar com novos padrões de conhecimento e comportamentos e

consiga adaptá-los à sua prática pedagógica, buscando despertar a atenção do

aluno e estabelecer com ele uma relação que facilite a construção do

conhecimento.

No aspecto educacional, atualmente, deve-se considerar que o mundo

está sujeito a mudanças rápidas, curtas distâncias e novas informações a cada

segundo. Isso influencia diretamente o aluno, desenvolvendo nele uma maior

capacidade de decisão e de crítica, pois ele tem que separar as informações

que realmente são importantes e os melhores caminhos a seguir.

O professor, então, não é mais aquela figura da prática tradicional, o que

ensina a quem nada sabe. Ele precisa ter uma habilidade de comunicação com

todos os setores – alunos, pais, escola e sociedade. Deve ter também maior

capacidade reflexiva, pois isto faz com ele, entre outras coisas, considere os

diferentes pontos de vista, buscando sempre aperfeiçoar sua prática

pedagógica. E isso deve se refletir também em suas práticas avaliativas.

2.1. A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

A relação entre o professor e o aluno influenciará tudo que ocorrerá na

sala de aula, inclusive o grau de motivação do aluno para aprender. Todo

professor que é consciente busca orientar o aluno, potencializando sua

aprendizagem, ajudando-o a ter êxito. A postura do professor diante dos alunos

facilitará ou dificultará não só a aprendizagem, como também a formação de

atitudes e posturas do aluno diante do mundo. Ao desempenhar suas funções,

o professor, além de introduzir os conteúdos das disciplinas, vai também

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influenciar a formação dos valores dos alunos, assim como de sua

personalidade e caráter. O professor não está na aula apenas para repassar

informações ao aluno, como modelo chamado “educação bancária” por Paulo

Freire.

Outro aspecto a ser ressaltado é que o professor também não deve

adotar uma postura autoritária, impor regras de conduta, ameaçar e punir,

adestrando o aluno. Ele tem que ter autoridade e que ser respeitado, porém

tem que estabelecer com os alunos uma relação de confiança, afeto e respeito

mútuo. Afinal, a aprendizagem é, antes de tudo, troca.

Deve haver um equilíbrio entre a autoridade e a afetividade, de forma que,

da mesma forma que estabelece regras e normas, também respeita a

individualidade e as opiniões dos alunos, direcionando sua prática para atingir

os objetivos pré-estabelecidos.

O professor deve assumir que um de seus papéis é estimular mudanças,

que, a princípio, se dão na sala de aula, e, posteriormente, poderão se refletir

no resto da escola, e, caso ele consiga cumprir seu dever de formar seus

alunos para serem cidadãos ativos, críticos e participantes, se refletirão

também em outras áreas, expandindo-se para todo o sistema. E ele terá dado

uma contribuição para uma sociedade mais justa e democrática. Por isso, deve

utilizar métodos que assegurem melhor qualidade de ensino, exercendo uma

função mediadora para a construção do conhecimento por parte do aluno.

Se o professor consegue manter um bom clima na sala de aula, seus

alunos vão adquirir segurança, e isso melhorará seu rendimento. Essa

afinidade influenciará positivamente o processo ensino-aprendizagem, sendo

um fator de maior motivação e interesse por parte dos alunos.

“É na fala do educador, no ensinar (intervir, devolver,

encaminhar), expressão do seu desejo, casado com o desejo

que foi lido, compreendido pelo educando, que ele tece seu

ensinar. Ensinar e aprender são movidos pelo desejo e pela

paixão”. (FREIRE, 1992, p. 11)

Para ter sucesso na sua missão, o professor define os objetivos, os

conteúdos e os métodos que vai utilizar, mas deve atentar sempre para que,

além de eficaz, sua metodologia seja também motivadora e consiga atingir a

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todos os alunos, considerando as características individuais dos mesmos. Para

isso ele deve conhecer seus alunos.

Cabe lembrar que a relação professor-aluno não termina junto com o

período letivo. Ela fica na memória de ambos e influenciará a forma com que

construirão as novas relações, com outros professores/alunos.

“O professor autoritário, o professor licencioso, o professor

competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o

professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-

amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio,

burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos

sem deixar sua marca." (FREIRE, 1996, p.73)

A sala de aula é um local onde são aprendidos valores e

comportamentos, e adquirida uma mentalidade crítica que vai permitir ao aluno

transformar a sociedade em busca de padrões mais democráticos. É

fundamental, então, que os professores estabeleçam um vínculo com seus

alunos, visando, entre outras coisas, a melhorar a produção do conhecimento

em sala, respeitando os conhecimentos já adquiridos por seus alunos e o

desenvolvimento, por parte deles, da reflexão crítica, do questionamento e das

descobertas.

Os alunos não desenvolvem espontaneamente o prazer pelas aulas. É

preciso estimular isso, despertando a curiosidade dos alunos, acompanhando

seus passos na resolução das tarefas, tornando-os seguros e autônomos. Por

isso é importante destacar o papel da afetividade e do diálogo nesse processo

e também por isso é preciso estar atento a como esta relação vai interferir no

processo de aprendizagem do aluno ao longo de sua vida.

2.2. A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE

A interação professor-aluno não ocorre apenas para transmissão de

conhecimentos (aspecto cognitivo), mas também para transmissão de idéias,

valores e princípios (aspecto afetivo), influenciando a formação da

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personalidade do aluno. Por isso, a afetividade no ambiente escolar contribui

para o processo de ensino-aprendizagem.

“Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que

serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais

distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os

alunos (...). A afetividade não se acha excluída da

cognoscibilidade. O que não posso obviamente permitir é que

minha afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever

de professor no exercício de minha autoridade. Não posso

condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao

maior ou menor bem querer que tenha por ele.” (FREIRE,

1996, p.159-60)

A afetividade deve ser vista não só na relação professor-aluno, mas

também na relação entre os alunos, em sua interação social na escola.

Vygotsky (1994) destacou em sua teoria a importância das relações sociais no

processo de ensino aprendizagem, afirmando que a interação social é

determinante para a construção do conhecimento. Uma boa relação na sala de

aula proporcionará um ambiente melhor para o processo de ensino

aprendizagem.

Sobre os processos cognitivos, Pino (1997), defende que o conhecer

humano é uma atividade que pressupõe uma relação que “envolve três

elementos, não apenas dois: o sujeito que conhece, a coisa a conhecer e o

elemento mediador que torna possível o conhecimento”. Afirma, ainda que

“(...) embora a atividade de conhecer pressuponha a existência

no sujeito de determinadas propriedades que o habilitam a

captar as características dos objetos, há fortes razões para

pensar que o ato de conhecer não é obra exclusiva nem do

sujeito, nem do objeto, nem mesmo da sua interação [direta],

mas da ação do elemento mediador, sem o qual não existe

nem sujeito nem objeto de conhecimento” (PINO, 1997, p. 2).

O aprendizado, portanto, se dá, também, a partir da interação social, com

a mediação feita pelo professor. Isso confere ao aprendizado um sentido

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afetivo, e na internalização do conhecimento estão envolvidos aspectos

afetivos e cognitivos.

“Para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e

aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. (...)

Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a

quem outorgamos confiança e direito de ensinar”

(FERNANDÉZ, 1991, p. 47 e 52).

O papel da afetividade na aprendizagem é extremamente importante e,

além de ser fundamental na constituição e funcionamento da inteligência,

determinará os interesses e necessidades individuais.

O professor, precisa conhecer seu aluno e seu universo sociocultural, pois

isto é fundamental para seu trabalho. A sua relação deve ser de troca, respeito,

solidariedade e afeto. A afetividade impulsiona as ações, e a relação entre

professor e aluno é importante para que o clima da sala de aula seja de

harmonia, e para que a aprendizagem possa ocorrer com mais facilidade,

proporcionando melhor rendimento e maior interação entre ambos.

A dimensão afetiva é um elemento marcante para o desenvolvimento da

inteligência e os esquemas afetivos, resultantes da inter-relação entre a criança

e o seu meio, influenciarão o caráter da criança, além de outros valores, como

solidariedade e respeito.

No que concerne à avaliação da aprendizagem, nos métodos tradicionais

de avaliação, a ênfase é dada aos domínios de conteúdo, havendo uma total

separação entre o afetivo e o cognitivo. Porém, é preciso que o professor

enxergue o aluno em todas as suas dimensões e considere as mesmas em

suas práticas avaliativas, que devem ser, por isso, mais humanizadas. Ao

avaliar o aspecto cognitivo do aluno, o aspecto afetivo está presente, pois as

várias dimensões do aluno não podem ser separadas. E a avaliação deve

considerar também as interações sociais entre as pessoas envolvidas no

processo de ensino-aprendizagem. Estas interações sociais também envolvem

afetividade, o que deve ser considerado no processo avaliativo.

Luckesi (2008) defende que avaliação é um ato amoroso, e, também por

isso, ela deve considerar a relação dialética entre o cognitivo e o afetivo. E a

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afetividade e a inteligência são aspectos indissociáveis, sendo também

influenciados pela socialização.

2.3. A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO

Historicamente, o diálogo é apresentado por Sócrates, que o usa para a

busca da verdade. Ele adotou o diálogo direto, na tentativa de despertar a

consciência dos atenienses, sendo seu discurso marcado por uma intensa

atividade educadora. Este método, baseado no diálogo, ficou conhecido como

“método socrático”, e divide-se em dois momentos. O primeiro, chamado ironia,

consiste em um jogo de pergunta e respostas. Sócrates iniciava um diálogo

com seu interlocutor, fazendo perguntas como se nada soubesse e,

aparentemente, aceitando as respostas do outro. Através das perguntas ele ia

levando seu interlocutor a perceber que estava indo pelo caminho errado e a

admitir sua ignorância (só sei que nada sei). Num segundo momento,

denominado maiêutica, as respostas dadas eram transformadas em novas

perguntas, até que o interlocutor chegasse ao verdadeiro conhecimento, que

não seria obtido pela mera transmissão, e sim construído por ele.

Uma observação a ser feita é que o diálogo (falado) permite maior

fluidez das idéias, mais dinamicidade.

“O professor não apenas transmite uma informação ou faz

perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes

atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor

opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é

unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram

como eles estão reagindo à atuação do professor, às

dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos.

Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a

essas dificuldades.” (LIBÂNEO, 1994, p. 250)

Nas últimas décadas, tem-se centrado a aprendizagem na figura do

aluno, valorizando o diálogo e o conhecimento do mesmo. Através do diálogo,

pode-se conhecer o universo do aluno, integrando as aprendizagens formal e

informal.

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“(...) e educador já não é aquele que apenas educa, mas o que,

enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando, que

ao ser educado, também educa (...)". (FREIRE, 1983, p. 79)

Entre outras funções, o diálogo abre questões, estabelece relações,

compartilha idéias, questiona, compreende e aprende, foca a interação, vê a

interação entre as partes e o todo e busca a pluralidade de idéias.

Quando se estabelece um diálogo, um escuta o outro e considera as

informações e a experiência do outro, proporcionando maior interesse no

assunto e maior envolvimento entre os interlocutores. Uma outra contribuição

do diálogo é perceber que não existem verdades absolutas, e deve-se sempre

estar abertos a novas perspectivas. Segundo Freire (1996) “(...) o diálogo é

uma relação horizontal. Nasce de uma matriz crítica e gera criticidade. Nutre-se

do amor, da humildade, da esperança, da fé e da confiança” (p. 115).

Ao estabelecer uma relação dialógica com seus alunos, o professor lhes

dá segurança de pensar por si mesmos, interessa-se por suas idéias e mostra

outros caminhos. A aprendizagem é algo construído e isso significa esforço.

Assim, o aluno aprende que com seu esforço pode alcançar seus objetivos. A

educação deve ser vista sempre como crescimento, como emancipação. E o

professor que dialoga com seus alunos está trilhando esse caminho.

“Se o diálogo dos estudantes for com o saber e com a cultura

corporificada nas obras, e, portanto, com a práxis cultural, a

relação pedagógica revelará que o lugar do saber se encontra

sempre vazio e que, por esse motivo, todos podem igualmente

aspirar a ele, porque não pertence a ninguém. O trabalho

pedagógico seria, então, trabalho no sentido pleno do conceito:

movimento para suprimir o aluno como aluno, a fim de que em

seu lugar surja aquele que é o igual do professor, isto é, um

outro professor. Por isso o diálogo não é ponto de partida, mas

de chegada, quando a assimetria foi superada e a igualdade foi

instalada graças à própria assimetria.” (CHAUÍ, 2001, p. 71)

Em suma, qualquer que seja a avaliação aplicada, é necessário que ela

tenha um aspecto dialógico, no qual sejam analisados os caminhos, as

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dificuldades e as decisões que precisam ser tomadas para melhorar a

aprendizagem.

2.4. O PROFESSOR E A AVALIAÇÃO

Muitos professores, e também pais e alunos, parecem conceber a

avaliação apenas como um momento pré-determinado, reduzido a momentos

pré-estabelecidos no calendário escolar. E o progresso do aluno é reduzido a

uma nota ou conceito dado neste determinado momento. Isso transforma a

avaliação em um julgamento, e aí podem ser incluídas as diversas ameaças

feitas por alguns professores.

“A idéia de avaliação do rendimento escolar, dessa maneira,

associa-se a uma concepção de conhecimento mas também à

emissão de juízo de valores; é portanto bem mais complicado

que procedimentos de medição e, como decorrência desse

juízo, a tarefa do professor ao avaliar exige competência,

discernimento, equilíbrio, além, é claro, de conhecimentos

técnicos.” (ANTUNES, 2008, p.10)

A avaliação deve constituir-se num processo dialógico e cooperativo, e

neste processo professores e alunos aprendem ainda mais.

A simples atribuição de graus leva apenas a um critério desenfreado de

medidas, como se medir fosse avaliar. Nessa medição entra não só a nota do

aluno, aquela do teste realizado em determinado momento, mas também são

subtraídos pontos por indisciplina, atraso, esquecimento de material etc. isso é

uma decisão individual do professor, e é comum que dois professores tenham

divergências em referência ao mesmo aluno.

Deve-se avaliar o aprendizado subjetivo do aluno, o que ele aprendeu e

não conseguiu demonstrar no teste aplicado, e não repetir o já desgastado

modelo de notas, e, com isso, repetir também o mecanismo de competição e

seletividade nas escolas. E ainda há os casos em que o professor diz aplicar os

testes para verificar o aprendizado do aluno, mas atribui a este teste

determinado grau, acabando por reduzi-lo novamente a um fator de

classificação, seletividade e exclusão.

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“Existe uma diferença expressiva entre um filme e uma

fotografia. O primeiro é dinâmico, se altera a cada quadro, a

fotografia é estática, simbolizando o registro de um instante.

(...) Essas referências são importantes para que se pense que

avaliações baseadas na captação de um instante são de

baixíssima confiabilidade e necessitam ser substituídas por

outras que compreendam o dinamismo que a construção de

significados envolve.” (ANTUNES, 2008, p. 31)

O professor deve acompanhar e refletir sobre a produção de

conhecimento dos alunos, estimulando os questionamentos e a curiosidade.

Apesar de muitos professores dizerem que o erro do aluno faz parte da

trajetória do aprendizado, nos mecanismos de avaliação comumente em

prática, os erros são punidos e ressaltados, e após a constatação destes,

quase nunca se volta ao ponto para tentar reaver a trilha onde o aluno de

desviou.

Se o professor, ao invés de ressaltar os erros cometidos pelo aluno,

tentar descobrir a lógica deste erro e acompanhar o aluno, transformar seus

erros em outras perguntas ou em atividades de pesquisa, fazendo-o rever e

refletir sobre os mesmos, isso favorecerá sobremaneira a aprendizagem do

aluno. Para isso é preciso um instrumento primordial em qualquer relação: o

diálogo. Até porque, uma vez que sejam detectados problemas na

aprendizagem dos alunos, o professor também deve considerar a existência de

problemas na sua prática de ensino.

E, caso o professor estiver disposto a adotar novas práticas avaliativas,

deve também estar ciente que deverá redefinir também suas práticas

pedagógicas, pois as duas atividades estão íntima e diretamente ligadas.

Qualquer que seja a prática adotada, ela deve permitir que o professor

se coloque ao lado do aluno, acompanhando de perto sua formação e sua

capacitação. Ao planejar suas atividades, ele deve definir o mínimo que o aluno

deve aprender efetivamente aprender, e, enquanto ele não conseguir atingir,

orientá-lo continuamente. O professor deverá refletir antes de cada passo na

sua prática, tendo claramente definido o que fazer e que resultados esta ação

deverá trazer e a avaliação também deverá seguir esse padrão.

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Uma mudança na avaliação da aprendizagem implica uma mudança na

escola, e isto deve ser fruto não só da mudança na prática avaliativa do

professor, mas também de um trabalho conjunto entre escola e comunidade.

Um outro ponto a ser observado é que os docentes não foram

preparados para serem avaliadores, pois os cursos de formação de

professores, em grande parte, são desarticulados da realidade do contexto

educacional. Estabelecendo uma formação continuada de professores pode

mudar as práticas avaliativas vigentes, pois assim eles procuraram uma

atuação melhor em sala de aula. Outro ponto que deve ser estimulado na

formação de professores é levá-los a observar sempre a bagagem cultural que

os alunos trazem para a sala de aula. Deve-se também ressaltar que se o

professor, durante sua formação conhecer apenas as avaliações quantitativas,

conhecerá apenas o caráter diagnóstico desta, e poderá também não saber

observar e trabalhar as habilidades de seus alunos.

Além das avaliações diagnóstica e somativa, o professor deve ser

estimulado à prática de avaliações formativas. Através desse tipo de avaliação

é possível descobrir que conhecimentos o aluno já construiu e porque o aluno

tem dificuldade com determinado conteúdo, e estabelecer estratégias que

removam estas barreiras, proporcionando êxito na aprendizagem, e elevando a

auto-estima dos alunos. Ela auxilia também numa dificuldade muito comum ao

professor, que é observar, ao longo do processo, onde estão as falhas e o que

deve ser mudado para melhorar. A responsabilidade pela aprendizagem estaria

na ação conjunta do professor e aluno.

“A avaliação da aprendizagem escolar auxilia o educador e o

educando na sua viagem comum de crescimento e a escola na

sua responsabilidade sócia. Educador e educando, aliados,

constroem a aprendizagem, testemunhando-a à escola, e esta

à sociedade. A avaliação da aprendizagem neste contexto é

um ato amoroso, na medida em que inclui o educando no seu

curso de aprendizagem.” (LUCKESI, 2008, p. 175)

A avaliação formativa auxilia o aluno em sua aprendizagem e

desenvolvimento. Vale ressaltar também que este tipo de avaliação exige uma

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divisão do trabalho entre os professores que ensinam as mesmas disciplinas

ou lecionam na mesma turma.

O professor deve realizar avaliações do aluno objetivando a preparação

do cidadão, considerando seus aspectos cognitivo, afetivo e psicomotor. Assim,

ele poderá localizar as dificuldades específicas do aluno e reformular suas

práticas para recuperar o aluno.

A seguir são apresentadas cinco propostas de Vasconcelos (1993) para

a realização de uma avaliação que conte com a participação ativa do aluno no

processo avaliativo e, também, na construção de sua aprendizagem.

1) o professor deve adotar uma prática que torne o conteúdo mais

atraente e utilizar uma metodologia que estimule a participação dos

alunos. Assim, a avaliação reproduzirá o processo de ensino-

aprendizagem e será reflexiva, crítica e emancipatória.

2) a ênfase na avaliação deve diminuir, e ela deve ser contínua, sempre

integrando o processo ensino-aprendizagem.

3) o conteúdo da avaliação não deve ser memorizado. Ela deve conter

situações que permitam ao aluno estabelecer conexões com suas

experiências dentro e fora da sala, priorizando as a comparação de

situações, a capacidade de resolver problemas, a compreensão, a

crítica, entre outros.

4) os resultados da avaliação devem ser utilizados pelo professor como

base para a tomada de decisões que ajudem o aluno a superar as

dificuldades que apresentou na mesma.

5) o professor deve realizar junto à comunidade escolar (alunos, pais e

demais componentes) uma conscientização, para mudar a visão que

eles têm sobre avaliação, conscientizando a todos da importância de

sua colaboração para o alcance do objetivo principal do aluno, que é

o aprendizado efetivo.

“É essencial que o professor jamais esqueça que ao avaliar

seu aluno está em última análise refletindo sobre a própria

grandeza do desenvolvimento humano.” (ANTUNES, 2008,

p.10)

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Além de todos os fatores descritos anteriormente, acrescenta-se

finalmente a necessidade de uma postura comprometida e interessada com o

aprendizado e o desenvolvimento do educando, individual e coletivamente,

para transformar os objetivos políticos da educação em resultados palpáveis e

úteis ao aluno.

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CAPÍTULO III

A AVALIAÇÃO E A CONSTRUÇÃO

DO CONHECIMENTO

Segundo Luckesi (2008) a avaliação da aprendizagem escolar “tem por

objetivo diagnosticar e incluir o educando, pelos mais variados meios, no curso

da aprendizagem satisfatória, que integre todas as suas experiências de vida”

(p.173). Essa afirmativa ressalta a importância de considerar todos os saberes

do aluno no mecanismo de avaliação.

Os alunos estão inseridos em um mundo complexo, e a escola é apenas

uma de partes. Por isso, é necessário conhecer e respeitar as experiências dos

alunos, assim como sua linguagem e seus valores, incorporando estes

aspectos, possibilitando ao aluno uma articulação entre escola e cotidiano do

aluno.

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a avaliação

do rendimento escolar do aluno deverá observar os seguintes critérios:

“a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno,

com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os

quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de

eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de

estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de

avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do

aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com

êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de

preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo

rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de

ensino em seus regimentos.” (BRASIL, 1996)

Estas orientações da LDB estão em consonância com um novo modelo

de avaliação, que considera as aprendizagens que levem a uma educação

verdadeiramente libertadora.

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Luckesi (2008) ressalta que o que é comumente feito no sistema

educacional é atribuir notas a prova, com a finalidade de classificar os alunos, e

os alunos que não obtém sucesso podem até ser colocados sob suspeita de

apresentar distúrbios de aprendizagem. Isto vai de encontro ao objetivo que

avaliação deve ter, que é acompanhar os progressos dos alunos e identificar

suas dificuldades.

“Com a função classificatória, a avaliação constitui-se num

instrumento estático e frenador do processo de crescimento;

com a função diagnóstica, ao contrário, ela constitui-se num

momento dialético do processo de avançar no desenvolvimento

da ação, do crescimento para a autonomia, do crescimento

para a competência.” (LUCKESI, 2008, p. 35)

Gardner (1995), com sua Teoria das Inteligências Múltiplas, tenta

descrever a maneira pela qual os indivíduos fazem uso de suas inteligências

para resolver problemas, e apresenta uma percepção pluralista da inteligência.

A partir dessa teoria, sugere várias maneiras de avaliar os alunos, afirmando

que os alunos devem ser capazes de mostrar competência em uma

determinada habilidade, assunto, área de conteúdo ou domínio em qualquer

uma de várias formas. Logo, os alunos são beneficiados se têm a oportunidade

de aprender de formas diferentes, e também o serão se puderem demonstrar

seus conhecimentos de várias formas. E a avaliação deve considerar estas

formas de expressão, possibilitando o desenvolvimento pleno do aluno.

“[deve-se considerar a avaliação também] como facilitadora de

um processo de fortalecimento do seu objeto de atenção, seja

ele um programa, uma instituição, um sistema ou indivíduos.

Nesse sentido, ela intervém para reforçar potencialidades e

sucessos em vez de meramente registrar dificuldades e

fracassos”. (PENNA FIRME, 2004)

3.1. OS MODELOS TRADICIONAL E CONTEMPORÂNEO DE AVALIAÇÃO

Há muitas diferenças entre a concepção tradicional do que é avaliação e

o modelo considerado contemporâneo.

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Um dos focos do modelo tradicional é a promoção, e as notas vão sendo

registradas, para chegar a um resultado, que pode ou não refletir a situação

real do aluno. Outro foco são as provas, muitas vezes utilizadas como

instrumentos de pressão, o que torna a aprendizagem um fator secundário,

tirando dela o aspecto prazeroso, além de estimular o desenvolvimento de

comportamento submisso por parte do aluno. Este foco nos resultados das

provas, na aprovação ou reprovação, diminui a importância do processo

educativo, já que quase nunca são buscados os motivos que levaram a esses

resultados. Há ainda o componente social: a sociedade acostumou-se a esse

modelo de avaliação, e, muitas vezes, marginaliza sistemas que adotam outros

processos avaliativos.

No denominado modelo contemporâneo de avaliação, o foco está na

aprendizagem e, desta forma, a avaliação ajuda a determinar que objetivos

foram atingidos, quais faltam atingir e como o professor pode intervir nesse

processo. Outro foco é o desenvolvimento das competências previstas no

projeto educacional, fazendo com que a avaliação, além de verificar o alcance

dos objetivos, também seja instrumento diagnóstico e de acompanhamento do

processo ensino-aprendizagem. Ainda neste modelo, as escola são centradas

na qualidade, mantendo constante preocupação com o futuro do aluno e com

sua inclusão na sociedade, envolvendo aspectos como percepção do mundo,

criatividade e visão crítica. Isso desloca o foco da nota do aluno para o

resultado do ensino que a escola oferece e suas conseqüências na vida do

aluno. Além disso, a sociedade atualmente já começa a perceber a diferença

entre uma educação domesticadora, que apenas reproduz conteúdos, para

uma educação humanizadora, que proporciona formação integral o indivíduo,

valorizando esta segunda forma.

Em suma, a avaliação deve integrar-se ao aprendizado, permeando não

só a construção do conhecimento, mas também do caráter, da personalidade e

da cidadania, permitindo ao aluno não só compreender o mundo, mas também

transformá-lo quando necessário.

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3.2. O SISTEMA DE COMPETÊNCIAS

O objetivo primordial da escola, seja qual for a linha que ela siga, é

preparar seus alunos para viver em sociedade, desenvolvendo com ele

competências indispensáveis a isto. O aluno ter determinada competência

significa que ele é capaz de utilizar recursos cognitivos (saberes, capacidades,

informações etc.) para resolver determinada situação.

Da mesma forma que a sala de aula comporta uma grande diversidade

entre seus alunos, isso se repete no mundo. Os seres humanos vivem

realidades diferentes, e necessitam desenvolver competências relacionadas a

essas realidades, na escola ou fora dela.

O conceito de competência em educação surgiu a partir da constatação

de que a escola não podia levar os alunos apenas à assimilação de conteúdos

disciplinares. Era preciso relacionar os conceitos aprendidos à situações

vividas pelos alunos, o que lhes daria a possibilidade de, principalmente,

tornar-se um cidadão capaz de gerir sua vida e participar ativamente para

melhorar a sociedade em que vive.

Além de desenvolver as competências, e preciso também treiná-las, para

que os alunos se tornem capazes de mobilizar e aplicar o que aprenderam em

situações reais de sua vida. Porém isso ainda não é trabalhado nas escolas de

forma efetiva, o que faz com que os alunos aprendam, passem de ano, mas

nem sempre saibam aplicar estes conhecimentos à sua vida prática. Este

problema, que já é grave para quem consegue concluir os estudos, piora para

os que estudam poucos anos, e têm que abandonar a escola, saindo dela sem

saber utilizar o que aprenderam. Deve-se pensar a educação básica não como

uma preparação para as outras fases escolares, e sim como uma preparação

para a vida. Quando a abordagem por competências é feita seriamente por

uma escola, os alunos estarão em situação de vantagem diante do mundo.

A definição de que competências o aluno deverá ter ao terminar a escola

deve ser feita partindo-se das práticas sociais características do grupo,

preparando o aluno para que ao viver determinada situação ele saiba como

agir

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Perrenoud (2000) identificou oito grandes categorias de competências

fundamentais à autonomia das pessoas: saber identificar, avaliar e valorizar

suas possibilidades, seus direitos, seus limites e suas necessidades; saber

formar e conduzir projetos e desenvolver estratégias, individualmente ou em

grupo; saber analisar situações, relações e campos de força de forma

sistêmica; saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade coletiva

e partilhar liderança; saber construir e estimular organizações e sistemas de

ação coletiva do tipo democrático; saber gerenciar e superar conflitos; saber

conviver com regras, servir-se delas e elaborá-las; saber construir normas

negociadas de convivência que superem diferenças culturais. Afirma ainda que

a formulação de competências se afasta das abstrações ideologicamente

neutras.

Nessa perspectiva, o professor deve mudar sua prática e seus métodos

de avaliação, pois, utilizando um sistema de competências, deve-se dedicar

tempo para que os alunos as desenvolvam e as pratiquem, além de adotar

avaliações formativas orientadas para as competências ao longo do processo.

Uma opção para o professor é o trabalho por projetos, propondo desafios

aos alunos para que eles mobilizem seus conhecimentos para a resolução dos

mesmos. Para isso deve haver uma intensa integração entre a escola e o

grupo social onde ela está inserida, e o professor, além das competências

técnicas inerentes à sua profissão, deve identificar, também, suas

competências dentro de outras práticas sociais, revendo sua relação com o

conhecimento e adotando uma postura que o permita observar, refletir e inovar

sua prática, tornando-se mais aberto para o aprendizado.

A abordagem por competências pode aumentar o sentido de trabalho

escolar, modificando a relação que os alunos com dificuldades têm com o

saber e facilitar a assimilação ativa de saberes, favorecendo as aproximações

construtivistas e a avaliação formativa. Em relação aos professores, essa

abordagem pode levá-los a discutir métodos e estratégias e estimulá-los a

participar de equipes multidisciplinares e projetos da escola.

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3.3. A AVALIAÇÃO NO SISTEMA DE COMPETÊNCIAS

A avaliação no sistema de competências deixa de ser um fim da

educação e constitui-se num princípio.

Winggins (1998) elaborou o conceito de "avaliação autêntica", que dá à

avaliação uma perspectiva integrada ao processo de aprendizagem. Supondo

que os alunos constroem seu conhecimento de forma mais efetiva se

entenderem a utilidade do mesmo e como aplicá-lo, a "avaliação autêntica"

proporciona uma demonstração da aplicação deste conhecimento de forma

crítica e contextualizada, o que garante um bom desempenho dos alunos no

futuro. Neste modelo, a avaliação inclui tarefas contextualizadas e utiliza

problemas complexos, que contribuam para que o aluno desenvolva ainda mais

as suas competências, por meio da utilização funcional dos conhecimentos

disciplinares. Ao avaliar as competências, deve-se fazê-lo de forma

colaborativa, assim como deve-se considerar as estratégias cognitivas e

metacognitivas que os estudantes utilizam.

Outro conceito de avaliação que aplica estas mesmas perspectivas é a

"avaliação sustentável" (Boud, 2000). Esta denominação tem uma ligação

direta com o termo "desenvolvimento sustentável", que significa um

desenvolvimento que satisfaz as gerações atuais sem comprometer a

capacidade das próximas gerações de também satisfazerem suas

necessidades. A "avaliação sustentável" satisfaz as necessidades atuais e

também dá aos alunos subsídios para superar obstáculos que surjam no futuro.

Estes dois conceitos de avaliação apresentados demonstram a

necessidade de que a avaliação seja vista como um processo que repercutirá

ao longo da vida dos alunos.

3.4. A UTILIZAÇÃO DA PROVA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO

A prova constitui-se num instrumento de avaliação polêmico, pela

característica classificatória e punitiva que se associou a ela ao longo do

tempo. Ela não deve ser utilizada como o único instrumento avaliativo, porém

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não se pode tirar dela a importância se utilizada como um instrumento

mediador da aprendizagem.

Por isso, a prova pode ser um dos instrumentos de avaliação utilizados

pelo professor, mas jamais o único meio de acompanhar o desenvolvimento do

aluno. Se usada como um recurso para melhorar e fixar a aprendizagem,

constituir-se-á em mais um instrumento de auxílio ao professor e ao aluno. Ela

também colabora para desenvolver a responsabilidade e a concentração do

aluno. A partir do resultado, o aluno pode refletir sobre seu desempenho e

como melhorá-lo, se necessário, e o professor deve refletir sobre a prova

elaborada, se ela reflete o aprendizado que espera do aluno, constituindo-se

em um instrumento reflexivo, crítico e contextualizado.

Portanto, não se pode eliminar totalmente a prova do contexto escolar,

visto que esse tipo de avaliação, mais cedo ou mais tarde, fará parte da vida do

aluno. Ela deve, sim, passar de um instrumento de exclusão a um mais meio

de formação e aprendizagem.

“Apregoar o fim da prova como garantia de que o aluno o

mantenha a auto-estima é um ato fraudativo é uma farsa que

viola a própria razão de ser de uma educação formativa, pois a

auto-estima desse aluno será abalada quando perceber que foi

excluído de determinadas questões por duvidarem de sua

capacidade de pensar sobre elas. (...) Não devemos abrir mão

de um instrumento utilizado socialmente por medo da exclusão,

devemos aprender a utilizá-lo para incluir, isso sim é um ato de

formação.” (NUNES & TEIXEIRA, 2008, p. 185)

3.5. ALGUNS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

Há diversos instrumentos de avaliação que favorecem a formação do

aluno e subsidiam a ação do professor, fornecendo ao primeiro um precioso

auxílio na sua aprendizagem, além de fornecer um feedback, e ao segundo,

elementos que assegurem resultados que permitam reformular sua

metodologia e efetivar a aprendizagem. A partir do uso desses instrumentos, o

professor pode acompanhar, ao longo do processo, o desenvolvimento do

aluno de forma mais ampla, e também ter um suporte ao seu trabalho, para

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que possa intervir de forma mais precisa quando necessário. Têm-se, por meio

destes instrumentos, a trajetória da vida escolar do aluno, flexibilizando os

objetivos e a forma de ensinar e avaliar.

Neste item apresentarei quatro tipos de instrumentalização de avaliação,

a saber: registros, portfolios, rubrica e autoavaliação. Deve-se ressaltar que

estes instrumentos podem ser utilizados em conjunto com outros tipos de

avaliação, cabendo ao docente saber que técnicas são adequadas para suprir

suas necessidades e as de seus alunos no que concerne à avaliação.

O Registro

O registro consiste no relato do cotidiano, para acompanhar o

desenvolvimento de cada aluno e ter suporte para tomar decisões. Ele não

deve ser uma tarefa burocrática, feita de modo mecânico, pois isso o torna

desprovido de significado. Deve-se relatar e registrar o cotidiano de forma

crítica, com base em aspectos que permitam um crescimento do processo

ensino aprendizagem.

“Para se construir o registro, é fundamental definir metas com

prioridades. É necessário diagnosticar e evidenciar as

dificuldades e os avanços dos alunos, sistematizando a

construção de saberes específicos, habilidades, competências,

aspectos sociais e psicológicos.” (NUNES & TEIXEIRA, 2008,

p. 171)

O registro utiliza a pesquisa e a observação como principal fonte e

permite o atendimento da diversidade, considerando a individualidade de cada

aluno. Nele devem estar contidos todos os dados relevantes sobre a vida

escolar do aluno, as questões afetivas, cognitivas e sociais, seus progressos,

suas dificuldades, suas relações intra e interpessoais, a participação da família

no processo de aprendizagem, o registro das estratégias utilizadas para

recuperar e avançar na aprendizagem desse aluno, enfim, todos os dados que

possam ajudar o aluno a alcançar uma aprendizagem efetiva e ao professor

auxiliá-lo nesse processo.

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Deve-se ressaltar também no registro qual o tipo de relação que o aluno

tem com seu aprendizado, se é consciente e ativo ou não, o que ele é capaz de

fazer sozinho ou com ajuda, se demonstra interesse e se esforça nas

atividades e porque age de determinada forma. Este instrumento, como

qualquer outro, deve levar em consideração as características específicas do

aluno e o contexto no qual ele está inserido.

O Portfolio

O portfolio é uma espécie de pasta com relatos do cotidiano, comentários

e informações específicas e detalhadas sobre o aluno. Ele pode ser utilizado

em várias áreas profissionais, adequando-o à especificidade de cada área. No

campo pedagógico, ele permite ao aluno construir sua própria aprendizagem,

valorizando todo o processo e permitindo que todos os envolvidos participem e

compartilhem seus resultados. Além disso, colabora para desenvolver a

autonomia do aluno e elevar sua auto-estima, proporcionando-lhe prazer e

maior motivação no processo ensino-aprendizagem.

O portfolio ajuda o professor a acompanhar melhor o desenvolvimento do

aluno, compreendendo a lógica utilizada por ele, ou seja, ele consegue

determinar o caminho que o aluno já percorreu e o modo como ele continua a

percorrer este caminho. Dessa forma, o professor pode atender às

necessidades do aluno em relação à aprendizagem de forma mais direta e

individualizada, intervindo de forma significativa e otimizando a aprendizagem.

Este instrumento permite ao avaliador ser avaliado também.

Além de auxiliar ao professor, o portfolio possibilita também ao aluno

acompanhar seu desenvolvimento e avaliar seu desempenho e seus

progressos. Caracteriza-se, por isso, como um instrumento de avaliação

participativa, interativa e retroativa da aprendizagem, constituindo-se, assim,

em um mecanismo de feedback permanente.

O portfolio demonstra que a aprendizagem do aluno não se dá de forma

linear. Por meio dele, percebe-se que o educando tem que vencer obstáculos

continuamente, passando por etapas de equilíbrio e desequilíbrio até a

acomodação e estruturação do novo conhecimento.

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Para que o portfolio seja melhor aproveitado, o professor deve determinar

claramente quais são os seus objetivos, estruturando os portfolios e

determinando que tipo de material (trabalhos, desenhos, registros, fotos, entre

outras atividades) é mais significativo e relevante, livrando-se assim o risco de

sobrecarregar o portfolio com informações que não são necessárias.

O professor pode, ainda, criar um “portfolio de ensino” e, nele, incluir

informações selecionadas acerca de seu trabalho docente. Desta forma, ele

reuniria informações, evidências concretas e dados específicos sobre a eficácia

de seus métodos, além de ter um material concreto para reflexão sobre suas

práticas. Outros propósitos podem ser acrescidos sobre a vantagem da

preparação de um portfólio pelo professor, como: a) documentar para si mesmo

a evolução de seu ensino ao longo do tempo; b) compartilhar a experiência

com outros membros do corpo docente; c) busca de subsídios relacionados ao

ensino; d) deixar um legado para a futura geração de docentes.

“[o uso de portfólios] integra informações e apreciações de

várias origens, que o professor vai incorporando, é um

processo de autoavaliação documentada e autenticada pela

contribuição dos outros autores alunos, colegas, funcionários

em geral, e outros, na instituição ou fora dela, no campo social

acadêmico e profissional” (PENNA FIRME, 1998)

Rubricas

Rubrica pode ser definida como uma indicação geral sobre um assunto.

Como instrumento de avaliação, ela caracteriza-se por conter dados básicos

que indiquem, de forma precisa e objetiva, o aprendizado e a competência do

aluno em determinado aspecto, permitindo aos envolvidos no processo (pais,

professores e alunos) estarem conscientes do mesmo e determinarem os

próximos passos nesse processo.

Este instrumento também provê os envolvidos de um feedback,

permitindo, se necessário, recomeçar o processo de forma diferente. Outro

ponto interessante é que os alunos, conforme vão se familiarizando com a idéia

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de rubrica, auxiliam a elaborar os instrumentos de avaliação, e isso ele

participa também da administração de seu aprendizado.

As principais características deste tipo de avaliação são a objetividade, a

nitidez e a facilidade de avaliar e acompanhar tarefas complexas, graduando

de forma progressiva o processo de aprendizagem e fornecendo meios de

superar dificuldade.

Autoavaliação

A autoavaliação permite o desenvolvimento autônomo e crítico do aluno,

além de torná-lo sujeito ativo e participativo de sua própria história. Ela permite

que o aluno reflita sobre o seu aprendizado e como ele o adquire, conhecendo,

assim, sua metacognição (conhecer o ato de conhecer). Por meio da

autoavaliação, o aluno pode criar estratégias para melhorar seu desempenho,

descobrindo suas dificuldades e desenvolvendo meios de superá-las. Além de

tornar o aluno mais responsável, permite a ele gerir seus conhecimentos e

assumir a responsabilidade que lhe cabe em seu desempenho, dando-lhe

confiança em suas capacidades e habilidades.

Deve-se manter o caráter crítico, reflexivo, dialógico e democrático nesta

forma de avaliação, para evitar que os alunos tenham medo de se avaliar de

verdade, mantendo a concepção de que a avaliação é sempre punitiva. O

professor também não deve utilizar a autoavaliação como um instrumento

negativo, estimulando os alunos a uma auto-punição por alguma atitude que

ele tenha tido no processo. A autoavaliação deve ajudá-lo na conquista de sua

autonomia, colaborando diretamente na formação de um cidadão mais pleno.

Sobre a autoavaliação, Nunes e Teixeira (2008) afirmam que:

“Neste tipo de avaliação, a relação entre professor e aluno é

uma relação dialógica, em que o aluno pode dialogar com o

docente acerca dos aspectos que precisam ser mais

trabalhados, para assim serem solidificados. A avaliação passa

a ser uma troca que aperfeiçoa o processo de ensino e

aprendizagem. Todos aprendem durante esse processo,

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criando uma dinâmica interna de inter-relação” (NUNES &

TEIXEIRA, 2008, pp. 181-182)

A escolha do instrumento de avaliação adequado é fundamental para o

desenvolvimento de um trabalho pedagógico eficaz junto ao aluno e deve ser

próprio aos objetivos da escola.

“O professor utilizará de suas potencialidades e habilidades

pedagógicas para escolher o momento adequado de aplicar

vários instrumentos em situações diversas. O importante é que

o docente entenda que o uso conjugado de técnicas e

instrumentos de avaliação auxiliará mais ainda o processo

ensino-aprendizagem, estimulando a criatividade e o

desenvolvimento do educando.” (ROCHA, 2008, p. 97)

Estes instrumentos demonstram que é possível avaliar o aluno em sua

totalidade, de forma democrática, justa e dialógica, permitindo sua participação

ativa no processo de aprendizagem e também na própria avaliação, além de

desenvolver sua visão crítica, sua autonomia e elevar sua auto-estima.

Também traz benefícios para o professor, já que ele conhece melhor seus

alunos, aprende a observar e a inovar ou adaptar suas práticas para obter um

melhor desempenho do aluno. Mas a conseqüência mais importante é para a

sociedade, que receberá cidadãos que obtiveram uma formação realmente

integral e desenvolveram suas competências de forma efetiva, tornando-se

capazes de construir uma sociedade mais justa e democrática.

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CONCLUSÃO

A partir do desenvolvimento deste trabalho, pudemos perceber a

importância da avaliação, não só para acompanhar o conhecimento adquirido

pelo aluno, mas também para auxiliar na aprendizagem do aluno.

Está mais do que na hora de abandonar os métodos que compõem a

“Pedagogia do Exame”, que incluem mecanismos de avaliação autoritários,

coercitivos, punitivos e excludentes, focados apenas nos resultados finais, e

que, além de não refletir o efetivo aprendizado do aluno, também não respeita

sua individualidade e seu ritmo de aprendizagem. Segundo Luckesi (2008),

estes métodos, além de não auxiliar a aprendizagem, ainda geram insegurança

por parte do aluno e contribuem para a seletividade social.

No modelo contemporâneo de avaliação, o foco está na aprendizagem e

no desenvolvimento de competências, e a avaliação atua como instrumento

diagnóstico e de acompanhamento do processo ensino-aprendizagem.

Isso é defendido, inclusive na legislação: a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Brasil, 1996) aponta um caminho para a avaliação do

rendimento escolar do aluno que considere uma avaliação contínua, em

detrimento a avaliações.

Considerar as características individuais do aluno e a sua história,

trazendo o cotidiano para dentro da sala e contextualizando o conhecimento, é

fundamental para que ele consiga se desenvolver. E a avaliação, nessa forma

de aprendizagem, para ser justa, deve ser contínua, acompanhando a

construção e a reconstrução desse conhecimento.

A relação professor-aluno é fundamental na aprendizagem, pois além do

conteúdo, o professor influenciará a formação de valores dos alunos.

Estabelecer uma relação de confiança, afeto e respeito mútuo influenciará os

resultados obtidos.

Acompanhar de perto seus alunos e avaliá-los continuamente, fará com

que o professor reflita sobre sua prática e reveja sua metodologia, adaptando-

as para que atinjam a todos os alunos. Isso se torna mais viável se o professor

conhecer seu aluno e seu universo sócio-cultural e estiver atento ao fato de

que os domínios cognitivo e afetivo caminham juntos. A afetividade é

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fundamental na constituição e funcionamento da inteligência, e a interação

social é determinante para a construção do conhecimento.

O melhor meio para caminhar rumo ao sucesso na aprendizagem é o

professor estabelecer uma relação dialógica com seus alunos, e que sejam

analisados os caminhos, as dificuldades e as decisões que precisam ser

tomadas para melhorar a aprendizagem. Um ponto a ser lembrado é que os

cursos de formação de professores devem também ter uma articulação maior

com o contexto educacional, de forma a preparar melhor o professor para que

este promova práticas avaliativas que contribuam para o crescimento do aluno,

preparando-o para ser um cidadão.

Segundo Gardner (1995), com sua Teoria das Inteligências Múltiplas, os

alunos são beneficiados se têm a oportunidade de aprender de formas

diferentes, adequadas a ele, e também terão sucesso se puderem demonstrar

o que aprenderam de várias formas. E a avaliação deve considerar todas as

estas formas de expressar conhecimento que os alunos apresentem.

A escola tem também como função preparar o aluno para viver em

sociedade e, para isso, ele deve desenvolver certas competências

indispensáveis, deve ser capaz de utilizar recursos cognitivos (saberes,

capacidades, informações etc.) para resolver determinadas situações. Este é

mais um motivo pelos quais a escola deve aproximar o conteúdo aprendido às

situações vividas pelos alunos, e treinar as competências desenvolvidas, para

que o aluno seja capaz de gerir sua vida e participar ativamente para melhorar

a sociedade em que vive.

A avaliação deve também prover o professor de um feedback para que

este reformule seus métodos e permita a aprendizagem efetiva por pare dos

alunos. Para isso há diversos instrumentos e, no presente trabalho, foram

apresentados quatro: o registro, o portfolio, a rubrica e a autoavaliação. Estes

instrumentos podem ser utilizados isoladamente ou combinados entre si ou

com outros instrumentos, e permitem que o professor conheça o aluno, sua

trajetória, seus métodos de aprendizagem, além de permitir a intervenção do

professor quando necessário.

A avaliação da aprendizagem, se realizada de forma democrática,

dialógica, considerando o aluno em sua totalidade, permitindo a participação

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ativa dele no processo de aprendizagem e de avaliação, traz ganhos para

todas as partes. O aluno, além de resultados melhores, desenvolverá sua

autonomia, sua visão crítica, além de elevar sua auto-estima. O professor

passa a conhecer melhor seus alunos, acostuma-se a observar, e percebe a

necessidade de modificar seus métodos para auxiliar a construção do

conhecimento do aluno e atingir os objetivos planejados. E a sociedade

receberá cidadãos que obtiveram uma formação realmente integral e

desenvolveram suas competências de forma efetiva, tornando-se capazes de

construir uma sociedade mais justa e democrática.

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ANEXO I

MODELO DE RUBRICA

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(NUNES & TEIXEIRA, 2008, pp. 205-206)

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ANEXO II

MODELO DE REGISTRO

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(NUNES & TEIXEIRA, 2008, pp. 207-210)