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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DA CONTROLADORIA NA EVIDENCIAÇÃO DA NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS Por: Marco Antônio de Moura Orientadora Prof. Márcia Andréia Rodrigues de Lima Pereira Brasília 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DA CONTROLADORIA NA

EVIDENCIAÇÃO DA NECESSIDADE E

IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Por: Marco Antônio de Moura

Orientadora

Prof. Márcia Andréia Rodrigues de Lima Pereira

Brasília

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DA CONTROLADORIA NA

EVIDENCIAÇÃO DA NECESSIDADE E

IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão

Estratégica e Qualidade

Por: Marco Antonio de Moura

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AGRADECIMENTOS

A Jesus Cristo, amigo sempre

presente, sem o qual nada teria feito.

Aos amigos, que sempre incentivaram

meus sonhos e estiveram sempre ao

meu lado.

A minha família que sempre me apóia

nas minhas conquistas.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a meus pais

Antonio e Amélia, a quem devo tudo que

sou e que tanto colaboraram para o meu

engrandecimento social, cultural e

profissional.

A minha querida esposa Kelly por toda

dedicação e afeto nas horas mais difíceis

da minha vida e nossos filhos Júlio e

Bruno que tanta alegria e felicidade nos

trazem.

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RESUMO

O ambiente no qual as empresas atuam hoje está muito complexo e

competitivo. Grandes mudanças tecnológicas, cenário econômico e de

negócios apresentam muitas oportunidades, mas também muitos desafios para

as organizações que buscam prospectar de forma sustentável. Nesse sentido,

o estudo da gestão tributária na Controladoria é de fundamental importância

nas organizações em função do impacto que a alta carga tributária e a

ausência de planejamento tributário causam no resultado econômico e

financeiro dessas empresas. Diante desses aspectos, as empresas precisam

buscar alternativas concretas e legais que permitam a redução do custo

tributário, bem como o estudo de alternativas que visam à inibição da evasão

fiscal para consolidar uma posição de destaque no ambiente competitivo, do

qual faz parte. As constantes alterações da legislação tributária federal e

principalmente dos estados representam ameaças e oportunidades para as

organizações, pois causam reflexos imediatos no processo de competitividade

e nas políticas de expansão devido, principalmente, ao desconhecimento do

regime tributário mais adequado para a empresa. O estudo da gestão tributária

na Controladoria é um aspecto muito importante nas organizações em função

das mudanças pelas quais o mundo está passando tanto no cenário político,

econômico quanto social e as corporações são afetadas diretamente por tudo

isso. A preocupação com o gerenciamento da gestão tributária demonstra que

as empresas estão sintonizadas com as melhores práticas gerenciais

financeiras atualmente encontradas no mercado. Com a aplicação dessas

práticas, o resultado é uma carga tributária mais enxuta cujo recolhimento

aconteceria em data certa, o que favorece a administração do estado.

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METODOLOGIA

Esse estudo foi elaborado tomando como sustentação metodológica

para o desemvolvimento da base teórica, bem como a conceituação dos

principais assuntos que foram apresentados. Os dados utilizados foram

extraídos de fontes primárias e secundárias. Com base nesses dados e na

correlação entre os assuntos, foram apresentadas interpretações,

argumentações e considerações sobre o tema.

Os principais autores utilizados na realização deste trabalho foram

Amaral (2004), Beuren (2004), Catelli (2001), Latorraca (2000), Mosimann

(1999), Nascimento (2007), Oliveira (2002), Padoveze (2004 e 2005), Peixoto

(2004) e Young (2006).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Conceito de Controladoria 10

1.1 Missão da Controladoria 11 1.2 Funções da Controladoria 12 1.3 Estruturação da Controldoria 13 1.4 Papel da Controladoria no Processo de Gestão 14 1.5 O papel do Controller no Processo de Gestão 14 1.6 Atribuições do Controller 16 1.7 Aptidões de um Controller 16 1.8 Principais Norteadores 16 1.9 Responsabilidades do Controller 17 1.10 Atividades do Controller 18 1.11 O Sistema de Relatórios 20 1.12 Controle de Gestão 21 1.13 Características do Controle de Gestão 23 CAPÍTULO II - Planejamento Tributário 25

2.1 Importância do Planejamento Tributário 27 2.2 Finalidades do Planejamento Tributário Sob o Ponto de Vista Financeiro 28 2.3 Diferenças Entre Sonegação Fiscal e Elisão Fiscal (Planejamento Tributário) 29 2.4 Aspectos Legais do Planejamento 30 CAPÍTULO III – A Sonegação Fiscal como Crime 31

3.1 A Aplicabilidade da Controladoria no Acompanhamento do Planejamento Tributário 34 3.2 A Controladoria Contribuindo com a Gestão do Planejamento Tributário Visando a Inibição da Sonegação Fiscal 35 3.3 Vantagens e Desvantagens do Planejamento Tributário (Quadro Comparativo) 37 CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

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INTRODUÇÃO

As pessoas projetam coisas, bens e serviços desde o início da

civilização e, para efeito de exemplos, temos grandes obras como a grande

Muralha da China e as Pirâmides do Egito feitos históricos como a chegada do

homem à Lua ou a Marte. A insanidade do objetivo de outros projetos levou

seu idealizador à queda e ao insucesso, como é o caso de Hitler.

O ambiente no qual as empresas atuam hoje está mais complexo e

competitivo. Grandes mudanças tecnológicas, cenário econômico e de

negócios apresentam muitas oportunidades, mas também muitos desafios para

as organizações que buscam prosperar de forma sustentável. Nesse sentido,

cabe analisar a importância e influência da Controladoria especificamente na

gestão tributária, para demonstrar os benefícios que a própria entidade tem

quando atuam no mercado como agente multiplicador da ética e da retidão na

hora do cálculo e do recolhimento dos tributos, combatendo a prática de

atividades ilícitas, como o crime de sonegação fiscal.

Aspecto relevante é que a economia global tem passado por um

processo de convergência de várias tendências nas últimas décadas. Os

objetivos das empresas deixaram de ser apenas financeiro-quantitativos e

passaram a ser também, de caráter sócio-ambiental.

Nesse sentido, a abordagem de estudo da gestão tributária na

controladoria é um aspecto muito importante em função do impacto que a alta

carga tributária gera no resultado econômico e financeiro, fortalece a imagem

das organizações e contribui para a melhoria da sociedade.

Diante desses aspectos, faz-se necessário que as empresas procurem

alternativas concretas e legais que permitam a redução do custo tributário e

uma posição de destaque no ambiente competitivo.

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Dentre os motivos que impulsionam este estudo, tem-se: o fato de que

o movimento da Responsabilidade Social Empresarial no Brasil encontra-se

ainda em pleno processo de desenvolvimento;

• A evidenciar em termos conceituais a necessidade do

planejamento tributário para o processo de gestão empresarial,

sendo de fundamental importância na otimização dos

resultados trazendo vantagem competitiva para empresa;

• A importância da Controladoria na execução, coordenação

e acompanhamento tributário é fundamental para garantir o

sucesso da estratégia a ser adotada;

Por fim, espera-se colaborar com uma reflexão no sentido de como a

controladoria pode contribuir para evitar a prática de crimes, no caso específico

à sonegação fiscal que podem estar vinculadas a práticas ilegais de redução

de ônus tributário, por meio de simulação ou fraude.

A realização de novas pesquisas, bem como de uma revisão das

fontes atualmente disponíveis, tendem a contribuir na ampliação e

aprofundamento do tema em debate, não somente dentro das corporações,

como também nos meios acadêmicos e na sociedade como um todo.

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CAPÍTULO I

O CONCEITO DE CONTROLADORIA

Pode-se entender por Controladoria como o departamento

responsável pelo projeto, elaboração, e manutenção do sistema integrado de

informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade,

com ou sem fins lucrativos, sendo considerada por muitos autores como o

atual estágio evolutivo da contabilidade.

Segundo Padovese “Controladoria é a unidade administrativa dentro

da empresa que, através da Ciência Contábil e do Sistema de Informação de

Controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do

sistema empresa” (2003, p. 33).

Peleias “define a controladoria como unidade administrativa, que

define, identifica, prevê, registra e explica os eventos. Sendo considerada a”

área da organização à qual é delegada autoridade para tomar decisões sobre

eventos, transações e atividades que possibilitem o adequado suporte ao

processo de gestão “(2002, p.13).

Os modernos conceitos de administração e gerência enfatizam, por

sua vez, que uma eficiente e eficaz Controladoria deve estar capacidade a:

• Organizar e reportar dados e informações relevantes para os

tomadores de decisão;

• Manter permanente monitoramento sobre os controles das

diversas atividades e do desempenho de outros departamentos,

e.

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• Exercer uma força ou influência capaz de influir nas decisões

dos gestores da entidade.

Tudo isso, evidentemente, sem deixar de cumprir com eficácia e

eficiência suas responsabilidades nas chamadas tarefas e atribuições

regulamentares, normalmente vinculadas aos aspectos contábeis e societários,

aliados à restrita observância da legislação tributária e fiscal, em todas as suas

nuances e complexidades.

Para atingir tais objetivos de monitoramento sistemático das

atividades empresariais nos diversos níveis, a Controladoria deve valer-se de

algumas ferramentas para possibilitar a mensuração e o controle das diversas

atividades da organização, sendo que para isso torna-se necessária à

adequada integração entre os sistemas contábeis, orçamentários e padrões.

1.1 – Missão da Controladoria

Segundo Paulo Schmidt um objetivo fundamental do sistema

empresa, que se constitui na verdadeira razão de uma existência, que

caracteriza e direciona o seu modo de atuação, que independe das condições

ambientais do momento, bem como de suas condições internas, e assume um

caráter permanente: é a missão (2002, pg. 22).

O cumprimento da missão de uma organização refere-se aa própria

razão de sua existência será intimamente relacionada com as variáveis

ambientais atreladas a sua atividade principal. Desse modo, a correta definição

e comunicação da missão de uma empresa favorece a clarificação de seu

posicionamento frente ao meio onde está inserida, constituindo-se em

importante referencial aos gestores para dirigir a divisão da empresa sob sua

responsabilidade.

No entanto, as crenças e valores das pessoas que dirigem a

empresa também influenciam e são influenciados pela cultura organizacional.

À medida que esse conjunto passa a fazer parte da personalidade da

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organização, acaba norteando sua missão, que é determinante para o

posicionamento da empresa em seu ambiente.

A explicitação da missão de uma empresa, conforme Pereirra

(1999, p. 52), requer como um objetivo permanente, capaz de orientar a

definição de seus objetivos gerais, como os sociais e os econômicos. Tais

objetivos, por sua vez, devem orientar a definição de objetivos específicos,

como, por exemplo, os das áreas e atividades que compõem a empresa,

formando, assim, uma hierarquia de objetivos em cujo topo figura a sua

missão. Todos esses objetivos devem orientar-se para os interesses globais da

empresa.

1.2 – Funções da Controladoria

No contexto da administração financeira, a Controladoria serve de

órgão de observação e controle da cúpula administrativa, preocupando-se com

a constante avaliação da eficácia e eficiência dos vários departamentos no

exercício de suas atividades. É ela que fornece os dados e as informações,

que planeja e pesquisa, visando sempre mostrar a essa mesma copula os

pontos de estrangulamento presentes e futuros que põem em perigo ou

reduzem a rentabilidade da empresa.

As principais atribuições da Controladoria compreendem:

• Estabelecer, coordenar e manter um plano integrado para o

controle das informações;

• Medir a performance entre os planos operacionais aprovados e

os padrões, reportar e interpretar os recursos das operações

dos diversos níveis gerenciais;

• Medir e reportar a eficiência dos objetivos do negócio e a

efetividade das políticas, estrutura organizacional e o

procedimento para o atingimento desses objetivos;

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• Prover proteção para os ativos da empresa. Isso inclui

adequados controles internos e cobertura de seguros;

• Analisar a eficiência dos sistemas operacionais;

• Sugerir melhorias para redução de custos;

• Verificar sistematicamente o cumprimento dos planos e

objetivos traçados pela organização;

• Analisar as causas de desvios e sugerir correção desses planos

ou dos instrumentos e sistema de controle;

• Analisar a adequação na utilização dos recursos materiais e

humanos da organização;

• Em suma, revisar e analisar os objetivos e métodos de todas as

áreas da organização, sem exceção.

A controladoria deve prestar-se para a contínua assessoria, no

sentido de contribuir para o aprimoramento da empresa, por meio de críticas

construtivas e inteligentes.

1.3 – Estruturação da Controladoria

A Controladoria moderna deve estar estruturada para atender a

necessidade de controles sobre as atividades rotineiras como servir de

ferramenta para o monitoramento permanente sobre todas as etapas do

processo de gerenciamento da empresa.

Dessa maneira, pode-se visualizar a Controladoria estruturada em dois

importantes segmentos:

• Contabilidade e Fiscal – nesse segmento, são

exercidas as funções e atividades da contabilidade tradicional,

representadas pela escrituração contábil e fiscal;

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• Planejamento e Controle – caracteriza o aspecto

moderno das funções e atividades da Controladoria. Nesse

segmento, devem estar incorporadas as atribuições concernentes

à gestão de negócios, o que compreende os aspectos

estratégicos, questões orçamentárias, projeções e simulações,

planejamento tributário, etc...

Quadro Estrutura da Controladoria, Oliveira.

1.4 – Papel da Controladoria no Processo de Gestão

O processo decisório é influenciado pela atuação da Controladoria por

meio das informações do planejamento e controle.

A missão da Controladoria é otimizar os resultados econômicos da

empresa por meio da definição do desenvolvimento de um modelo de

informações baseado no modelo de gestão.

CONTROLADORIA

Planejamento e controle Escrituração contábil e fiscal

Orçamento e projeções Contabilidade gerencial Contabilidade por responsabilidades Acompanhamento de negócio e estudos especiais. Planejamento tributário.

Contabilidade financeira Contabilidade de custos Contabilidade tributária Controle patrimonial

SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

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O papel da Controladoria é assessorar as diversas gestões da

empresa, fornecendo mensurações das alternativas econômicas, e por meio

da visão sistêmica, integrar informações e reportá-las para facilitar o processo

decisório.

1.5 – O Papel do Controller no Processo de Gestão

Ainda segundo Oliveira, Perez e Silva (2002, pg 21), “o controller deve

ser um profissional multifuncional, ou seja, deve acumular experiências nas

áreas contábeis, financeiras e administrativas”.

Conforme Padoveze “o papel do controller como estrategista

organizacional fica evidente a partir da estruturação da Contabilidade na

organização. Dentro das áreas administrativa e financeira, ele é responsável

pelo processo de planejamento e controle dos resultados empresariais. A sua

missão é assegurar o resultado planejado da empresa” (2004, pg 84).

Para cumprir essa missão, o controller tem como instrumento

fundamental o Sistema de Informação Contábil. E, no sistema integrado de

gestão empresarial, verificamos que o sistema contábil tem um papel

primordial, por ser ao mesmo tempo a etapa final do fluxo de informações

operacionais e o sistema que direciona a parametrização da estruturação dos

demais sistemas operacionais, para, posteriormente, enviarem as informações

necessárias ao planejamento e controle empresarial.

Como a continuidade da empresa é decorrente do acerto das decisões

estratégicas, a Contabilidade tem se desenvolvido continuadamente no sentido

de estar em linha com as estratégias de negócios e da organização.

Mostramos as diversas visões da contabilidade estratégica e apresentamos

nossa opção pelas correntes que enfocam como básico o planejamento e o

controle, com ênfase nos resultados.

Nesse sentido, temos como premissa maior que o lucro é a melhor e

mais consistente medida de eficácia do sistema empresa, e deve ser o

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parâmetro para avaliação de desempenho das atividades empresariais e de

seus gestores.

1.6 – Atribuições do Controller

• Informação;

• Motivação;

• Coordenação;

• Avaliação;

• Planejamento;

• Acompanhamento;

• Organização;

• Direcionamento;

• Mensuração;

1.7 – Aptidões de um Controller

• Fornecer informações;

• Entender operações;

• Comunicar claramente;

• Analisar informações;

• Fornecer projeções;

• Fornecer informações tempestivas;

• Acompanhar problemas;

• Ganhar confiança;

• Ser junto e imparcial;

• Fornecer informações de custo eficaz;

1.8 – Princípios Norteadores:

• Iniciativa;

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• Visão econômica;

• Comunicação racional;

• Síntese;

• Visão para o futuro;

• Oportunidade;

• Persistência;

• Cooperação;

• Imparcialidade;

• Persuasão;

• Consciência das limitações;

• Cultura geral;

• Liderança;

• Ética.

1.9 – Responsabilidades do Controller

As responsabilidades do controller não raras vezes se confundem com

o tesoureiro. O primeiro pode fornecer informações financeiras a diversos tipos

de interessados, tais como gestores, acionistas, credores, bolsas de valores

mobiliários, entre outros. No entanto, é da responsabilidade do tesoureiro o

gerenciamento dos recursos financeiros da empresa, tanto os existentes na

organização quanto os que ela precisa captar junto aos credores, acionistas,

investidores, governo ou outras fontes de crédito disponíveis.

Siegel, Shim e Dauber, citam que, desde a virada do século, os

negócios tem crescido em tamanho e complexidade. Também tem havido mais

intervenção do governo nas empresas e alteram-se os diversos meios de

levantar capitais. Esses fatos incrementam as funções e responsabilidades do

Controller, que continuam a mudar rapidamente. Tradicionalmente, o controller

era o chefe da contabilidade e o planejador financeiro da corporação. Hoje, se

envolve mais com o planejamento estratégico, isto é, com o processo de

tomada de decisões da organização, tendo em vista o conhecimento amplo e

profundo que tem da empresa e o seu Know-how financeiro. Sendo

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responsável pela coleta e relato de desempenhos ocorridos, pode usar essas

informações para avaliar a dinâmica dos negócios atuais, com base no

conhecimento que tem do ambiente operacional e das inter-relações entre as

diversas áreas da empresa, além de projetar tendências futuras.

Ressalta-se que a percepção de vários gestores em relação ao papel

do controler ainda se restringe ao fornecimento de informações financeiras e a

responsabilidade pelos controles internos da empresa. Nesses casos, cabe-lhe

a utilidade das funções da controladoria, oferecendo sugestões, de modo a

tornar-se membro da equipe responsável pelo processo decisório. Vale lembrar

que, mesmo se envolvendo com o planejamento estratégico da organização,

ele não é dispensado das outras atribuições que lhe dizem respeito, pois é

responsável pelos produtos da área contábil e pela eficiência e eficácia dos

trabalhos realizados nesse setor.

1.10 – Atividades do controller

A partir das funções básicas e dos princípios norteadores da ação

do controller, Roehl-Andersom e Bragg apresentaram um check-list das tarefas

de sua competência na maioria das empresas:

• implementação do plano contábil e supervisão de todos os

registros da organização;

• elaboração e interpretação das demonstrações contábeis e

demais relatórios da empresa;

• auditoria contínua dos registros nas contas da companhia;

• apuração dos custos de produção;

• apuração dos custos de distribuição;

• contagem física e custeamento dos inventários;

• preparação e apresentação das declarações de impostos,

bem como a supervisão de todas as questões relacionadas,

incluindo a condução de um programa eficaz de

gerenciamento de impostos que abranja todos os segmentos

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da corporação e forneça regras e procedimentos para

atender às leis e normas e aos regulamentos pertinentes;

• elaboração e interpretação de dados e relatórios estatísiticos

sobre a organização;

• elaboração, em conjunto com as outras áreas da empresa,

do orçamento anual de todas as atividades da empresa;

• acompanhamento da evolução da situação financeira da

empresa, cotejando os resultados realizados com os

previstos, inclusive submetendo sugestões de ações

corretivas aos gestores envolvidos;

• certificar-se de que os eventos correntes da empresa são

adequadamente registrados para fins de supervisão do

seguro dos bens;

• Desenvolvimento e implantação de práticas padronizadas,

no que diz respeito a questões e procedimentos contábeis e

à coordenação de sistemas de trabalho para toda

organização;

• Manutenção de registros adequados de apropriações

autorizadas e a certeza de que todos os valores despendidos

são apropriadamente registrados para monitorá-los;

• Certificar-se de que todas as transações financeiras

correntes da empresa são corretamente executadas e

devidamente registradas;

• Manutenção de registros adequados de todos os contratos

com terceiros, inclusive os de arrendamento mercantil;

• Aprovação para o pagamento de todos os cheques, notas

promissórias e outros instrumentos financeiros que tenham

sido assinados pelo tesoureiro ou por outras pessoas

autorizadas, de acordo com o regimento interno, bem como

os designados pela Diretoria da empresa;

• Exame de todas as garantias para a retirada de valores dos

cofres da organização, além de certificar-se que tais

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retiradas são realizadas em conformidade com o regimento

e/ou definidos pela Diretoria;

• Elaboração ou aprovação de regulamento ou práticas

padronizadas exigidas para assegurar o cumprimento de

ordens ou regulamentos estabelecidos pelo governo;

• Relacionamento com os auditores independentes da

empresa.

1.11 – O sistema de Relatórios

Siegel, Shin e Dauber, afirmam que o controller é aquele que

conhece os limites de sua função prescritiva e de seu conhecimento básico. A

elaboração de relatórios extensos, que nunca estão prontos em tempo hábil,

pode dar a impressão de que está trabalhando em sua capacidade máxima,

porém, pouco está contribuindo para que os gestores consigam alcançar os

planos previamente estabelecidos.

A informação sobre projeções financeiras, freqüentemente, é

necessária para que os departamentos consigam planejar o futuro

eficazmente. Relatórios, gerais, relatórios analíticos e de controle, bem como

relatórios de exceções, elaborados pela Controladoria, possibilitam a análise

de diversas informações e situações. Por sua vez, relatórios destinados à

Diretoria da empresa devem contemplar políticas específicas e tendências

gerais da receita e dos lucros futuros, a fim de que possam estabelecer e

alcançar objetivos específicos. Relatórios elaborados para outras empresas

devem ser úteis e tempestivos. Por fim, relatórios aos acionistas e bolsa de

valores mobiliários devem conter informações completas.

Por exemplo, é provável que a forma tradicional de medição de

desempenho ignore níveis de inventário quando avalia a eficácia de processo

de produção, focalizando a utilização das máquinas e o aproveitamento da

mão-de-obra direta por operação para medir a produtividade, em vez de

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mensurar o desempenho da unidade de negócios, no sentido de alcançar os

objetivos e metas planejados.

Os relatórios convencionais de desempenho financeiro de uma

empresa, tanto internos (relatórios de orçamento ou variação) quando externos

(demonstração de resultados ou relatórios de fluxo de caixa) são muito

parecidos com o placar de um jogo de beisebol. O placar informa a um jogador

se ele está ganhando ou perdendo o jogo, mas diz-lhe pouco se ele está

jogando bem ou mal dentro das regras do beisebol. Se ele tentar jogar

beisebol olhando o placar, não terá êxito no jogo.

1.12 – Controle de Gestão

É o meio de se obter e utilizar a informação para ajudar e coordenar

as decisões de planejamento e controle em uma organização e para orientar o

comportamento do empregado. O objetivo do sistema é melhorar as decisões

coletivas dentro de uma organização.

Esse sistema reúne tanto dados finaneiros (valor de vendas, custos

e despesas, resultado do período de uma área da empresa toda, etc) quando

dados não-financeiros (tempo de atendimento dos pedidos dos clientes,

absenteísmo e acidentes, entre outros). Além disso, algums informaçõe são

obtidas do ambiente externo da organização (valor das ações, preços dos

concorrentes, principais produtos que concorrem com os da empresa

nomercado, etc.) e outras informações são coletadas dentro da empresa

(dados históricos sobre o desempenho das diversas áreas, produtividade por

empregado, número e valor dos equipamentos utilizados em um determinado

setor da empresa, etc.).

Os diferentes níveis hierárquicos da organização indicam quais são

as informações requeridas pelos gestores para a realização de suas atividades

dentro de sua área de responsabilidade. Em níveis mais altos, os relatórios de

controle de gestão devem contemplar, além de informações gerais sobre o

ambiente interno da empresa, dados financeiros e não-financeiros externos.

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No entanto, as informações fornecidas em nível organizacional podem não ser

muito úteis no ambiente operacional, pois, naquela, os relatórios de controle de

gestão devem voltar-se mais para informações financeiras e não financeiras

internas, e não raras vezes, bem específicas para a execução de determinada

atividade.

Vale ressaltar que os sistemas de controle de gestão contém

elementos formais e informais. A parte formal decorre das regras explícitas,

dos planos que orientam o comportamento dos gestores, dos procedimentos e

das medidas de desempenho. O sistema formal de controle subdivide-se em

vários outros sistemas. São exemplos disso: o sistema contábil-gerencial (que

fornece informações sobre receitas, custos e resultados), o sistema de rcursos

humanos (que fornece informações sobre recrutamento, treinamento,

absteísmo e acidentes) e o sistema de qualidade da empresa (que fornece

informações sobre perdas, defeitos, reprocessamento, atrasos nas entregas

aos clientes). No que concerne ao sistema informal de controle, ele diz respeito

as regras não escritas do comportamento aceitável das pessoas em uma

organização como lealdade, compromissos recíprocos entre os membros da

organização, etc;).

O controle do sistema empresa visa salvaguardar o patrimônio e

definir o rumo da empresa, garantindo sua continuidade e o cumprimento de

sua missão. Para anto, necessita de definição de metas e padrões.

Nesse sentido, no planejamento da empresa são definidas as

diretrizes estratégicas e as políticas operacionais, as quais são traduzidas em

planos e padrões de controle quantificados física e monetariamente por meio

de planos orçamentários. Essa orientação, que serve de parâmetro para atingir

maior eficácia no desempenho de cada área e da empresa como um todo,

deve ser controlada para que seja alcançada a situação desejada e corrigir

eventuais falhas, já com vistas ao planejamento de períodos futuros.

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1.13 – Características do Controle de Gestão

Para que sejam bem sucedidas, conforme Merchant, as empresas

devem manter um bom sistema de controle. Explica que um bom controle

significa dizer que o gestor está bem informado e que pode estar confiante de

que surpresas maiores e indesejáveis não irão ocorrer. Por outro lado, se

apesar de uma estratégia operacional razoável algo estiver fora de controle,

uma anotação é feita para descrever uma situação em que há elevada

probabilidade de ocorrência de mau desempenho de toda organização ou de

uma área específica. Apesar disso, algumas falhas podem ocorrer, visto que

não existe controle perfeito, pois ele implicaria ter completa segurança de que

as pessoas nas quais a empresa se apóia ajam da melhor maneira possível, o

que é utópico.

A consideração de algumas características pode contribuir para que

a empresa tenha bons controles. Primeiro, o controle deve estar orientado para

o futuro, a fim de que não ocorram surpresas indesejáveis, uma vez que o

passado não é relevante, exceto como um guia para o futuro. Segundo, os

controles devem estar direcionados para os objetivos estabelecidos, o que vale

dizer que o desempenho de uma área ou da empresa deve ser considerado

em todas as dimensões, como, por exemplo, eficiência, qualidade,

gerenciamento de ativos, etc. Terceiro, nem sempre ter controles que

assegurem o alcance dos objetivos e metas fixados pela organização é

economicamente conveniente, devido ao custo de implementar controles que

garantam o desempenho desejado.

O custo de não ter um bom sistema de controle pode ser obtido

pela diferença entre o desempenho teoricamente possível, dada a estratégia

selecionada, e o desempenho esperado, a partir do sistema adotado. No

entanto, um sistema mais acurado de controle só deve ser implementado na

empresa se seu custo for menor que o benefício resultante. Desse modo,

pode-se dizer que o nível ótimo foi alcançado quando as perdas decorrentes

da sua falta são inferiores ao custo de implantar mais controles na

organização. Ressalte-se que essa avaliação é difícil e subjetiva, pois depende

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do julgamento do profissional que o faz e das condições de maior ou menor

probabilidade futura de ocorrerem surpresas maiores e indesejáveis.

Horngren, Foster e Datar, citem que, para serem efeitos, os

sistemas de controle de gestão devem apresentar algumas características

básicas em seus fundamentos. Primeiro, devem estar estritamente alinhados

com as estratégias e metas da organização. Segundo, devem ser planejados

para compatibilizar a estrutura organizacional com a responsabilidade de

decidir de cada gestor. Terceiro, devem motivar os gestores e os empregados

a cumprir uma determinada meta associada à respectiva orientação para

atingi-la, no sentido da congruência dos objetivos e dos aspectos do empenho.

Os autores explicam que há congruência dos objetivos quando trabalham

voltados para as metas estabelecidas no planejamento estratégico. Por sua

vez, o exemplo é definido como o esforço (físico e mental) voltado para a

realização de um objetivo.

Em síntese, um sistema de controle de gestão deve promover a

consecução eficiente e eficaz dos objetivos e metas estabelecidos no

planejamento estratégico e operacional da empresa, além de compatibilizar a

estrutura organizacional e as responsabilidades dos gestores com eles, bem

como motivar as pessoas dentro da organização.

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CAPÍTULO II

CONCEITO E OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO

Segundo Nascimento e Reginato (2007, p.11) “O controle fiscal

diz respeito aos aspectos tributários que envolvem as empresas, que requerem

tratamento constante em torno da tributação, bem como a análise de

condições que propiciem vantagens fiscais que permitam redução legítima da

carga de tributos”.

Conforme Young (2006) “podemos entender que o planejamento

tributário é um artifício utilizado de forma preventiva, buscando a economia

tributária, onde especialistas analisarão as opções dadas no ordenamento

jurídico e indicarão o melhor, a menos onerosa”.

Padovese (2004, p.68) diz “Conceituamos como gestão de impostos o

acompanhamento sistemático de todos os impostos da corporação, empresa e

estabelecimentos fiscais. Para tanto é necessário um sistema de informação”.

Observa-se que o planejamento tributário é uma atividade empresarial

que tem uma função estritamente preventiva, projeta os atos e fatos

administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada

uma das opções legais disponíveis.

O objeto do planejamento tributário é, em última análise,a economia

tributária. Cotejando as várias opções legais, o administrador obviamente

procura orientar os seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o

procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal.

Eis porque o caráter preventivo do planejamento tributário é essencial

à definição da matéria, não só no sentido técnico, como também do ponto de

vista legal.

O planejamento tributário busca a economia de impostos sugerindo a

escolha da opção legal menos onerosa. Há um aspecto de tempo, porém, que

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é fundamental em matéria de economia de impostos. No planejamento

tributário, por isso, a primeira tarefa consiste em:

• Prever a situação de fato que, ocorrendo em concreto, acarreta

conseqüências jurídicas, fazendo nascer a obrigação tributária

(fato gerador ou fato imponível);

• Identificar o período anterior à ocorrência do fato gerador da

obrigação tributária e o período posterior a essa ocorrência.

O contribuinte que pretende planejar, com vistas à economia de

impostos, terá de dirigir a sua atenção para o período anterior a ocorrência do

fato gerador e nesse período adotar as opções legais disponíveis. Isto porque,

quando evitar ou retardar a ocorrência do fato gerador, a economia de

impostos só é legítima se as providências para minimizar ou para evitar o ônus

tributário antecedem a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e

observarem estritamente as alternativas legais.

Não existe, porém, uma fórmula matemática e imutável para o

planejamento tributário, que permita às empresas preenchê-la com os seus

dados reais e obter o resultado correto (o caminho a ser seguido para obter a

economia tributária), como se faz com um programa de computador. Isto quer

dizer que a melhor escolha para a prática de um ato ou negócio jurídico por

parte da empresa dependerá da análise concreta e individualizada das suas

características, de sua situação contábil e financeira, bem como do

conhecimento da legislação, principalmente a tributária.

O planejamento tributário se apresenta, portanto, como o meio viável e

lícito (legal) para permitir a redução da carga tributária das empresas,

garantindo, assim, uma maior competitividade e, por via de conseqüência, a

sua sobrevivência. O planejamento tributário é tão importante para a empresa

como o processo de capacitação de seus empregados, o planejamento

logístico, o desenvolvimento de novos produtos e serviços, modernização

tecnológica etc. Portanto, a análise da realidade tributária da empresa e a

redefinição do seu posicionamento, por meio do desenvolvimento do chamado

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planejamento tributário, pode lhe permitir uma grande economia financeira,

capaz de dar fôlego e impulsionar as suas atividades.

2.1 – Importância do Planejamento Tributário

Possibilitar a identificação das oportunidades tributárias e ameaças

fiscais, de como preparar-se para a dinâmica da engenharia tributária, como

explorar as oportunidades e neutralizar as ameaças, antecipar e visualizar os

problemas e as prioridades e, principalmente, canalizar recursos para o

patrimônio, são alguns dos principais objetivos de uma empresa que podem

ser atingidos através do Planejamento Tributário.

É de notório conhecimento que o nível de tributação sobre as

empresas e pessoas físicas no Brasil é absurdo, chegando a inviabilizar certos

negócios. Empresas quebram com elevadas dívidas fiscais, e nem as recentes

“renegociações”, como REFIS, PAES e PAEX, trouxeram alguma tranqüilidade

para o contribuinte.

Se o contribuinte pretende diminuir os seus encargos tributários,

poderá faze-lo legal ou ilegalmente. A maneira legal chama-se elisão fiscal ou

economia legal (planejamento tributário) e a forma ilegal denomina-se

sonegação fiscal. O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais

que visam diminuir o pagamento de tributos.

Nascimento e Reginato (2007, p.238) falam o seguinte: “o processo de

controle fiscal deve ser visto como um dos ativos estratégicos da companhais,

pois ao administrar um custo significativo no contexto operacional da

organização impacta diretamente no seu resultado”.

O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que

melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu

empreendimento, inclusive dos impostos. Se a forma celebrada é jurídica e

lícita, a fazenda pública deve respeita-la.

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No Brasil, devido a complexidade do sistema tributário, encontramos

uma realidade cruel que da somatória dos custos e despesas de uma

empresa, mais da metade do valor é representado pelos tributos. Assim,

imprescindível a doção de um sistema de economia legal. O princípio

constitucional não deixa dúvida que, dentro da lei, o contribuinte pode agir no

seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto planejar o

fluxo de caixa, fazer investimentos, etc.

Segundo o IBPT, no Brasil, em média, 33% do faturamento

emrpesarial é dirigido a pagamento de tributos. Somente o ônus do Imposto de

Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro das Empresas pode

corresponder a 51,51% do Lucro Líquido apurado. Do somatório dos custos e

despesas, mais da metade do valor é representado pelos tributos. Assim,

imprescindível a adoção de um sistema de economia legal.

O princípio constitucional não deixa dúvida que, dentro da lei, o

contribuinte pode agir no seu interesse. Planejar tributos é um direito tão

essencial quanto planejar o fluxo de caixa.

2.2 – Finalidades do Planejamento Tributário Sob o Ponto de

Vista Financeiro

O planejamento tributário tem como objetivo a economia (diminuição)

legal da quantidade de dinheiro a ser entregue ao governo. Os tributos

(imposto, taxas e contribuições) representam importante parcela dos custos

das empresas, senão o maior. Com a globalização da economia, tornou-se

questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus

tributário.

Três são as finalidades do planejamento tributário:

• Evitar a incidência do fato gerador do tributo;

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• Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de

cálculo do produto; e

• Retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu

pagamento, sem a ocorrência de multa.

2.3 – Diferenças Entre Sonegação Fiscal e Elisão Fiscal

(Planejamento Tributário)

Para Peixoto (2004, p.73) “em ocorrendo um fato jurídico tributário, isto

é, um fato gerador, a expressão Evasão Fiscal trata-se de uma forma de não

pagar o tributo, neste caso, por meio de simulação, dolo ou fraude”.

Já a elisão fiscal, conforme Amaral (2004, p. 57) “a elisão fiscal decorre,

sempre, de um ato jurídico lícito. Em contraponto podemos afirmar que do

elícito poderá surgir evasão, nunca elisão”.

A fraude ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que

violem diretamente a ei fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude

dificilmente perdoável porque ela é flagrante e també porque o contribuinte se

opõe conscientemente a Lei. Os juristas a consideram como repreensível.

A elisão fiscal configura-se num planejamento que utiliza métodos legais

para diminuir o peso da carga tributária num determinado orçamento.

Respeitando o ordenamento jurídico, o administrador faz escolhas prévias

(antes dos eventos que sofrerão agravo fiscal) que permitem minorar o impacto

tributário nos gastos do ente administrativo.

Diferentemente da evasão fiscal (onde ocorre o fato gerador do tributo e

o contribuinte não paga uma obrigação legal) na elisão fiscal, através do

planejamento, evita-se a ocorrência do fato gerador. E por não ocorrer o fato

gerador, o tributo não é devido. Dessa forma, o planejamento não caracteriza

ilegalidade, apenas usa-se das regras vigentes para evitar o surgimento de

uma obrigação fiscal.

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2.4 – Aspectos Legais do Planejamento Tributário

A Lei 6.404 (lei das S/A) prevê a obrigatoriedade do palnejamento

tributário, por parte dos administradores de qualquer companhia, pela

interpretação do artigo 153 (“O administrador da companhia de empregar, no

exercício de suas funções, o cuidado e a diligència que todo homem ativo e

probo costuma empregar na administração dos seus negócios”).

Portanto, antes de ser um direito, uma faculdade, o Planejamento

Fiscal é obrigatório para todo o administrador. Desta forma, no Brasil, tem

ocorrido uma “explosão” do Planejamento Tributário como prática nas

organizações. No futuro, a omissão desta prática irá provocar, o descrédito

daqueles administradores omissos.

Atualmente, não se tem conhecimento de nenhuma causa ou ação,

proposta por acionistas ou debenturistas como participação nos lucros, neste

sentido. Mas, no futuro a inatividade nesta área poderá provocar ação de

perdas e danos por parte dos acionistas prejudicados pela omissão do

administrador em perseguir o menor ônus tributário.

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CAPÍTULO III

A SONEGAÇÃO FISCAL COMO CRIME

Atualmente, a carga tributária existente no Brasil sacrifica as

empresas comprometendo seus resultados e a retro alimentação dos próprios

investimentos, a ausência de uma política tributária incentiva à prática da

sonegação fiscal, muitas vezes utilizada pelas entidades até por

desconhecimento da legislação pertinente devido a complexidade da mesma.

Além de ser considerada crime, conforme preceituam as Leis 4.729/65

e 8.137/90, a sonegação de tributo também gera outros efeitos prejudiciais

para toda a sociedade, como a falta de investimento, que afeta o crescimento

do país, e, principalmente, o aumento da carga tributária. A carga tributária

aumenta porque o Estado precisa fazer a gestão de seus gastos, necessita de

dinheiro para o pagamento de suas obrigações e investimentos que são

necessários. E quem arca com esses valores são os contribuintes.

Segundo Lopes (200&) “Quem sai perdendo com isso tudo é a

sociedade, não apenas os mais necessitados, que precisam diretamente

desses serviços, mas também aqueles que têm maiores posses. Isso porque

maior parte da população necessita desses serviços, e estudos comprovam

que quanto piores os serviços prestados para a população, maior é o gasto de

manutenção desses serviços, pois eles passam a ser depredados”.

E como a Controladoria pode contribuir para evitar ou inibir a

sonegação fiscal?

Segundo Nascimento e Reginato (2007, pg.234) “a Controladoria

incorpora conceitos que enfatizam a competitividade como resultado de vários

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fatores que interferem nas atividades empresariais, sejam eles conjunturais,

estruturais ou internos”.

Ainda seguindo as definições dos autores:

“Os fatores internos são todos aqueles

elementos internos à empresa que a tornam competitiva

ou não, tais como gestão industrial, gestão tributária e

inovação ideológica como fator interno. Sobre estes

últimos, a Controladora exerce influência mediante a

indução de práticas que levem à consecução da missão e

dos objetivos da empresa, promovendo a eficácia

organizacional, a viabilização do modelo de gestão

vigente e a integração das áreas de responsabilidade da

organização.

Tornou-se prática comum para alguns dos representantes do Ministério

Público, em casos de apuração dos Crimes Contra a Ordem Tributária

(Sonegação Fiscal), adotarem como norma, a distribuição de denúncia criminal

contra todos os sócios de uma sociedade, que, eventualmente, tenha sido

objeto de autuação fiscal por parte dos fiscos Municipais, Estaduais e Federal.

Tal conduta afronta todos os princípios legais e constitucionais do

sistema penal brasileiro, que estabelece o princípio da culpabilidade, ou seja,

para que uma pessoa seja processada em ação penal é necessário que a sua

conduta ilícita esteja detalhadamente descrita e identificada no corpo da

denúncia.

Com a denúncia criminal realizada de maneira ampla e genérica contra

todos os sócios de uma sociedade, ou seja, realizada de forma indistinta e sem

identificar a conduta de cada sócio, os réus ficarão impedidos de realizar

amplamente a sua defesa, até porque não terão condições de saber que ação

ou omissão sua foi causadora do ilícito imputado.

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Notamos com habitualidade que inúmeras sociedades brasileiras,

especialmente as sociedades por cotas de responsabilidade limitada, têm em

seus quadros sociais participantes que, por vezes, não exercem qualquer

função na mesma.

Além disso, grande quantidade de pequenas empresas na verdade têm

nos seus quadros sociais as esposas dos sócios administradores, apenas para

fins de constituição da pessoa jurídica, haja vista que a Lei Brasileira exige

que, para existência jurídica de uma sociedade de cota por responsabilidade

limitada, a mesma seja constituída por no mínimo 2 (dois) sócios.

Assim, aquela esposa que, para auxiliar seu marido em um

empreendimento e negócio, e que cede seu nome para constituição de uma

sociedade, e que na maioria das vezes desconhece até mesmo os

procedimentos e práticas do empreendimento do seu companheiro, pela

postura adotada pelo Ministério Público, em determinadas ocasiões, passa a

correr o risco de ser denunciada criminalmente por delitos societários.

Para o crime de sonegação fiscal, é imprescindível que sejam

identificadas, de maneira individualizada, aquelas pessoas que efetiva e

dolosamente concorreram para a prática do ilícito imputado, sendo certo que

essas pessoas é que poderão responder e constar em uma denúncia criminal.

Nesse caso, eventualmente, as pessoas denunciadas pelo crime de

sonegação não precisam ser, única e exclusivamente, as pessoas dos sócios

de uma sociedade, mas também administradores nomeados, gerentes,

contadores, funcionários, e outros.

Assim, uma denúncia criminal para o ilícito penal de sonegação fiscal

que indique de maneira uniforme todos os sócios de uma sociedade, sem a

descrição da conduta e a forma de ação e/ou omissão de cada um, não pode e

não deve sequer ser recebida pelo Juiz.

Aliás, esse tem sido o entendimento do Superior Tribunal de Justiça

(STJ), bem como do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em casos análogos,

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determinaram o trancamento (encerramento) da Ação Penal proposta

pela evidente afronta aos requisitos legais e constitucionais.

3.1 – A Aplicabilidade da Controladoria no Acompanhamento

do Planejamento Tributário.

Tomando como referencial a definição de Catelli (2001, pg. 346) sobre

a missão da Controladoria que é “assegurar a otimização do resultado

econômico da organização”...

Segundo Oliveira (2002) “A Controladoria deve exercer um papel

preponderante, apoiando e fornecendo subsídios para os diversos gestores no

planejamento e controle das atividades operacionais, comerciais, financeiras,

administrativas, tributárias, etc., por meio da manutenção de um sistema de

informações que permita integrar as várias funções e especialidade”.

Ainda, segundo Padoveze (2003) [...] a maior parte dos impostos

permeia as atividades operacionais [...]. impactando todas as atividades da

companhia. Como é função precípua da Controladoria o apoio aos demais

gestores, é uma tendência natural que as questões tributárias envolvendo as

operações tenham a assessoria e monitoramento da Controladoria.

De acordo com as citações acima, observa-se a importância do papel

da Controladoria na gestão dos processos organizacionais, inclusive na gestão

tributária e gestão de impostos.

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Para uma eficaz gestão tributária é necessário que o responsável pelo

desenvolvimento de tal atividade tenha conhecimento amplo da área, das

legislações pertinentes, da empresa como um todo e seus departamentos, a

fim de desenvolver um sistema de informações que possibilite gerenciar a

grande quantidade de impostos, taxas e contribuições existentes no país.

Ainda, segundo Padoveze, “geralmente é da gestão de impostos, feita

de forma rotineira, que emergem as questões para o planejamento tributário”.

Então, verifica-se que a Controladoria deve colaborar com a gestão

tributária, em especial com a gestão dos tributos, devido a grande quantidade

destes, buscando a otimização e a redução do impacto financeiro ocasionado

por eles.

Adicionem-se a esses fatores os inúmeros benefícios para a imagem

da empresa com o cumprimento de seu papel de empresa cidadã e

socialmente correta, por pagar seus impostos em dia e de forma lícita,

contribuindo de forma mais eficaz para o desenvolvimento de uma sociedade

mais justa.

3.2 – A Controladoria Contribuindo com a Gestão do

Planejamento Tributário Visando a Inibição da Sonegação

Fiscal.

A Controladoria possui mecanismos que auxiliam as empresas na

execução, coordenação e acompanhamento tributário a fim de coibir a prática

de atividades ilícitas, como por exemplo, a sonegação fiscal.

Dentro dessa linha, vale ressaltar que gerir tributos nada mais é que,

de formas diretas e indiretas, as empresas encontrem alternativas de manter

suas obrigações fiscais compatíveis com a realizadade financeira, não

impactando a competitividade, cumprindo o papel de empresa responsável,

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evitando que a organização não pratique atividades que sejam consideradas

crimes.

A função essencial do sistema tributário é transferir recursos do setor

privado para o público para possibilitar a ação do estado. Ao cumprir essa

função, o sistema tributário afeta a distribuição de renda da sociedade e

modifica os sinais provenientes do mercado que informa, as decisões dos

agentes econômicos, que inibem uso eficiente de recursos ou prejudicam a

distribuição de renda.

Neste contexto, percebe-se a importância da gestão tributária dentro

da organização e pelas ferramentas que oferece, a controladoria, pode

contribuir muito para a eficiência do planejamento tributário, com a redução da

carga tributária.

Nas atividades exercidas pela controladoria compõem um conjunto de

processos logicamente organizados. A existência de uma área com as

características, funções e propósitos até aqui relatados representa importante

contribuição para a eficiência empresarial e para garantia da sobrevivência,

continuidade e crescimento das organizações.

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3.3 – Vantagens e Desvantagens do Planejamento Tributário

(Quadro Comparativo).

VANTAGENS DESVANTAGENS

Antecipar a decisão ao fato gerador. Custo para implementação e

acompanhamento de um sistema de

planejamento tributário.

Otimização do lucro da empresa. Necessidade de Mão-de-obra

especializada .

Agrega valor à empresa. Impacta na realização das outras

atividades.

Consolidação da empresa no

mercado.

Realização de prática de atividade

ilícita.

Planejamento dos investimentos

futuros.

Aumenta o risco de imagem para a

empresa.

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CONCLUSÃO

Este trabalho procurou evidenciar em termos conceituais e práticos a

importância da Controladoria na evidenciação da necessidade e importância

do planejamento tributário, contribuindo para a inibição de exercício de

atividades ilícitas como a sonegação fiscal contribuindo para o processo de

gestão empresarial, sendo de suma importância na maximização do resultado

e em todo o processo de vantagem estratégica, sem ter a pretensão de

esgotar assunto tão relevante e complexo para as instituições e sociedade

brasileira.

A importância da controladoria na execução, coordenação e

acompanhamento tributário é fundamental para garantir o sucesso da

estratégia a ser adotada, visto que a controladoria consegue ter uma visão

sistêmica de toda a organização e influenciar o modelo de decisão, pois possui

acesso irrestrito ao sistema de informações gerenciais.

O exemplo de planejamento tributário apresentado neste trabalho

acontece com grande freqüência em função da alta carga tributária imposta às

empresas, no entanto, este planejamento tributário totalmente vinculado a

guerra fiscal pode acabar quando acontecer a reforma tributária, que vem

sendo anunciada há anos. As propostas encaminhadas recentemente ao órgão

competente, nenhuma foi aprovada, assim, os especialistas entendem que

dificilmente acontecerá uma Reforma no âmbito tributário que acabe com a

guerra fiscal a curto prazo.

Vale ressaltar a pequena amostra das várias possibilidades, vantagens

e desvantagens da gestão, conforme quadro comparativo – item 5, da

Controladoria contribuindo com a gestão do Planejamento Tributário visando a

inibição da sonegação fiscal e em como ele pode ser extremamente útil às

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empresas e à sociedade na medida em que exercemos nosso direito a uma

justa capacidade contributiva.

Tentamos mostrar, ainda, a poderosa ferramenta gerencial que é o

Planejamento Tributário no que tange a maximização dos lucros a partir da

redução das despesas com tributos.

Por fim, ficou claro a licitude em que se baseia o Planejamento

Tributário a partir do conceito de elisão e evasão fiscal pondo fim a essa

discussão e provando ser possível cumprir de forma ética e economicamente

viável com as obrigações fiscais a que estamos submetidos.

Diante deste contexto, este planejamento tributário, que resulta em

redução significativa dos impostos, deve continuar sendo praticado pelas

grandes organizações que buscam melhores resultados e, principalmente,

maior competitividade Com isso, além dos benefícios financeiros, há a

vantagem de participar da evolução da sociedade e do conbate à práticas de

atividades elícitas.

Esperamos com isso ter despertado, principalmente aos

administradores, o interesse pelo Planejamento Tributário apoiado pela

atuação da Controladoria e o quão pode ser essa parceria pode favorecer o

bem administrar de nossas organizações.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

AMARAL, Gustavo da Silva. Elisão fiscal e norma geral antielisiva. 1 ed. São Paulo: IOB, 2004.

BEUREN, Ilse Maria, et. al. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade: teoria e prática. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2004.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado

federal, Subsecretária de Edições Técnicas 2002.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O CONCEITO DE CONTROLADORIA 10

1.1 – Missão da Controladoria 11

1.2 – Funções da Controladoria 12

1.3 – Estruturação da Controladoria 13

1.4 – Papel da Controladoria no Processo de Gestão 14

1.5 – O Papel do Controller no Processo de Gestão 14

1.6 – Atribuições do Controller 16

1.7 – Aptidões de um Controller 16

1.8 – Principais Norteadores 16

1.9 – Responsabilidades do Controller 17

1.10 – Atividades do Controller 18

1.11 – O Sistema de Relatórios 20

1.12 – Controle de Gestão 21

1.13 – Características do Controle de Gestão 23

CAPÍTULO II

CONCEITO E OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO 25

2.1 – Importância do Planejamento Tributário 27

2.2 – Finalidades do Planejamento Tributário Sob o

Ponto de Vista Financeiro 28

2.3 – Diferenças entre Sonegação Fiscal e Elisão Fiscal

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(Planejamento Tributário) 29

2.4 – Aspectos Legais do Planejamento 30

CAPÍTULO III

A SONEGAÇÃO FISCAL COMO CRIME 31

3.1 – A Aplicabilidade da Controladoria no

Acompanhamento do Planejamento Tributário 34

3.2 – A Controladoria Contribuindo com a Gestão do

Planejamento Tributário Visando a Inibição da

Sonegação Fiscal 35

3.3 – Vantagens e Desvantagens do Planejamento

Tributário (Quadro Comparativo) 37

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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Avaliado por: Conceito: