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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A VENDA CASADA NOS CONTRATOS DE ADESÃO Por: Itamar Ferreira de Carvalho Orientador Prof. William Lima Rocha Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    A VENDA CASADA NOS CONTRATOS DE ADESÃO

    Por: Itamar Ferreira de Carvalho

    Orientador

    Prof. William Lima Rocha

    Rio de Janeiro

    2014

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  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    AVM FACULDADE INTEGRADA

    A VENDA CASADA NOS CONTRATOS DE ADESÃO

    Apresentação de monografia à AVM Faculdade

    Integrada como requisito parcial para obtenção do

    grau de especialista em Defesa do Consumidor e

    Responsabilidade Civil.

    Por: Itamar Ferreira de Carvalho

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    AGRADEÇO A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS Pelo meu pai Irlan, sábio professor que me ensinou as sutilezas do viver;

    Pelos meus filhos Arthur e Camila, meus maiores amores, mestres da minha

    vida, maravilhosos filhos, e que são, sem dúvidas, a minha maior dádiva, meu

    maior exemplo, meu caminhar, que me ensinaram o valor da vida e a ser

    sempre fiel aos meus princípios. Sem eles, nada seria;

    Por ter colocado em meu caminho este amor que se tornou minha vida, que

    me apoia, que me completa, que sempre me incentivou, que foi leal, amiga,

    paciente, companheira: minha esposa Ana Paula; Pela minha família, símbolo

    de união, que me incentivou nessa longa e difícil caminhada;

    Pelos amigos pessoais (família que escolhi), que estão ao meu lado em todos

    os momentos, principalmente nos difíceis;

    Pelos professores, sem um específico, mas a todos, pela paciência e por

    renovarem minha crença na justiça;

    Pelos amigos que ganhei neste curso, notadamente Marcus Fabiano,

    Alexandre, Solange, Shirlene, Vanessa Rua, Claudia e Low, que estejamos

    sempre juntos;

    Deus, para não esquecer ninguém, fica aqui registrado o meu agradecimento a

    todos que de qualquer forma contribuíram e acreditaram no meu potencial,

    com carinho e amor.

  • 4

    DEDICATÓRIA

    Dedico esse meu prêmio, essa minha alegria, essa minha felicidade: A minha amiga do astral que nunca me abandonou, e me incentivou e provou que sem fé e sem sabedoria não somos nada!

    Lucy Padilha!

  • 5

    RESUMO

    O presente trabalho tem por objetivo realizar uma avaliação sobre a Venda

    Casada nos contratos de adesão, no ordenamento jurídico nacional, através do

    Código de Defesa do Consumidor que é a Lei norteadora no que tange a

    proteção integral das relações de consumo e do Código Civil que também trata

    do assunto.

    O trabalho realiza uma pesquisa abordando as principais questões

    concernentes a esse assunto como os aspectos penais e cíveis sobre tema.

    Sob o prisma do Código de Defesa do Consumidor: a evolução e

    regulamentação do Código de Proteção ao Consumidor, a mudança de visão

    geral e principalmente do legislador sobre o instituto, acompanhando a

    modernização do direito, à quebra de preconceitos com determinados tipos de

    relação, em casos de contratação sem o conhecimento do consumidor, aponta

    ainda uma vasta jurisprudência e a norma constitucional sobre o assunto,

    aborda conceitos doutrinários e interpretações. Por fim enfatizamos que deve

    haver sempre o interesse do consumidor, uma vez que tais condutas não são

    seguidas à risca pelos magistrados. Na visão atual, há que se observar

    requisitos que tragam reais vantagens ao consumidor, ou seja, um ato que tem

    como principal objetivo o bem estar e a fidelidade consumerista, sem que o

    mesmo possa ter problemas quanto à contratação de serviços e aquisição de

    produtos, sem que seja lesado pelo fornecedor de produtos e serviços que

    tentam a todo custo empurrar produtos e serviços ao cidadão sem respaldo

    legal. Seguimos assim, sob o prisma do Código de Defesa do Consumidor, um

    dos maiores instrumentos de disciplina da matéria.

  • 6

    METODOLOGIA

    Os métodos que utilizei para traçar um plano de pesquisa e estudo

    nesse singelo trabalho foram basicamente as pesquisas bibliográficas, que

    resultaram nas consultas e citações de autores ligados ao tema “direito do

    consumidor”, num âmbito geral, bem como a seletiva de jurisprudências e

    julgados pertinentes ao tema, artigos em sites jurídicos que considerei de

    providencial importância e alguns artigos de jornal e revistas que me levaram a

    pensar no problema aqui proposto. Incluo os créditos à Biblioteca Sérgio

    Cavallieri do TCE, instituição essa que cedeu o material que foi objeto de

    observação e estudo.

  • 7

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO 1 1 - CONTEXTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO 10 1.1 - HISTÓRICO DAS RELAÇOES DE CONSUMO 10 CAPÍTULO 2 2 - VENDA CASADA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO 14 2.1 – CONCEITO (TIPOS DE VENDA CASADA) 14 2.2 - VENDA CASADA LEGAL 15 2.3 – VENDA CASADA ILEGAL 17 CAPÍTULO 3 3 - NATUREZA JURÍDICA DA VENDA CASADA 18 3.1 – PRÁTICAS ABUSIVAS NA VENDA CASADA 20 CAPÍTULO 4 4 - OS CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR NA VENDA CASADA 23 4.1- DISPOSITIVOS LEGAIS E JURISPRUDENCIAIS 26 4.2 - DA AÇÃO DE DANOS MORAIS NA VENDA CASADA 32 4.3 - DA SENTENÇA DE DANOS MORAIS PELA VENDA CASADA 33 CONCLUSÃO 38

  • 8

    ANEXOS 39

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41

    BIBLIOGRAFIA CITADA 43

    ÍNDICE 44

    FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

  • 9

    INTRODUÇÃO

    O presente trabalho trata da Venda Casada nas relações

    consumeristas, com ênfase no Código de Defesa do Consumidor e a vasta

    Jurisprudência dos nossos Tribunais.

    Quem nunca foi a alguma casa de entretenimentos noturnos como bares,

    restaurantes, casas de shows e se deparou com cobrança da famosa

    "consumação mínima"?

    Quem nunca ouviu um relato sobre alguma escola que, para efetuar a

    matrícula do aluno, exigia que o material escolar fosse obrigatoriamente

    adquirido no seu estabelecimento?

    Quem nunca soube de um cinema onde somente era permitido adentrar a

    sala de exibições com guloseimas adquiridas no próprio estabelecimento?

    Quem nunca teve notícia de agência de viagens que somente

    comercializava pacotes turísticos fechados, sem possibilidade de adquirir os

    serviços de traslados terrestres e aéreos separadamente?

    Se o consumidor comum nunca vivenciou alguma das situações descritas

    acima, certamente não escapará desta, que é infalível: quem necessita de um

    empréstimo bancário, muito provavelmente vai se deparar com um gerente

    solícito que o esclarecerá que o empréstimo seria apenas aprovado desde que

    ele adquirisse também outro produto, como um título de capitalização ou um

    seguro de vida.

    O que todas as situações acima têm em comum? Todas são exemplos de uma

    prática comercial abusiva e criminosa, proibida pelo Código de Defesa do

    Consumidor, a Lei 8.078/90 e denominada popularmente de "venda casada".

  • 10

    CAPÍTULO I

    CONTEXTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO

    1.1 - HISTÓRICO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO

    Apesar de ser um tema recente, encontramos na história algumas

    tentativas de tentar regular as relações de consumo. O próprio código

    de Hamurabi (2.300 a.C.) já regulava relações de comércio, dizendo que

    o controle e a supervisão ficariam a cargo do palácio. Havia uma

    disposição no código de Hamurabi que dizia que o construtor de barcos

    era obrigado a refazê-lo no caso de defeito estrutural, já se observa

    nesse caso que havia uma certa preocupação em proteger as relações

    de compra e venda da época. Conforme assegura José Geraldo Brito

    Filomeno [1]: Há quem denote (Leizer Lerner apud Jorge T. M.

    Rollemberg, 1987) já no antigo “Código de Hamurabi” certas regras que,

    ainda que indiretamente, visavam proteger o consumidor. Assim, por

    exemplo: a “lei” 233 rezava que o arquiteto que viesse a construir uma

    casa cujas paredes se revelassem deficientes, teria a obrigação de

    reconstruí-las ou consolidá-las às suas próprias expensas. Extremas,

    outrossim, as consequências de desabamentos com vítimas fatais - o

    empreiteiro da obra, além de ser obrigado a reparar os danos causados

    ao empreitador, sofria punição (morte) caso houvesse o mencionado

    desabamento vitimando o chefe de família; caso morresse o filho do

    dono da obra, pena de morte para o respectivo parente do empreiteiro,

    e assim por diante. Da mesma forma o cirurgião que “operasse alguém

    com bisturi de bronze” e lhe causasse a morte por imperícia:

  • 11

    indenização cabal e pena capital. Consoante a “lei” 235 o construtor de

    barcos estava obrigado a refazê-lo em caso de defeito estrutural, dentro

    do prazo de até um ano (noção já bem delineada do “vício redibitório”?).

    Na Índia, no século XII a.C., o sagrado Código de Massú previa multa e

    punição, de ressarcimento dos danos, àqueles que adulterassem

    gêneros – “lei” 697 – ou entregassem coisa de espécie inferior àquela

    acertada, ou vendessem bens de igual natureza por preços diferentes –

    “lei” 698. Na Mesopotâmia, no Egito antigo e na Índia do século XVIII

    a.C., também haviam normas de proteção, no código de Massú, que

    previa pena de multa e punição aos que adulterassem gêneros ou

    entregassem coisa diferente daquela acordado no contrato. Também

    punia quem vendia bens de mesma natureza com preços diferentes. No

    Direito Romano, o vendedor era responsável pelos vícios da coisa, a

    menos que ele não os conhecesse. No período Justiniano, eram

    responsáveis mesmo se desconhecessem do vício. Se o vendedor

    tivesse ciência do defeito, deveria devolver o valor pago em dobro. Em

    Roma existiam várias leis que asseguravam a intervenção do Estado no

    comércio. No Império Romano, as práticas de controle de

    abastecimento de produtos, principalmente nas regiões conquistadas,

    bem como a decretação de congelamento de preços, no período de

    Diocleciano, se destacam como regras de consumo. Aristóteles já se

    referia às manobras de especuladores na Grécia Antiga. Existem

    estudos também acerca dos depoimentos de Cícero (século I a.C.) que

    asseguravam a garantia sobre vícios ocultos na compra e venda, no

    caso do vendedor prometer que a mercadoria era dotada de qualidades

    e essas qualidades serem inexistentes. Cícero sempre chamava a

    atenção nas causas que defendia, para que assegurassem sempre ao

    adquirente de bens de consumo duráveis a garantia de que as

    deficiências ocultas seriam sanadas. Caso essas deficiências não

    pudessem ser sanadas, haveria a resilição contratual. A França de Luiz

    XI, ano de 1481, punia com banho escaldante aquele que vendesse

    manteiga com pedra para aumentar o peso ou misturasse água no leite.

  • 12

    No ano de 1773 aconteceu o episódio contra o imposto do chá, reação

    dos consumidores contra os produtores do chá inglês. Na Suécia, a

    primeira legislação de proteção ao consumidor foi em 1910. Em 1914,

    nos EUA criou-se a Federal Trade Comission, que tinha o objetivo de

    aplicar a lei antitruste e proteger os interesses do consumidor. O Direito

    do Consumidor tem origem nas sociedades capitalistas centrais (EUA,

    Inglaterra, Alemanha e França), sendo que as primeiras legislações

    protetivas dos direitos dos consumidores surgiram nos EUA, com o

    pronunciamento de John Kennedy ao Congresso norte americano em

    1962. Kennedy localizou os aspectos mais importantes na questão de

    proteção ao consumidor, que iam desde que os bens e serviços

    deveriam ser seguros para uso, bem como ao direito a preços justos. A

    Comissão de Direitos Humanos da ONU, em sua 29ª Sessão em 1973,

    em Genebra, reconheceu os direitos fundamentais do consumidor. Com

    relação ao Brasil, desde os tempos do império, já se observava uma

    proteção discreta do consumidor. No Livro V das Ordenações Filipinas

    encontra-se uma norma de proteção, ainda que indireta, do consumidor.

    No título LVII diz que “se alguma pessoa falsificar alguma mercadoria,

    assim como cera, ou outra qualquer, se a falsidade, que nisso fizer,

    valer um marco de prata, morra por isso”. Percebe-se que a coação

    psicológica sobre o fornecedor acabava por proteger o consumidor. Os

    primeiros debates sobre proteção do consumidor chegaram por volta de

    1960. Após um anteprojeto apresentado por Nina Rodrigues em 1971,

    vários anteprojetos de lei sobre o tema surgiram. No projeto do Código

    Civil (n.º 634-B, 1975) encontravam-se disposições a respeito do tema.

    No Brasil, as preocupações com as relações de consumos surgiram nas

    décadas de 40 e 60, quando foram criadas diversas leis regulando

    aspectos de consumo. Dentre essas leis pode-se citar a Lei n.º 1221/51

    (lei de economia popular), a Lei Delegada n.º 4/62, a Constituição de

    1967 com a emenda n.º 1 de 1969 que consagrou a defesa do

    consumidor, a Constituição Federal de 1988 que apresenta a defesa do

    consumidor como princípio de ordem econômica, e o artigo 48 do ADCT

  • 13

    que determina a criação do código de defesa do consumidor. A

    proteção do consumidor só ganhou importância com a Constituição

    Federal de 1988, que consagrou a proteção do consumidor como

    garantia constitucional e como princípio norteador da atividade

    econômica. Com a edição do Código de Defesa do Consumidor, os

    direitos do consumidor foram se consolidando, através da criação de

    microssistemas das relações de consumo e da inserção de novas

    normas e princípios jurídicos. As relações de consumo foram se

    modificando, equilibrando dessa maneira as relações jurídicas entre

    consumidores e fornecedores.

    [1] FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Direitos do Consumidor. 1ª Ed. São Paulo: Atlas, 1991, pg. 28.

  • 14

    CAPÍTULO II

    2 - VENDA CASADA NAS RELAÇOES DE CONSUMO 2.1 - CONCEITO (TIPOS DE VENDA CASADA)

    Venda Casada é a prática que os fornecedores têm de impor, na

    venda de algum produto ou serviço, a aquisição de outro não necessariamente

    desejado pelo consumidor. Esse tipo de operação pode também se dar quando

    o comerciante impõe quantidade mínima para a compra. No que diz respeito

    ao exercício proibido da venda casada, a Secretaria de Acompanhamento

    Econômico, ligada ao Ministério da Fazenda, corrobora tal conceito:

    “Prática comercial que consiste em vender

    determinado produto ou serviço somente se o comprador

    estiver disposto a adquirir outro produto ou serviço da

    mesma empresa. Em geral, o primeiro produto é algo

    sem similar no mercado, enquanto o segundo é um

    produto com numerosos concorrentes, de igual ou

    melhor qualidade. Dessa forma, a empresa consegue

    estender o monopólio (existente em relação ao primeiro

    produto) a um produto com vários similares. A mesma

    prática pode ser adotada na venda de produtos com

    grande procura, condicionada à venda de outros de

    demanda inferior[1].

    O que o Código de Defesa do Consumidor prescreve é que o

    consumidor deve ter ampla liberdade de escolha quanto ao que deseja

    consumir.

    http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Ca-pratica-ilegal-da-venda-casada%2C35557.html#_ftn1

  • 15

    Assim, não pode o fornecedor fazer qualquer tipo de imposição ao

    consumidor quando da aquisição de produtos ou serviços, nem mesmo quando

    este adquire outros produtos ou serviços do mesmo fornecedor.

    A doutrina costuma classificar a prática de venda casada em stricto

    sensu e lato sensu.

    A venda casada stricto sensu é aquela em que o consumidor fica

    impedido de consumir, a não ser que consuma também outro produto ou

    serviço.

    Na venda casada lato sensu, por sua vez, o consumidor pode adquirir

    o produto ou serviço sem ser obrigado a adquirir outro. Todavia, se desejar

    consumir outro produto ou serviço, fica obrigado a adquirir ambos do mesmo

    fornecedor, ou de fornecedor indicado pelo fornecedor original.

    Tanto a venda casada stricto sensu quanto a lato sensu são

    consideradas práticas abusivas, pois interferem indevidamente na vontade do

    consumidor, que fica enfraquecido em sua liberdade de escolha.

    2.2 - VENDA CASADA LEGAL

    Atente-se, porém, que algumas situações de venda casada são legais. A

    loja de ternos masculinos que não vende a calça sozinha não comete prática

    abusiva, assim como o fabricante de sorvete que comercializa o seu produto

    em potes de dois litros e não vende apenas a "bola" do sorvete, também não

    pratica ato ilícito, por razões óbvias[5].

    Leonardo de Medeiros Garcia nos traz ensinamento sobre venda casada

    permitida:

    http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Ca-pratica-ilegal-da-venda-casada%2C35557.html#_ftn5

  • 16

    [...] a possibilidade também existe, por exemplo, nas

    vendas promocionais do tipo “pague 2 e leve 3”, desde

    que o consumidor possa adquirir, caso queira, o produto

    singular pelo preço normal. Nesses casos de imposição

    limite mínimo, sobretudo por serem situações mais

    delicadas, deverá o intérprete analisar se há

    razoabilidade ou não na limitação, de forma a evitar os

    abusos, tanto pelo fornecedor como pelo consumidor[6].

    De fato, o autor explica que o consumidor pode cometer abusos nesse

    contexto. O exemplo dado é do cliente que vai a bares e restaurantes que

    estipulam um limite mínimo de 300 gramas de carne e insiste que quer

    consumir apenas 10 gramas com o argumento de que o estabelecimento não

    pode limitar a aquisição.

    Garcia atenta ainda para as decisões do Superior Tribunal de Justiça

    que vem considerando legal a cobrança de tarifa mínima, tanto de água, como

    de telefonia, mais conhecida como tarifa de assinatura básica ou mensal,

    ainda que o consumidor não tenha utilizado o serviço ou o tenha utilizado,

    abaixo do limite. Segundo a Egrégia Corte, essa cobrança é justificada pela

    necessidade da concessionária de manter o serviço contínua e

    ininterruptamente ao consumidor[7].

    Site: http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-pratica-ilegal-da-venda-

    casada,html

    http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Ca-pratica-ilegal-da-venda-casada%2C35557.html#_ftn6http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Ca-pratica-ilegal-da-venda-casada%2C35557.html#_ftn7

  • 17

    2.3 – VENDA CASADA ILEGAL

    Você, consumidor, já foi obrigado a contratar serviço de seguro contra perda e

    roubo do cartão de crédito? Ao solicitar alguma forma de crédito pessoal, foi

    condicionada a autorização à contratação de um seguro? Já esteve em

    cinemas que só permitem o consumo de pipoca e guloseimas compradas na

    própria conveniência? Foi adquirir um pacote de turismo e este era atrelado a

    um seguro? Então já foi vítima da prática ilegal da venda casada.

    Se o comércio ou fornecedor não dá à possibilidade de escolha, ou seja,

    quando ele obriga o consumidor a adquirir um pacote sem oferecer os itens de

    forma separada, tem-se a venda casada e, apesar de ser uma prática comum,

    é abusiva, conforme considera o Código de Defesa do Consumidor, que em

    seu artigo 39, inciso I, informa que é proibido ao fornecedor de produtos ou

    serviços obrigar o consumidor a levar um produto ou serviço que não queira

    para que tenha direito à compra de um que deseja. E também é vedado

    obrigar o consumidor a comprar em quantidade diversa da que pretendia

    comprar, salvo justa causa, por exemplo, do tipo “leve 3 e pague 2”.

    É importante informar ao consumidor que a lei está ao seu lado e todo

    comércio é obrigado a ter uma cópia do Código de Defesa do

    Consumidor disponível e de fácil acesso ao cliente. Dessa forma, ao desconfiar

    da violação de seus direitos, pegue esta cópia e mostre que tal prática é

    proibida e se trata de venda casada.

    Entretanto, o consumidor que for prejudicado por essa prática abusiva pode

    pedir a devolução do valor cobrado indevidamente, em dobro, conforme trata

    o parágrafo único do artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor

    http://maxwelmoreira.jusbrasil.com.br/artigos/111790609/venda-casada-e-

    pratica-ilegal.

    http://www.jusbrasil.com/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90http://www.jusbrasil.com/topicos/10602881/artigo-39-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990http://www.jusbrasil.com/topicos/10602530/inciso-i-do-artigo-39-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990http://www.jusbrasil.com/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90http://www.jusbrasil.com/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90http://www.jusbrasil.com/topicos/10601960/par%C3%A1grafo-1-artigo-42-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990http://www.jusbrasil.com/topicos/10601910/artigo-42-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990http://www.jusbrasil.com/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90http://maxwelmoreira.jusbrasil.com.br/artigos/111790609/venda-casada-e-pratica-ilegalhttp://maxwelmoreira.jusbrasil.com.br/artigos/111790609/venda-casada-e-pratica-ilegal

  • 18

    CAPÍTULO III

    3 – NATUREZA JURÍDICA DA VENDA CASADA

    Proibição de cláusulas abusivas

    O Código de Defesa do Consumidor inova consideravelmente o espírito do

    direito das obrigações, e relativa a máxima pacta sunt servanda. A nova lei

    reduziu o espaço antes reservado para a autonomia da vontade, proibindo que

    se pactuem determinadas cláusulas, impondo normas imperativas, que visem

    proteger o consumidor, reequilibrando o contrato, garantindo as legítimas

    expectativas, que depositou no vínculo contratual.

    A proteção do consumidor, o reequilíbrio contratual vem a posteriori, quando o

    contrato já está perfeito formalmente, quando o consumidor já manifestou a

    sua vontade, livre e refletida, mas o resultado contratual ainda está

    inequitativo. As normas proibitórias de cláusulas abusivas são normas de

    ordem pública, normas imperativas, inafastáveis pela vontade das partes.

    Estas normas do CDC aparecem como instrumentos do direito para

    restabelecer a força da “vontade” das partes, das expectativas legítimas do

    consumidor, compensando assim sua vulnerabilidade fática. Se no direito

    tradicional representado pelo Código Civil de 1916 e pelo Código Comercial de

    1850, já conhecíamos normas de proteção da vontade, considerada a fonte

    criadora, limitadora de força e vinculativa dos contratos, passamos a aceitar no

    Brasil, com o advento do Código de Defesa do Consumidor, a existência de

    valores jurídicos superiores ao dogma da vontade, tais como a equidade

    contratual e a boa-fé objetiva, os quais permitem ao Poder Judiciário um novo

    e efetivo controle do conteúdo dos contratos de consumo. (MARQUES, Cláudia

    Lima – Contratos no Código de Defesa do Consumidor, 4ª. Ed. Revista dos

    Tribunais – 2002). Como ensina o TJRS: “Proteger a boa-fé, significa

    preservar os contratantes de artimanhas e subterfúgios. Como o contrato é lei

  • 19

    entre as partes, e uma delas pode - por sua vulnerabilidade ou hipossuficiência

    diante da outra – ter assinado o instrumento sem compreender por completo

    tudo o que nele se dispôs ou mesmo por vício, o direito ampara os interesses

    desse contratante fazendo prevalecer sobre a lateralidade do contrato os reais

    objetivos pretendidos na contratação”. (TJRS, APC 70000037408, j.

    18.10.2000, Des. Paulo Augusto Monte Lopes, 16ª. Câmara Cível).

    Os contratos de adesão tem várias características, mas nenhuma delas é

    isenta de exceções ou dispensa ressalvas. A característica principal desse tipo

    de contrato é a de que suas cláusulas são elaboradas totalmente pela parte

    mais forte e apresentadas à parte mais fraca. Esta as aceita ou rejeita em

    bloco. A segunda característica é a de que o contratante ocupa-se de um

    objeto social monopolista, dessa forma o contratado não poderá contratar com

    um concorrente direto do contratante; se não aceitar as condições do contrato,

    priva-se de um bem necessário (caso de uma empresa pública prestadora de

    serviços como o de fornecimento de energia elétrica ou de água). A terceira

    característica do contrato é a de que ele permanece em constante oferta e

    dirigido a um público massivo. A quarta característica é a obrigação de

    contrato por parte do contratado, não podendo discriminar o contratante. Sua

    quinta característica é a de que as empresas adotantes dessa modalidade

    contratual são empresas de serviços públicos, elas detém o monopólio, sua

    força decorre da retaguarda oficial. A sexta característica é a de que o

    contrato é normalmente verbal ou decorre de atos. (p. ex.: no contrato de

    transporte pelo metrô, o passageiro introduz o bilhete na catraca, viaja e sai na

    estação de destino, sem dizer uma palavra). A sétima característica é a de

    que o contrato de adesão, quando for estabelecido por instrumento escrito,

    perfaz-se em um documento já impresso, com cláusulas acessórias já escritas

    e cláusulas principais preenchidas no ato. A oitava característica é o preço

    cobrado pelo ofertante, que para ele não é livre, mas preparado e aprovado

    pelo Poder Público, constituindo-se numa “tarifa legal”. A incidência dessas

    oito características básicas nos contratos de adesão são passíveis de

    exceções e discussões. É uma modalidade especial em que possam ser

  • 20

    aplicados os contratos típicos, como a compra e venda, a prestação de

    serviços, seguros e os demais. As regras traçadas por vários órgãos do poder

    público trazem as limitações à parte preponderante do contrato, principalmente

    a de estabelecer cláusulas em seu favor. As cláusulas de interpretação

    duvidosa devem ser interpretadas contra a parte que as estabeleceu. As

    cláusulas principais devem predominar sobre as cláusulas acessórias.

    Algumas dessas cláusulas: limitações de responsabilidade, faculdade de

    arrepender-se do contrato ou suspender sua execução, estabelecer prescrição

    ou decadência extra lei, limitar a faculdade de opor exceções, impor restrições

    à liberdade contratual em relação à terceiros, prorrogação tácita ou renovação

    do contrato e cláusulas compromissórias ou derrogatórias de competência

    judicial, bem como a venda casada, são abusivas.

    3.1 – PRÁTICAS ABUSIVAS NA VENDA CASADA

    Conforme podemos observar as práticas abusivas na venda casada, não

    tem limites, extrapolando todo ordenamento jurídico existente em nosso país,

    pois conforme nosso conhecimento as empresas fornecedoras de serviços e

    produtos tem diversificado as formas de fazer com que o consumidor adquira

    um produto e leve outro, pagando pelos dois, sem dar conta das práticas

    irregulares cometidas por estas empresas. Os exemplos clássicos são os

    bancos que oferecem serviços aos clientes atrelados sempre a algum outro

    tipo de serviço, tendo como exemplo clássico os seguros, títulos de

    capitalização e outros, sempre atrelados a algum outro tipo de serviço; quanto

    as lojas de eletrodomésticos podemos exemplificar a venda da garantia

    estendida na grande maioria das vezes sem o conhecimento do consumidor.

    Ademais a vasta jurisprudência já se posicionou contra tais práticas,

    porém a lacuna deixada no Código de Defesa do Consumidor, continua

    estimulando tais práticas, pois a lacuna a qual nos referimos no CDC foi

  • 21

    quanto à aplicação da pena aplicada a essa prática, desta forma não houve

    uma previsão expressa de qual seria a pena aplicada ao fornecedor de

    produtos e serviços, dessa forma devendo ser utilizado subsidiariamente a Lei

    8.137/1990, onde tipificou a prática de vendas casadas como crime.

    STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 384284 RS 2001/0155359-5 (STJ)

    Data de publicação: 15/12/2009

    Ementa: CONSUMIDOR. PAGAMENTO A PRAZO VINCULADO À AQUISIÇÃO DE OUTRO PRODUTO. "VENDA CASADA". PRÁTICA ABUSIVA CONFIGURADA. 1. O Tribunal a quo manteve a concessão de segurança para anular auto de infração consubstanciado no art. 39 , I , do CDC , ao fundamento de que a impetrante apenas vinculou o pagamento a prazo da gasolina por ela comercializada à aquisição de refrigerantes, o que não ocorreria se tivesse sido paga à vista. 2. O art. 39 , I , do CDC , inclui no rol das práticas abusivas a popularmente denominada "venda casada", ao estabelecer que é vedado ao fornecedor "condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos". 3. Na primeira situação descrita nesse dispositivo, a ilegalidade se configura pela vinculação de produtos e serviços de natureza distinta e usualmente comercializados em separado, tal como ocorrido na hipótese dos autos. 4. A dilação de prazo para pagamento, embora seja uma liberalidade do fornecedor – assim como o é a própria colocação no comércio de determinado produto ou serviço –, não o exime de observar normas legais que visam a coibir abusos que vieram a reboque da massificação dos contratos na sociedade de consumo e da vulnerabilidade do consumidor. 5. Tais normas de controle e saneamento do mercado, ao contrário de restringirem o princípio da liberdade contratual, o aperfeiçoam, tendo em vista que buscam assegurar a vontade real daquele que é estimulado a contratar. 6. Apenas na segunda hipótese do art. 39 , I , do CDC , referente aos limites quantitativos, está ressalvada a possibilidade de exclusão da prática abusiva por justa causa, não se admitindo justificativa, portanto, para a imposição de produtos ou serviços que não os precisamente almejados pelo consumidor. 7. Recurso Especial provido.

    TJ-RJ - APELACAO APL 00135357820118190204 RJ 0013535-78.2011.8.19.0204 (TJ-RJ)

    Data de publicação: 24/02/2014

    Ementa: DIREITO DO CONSUMIDOR. EMPRÉSTIMO. ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. NULIDADE DO CONTRATO DE SEGURO.VENDA CASADA. PRÁTICA ABUSIVA. Sentença de parcial procedência. A ré, apesar de ser entidade sem fins lucrativos, não comprovou a impossibilidade do pagamento das despesas processuais. Súmula 481, do STJ. Afigura-se fraude à lei a conduta de entabular com um mutuário um contrato de seguro de vida para, no momento seguinte, emprestar-lhe dinheiro. A venda casada é prática abusiva, vedada no art. 39 , I c/c art. 4º , III , do Código de Defesa do

    http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/8635152/recurso-especial-resp-384284-rs-2001-0155359-5-stjhttp://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/116634270/apelacao-apl-135357820118190204-rj-0013535-7820118190204

  • 22

    Consumidor . Devolução dos valores cobrados indevidamente que deve se dar na forma do §único do artigo 42 do CDC . Dano moral evidenciado. Reforma da sentença para condenar a ré a pagar à autora a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de dano moral, corrigida monetariamente a contar da presente e acrescido de juros de mora a contar da citação. Fica a ré condenada ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação. DOU PROVIMENTO AO PRIMEIRO RECURSO E NEGO SEGUIMENTO AO SEGUNDO.

    http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=pr%C3%A1tica

    +abusiva+(venda+casada)

    http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=pr%C3%A1tica+abusiva+%28venda+casada%29http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=pr%C3%A1tica+abusiva+%28venda+casada%29

  • 23

    CAPÍTULO IV

    4 – OS CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR NA VENDA CASADA

    Em continuidade ao tema, a Lei n. 8.137/1990 tipificou a prática de

    venda casada como crime, no seu art. 5º, incisos II e III:

    Art. 5º Constitui crime da mesma natureza:

    II - subordinar a venda de bem ou a utilização de

    serviço à aquisição de outro bem, ou ao uso de

    determinado serviço;

    III - sujeitar a venda de bem ou a utilização de

    serviço à aquisição de quantidade arbitrariamente

    determinada;

    Pena: detenção de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou

    multa".

    Mencione-se ainda que a Lei nº 8.158 (lei da defesa da concorrência)

    de 08 de outubro de 1991, já revogada, também prescrevia a venda casada

    como infração penal de abuso do poder econômico, conforme disposição de

    seu artigo 3º, inciso VIII.

    Para sedimentar a noção legal de venda casada, eis o balizado

    ensinamento de Cláudia Lima Marques:

    Tanto o CDC como a Lei Antitruste proíbem que o

    fornecedor se prevaleça de sua superioridade econômica

    ou técnica para determinar condições negociais

    desfavoráveis ao consumidor. Assim, proíbe o art. 39, em

    seu inciso I, a prática da chamada “venda casada”, que

    significa condicionar o fornecimento de produto ou de

  • 24

    serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço. O

    inciso ainda proíbe condicionar o fornecimento, sem justa

    causa, a limites quantitativos[4].

    O Superior Tribunal de Justiça também já se manifestou sobre a questão:

    "São direitos básicos do consumidor a proteção

    contra práticas abusivas no fornecimento de serviços e a

    efetiva prevenção/ reparação de danos patrimoniais

    (CDC, art. 6º, IV e VI), sendo vedado ao fornecedor

    condicionar o fornecimento de serviço, sem justa causa,

    a limites quantitativos (...)" (STJ, REsp. 655.130, Rel.

    Min. Denise Arruda, 1ª T.,j. 03/05/07, DJ 28/05/2007).

    "A prática abusiva revela-se patente se a empresa

    cinematográfica permite a entrada de produtos

    adquiridos nas suas dependências e interdita o adquirido

    alhures, engendrando por via oblíqua a cognominada

    ‘venda casada', (...)" (REsp. 744.602, Rel. Min. Luiz Fux,

    j. 01/03/07, DJ 15/03/07).

    Inclusive sobre a ótica criminal:

    "A figura típica descrita no artigo 5º, II, da Lei

    8137/90, é crime de mera conduta, que não depende da

    concretização da venda ou da prestação do serviço para

    a sua consumação, bastando, para tanto, que o agente

    subordine, ou sujeite a venda ou prestação de serviço, a

    uma condição" (STJ, RHC 12.378, Rel. Min. Felix Fisher,

    5ª. T., p. 24/06/02).

    http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Ca-pratica-ilegal-da-venda-casada%2C35557.html#_ftn4

  • 25

    Assim, a venda casada é vedada em todas as transações, inclusive

    quando se tratar de estabelecimento que preste serviço, a exemplo de um

    cinema. O STJ já decidiu sobre o tema, nesse sentido:

    “ADMINISTRATIVO — APLICAÇÃO DE SANÇÃO

    PECUNIÁRIA POR OFENSA AO CÓDIGO DE DEFESA

    DO CONSUMIDOR — OPERAÇÃO DENOMINADA

    ‘VENDA CASADA’ EM CINEMAS — VEDAÇÃO DE

    CONSUMO DE ALIMENTOS ADQUIRIDOS FORA DAS

    CASAS DE EXIBIÇÃO DE FILMES — VIOLAÇÃO

    EVIDENTE DA CONSUMERISTA — DESPROVIMENTO

    DO APELO”. RECURSO ESPECIAL Nº 744.602 — RJ

    (2005/0067467-0).

    A orientação para os consumidores que se deparam com a prática

    da venda casada é, naturalmente, denunciar aos órgãos de defesa do

    consumidor como Procon, Ministério Público, Delegacia do Consumidor, que

    adotarão as medidas pertinentes de punição.

    Em algumas situações, porém, o consumidor pode aceitar a imposição

    adicional e, em seguida, cancelar a parte da transação que não lhe interessa.

    A título de exemplo temos o caso em que, após o recebimento do

    empréstimo, o consumidor envia uma carta de notificação ao banco

    informando que o seguro de vida que foi imposto como condição à operação

    de crédito não lhe interessa. Neste caso, tal cláusula deve ser cancelada por

    ser uma prática abusiva vedada pelo CDC. Nestes casos de venda casada, a

    jurisprudência é dominante:

    “Ação anulatória e revisional - contratos de

    empréstimo, pecúlio e seguro - venda casada. Atividades

    que envolvam crédito constituem relação de consumo. A

    exigência de contratar pecúlio e seguro de vida para

    concessão de empréstimo, usualmente denominada

    “venda casada”, é prática expressamente vedada pelo

  • 26

    art.39, I do CDC (TJRS, AP.CÍV.70005954235,

    REL.DES. ANA MARIA NEDEL.J.16.10.2003).

    4.1 - DISPOSITIVOS LEGAIS E JURISPRUDENCIAIS

    O que diz a Lei a respeito do tema venda casada? O Código de Defesa

    do Consumidor, artigo 39, esclarece de forma inequívoca:

    Art. 39 - é vedado ao fornecedor de produtos ou

    serviços, dentre outras práticas abusivas

    Inciso I: "condicionar o fornecimento de

    produtos ou serviços ao fornecimento de outro

    produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a

    limites quantitativos".

    Geraldo Magela Alves explica tal preceito legal:

    Quer-se evitar que o consumidor, para ter acesso ao

    produto ou serviço que efetivamente deseja, tenha de

    arcar com o ônus de adquirir outro, não de sua eleição,

    mas imposto pelo fornecedor como condição à

    usufruição do desejado[2].

    No que se refere a limite quantitativo, entende-se que diz respeito ao

    mesmo produto ou serviço. No entanto, neste caso, o Código Consumerista

    não estabeleceu uma proibição absoluta. Assim o limite quantitativo é

    admissível desde que haja justa causa para imposição.

    A justa causa, porém, só tem aplicação aos limites quantitativos que

    sejam inferiores à quantidade desejada pelo consumidor, isto é, o fornecedor

    http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Ca-pratica-ilegal-da-venda-casada%2C35557.html#_ftn2

  • 27

    não pode obrigar o consumidor a contratar a maior ou menor do que as suas

    necessidades.

    Em outras palavras, o legislador também quis coibir aquela prática

    denominada “consumação mínima”. Então, nenhum fornecedor pode

    condicionar a entrada de um consumidor em seu recinto ao pagamento de

    certa quantia mínima, determinando-lhe previamente o quanto tem que pagar.

    Permite-se apenas a cobrança fixa de ingresso de entrada, ou qualquer valor

    sob rubrica semelhante.

    O cliente tem direito de consumir apenas alguma ínfima parcela dos

    produtos vendidos pelo fornecedor, e, em consequência, de pagar só aquilo

    que consumir.

    Se a consumação mínima for apresentada para pagamento, incluída

    na nota de débito, o consumidor tem todo o direito de se recusar ao

    pagamento.

    Aliás, a prática da consumação mínima se traduz em enriquecimento

    sem causa do estabelecimento comercial, pois permite a este cobrar por

    produto ou um serviço não consumido pelo cliente.

    Eventual quantia paga pelo consumidor a tal título enseja a este o

    direito à repetição em dobro do que desembolsou, corrigido monetariamente e

    acrescido dos juros legais.

    Nesse diapasão, importante mencionar as palavras de Antônio Herman

    de Vasconcelos e Benjamin:

    O fornecedor não pode obrigar o consumidor a

    adquirir quantidade maior que as suas necessidades.

    Assim, se o consumidor quer adquirir uma lata de óleo,

    não é lícito ao fornecedor condicionar a venda à

    aquisição de duas outras unidades. A solução também é

    aplicável aos brindes, promoções e bens com desconto.

    O consumidor sempre tem o direito de, em desejando,

    recusar a aquisição quantitativamente casada, desde que

    pague o preço normal do produto ou serviço, isto é, sem

    desconto[3].

    http://www.conteudojuridico.com.br/artigo%2Ca-pratica-ilegal-da-venda-casada%2C35557.html#_ftn3

  • 28

    Aponte-se, todavia, que a imposição de limite máximo como justa

    causa em caso de promoções tem sido aceita pela jurisprudência, sob o

    argumento de que a compra de todo o estoque por apenas um consumidor

    prejudicará outro que tenha interesse na promoção. Nesse sentido:

    RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE DEFESA DO

    CONSUMIDOR. DANO MORAL. VENDA DE PRODUTO

    A VAREJO. RESTRIÇÃO QUANTITATIVA. FALTA DE

    INDICAÇÃO NA OFERTA. DANO MORAL.

    INOCORRÊNCIA. QUANTIDADE EXIGIDA

    INCOMPATÍVEL COM O CONSUMO PESSOAL E

    FAMILIAR. ABORRECIMENTOS QUE NÃO

    CONFIGURAM OFENSA À DIGNIDADE OU AO FORO

    ÍNTIMO DO CONSUMIDOR. 1. A falta de indicação de

    restrição quantitativa relativa à oferta de determinado

    produto, pelo fornecedor, não autoriza o consumidor

    exigir quantidade incompatível com o consumo individual

    ou familiar, nem, tampouco, configura dano ao seu

    patrimônio extra material. 2. Os aborrecimentos

    vivenciados pelo consumidor, na hipótese, devem ser

    interpretados como "fatos do cotidiano", que não

    extrapolam as raias das relações comerciais, e, portanto,

    não podem ser entendidos como ofensivos ao foro íntimo

    ou à dignidade do cidadão. Recurso especial, ressalvada

    a terminologia, não conhecido. (REsp 595.734/RS, Rel.

    Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro

    CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em

    02.08.2005, DJ 28.11.2005 p. 275)

  • 29

    A “Venda Casada” no Código de Defesa do Consumidor (CDC) – Análise

    Jurisprudencial

    Contrato, em sentido amplo, designa o “negócio jurídico bilateral, cujo efeito

    pretendido pelas partes seja a criação de vínculo obrigacional de conteúdo

    patrimonial”[1]. Entretanto, cabe distinguir os contratos de consumo dos

    contratos civis, para que seja limitada a abrangência daqueles, e possível o

    estudo da discussão proposta. No primeiro, tem-se como partes fornecedor

    (art. 3º, CDC), de um lado, e consumidor (art. 2º e 29, CDC), de outro,

    enquanto no segundo as partes se pressupõem iguais, sem distinções.

    É notória a diferença entre os dois tipos de contrato quanto à condição dos

    sujeitos: um pressupõe a igualdade entre eles, enquanto o outro presume uma

    fragilidade de uma parte em relação à outra, técnica, jurídica e

    economicamente. A necessidade de estabelecer uma proteção nos contratos

    consumeristas se deu a fim de evitar possíveis abusos econômicos pela parte

    mais favorecida, ou pelo menos reprimi-los. O Contrato de Consumo surge

    como um desmembramento do Contrato Civil, mas acaba se tornando ramo

    autônomo daquele, sendo possível a aplicação supletiva das normas do

    Código Civil, quando estas não lhes for contrária. Em suma, nos Contratos de

    Consumo há uma presunção de vulnerabilidade do consumidor em relação ao

    fornecedor. Há de se frisar que não há afronta a qualquer princípio contratual

    na proteção que o ordenamento dá ao consumidor, pois equilibra uma relação

    entre partes desiguais. Dessa forma, “as relações de consumo poderão

    cumprir seus objetivos, com maior harmonia e redução de conflitos”[2].

    Para garantir que a liberdade de contratar do consumidor não seja

    desrespeitada, o Código de Defesa do Consumidor proibiu práticas abusivas

    por parte do fornecedor, conceituadas como aquelas em que há

    “desconformidade com os padrões mercadológicos de boa conduta em relação

    ao consumidor”[3]. Tais práticas estão elencadas no artigo 39 do CDC.

    A prática descrita no artigo 39, I, do CDC, prevê que “É vedado ao fornecedor

    de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

    I - Condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de

    outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos.”

    http://direitocivilemdebate.blogspot.com.br/2010/05/venda-casada-no-codigo-de-defesa-do.html#_edn1http://direitocivilemdebate.blogspot.com.br/2010/05/venda-casada-no-codigo-de-defesa-do.html#_edn2http://direitocivilemdebate.blogspot.com.br/2010/05/venda-casada-no-codigo-de-defesa-do.html#_edn3

  • 30

    Popularmente conhecida como “venda casada”, esta prática impede a livre

    escolha do consumidor ao lhe impingir a compra de certo produto para obter a

    compra daquilo que lhe interessa. Caracteriza-se toda vez que não for possível

    a compra isolada de um desses produtos, mesmo que sem o desconto

    ofertado pelo conjunto deles. O Código também proíbe a limitação de

    quantidade, para mais ou para menos, do produto desejado, sem que haja

    justo motivo para tanto. Assim, uma loja, quando limita o número de aparelhos

    televisores que cada consumidor poderá comprar, em virtude de pequeno

    número disponível no estoque, não incorre no inciso em questão, pois

    possibilitará que outros consumidores também tenham acesso àquela compra.

    Roberta Densa aponta que “é admissível, no entanto, a limitação de produto a

    quantidade inferior à desejada pelo consumidor, para que haja manutenção do

    estoque e se garanta o atendimento aos demais consumidores”[4]. Ressalte-se

    que a justa causa é cabível apenas no tocante à limitação de mercadorias.

    Para melhor análise, segue acórdão do STJ acerca da prática abusiva aqui

    discutida:

    Superior Tribunal de Justiça

    RECURSO ESPECIAL Nº 384.284 - RS (2001/0155359-5)

    RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN

    RECORRENTE : UNIÃO

    RECORRIDO : CENTRO AUTOMOTIVO MEDIANEIRA LTDA

    ADVOGADO : MAURO JOSÉ TOSI DE OLIVEIRA

    EMENTA

    CONSUMIDOR. PAGAMENTO A PRAZO VINCULADO À AQUISIÇÃO DE

    OUTRO PRODUTO. "VENDA CASADA". PRÁTICA ABUSIVA

    CONFIGURADA.

    1. O Tribunal a quo manteve a concessão de segurança para anular auto de

    infração consubstanciado no art. 39, I, do CDC, ao fundamento de que a

    impetrante apenas vinculou o pagamento a prazo da gasolina por ela

    comercializada à aquisição de refrigerantes, o que não ocorreria se tivesse

    sido paga à vista.

    http://direitocivilemdebate.blogspot.com.br/2010/05/venda-casada-no-codigo-de-defesa-do.html#_edn4

  • 31

    (...)

    4. A dilação de prazo para pagamento, embora seja uma liberalidade do

    fornecedor – assim como o é a própria colocação no comércio de determinado

    produto ou serviço, não o exime de observar normas legais que visam a coibir

    abusos que vieram a reboque da massificação dos contratos na sociedade de

    consumo e da vulnerabilidade do consumidor.

    5. Tais normas de controle e saneamento do mercado, ao contrário de

    restringirem o princípio da liberdade contratual, o aperfeiçoam, tendo em vista

    que buscam assegurar a vontade real daquele que é estimulado a contratar.

    (...)

    Na lide em análise, a empresa impetrou mandado de segurança contra auto de

    infração do Poder Público, alegando não estar configurada a prática abusiva

    da “Venda Casada” na conduta descrita na ementa. Em 1ª instância foi

    concedida a segurança, e em 2ª instância mantida a decisão monocrática do

    juiz. Contudo, mesmo com parecer do Ministério Público Federal pelo não-

    provimento do recurso, a 2ª Turma do STJ decidiu pela reforma da decisão,

    dando provimento ao recurso. Na fundamentação, percebe-se claramente que

    os magistrados privilegiaram a interpretação mais favorável ao consumidor –

    princípio expresso no artigo 47 do CDC – mitigando a autonomia da vontade.

    É cediço que o consumidor é parte vulnerável e merece proteção do

    ordenamento, mas questiono se tal proteção não foi excessiva no caso

    supracitado. Não se pode olvidar que o princípio da autonomia da vontade

    ainda subsiste, embora em menor grau, nos contratos de consumo. É preciso

    avaliar a liberdade de contratar do consumidor, além de ponderar se o

    fornecimento de um produto realmente foi condicionado à compra de outro.

    Ora, a cidade em que se verificou a prática, Porto Alegre/RS, possui diversos

    postos de gasolina. É possível que o consumidor se dirija a outro posto de

    gasolina que apresente condição de pagamento mais favorável sem que

    acarrete significativo prejuízo para ele. Ademais, o verbo utilizado pelo artigo

    39, I, do CDC, é o de “fornecer”, não o de “pagar”. O que o posto de gasolina

    oferece é apenas melhor condição de pagamento, caso se efetue a compra de

  • 32

    outro produto, sendo que em nenhum momento foi vedado o acesso à gasolina

    ou ao refrigerante, de maneira isolada, pela empresa.

    Situação análoga é a de loja que impõe limite mínimo de gasto para parcelar

    pagamento, e aumenta o número de parcelas possíveis à medida que aumenta

    o valor gasto pelo consumidor (ex.: se o cliente efetuar compra acima de

    R$100,00, poderá parcelar a compra em até 2 vezes sem juros; se efetua

    compra acima de R$200,00, pode parcelar em até 3 vezes sem juros). Ou

    mesmo a de loja que oferece desconto a determinado produto se comprado

    em maiores quantidades (ex: dois chicletes custariam R$ 4,00, mas três

    custariam R$ 5,00). Em nenhum desses exemplos, assim como no caso em

    comento, o fornecedor deixa de ofertar o produto singularmente ao cliente.

    Apenas lhe é dada a possibilidade de escolha economicamente vantajosa, e

    ele pode aceitá-la ou recusá-la. Tirar tal possibilidade do consumidor não só

    prejudica sua liberdade contratual como também prejudica a economia como

    um todo, que perderá competitividade de mercado ao ter coibidas práticas

    promocionais que poderiam ajudar tanto o cliente quanto o fornecedor.

    Site:http://direitocivilemdebate.blogspot.com.br/2010/05/venda-casada-

    no-codigo-de-defesa-do.html

    4.2 – DA AÇÃO DE DANOS MORAIS NA VENDA CASADA

    Todo e qualquer consumidor sendo lesionado com a prática abusiva,

    nasce para ele o direito subjetivo de ajuizar a competente ação de danos

  • 33

    morais e materiais em prol do fornecedor de produtos e serviços, requerendo

    inclusive a devolução em dobro, uma vez que esse agiu de forma abusiva,

    tentando fazer com que o consumidor obtenha produtos e serviços com a

    venda de outros, dessa forma as empresas fornecedoras de produtos e

    serviços veem seus lucros subirem de forma astronômicas, gerando dessa

    forma um enriquecimento ilícito ou seja, de forma abusiva, sempre colocando o

    consumidor em desvantagem, visto que na maioria das vezes o consumidor

    não tem conhecimento do produto ofertado ou até mesmo de uma venda

    casada. Desta forma tomando conhecimento do ato ilícito praticado pelo

    fornecedor de produtos ou serviços, nasce ao consumidor o seu direito

    subjetivo de mover uma ação de reparação por danos morais e devolução em

    dobro pelo valor cobrado a mais.

    4.3 – SENTENÇA DE DANOS MORAIS PELA VENDA CASADA

    Quanto as sentenças de danos morais e materiais, tendo em vista a

    abusividade pela venda casada, infelizmente não temos o que comemorar,

    pois as sentenças condenatórias tem valores irrisórios, tendo em vista as

    práticas abusivas, dessa forma privilegiando os fornecedores de produtos e

    serviços fazendo com que os mesmos continuem executando tais práticas,

    dessa forma trago abaixo algumas sentenças afim de comprovar o aqui escrito

    onde os leitores poderão sanar possíveis dúvidas quanto ao assunto.

    Processo: 2013.076480-5 (Acórdão) Relator: Altamiro de Oliveira Origem: Imbituba

    http://app.tjsc.jus.br/jurisprudencia/busca.do

  • 34

    Orgão Julgador: Quarta Câmara de Direito Comercial Julgado em: 15/07/2014 Classe: Apelação Cível Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE CONSIGNAÇÃO INCIDENTAL. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. REBELDIA DA DEMANDANTE. SEGURO DE VIDA. VENDA CASADA CONFIGURADA. PARTE AUTORA COMPELIDA A ADERIR AO SEGURO, NA MESMA OPORTUNIDADE EM QUE FIRMOU EMPRÉSTIMO. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. SIMPLES QUESTIONAMENTOS DA AUTORA ACERCA DO VALOR MUTUADO. REVISÃO DE OFÍCIO VEDADA. NECESSIDADE DE SE BUSCAR A VIA PRÓPRIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE.

    Processo: 2013.048323-5 (Acórdão) Relator: Henry Petry Junior Origem: Joinville Orgão Julgador: Grupo de Câmaras de Direito Civil Julgado em: 09/07/2014 Juiz Prolator: Otávio José Minatto Classe: Embargos Infringentes Ementa: EMBARGOS INFRINGENTES. AÇÃO DE RESOLUÇÃO DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. ATUALIZAÇÃO DAS PARCELAS VINCULADAS AO SALÁRIO MÍNIMO E OUTRAS ABUSIVIDADES. RECONVENÇÃO. INADIMPLÊNCIA DO ADQUIRENTE. - ACÓRDÃO QUE REFORMA, POR MAIORIA, SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO E PROCEDÊNCIA DA RECONVENÇÃO. (1) SALÁRIO MÍNIMO COMO INDEXADOR. VERIFICAÇÃO. VEDAÇÃO DO ART. 7º, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. - O reajuste das parcelas vinculado ao salário mínimo é nulo, porquanto viola o disposto no art. 7º, IV, da Carga Política. - Verificada a coincidência dos valores das parcelas e do salário mínimo, pode-se afirmar a utilização deste como indexador, em detrimento do índice contratado (IGP-M), proceder que é abusivo. (2) SEGURO PRESTAMISTA. "VENDA CASADA". ABUSIVIDADE. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 39, I, E 51, IV, DO CDC. NULIDADE. - É nula a cláusula que condiciona a compra e venda à contratação de seguro

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    prestamista, sem possibilitar ao promitente comprador tal escolha, nem tampouco a da seguradora. Eventual benefício mútuo que traz referido seguro não é suficiente, mormente em hipótese de resolução da avença, para afastar a abusividade da cláusula. (3) COBRANÇAS ABUSIVAS. MORA DO PROMITENTE COMPRADOR ELIDIDA. - As cobranças abusivas durante a normalidade contratual são hábeis a afastar a mora do promitente comprador, o qual, a despeito de ter cessado o pagamento das parcelas ante a excessividade dos valores, já havia adimplido parcela substancial. (4) RESOLUÇÃO CONTRATUAL. CULPA DA PROMITENTE VENDEDORA. DEVOLUÇÃO INTEGRAL DOS VALORES. - Se a promitente vendedora der causa à resolução contratual, a restituição dos valores pagos deve ocorrer de forma integral. (5) 'ALUGUÉIS' PELO USO DO IMÓVEL. POSSIBILIDADE. CULPA DA PROMITENTE VENDEDORA. IRRELEVÂNCIA. VERBA QUE SE RELACIONA À VEDAÇÃO [...]

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    12. Número: 70042765743 Tribunal: Tribunal de Justiça do RS

    Seção: CIVEL

    Tipo de Processo: Apelação Cível Órgão Julgador: Décima Primeira Câmara Cível

    Decisão: Acórdão

    Relator: Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil

    Comarca de Origem: Comarca de Erechim

    Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE CARTÕES TELEFÔNICOS DE RECARGA. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. VENDA CASADA. Mostra-se desnecessário o desentranhamento dos documentos das fls. 745/770 e 790/840, por não causarem nenhum gravame para a parte contrária. Razões do recurso adesivo que se contrapõem à sentença, merecendo seguimento o recurso interposto. Ausência de interesse em recorrer, por parte da autora/reconvinda, no tocante à venda casada, à necessidade de reembolso dos valores despendidos na compra dos cartões de microrrecarga e à desnecessidade de devolução dos cartões não comercializados como condição para o reembolso. Autora e ré/reconvinte, respectivamente adquirente e fornecedora de cartões de recarga de telefonia

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    celular, atribuem-se reciprocamente a prática de atos em infração contratual e reivindicam a aplicação da multa prevista para a hipótese. Caso em que verificado o descumprimento contratual recíproco, inviabilizando a aplicação da penalidade a qualquer das partes. Pedido de reembolso das quantias exigidas da autora pela ré para a compra de cartões na modalidade de venda casada acolhido parcialmente, já que, quanto a uma das modalidades de cartões, já houve o pagamento e, quanto à outra, deve a condenação corresponder ao valor somente dos cartões não comercializados, montante que deverá ser apurado em sede de liquidação de sentença. Sucumbência redistribuída. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA. RECURSO ADESIVO PARCIALMENTE CONHECIDO E DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70042765743, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Roberto Imperatore de Assis Brasil, Julgado em 02/07/2014)

    Data de Julgamento: 02/07/2014

    Publicação: Diário da Justiça do dia 09/07/2014

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    0005438-08.2013.8.19.0079 – APELACAO DES. REGINA LUCIA PASSOS - Julgamento: 23/07/2014 - VIGESIMA QUARTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

    Apelação Cível. Relação de Consumo. Indenizatória. Contrato de seguro. Ocorrência do sinistro. Recuso ao pagamento da indenização. Venda Casada. Responsabilidade objetiva. Falha na prestação do serviço. Dano moral in re ipsa. Quantum indenizatório fixado nos limites da razoabilidade e proporcionalidade. Precedentes citados: 0149334-86.2012.8.19.0001 ¿ APELAÇÃO DES. REGINA LUCIA PASSOS - Julgamento: 17/04/2013 NONA CÂMARA CÍVEL - 0004482-92.2010.8.19.0209 ¿ APELAÇÃO - DES. REGINA LUCIA PASSOS - Julgamento: 20/03/2013 - NONA CÂMARA CÍVEL. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

    0399743-82.2012.8.19.0001 – APELACAO DES. LEILA ALBUQUERQUE - Julgamento: 21/07/2014 - VIGESIMA QUINTA

    http://www.tjrs.jus.br/site/jurisprudencia/

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    CAMARA CIVEL CONSUMIDOR

    APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO E INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. A Autora busca a declaração de nulidade dos descontos referentes aos prêmios de seguro não contratados, a repetição do indébito e indenização por danos morais. A prática da venda casada é expressamente vedada pelo Código de Defesa do Consumidor, o que impõe o seu cancelamento e a restituição em dobro das parcelas pagas. Hipótese que não tem o condão de gerar danos à personalidade da Autora, na esteira da jurisprudência deste Tribunal de Justiça. Correto o reconhecimento da sucumbência recíproca. PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.

    Site: http://www.tjrj.jus.br/scripts/weblink.mgw

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    CONCLUSÃO

    A Venda Casada, conforme pude perceber, é um assunto que apesar da

    grande relevância para a sociedade brasileira é pouco discutido no mundo

    jurídico. O Código de Defesa do Consumidor deu a sua contribuição ao tema,

    entretanto existe uma carência inequívoca quanto ao assunto, é pouco

    debatido, tanto que diversos autores pouco abordam o tema. A grande

    dificuldade de encontrar doutrinadores que escrevessem sobre o assunto até

    exauri-lo, deixou a desejar no trabalho, até mesmo porque é um tema bastante

    restrito. Entretanto gostaria de esclarecer que procurei fazer o melhor possível

    tentando dar maior ênfase ao assunto apesar de o mesmo não ser muito

    difundido, pois, faltou-me material adequado onde pudesse dar um maior

    destaque ao assunto, mas, gostaria de deixar aqui minha contribuição em

    relação a um assunto de grande importância, uma vez que os fornecedores de

    produtos e serviços exercem tal prática com agressividade, deixando o

    consumidor sempre em desvantagem: sejam elas em bancos, lojas de

    eletrodomésticos, seguradoras e no grande mercado consumerista, deixando

    dessa forma o consumidor vulnerável, uma vez que os tribunais adotam

    valores irrisórios em suas sentenças, deixando de aplicar o caráter

    pedagógico-punitivo das mesmas e fazendo com que esses grandes mercados

    continuem a prosperar diante dos abusos cometidos contra o consumidor, pois

    a falta de reprimenda do poder judiciário e do legislador que como sempre

    acaba deixando lacunas nos dispositivos fazendo com que as grandes

    instituições tripudiem do consumidor.

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    ANEXOS

    Banda Larga 3G-Venda casada-Contrato de Adesão-Cláusula Penal Claro São Paulo - SP Quarta-feira, 27 de Junho de 2012 - 19:18 Ocorre que, no dia 14 de janeiro de 2012 contratei os serviços de transmissão de sinal da operadora Claro, apesar da velocidade ser alta, 6GB, não conectava. Na verdade, ao que parece, o serviço não ficou disponível. Após diversas reclamações feitas pelo telefone, a operadora resolveu NÃO COBRAR a fatura com vencimento para o dia 20/06/2012. Pois bem, continuo sem sinal. O problema não está no computador, até por que algumas vezes (quase nenhuma) conectou. Ante a INDISPONIBILIDADE DOS SERVIÇOS contratados resolvi denunciar o contrato de forma unilateral. Ocorre que o contrato, DE ADESÃO, me obriga, a permanecer com o serviço por 12 meses, ou caso contrário, adimplir a CLAUSULA PENAL, com valor proporcional ao tempo restante para o término do SERVIÇO, QUE NÃO ESTÁ SENDO PRESTADO, ou seja, 6 meses de R$ 90,00, totalizando-se 540,00 Reais. Nesse passo, verifica-se desproporcional a multa, 540,00 Reais, até porquê, repisa-se, o contrato está sendo denunciado unilateralmente por culpa da operadora que não está prestando o serviço de forma satisfatória ao consumidor. No mais o Código Civil, dispõe, em seu art. 408, que, "Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora". Não sendo culpa minha, consumidora, portanto. Ainda que assim não fosse, o valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal, conforme determina o art. 412 do Código Civil, ou seja, R$ 90, reais de pagamento mensal. O que de qualquer forma não é devido, pois NÃO ESTOU RESCINDINDO POR MEU BEL PRAZER, mas por que O SERVIÇO NÃO ESTÁ SENDO PRESTADO. Como se não bastasse, o artigo 51, do Código de Defesa do Consumidor determina que o juiz pode declarar nulas cláusulas abusivas, como está aqui discutida. Inúmeras outras cláusulas consideradas abusivas pela jurisprudência, tendo sido editadas pela Secretaria de Direito Econômico, por meio das portarias de nº 4, de 13.03.98, nº 3 de 15.03.2001.REQUEIRO, PORTANTO, QUE A CLAUSULA PENAL, COBRADA, SEJA DECLARADA INEXISTENTE, ISENTANDO-ME DE SEU PAGAMENTO, até por que, ressalto, já passei por diversos constrangimentos, tendo que usar estabelecimentos comerciais que comercializam serviços de internet, a LAN HOUSE DA VENDA CASADA. Outro problema. Feita a contratação dos serviços, fui informada que GANHARIA o modem caso utiliza-se do serviço por

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    12 meses, no entanto, isso é venda casada, vedada no ordenamento jurídico, conforme determina o art. 39, I, da LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990, constituindo, inclusive [editado pelo Reclame Aqui] contra as relações de consumo (art. 5º, II, da Lei n.º 8.137/90). Tendo-se em vista que o ordenamento jurídico PROÍBE o locupletamento ilícito, proponho, a devolução do modem, pois me OBRIGAR pagá-lo, quando a nenhum momento eu o quis comprá-lo caracteriza-se, como dito alhures, CRIME. Desta forma, requeiro que não seja cobrado 200,00 Reais do modem, nem a multa, porquanto o aparelho eu compro por um preço mais barato, e a multa é desproporcional, além de eu estar rescindindo o contrato por culpa da operadora. Apesar de contratada a velocidade de 6GB de velocidade, e o contrato prevê que a operadora garante apenas 10% do contratado, e existir ação civil pública questionando o assunto. Não me forneceram nem 10% da velocidade contratada. Por fim, artigo 20 do Código de Defesa do Consumidor, determina que os prestadores de serviços respondem pelo serviço mal executado ou realizado de forma diferente daquela que fora contratada. Ante o exposto, requeiro o CANCELAMENTO DA MINHA BANDA LARGA, sem a cobrança de multas e pagamento do modem. Informo, ainda, tomarei as medidas judiciais cabíveis para requerer tudo o que foi aqui pleiteado, caso minha insatisfação não seja resolvida pelas vias extrajudiciais. Att. Elielza http://www.reclameaqui.com.br/3147633/claro/banda-larga-3g-venda-casada-contrato-de-adesao-clausula-pena/

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    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    ALMEIDA, João Batista de. A Proteção Jurídica do Consumidor. 3 ed. São

    Paulo: Saraiva, 2002. [ ALEMIDA, João Batista de. Manual de Direito do Consumidor. São Paulo:

    Saraiva, 2003, p. 21.

    BENJAMIN, Antônio Herman de Vasconcellos et al. Código Brasileiro de

    Defesa do Consumidor. Comentado pelos autores do anteprojeto. 8. ed. Rio de

    janeiro: Forense Universitária, 2004, p. 361, apud DENSA, Roberta. Direito do

    Consumidor. São Paulo: Atlas, 2005, p. 98. ] DENSA, Roberta, op. Cit, p. 99.

    BENJAMIN. Antônio Herman.V. / MARQUES, Cláudia Lima / BESSA, Leonardo

    Roscoe.Manual de Direito do Consumidor. São Paulo: Revista dos tribunais,

    2009.

    Código de Defesa do Consumidor Comentado, ed. Forense Universitária, 8ª

    edição, 2009.

    BRASIL, Ministério da Fazenda. Secretaria de Acompanhamento Econômico.

    Central de documentos: glossário. Disponível em: <

    http://www.seae.fazenda.gov.br/central_documentos/glossarios>. Acesso em:

    03 janeiro 2012.

    Curso de Direito do Consumidor. São Paulo: Saraiva, 2008.

    Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira,

    Editora Saraiva, 1988.

    GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: Código Comentado e

    Jurisprudência. 4 ed. Niterói, RJ, Impetus, 2008.

    GOMES, Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 9.

    GRINOVER, Ada Pellegrini. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor:

    Forense Universitária, 2004.

    http://direitocivilemdebate.blogspot.com.br/2010/05/venda-casada-no-codigo-de-defesa-do.html#_ednref4

  • 42

    MAGELA, Geraldo Alves. Código do consumidor na teoria e na prática. Belo

    Horizonte: Del Rey, 2008.

    MARQUES, Claudia Lima, Contratos no Código de Defesa do Consumidor. 5ª

    Edição, Editora: Revista dos Tribunais, 2005.

    Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 2ª ed. São Paulo: Revista

    dos Tribunais, p. 2002.

    NETTO, Felipe Peixoto Braga. Manual de Direito do Consumidor, Salvador:

    Edições Juspodivm, 2009

    NUNES, Luiz Antonio Rizzato. Comentários ao Código de Defesa do

    Consumidor: direito material. São Paulo: Saraiva, 2000.

    .

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    BIBLIOGRAFIA CITADA

    Notas:

    [1] BRASIL, Ministério da Fazenda. Secretaria de Acompanhamento

    Econômico. Central de documentos: glossário. Disponível em:

    http://www.seae.fazenda.gov.br/central_documentos/glossarios>. Acesso em:

    03 janeiro 2012.

    [2] Código do Consumidor na teoria e na prática. 2008, p.74.

    [3] Código de Defesa do Consumidor Comentado, ed. Forense Universitária, 8ª

    edição, pág. 369.

    [4] Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 2ª ed. São Paulo:

    Revista dos Tribunais, p. 561.

    [5] Exemplos encontrados na obra Comentários ao Código de Defesa do

    Consumidor de Rizzato Nunes.

    [6] Direito do Consumidor: Código Comentado e Jurisprudência, 2008, p. 222.

    [7] Ibidem, p. 222.

    http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10#_ftnref1http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10#_ftnref2http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10#_ftnref3http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10#_ftnref4http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10#_ftnref5http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10#_ftnref6http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11006&revista_caderno=10#_ftnref7

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    ÍNDICE

    FOLHA DE ROSTO 2

    AGRADECIMENTO 3

    DEDICATÓRIA 4

    RESUMO 5

    METODOLOGIA 6

    SUMÁRIO 7

    INTRODUÇÃO 9

    CAPÍTULO 1 1 - CONTEXTO HISTÓRICO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO......10 1.1 - HISTÓRICO DAS RELAÇOES DE CONSUMO........................10 CAPÍTULO 2 2 - VENDA CASADA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO..................14 2.1 – CONCEITO (TIPOS DE VENDA CASADA) .............................14 2.2 - VENDA CASADA LEGAL .........................................................15 2.3 – VENDA CASADA ILEGAL .......................................................17 CAPÍTULO 3 3 - NATUREZA JURÍDICA DA VENDA CASADA .............................18 3.1 – PRÁTICAS ABUSIVAS NA VENDA CASADA .........................20 CAPÍTULO 4 4 - OS CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR NA VENDA CASADA...23 4.1- DISPOSITIVOS LEGAIS E JURISPRUDENCIAIS.......................26

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    4.2- DA AÇÃO DE DANOS MORAIS NA VENDA CASADA................32 4.3 - DA SENTENÇA DE DANOS MORAIS PELA VENDA CASADA .33 CONCLUSÃO.......................................................................................38 ANEXOS...............................................................................................39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA............................................................41

    BIBLIOGRAFIA CITADA.......................................................................43

    ÍNDICE..................................................................................................44

    FOLHA DE AVALIAÇÃO.......................................................................46

    FOLHA DE AVALIAÇÃO

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    AGRADECIMENTOSSUMÁRIOANEXOS 39BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41BIBLIOGRAFIA CITADA 43ÍNDICE 44FOLHA DE AVALIAÇÃO 46STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 384284 RS 2001/0155359-5 (STJ)TJ-RJ - APELACAO APL 00135357820118190204 RJ 0013535-78.2011.8.19.0204 (TJ-RJ)A “Venda Casada” no Código de Defesa do Consumidor (CDC) – Análise Jurisprudencial

    Banda Larga 3G-Venda casada-Contrato de Adesão-Cláusula PenalFOLHA DE ROSTO2AGRADECIMENTO3BIBLIOGRAFIA CONSULTADA............................................................41BIBLIOGRAFIA CITADA.......................................................................43ÍNDICE..................................................................................................44