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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
SOB O CUIDAR HUMANIZADO DA ENFERMEIRA: O RECÉM
NASCIDO RECEBE OS CUIDADOS IMEDIATOS
Por: Mirian Cavalcante Cardoso
Orientador
Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
SOB O CUIDAR HUMANIZADO DA ENFERMEIRA; O RECÉM
NASCIDO RECEBE OS CUIDADOS IMEDIATOS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Docência do Ensino
Superior
Por: Mirian Cavalcante Cardoso.
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AGRADECIMENTOS
Ao Deus todo poderoso,
onisciente, onipotente e onipresente.
Por sua grande misericórdia dando-me
sabedoria, saúde e disposição para ir
até o fim. A minha equipe de trabalho
que sempre me apoiou. Aos amigos de
turma que compartilharam na busca de
conhecimentos e hoje a conquista de
um sonho realizado.
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DEDICATÓRIA
.Ao meu amado esposo Itamir,
companheiro e amigo, que mesmo após
horas de trabalho e estudo, me aguardava
pacientemente com muito amor, carinho e
compreensão, sem o qual esta nova
etapa não aconteceria. Compartilho mais
este momento sublime de realização
profissional e pessoal. Aos meus
adoráveis filhos, Deise e Itamir com seus
cônjuges Jeferson e Juliana que me vêem
como exemplo. A torcida significou muito.
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RESUMO
O objeto de estudo deste trabalho está voltado para as estratégias do cuidar
que a enfermeira utiliza para enfatizar a importância dos cuidados imediatos
com o recém nascido. A preocupação da enfermeira está em receber o recém
nascido honrosamente, observando-o, esperando-o acomodar-se, ampliando
sua visão para o todo. Vendo-o como cidadão, priorizando o atendimento
integral, garantindo uma assistência de qualidade dentro da essência da
profissão e satisfação profissional do dever cumprido. Os objetivos deste
estudo são: (1) Trazer para os profissionais de saúde a política da
humanização. (2) Que os profissionais de saúde (enfermeiros e pediatras)
vivenciem e ponham em prática os conceitos de conscientização,
sensibilização, interesse, respeito e consideração. Observa-se no contexto
deste estudo, que a enfermeira ao assistir o recém nascido deve possuir
conhecimento técnico-científico e aspectos afetivos. Isso se deve ao fato de
tratar-se da qualidade de vida do recém-nascido independente de
possibilidades terapêuticas. Este estudo foi realizado com o propósito de
contribuir para a humanização da assistência ao recém nascido, visando o
cuidar pautado nos princípios da humanização, o que implica no resgate de
valores essenciais e na valorização da subjetividade das pessoas assistidas, o
que aqui, trata-se da valorização da subjetividade do recém nascido,
procurando que toda equipe de saúde esteja vivenciando e colocando em
prática tais conceitos.
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METODOLOGIA
O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica de abordagem
qualitativa com característica descritiva e explicativa objetivando a investigação
do tema proposto.
Segundo Gil (2006), a pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que
aquele que poderá pesquisar diretamente. Esta vantagem só torna
particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados
muitos disperso pelo esforço.
Segundo Minayo (2002), a pesquisa qualitativa é aquela que responde a
questões como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento, o que
corresponde a um espaço mais profundo de relações dos processos de
investigação e dos fenômenos que podem ser reduzidos à operacionalização
de variáveis.
Segundo Leopardi (2001) tenta-se compreender um problema da
perspectiva dos sujeitos que o vivenciaram, ou seja, parte de sua vida diária,
sua satisfação, desapontamentos, surpresas e outras emoções, sentimentos e
desejos. Atenta-se, portanto ao contexto social no qual o evento ocorre.
Esse estudo bibliográfico de abordagem qualitativa, a qual buscou-se
informações em instituições públicas e privadas, através da análise documental
da produção científica de enfermagem, limita-se ao programa do cuidar
humanizado da enfermeira no atendimento imediato ao recém nascido para
implantação da atenção humanizada. Portanto, fundamentada nesses
conhecimentos o qual permite buscar uma nova cultura de atendimento ao
cuidado humanizado optamos por esse tipo de pesquisa na expectativa
favorável e obtenção de subsídios indispensáveis para atingir os objetivos a
partir da orientação da enfermeira como estratégia valiosa no aprofundamento
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da temática no âmbito hospitalar, além de fornecer subsídios para a redação da
introdução e revisão de literatura.
A coleta de dados foi realizada no período de Setembro de 2012 a
Fevereiro de 2013 em bibliotecas públicas e privadas, através da análise
documental da produção científica de enfermagem, tendo como base, sites,
revistas periódicas, artigos, livros, monografias e teses.
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SUMÁRIO
Pág.
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Reflexão 11
CAPÍTULO II - Humanização na Assistência 16
CAPÍTULO III – O Cuidado Imediato ao Recém Nascido 22
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA 34
ANEXOS 31
ÍNDICE 36
FOLHA DE AVALIAÇÃO 37
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho monográfico ressalta o desejo do sexo feminino de
ser mãe no contexto de uma sociedade, anseio este que tem amparo em nossa
lei, a Constituição Federal de 1988, que em sua sábia redação garantem a
todos o direito à vida e nas leis ordinárias dela extraída seguem o mesmo
passo, valorizando e garantindo a vida que é o bem maior indisponível. Um
recém nascido ao chegar a este mundo, depende do enfermeiro capacitado
para os cuidados especiais, garantindo sua qualidade de vida.
O Manual do Ministério da Saúde (2001) faz notório que os principais
cuidados imediatos como liberação das vias aéreas superiores, controle da
temperatura corporal, clampeamento e corte do cordão umbilical e exame físico
feito pelo pediatra e ao enfermeiro, mensuração, aplicação de vitamina K,
credeização com nitrato de prata a 1% e vacina anti-hepatite B, procedimentos
desconfortáveis e dolorosos, realizados em todos os recém nascidos oferecem
condições excelentes que objetivam auxiliá-los em sua transição da vida fetal
para vida extra-uterina.
No sistema hospitalar onde recebe a gestante em trabalho de parto
aguardando o nascimento do seu concepto, possibilitou a enfermeira deste
setor a adquirir uma postura holística ao cuidar desse recém nascido,
mostrando competência técnica científica, interação humana e compreensão
da existência do ser humano física, mental e espiritual.
Durante o desenvolvimento das atividades do profissional de saúde em
seu âmbito de trabalho cuidando do recém nascido no momento imediato ao
nascimento, está a importância de estimular um ambiente de cuidado humano,
atento às necessidades do outro, respeitando-o, escutando-o, prestando
atenção na maneira de ser e cuidar, favorecendo um ambiente humano, onde
requer do profissional uma articulação entre conhecimentos técnico-científico e
aspectos afetivos. Não importa se a criança é desejada e pertence a um lar
estruturado emocionalmente. O momento do nascimento traz otimismo.
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Esquecem-se os temores e as dúvidas sobre o futuro, a ansiedade sobre o
provento da família. Todos parabenizam aos pais e contemplam a felicidade
que esse novo ser oferece
Tendo a oportunidade de acompanhar não só a evolução tecnológica e a
qualificação cada vez maior da equipe de saúde nesta área, como também a
crescente valorização que vem sendo dada ao cuidado humanizado,
especificamente no campo da neonatologia, onde ocorre uma assistência
humanizada ao recém nascido após o nascimento, e o estímulo tátil é alterado,
o mesmo é especificamente assistido nu, exposto a corrente de ar, estresse do
frio e manuseio por profissionais e estímulos dolorosos.
Com isso, acredita-se que o resultado deste estudo possa contribuir
sensivelmente na condução da Humanização da assistência onde atualmente
tem sido apresentada como Política Nacional do Ministério da Saúde.
Conceito de Humanização da Cartilha Nacional de Humanização (2004)
diz que por Humanização entendemos a valorização dos diferentes sujeitos
implicados no processo de produção de saúde. Os valores que norteiam esta
política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilidade
entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a participação coletiva no
processo de gestão e a indissociabilidade entre atenção e gestão.
A humanização compreende o profissional como sujeito do processo,
permitindo-se ser humano em relação ao outro também humano, manifestando
a sua sensibilidade, tornando a ação e intervenção um ato completo e, ao
mesmo tempo, complexo, porque permite o encontro de duas realidades
diferentes, comportando necessariamente a compreensão, em todas as
dimensões. Sua implantação requer criatividade, reflexão coletiva, o agir
comunicativo e a participação democrática na busca de soluções para cada
realidade.
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CAPÍTULO I
REFLEXÃO
A motivação para realizar este estudo monográfico ocorreu devido às
experiências vivenciadas em uma Maternidade do Estado do Rio de Janeiro,
onde se pôde observar os diversos procedimentos e cuidados imediatos
prestados ao recém nascido. A Inquietação após várias observações de
manuseios e procedimentos dolorosos e necessários levam a enfermeira a
trazer para junto de si a política da humanização.
Comove a inocência desse novo ser diante de toda essa estimulação,
em especial com o modo de cuidar de alguns profissionais que desenvolvem
esses procedimentos ou cuidados de modo eminentemente mecanicista.
Conforme Waldow (2001) o cuidado na sua totalidade requer o
conhecimento do outro ser. O cuidador deve ser capaz de entender as
necessidades daquele a quem cuida, e de responder a elas de forma
adequada. Sabendo que a capacidade para o cuidado inclui o
autoconhecimento que é o que favorece o conhecimento do outro ser, isto
conduz à busca de um modelo mais humanista e crítico de assistir.
No processo de cuidar em enfermagem, a reflexão deve estar sempre
presente, ao lado a arte da enfermagem que pode ser identificada como a arte
de extrair significados na vivência dos cuidados; usando a lógica e o próprio
conhecimento e a experiência adquirida para cada situação e conduzir a prática
de enfermagem dentro de uma conduta moral que reflita os valores pessoais e
profissionais de forma harmoniosa.
A enfermeira, no seu cotidiano de trabalho, deve estar preparada para
liderar sua equipe (técnicos e auxiliares de enfermagem) visando o cuidado
humanizado com o recém nascido. Porém, em diversos serviços, há a
presença de múltiplos fatores que contribuem para que não haja atividades de
capacitação permanente, e estas são imprescindíveis para o processo de
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produção do cuidado humanizado. Comove a inocência desse novo ser diante
de toda essa estimulação, em especial com o modo de cuidar de alguns
profissionais que desenvolvem esses procedimentos ou cuidados de modo
eminentemente mecanicista.
Conforme Waldow (2001) o cuidado na sua totalidade requer o
conhecimento do outro ser. O cuidador deve ser capaz de entender as
necessidades daquele a quem cuida, e de responder a elas de forma
adequada. Sabendo que a capacidade para o cuidado inclui o
autoconhecimento que é o que favorece o conhecimento do outro ser, isto
conduz à busca de um modelo mais humanista e crítico de assistir.
No processo de cuidar em enfermagem, a reflexão deve estar sempre
presente, ao lado a arte da enfermagem que pode ser identificada como a arte
de extrair significados na vivência dos cuidados; usando a lógica e o próprio
conhecimento e a experiência adquirida para cada situação e conduzir a prática
de enfermagem dentro de uma conduta moral que reflita os valores pessoais e
profissionais de forma harmoniosa.
No processo de humanização, a enfermeira é pessoa fundamental, pois
possui uma qualificação específica e poderá contribuir significativamente para
aprimorar a sua equipe, atuando como parceira, participando de discussões,
trazendo situações relevantes sob o aspecto de cuidar do recém nascido,
compartilhando questões e dilemas éticos, contribuindo determinantemente
para a mudança no assistir ao recém nascido na perspectiva da construção do
cuidado humanizado.
A enfermeira, independente de se haver na instituição atividades de
capacitação e qualificação continuada, necessita estar preparada para o papel
de educadora perante a equipe de enfermagem expressando conhecimentos e
experiências no exercício de suas funções, associando idéias de interesse,
estima, sentimentos de humanidade e respeito advindos através de gestos,
toques, tom de voz, postura. Essa é a verdadeira expressão da arte e da
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ciência do cuidado: a junção do conhecimento, das habilidades manuais, da
intuição, da experiência e da expressão da sensibilidade.
O Manual do Ministério da Saúde (2001) faz notório que os principais
cuidados imediatos como liberação das vias aéreas superiores, controle da
temperatura corporal, clampeamento e corte do cordão umbilical e exame físico
feito pelo pediatra e pelo enfermeiro, mensuração corporal, aplicação de
vitamina K, credeização com nitrato de prata a 1% e vacina anti-hepatite B,
procedimentos desconfortáveis e dolorosos, realizados em todos os recém
nascidos oferecem condições excelentes que objetivam auxiliá-los em sua
transição da vida fetal para vida extra-uterina.
Durante a recepção do recém-nascido imediatamente ao nascimento,
realizada no Centro Obstétrico hospitalar, são prestados cuidados imediatos.
Estes cuidados são classificados de acordo com as condições de vitalidade
geral do recém-nascido, verificada através da aplicação do índice de Apgar no
1° e 5° minutos de vida extra-uterina.
Os que precisam de intervenções extras, pela presença de alguma
condição patológica ou grau de asfixia, esta se dará de forma imediata, e será
realizada por profissional qualificado (pediatras e/ ou enfermeiras) com o
objetivo de garantir uma vida futura e sem sequelas. Para os que não precisam
dessas intervenções, que são a maioria, por apresentarem condições boas de
vitalidade, procedem-se na instituição convencional, os cuidados imediatos de
rotina.
Conforme Avery (1999) na área de neonatologia, a evolução tecnológica
e a qualificação cada vez maior da equipe de saúde, como também a crescente
valorização que vem sendo dada ao cuidado humanizado especificamente
nesse campo, busca-se desenvolver uma assistência humanizada ao recém-
nascido após o seu nascimento, rompendo-se com a ótica dominante da
atenção que é mecanicista e rotinizada, onde o recém nascido tem o estímulo
tátil alterado, é especificamente assistido nu, exposto a corrente de ar, ao
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estresse do frio, a estímulos dolorosos, e ao manuseio excessivo por
profissionais.
Segundo a Cartilha Nacional de Humanização da assistência do
Ministério da Saúde (2004, p.3), o conceito do termo Humanização:
“... a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde. Os valores que norteiam esta política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a corresponsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a participação coletiva no processo de gestão e a indissociabilidade entre atenção e gestão.”
A humanização da assistência compreende o profissional como sujeito
do processo, permitindo-se ser humano em relação ao outro também humano,
manifestando a sua sensibilidade, tornando a ação e intervenção um ato
completo e, ao mesmo tempo, complexo, porque permite o encontro de duas
realidades diferentes, comportando necessariamente a compreensão, em todas
as dimensões. Sua implantação requer criatividade, reflexão coletiva, o agir
comunicativo e a participação democrática na busca de soluções para cada
realidade.
Diante de toda essa temática, o objeto deste estudo está voltado para o
cuidar humanizado que a enfermeira utiliza para apontar a assistência
humanizada durante os cuidados imediatos ao recém nascido.
. A sua relevância está na contribuição que traz, no sentido de se
reforçar para os cuidadores de recém nascidos, que qualidade técnica da
assistência tem que estar associada à qualidade do cuidado humano e toda a
sua subjetividade e sensibilidade. Isto possibilita o crescente reconhecimento
por parte dos profissionais, da importância da realização dos procedimentos
benéficos e necessários para o recém nascido, porém, evitando intervenções
desnecessárias e produzindo ações que miniminizem o desconforto causado
por alguns procedimentos dolorosos e estressantes a estes seres pequeninos.
Baseado em tais argumentos postulou-se os seguintes objetivos:
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1 – Trazer para os profissionais de saúde a política da humanização.
2 – Colaborar para que os profissionais de saúde (enfermeiros e pediatras)
vivenciem e ponham em prática os conceitos de conscientização,
sensibilização, interesse, respeito e consideração.
A contribuição é para incentivar o processo de capacitação aos
profissionais e a possibilidade de reflexão acerca de sua prática diária e da
construção de uma nova prática assistencial ao recém nascido pautada no
cuidado humanizado. E ainda auxiliar as equipes de saúde que desempenham
esta grande tarefa no Centro Obstétrico, por colocarem seus conhecimentos à
serviço do recém nascido, reconhecendo os momentos críticos, realizando as
intervenções necessárias, assegurando-lhes a saúde.
Lembrando-lhes sempre que são os primeiros que irão amparar e tocar
estes seres indefesos, os quais requerem por parte da equipe de saúde uma
conduta de afeto, carinho e sensibilidade. Com isso, acredita-se que o
resultado deste estudo possa contribuir sensivelmente na condução da
humanização da assistência, o que atualmente tem sido apresentada como
Política Nacional do Ministério da Saúde (2004) a ser implementada no âmbito
do Sistema Único de Saúde.
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CAPÍTULO II
HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA
Neste capítulo, iniciaremos a abordagem, pelo parto, um acontecimento
social, pelo qual se incorpora ao meio onde vivemos e existimos um novo ser
humano.
A gravidez e o parto são eventos sociais que integram a vivência
reprodutiva de homens e mulheres e constituem uma experiência humana das
mais significativas, com forte potencial positivo e enriquecedor para todos que
dela participam.
Durante o trabalho de parto, existem em diversos momentos,
ansiedades que se iniciam desde os primeiros sintomas até o término do parto
onde se destaca o significado biológico do processo com o afastamento de dois
seres que até o presente instante viveram juntos, um dentro do outro, em
conexão de íntimo contato duradouro. Ao iniciar a expulsão, o recém nascido
adquire vida própria, e neste momento fica incumbido de realizar diversas
funções fisiológicas que até então eram cumpridas pela mãe como a
respiração, a alimentação, as funções de eliminação, dentre outras.
2.1 O processo de nascimento
O processo de nascimento significa muito esforço físico e emocional
para mãe e filho. O trabalho de parto é anunciado geralmente por contrações
brandas do útero, a intervalos regulares e espaçados, que são sentidas pela
mãe sob a forma de pressão profunda. O colo do útero dilata-se lentamente e
quando se completa, a cabeça do feto encaixa-se dentro do colo, o saco
amniótico, o fluído que envolveu o feto durante sua vida uterina, rompe-se.
As contrações tornam-se cada vez mais fortes e menos espaçadas. O
feto vai sendo empurrado para baixo, através do canal vaginal, e aí se dá o
“coroamento” e o mesmo nasce. Alguns segundos depois o recém nascido
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respira sozinho, o que requer um grande esforço. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2001)
2.2 – O cuidado humanizado
O cuidar no processo do parto envolve um conjunto de conhecimentos,
práticas e atitudes, visando um nascimento saudável e prevenindo a morbi-
mortalidade perinatal, iniciado desde o pré-natal e procurando garantir a
realização, pela equipe de saúde, de procedimentos comprovadamente
benéficos para a mãe e o recém-nascido, evitando as intervenções
desnecessárias e preservando sua privacidade e autonomia.
Os profissionais de saúde participam desta experiência desempenhando
importante papel, tendo a oportunidade de colocar seus conhecimentos a
serviço do bem-estar do recém nascido, reconhecendo os momentos críticos
em que as intervenções são necessárias para assegurar a saúde do mesmo,
minimizando a dor, dando conforto, lembrando sempre de seu importante papel
social, pois são os primeiros que tocam nesses pequeninos e devem ter em
mente as três dimensões de cuidados: pessoal (íntimo), social (público), e o
profissional (responsabilidade).
A cuidadora no processo de cuidar, no seu verdadeiro sentido, relaciona-
se com o outro ser exprimindo seu conhecimento e sensibilidade,
demonstrando habilidade técnica e espiritualidade, elevando-o, e auxiliando-o a
crescer (WALDOW, 2001).
Nesse sentido, humaniza-se o atendimento através do reconhecimento
da individualidade daquele que está sendo assistido. A noção de humanização
levada para a forma de assistência valoriza a qualidade do atendimento do
ponto de vista técnico, porém, reconhece os direitos do cliente, tendo
sensibilidade, respeito e solidariedade.
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2. 3 – O recém nascido
O recém nascido também é cidadão, e para manipularem o seu corpo
precisam, interagir com ele, respeitá-lo, cuidar dele. O profissional de
enfermagem não pode consistir unicamente na assistência daquilo que é visível
no corpo. Estender a sua visão para o todo é uma necessidade. Tocá-lo
carinhosamente é de grande importância para o relacionamento do enfermeiro
com o recém nascido. O cuidado está intimamente ligado ao toque. O cuidado
exige aproximação (CONCEIÇÃO, 2004).
Figura 1- O recém nascido
Fonte: FOTOSEARCH, 2012
O corpo humano é preparado física e mentalmente para responder a
qualquer estímulo externo e através dos cuidados prestados, recebe estímulos
que dão sensação de conforto ou desconforto. Muitas vezes, o recém nascido,
quando manuseado durante a realização de procedimentos dolorosos como as
punções, pode perceber negativamente o toque dos profissionais de
enfermagem. Isto se deve pelo fato de que o ato de cuidar implica no tocar,
olhar, cheirar, falar dentre outros. (CONCEIÇÃO, 2004).
2.3.1 – O choro do recém nascido
O choro cumpre um papel essencial na expressão dos sentimentos e
pode ser reparado como uma reação de alegria ou de tristeza e para o recém
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nascido é um comportamento universalmente adaptativo por seu caráter
completamente dependente, física e psicologicamente, necessitando de
providência completa. Esse cuidado é a promoção de conforto e bem-estar, é
mais do que retratação simples de suas necessidades fisiológicas e alívios de
tensões.
O choro é o modo mais singelo que o recém-nascido apresenta para
transmitir as suas necessidades psíquicas, exteriorizando a excitação, o mal-
estar, o sofrimento e a dor, revelando assim seus sintomas subjetivos, e
exprimindo suas queixas e sensações desagradáveis. Aquele choro que clama
para que prestem atenção em suas necessidades e incômodos, é julgado como
normal ou fisiológico, sendo avaliado pela duração e intensidade, dependendo
do estímulo que o provoca.
2.3.2 – O sentido da pele
A pele percebe as sensações de calor, frio, dor e pressão (tato), sendo
um dos órgãos mais extensos do corpo, fazendo o limite com o meio ambiente,
envolvendo-o, protegendo-o, impedindo a entrada de microrganismos e
substâncias estranhas, evitando a perda excessiva de água dos tecidos e
auxiliando na manutenção de temperatura corporal. É também o suporte de
microrreceptores que se encontram distribuído por toda a superfície cutânea
permitindo perceber as sensações táteis, térmicas, de dor e de pressão. A
camada mais superficial da pele é a Epiderme, abaixo a Derme e mais
profundamente a Hipoderme. De todas as sensibilidades, a dolorosa é a que se
encontra mais espalhada pelo corpo. (TOMITA, 2002).
Segundo Hanh (2001) a Epiderme e Derme, são sensíveis à recepção
de estímulos táteis, térmicos e dolorosos devido à enervação abundante à nível
da derme. Age como uma barreira entre o meio interno e o meio ambiente
oferecendo funções especiais como: proteção contra infecção e contribuição no
controle hídrico e de temperatura. Devido a isso proteger e preservar a pele do
recém-nascido é decisivo na sua boa evolução
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2.3.3 – O sentido do toque
É tocando o recém nascido que se comunica com ele. É importante o
contato e a maneira de tocar porque a pele do recém nascido tem uma
sensibilidade apurada da qual nem desconfiamos. E as mãos que o manipulam
e o tocam tem que ser mãos delicadas, amáveis e ter noção do quê, o recém
nascido conheceu até então, somente o aconchego do útero.
Figura 2. Toque do recém-nascido.
Fonte: PÓPULO, 2012
E agora, após o seu nascimento, tudo lhe é novo, desconhecido e pode
aterrorizá-lo; e tudo aquilo que lhe é reconhecível, ou familiar, poderá acalmá-
lo. Então é necessário e suficiente que as mãos que o tocam falem uma
linguagem de paz. Que sejam mãos calmas, mãos jeitosas, mãos de ternura.
Segundo Boff (2012).
“Cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”.
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2.3.4 – Como tocar o recém nascido
O simples ato de tocar manifesta um cuidado não-verbal traduzindo uma
sensação de segurança e bem-estar. Durante o cuidado, o toque é uma
maneira de aproximar o cuidador e o ser cuidado despertando sentimento e
estimulando entre eles através da assistência a possibilidade de troca,
solidariedade e reciprocidade. Nesse sentido, para Figueiredo (2001, p.58)
“Muitas práticas no campo da saúde, não são totalmente científicas, mas fica a cargo do contexto e da conduta do profissional adotá-las conforme a situação impõe. Existem assim, intensas subjetivações no campo do cuidado que extrapola a técnica e cai no campo da subjetividade”.
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CAPÍTULO III
OS CUIDADOS IMEDIATOS AO RECÉM
NASCIDO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou no ano de 1996, a
seguinte publicação: Assistência ao Parto Normal: Um Guia Prático, que é o
relatório do grupo técnico de trabalho sobre o parto normal, que no capítulo em
que aborda os cuidados imediatos ao recém-nascido, trabalha com as
recomendações do grupo técnico de trabalho sobre a assistência essencial ao
recém-nascido (OMS, 1996), que trazem a seguinte abordagem:
- Imediatamente após o nascimento, deve-se verificar o estado geral do recém-
nascido;
- Os cuidados imediatos consistem em verificar a permeabilidade das vias
aéreas, manutenção da temperatura corporal, clampeamento e secção do
cordão umbilical e a colocação do recém-nascido ao seio materno o mais
precoce possível.
Nesse processo, os principais objetivos da assistência imediata ao recém
nascido são:
- Proporcionar a todos os recém nascidos, condições ótimas que visam auxiliá-
los em sua adaptação a vida extra uterina.
- A equipe (pediatra e enfermeira) deve estar capacitada para intervir
imediatamente nos casos que apresentem condições patológicas que o
coloquem em situações de risco de vida.
Para a assistência ao recém nascido normal, o Ministério da Saúde (2001,
p.128), enfatiza que:
“... para a assistência ao recém-nascido normal, que constitui a maioria das situações, nada mais deve ser
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feito além de se enxugar, aquecer, avaliar e entregar para a mãe para o primeiro contato íntimo e precoce”.
Para avaliar as condições gerais de um recém nascido, imediatamente
após o nascimento, segundo as recomendações da Organização Mundial de
Saúde (1996), o recém nascido deve ser seco com compressas ou toalhas
aquecidas enquanto é colocado sobre o abdomem ou os braços maternos. Ao
mesmo tempo avalia-se o estado geral do recém nascido e verifica-se sua
permeabilidade aérea se necessário.
É extremamente importante manter sua temperatura corporal; recém
nascidos expostos a salas de partos frias podem sofrer quedas importantes da
temperatura corporal e isto propicia problemas metabólicos.
O contato pele-a-pele entre o recém nascido e sua mãe, propicia um
ótimo controle térmico. Os recém nascidos em contato imediato com sua mãe
são colonizados pela microbiota da pele materna, o que é infinitamente melhor
do que ele ser colonizado por bactérias hospitalares da equipe profissional; e,
psicologicamente, este contato imediato, estimula o recém nascido e sua mãe
a se reconhecerem após o parto. Assim, o primeiro passo para o sucesso do
aleitamento materno está sendo dado.
Então, o mais imediato cuidado ao recém nascido normal, é o contato
imediato com o calor da sua mãe. Assim sendo, todos os procedimentos de
rotinas habituais, como aferição de dados antropométricos, vacinação,
credeização, higienização, devem ser realizados após este primeiro cuidado,
que é o cuidado primordial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
3.1 - A rotina de cuidados técnicos imediatos ao recém nascido
3.1.1 – Identificação
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Identificar com pulseira confeccionada em plástico. Constar o nome da mãe, sexo, data e hora do nascimento. Se houver a ocorrência de parto múltiplo, deverá constar a ordem do nascimento (I, II, III gemelar).
3.1.2 – Medidas antropométricas
Peso - fazer desinfecção com álcool a 70% na balança e cobri-la com
papel descartável para proteger o recém-nascido de infecções e do frio. Levar
o recém nascido protegido das correntes de ar até a balança e proceder a
pesagem em período de tempo breve.
Estatura - com o recém nascido deitado na unidade de calor irradiante
(UCI) ou no berço aquecido, medir com fita métrica da região occipital até o
calcâneo do recém nascido. Nunca pendurá-lo pelos pés.
Perímetro Cefálico – circundar com fita métrica a cabeça do recém
nascido da proeminência frontal ao occipital, este dado é importante, pois serve
para avaliar a ocorrência de micro ou macrocefalia.
3.1.3 – Método de credeização
Trata-se de um procedimento realizado logo após o nascimento que
promove a profilaxia da oftalmia gonocócica no qual é instalada uma gota do
colírio de nitrato de prata a 1% em cada olho do recém nascido. É o melhor
método aprovado e universalmente aceito para essa profilaxia. Deve-se ter o
cuidado de aplicar a gota no saco conjuntival de cada olho e nunca sobre o
globo ocular. É um procedimento doloroso, pois o medicamento arde e o recém
nascido não consegue abrir os olhos.
Para se amenizar o sofrimento, deve-se manipular cuidadosamente as
pálpebras para espalhar a gota, retirar o excesso de nitrato de prata 1% das
pálpebras e da pele ao redor com gaze embebida com água esterilizada para
evitar uma mancha marrom ou preta na pele ao redor dos olhos. Nunca utilizar
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soro fisiológico, pois, precipita os sais de prata, provocando queimadura na
pele. Não lavar os olhos, deixar o nitrato de prata 1% agir logo após a
instilação, para que seja eficaz. A medicação é fotossensível. No final do
frasco, o produto terá maior concentração de nitrato de prata devido aos sais
precipitados, podendo causar conjuntivite química no recém nascido.
(FIGUEIREDO, 2003)
3.1.4 – Administração da vitamina K
É recomendado para todos os recém nascidos, logo após o nascimento,
com o propósito de se prevenir a doença hemorrágica neonatal. Administra-se
uma única dose 0.5mg para recém nascido pré-termo e 1mg para recém-
nascido a termo) na primeira hora de vida, por via intramuscular, no vasto
lateral da coxa esquerda, utilizando-se agulha 13 x 4,5 a fim de corrigir
qualquer defeito de coagulação e auxiliar na prevenção de doença
hemorrágica. Protegê-la da luz e do calor, é fotossensível, podendo ser
utilizada até 12 horas após ser aspirada. Após as 12 horas a vitamina K oxida.
3.1.5 – A vacinação contra hepatite B
De acordo com a vigilância epidemiológica, como medida de controle da
hepatite B essa aplicação faz parte do calendário vacinal mínimo obrigatório, é
o início do esquema de imunização do recém nascido contra a hepatite B. São
três doses para conferir imunidade. A 1ª dose ao nascimento com agulha
(20x55) por via intramuscular, no vasto lateral da coxa direita, por ser uma
massa muscular bem desenvolvida, um mês depois a 2ª dose e aos 6 meses a
3ª dose. Para armazenamento da vacina, manter o frasco-ampola em uso
dentro do refrigerador, não expondo ao ambiente desnecessariamente, pois a
vacina é termossensível (manter a cadeia de frio). Controlar a dose
administrada através da checagem na prescrição e Cartão do recém nascido,
datando e assinando, comprovando o início do esquema vacinal.
26
3.1.6 – Higienização corporal
Quando houver necessidade de banhar o recém nascido ainda no
Centro Obstétrico, deve-se utilizar somente água morna e sabão neutro.
Remover os resíduos do parto: sangue, líquido amniótico, mecônio e sujidades,
como fezes maternas, reduzindo a colonização microbiana. Não retirar o vérnix
caseoso (substância lipídica presente na pele do recém nascido ao
nascimento), pois é um fator de proteção e hidratação natural.
Conforme Hanh (2001) “além de alterar o ph, o banho remove o vérnix,
que tem a função de proteger contra o trauma, infecção, hipotermia e cicatrizar
feridas. Sua principal função é de barreira mecânica.”
Figura 3 – Vérnix caseoso
Fonte: HAHN, 2012.
O banho é uma oportunidade para a enfermeira realizar muito mais do
que a higiene. É um excelente momento para observar o comportamento do
recém nascido, como irritabilidade e atividade muscular, o banho promove ao
recém nascido conforto e relaxamento.
3.1.7 – O curativo umbilical
Deve-se realizar anti-sepsia com álcool a 70%, que por ser incolor, não
irá mascarar sinais de infecção (hiperemia e secreção), promove a
27
desidratação do coto umbilical auxiliando na mumificação e queda precoce.
Atentar para não deixar o álcool escorrer para a pele circunvizinha, pois o
mesmo desidrata a pele sensível do recém nascido, predispondo-o a
rachaduras e possibilitando infecção. (FIGUEIREDO, 2003).
28
CONCLUSÃO
Este processo de revisão bibliográfica permitiu a constatação de que o
processo de humanização é viável através do compartilhamento de
conhecimentos e de sentimentos. É a técnica associada à subjetividade das
pessoas. Aqui falamos da pessoa do recém nascido que deve ser tocado
carinhosamente, acariciado e confortado, principalmente na realização
daqueles procedimentos dolorosos como administração das vacinas. Agindo
assim, faremos com que o efeito negativo da dor seja breve. Este estudo
permite identificar que os cuidados imediatos prestados ao recém nascido
devem ser adequados às suas necessidades, seja com maior ou menor grau
de complexidade.
Não se discute aqui neste trabalho, os efeitos benéficos que a rotina de
cuidados imediatos promove ao recém-nascido, o que aqui se coloca em
questão, é o momento certo para a realização de cada procedimento. A isso
também se dá o nome de humanização da assistência, e o papel da enfermeira
como elemento transformador deste cotidiano de assistir é fundamental. Esse
processo se fará também através do questionamento das rotinas padronizadas
e tão marcadas que estão acima da centralidade da pessoa assistida.
Neste trabalho, confirmou, através da revisão de literatura científica, que
existem evidências suficientes para se questionar e se abolir de vez toda a
assistência baseada no mecanicismo ao recém nascido. Tornar a prática
assistencial pautada nos valores da humanização implica para os profissionais
que o assistem numa nova abertura para o outro, que seja capaz de romper
com padrões de rotinas hospitalares tão antigas, quanto desnecessárias.
Afinal, como já abordadas aqui neste trabalho: para os recém nascidos
normais, que são a maioria, qual é o melhor cuidado imediato? A luz
incandescente, a manipulação excessiva, o frio, a dor, a separação ou o colo, o
calor e o cheiro materno? Já sabemos a resposta há muito, agora fica a
necessidade de nos fazermos instrumentos de transformação da nossa própria
29
lida, em benefício daquele que é assistido e que é a nossa razão de ser
enquanto profissional. As rotinas devem ser usadas em benefício sempre, e
para isso devem ser “flexibilizadas” ou até modificadas, assim diminuiremos
todo o tecnicismo dominante e trabalharemos rumo à humanização da
assistência.
O Programa e Projeto da Saúde em Benefício das Crianças Brasileiras,
onde o objetivo é reduzir a Morbimortalidade de crianças de zero a cinco anos
de idade, contribuiu para que os indicadores fossem impactados pelas políticas
que visam a melhoria da qualidade de assistência, implementada no âmbito do
Sistema único de Saúde. Apresentou grandes avanços sempre visando o
resgate da cultura da amamentação. Novas ações poderão ser implantadas e
reverter os índices de desmame precoce.
Desta forma, espera-se ter propiciado à comunidade científica uma
contribuição para a melhoria da qualidade da atenção prestada ao recém
nascido nos cuidados imediatos, levando rumo à construção de um olhar
ampliado sobre a produção do cuidado em saúde.
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ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Internet, http://www.unicef.org/brazil OS Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno
Anexo 2 >> Internet; http://www.scielo.br Programas e Projetos em Benefício das crianças brasileiras.
Anexo 3 >> Internet, http://bsmsaude.gov.br Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno
Anexo 4 >> Internet, Figura 1- O recém-nascido - Fonte: FOTOSEARCH, 2012.
Anexo 5 >> Internet, Figura 2. Toque do recém-nascido. Fonte: PÓPULO, 2012
Anexo 5 >> Internet Figura 3– Vérnix caseoso - Fonte: HAHN, 2012.
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ANEXO 1
OS Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno
1 – Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser
rotineiramente transmitida a toda a equipe do serviço.
2 – Treinar toda a equipe, capacitando-a para implementar essa norma.
3 – Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo da amamentação.
4 – Ajudar a mãe a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto.
5 – Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.
6 – Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tenha indicação clínica.
7 – Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia.
8 – Encorajar a amamentação sob livre demanda.
9 – Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentando
10 – Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio à amamentação, para onde as mães devem ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.
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.ANEXO 2
Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil
Programas e Projetos da Saúde da Criança: responsabilidades compartilhadas em benefício das crianças brasileiras
Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área da Saúde da Criança
Ministério da Saúde, desde 1984, vem priorizando ações básicas de saúde que possuem comprovada eficácia na redução da morbimortalidade infantil: a atenção ao recém-nascido, a promoção do aleitamento materno, o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da criança, as imunizações e a prevenção e o controle das doenças diarréicas e das infecções respiratórias agudas, visando incrementar a capacidade resolutiva dos serviços na atenção à criança. Nesse sentido, algumas iniciativas têm sido desenvolvidas com sucesso no Brasil.
Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC)
Hospitais/maternidades da rede e prestadores conveniados do SUS vêm redirecionando suas práticas e rotinas visando a promoção, a proteção e o apoio ao aleitamento materno e tornando-se referência na atenção humanizada à mãe e ao recém-nascido. A IHAC estabelece dez passos e cinco critérios para alcançar o título que é reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O Ministério da Saúde vem capacitando profissionais e apoiando hospitais nesta iniciativa, aumentando o aporte financeiro e repassando um incentivo por procedimentos obstétricos realizados nos hospitais credenciados como Amigos da Criança. Até o momento, o Brasil já conta com 213 hospitais credenciados como Amigo da Criança. Em junho de 2001, foi publicada a Portaria nº 29 que estabelece novos requisitos para o credenciamento e reavaliação dos hospitais. Outras ações encabeçam as estratégias que ampliam a atuação do Programa de Saúde da Criança.
Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso: Método Mãe-Canguru
A adoção das Normas de Atenção Humanizada do Recém-Nascido de Baixo Peso (Método Canguru) nas maternidades de atendimento de alto risco do SUS melhora, substancialmente, as chances de vida do recém-nascido de baixo peso ou prematuro. A estratégia é essencial na promoção de uma mudança institucional na busca da atenção à saúde, centrada na humanização da assistência e no princípio da cidadania da família. O Método Canguru é um tipo de assistência neonatal, de livre escolha da família e visa proceder ao atendimento humanizado e de qualidade ao recém-nascido de baixo peso. Além de proporcionar maior apego na relação família-bebê, incentiva a prática do aleitamento materno, reduz o tempo de internação e diminui os riscos de infecção hospitalar. Já foram capacitados mais de 2.000 profissionais em 240 maternidades do SUS em todo o Brasil.
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ANEXO 3
A combinação das práticas recomendadas neste documento é única, na medida em que supera a linha de divisão entre a atenção “materna” e “neonatal” e, desta maneira, pretende contribuir ao objetivo da “atenção contínua às mães e recém-nascidos.”
O clampeamento tardio do cordão umbilical, o contato imediato pele a pele e o início da amamentação exclusiva são três práticas simples que, além de proporcionar benefício instantâneo ao recém-nascido, podem ter impacto no longo prazo na nutrição e na saúde da mãe e do bebê e, possivelmente, afetem o desenvolvimento da criança muito além do período neonatal e do puerpério. Assim, um programa de atenção integral que inclua essas três práticas – além das práticas de atenção materna que se promovem para prevenir a morbidade e a mortalidade, tais como o manejo ativo do terceiro período do parto – melhorarão, no curto e longo prazos, tanto a saúde da mãe, quanto a do bebê.
Público-alvo O público-alvo deste documento inclui os profissionais que atendem partos nos estabelecimentos de saúde, assim como os tomadores de decisões em saúde pública, que são responsáveis pelo estabelecimento de políticas de saúde para a atenção à mãe e ao recém-nascido. O “público-alvo” deste documento é intencionalmente amplo, com o intuito de aumentar o conhecimento de uma grande variedade de pessoas a respeito das práticas recomendadas. Essas pessoas são essenciais na produção de uma mudança efetiva. Embora saibamos que os diversos indivíduos envolvidos na atenção materna e neonatal necessitam de diferentes níveis de conhecimento para promover e implementar as práticas recomendadas. As evidências científicas e as recomendações práticas incluídas neste documento são úteis a todo o público. Por exemplo, obstetras, pediatras eenfermeiros obstetras vão solicitar mais informações a respeito de “como” implementar as práticas, assim como fortes evidências científicas capazes de justificar a troca de suas práticas clínicas habituais. O presente trabalho oferece um modelo integral com passos, baseados em evidência atual, que podem ser adaptados fácil e rapidamente a uma variedade de cenários onde ocorre o parto.
34
BIBLIOGRAFIA
BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cartilha da PNH. Grupo de trabalho de humanização. Humaniza SUS. Brasília:Ministério da saúde, 2004. BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Além da sobrevivência: Práticas integradas de atenção ao parto, benéficas para a nutrição e a saúde de mães e crianças. Brasília – DF 2011 CONCEIÇÃO, Carolina Sobreira da. O toque no recém-nascido: a enfermagem através de uma visão transcultural.Rio de Janeiro, 2004. Monografia apresentada no curso de enfermagem UNIRIO.
BRASIL.Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: Assistência Humanizada à Mulher e ao Recém-nascido. Brasília, 2001. FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Práticas de Enfermagem: Ensinando a cuidar da mulher, do homem e do recém-nascido. 1.ed.São Paulo: Yendis, 2005. GIL.Antõnio Carlos.Métodos e Técnicas de pesquisa social. 5.ed.SãoPauloAtlas 2006 LEOPARDI, Maria Tereza. Metodologia da Pesquisa na Saúde. Florianópolis: UFSC, 2002. WALDOW,Vera Regina.Expressão Humanizadora da Enfermagem.9.ed.Porto Alegre:Sagra Luzzatto, 2010.
Barbosa, R.H.S. Humanização da Assistência à saúde das mulheres: uma abordagem crítica de gênero. Humanização dos cuidados em saúde: conceitos, dilemas e práticas. Rio de Janeiro: Fiocruz. p.323
Bíblia sagrada. Edição da família. Petrópolis. Vozes. 50 ed. 2005.
Boaretto. M.C. Avaliação da política de humanização ao parto e nascimento no município do Rio de Janeiro. Dissertação de mestrado não publicada. Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro. Brasil.
BRASIL.Ministério da Saúde.Humanização do parto- humanização no pré-natal e nascimento. Brasília.2002.88p. BRASIL.Ministério da Saúde.Estudo da mortalidade de Mulheres de 10 a 49 anos com ênfase na mortalidade materna: relatório final.Brasília.124p.
35
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BRASIL.Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério. Atenção qualificada e humanizada. Manual técnico. Brasília: secretaria de atenção à saúde/Departamento de ações estratégicas. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Assistência ao Parto Normal: Um Guia Prático. Genebra, 1996. AVERY,GordonB;Fletcher,MaryAnn;Macdonald,MhairiG.Neonatologia,fisiopatologia e tratamento do recém-nascido.4.ed.Belo Horizonte, 1999.
UNICEF Brazil – Nossas prioridades - Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno. http// WWW.unicef.org/brazil/.
Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área da Saúde da Criança. Programas e Projetos da Saúde da Criança: responsabilidades compartilhadas em benefício das crianças brasileiras. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil
BRASIL.Ministério da Saúde. Práticas integradas de atenção ao parto benéfico para a nutrição e a saúde de mães e crianças. Brasília. DF. 2011.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
(REFLEXÂO) 11
CAPÌTULO II
(HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA)
.2.1 – O processo do Nascimento 16
2.2 – O cuidado Humanizado 17
2.3 – O Recém Nascido 18
2.3.1 – O choro do recém nascido 18
2.3.2 – O sentido da pele 19
2.3.3 – O sentido do toque 20
2.3.4 – Como tocar o recém nascido 21
CAPÍTULO III
(OS CUIDADOS IMEDIATOS AO RECÉM NASCIDO) 22
3.1 – A rotina de cuidados técnicos imediatos ao recém nascido 23
3.1.1 – Identificação 23
3.1.2 – Medidas antropométricas 24
3.1.3 – Método de credeização 24
3.1.4 – Administração de vitamina K 25
3.1.6 – Higienização corporal 26
3.1.7 – O curativo umbilical 26
37
CONCLUSÃO 28
ANEXOS 31
BIBLIOGRAFIA 34
ÍNDICE 36