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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA APLICADOS NA REPLICAÇÃO DO VÍRUS DE SARAMPO NA PRODUÇÃO DE VACINA NA FIOCRUZ Por: Edmilson Bento Chaves Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA APLICADOS NA

REPLICAÇÃO DO VÍRUS DE SARAMPO NA PRODUÇÃO DE

VACINA NA FIOCRUZ

Por: Edmilson Bento Chaves

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA APLICADOS NA

REPLICAÇÃO DO VÍRUS DE SARAMPO NA PRODUÇÃO DE

VACINA NA FIOCRUZ

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Sistema de Gestão

Integrada em QSMS.

Por: Edmilson Bento Chaves

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pelo fôlego de vida e

pelo seu imenso amor, à minha esposa

Claudia pelo incentivo, compreensão,

paciência nos momentos de ausência e por

ter me apoiado em todos os momentos, aos

meus filhos Pedro e Vitor, aos professores

do curso de Sistema de Gestão Integrada em

QSMS, ao professor Jorge Tadeu pela

orientação.

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RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo descrever os princípios de

biossegurança na replicação viral do vírus de sarampo para a formulação da vacina

tríplice viral no centro de produção de Antígenos Virais (CPAV). A biossegurança

envolve a análise dos riscos a que os profissionais de saúde e de laboratórios estão

constantemente expostos em suas atividades nos ambientes de trabalho. A

avaliação de tais riscos engloba vários aspectos, sejam relacionados aos

procedimentos adotados como, por exemplo, o uso de EPIs, as boas práticas em

laboratório (BPLs), ter conhecimento dos riscos dos agentes biológicos manipulados

e a infraestrutura dos laboratórios. Por isso, medidas de biossegurança descritas

neste trabalho são importantes para eliminação ou a redução dos riscos envolvidos

nas etapas de replicação do vírus de sarampo.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica através de artigos,

dissertações, manuais de biossegurança e no capítulo final foi utilizado

procedimentos operacionais padrão (POPs) desenvolvidos pelo laboratório para

descrever os princípios de biossegurança aplicados na prática com uma forma de

reduzir os riscos inerentes ao processo de replicação do vírus de sarampo em Bio-

Manguinhos/ Fiocruz.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I

Breve Históricos da Biossegurança 09

CAPÍTULO II

Princípios de Biossegurança 17

CAPÍTULO III

Biossegurança nas Etapas de Replicação do Vírus de Sarampo 30

CONCLUSÃO 41

BIBLIOGRAFIA 42

ÍNDICE 48

ÍNDICE DE FIGURAS 50

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INTRODUÇÃO

O significado da palavra biossegurança entende-se pelos seus componentes:

“bio” raiz grega, que significa vida, e segurança, que se refere à qualidade de ser

seguro, livre de dano. A palavra “biossegurança”, dicionarizada na edição de 1999 do

Dicionário Aurélio, denota “segurança da vida”. No Brasil, a palavra “biossegurança”

está vinculada, sobremaneira, a segurança da vida humana em ambientes da área

de saúde, da vida vegetal e às questões que envolvem agravos ambientais (COSTA;

COSTA, 2009).

Teixeira e Valle, 2010 definiram biossegurança como o conjunto de ações

voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às

atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação

de serviços, visando a saúde do homem, dos animais, à preservação do meio

ambiente e à qualidade dos resultados

A biossegurança envolve a análise dos riscos a que os profissionais de saúde

e de laboratórios estão constantemente expostos em suas atividades e ambientes de

trabalho e a avaliação de tais riscos engloba vários aspectos, sejam relacionados

aos procedimentos adotados, as chamadas boas práticas em laboratório (BPLs), aos

agentes biológicos manipulados, à infraestrutura dos laboratórios e a qualificação das

equipes. Para reduzir os riscos é essencial que os laboratórios desenvolvam um

programa de biossegurança específico e compatível com suas atividades

desenvolvidas, promovendo assim ações preventivas reduzindo os riscos de

qualquer atividade.

O presente trabalho teve como objetivo descrever os princípios de

biossegurança adotado pelo laboratório através de Procedimentos Operacional

Padrão (POP) para reduzir os riscos inerentes ao processo de replicação do vírus de

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sarampo para a formulação da vacina tríplice viral no Centro de Produção de

Antígenos Virais (CPAV) BIO-MANGUINHOS FIOCRUZ.

.

A monografia foi estruturada em três capítulos:

O Primeiro capítulo apresenta um breve histórico sobre biossegurança,

classificação de riscos e nível de biossegurança.

O segundo capítulo menciona os princípios de biossegurança, a importância

do uso dos EPIs e EPCs e das boas práticas de laboratório

No terceiro capítulo descrevo a prática de biossegurança em cada etapa de

replicação do vírus de sarampo em um laboratório de nível de biossegurança 2

(NB2), onde destaco por exemplo o cuidado com a manipulação do vírus

concentrado de sarampo, a importância do uso de EPIs e o correto descarte de

materiais contaminados.

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CAPÍTULO 1

Breve Históricos da Biossegurança

Segundo Aguiar; Ribeiro (2006) relataram que foi devido a fatos históricos de

contaminação, no qual vários profissionais da saúde contaminaram-se em grandes

epidemias como na gripe espanhola entre os anos de 1915 a 1920, na gripe de

Hong-kong em 1968, fez com que no século XX a biossegurança fosse empregada

com o conceito de proteção aos trabalhadores diretamente envolvidos com agentes

infecciosos.

Hinrichsen (2004) comentou que o surgimento da discussão sobre

biossegurança deveu-se, principalmente, à necessidade de se estudar e mapear os

riscos e acidentes relacionados à segurança nos ambientes de saúde e de pesquisa,

acentuando-se a partir da década de 1940. Com o decorrer do tempo os estudos

apontaram que a manipulação de agulhas e seringas foi o principal tipo de acidente

responsável pelas contaminações, seguido de respingo, aerossol e derramamento de

soluções.

Segundo a ANVISA (2005) no início dos anos 70, uma série de estudos

detectou que os profissionais de laboratórios clínicos e área da saúde apresentavam

mais casos de tuberculose, hepatite B e shigelose do que pessoas envolvidas com

outras atividades.

O conceito de biossegurança começou a ser mais fortemente construído, após

o surgimento da engenharia genética. O procedimento pioneiro utilizando técnicas de

engenharia genética foi a transferência e expressão do gene da insulina para a

bactéria Escherichia coli. Essa primeira experiência, em 1973, provocou forte reação

da comunidade mundial de ciência, culminando com a Conferência de Asilomar, na

Califórnia em 1974. Nesta conferência foram tratadas questões acerca dos riscos

das técnicas de engenharia genética e sobre a segurança dos espaços laboratoriais

(ALMEIDA; VALLE, 1999; ALBUQUERQUE, 2001; BORÉM, 2001).

Costa; Costa (2002) observaram que foi na década de 1980 quando a

Organização Mundial de Saúde conceituou a biossegurança como práticas de

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prevenção para o trabalho em laboratório com agentes patogênicos, e, além disto,

classificou os riscos como biológicos, químicos, físicos, radioativos e ergonômicos.

Na década de 1990 observou-se a inclusão de temas como ética em pesquisa,

meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante

em programas de biossegurança (COSTA, COSTA, 2002)

Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2004) o país começou a desenvolver

suas normas de biossegurança por volta do ano de 1995, devido ao aumento na

incidência de casos de danos ocupacionais que resultavam em doenças envolvendo

profissionais que prestavam serviço na área da saúde e que utilizavam estruturas e

microrganismos vivos.

Em 1995 foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)

para estabelecer normas às atividades que envolvam construção, cultivo,

manipulação, uso, transporte, armazenamento, comercialização, consumo, liberação

e descarte relacionados a OGMs em todo o território brasileiro, operacionalmente

vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a CTNBio é composta por membros

titulares e suplentes, das áreas humana, animal, vegetal e ambiental (SCHOLZE,

1999).

A biossegurança no Brasil teve sua legalização em 25 de março de 2005, com

a lei n° 11.105, lei está que revogou a lei N° 8.974, de 5 de janeiro de 1995, antiga lei

que criou a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, desta forma teve-se uma

abrangência maior que extrapola a área da saúde e do trabalho, sendo empregada

quando há referência ao meio ambiente e à biotecnologia (GARCIA; RAMOS, 2004).

No Brasil a biossegurança possui duas vertentes, ou seja, a Legal, que trata

das questões envolvendo a manipulação de organismos geneticamente modificados

(OGMs) e pesquisas com células-tronco embrionárias, e a praticada, aquela

desenvolvida, principalmente nas instituições de saúde, e que envolve os riscos por

agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, presentes nesses

ambientes, que se encontra no contexto da segurança ocupacional. SKARABA, et

al., 2004; PESSOA; LAPA, 2003).

A Biossegurança praticada está apoiada na legislação de segurança e saúde

ocupacional (Lei No 6514/1977), principalmente nas Normas Regulamentadoras –

NRs, do Ministério do Trabalho e Emprego (Portaria No 3214/1978), Lei Orgânica de

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Saúde (No 8080/1990), Lei de Crimes Ambientais (No 9605/1998), Resoluções da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Conselho Nacional de Meio

Ambiente (Conama), entre outras. (SKARABA, et al., 2004; PESSOA; LAPA, 2003).

1.1 - Classificações de risco

A classificação dos agentes biológicos e dada pelo risco que o microrganismo

representa para a saúde do trabalhador, sua capacidade de propagação para a

coletividade e a existência ou não de profilaxia e tratamento. Todos os países

utilizam os mesmos critérios para a avaliação de riscos dos agentes biológicos,

porem existe alguns critérios variáveis de acordo com a realidade epidemiológica

local (BRASIL, 2010).

Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas foram

classificado pelo Ministério da Saúde por meio da Comissão de Biossegurança em

Saúde (CBS). Os critérios de classificação têm como base diversos aspectos, tais

como: virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração e

volume, origem de material potencialmente infeccioso, disponibilidade de medidas

profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz, dose infectante, tipo de

ensaio e fatores referentes ao trabalhador (BRASIL, 2008).

Os agentes biológicos foram classificados em classes de 1 a 4: (a) Classe de

risco nº1 agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e para a comunidade

inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou

nos animais adultos sadios exemplos: Lactobacillus sp; (b) Classe de risco nº 2

agentes biológicos que oferecem moderado risco individual e limitado risco para a

comunidade, inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos

animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio

ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas

eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni; (c) Classe de risco nº 3 agentes biológicos

que oferecem alto risco individual e moderado risco para a comunidade, que

possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias

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humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente

medidas de tratamento e, ou, de prevenção representam risco se disseminados na

comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa para pessoa

exemplo Bacillus anthracis; (d) Classe de risco nº 4 agentes biológicos que oferecem

alto risco individual e para a comunidade, com grande poder de transmissibilidade

por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Nem sempre está disponível

um tratamento eficaz ou medidas de prevenção contra esses agentes. Causam

doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de

disseminação na comunidade e no meio ambiente exemplo Vírus Ebola (BRASIL,

2008; PENNA et al., 2010; COSTA; COSTA, 2009; OMS, 2010).

1.1.1 - Riscos Físicos

Refere-se aos riscos provocados por algum tipo de energia. Os riscos físicos

podem ser enumerados dependendo dos equipamentos de manuseio do operador ou

do ambiente em que se encontra no laboratório. Podemos citar alguns casos como

calor, frio, vibrações, radiações não ionizantes e ionizantes e pressões anormais

(HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

Dentre os equipamentos de laboratório que podem ocasionar riscos físicos,

podem ser citados: estufas, muflas, bicos de gás (bico de bunsen), lâmpada de

infravermelho, incubadoras elétricas, agitador magnético com manta de aquecimento,

equipamentos de destilação, esterilizadores de alça ou agulha e autoclaves.

Acidentes envolvendo riscos físicos podem ocasionar queimaduras, explosões e até

incêndios (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

Um equipamento comum em laboratórios, em especial naqueles que utilizam

agentes biológicos, são as autoclaves, muito aplicadas na esterilização de meios,

que operam a elevadas temperaturas e pressões (usualmente com vapor saturado

sob pressão, a 121oC). Seu princípio de funcionamento é similar ao das panelas de

pressão, exigindo, assim, condições de extrema atenção e controle durante seu uso.

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Possuem válvulas de escape que são acionadas quando há risco de explosão

(HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

Em equipamentos que geram baixas temperaturas, como freezers, câmaras

frias, congeladores de baixa temperatura (- 70oc), refrigeração com nitrogênio (-

160oC) também é necessária a utilização de EPI para proteção adequada como o

uso de agasalhos térmicos com capuz, máscaras, sapatos de borracha de cano alto

com isolamento térmico e luvas térmicas (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

1.1.2 - Riscos químicos

A classificação das substâncias químicas, gases, líquidos ou sólidos, também

deve ser conhecida pelos seus manipuladores. Nesse aspecto, têm-se solventes

combustíveis, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos

(CARVALHO, 1999). Eles devem ser manipulados de forma adequada em locais que

permitam ao operador a segurança pessoal e do meio ambiente. Nesse caso,

cuidados também devem ser tomados no descarte dessas substâncias. Esse grupo é

muito importante, pois os acidentes de laboratórios com substâncias químicas são os

mais comuns e bastante perigosos (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

1.1.3 - Riscos ergonômicos

São riscos associados a aspectos pouco considerados e observados no

ambiente de trabalho, como distâncias em relação às alturas dos balcões,

prateleiras, gaveteiros, capelas, circulação, obstrução de áreas de trabalho entre

outros. (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

Normalmente riscos ergonômicos estão relacionados às lesões decorrentes de

esforços repetitivos, que atualmente se denominam DORT, doenças

osteomusculares relacionadas com o trabalho (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

Incluem o esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido

de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de

trabalho prolongada, monotonia, repetitividade e imposição de rotina intensa, É

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comum atualmente a ocorrência de acidentes ergonômicos oriundos de lesões por

movimentos repetitivos, má postura pelo uso de teclados para digitação (tendinites,

hérnias de disco) que muitas vezes precisam ser corrigidos por intervenção cirúrgica

(HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

1.1.4 - Riscos de acidentes

Considerado como sendo as situações de perigo que possam afetar a

integridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos presentes nos laboratórios.

Nos laboratórios de ensino, compreendem: infraestrutura física com problemas (pisos

lisos, escorregadios e instalações elétricas com fios expostos e/ou com sobrecarga

elétrica); armazenamento ou descartes impróprios de substâncias químicas; entre

outras, como: quando se trabalha com equipamentos de vidro sempre observar a

resistência mecânica (espessura do vidro), a resistência química e ao calor; para os

equipamentos e instrumentos perfuro-cortantes proteger as mãos com luvas

adequadas sempre tomando cuidado na manipulação, nunca voltado o instrumento

contra o próprio corpo (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

São riscos associados a arranjo físico deficiente, máquinas e equipamentos

sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, eletricidade, incêndio ou

explosão, animais peçonhentos e armazenamento inadequado (FIOCRUZ, 2010). Em

laboratórios, normalmente estes riscos estão relacionados a manuseio de

equipamentos e instrumentos de vidro, perfurocortantes, gases comprimidos inertes,

combustíveis e de ultrassom (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002). No caso dos

equipamentos de vidro, deve se observar a resistência mecânica (espessura do

vidro), resistência química e ao calor. O material de vidro utilizado deve ser

adequado para a aplicação desejada, não deve estar trincados, rachado ou

fraturado, e seu descarte quando inutilizado, deve ser realizado de forma adequada

em caixas de papelão ou plástico (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002). Materiais

perfurocortantes, como furadores de rolhas, agulhas e tesouras exigem que as mãos

sejam protegidas com luvas adequadas e que sejam tomados os cuidados devidos,

nunca voltando o instrumento contra o próprio corpo. No caso das agulhas, em

especial as que manipulam fluidos corporais, cuidados em relação às normas de

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biossegurança devem ser observados de modo a ser adequado seu descarte e

manuseio (HIRATA, MANCINI FILHO, 2002).

1.2 - Níveis de biossegurança

O Mistério da Saúde, (Brasil, 2005) definiu nível de biossegurança (NB) em

nível de contenção necessário para permitir o trabalho em laboratório com

Organismos Geneticamente Modificados - OGM ou outro organismo de forma

segura e com risco mínimo para o operador e para o meio ambiente.

No Brasil as normas de contenção de OGMs para laboratórios são

estabelecidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio

(TEIXEIRA ,2010).

Os laboratórios são divididos respeitando os níveis de biossegurança (NB) em

que se enquadram, denominados NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4. Tais níveis estão

relacionados aos requisitos crescentes de segurança para o manuseio dos agentes

biológicos, terminando no maior grau de contenção e de complexidade do nível de

proteção. O NB exigido para um ensaio será determinado pelo agente biológico de

maior classe de risco envolvido no ensaio (BRASIL, 2006).

As classificações são as seguintes: (a) nível de Biossegurança 1 (NB-1) é o

nível necessário ao trabalho que envolva agentes biológicos da classe de risco nº 1.

Representa um nível básico de contenção, que se fundamenta na aplicação das

Boas Práticas de laboratório BPLs, na utilização de equipamentos de proteção e na

adequação das instalações. O trabalho é conduzido, em geral, em bancada; (b) nível

de Biossegurança 2 (NB-2) é o nível exigido para o trabalho com agentes biológicos

da classe de risco nº 2. O acesso ao laboratório deve ser restrito a profissionais da

área, mediante autorização do profissional responsável; (c) nível de Biossegurança 3

(NB-3) este nível é aplicável aos locais onde forem desenvolvidos trabalhos com

agentes biológicos da classe de risco nº 3; (d) nível de Biossegurança 4 (NB-4) este

nível é necessário a trabalhos que envolvam agentes biológicos da classe de risco nº

4 e agentes biológicos especiais. Nesse tipo de laboratório o acesso dos

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profissionais deve ser controlado por sistema de segurança rigoroso (PENNA et al,

2010; BRASIL, 2013; BRASIL ,2010; OMS,2004; COSTA, COSTA, 2009).

Teixeira, (2010) afirmou que todo laboratório deve afixar cartazes nas portas

de acesso aos laboratórios com identificação do pesquisador responsável, classe de

risco do agente etiológico e símbolo internacional do risco biológico (Figura 1). A

função deste cartaz é impedir a entrada de pessoas não autorizadas em áreas com

riscos biológicos.

Figura 1 – Símbolo Risco Biológico, deve ser exposto nas portas dos

laboratórios (extraída da OMS, 2004).

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CAPÍTULO 2

2. Princípios da Biossegurança

O fundamento básico da Biossegurança é estudar, entender e tomar medidas

para prevenir os efeitos adversos da moderna biotecnologia e está relacionada com

os agravos gerados pelos agentes químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e

psicossociais, em ambientes ocupacionais do campo da saúde e laboratorial em

geral (COSTA; COSTA, 2006).

O termo Biossegurança é uma designação genérica da segurança das

atividades que envolvem organismos vivos, visto que bio quer dizer vida. É uma

junção da expressão “segurança biológica”, voltada para o controle e a minimização

de riscos advindos da exposição, manipulação e uso de organismos vivos que

podem causar efeitos adversos ao homem, animais e meio ambiente (CIB, 2010).

São vários os locais onde as condições de Biossegurança devem ser legalmente

obedecidas. Dentre esses podem ser citados: biotérios, áreas de saúde, locais de

trabalho de tatuadores, de manipulação de resíduos biológicos, consultórios

odontológicos, laboratórios clínicos, laboratórios de ensino, pesquisa e industriais

que envolvam uso de agentes biológicos (ROCHA, 2007).

As práticas de Biossegurança se baseiam na necessidade de proteção ao

operador, seus auxiliares e a comunidade local contra riscos que possam

comprometer a saúde, assim como proteger o local de trabalho, os instrumentos de

manipulação e o meio ambiente (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

Berg et al, (1975) afirmaram que princípio da precaução é quando uma

atividade representa ameaças de danos ao ambiente ou à saúde humana, medidas

devem ser tomadas mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem

plenamente estabelecidas cientificamente.

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A biossegurança e a segurança biológica referem-se ao emprego do

conhecimento, das técnicas e dos equipamentos, com a finalidade de prevenir a

exposição do profissional, dos acadêmicos, dos laboratórios, da comunidade e do

meio ambiente, aos agentes biológicos potencialmente patogênicos. Para isso,

estabelecem as condições seguras para a manipulação e a contenção de agentes

biológicos incluindo: os equipamentos de segurança, as técnicas de laboratórios,

além da gestão administrativa (HIRATA; MANCINI, 2002; BRASIL, 2005;

MASTROENI, 2006).

Hirata; Mancini, (2002) descreveram que equipamentos de segurança são

considerados como barreiras primárias de contenção e, juntamente com as boas

práticas em laboratório, visam à proteção dos indivíduos e dos próprios laboratórios

individual (EPI) e coletiva (EPC).

2.1.1 - Barreiras primárias

Os equipamentos de proteção são barreiras primárias que visam a proteger o

profissional (individual) e o ambiente (coletivo). A Norma Regulamentadora n. 6, do

Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece que o empregador deve adquirir e

fornecer ao trabalhador equipamentos de proteção individual (EPI), orientando e

treinando sobre o uso adequado, guarda e conservação, realizando periodicamente a

higienização e a manutenção, substituindo imediatamente sempre que danificado e

extraviado (BRASIL,2001).

Toda vez que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis e

não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes no

trabalho e/ou doenças profissionais, o equipamento de proteção individual deve ser

utilizado pelo profissional como um método de contenção dos riscos (BRASIL,2001).

Historicamente, os trabalhadores da área da saúde. Que atuam em hospitais,

clínicas odontológicas, veterinárias e laboratórios. São considerados como categoria

profissional de alto risco, pois estão frequentemente expostos aos riscos biológicos,

principalmente quando manuseiam fluidos corpóreos e sangue (NISHIDE; BENATTI,

2004).

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2.1.2 Barreiras secundárias

Uma instalação adequada é aquela que está de acordo com o funcionamento

do laboratório e com o nível de biossegurança recomendado para os agentes

manipulados no local, atuando também como uma barreira de contenção secundária.

Para os laboratórios de Nível de Biossegurança 1 (NB-1) onde são manipulados

agentes biológicos da classe de risco 1. São recomendados os seguintes critérios

para área física: Identificação do nível de Biossegurança e dos microrganismos,

Separação do laboratório do acesso público. Laboratório com acesso controlado.

Local para armazenar EPIs de uso exclusivo no laboratório. Paredes, tetos e pisos,

impermeáveis e resistentes à desinfecção. Autoclave próxima ao laboratório, nos

laboratórios de Nível de Biossegurança 2 (NB-2), são manipulados microrganismos

da classe de risco 2. Além dos critérios relacionados no risco 1, são recomendados

também: Lavatório para as mãos próximo à entrada do laboratório. Torneira com

acionamento sem uso das mãos. Sistema central de ventilação. Janelas vedadas.

Antecâmara. Sistema de geração de emergência elétrica. Cabine de segurança

biológica (CAMPOS, 2003).

Segundo o Ministério da Saúde, (Brasil, 2005) os profissionais de laboratórios,

além de estarem expostos aos riscos ocupacionais ergonômicos, físicos e químicos,

trabalham com agentes infecciosos e com materiais potencialmente contaminados,

que são os riscos biológicos. Esses profissionais devem ser conscientizados sobre

os riscos potenciais, e treinados a estarem aptos para exercerem as técnicas e

práticas necessárias para o manuseio seguro dos materiais e fluidos biológicos.

As Práticas de biossegurança são indispensáveis para o desempenho da

atividade laboral segura (ANDRADE et al., 2007; LOPES, et al., 2008).

Silva, (2010) ressaltou que a simples presença de um agente de risco em um

laboratório não significa que, necessariamente, ocorrerá uma doença ou um acidente

com os indivíduos que desenvolvem suas atividades no ambiente laboral.

2.2 - Boas práticas laboratoriais

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Para Carvalho (2008) o mundo vive em permanente desenvolvimento e muitas

são as atividades científicas que se apresentam repletas de incertezas. Nesse

sentido, coerência e responsabilidade se fazem necessárias para se reconhecer e

tratar com afinco essas questões.

Segundo Milton (2000) as Boas Práticas de Laboratório (BPL) surgiram pela

primeira vez em texto legislativo, na Nova Zelândia, em 1972, e na Dinamarca, em

1973, com o objetivo de credibilizar a prática laboratorial no domínio da investigação

e desenvolvimento.

Em 1976 surgiu a primeira proposta “formal" de regras de Boas Práticas de

Laboratório (Good Laboratory Practice Regulations: Proposed Rule) como resposta a

práticas incorretas, verificadas pela agência norte americana FDA (do inglês US

Food and Drug Administration), em atividades de investigação e desenvolvimento

realizadas em laboratórios de companhias farmacêuticas e/ou laboratórios

contratados pelas mesmas (MILTON, 2000).

Slomiany (2009) relatou que em 1979 entrou em vigor a proposta final da FDA

(Good Laboratory Practice Regulations: Final Rule 21 CFR 58), a primeira legislação

com verdadeiro impacto internacional, tendo sido estabelecidas regras de BPL para

que nos estudos de concessão e ensaio de um produto, no contexto do registo de

novos fármacos, os resultados obtidos fossem cientificamente válidos.

Boas Práticas de Laboratório é um tema mais ligado à indústria, a laboratórios

de análises clínicas e às questões de qualidade tais como a reprodutibilidade e a

confiabilidade dos dados. Mas tanto a Biossegurança quanto as Boas Práticas de

Laboratório devem estar presentes no dia-a-dia das práticas laboratoriais (OMS,

2004; 2006).

Para o INMETRO (Brasil, 2009) Boas Práticas de Laboratório é um sistema de

qualidade que abrange o processo organizacional e as condições nas quais estudos

não clínicos de saúde e de segurança ao meio ambiente são planejados,

desenvolvidos, monitorados, registrados, arquivados e relatados.

De acordo com a ANVISA (Brasil, 2005) existe uma grande preocupação

quanto a aplicação da biossegurança em todos os locais onde são manipulados os

OGM, mais mesmo assim o maior problema relacionado aos riscos em laboratório

não está nas tecnologias disponíveis para eliminar ou minimizar tais riscos e sim no

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comportamento dos profissionais. É indispensável relacionar o risco de acidentes às

boas práticas cotidianas dentro de um laboratório. Não basta haver sistemas

modernos de esterilização do ar ou câmaras de desinfecção das roupas de

segurança, por exemplo, se o profissional não lavar suas mãos com a frequência

adequada ou se o lixo for descartado de maneira errada isso não será considerado

boas práticas de laboratório.

Para a EMBRAPA (Brasil, 2008) as BPLs tratam da organização, do processo

e das condições sob as quais estudos de laboratório são planejados, executados,

monitorados, registrados e relatados. As BPLs têm como finalidade avaliar o

potencial de riscos e toxicidade de produtos objetivando a proteção da saúde

humana, animal e do meio ambiente. Outro objetivo das BPLs é promover a

qualidade e validação dos resultados de pesquisa através de um sistema de

qualidade aplicado a laboratórios que desenvolvem estudos e pesquisas que

necessitam da concessão de registros para comercialização de seus produtos e

monitoramento do meio ambiente e da saúde humana.

Sangroni et al, 2013 a utilização das BPLs requer a aplicação do bom senso e

prudência dos profissionais e acadêmicos ao desenvolver cada atividade. Cabe aos

coordenadores e professores dos laboratórios de ensino o incentivo e a fiscalização

da aplicação das normas e dos procedimentos padrões e específicos, permitindo,

com isso, a manutenção de um ambiente seguro e confiável a toda equipe do

laboratório, as BPLs padrões nos laboratórios de ensino devem ser conhecidas,

aplicadas por todos os usuários e são compreendidas, conforme os autores, como, a

saber:

1. Restringir o acesso de indivíduos ao laboratório: somente as pessoas

autorizadas podem adentrar nos ambientes laboratoriais;

2. Manter as mãos limpas e unhas aparadas; sempre lavar as mãos antes e

após variados procedimentos (manuseio de materiais biológicos viáveis; uso das

luvas; antes de sair do laboratório; antes e após a ingestão dos alimentos e bebidas,

etc.). Caso não existam pias no local, deve-se dispor de líquidos antissépticos para

limpeza e higienização das mãos;

3. Proibir a ingestão e/ou o preparo de alimentos e bebidas, fumar, mascar

chicletes, manipular lentes de contato, o uso de cosméticos e perfumes, o

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armazenamento de alimentos para consumo nos ambientes de manipulação de

agentes biológicos e químicos. Em todos os laboratórios deve ter uma área

designada como refeitório.

4. Pipetar com a boca é expressamente proibido e nunca se deve colocar na

boca objetos de uso no laboratório como canetas, lápis, borrachas, pipetas, dentre

outros

5.Utilizar calçados de proteção: fechados, confortáveis, com soldado liso e

antiderrapante;

6. Utilizar as luvas de procedimentos somente nas atividades laboratoriais e

evitar tocar em objetos de uso comum;

7. Trajar roupas de proteção durante as atividades laboratoriais, como:

jalecos, aventais, macacões, entre outros; essas vestimentas não devem ser usadas

em outros ambientes fora do laboratório, como escritório, biblioteca, salas de estar e

refeitórios;

8. Evitar o uso de qualquer tipo de acessórios/adornos durante as atividades

laboratoriais;

9. Manter os artigos de uso pessoal fora das áreas destinadas às atividades

laboratoriais;

10. Organizar os procedimentos operacionais padrões (POP) para o manuseio

dos equipamentos e técnicas empregados nos laboratórios;

11. Garantir que a limpeza dos laboratórios (bancadas, pisos, equipamentos,

instrumentos e demais superfícies) seja feita regularmente antes e imediatamente

após o término das atividades laboratoriais;

12. Em caso de derramamentos, dependendo do tipo e quantidade de material

biológico disseminado, pode-se empregar, para a descontaminação do local, álcool a

70% ou solução de hipoclorito de sódio, preferencialmente, a 10%, deixando agir por

30 minutos e após este período retirar com papel absorvente;

13. Assegurar que os resíduos biológicos sejam descontaminados antes de

ser descartados;

14. Manusear, transportar e armazenar materiais (biológicos, químicos e

vidrarias) de forma segura para evitar qualquer tipo de acidente. O manejo de

produtos químicos voláteis, metais, ácidos e bases fortes, entre outros, necessita ser

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feito em capela de segurança química. As substâncias inflamáveis precisam ser

manipuladas com extremo cuidado, evitando-se proximidade de equipamentos e

fontes geradoras de calor;

15. Usar os EPIs adequados durante o manuseio de produtos químicos;

16. Identificar adequadamente todos os produtos químicos e frascos com

soluções e reagentes, os quais devem conter a indicação do produto, condições de

armazenamento, prazo de validade, toxidade do produto e outros;

17. Acondicionar os resíduos biológicos e químicos em recipientes adequados,

em condições seguras e encaminhá-los ao serviço de descartes de resíduos dos

laboratórios para receberem o seu destino final;

18. Afixar a sinalização adequada nos laboratórios, entre elas, incluir o

símbolo internacional de “Risco Biológico” na entrada dos laboratórios a partir do NB-

2;

19. Instituir um programa de controle de roedores e vetores nos laboratórios;

20. Evitar trabalhar sozinho no laboratório e jornadas de trabalho prolongadas;

21. Providenciar treinamento e supervisão aos iniciantes nos laboratórios;

22. Disponibilizar kits de primeiros socorros e promover a capacitação dos

usuários em segurança e emergência nos laboratórios;

E, como mostra os estudos de Hirata e Mancini (2002), quando se trabalha de

maneira planejada e organizada, a exposição aos agentes considerados de risco a

saúde é minimizada e, sem dúvidas, evita-se assim acidentes.

2.3 Equipamentos de Proteção

2.3.1 Equipamentos de Proteção Individual

Os EPI têm o seu uso regulamentado, pelo Ministério do trabalho e Emprego,

em sua Norma Regulamentadora n0 6 (NR6). Esta Norma define como Equipamento

de Proteção Individual todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante

tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e

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que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança, saúde e integridade física no

trabalho (BRASIL,2001).

Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2001) a prevenção é uma das formas

de evitar os problemas de saúde ocupacional, mas, para que ocorra de maneira

eficaz é preciso sensibilizar e conscientizar os trabalhadores.

Para Skraba, et. al (2006) os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

servem para proteção do contato com agentes infecciosos, substâncias irritantes e

tóxicas, materiais perfuro cortantes e materiais submetidos a aquecimento ou

congelamento.

Blom; Pedrosa (1999) afirmaram que usar EPI é um direito do profissional da

saúde e a instituição em que o mesmo trabalha é obrigada a fornecê-los. É

fundamental que o profissional da saúde utilize os EPI de forma correta e sendo

descartáveis ou não, deverão estar à disposição e em número suficiente nos postos

de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição.

Skraba, et. al. (2006) destacaram alguns exemplos de EPIs como jalecos,

luvas, máscaras, óculos e protetores faciais. Há também protetores de ouvido para

trabalhos muito demorados com equipamentos que emitam ruídos além dos níveis

recomendados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego e máscaras de proteção

contra gases para uso na manipulação de substâncias químicas tóxicas e em caso

de acidentes.

Ainda, em relação aos EPI, outra opção para proteger o rosto é o protetor

facial. Ele é feito com o mesmo material dos óculos, deve ser ajustável a cabeça e

cobrir todo o rosto. Os óculos e os protetores faciais são equipamentos reutilizáveis e

devem ser desinfetados (BRASIL, 2004).

2.3.2 - Equipamentos de Proteção Coletiva

Os EPC são equipamentos de uso no laboratório que, quando bem

especificados, para as finalidades a que se destinam, permitem executar operações

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em ótimas condições de salubridade para o trabalhador e demais pessoas no

laboratório. Estes equipamentos minimizam a exposição dos trabalhadores a riscos,

e em caso de acidentes, reduzem suas consequências. Em alguns casos o uso de

EPC adequados elimina ou reduz a necessidade do uso de um determinado EPI

(ALMEIDA-MURADIAN, 2000; CARDELLA, 1999).

Segundo Garcia; Ramos (2004) a cabine de segurança biológica também

chamada de capela de fluxo laminar é um equipamento utilizado para proteger o

profissional e o ambiente laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que

podem se espalhar durante a manipulação. Alguns tipos de cabine protegem também

o produto que está sendo manipulado do contato com o meio externo.

Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2004) existem três tipos de cabines de

segurança biológico: Classe I: esse tipo de cabine protege o manipulador e o

ambiente, porém não evita a contaminação do material que está sendo manipulado;

Classe II: protege o manipulador, o ambiente e o material; Classe III: essa cabine é

completamente fechada, o que impede a troca de ar com o ambiente e funciona com

pressão negativa, ela oferece total segurança ao manipulador, ambiente e material,

os recipientes e o material a serem manipulados entram e saem por meio de

câmaras de desinfecção.

Skraba, et.al. (2006) afirmaram que a cabine de Segurança Biológico (CSB)

da classe II é ideal para laboratórios clínicos, principalmente para procedimentos

microbiológicos, laboratórios de saúde pública e unidades hemoterapias.

O Ministério da Saúde (Brasil, 2004) normatizou que as capelas de exaustão

química são equipamentos que protegem os profissionais na manipulação de

substâncias químicas que liberam vapores tóxicos e irritantes, porém muito usado em

laboratórios clínicos para descontaminação. O chuveiro de emergência é utilizado em

casos de acidentes em que haja projeção de grande quantidade de sangue,

substâncias químicas ou outro material biológico sobre o profissional.

Rocha; Fartes (2001) relataram que o chuveiro de emergência deve possuir

jato de água forte e deve possuir alavancas que podem ser acionados pela mão,

cotovelos ou joelhos, para possibilitar a remoção imediata da substância reduzindo

os danos para o indivíduo. O lava-olhos é um equipamento utilizado para acidentes

na mucosa ocular, o jato de água também deve ser forte e dirigido aos olhos.

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Garcia; Ramos (2004) defenderam que nos laboratórios deve constar também

kit de primeiros socorros, com material necessário para pequenos ferimentos na pele,

kit de desinfecção para descontaminação em casos de acidentes com material

biológico, porém os funcionários devem ser treinados para o manuseio.

2.4 Medidas Preventivas

As medidas preventivas devem ser realizadas e são as iniciativas de

educação permanente favorecendo com que os profissionais obtenham informações

necessárias que fomentem a utilização adequada dos recursos materiais no intuito

de proteção, consequências do não uso e em decorrência desta contaminação a

limitação profissional e qualidade de vida deste colaborados, além de custos

substanciais para o indivíduo contaminado, família e instituição.

A prevenção consiste em medidas que antecipam o acidente, através de

análise das atividades desenvolvidas e o ambiente. O conjunto de medidas são

administrativas no intuito de normatizar atendimentos e procedimentos realizados,

aquelas também destinadas ao controle ambiental que reduzem os riscos previstos

nas instalações arquitetônicas e o sistemático que prevê a utilização de EPIs

(BARROSO, 2001).

A conscientização trata-se do alertar das necessidades e demandas

apresentadas na educação permanente, esta deve ser gradativa e esclarecedora,

além da sensibilização que seria a possibilidade de individualmente despertar para a

problemática e os aspectos ao seu em torno (MELO; PONTES,2012).

O treinamento é indispensável, pois é neste momento que o profissional

deverá estar ciente de como utilizar os equipamentos de proteção individual, quais e

o motivo dos equipamentos de proteção coletiva. Como devem ser utilizados e

dispostos para assegurar a saúde do trabalhador (MELO; PONTES,2012).

Os profissionais de saúde são responsáveis pela assistência ao paciente e se

encontram em constante exposição ao risco biológico, apesar da possibilidade de

contaminação por doenças transmissíveis e outros riscos ocupacionais, parece que

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este enfoque não tem sido abordado de forma devida em seu currículo é importante

a educação permanente e o direcionamento para a biossegurança (ANDRADE;

SANNA, 2007).

A fiscalização é o momento em que a equipe de saúde laboral exige o retorno

de todas informações e conhecimentos fornecidos e necessita que tudo que foi

ministrado seja exercido na prática, caso contrário se faz imprescindível um novo

processo educativo contínuo e por outro ângulo a fim de atingir o profissional

relutante (MELO; PONTES,2012)

A educação em saúde é uma medida que deve ser realizada de forma

contínua. Aguça os sentidos de consciência e criticidade desta forma contribui para

medidas destinadas ao coletivo na busca de soluções e tem como consequência a

transformação da realidade (MIRANDA; STANCATO, 2008).

2.4.1- Avaliação e Representação dos Riscos Ambientais:

A avaliação e a representação dos riscos ambientais podem ser realizadas

pela elaboração do Mapeamento de Riscos Ambientais, uma técnica empregada com

o objetivo de levantar o maior número possível de informações sobre os riscos

existentes no ambiente de trabalho. Esta técnica foi desenvolvida na Itália em 1960,

para auxiliar na investigação e controle de riscos ambientais (CAMPOS, 2000). Este

mapeamento permite fazer um diagnóstico da situação de segurança e saúde do

trabalho nas empresas, com a finalidade de estabelecer medidas preventivas

(HIRATA; MANCINI FILHO, 2002). As metas específicas do mapeamento de riscos

são (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002):

a) reunir informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação

de segurança e saúde no trabalho na empresa;

b) possibilitar, durante sua elaboração, a troca e a divulgação de informações

entre os trabalhadores;

c) estimular sua participação nas atividades de prevenção.

As principais etapas envolvidas na elaboração do mapeamento de riscos são

(HIRATA; MANCINI FILHO, 2002):

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a) O Conhecimento do processo de trabalho no local analisado, incluindo os

trabalhadores, o tipo de trabalho (atividades desenvolvidas), o material (instrumentos

e materiais de trabalho) e o meio ambiente (o ambiente de trabalho);

b) A Identificação dos riscos ambientais existentes no local, utilizando uma

rotina de abordagem e classificação dos riscos. Para cada elemento dos grupos de

agentes de risco ocupacional devem ser considerados os efeitos e danos possíveis a

saúde do trabalhador;

c) O Estabelecimento de medidas de controle existentes e sua eficácia,

medidas preventivas de proteção coletiva, de organização de trabalho, proteção

individual e de higiene e conforto;

A Identificação dos indicadores de saúde, representados por queixas

freqüentes, acidentes de trabalho, doenças ocupacionais diagnosticadas e faltas ao

trabalho;

a) A Verificação dos estudos ambientais já realizados no local, observando os

agentes já monitorados, métodos empregados para detectar cada agente,

equipamentos utilizados e as tabelas com as medições feitas, setores e pontos em

que foram ultrapassados os limites de tolerância e a observância ou não das

medidas de controle propostas;

b) A Elaboração de um Mapa de risco, sobre a planta baixa do ambiente de

trabalho, indicando os tipos de risco por meio de círculos. Deve ser feito também o

relatório de risco identificando a que cada risco sinalizado está associado. Após ser

aprovado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), o mapa deve

ser afixado em local visível e de fácil acesso aos trabalhadores.

A elaboração do mapeamento e a apresentação na forma gráfica (mapa) são

atribuições da CIPA e estão previstas nas NR n0 5 e n0 9 do Ministério do Trabalho

e Emprego. Os dados do mapa de risco devem ser considerados na elaboração do

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Como citado acima, o mapeamento

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de risco é feito baseado na planta baixa ou esboço do local de trabalho e os riscos

são caracterizados e apresentados em cada local da planta através de círculos de

cores e tamanhos padronizados que informam o tipo e a gravidade do risco em um

ambiente definido (CAMPOS, 2000; MATTOS; QUEIROZ, 1998). Geralmente

durante sua elaboração deve-se contar com a participação de todos os

trabalhadores, bem como da assessoria do Serviço Especializado em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

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Capítulo 3

Biossegurança no Processo de replicação do vírus de sarampo

A vacina para sarampo encontra-se, geralmente, associada as vacinas para

caxumba e rubéola (tríplice viral). A vacina contra o sarampo (agente viável

atenuado) é altamente eficaz, conferindo imunidade vitalícia. (BRASIL, 2006).

Conforme informado pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1994) a

vacina tríplice viral é uma preparação mista liofilizada de cepas de vírus atenuados

de sarampo, caxumba e rubéola, separadamente obtida por propagação, em culturas

de tecido de ovos embrionados de galinha (caxumba e sarampo) ou células diploides

humanas MRC5 (rubéola).

A formulação da Vacina Tríplice Viral consiste essencialmente da combinação

dos três antígenos (concentrado viral monovalente de sarampo, rubéola e caxumba)

e estabilizadores. Após o enchimento nos recipientes finais, o concentrado viral final

de vacina trivalente contra o sarampo, caxumba e rubéola é liofilizado para fornecer

o produto final (OMS,1994).

O vírus de sarampo é obtido após multiplicação em fibroblastos de embrião de

galinha (CEF) derivados de ovos produzidos por aves livres de patógenos

específicos (SPF). A produção do concentrado viral da vacina da sarampo é baseada

no sistema de inoculação, utilizando os métodos clássicos de cultura de células

(OMS, 1994).

Para descrever a prática da biossegurança foram utilizados Documentos de

Procedimento Operacional Padrão (POP) que foram desenvolvidos pela CIBio

(Comissão Interna de Biossegurança) e pelo laboratório. Os POPs são

procedimentos escritos e autorizados que dão instruções detalhadas para a

realização de operações especificas na produção de produto farmacêutico e outras

atividades de natureza geral (ANVISA, 2001).

O Laboratório onde é realizada a replicação viral do vírus de sarampo atende

as exigências de contenção de segurança primária e secundaria recomendadas nos

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manuais de biossegurança, além de todos os operadores que participam do processo

de produção passarem por treinamentos de biossegurança que é ministrado

anualmente pela CIBio, e Existe um programa de Medicina do Trabalho, com

realização de exames periódicos anual para todos os funcionários, com o objetivo de

monitorar possíveis doenças que poderão estar relacionadas ao trabalho. A unidade

Bio-Manguinhos conta em sua estrutura organizacional com uma Assessoria de

Engenharia de Segurança do Trabalho (AEST) e também com uma Comissão Interna

de Prevenção de Acidentes (CIPA), ambas responsáveis por organizar, anualmente,

a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), com palestras e

atividades relacionadas a temas de segurança do trabalhador.

Os operadores que trabalham na manipulação na replicação do vírus de

sarampo utilizam um conjunto de EPIs denominado vestimenta para área limpa, que

é constituído de macacão, botas, capacete, capuz e um respirador autônomo

constituído por filtro 0,22 mµ, além de luvas, máscaras e toucas.

3.1- Culturas de células de embrião de galinha

Os protocolos descritos no manual denominado de Procedimento Operacional

Padrão (POP) da BIO-MANGUINHOS mencionam que os ovos utilizados para

produção do concentrado viral, nomeado pela ANVISA de Insumo Farmacêutico

Ativo (IFA) de caxumba são chamados de ovos livres de patógenos específicos

(SPF), é necessário o controle de temperatura e umidade para o embrião

desenvolver-se adequadamente e ficam incubados de 10 a 12 dias. Os ovos são,

então, iluminados por um equipamento chamado de ovoscópio e apenas aqueles

com embriões vivos e bem desenvolvidos são aceitos para a produção da cultura de

células.

Em seguida esses ovos são transportados para a sala denominada de

“abertura de ovos” onde os ovos com os embriões são abertos com auxílio de um

maçarico, evitando contaminações a este material biológico. Os embriões são

removidos assepticamente utilizando luvas de látex estéreis (Figura 2), triturados e

lavados com tampão fosfato. As células do embrião são separadas pela adição de

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uma solução de tripsina e, finalizando o procedimento, adiciona-se um meio de

crescimento, formando o concentrado celular. Nesta etapa corresponde ao nível de

segurança NB1, pois esta etapa do processo não causa doenças no homem, uma

vez que os riscos são somente os físicos e de procedimentos para o descarte de

ovos embrionados, placas de monitoramento rico em meio de crescimento, assim

como sobras de meios de cultura celular. O procedimento adotado para o manejo

dos ovos embrionados tem como objetivo a proteção do operador, no qual faz se

necessário a utilização de EPI, como as luvas em couro para proteção contra

queimaduras, durante a abertura de ovos, quando se utiliza o maçarico (Figura 3).

Outro manejo que requer cuidado consiste no descarte do bisturi e a utilização de

frascos hermeticamente fechados para centrifugação da suspensão celular (Figura

4). A importância dos procedimentos de segurança neste processo para a obtenção

da suspensão celular se prende, principalmente ao operador, principal alvo dos

riscos de acidentes inerentes à atividade.

Durante o processo e no final do processo os ovos que não foram utilizados e

sobras de embriões de galinha são segregados e acondicionado em sacos plásticos

vermelho com símbolo de risco biológico (Figura 5) e todo material perfurocortantes,

como por exemplo, os bisturis que são usados para cortar os embriões são

descartados em recipientes para perfuro cortante (Figura 6). Estes são submetidos a

descontaminação, utilizando-se autoclavação.

Figura 2 – Prática da Biossegurança utilizando como EPI as luvas de látex para proteger o

operador (extraída de Bio-Manguinhos, 2016)

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Figura 3 – Prática da biossegurança utilizando EPI, Operador utilizando de luvas de couro no

manuseio com maçarico (extraída de BIO-MANGUINHOS, 2016).

Figura 4 – Prática de a Biossegurança manter o frasco de centrifuga hermeticamente fechado e bem

encaixado na centrifuga (extraída de BIO-MANGUINHOS, 2016).

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conhecidos como filtros HEPA (99,97 % de eficiência), impedindo a liberação do

microrganismo no ambiente externo, ou seja, proteção as pessoas e ao meio

ambiente.

Figura 7– Sala com diferencial de pressão negativa para manipulação com vírus atendo norma de

biossegurança (contenção secundaria) (extraída de BIO-MANGUINHOS, 2016).

Figura 8– Sistema supervisório para monitorar as pressões, umidade e temperatura das salas de

produção (extraída de BIO-MANGUINHOS, 2016).

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Figura 11 – Pratica da Biossegurança: vacinação dos operadores que participam do processo de produção concentrado viral (extraída de FIOCRUZ, 2016).

3.3 - Colheita, Clarificação e Distribuição do Concentrado Viral.

A prática da biossegurança na etapa de colheita do vírus de sarampo que consiste

na aspiração das garrafas contendo as células infectadas com o vírus que é

realizado sobre fluxo laminar e de forma cuidadosa para evitar a formação de

aerossóis (figura 12).

Figura 12 – Prática da Biossegurança aspiração do vírus (A) para o tanque (B) de forma cuidadosa para evitar aerossóis (extraída de BIO-MANGUINHOS, 2016).

A B

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Na etapa de clarificação é viral é usado um sistema fechado com filtros para

que somente passe a partículas virais, e as células fiquem retidas na membrana do

filtro, neste processo é usado gás nitrogênio ultra puro para emburrar sobre pressão

o volume de um tanque para outro este procedimento a pressão e controla até o final

da filtragem para evitar rompimento de um dos filtros e consequentemente evitar

derramamento da suspensão viral.

Na distribuição do tanque para os frascos em diferentes volumes é feita

através de bomba peristáltica, neste o procedimento a velocidade de rotação das

bombas é controlado até o final da distribuição para minimizar o risco de liberação de

aerossóis e o risco de derramamento da suspenção viral (Figura 13). Ao final do

processo todo material que entrou em contato com a suspensão viral como: garrafas

com monocamada celular infectada, frascos contendo sobra de amostras são

segregadas e de descontaminadas em autoclave.

Figura 13 – Prática da biossegurança manipulação com cuidado para evitar derramamento

concentrado viral (extraída de BIO-MANGUINHOS, 2016).

3.4-Congelamento das Garrafas Contendo o Concentrado Viral

Depois de distribuído o concentrado viral em volumes pré-determinados pela

necessidade da produção, o risco físico está presente na etapa de congelamento,

que é realizado em cabine de nitrogênio líquido -125º C (Figura 14 A e 14 B). Tais

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Figura 15 – Símbolos de biossegurança em laboratórios: baixa Temperatura (A); sensor de nível de oxigênio no ambiente (B); indicando risco de asfixia (C) (extraída de BIO-MANGUINHOS, 2016).

3.5 - Desinfecção do Laboratório

No final de cada etapa do processo produtivo é realizado desinfecção das

salas, das bancadas e equipamentos com álcool 70% filtrado. E a cada 15 dias é

realizado a desinfecção com solução de hipoclorito de sódio a 0,5% nas salas.

Nestas atividades o risco é químico por conta destas substâncias liberarem vapores

tóxicos. É utilizado como EPI máscara facial contra gases (Figura 16), evitando-se

que tais substâncias penetrem no organismo por via respiratória e ainda protege o

rosto dos técnicos envolvidos neste processo.

Figura 16 – Mascara contra gases para proteger os colaboradores conforme norma de biossegurança (extraída de CENTAL DE PROTEÇÃO, 2016).

A B C

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CONCLUSÃO

Para trabalhar agente biológico é necessário ter um conhecimento amplo

deste, ou seja, para trabalhar com um agente biológico não basta apenas

classificação dos níveis de biossegurança, é necessário vários critérios de avaliação

tais como virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração, e

volume, origem do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de medidas

profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz, dose infectante e tipo de

ensaio e fatores referentes ao trabalhador.

A biossegurança no trabalho com vírus requer prevenções das infecções

como, por exemplo, a vacinação dos operadores envolvidos na produção e também

devem ter pleno conhecimento dos riscos envolvidos na manipulação de culturas de

células infectadas. No caso do Centro de Produções de Antígenos Virais possui

instalações de barreiras secundarias como principal fator para atingir o nível de

biossegurança 2 de forma a trabalhar com microrganismo de classe 2.

Em todos os processos observados neste trabalho a produção de replicação

do vírus sarampo o laboratório atende as exigências de contenção de segurança

primária e secundaria recomendadas nos manuais de biossegurança, além de todos

os operadores que participam do processo passarem por treinamentos de

biossegurança, no entanto, toda essa capacitação e treinamento só terão valor se as

pessoas realmente assumirem a importância da implantação desses conhecimentos

na prática.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 RESUMO 04 METODOLOGIA 05 SUMÁRIO 06 INTRODUÇÃO 07 CAPÍTULO I Breve Históricos da Biossegurança 09 1.1 Classificação de Risco 11 1.1.1 Risco Físicos 12 1.1.2 Risco Físicos Químicos 13 1.1.3 Riscos Ergonômicos 13 1.1.4 Riscos de Acidentes 14 1.2 Níveis de Biossegurança 15

CAPÍTULO II Princípios da Biossegurança 17 2.1.1 Barreira de contenção primaria 18 2.1.2 Barreiras de contenção segundaria 18 2.2 Boas práticas de Laboratório 19 2.3 Equipamentos de Proteção 23 2.3.1 Equipamentos de Proteção Individual 23 2.3.2 Equipamentos de Proteção Coletiva 24 2.3.2 Equipamentos de Proteção Coletiva 26 2.4 Medidas Preventivas 27 2.4.1 Avaliação e Representação de riscos ambientais

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CAPÍTULO III Biossegurança nos processos de Replicação do Vírus de sarampo 30 3.1 Culturas de células de embrião de galinha 31 3.2 Inoculação viral em cultura de célula 34 3.3 Colheita, Clarificação e Distribuição do Concentrado viral 37 3.4. Congelamento das garrafas Contendo o Concentrado viral 38 3.5 Desinfecção do Laboratório 40

CONCLUSÃO 41 BIBLIOGRAFIA 42 ÍNDICE 48 ÍNDICE DE FIGURAS 50

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Símbolo de Risco Biológico 16

Figura 2 – Prática da Biossegurança utilizando como EPI as luvas

de látex para proteger o operador 32

Figura 3 – Prática da Biossegurança utilizando EPI, operador

Utilizando luvas de couro no manuseio com maçarico 33

Figura 4 – Prática de a Biossegurança manter o frasco

De centrifuga hermeticamente fechado e bem encaixado 34

Figura 5 – Prática da biossegurança no descarte de restos

De embriões em sacos de resíduo biológico 34

Figura 6 – Prática da biossegurança no descarte de objeto

Perfuro cortante 34

Figura 7 – Sala com diferencial de pressão negativa para a

Manipulação do vírus atendendo a norma de biossegurança 35

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Figura 8 – Sistema supervisório para monitorar as pressões,

Umidade e temperatura das salas 35

Figura 9 – CSB classe II para manipulação do vírus concentrado 36

Figura 10 – Fluxo laminar para manipulação vírus concentrado 36

Figura 11 - vacinação dos operadores que participam dos

Processos de produção do concentrado viral 37

Figura 12 – Prática da Biossegurança aspiração do vírus (A),

Para o tanque (B) de forma cuidadosa para evitar aerossóis 37

Figura 13 – Prática da biossegurança manipulação com cuidado

Para evitar derramamento concentrado viral 38

Figura 14 – Tanque para armazenamento N2 (A) e aspecto da

Cabine de nitrogênio líquido 39

Figura 15 – Símbolos de biossegurança em laboratórios: baixa

Temperatura, sensor de O2 e risco de asfixia 40

Figura 16 – Mascara contra gases para proteger os

Colaboradores conforme norma de biossegurança 40

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