documento denunciando2

37
.. L - - . --- - DENÚNCIAS O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ mais uma vez denuncia a ond a crescente de violência, através de torturas, perseguiÇões e assass ina tos que vem Ocorrendo diariamente em nosso pais. Chama a atençã o p a- ra os seguintes casos: 1 - Em de 10 de julho foi assassinado João Batista Jorge, de 21 anos, com dois tiros na cabeça e um no peito, no municlpio de Itabora i, no estado do Rio de Janeiro. vinha sendo ameaçado de morte por ser militante do · movimento dos trabalhadores sem terra no referido mu nici pio. Solicitamos que telegramas ou cartas de repÚdio, exigin do a pu- niçao dos culpados, sejam enviados para: Governador Moreira Fr anco . Secretário Hélio Saboya . Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana . O.A.B./RJ . O.A.B./Federal 2 - O Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Itajai, denuncia que em 18 de julho, Valdecir Cardoso, de 19 anos, morador em Ibirama, no estado de Santa Catarina foi barbaramente torturado (espancamento co m correntes, pont·apés, balde de urina no rosto e ameaça de estupro ), sem nenhuma culpa formada,na delegacia de Vitor Meirelles por dois indivi duos que trabalham no referido estabelecimento: Ivo e Fredolin Mulle r. Em realidade, tais pessoas não são do quadro da policia, mas apadri- nhados polÍtico s e q ue meses espalham o terror no referido munici - Endereço para correspondência: R. Maranhão, 206- Méier - CEP 20720- RJ- BRASIL Depósito: Conta Corrente n9 044/00708113- BANERJ (Leblon)- C.G.C. 29.249.950/0001-36

Upload: voanh

Post on 07-Jan-2017

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Documento denunciando2

.. L

~· - - -· . ----

DENÚNCIAS

O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ mais uma vez denuncia a onda

crescente de violência, através de torturas, perseguiÇões e assass ina

tos que vem Ocorrendo diariamente em nosso pais. Chama a atenção p a­

ra os seguintes casos:

1 - Em de 10 de julho foi assassinado João Batista Jorge, de 21 anos,

com dois tiros na cabeça e um no peito, no municlpio de Itaborai, no

estado do Rio de Janeiro. Já vinha sendo ameaçado de morte por ser

militante do ·movimento dos trabalhadores sem terra no referido munici

pio. Solicitamos que telegramas ou cartas de repÚdio, exigindo a pu­

niçao dos culpados, sejam enviados para:

• Governador Moreira Franco

. Secretário Hélio Saboya

. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

. O.A.B./RJ

. O.A.B./Federal

2 - O Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Itajai, denuncia que

em 18 de julho, Valdecir Cardoso, de 19 anos, morador em Ibirama, no

estado de Santa Catarina foi barbaramente torturado (espancamento com

correntes, pont·apés, balde de urina no rosto e ameaça de estupro ), s e m

nenhuma culpa formada,na delegacia de Vitor Meirelles por dois indivi

duos que trabalham no referido estabelecimento: Ivo e Fredolin Mulle r .

Em realidade, tais pessoas não são do quadro da policia, mas apadri­

nhados polÍticos e que há meses espalham o terror no referido munici -

Endereço para correspondência: R. Maranhão, 206- Méier - CEP 20720- RJ- BRASIL Depósito: Conta Corrente n9 044/00708113- BANERJ (Leblon)- C.G.C. 29.249.950/0001-36

Page 2: Documento denunciando2

2.

pio, prendendo e torturando arbitrar i amente. Por temermos pela vi­

da de Valdecir, solicitamos que telegramas ou cartas de repÚdio,ex~

gindo o afastamento e a puniçao dos responsáveis por tais atos, s e ­

jam enviados para:

• Governador Pedro Ivo Campos

. Secretário de Segurança PÚblica do Estado de Santa Cata-

ri na

• Delegado Regional de Policia

. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

O.A.B./Federal

3) Em 30 de julho foi assassinado Guatemir Antonio da Silva, lÍder

-da ocupaçao no loteamento Nossa Senhora das Graças, no bairro de Cam

po Grande, estado do Rio de Janeiro, com mais de 10 tiros à queima~ .

roupa, em frente a sua casa por três homens. Solicitamos que tele­

gramas ou cartas de repÚdio, exigindo a punição dos culpados, sejam

enviados para:

• Governador Moreira Franco

. Secretário Hélio Saboya

. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

• O.A.B./Federal

Delegado Nemésio Vidal Garcia

4) Em 01 de julho foi assassinado por 10 pistoleiros o lavrador

Donato Cardoso, posseiro das fazendas Água Branca e Vereda Grande,

no municÍpio de são Francisco, no estado de Minas Gerais. Outro pos

seiro José Soares de Oliveira foi sequestrado durante o assassinato

de Donato e agredido antes de ser liberado. A Federação dos Traba­

lhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais acusa a empresa

Farjal S.A. do empresário Antonio Luciano Pereira de responsabilida­

de em tais atos. Solicitamos que telegramas ou cartas de repÚdio,

exigindo punição dos culpados, sejam enviados para:

..

Page 3: Documento denunciando2

3.

. Governador Newton Cardoso

• o.A.B./B.H .

. O.A.B./Federal

. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

5) Em 04 de julho, o vereador pelo PSB no municÍpio de Tailândia,

no estado do Pará, Manuel Cardoso Almeida, foi vitima de um atenta-

do na porta de sua casa, levando três tiros e estando em estado gra

ve. Este vereador vinha se destacando no combate aos madeireiros

que devastam a região, apoiando os trabalhadores que lutam contra as

madeireiras.

6) Dias depois, o prefeito de Tailândia, Francisco Nazareno Gonçalves

também do PSB, conseguiu escapar de uma emboscada na estrada para a

cidade de Belém.

Em 28 de julho foi assassinado outro militante do PSB, o s~

plente de vereador da cidade de Itai tuba, também JlO estado do Pará.

Foi morto com um tiro de escopeta e vinha se destacando na luta con­

tra quadrilhas que controlam o contrabando de ouro e tráfico de dro­

gas e armas, denunciando uma série de assassinatos cometidos na reg~

-ao. ,

O clima de terror em que vivem esses dois municípios do es-

tado do Pará é grande, .sendo que somente no mês passado (junho) ocor

reram 40 assassinatos em Itaituba. Há vários militantes do PSB da

região sendo ameaçados de morte, como o prefeito Benigno Olazar Régis,

seu vice, Edilson Dias Botelho, e o administrador do aeroporto, José

Márcio Ferreira. Por temermos por suas vidas e repudiando o clima de

terror e violência, com as constantes emboscadas àqueles que lutam

contra os poderosos da região, solicitamos que telegramas ou cartas

exigindo apuração e punição aos responsáveis por tais atos, sejam en

viados para:

Page 4: Documento denunciando2

. Governador Hélio Gueiros

• Secretário de Segurança PÚblica do Estado do Pará

~ O.A.B./Pará

. O.A.B./Federal

• Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

4 .

7) Em lO de julho, 15 policiais militares armados espancaram barbar~

mente o jornalista Francisco Ribeiro Junior, na cidade de Teresina,

no estado do Piaui. Dentre os agressores, o jornalista identificou

o sargento Antonio Elias dos Santos, que teria comandado a operaçao.

Mesmo sendo reconhecidos tais policiais não foram chamados peias a~

toridades. Solicitamos qu€ telegramas ou cartas de repÚdio, exigin­

do puriição para os responsaveis, sejam enviados para:

• O.A.B./Federal

. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

• O.A.B./Piaui

8) Em 19 de julho, foi assassinado com seis tiros à queima-roupa o

lÍder rural Verino Sossai, no municÍpio de Montanha, no estado doEs

pÍrito Santo. Era liderança dos trabalhadores sem terra da região e

a situação está tensa pela viol~ncia com que v~m .:agindo os fazendei­

ros da area contra os trabalhadores. Solicitamos que telegramas ou

cartas de repÚdio, exigindo apuração e punição dos responsáveis por

tais atos, sejam enviados para:

• O.A.B./Esplrito Santo

. O.A.B./Federal

. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

9) Em 18 de julho, um menor de 14 anos foi barbaramente torturado

com choques elétricos por policiais da ROTA, na cidade de são Pau~o.

Este menor foi vitima e testemunha de um assalto em que morreu André,

de 13 anos. Para esclarecer o referido assalto, policiais da ROTA

Page 5: Documento denunciando2

5.

, prenderam o menor e o submeteram a uma serie de torturas. Os poli-

-ciais acusados sao: Carlos Alberto Santos, Carlos Alberto Siqueira,

Dirceu Mendes, Rafael Rodrigues Pontes e José Valter Oliveira. Sol i

citamos que telegramas ou cartas exigindo a punição dos culpados se­

jam enviados para:

• Governador Orestes Quércia

• O.A.B./Federal

. O.A.B./S.P •

• Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

lO) Em 16 de julho, o jor~alista Luis Carlos Brito foi barbaramente

espancado e assassinado, na cidade Trancoso, no estado da Bahia. Foi

levado para a delegacia, apÓs ser agredido em PÚblico com coronhadas,

pelos policiais militares Hamilton Agostinho dos Santos e Malta Lau­

riano e surrado até a morte. Solicitamos que telegramas de repÚdio

exigindo a punição dos responsáveis, sejam enviados para:

• O.A.B./Bahia

. O.A.B./Federal

• Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

11) Em 26 de julho, foi assassinado por dois pistoleiros com um tiro

na nuca, enquanto dormia , o lÍder rural José Moraes, no povoado de

Santo Antonio da Costa, na cidade de são Luiz Gonzaga, no estado do

Maranhão. Antes do crime os pistoleiros haviam invadido a casa do

vereador pelo PSB, José Santos, que não se encontrava em casa e que,

junto com José Rocha Moraes, já havia recebido várias ameaças de mor

te pelo trabalho desenvolvido junto aos trabalhadores sem terra. Por

temermos que novos assassinatos ocorram, pelo clima de violência que

grassa na regiãv 7 solicitamos que telegramas ou cartas de repÚdio,

exigindo a punição dos culpados sejam enviados para:

Page 6: Documento denunciando2

. O.A.B./Maranhão

O.A.B./Federal

• Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

6 .

12) O FÓrum de Reforma Agrária do Distrito Federal denuncia a Policia

Militar do estado de Minas Gerais pela arbitrariedade na prisão de .

nove sindicalistas, dia 27 de julho, na cidade de Unai. Foram presos

sem ordem judicial por soldados comandados pelo coronel José do Espi~ :

rito Santo, do 15º Batalhão, de Patos de Minas. Diante de tais arbi­

trariedades, solicitamos que telegramas ou cartas de repÚdio, exigi~

do respeito aos minimos direitos do cidadão e puniçao para os ·respon­

sáveis por tais atos, sejam enviados para:

• O.A.B./B.H.

• Governador Newton Cardoso

• O.A.B./Federal

• Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

13) Em 29 de julho, foram encontrados mortos Paulo Roberto da Silva e

Isaías Lima Carneiro, na Baixada Fluminense - regiao pobre do estado

do Rio de Janeiro. Por serem parentes de um marginal procurado pela

policia do Rio de Janeiro, foram sequestrados e assassinados com re­

quintes de ·crueldade: o rosto, peito e barriga de Paulo foram retalha

dos a faca, ficando expostos os ossos da face e as costelas; Isaías

recebeu vários tiros. Paulo Roberto deveria comparecer, na semana s~

guinte ao seu sequestro e morte, a uma aud~ência judicial para confir

mar as torturas sofridas há dois anos, na Delegacia de Vigilância No~

te, responsabilizando o policial João da Silva Bistene, o Peninha.

Diante de tais atrocidades, solicitamos que telegramas ou cartas de

repÚdio, exigindo punição aos responsáveis, sejam enviados para:

Page 7: Documento denunciando2

• Governador Moreira Franco

• Secretário Hélio Saboya

. O.A.B./RJ

. O.A.B./Federal

• Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

7 •

Agradecemos o apoio e solicitamos que as copias dos tele­

gramas ou cartas nos sejam enviados.

Rio de Janeiro, 04 de agosto de 1989

Grupo Tortura Bunca Nai.s/R..J •

Page 8: Documento denunciando2

Endereços para Telegrammas ou Cartas

. Governador Moreira Franco

Palácio Guanabara - Rua Pinheiro Machado s/nº

Laranjeiras-RJ - Brasil - CEP: 22.231

• Secretário Hélio Saboya

Secretaria de Segurança PÚblica do Estado do Rio de Janeiro

Rua da Relação-RJ - Brasil - CEP: 20.000

, Conselho de Defesa dos Direitos Humanos

Ministério da Justiça - Esplanada dos Ministérios - 42 and.

Brasllia-DF - Brasil - CEP: 70.064

O.A.B./Federal

Comissão de Direitos Humanos

Av. W/ 3 Norte -Quadra 516 -Bloco "B" - lote 07 I

BrasÍlia - DF - Brasil - CEP: 70.770

O.A.B./RJ

Comissão de Direitos Humanos

Rua Marechal câmara, 210/6º andar

Rio de Janeiro-RJ - Brasil - CEP: 20.020

Governador Pedro Ivo Campos

Palácio Santa Catarina

FlorianÓpilis - Santa Catarina - Brasil - CEP: 88.010

Secretário de Segurança PÚblica do Est. Santa Catarina

Secretaria de Segurança PÚblica

FlorianÓpolis - Santa Catarina - Brasil - CEP: 88.010

8.

Page 9: Documento denunciando2

• Delegado Regional de Policia

Dr. JÚlio Teixeira

Delegacia Regional de Policia

Rio do Sul - Santa Catarina - Brasil - CEP: 89.160

. Delegado Nemésio Vidal Garcia

35ª Delegacia Policial. de Campo Grande

Campo Grande - Rio de Janeiro - Brasil - CEP: 20.000

. Governador Newton Cardoso

Palácio do Governo

Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil - CEP: 30.000

. O.A.B./B.H.

Comissão de Direitos Humanos

Rua Albita, 250 - Bairro Cruzeiro

Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil - CEP: 30.310

• Governador Hélio Gueiros

Palácio do Governo

Belém - Pará - Brasil - CEP: 66.000

. Secretário de Segurança PÚblica do Estado do Pará

Sr. Mário Morato

Rua 28 de setembro - Belém - Pará - Brasil - CEP: 66.000

. O.A.B./Pará

Comissão de Direitos Humanos

Rua Campos Sales, 198 conjunto 504

Belém - Pará - Brasil - CEP: 66.020

. O.A.B./Piaui

Comissão de Direitos Humanos

Rua Governador Tibério Nunes, s/nº

Teresina - Piaui - Brasil - CEP: 64.060

Page 10: Documento denunciando2

O.A.B./Esplrito Santo

Comissão de -Direitos Humanos

.Rua Alberto Oliveira Santos, 59/1512

VitÓria - EspÍrito Santo - Brasil - CEP: 29.010

Governador Orestes Quércia

Palácio Governo

São Paulo - . SP - Brasil - CEP: 10.000

. O.A.B./S.P.

Comissão de D·irei tos Humanos

Praça da sé, 385/lOi andar

São Paulo - SP -Brasil - CEP: 01.001

-i~ . . O.A.B./Bahia t;• ~ ! ~ t.. Comissão de D~.Lt.os Hu.manos ti~ , ~ Praça Campo da PÓlvora ~ FÓrum Rui Barbosa CPP IN · Salvador - Bahia - Brasil - CEP: 40.000 · i.~ M\ . ' ~~ ~~ \' li; l': O.A.B. /Maranhão

Rua Alecrim, 176 - Centro

São Luiz - Maranhão - Brasil - CEP : 65.010

~. P. V.

R. V.QA~ I 1~A. -o

s ~ r . - s. P

M SS 1€1, F 7743 ...... ------

IMPRESSO

10.

. "

Page 11: Documento denunciando2

'.

C01.1UN ICADO

A Coordenação do Setor Interlagos da Região Episcopal Sul da Arquidiocese de São Paulo recebeu notÍcias seguras 9 e assume a responsabilidade de divulgar o seguinteg

Que no dia lO de setembro passado foi preso por elementos que se indentificaram como I sendo da PolÍcia ocecreta do II exército 9 o operário metalúrgico AURÉLIO PEREZ.

As circunstâncias em que se deu a prisão foram as seguintesg

As l6hs. estiveram na casa de Aurélio 9 membro da comunidade de Vila Remo 9 Presidente da Sociedade Amigos de Bairros do Parque Figueira Grande e s Ócio do sindicato 9 dois elemen­tos que se diziam pertencentes ao sindicato. Alegavam que Aurélio estava com os documen­tos do Sindicato desatual i zados e que traziam uma carta que deveria ser assinada por I ele. A esposa 9 Conceição 9 disse que Aurélio não estava. Responderam os dois indivÍduos que voltariam no dia seguinte 9 a o que Conceição respondeug que se fosse só para assinar a carta, o prÓprio Aurélio poderia ir pessoalmente a o sindicato. No mesmo dia às 22g 30hs se apresentaram na casa de Aurélio três (3) elementos e mais o motorista de um opala côr a zul celeste 9 chapa EL 4376 9 perguntando novamente se Aurélio estava . Conceição os a tendeu e perguntou quem eram. A resposta foü "Somos da polÍcia. Abra a porta". Ela pediu que se identificassem. El es apresentaram carteirinhas da PolÍ­cia secreta do II oxérc·ito. Lo entrarem 9 perceberam que havia visitas 9 pediram que elas se retirassem. Aurélio interrompeu diz endo quo o que eles deveriam dizer, as visitas I também poderiam ouvir, pois eram amigos e v izinhos. Pediram então documentos para as vi­sitas. Aurélio novamente es clareceu que eram vizinhos e que para uma s imples visita 9 I não levavam documentos. Diante disso 9 um dos agentes deu ordem de prisão a Aurélio. Este perguntou se não tra­ziam ordem judieial 9 ao que responderam g "isto é papo furado". Os vizinhos insistiram, perguntando porque prendiam Aurélio, e esclarecendo que ele é um homem honesto e trabalhador. Responderam os agentes que não tinham nada contra Auré­lio pessoalmente. Somente estavam cumprindo ordens . Os vizinhos argumentaram que neste caso Aurélio poderia se apresentar no dia seguinte com um advogado. Um dos agentes foi até a cozinha e conversou a s ós com Aurélio. Cada um dos vizinhos p por sua vez 9 conversou com um agente procurando saber o motivo da prisão. Conceição se apresentou par a acompanhar o marido 9 o que foi negado. Um vizinho também se prontificou a acompanh..ar como testemunha de Aurélio e t ambém isto foi negado. Em seguida 9 uma vizi~ha e Conceição sairam para chamar a vizinhança . Um dos policiais­segurou com força o braço da v i zinh..a para impedÍ-la 9 mas esta se libertando correu para fora e imediatamente a vizinhança atendeu ao chamado. Quando os agentes perceberam a en­trada do pessoal repetiamg ''Para que esse escândalo? Não precisam acordar ninguém 9 nin-, . guem preclsa saber de nada". E tentaram fechar 9 por duas vezes 9 a porta. Na saÍda foi perguntado para onde l evariam Aurélio e disseram que seria l evado para o 2º Exército no Ibiraptrnra , Todo8 ass i stiram revoltados ao 11 sequestron protestando contra o ato e permaneceram na casa o resto da noite com Conceição. No dia 13 de setembro, às J.?g00hs 9 4 el ementos numa perua veraneio azul 9 invadiram a I casa de Aurélio e a vasculharam. Os vizinhos ~erceberam e perguntaram quem elos eram . Responderam ser dlit PolÍcia. Perguntaram entã o os vizinhos porque tinham prendido Auré­lio "se ele não é nem l a drão e nem assass ino". Responderam que Aurélio fora preso por­que era inteligente. Nes t e momento sairam os demais invostigEdores armados de revÓlver e as vizinhas perguntaram porque usavam as a rmas : Responderam quo era por causa dos inimi gos que poderiam passar na rua. Perguntaram o que estavam procurando. Eles di sser am que procuravam documentos o levavam papéis da Sociedade Amigos do Bairro. Enfim os agentes perguntaram pela Concei ção. Os vizinhos ainda perguntaram quando Aurélio iria voltar e el es disseram que ele iria sair logo.

ATÉ HOJE DIA 19 DE SETilmR0 9 AURÉLIO ATiifDA NÃO VOLTOU PARA CASA .

Page 12: Documento denunciando2

.Oiant9 desse fat o, a Cporclonação eLo Setor Interla-gos

entende que é necessário rEJfletir sobre a l guns pontos entr.e os quais~

, le "8sta certo que U.11i. tratalb.ad.or s0ja ~F'3SO em sua casa por

agentes que não dispCism s3que r d.c 1..1 '(12 crdcm jt~d_icial? ..

2. Es ta certo quo a c asa de um t1~abalh2dor seja invad..id.a e vasculhada em s:Ja eusênc; ia e ds seus f3m.iliares?

~

3, .A atituds d.os amlgos e vizinhos dD .Aur.:.:lio revela um es-p{rito c orajoso e c r iitão?

No lugar delss, fariat110s a me s ma coj.se?

a) A Coordenac~o.

São Paulo ~ 19 de + -SC~ vGnJ.D:'O de l97l.J-,

Page 13: Documento denunciando2

' .. '

MOVIHEl'íTO FEIUNUJO PELA JüHSTI.ú.

Hl1CLEO CEAM

r Fatos recentes em nosso pa1s tem revelado a continuidade do r~

g1me de opressão e do arbftrio onde não há possibilidade das garanti

as individuais e onde saÕ cerceadas as tentativas de organizaÇão é 1

de livre expressão do pensamento.

são exemplos dest~s fatos:

- -as torturas sofridas pelo estudante Cajá- membro da Comissão'

de ~ustiça e Paz de Recife- e as acusaçoes desencadeadas sobre a I­

greja daquele Estado que firmemente tem se colocado ao lado dos in­

justiçados

-as prisÕes em Brasilia e Recife de estudantes e profissionais

liberais sob o pretexto de estarem desenvolvendo atividades subversi

v as

. "' -a 1nvasao do jornal Em Tempo numa medida terrorista de impe

dir o livre funcionamento da imprensa independente que tem se firma­

do na defesa da causa democrática

-o plano de sequestro do advogado Wanderley Caixe do Centro de

Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese da Parafba e de um saceE

dote comprometido com a causa dos agricultores. O referido plano foi

de nunciado por D. Jos~ Maria Pires que tomou a seguinte posição: " R~ ""' afirmamos toda a nossa sQlidariedade as pessoas ameaçadas e a causa'

que elas defendem. Qualquer atentado contra sua integridade ffsica

ou moral ~ um ataque diretó 'à Igreja da Parafba". (J.B .. 26/7/78)

-atentados de várias naturezas contra membros do MFPA de Belo '

Horizonte que vem cumprindo um papel importante na Defesa dos Direi

t os Humanos e na luta pela Anistia naquele Estado

-a ameaça de processo contra Dra. Wanda Othon Sidou, advosada '

de defesa no julgamento de Jos~ Duarte (acusado de reorganização do

PC do B no Ceará) e que a pedido do reu havia acrescentado nas aleg~

ç Ões escritas de defesa uma carta em que ele se dirigia a seus julg~

dores e que foi considerada "criminosa por parte dos Juizes milita -

res da lC . .ê C i rcun scriç ão Ju dici~ria Mil i ta r". O "'Con seJ_ho .P erman-enteJ

-

Page 14: Documento denunciando2

.....-----------------------~ ~~ ~ -- ---~--- -

da Justiça para o Ex~rcito mandou desentranhar as peças dos autos para

envi~-las ao Minist~rio P~blico Militar que decid!r~ sobre os rumos 1

do novo processo

O MFPA -n~cleo Cear~- no esforço continuado de ampliar a luta 1

na defesa dos direitos humanos, por justiça e liberdade em hosso pai~

vem denunciar estes fatos ao mesmo tempo que s~ solidariza com tbdas 1

as entidades, movimentos e pessoas atingidas nos sews direitos b~sicos

de organ!zação, expressão e do livre exercicio profissional.

Afirmamos outrossim que tais fatos vêm desmascarar as promessas

de abertura polftica anunciadas no projeto de reformas do Governo Fed~

ral, enquento fortalecem a nossa convicçao de que sÓ com Anistia Geral

e Irrestrita formaremos as bases concretas para a eliminação dos erros

e dos cri~;~ cometidos contra os direitos _ h~ manos e o estabelecimento'

de uma auTêntica D~mocracia rm nosso pais.

Neste ~ e ntido reaf~ rmamos o nosso a poio a luta:

.em defesa dos direitos humanos

~por liberdades democr~ticas

.por Anistia ampla, geral e irrestrita

.por uma Assembléia Constituinte, Libre e Soberana

Fortaleza, 27 de julho de 1978

fl~ck~ ()!i;n vtl/b ~ ~to F~ht Pela Anistia

NÚcleo Cear~

Page 15: Documento denunciando2

('

CENTRO DE DEFE::::;A DO::> DIREI 'l'Oô hUl';1AN 00 / GRUPO AÇÃO J U0'1'I ÇA E PAZ

De: CDDH/GAJP- Petrópolis- RJ - 0ervi ç o de Intercâmbio Naciona l Para: Toda s as en t ida des de defe sa do~ direitos hQmanos Da t a: oi de OQ t Qbro de 1982

Ca ros irmãos e companheiros de c a minhada .

Os profe t a ::> de hoje con t inQam pe rr::; egQidos e condenados . ·De:::,ta fe ita ~

a denÚncia chega- no:::; a través do 0e c reta ri a do de JQst i ça e Não-Vio -l~nci~ ~ No::_sp~ irar~o s QrQg Qa ios e chilenos e::otão pe dindo noss a a ten­çao e_ oraçoes., .

No UrugQai, por c:eci::> ão do Ministério do Interior, o ::iERPAJ- URUGUAY -Servicio Paz e JQsticia - está proibido de publicar seu boletim infor mativo. Este ataqQe à liberdade de imprenr::; a e de inforrnação ocorr eQ -sem n enh Qm a explic 2 Ção .. e sem q Qe nenhuma " 'I' ransgress ã o 11 pQd esse moti ­vá- lo. O Pe . Luis Pé r .ez AgQirre, coordena dor n a ciona l do SLRPAJ-Uru­g Qay v em s endo cons t antemente intima do a depor sobre at ivi dades do .:Je r vi ço . ·l•a mbém a revi:::,ta 11 La Pla z a " .de qQe Pérez AgQirre e r a colQllista , ­tev e a c i rcQlação proibida sob a a cQsação de :::, e r Qma pQblicação "mar ­xista - leninista ". 'l'Qdo isto v em afeta ndo g ravem ent e o tra ba l 110 do bERPAJ no UrQgua i e chega a por em risco? sua ex i::; t @ncia. 'l' anto mais g r ave a sitQação por :::,e r o SBRPAJ, pra tic amen te, a únic a or ganização n ã o- g overn amenta l na áre a de Direi tos HQ,i1arws no UrugQai.

Nossos irmãos no::, pedem apoio por vi a diplomá tica. Assim, ~Qgeri •TIOt> q Qe hi pot eqQemos nossa solid.a riedade a o SERPAJ - UrQgm:iÍ escrevendo pa r a :

Embaixada do UrQg ua i Bras íli a - DF

Cont>elho Ec on6 mico e ::i ocia l da ONU Nova York - uc.;A

Conferencia Bpiscopa l UrQgQay a Aveni da UrugQay 1319 Mo ntive o- Uruguay

No Chile, dois membros do SERPAJ - Chi le, J orge Osorio Va r gas e Domingo Na muncurá Serrano, a cQ::>ado;:;; pe lo g overno milit a r de "subverter a ordem p úblic a " f or c:.m condenados em primeira instânc i a em ll de ago;::;to, a 541 di as de exílio, o qQe n a p r ática significa exílio pe rma nente. Pert en­cer a o SERPAJ é tido c omo assoc i a çã o ilícita e a tQ8 r a serviço da jus ti ça e da paz, como violação da segQran ça n aci onal. Após a c ondenaçã;, a defesa recorreu e ma rcoQ- ::oe o segQndo jQlgamento p&ra 21 de ::. e tcmbro na 11 Corte c e .Apela ci on es de ::::; ant i ago n.

Ac a ba de chega r - nos a notíci a de qQe foi c onfirma da a ::. entença de e:x ­p Qls ã o dess es dois pro f e t a s do mQlldo de h o j e . Jun tam en 'te c om e l es ,rna is seis cidadã os chil enos e:::; tão ::. en do expQlsos por di z Grem a v e rda de em a lto e bom s om . Conforme o decreta r i a do d é J Qbti~ a e N~o -Viol ~nc i a , os sentenciados re c eb ._; r am a notíci a qQando em vigíli a de J e jum e Oração n a Basílica de -:)anta Ma r ta, em dantiago do Chile . AÍ pretendem perms nec e r e r esistir p a c ificamente . O gov e r n o, oa r & exe c Q t a r a .., en t~:~n '>'a t .:; rá q QC inva di r a Ba::;ílica , a rranc á- los a força e jogá- los f ora do paÍb.

I

J

Page 16: Documento denunciando2

~---------~~---------------------------------------------------------------------------

~ --

2 \ . . .

·Hi poteq uemos noss a soli dari edade a o ~ERPAJ-Chi l e e a nost:>Ot:> co mpanhe i-ro~ de lu~a ~ es crevendo par a :

Fe rna ndo Aliaga Roj a s Coordenado r Na c ional .:::I ERPAJ- Chile Ca :::>ill a 5219 SAN ~IAG0- 3 - Chil e

Msnifestemos nosso rep~dio em c a rt a à ? a . Turma da Su or ema Cort e do Chi l e pe l a sentença de ex puls ã o, por 2 a l, dest c:; c a ndo a a tuação do Juiz Min i s tro Henrique buri t a

9 por se u vo to contrcário à e xpuls ão e eX'Jrtando

os Juiz es tempo rário~ Jos6 Ben a l e s e Jo rg e Vile l a (votoo a f avor da ex­puls ã o) a exe tc erem a ju~ti ~a n a terra co m~ ombri dade e· n~o com a pre ocu-

~ paça o de · ••s e ma nt e r 11 no .::>i::; tem e; vigçn te •..

E g ue De us d ê forç a s a esses profetas pe n, eguido::; no Urug ua i e no Chil e. ~gor c a t.ic, a da pa7 e da justi ça s &o expuL:; os éle oeu pa ís 9 , i mp~c: dldo::o de f ;::, l ar

9 de ::; e comunic a r ou publ ic a r seus jorna is c r evlot at:>. Que El e

lhe :::; dê paci ânc i a pare:.. q ue nunca lhes ::oobrev enha s_ r ev olta ou q ua l q ue r outro s enti illGnto menos cristão no s eu d i a - a - dia de luta.

uERVIR A Vll;A

-. I

Page 17: Documento denunciando2

Lov.ri val Matos é o men i n o pret i n ho, fil ~~ o de família pobre, lavador de ca:."'ros , cr-~-por i n iciativ a própria ·t:in t.1a desistido de um emprego n v.m balcão p ox·que não s .3.c..::... :. dar -t roco .

Lov.r i v al f oi morto :t tiro por um militar do 1 8 Q GAC , em circunstânc ias l'.~_'t.'.t ais. ;:-:é:.. v ersões contraditórias -.acerca da morte do menino. Na versão ofici al, ?. Dele!=)'ac i;:;~ 9

Re gion al de Polícia, dav a conta de que o garoto havia invadido árec.. qe .seç~},ranç2. :.'l_E cion o.l ao pe:i1etrar a cerca qu e protege o quartel. lTGsse momento, seg v~ -:. ê.o 2, ~v-e .. :r·s2'.C of icial, a guarda dera vó z de prisão ao ga.ro·L: o que n ão a obedeceu , s2..í.:.-:.-:::.o co:r'::.:''~ :., êi. :::; ' em llirc c;ão ao rio. Na mesma versão, o soldado, a certa al tu~" a, dera v..m. 'i..:Li:."'O c e ac_ vert ência, mas a bala, depois de ricochetear numa pedra o atin giu mo~tc.-.L:·~12~1.-:~ r:: . s s ·~; versão é a que consta no inquérito policial militar instaurado e.'TI Ronõ.Cn: ,5::~c>: .. ~: .. s . sim, n ão p ensam algl,.,lJ'lS s e tores da imprensa e o advogado vhllian Dias qu =~ , ~: - ~'J.cOJ:;_ E=:>_ ·· mados com a primeira versão for~rl. ao local onde o crime ocorreu . Ouvi ndo ;::o::..··c:-.doT s;.; e t es ·· emlm~1as, que serão de vital i mportâ11cia para a elucidação do c aso, .. C! ;;;_ ~-'-'Or:-f':-i';_ j u.:;,1t a1nente com a i mprensa, t omou con1::.ecimento de que Lourival não v iolê.J:' ê' ~-\ ..(·.-::- :: a ~:. seguran ça do qu,ar tel, n em t ampm} .. CO é verdadeira a ve~: -são de que fora mo:." ·::o p :;--· ·~ ==<~ E ricocl:.e t eada . ..

OUTRA VERSÃO

Segundo 1)1lla testemun h a c u jo n ome es t á sendo mantido em segredo pelo ad~/( JEJlo \ /i:..

lia11 Dias, <:U.e promet e1.1. di 'Tu .. lga-1 a opor t1mamen te , os fatos se deram como s-::: .<::-~g :;:e:;_ :

às 1 :3 horas do dia 22 de dezembro mna casa fora ro1.::.bada na Vila Goulart . J\ clo:::.c:. c. _ casa a .. ss al t ad2. correv" atrás de um ladrão que f ugiu rumo à ponte do Rio VeJ~'?Tt~ lho . C< mo estava próxima do quartel do 182 GAC, a mull:er lá den tro entrou p 2.ra pedi]:' SdC OJ~·· ro. Por ali mesmo encon tro·u ura sargento dirigindo um Volks azul ou e i me(li ~-t ~n8nte .. t .

ent ro·cL no quartel, pegou um soldado armado, colocou a vítima do assal to e:;1 s ~,_:~ C 2)..'

ro e saíram os t res.. . Pert o da ponte a mulher avista um garo ·L: o que s e i::'2.z i. c. 2.c o :1) .. i n h ar de um ou tro colega. Diante de Lou.rival a mulher disse ao sarge11. t o: :1C es se'~ · -AÍ o soldado man do),;l_ Louriv al Parar, esse l'lão obedec eu . o militar a joel i'l·:y.-.. _ -s E'~ :'l~ . ·~>=:i ra da -ponte, fe z mira e ma11.dou fogo, arromb ando as costç,s do jovem que c a :. t·. ser:, vi d a imediat amente.

Logo e:m segP .. ida, ol1:J. ando o garot o q1.~e j 2, est ava morto a mu l her recon~>"'c:eu ·- ~ --<"-' .. -:. : · .. :

t i n ha sido ele, quem assalta:r."'a sua casa. o militar de tão nervoso cor::."e:::. p2'Y'2. o C 2·.t

ro, cain do tres tombos. Vendo o erro que praticaJ.."a o sarge.c"1.to, o sol dc::·.do e 2. r::.lü ~·.c:l

saírara em desabalada carreira Pal"a de11.tro do qu a:ctel. o p a i de Lov.rival, o Sr . . Osório de Natos af irmou que "é D.ma i nfâmi v.." o~ .. [, o o_·::;:)S '

que est ~o sendo espalh ados na cidade, principalmente pela polícia, dü:. qndo ·:•).S m(_ fil ~ 1.o " era lJJTI assalta:nte". "Ele era tun rapaz peralta, sim", admite o, J:·2.i ''2-:'t2.S C:l' c. '

l~_Ol'lrado e t rab alhador". Cert2.. feita, contou seu Osório, "porque o meu ·-~J..:~o ·:::i:;,:' -.2 !

cor pret2 .. , foi de t ido por S'!.-1Speita de roubo, como nada · inh am cont r a ci~ , (~ :..e ~ ~: sol t o".

n á v ersão em Rondonqpolis reveladas por f ontes da própria polícia de c~uc <-: ·:: i::· ~ ~: . v erdade, par·L: i u de uma pistola pertel'lcente ao sargen to e n ão ao soldadc . I-!: ~\ ' d :.y::.-7: os si cr11 i f icat i v'Os em f2,vor disso: 1. a bala qu e matou Louriv al foi 'll m:?. b c:'.L .. -::::" _i_ ,_

siv a, t anto qu.e arr ebentou Li t eralmente o corpo dom l1or ; 2. A políc i a ':"; l~:~;:. :i to­nos o Ex érci ::o c=ntreg a.ram ao p a i de Louriv al o a t es t ado de Óbi t o e s e\ f :i..:l · _ ~i e.n ·t.: c:rrado exc epcion almente sem esse do :·_ v.mento.

~ ~~ Joilson " qu e morre de n ovo. . . o sang~.:te de LolTi val se soma ao s ang ; ~ :.: \..L :~ :'7.ttos ou tros már t ires do povo p obre, discrimin ado e perse guido pelos que mê,t 0.:.:; o:\ "/ :l. C!.?. _,

r a defen der em um pu:1i~. ado de privilegiados. Es t e estado de viol ênci a c_n .. -:.c: (:1. o:: :_ j_l":. !:.. 2. ·

ção é tun apelo dramát ico a todos Os que l u tamos pelos direi t os h t;unanos c~~- ~ : c~·LpnL:­

ciálos. A História n os e n sina que a destruiç ão do 5" en timento de j u s tiça d <::: :.:ú~\ ::Jo7o custa v.liu , preço a~ tíssimo. A impvnidade dos respon sáveis por e..s..s..t2S .: ,çl:2imes tol"'l~ê-sociedade c úmplice do Sallgue derraraado, da vida assas·sinaãa. .

·,, A defesa dos direitos humano nos constran ge ? .. exigirmos do Comand 2.:.1t e do J.,8 º GAC

do Secretário de Seg'1.,1X'm1.Ça PÚblica, do 1'1i n istro d;:-, J ustiça , 2. inves t igaç ~.o m1-'i. -,-_ j_ ·

sa, ob jetiva e desinteressada da. morte . brrrtal. de.ss.e. .. menino.

Sem justiça , n ão h~ Paz. Se ja feit a Jus t iça!

Centro dos Direit os Hmnan os Henrique Tr.i D.dade

Page 18: Documento denunciando2

....-----------------------------~~ - ---

\

Sociedade Paraense de Iefesa dos Direi tos Humanos Trav. Barão do Tritmfo ? 2129 Pedreira 66. 000 - Belém-Pará-Brasil

A GIRÁFICA. :

Em 1976 ) can a apreensão da edição n9 5 do j?rnal nResistência" ,de pro

pr iedade da SPDDH-Sociedade Paraense de Defesa dos Direito~ Humanos pela polÍcia Fe­

deral? uma campanha para a construção da gráfica -tomou CCWJ?O , Foram anos difÍceis pa

r a o jornal, pois nenhurra gráfica de Belém queria impri~~~J-o ~ Para que o jornal não

parasse chegou a ser impresso em São Paulo-SP e são Luis-:MA . Com a campanha da cons­

t rução da gráfica, todos os derrocratas enganjados na luta pela liberdade e pela derro

cracia deram sua contribuição , Essa campanha iniciou quando era presidente ·da SPDDH

o atual deputado peemedebista Paulo Fonteles e se concretizou já em outra diretoria ,

quando era presidente o atual vereador Humberto Cunffi, Sem a contribuição substan -

cial dos evangélicos alemães , seria impos~Í vel a compra das máquinas .

O funcionamento da gráfica da Sociedade Paraense de Defesa dos Direi -

tos Humanos significou uma grande vitória para o movimento popular . Hais ainda , pelo

f ato de que o rraterial de divulgação do movimento 5 passou a se apresentar com visual

m2.is bem feito e organizado. Bene-fÍcios- que se estendeu a .-_todas as entidades derrocrã.

ticas , partidos e? sem discriminação a qualquer cliente q~e solicitasse os serviços

da gráfica, entre os quais o atual governador do Estado Jáder BarbaTho e , o Secretá­

rio de Justiça, quando estes eram candidatos a governador e senador respectivamente .

Para que o parque industrial funcionasse sem problerras , a Asseii)bléia Geral da SPDDH

de cidiu fi.rm:lr acordo com a SUYÁ - Produções Gráficas , para administrar as máquinas

em regime de contrato , evitando sobrecarga à estrutura da entidade ,

No dia 10 de outubro de 1984 , cerca de 17 horas , entraram

:r1a sede da SPDDH ? 6 (seis) homens que se diziam policiais (posteriomente identifi­

cados corro pertencentes ao IDPS) e , corro eram nautoridades il , iarn fazer um serviço de

busca e apreensão, porque haviam rec~bido _ denúncia de que a gráfica estava imprimin­

do material subversivo. Estavam .no e1:;çritÓrio da. SPDDH a Presidente , historiadora

IZABEL MARQUES TAVARES DA OJNHA; .o Co~ador do NÚcleô.,·de Irrprensa , engenheiro . l . : i.: . ' ·~

a-

grÔnomo e vereador do PMDB, HlMBER'ID . ROCHA CUNHA ; o Gerente da Gráfica , engenheiro e

economista :!W'JIEL FERRE;IRA VEIGA e a Sra. . JOLANI :MANESCKY. No parque gráfico encon -

travam-se operWios , clientes e ftmcionários. Aqueles que se apresentaram COTID auto-: ..

ridades, foi- Thes pedido que exibissem o rrandato da busca e apreensão , assim como

apresentassem documentos de identificação . Os policiais se recusaram e argumentaram ·:,

que tudo isso era dispensável por11ue_ estavam acarnpanhados,d e .autoridade.,(viemos a sa

be.r. depois que quem era o responsável pela operação é o d~legad; do,; . IXJPS·~ - Dr .José Ma

r ia Rosário Teixeira) . A presidenta da ~tidade falou que , ncss~~-'ca.so n~~ iriam eles

f azer nenhl .. nna apreensão , que isso era violação de domicÍlio , que estavam no

Page 19: Documento denunciando2

I ,. '\ '

,-,. - 02

escritório · d:i. SPDIH, que ela 't{lesna era presidente, que os membros da entidade iam co

municar ao Governador Peemedebista Jád.er Barbalho, que esse ato em arbitrário, lll­

cornpatÍvel can um governo que se afirma denocr'ático, que atitudes como essa erem c<:.'!!!

paráveis aos dos piores anos da di tadum. . .Mesrro assim, os policiais começaram a pe­

gar papeis, rerrexer nos annários, nos arqui:VOS; · nas pastas, no arquivo fotográfico ,

amontoando pastas, papeis, fotos, recortes, jornais , e tudo que consideravam "Subver

sivosil. Apreenderam inclusive .um cartaz de recente debate promovido pela SPDDH, que

tr:az~~ letras em ror venteTha e l'10ire de partidos clandestinos que ·p:irt·iciparam do de

.· bate; ·o qual foi ail'J)J..al'rente noticiado pelos órgãos de imprensa escrita e falada.

Enquanto remexiam os papeis, Izabel Cunha e Humberto falaram que 1am

coinuhicar o fato ao seu cidvóga:do ·Dr. José Carlos Castro e ao Presidente da câmara Mu

nicipal de Belém e se diri.g:iram ao escritório do gerente D:miel Veiga em outra sala,

a fim de usarem o telefone. Os policiais invadiram a sala e correçaram a espancar o

·Coordenador do NÚcleb de lrrprensa, vereador do PMDB Humberto Rocha Cunha. Este tenta

va defender o telefone, tma vez que os policiais queriam talvez danificar os fios ,

para cortar a instalação telefÔnica. SOlrel1te um dos policiais, alto, forte, rroreno ,

barbudo, cabelo liso, interferiu, ficando entre Humberto e um outro policial baixo ,

moreno claro, meio magro que batia em H~o. A interferência foi no sentido de fa

zer lembrar que Humberto era vereador , mas o delegado José Maria gritava que vereador

ali não existia imturi.dade parlamentar nem PHDB e oroenou que Humberto fosse algerrado,

" -

11nem qu~ seja preciso dar porrada!" • . A algema de metal velha ~ ·enferrú]ada foi colo- ._,

cada à força, visto que Humberto 1 resistiu em ser algemado. ApÓs algemar, passa-

ram a torturá-lo, batendo seguidamente nas algemas durante vários minutos , até pren-

der totalmente a cil:-CuJ.ação do sangue. A algena começou a doer, havendo tentativa do

policial moreno e barbudo já referido, em afrouxar as · algemas, IIE.S ccrno esta havia

sido colocada e ainda por c:ina ba.tida com força a dla.ve não rrais conseguia abri -la .

Humberto foi colocado na sala de canposição, que fica proxima à entrada, COJ'IO não ha

viq _I}enpum poli~~ :QOr pertO., saiu~ em direção ã Travessa Frutuoso Guimarães e na

alt~a qa Travessa Aristides lobo pegou um táxi que o deixou no Ginásio do SESC , on-.... • r;_ [ '\ I r . I I ......, "\ -

de_ se ~va o Gon~so EStadual de Vereadcm=s, único forum onde se podia denun-· I

ciar a invasão no m::mento. Grande foi o impacto entre os vereacbres ao ver entrar

Humberto- algemado com as mãos para trás. Ainda no Ginásio cb SESC, os ·vereadores con ... , . - . ' - . ' - . .. segtUram urra serra e separaram as algerias, l.iberando os braços e rna.os. Dai foi leva-

do pare o Dep.artanerrto de Vigi J ância Geral, já accmpanha.do do presidente do PMDB, de

put~cb ·federal Vicente · Queiroz, recebendo tMibém todo o apoio do hesidente da câma­ra Mi:iri.Cipal .. de :Beiém, vereador Erranuel 6 -~ Almeida, do ~d~te da. Üüão dos Ve­

readores -Jooé cOÍares e dos 300 ou m:ris Vereadores presentes. Na D,VG, também com a - . - ,- \ . \ presença cbs · ~putadoa. .Estadllais - -Ranero_Ximenes.....e ~Paulo-Forrt:é.J.es..-ernui .;tas pessoas lá_ _ . _ gadas -àS entidades démocrática.s' foi necessário' usar todos os recurso~ pare d~n -

/ l :

tar· as áigerras. Os pulsos e as mãos de Hl.D'IJberto, ·estavam inchados , venrelhos e feri-

dos· Aiuà.lmente, quatro dias depois, as mãos · estão sem tato e O CO!"QQ todo dolorido .

Esse ttarelhO-de retirada das algemas crurou_;: 3 horas. .

Enquanto-isso, na_gráfi~a-se-. .esteqdia Jh' -~~parque

\

Page 20: Documento denunciando2

r-7'"'""""------------------:-:-:--::---~--~:---:--::----- --.

lo I l i' I w q I I ' l i

\

- 03 -grB:fico. Os policiais ~am tudo, desde as máquinas, laboratório fotográfico, la-

boratório revelador-~ ~àla de desenho . Subiram e ~exeram- ein um velho sótão onde, es ­

traiiharnente, um incêndio irromperia cerca de 30 horas depois , destruindo parte do par

que ':gráfico e das casas vizinhas. Quando a polÍcia descobriu que ó vereador HuJnberto

. :,nha havia saído, terminaram abruptame.nte a operação. O ]):;legado José t'"Jaria deu voz

":1e prisão ao gerente Daniel Veiga e ~ presidente da entidade I~i;:;~Çtmha - Esta se

negotl a acatar tal ordem, diiendó q~ não havia nenhum flagrante €hném-- tão pouco man­j,.;.do~ de~pnisãoralém-~.de m~PIA_pqlici§.l _;t:~~se _ ideiJ~~iC'!~o: : ~-~·rt9~:-~~ - e~.~~ das,_ ~­_sc:.s no escritório da SPDDH e de iá foi arrancada por um polici.;d. baixo , cabelos encar

?-~nhados , bigodinho e cor :trórena _clara. Foi arrastada pelos órnbi-Ds, no que a presiden

:~-;__~ protestou, sofreu empurrões e - foi jogada dentro de um : : c~ branco, chapa par­

:· ~_cular , enquanto Daniel Veiga era levacb em outro carru, igt.iaJmente chapa particular.

' -!--.:; IX)PS , para ande foram levacbs , Daniel prestou depoimento oomo gerente e Izabel Cu­

_-, ·-,,, negou-se a se identificar e se qualificar e exigiu a presenÇa de seu advogado Dr.

,- )S'~ .Carlos Castro. Quando este chegou , a presidente foi liberada sem nenhuma explic!!

;3:..JJ nem por que foi presà, nem por que queriam qualificá-la. O Dr . José Cêirlos Cas -

t _:, _) ainda deu assistência ao get€nte Daniel Veiga, até o mesmo ser liberado .

Ainda rião foi possível fazer um ~lanço de tucb o que os poliéiais leva

'-'ame Contudo , sumiu urna pasta contendo di versos documentos da entidade, inclusive os ·

::bcuc entos de propriedade das máquinas . -E mais , sumiu também toda a listagem de as si-

:-a ntes -do jornai 11Resistência".

No dia 12 de outubro de 1984 às 7 horas da manhã a presidente Izal:el Ta

vares da Cunha, recebeu um telefonema vincb de urna sócia da entidade , de que' a' gráfi­

ca estava pegancb fogo . Imediatamente os diretores da entidade : Izabel Cunha - Presi­

dP...nte, Pastora.Jfa:'rga Rothe - Vice-presidente , José Maria Pedroso - 29 Tesoureiro , CÍ­

cero Vieira de Menezes - 19 Tesoureiro, Edilene hanco - 19 Secretária e Humberto Cu­

;,~ - Coordenador do NÚcleo de Imprensa e o Gerente Imúel Veiga se dirigiram para a

s ede o .Ao chegarem ao local, os banbeiros já haviam se re-ti.rado-, -ã I5ortà ,estava· fecm­

c2. cem rip3.5 de madeira, pregadas na rre.srra. kJ entrarem no interior da grW,ica depara :ram: . ).:.~\: :i- -

1 , O forro da sala da frente estava todo no chão , segundo a veri;~o doo bomb~~;r cor-

r'ia perigo de desabar .

2" A parte . dos fundos da gráfica todo incendiada ,.....o---teto-dos - flmdos~desabando-at~ --qua

se ao meio.

:1 -- o laboratório -de fC1tcm:.cânica--<E.struÍdo •

J arquivo de jornal arrombado.

FoiBIIl acionados os jornais e canpa:recere.rn_jornal.istas---locais _do Diário

.:\c Pará e O LibEmll o Jornalistas nacionais da Folha de São Paulo , Jornal do B~il , !

Correio. J3re zi l i ense, O Globo, Revista Veja e TV Globo.

O gerente D:miel Veiga e a Vice Presidente PastoraJ1arga-Rathe-se-çliri- _

giL~tral de Policia a fim de regist:rer ocorrência. . .

I

I

Page 21: Documento denunciando2

·'· ~i .

- 04 -

Esteve ro local urna equipe da SEGUP coordenada pela delegada Rai-. ... . . ' ... -

munda Pimentel. A delegada que ja ttiabálhou no Instituto de Per1cia Tecnicas e que no

seu entehder, o aspecto do 1E.OCQ.l indicàva que o incêndio era criminoso, esse fato foi

presenciado pelos jornalistas àe O Liberal e Folha de São Paul o. Corrpareceram também

urna equipe do Corpo de Bombeiros , que nos afirmaram terem sido acionados por volta das

3:30 hs por vizinhos da gráfica, cujas casas estavam também pegando fogo. O oficial de

dia do Corpo de Bombeiros nessa IIE.drugada era o Tenente Edson. O Instituto de Perícias

Técnicas também compareceu para efetuar o seu laudb. No dia seguinte , membros da enti

dade compareceram ao local para efetuai'! a mudança das máquinas e calcular os prejuízos .

Os sócios Carlos Boução e Barbara ao se dirigirem à casa aos fundos que foi incendia­

da, localizadas à Trav. Frutuoso Guirnar>ães, foram :recebidos pelo dono da casa com re­

vólver, dizendo que lá não iam tirar ·~ografias e que a SPDlli estava dizendo que o

incêndio veio de cima. Na p::trte que foi que:imada havia uma escada semi -queimada, uma '

roldana e tarribém hei urna janela que dá para os fundos da gráfica~ A roldana estava pre-, gada na escada semi queimada e havia no chão uin pedaço de co:M:inÇi queiiiE.da de cor ela-

. . . . I

ra. O morador da citada casa, Sr. João; afirmou para o vereador Humberto Cunha e seu

assessor Sérgio Carneiro, que por volta das 2 horas da rriadru.gada ouviu barulho de car­

TD na rua e, resolvendo olhar pela janela, viu lJJila pessoa .. correT'ldo pela Frutuoso Guima

rã.es . Logo em seguida sentiu cheiro de f'lliiB.ça e descobriu o fogo.

A gráfica funcionou até à me~ noite, visto ser o dia seguinte feria

do e haver encanendas urgentes a serem entregues .

Os prej U.Ízos são incalculáveis . Até aqui, contudo, já relacionarros o seguinte:

l o Laboratório foto-m2cânico:

1.1. Máquina Fotográfica Re:pro-Master.

1. 2. Mais ou menos 60 folhas de filmes.

1. 3 . 2 C duas ) folhas grandes e 1 C 1...lffia) pequena de retÍcula.

lo 4. Revelador.

l. 5 • Fixador

1. 6 o 1 ( lJJil) ta...""lq_ ue de revelação .

1 . 7 . 2 C dois) aparelhos de ar condicionados o

l~.a:,;: • 4 C quatro) banheiras de revelação.

2 • Setor de montagem Foto-m2cânica:

{.1. 3 (três) . mes_ap_p~ montagem e retoque.

__ .. -~ -r:2 . ' Mais ou menos 5O chapas virgens .

. Q. .~ 3 . l ( lJJil) tanque de revelação de chapas .

2. 4 • l ( 1.l!IB.) estante com material de arquivo .

-- -3-. i1águinas:

3 .1. l (uma) ·-náquina .linotipo ---Comet~--destruído-o--teclili:b--e-dan::i:f:i.cada-q.uase:-total rrente.

3. 2 · l ('lliiB.) máquina processadora de filmar.

3 o 3 o l C lJJil) prelo tipográfico - marca Brasil

.3-. 4- -..l~Curna.>--copiadora de chapas . - marca Elenco. /

/

.·. ").

Page 22: Documento denunciando2

\ o ,\:. .\-

~· - ·..!. - ·. --:a. -

Rio de Janeiro, 29 de março de 1988 .

Companheiro:

O Conselho Regional de Bedicina

nião de 09 de março próximo passado,

seus vinte e um conselheiros:

do Rio de Janeiro, em memorável reu­

decidiu, por unanimidade, através de I !

1- cassar o ·tegistro de médic~de Amilcar Lobo, prY.r sua participa

çao junto aos Órgãos de repressão no início da década de 70.

~ - iniciar processo contra o médico militaT Ricardo Agnase Fayad, ~

tual comandante da Escola de Saúde do Exército, no Rio de Janeiro, também .

devido ao seu trabalho junto aos Órgãos de repressão no início da década'

de 70. ·

Estes dois médicos "preparavam" presos po'líticos para serem sul::meti ­

dos a torturas no DOI-CODI/RJ.

3 - abrir sindicância na Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro '

para apurar as atividades de Leão Cabernite, Antonio ·D~tra JÚnior, Ernes-·•

to La Porta e outros, por conivência e coonestação no que se refere às a-

tividades do médico psicanalista Amilcar Lobo. ·

Tais decisões são fundamentais para o início de um processo de .resga

te da memória nacional, no sentido da apuração e punição dos crimes come­

tidos em nome da chamada Segurança Nacional. são, portanto, decisões bis-. .

tóricas e por sua c~ragem merecem o aplauso de todos aqueles que repudi am

a tortura e lutam por uma sociedade mais ·justa e humana.

Solicitamos . que tais decisões sejam amplamente divulgadas e que tele

gramas apoiandb estas .medidas sejam enviados ao Conselho Federal de Medi ­

cina (Av. Rio Branco, 18 - 182 andàr - Brasília - D.F. - CEP 7ÓOOO)

cértos de contar-mos com seu apoio e colaboração, colocamo-nos ao seu

inteiro dispor.

Cordialmente,

l:-/7:._ ~' ...... ,. -~., ..................... . CECÍLIA MARIA BOUÇAS COIMBRA

- Secretária do Grupo Tortura Nunca

Mai s/RJ· -

Endereço para correspondência: R. Maranhão, 206 - Mmer - CEP 20720 - RJ - BRASIL Depósito: Conta Corrente n9 044100708/13- BANERJ (Leblon)- C.G.C. 29.249.950/0001-36

Page 23: Documento denunciando2

O Dr. José · Benedito Viana de Moraes, advogado

do Coronel Antoilio Erasmo Dias, deu entrada na 13a. Vara Criminal

do Rio de Janeiro de queixa contra o jornal "0 RÉPORTER" a respei

to de noticias inverÍdicas envolvendo seu nome em atentado ocorrido

em abril de 1 968 em São Paulo.

, Em anexo copia da referida queixa.

Page 24: Documento denunciando2

,..

J. 8. VIANA DE MORAES A O V O G A O O

EXCELENT1SSIMO SENHOR DOUTOR .JUIZ DE DIREITO DA NAL DO RIO DE JANEIRO

VARA CRIMI-

Cel. ANTÔNIO ERASMO DIAS, b~asi-­

leiro, casado, Coronel do Ex~rcito Nacional_, S~cr~t~rio da Segu '

·rança Pfiblica do Estado de São Paulo, por seus advogados infra assinados, tendo em vi~ta o n~m~ro eipecial . de aniversârio &o

jornal 11 0 REPORTER 11, em sua ed.ição de dezembro do corrent-e a.no,

n fi me r o 1 2 , o n d e ·f o r m u 1 a s e r i a s i m p u t a ç õe ~ · a o q u e r e l a n te , v e m • -

respeitosamente, expor e requerer a VOSSA EXCELtNCIA o seguin-­te:

1. O referido jornal~ naquela edi ção, em pri~eira p~9ina, com

f u n d o de t i n ta v e r me 1 h a , i ~ s e r i u e in 1 e t r a s de . f o r ma , ·c o m i m p r e~ sionante destaque. a espalhafatosa noticia vasada n~st~s ter--­mos:

11 DESCOBERTO PLANO QUE FABRICOU AI-5 H1 o8 11;

11 GRUPO MIlITAR EXPLODIU 11 0 ESTADO DE S7-\0 PAUL0 11;

11 ENVOLVIOOS GENERAIS E O CORONEL ERASMO DJAS 11•

2. Com esta manchete de alto efci to publici târio, o jornal rem e

t c o 1 e i t o 14 ã s p i' g ; 11 a s 3 a 7 ~ a s s i n a 1 a n d o q u e • n c s s a p a r t c d c1

ediç ~ o, um Oficial do Ex~rcito, que teria participado do evento.! n a ,. r a r i a t u d o o q u c o c o r l' e I' a : , I

-segue-

Page 25: Documento denunciando2

2.

J . . 8. VIANA DE MORAES .ADVOG ·ADO

~---....;..--------~----~---------------~ ' ..

I • 3. De fato, depois de descrever os

acontecimentos,qUe se verifica­ram na madrugada do dia 20 (vinte) de abril ~e 1968 ~ na reda-­

çao do 11 JORNAL DA TARDE 11, em sua sede no Rio de Janeiro, ·onde

uma bomba all exvlodiu por volta de tr~s horas da madrugada e ~ -

onde, depois de salientar que este reprov~vel e~pediente agr~!

sivo · teria sido planificado e levado a efeito por um grupo mi­li·tar, inclus.ive tendo como participes altas paten.tes do exêr-. . cito, com o objetivo de provo.car ~ implantação do Ato Institti-c i o n a 1 n Q .5 '! o j o r n a 1 em q u e s t ã o p a s s a . a t r a n s c r e v e r o q u e s e -

ria o rélato 11 do militc.r da artilharia que jo­gou a bomba no Estado ...

. 4. Na · pâgina 4! o pretenso militar ·da artilharia, sempre falélnd .o­

na primeira pessoa, abre o relato ou a entrevista com esta fra .- .

se: 11 Erasmo Di as, meu chefe, ·foi quem me conduziu a entrar na op.er .. aç.ã·o .. : ·

Esta frase. em negrito, com ef~ito

particular de convocar a atenção do lei~or~ ê im~ressa, como -. ~ ~ .

se observa, pelQ publicação, ao lado da fotografia do quereléln te, ficando, ao depois, ccnsignado no referido 11 relato 11

! os se guintes t~picos rel~cionados · com a pessoa do querelante desta queixa, a saber:

11 No inlcio daquele ano, eu· es·tava · servindo em Sahtos~ · no 6Q Grupo de

Artilharia de Costa Motorizado, o 6Q GEACOSM, chefiado pelo hoje Co­ronel Antoni 6 Erasmo Di as . Lã pe-­

las tantas, Erasmo me chamou, fa-­lando a resp~ito de uma açâo repre! siva, que requereria a e x peri~ncia

de ho me ns como eu. · ElE> então, co mo

meu superior hierãrquico, me cond~.

ziu a participar da oper aç ã o: deu a ordem de.deslocamento p ~ ra São Paulo (ca pit ª l ), indicando que

- se gu e• -

Page 26: Documento denunciando2

...

3 .

. J. 8. VIANA DE MORAES A O V O G A O O

aguardasse lâ o contato para ini­ciar o trabalho".

Terminada, segun~o ainda o "rela­to, a operaçao, teria acrescentado

"O Militar da Artilharia que jo-­gou a bomba no Estado", na pãgina 5:

"Depois, tempos d~pois, eu fiz outras consideraç~es. Eu vi que uma operaçBo como esta requer al­ta dose de irresponsabilidade fun cional, e preciso montã-la de tal forma que nada seja escrito,-

. nenhum registro-seja - feito -quan­do cheguei ao quartel, eu tentei fazer uma esp~cie · d~ rel~t6~io

mas o prõprio Erasmo djsse pa~a

nao descrever nada- e que as pes-·Soas que dela part~c~pam nâo se conheçam".

5. Es~a noticia transmitida ao p~ vo brasileiro, com alta dose -

de sensacionalismo de tal sorte que teve grande repercussao na-

cional, sendo ate mesmo transcrita oü reproduzida em inúmeros -:­periódicos, inclusive naquele que fo.ra viti·ma do 9.tentado, .como

prova o documento anexo, foi praticamente toda elél .colocada en­tre aspas, figurando, como foi vistó~ como .seu pretenso autor,­

um ativo participante da operaçâo que se~ia comandad~ pelo que­relante.

6. T 0 da v i a : o que. e· cu r i os o, a t "P

mesmo estranho, e que nâo fig~

re em nenhu ma passagem o nome desse "~1ilitar da Artilhal~ia 11 •

de s s e o f i c i a l 11 te r. r o r i s t a 11 e q u e. s e a p r e s e n ta · n a s d o b r a s d a

viscosa situação do anonimato, não tendo a coragem moral sufici

ente de declara r e revelar a sua identidade. Nas mais elementa7 res lições de êtica ou de moral existe o mais triste capitulo­da co v.a r·dia hu mun a ,qu e ê aqu c·le qu e se insere sobre o tri s te e

L---------------------------·------~-----------------segu e -

.I

Page 27: Documento denunciando2

4 .

. J. 8. VIANA DE MORAES A O V O G A O O

negro manto do anonimato.·

O homem quando diz a verdade, pou­

co importa a quem possa al~ançar, desde que traduza uma mensa-­gem de benefTcig ã.comunidade social~ deve ter o orgulho de pro clama-la, ainda que as consequências lhe possam ser penosas.

Um Oficial dn Ex~rcito Nacional)-que se dispEs, atendendo a suposta ordem manifestamente ilegal para participar de uma empreitada não so criminosa: como desum~ na,e que se ~onfessa arrependido, deveria tirar a sua mascara e apresentar o seu rosto aos seus patrTcios e da~ o seu nome aos seus concidadãos. Com a face oçulta e com o nome no subterr~neo

do anonimato se tem bem delinead~ o perfil moral do hom~ncolo

que teria dado a pretensa entrevista ou teria elaborado o pseu­do rela.to.

7. Acrescent~-se, todavia, que, co

mo f o i v i s t .o , c o m e s ·s a pu b l i c a -~ão_de repercussao intensa~ foi, ev1dehtemente, alcançado e a-­tingido o patrim~nio de honra.do ~qu~rel~nte~

r· ele um militar, integrante do corpo do Ex~rcito Nacionals um cidad~o pertencente a uma comuni dade que o presa e onde construiu ao longo de muitos . anos o seu

. . grande patrimEnio moral, corporificado na sua hbnra .objetiva e

I

subjetiva, quer,assim, no conce~to · pessoal da.~ua compostura in dividual e quer na reputação de sua conduta entre os seús seme- . 1

l . ~~~t~s. ~, ~amb~~- ~m servidor p~blico, desem~en~ando . ~rdua e I d1f1c1l m1ssao, m1ssao que necess1ta, de modo 1nd1spensavel, da

confi. a~ça e do respeito do povo, razao · porque ~uito ~ais s~nsT­

vel a ãrea que.estabr.lece e cerca os bem relacionados com a sua honra, a · saber: o decoro, a dignidade. manifestaç~es que se tra duzern pelo conceito em que possa ser ti do junto . aos seus seme-­lhantes.

.8. E clat·o, por isso mesmo, e ~m-

bora como homem publico esteja· s u j e i t o u o c ,. i v o d a c r i t i c a e n ã o p o s s a t e r u ma s e n s. i b i 1 i d a d e -

de a 1 f i n i ·n , p o,. que as p r õ p r i as f u n ç õ e s que c x e r c e se p ,. e s ta rn ã ct·lticas e ataques, ·algumas P.roccdentes e const'rutivas, outras i n t1 c c i t i1 v c i s e ·de s t t·u i d nt· i1 s • q u c n 0 o p os s a p r c t c n d c t' n i' o s c l' ttlll

-scuu c -

Page 28: Documento denunciando2

.. , :, '.

. J. 8. VIANA DE MO~AES - ADVOGADO

5 •

àlvo sedutor e predileto de constantes inventivas articuladas -_por descontentes ou contestadores permanentes.·

9. Em razao desse fato, nacr iria,a cada passo, promover a respons~

bilidade criminal de quem quer que fosse, mas, ·por outro lado,­deixaria de cumprir com elementat dever e injustificadam~nte t!ansigin~o com direito . impostergâvel, dando mal exe~plo, se não reagisse e não tonvocasse o concu~so da Justiça, para apu-­rar imputaç~es da mais alta ~rav~dade, alarmantes, desagregado­ras e, . sobretudo~ agressivas, terri vel.mente agressivas ao patrj_

mônio de honra do querelante.

10. Realmente, força admitir que in s_erindo o jornal o "Reporter" -

as Rot1cias constantes do seu corpo, praticaram os responsâveis por essa publicação crimes contra a honra do querelante, a · sa­ber a CAl .DNIA, a DIFAMAÇAO ~ a INJnRIA, delitos previsto nos ar tigos 20! 21 ·e 22 da Lei de Imprensa, lei 5.250 cE 1·967.

1,. De fato ao consi9nar na pri.me·i-

r a p il g 1 na , em tJ tu 1 o garra f a 1 ,:- .

"GRUPO MILITAR EXPLODIU "O ESTADO DE SAO PAULO" -"ENVOLVIDOS GE

NERAIS E O CORONEL ERASt~O DIAS" e·, ain·da, quando consigna na p~

g i n a 4 ( q u a t r o ) q u e o q u e r e 1 a n te c o n v o c o u · o ".m i s te r i os o " e n t r e -vistado para participar de "uma ação repressiva", em um plano · ~

criminoso e quando, tamb~m e ainda, envolve 6 querelante no de! dobramento daqueles pretensos fatos agressivos, o jornal~ . ~or · ­

seus responsâveis, imputou ao ~oronel ERASMO DI-AS a pr~tica de um crime, sabendo~o inocente, em razão do que foi ele caluniado.

1 2 . I n q u e s t i o n a v e l me n te ,, a n o t 1 c i a envolve a imputação falsa de

fato definido como crime. de sorte a ~e configurar o delito de CALONtA, at~ porque os responsâveis pela · publicaçâo n~o ignoram que o querelante jamais participou de qualquer . ato da natureza

do descrito, estando inocente da acusação que lhe ~ feita.

1 ~ • P r a t i c a r a ( m ) , a i n da , o~) que r e 1 ~ do (s) o crim'e de DIFA~lAÇÃO,no

-segu e-

Page 29: Documento denunciando2

6.

J. B. VIANA DE MORAES A D V O G A O O

momento em que imputaram ao querelante fato ofensivo a sua repu­

tação, como reza o artigo 21, da referida lei.

Comprova-se o acerto da queixa,nes-s e parti cu 1 êl r , quando no c o r p o da di v u 1 g ação em· ma i s de um a p as -sagem, e ao long.o ·do noticiiírio, se percebe a pretensão de envo_l ...! -- -

ver o querelante no 11 plano que fabricou o Ato Institucional n. ·v, em 68 11

, quando a hipotêtica participação efetiva do Coronel -

ERASMO DIAS nos acontecimentos descritos ãs fls. 4 e 5. Sastaria que se consignasse,para retratar o delito de DIFAMAÇAO, a afirma

çan constante do noticiãrio, ãs fls. 4: 11 ERASMO DIAS HEU CHEFE, -

FOI QU-EM ME CONDUZIU A ENTRAR NA OPERAÇA0 11•

14. Sem sombra de dfivida a publicação -

incriminada não poupou a reputação do querelant~ ~ apontando-o como um dos chefes ou assessor do

suposto . planb, com todas as caracterTsticas criminais e desuma nas. de responsãvel empreitada delituosa.

15. Acrescente-se, por derradeiro, que . a publicação envolveu seria INJORIA

ao querelante, ofendendo-lhe ~ dignidade e o decoro. No artigo,­

as refer~ncias feitas_no que tange a ~uposta participação do qu~

relante naquele _quadro agressivo e reprovãvel) surge a INJOR~A -~rticulada cont~a o quéixoso de ·forma be~ nTtida, inclus~ve qua~ -do, âs fls. 5 o coloca como homem falso, hip~crita, mentiroso,i~

sensTvel é at~ mesmo indTgno, notadamente na parte grifada em v e r me 1 h o.

16. O que P mais reprovâvel ê que se to

locou .o· querel .ante, em razão do que foi visto e assinalado, na posiç~o de metecer ~ des·estima social ã pr~pria reprovaçâo das criaturas bem for~adas . e - ~ censura · . de to d à a i m p r e n s a· . e a o r e p íi d i o d os h o m. e n s d T g n os. , - -pessoas e nrgao.s que niío devem e não podem aplaudir os expedientes violentos os recursos arbitrãrios e os atos que ·envolvem a negação do Dir~it~

da Lei e da Justiça.

17. Pretendeu, assim, o jornal submetê-

- lo â humilhante situaç ão de um cri­

minoso, de um homem indí gno, sem bondade e sem cariíter e que me­rece a tot a l reprov J çâ o p ~blica. Este ex pe dien t e u~ado nã o es t ã s o b o a m p il r o da L e i . e n ~o e e s t a a 1 i b e r da de de i 111 p 1· e n s a p e l a q u J l s e d e v e b a t e r • O j o r n a l i s 111 o l i v I' e , i n d e p e n d e n t e , e a m e l h o r

~--------------------------------------·------------------------------·-

Page 30: Documento denunciando2

7.

J. B. VIANA DE MORAES ADVPGADO

contribuição para a paz, em u·m mundo de nações, povoadas por ho­

mens livres. De fato, sem liberdade de imprensa n~o hi democra-­cia.~ liberdade de p~~samento e sua expressão falada e escrita, são direitos essenciai~ e i-nsepariveis. Constituem por sua vez garantia e defesa das liberdades em que se fundamenta a de~ocra-cia. Estes e outros principias da Carta da Sociedade Interameri-cana de Imprensa não podem ser esquecidos nem contestados, mas,

como em relação a todo direito, como bem .observa NELSON HUNGRIA e que

11 ••• o direito~ essa liberdade não

pode ser irrestrito, pairando acima do superior interesse da coletivid~

de e um interesse individual indis­

cutivelmente merecedor de proteção jJriqica ....

o~i porque nao foi sem sentido que B O R Q U I N n o 1 i v r o 1t A L I B E R T t: O E L A P R E S S E " ; o b s e r v o u q u e a i m p r e~- . sa não pode ser declarada irresponsivel. Sua responsabilidade ê um c o r o 1 â r i o d e s u a p' r 0 p r i a 1 i b e r d a d e , -p o r q u e n ã o e x i s te 1 i b e r d ~

-de sem a condição de que não se. ~tropele o direito de outrem.

Poder-se-ia acrescentar nessa linha de raciocinlo, dB que, qo estabelecer a justificada -defesa da

liberdade de imprensa, e preciso; contudo, ter-se em ·men.te o ar­tigo 49 da Declaraç~o dos Direitos do Homem proclama~a e~ 1789 ~ -

onde estã inserto a basilar liçãn:

11 A liberdade consiste em poder fa-­zer tudo quanto não seja nociV0 11

Justa, portanto, a obs~rvação do grande pensador e que se harmoniza com a mensagem de EZEQUIEL PAZ:

11 0 que se tem -de permitir 21 impl~en­

sa, e o uso, poder-se-ia acrescen-­

tar~ o grande uso, e não o abuso da liberdade de opinião, informação ou

-expressco.

9 abuso do direito'e um ato ilicito,

-segue-

....1 .. - ·

Page 31: Documento denunciando2

.. 8 .

. J. B. VIANA DE MORAES A D V O G A O O

-que nao pode deixar de acarretar res-

ponsabilidades ....

1 8. Assim, não padece qualquer duvida que o escrito incriminado ofendeu a pes-­

soa do querelante, de sorte a verificar a configuração dos cri­

mes de CALUNIA, INJURIA e DIFAMA{AO. tendo em vista que a Lei

5.250, L~i de Imprensa, não homologou o anonimato, consoante es tã impresso no arti'go 79 e seguintes.

O 11 animus .. agressivo e característico do dolo e in€gãvel. Ocorreu o 11 animus caluniandi .. , "difamandi" e

....... ,_- ··

11 injuriandi 11• Não houve a preocupação da crítica construtiva.·Da , .

informação elevada e uti 1. Não. Mn.~eria desagregadora. Alélrman-_te, falsa e tend~nciosa, com o objeti~o de conspurcar a honra

alheia e introduzir~ intranquilidade jurídica, abalando a tran quilidade social.

19. Todavia, como a· aludida publicação nao

declinou e n~o apontou o ;6me do ~u--'

to r_ do ·~ela to .. da entrevista' ·· de vem responde r pelas ofensas, nos termos do artigo . 28 da mesma lei, pela ordem, secçâo, pelo Diretor ou Redator Chefe ou pelo r ·i o , r e s p e c ti v a me n te .

o redator da Geren~e proprietâ

Nâo obstante esse texto legal! hã de se considerar que o jornal 11 Reporter"~ nâo aponta o seu respon­

sãvel, pela publicação, moti .vo porque devem figurar como quere­léldos, responsãveis pelo jornal e pela publicação, respondendo . pelos cri ~es praticados os repErter~s editores e secretãrio de redação a saber:

REPORTERES/EDITORES: Luiz Alberto Bettencourt,

. Luiz Augusto Gollo, Chico Junior, Alex Sulnik (São Paulo) Analuce Estrela (Arte)

SECRETARIO DE REDAÇAO:

Toninho Martins Vaz.

20. Nestes termos, processada a . presente queixa com a· c i taçâo de todos aqueles

-segu e -

Page 32: Documento denunciando2

. 9 ~

J. 8. VIANA DE MORAES A O V O O A O O

.querelados, para que, no prazo, apresentem a defesa que for enten­dida, com a audi~ncia do Minist~rio Pfiblico, e protestando pela

realização de todas as provas que se fizerem necessârias, inclu­sive testemunhal, e preenchidas as demais formalidades legais, -por ser de Di rei to, imposta a condenação afinal, nos termos da 1 e i ,

Pede Deferimento.

De S.Pau16 p/a Rio de Janeiro, 21. dezembro. 1978 .

FRANCISCO DE A. SERRANO NEVES J. B. VIANA DE MORAES

DARCY DE ARRUDA MIRANDA MARIA CELESTE DE OLIVEIRA SANTOS

Page 33: Documento denunciando2

Cüf111T~ PAr!AENSE PELI\ ANISTIA DA - SDD"H

!NFVRfiiE: S1JSRE n :J1JRNAL 8RESIST~NC1AWI

-()s fatoã da apreensão do jornal "Resistencia 11 segu!,

do de Inquérito Polic-ial-fllili tar na DW a posterior emqut\drarntJ~to e

processo pela Jostiça f!lili tar no Art. 14~ da Lei d8 Segurança NacioA.a nal, de tris membros da Sociedade Paraense de Defesa do~ Direitos f Humanos Paúlo Fonteles (Presldente), Hecilda Veiga (Secretária) e Oi~ cklouf· Carv..altjo{ Editor ). levaram a ampla mobilização popular em t.2,.

~ , -do o pa1s atraves de atos e de centenas de moçoes; telegramas, car -

tas de . solidariedade enviadas por diversas entidades e pessoas como: - , Sindicatos Profissionais, AssociaÇoes de. CI.asse, Diretorias Estudan-

t -is.,. Comuni.dades de Bairro e Rurais, movimentos de Anistia, Igreja ,

Lavradores· e. Parlamentares do rnDB; al~m de ampla divulgação da Impren,

s-a. Nacional e LocBl .. Estes fatos e os rumos que tomou o processo cem a d~

. ,. ~ , cisão da P.uditoria ff!ili tar da Belem a 2!J de F'evereiro proximo pa:ssado

de . transferir para a Justiça Comum (Lei de Imprensa) o processo nos f leva m a tornar p~blica o seguinte:

" .: No dia U6 de fevereiro as 14 hs.~ marcada a pr~ma2;_ .Q •

t:a audiencia,_ foi a diada por ter o J'residente co Conselho Permanente .. • *'I . A# ,

de Justiça da. Marinha jurado suspeiçao " por questao de foro intime~ • .. Nova sessão foi marcada para . c dia 12 .. 1\Jo dia anterior · a primeira au-diência ;s 2!l,DQ hs. foi iniciada uma \figilia civida, p;lo C:omit: de/ Anistia da SDOH~ com a pr e sença de grande nÚmer cdS'i de pessoas , que l

~ , ,_. ·durante tres horas se prenunciaram atraves de alocuçoes e cantos so-

lid~rias com as lutas da SODJ-t Ni~ PESSflA 80S Tf.:~S PR'DCESSADOSo

• Ao fina1 do Ato P~blico fic bu decidido que e Uigi­

l~a continuaria com a presença de todos os participantes na sala de f seas;es da Auditoria militar. No dia V6, muitas pessoas conseguiram f se fazer prlt'tse.ntes na sala, outras· foram cerceadas de entrar sob a a­

legaç;o de falta de espaço, permanecendo diante do pr~dio da Auditc -. ,

rl...a ate o retorno dos indiciados que foram recebidos com palmass

• Na segunda- feira di.a 1 2 foram colhidos os depo f -

mentos dos tr;& companheiros, que dur ou cerca de cinco horas. Desta I vez foi ainda mais restringida a entrada de pe ssoas e os respons~veis

pela Auditoria montaram um esquema r epressivo ainda maior, constante/

do Soldados do Exercito armados de ma t.ralhadoras 9 carro da Rádio-p a -

trulha da policia do EstadQJ postados na~ esquina da rua, sina~eiros/ , . . ~ ,

em frente ao predio pra evitar que os ve1culos se aglomerassem, inum~

ros policiais infiltrados entre as mais de duas centenas da pessoas 9

a maioria vinda de bairros dis t antes, que permanece rem diante da Audi -

Page 34: Documento denunciando2

.. .. -toria durante ms interro.ç]atorios, apesar da chuve constante que caia.

Novamen'te: cada companheiro processado que. voltava era saudade com pal­

fAas. Logo apÓs os adv~g ;dos e-nt~~-;~~ . com- ·c,, .pedido de exceção de incem-·

pet:ncia para desqualificar a, enquadramento na LSN •

• No dia 20 ~ tarde foi · realizada a .segunda ses­

são como ~a w~ z anterior em c.lima ·de· tensão provocada pela presença /3 de dezenas de soldados da Po.licia do Exercito, armados em quase todas

as depend,~cias d~ Auditoria. Foi a berta com a leitura do pedido de f incompet~ncia e do pari!cer d2. representante do ministério PÚbl ico Re­

sina s;vula contrário âtransferencia do processo para o foro da Just,i ... . . , .

ça Comum. fl ~onselho integrado pelo Juiz-auditor ffiario Soares de lnen-

donça e pelos capitães-de-corveta Albert.o Tourinho dos Santos (Pres.:!, ,

dentaj, mareio E.arriga e J ose Al.fredc reuniu-se secretamente para de-

liberar. Quase uma hora depois~ o j~iz-auditor, demonstrando grande /

irritação - chegando mesmo a afirmar de que se houvesse qualquer rnan,!

festação da plenáx:io seria usado repress-ão - determinou que fosse fei

ta a leitura da decisão na weg.ou a ser interrompida, porque mário I -ffiendonça, irritou-se: cm.m o. apert..m de mão de s tres processados. .... .

• Eis um trecho da decisão: "0 Conselho Permaneu

t~ . de Justiça da IDarinha, por maioria de votos (3 a l) decide aceitar - ~ . a incompe.·tencia da JusUça mili tar, daclinand a competencJ.a para a - # •

~ustiça c·omum, sob a eg~de da L.ei de Imprensa ••• •

• Na defasa de Paulo fonteles, Hecilda Veiga e / luiz ffia c:klouf atuaram os advogados Deusdecith Freire Brasil, Egidio I

,. "' ... Sales rllho, Luis flt~vio Bandeira, Carlos àugusü Sampaio e Joao ffiar-

quest este tamb~m como representante da Comissão da Étic~ e liberdade ,

de Imprensa do. Sindicato dos Jornalis"'tas. O pro cesso se:ta agora apre-

ciado e:·m grau de recurse io Superior Tribunal mil i ta r interposto pE,la

promotora.

• Vemos que a mobilização dos companheiros da f , # ,

pa~ intei.rtt consegui uma v.itoria, ainda parcial, mas vitoria. Canela -- . . manos . todos entao a continuwr a luta nesta fa s e de recarso ou mesmo f

. ).

que pas.se. para a Justiça comum, o que não diminue a arbitrariedade do

processe contra a l iberdade de Imprensa e o direitb de inf.oemar e de/

denunciar torturas e violências comas a~ gue se comete m di~riamente / contra trabalhadores rurais e urbanos., "lem disso ainda continuam a~

p.reendidcts os 4.500 exemplares do ftResist;ncialll n9 5. Atei que findas

as injustiças conquistemos a liberdade e~ dem6cracia para todos oa/

trabalhadores do campo de da cidade com suas mulhe res e filhos .

..

Page 35: Documento denunciando2

1

' -Em 28 da abril de· 1969, aproximadamente· as 22:30 horas, encontrava-me ~ ' em um ponto de· onibus existente a Ponte da Torre, na Cidad'e· de Reci.fe,

quando bruscamente· parou uma rural verde e branca e dela de,sceu rapid,S.

mente.· u.m ocupante mascarado.~ com meia de· mulher.~ e' tentou, com revolver

em punho, arrastar ... me para dentro da rural. Como reagisse, por compre­

ender tratar-se de algo "anormalu, foi deflagado um tiro qug ao ating:ir

de raspão meu rosto, deixou- me tonto. O agre·ssor, fazendo mira d1asparou

um segundo tiro que d·errubou-me instantaneamente, .-(atingi~ a medUla}

Pre-sumivelmente·, por considerar-me· morto , o m~smo dirigiu-se rapidamenoift

' te a rural, d&-sparando. outros tiros.

Isso tudo demorou fraçÕes de segundos ou poucos~gundos ••••

- De·st~ a tentado resultou a perfuração do pulmão esquerdo e a paral&-sia

permanente dos mesmbros inferiore·s.

- Neste mesmo dia foi metralhada a resid:.ncia d~ DQn Belder Camara, ~

- Um mes depois,. dia 27 de maio, foi encontralffo morto na Cidade Univers·!_

taria o Pe. Henrique, cujo ~~--~~)corpo denotava evidentes sin .is

de tortura •.

Estes .fatos~Ó r~·e·e·beram Iibera.ção· para publicação na imprensa local

depois de: uma ampla mobilização d:er setores estaduais·, como a greve g-e·-. ;

ral decretada pelos estudantes logo no dia segUJ.n te' ~Cl.O meu a tenta-

do e ·· inclusive com uma nota paga publicada pel3. Liga Feminina de Pernam ,

buco, que apesar de' repre·sentar/M'DGCI!'F a, o reduto mais conservador e

reacion~ri'o, exigia uma apu:bução de responsabilidades.

"\.T t , i . ' . . d ( d / .At I t. t . l Nll'\5 l'>~es a epoca, v VJ.amos o J.nJ.c~o o per~o o apos a. o ns J. ·uc~ona ~ •

A perseguição ,.os lld'eres e'studarit!s e comunitários inde·pendentes ~

intensificou-se. Eu, como presidente eleito para a União dos Estudantes

d'e Pernambuco, atrav~s da voto direto em TODAS Escolas Superiores do ,Es

-tado (mesmo as do Interior), repre-sentava uma Entidad'e combativa e nao

, ~ '·' submissa ' que levantou-se logo apos a ediçao do AI-5 e· do Decreto ~11,

~...x:§UtX:XM:U:S:X:J:i1Uiii.m· numa campanha ãe esclarecimento, dentro da

universidade', denunciando o car~ter altamente· fascista e repressivo•

de-stas medidas . A Igreja, com sua a tJruação social e humanitária,. repre­

sentava algo d'e terr:Ível nos a·lhos dG'S setores mais reacio~rios.

Page 36: Documento denunciando2

Assim, ~~ .facil compreender que· estes fatos· não e·stão isolados d'e todo f ~ ~

contexto polltico da epocaJe talves tenha sido o primeiro sequestro e

morte na poli tica: de intimidar xtu u~s:x:D: a socie-dade· brasileira, atrs_

v é-s d·o ude'saparecimento 11 d:e Iid·eres setoriais que se- opunham ~

- ao regime-- (CASO PARASAR) 1 1-fas,. voltemos a narrativa •••

Desde· o !rt-iei.o d'e1.969, a:s buscas,, tentativas de prisÕe·s e prisi$ arbi-~ • ~r(\ . • ... A

trar~as fo~- desencadeadas. Numas destas pr~soes ar oi trarias" no me'S de

março, alguns estudantes pt(ãer~ perceber o clima de ameaças abertas

sobre· alguns lideres estudantis. Tendo inclusive o policial Luiz- da M!. . /' " . ... randa,. afirmadb a algumas colegas pre'Sas que "o CandJ.do Pinto nao che-· ' . '

Na vespera ão atentado, encontrei-me· casualmente eom uma colega de Od~

tologia recem saida da prisão a esta apairoradissima pedia-me para •

sair db Es·tado; porque· ela teria ouvido conveTsas: que n;les tr pretendiam A • ,..

matar-me •••• Entretanto,. como sobre m~m nao havia proce·sso ou qual.quer N

ordem de pris-ao e' considerando que) como pre,sidente da UEP> era meu de-

ver permanaceT à frente: dO Movimento Estudantil Pernambucano~ não ate~ .,\I e.

d'i aos apelos da colega. Por outro l ado, con.fesso, 31Chava a corria o ...

risco; de ser pre·so ou torturadià7- mas a imagem de sequestro era algo nao

muito claro ••• Conside:rava as ameÇas llill!iillf3 como intimidaçÕes ••••

O , • • i .- , ... fa to• e que· o Brasl.l e· o regime assum a novas feJ.çoes e nos.' nao reco•

nheciamos ••• E,. a ameaça cumpriu-se •••

OS acontecimentos posteriores., roram que1da pr~ão da soc·iedade1abriu-ee

uma comissão especial de inqué'rito que conduziu ~~" d!8r& Jsmais

fl& I 01 d 1 a•• à 'à acusação ~· rtr;ardo Tenente Jos~ Fer-

reira dos Anjos., ~ que trabalhava na 2Q Seção da Policia Mili-, , , . ... . . ,,

ta:r, onde era responsavel por varias mJ.ssoes Sl.g~losas. O Tenente, jun-

tamente com a colaboradora d'e' suas açÕes na 2Q Seção, Risoleta Cavalcan

ti, estiveram , segundo depoimento da mesma~ em minha casa na manfia d·o

atentado em uma rura l verde e branca da 2Q Secção. Nos autos, as evid·eg

cias do envolvimento do tenente, hoje ~~jor, S NO claras , mr s mesmo assim ... .

16 anos depois o ~:eocesso re'Sponsabilizando-o pela agre,ssao contJ.nua

Page 37: Documento denunciando2

J

arrastan~o-se nos Tribunais d~ Pernambuco.

Varias foram as tentativas de nãtb levar-se o Tenente ~ julgamento , ora

com pro:telamentos legais (pedido de· habeas-corpus, etc), ora com açÕes

extra-legais como a do Juiz Carlos t·fa.ta que deixou a·e- acolher a denU:U

cia do Promotor Paulo Amazonas, alegando u que o chefe do Estado ~:~aior

dá PolÍcia Hili tar db Estado de Pernambuco, em oficio diri~ido ao Del_ê;

gado especial d{inquerito, era ~e parecer que a acusação crimi nai contra

o tenente- não tinha fund amento" . O Promotor recorreu ao Tribunal de Ju.2_

tiça. O Juiz envia então oS autos ~ ao Procurador {Jeral do Estad'o em

ves: de- enviar ao Tribunal· de- Jus tiça. PosteTiormente outro promotor em

exerc{cio, ~esiste do recurso, sendo a desist~ncia acolhida e mandou-se . . ,... .

arqu~var os autos . Entretanto , graças a pers~stenc~a. _ em ];J±esetoa± lMif>

jã•a~-~-=a==,{~15·~-.J~--~I~~~·a·a&I7E~C~l do Dr. Paulo Amazonas em preservar

pelo menos o mÍnimo de· pre-ceito le·ga:t, llllm o Tribunal de Justiça aeo­

lheu piOr unanimidade o re-curso do então promotor da ~o-ca,, e·' resolveu

àar pros.seguimento· ao processo.

ac..u ..s.c::t n J o Assim,. hoje' encontra-se em andamento o processm ~nwalÇiH<aa;a@ o

, Tenente- Jose· Ferreira ~omo principa-l responsavel ~elo atentado que S.Q.

:rri. ,

Entre·t anto, fica claro que ão "i6e-berg" da su.teira/o tenente· e· apenas tr e1\-te-

a ponta 1- A sua participação, parec-e-me- clara,. mas evidenternão foi

ele sozinho que a tirou,., segurou a porta da rural e e'stava no volante. ,

Quem seriam seus ajudantes e seus mandantes ? QUem seriam os responss.

veis pela morte do Pe·. Henrique, cuj'QS ~'ta?s tentativaSd'e· não r-e§.

ponsabilizar ning'W!ml sempre estiveram presentes~

Por fim, cumpre afirmar que não me· move nenhum gesto pe,ssoai. de· vinga!! .. ça, mesmo que- ra-xoes eu as possua de' sobra. Continuo a intere-ssar-ma

pela responsabilidade, criminal dbs autores: de meu atentado, como uma

fo.rma de :raz-er com que e:stes cri'mino sos não fiquem impunes e ~- ao

~i . b JIIL t -~1·- t• t d d ' -::o d' mesmo tempo que · n~ ~ou ros~, aml:' ·:ta-se· os sen ~men os e . e..~. asa a

sociedade· bras-ileira contra retrocessos: no e,spaço de· liberdade- que· hoje

ela soube conquistar. 4 Lutar contra. a impunidade· des tes e- demais cri-

mes, ~- lutar~ estes tempos negros es não voltem 1