divulga ciência - julho/2011

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Jornal do Inpa Manaus, Julho 2011 - Ano III - Ed.15- ISSN 2175-0866 Distribuição Gratuita www.inpa.gov.br Inpa, 57 anos fazendo ciência SBPC: Amazonas participa de debates sobre marcos legais para pesquisas Autoridades e pesquisadores pediram mudanças na lei para alavancar pesquisas. Houve ainda o debate sobre investimentos em ciência com recursos do pré-sal ExpoT&C: dissemina conhecimento e oferece oportunidades Neste ano, o número de visitações foi de aproximadamente 8 mil pessoas. Um dos motivos do sucesso foi a dinâmica adotada Boa leitura Pág. 02 Pág. 03 Pág. 06 Código Florestal e qualidade na educação marcam os discursos na abertura da SBPC Durante o evento, diversas atividades científicas aconteceram nas dependências da Universidade Federal de Goiás (UFG) Pág. 07 Foto: Daniel Jordano Guia de Sapos da Reserva Adolpho Ducke – Amazônia Central Revitalização da ilha da Tanimbuca e novo registro no Herbário marcaram o dia de comemorações no Inpa Foto: Daniel Jordano Foto: Daniel Jordano Pág. 05 Foto: Eduardo Gomes Foto:Eduardo Gome s Potencial de fru- tas da região foi destaque na SBPC Nova espécie de planta é registrada no herbário do Inpa Inpa realiza XX Jornada de Iniciação Científica Rede CTPetro Amazônia partici- pa da I Reunião de Coordenadores Pág. 02 Pág. 02 Pág. 02 Pág. 04

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Jornal de divulgação científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA

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Jornal do Inpa

Manaus, Julho 2011 - Ano III - Ed.15- ISSN 2175-0866 Distribuição Gratuitawww.inpa.gov.br

Inpa, 57 anos fazendo ciência

SBPC: Amazonas participa de debates sobre marcos legais para pesquisas

Autoridades e pesquisadores pediram mudanças na lei para alavancar pesquisas. Houve ainda o debate sobre investimentos em ciência com recursos do pré-sal

ExpoT&C: dissemina conhecimento e oferece oportunidades

Neste ano, o número de visitações foi de aproximadamente 8 mil pessoas. Um dos motivos do sucesso foi a dinâmica adotada

Boa leitura

Pág. 02

Pág. 03 Pág. 06

Código Florestal e qualidade na educação marcam os discursos na abertura da SBPC

Durante o evento, diversas atividades científicas aconteceram nas dependências da Universidade Federal de Goiás (UFG)

Pág. 07

Foto: Daniel Jordano

Guia de Sapos

da Reserva

Adolpho Ducke –

Amazônia Central

Revitalização da ilha da Tanimbuca e novo registro no Herbário marcaram o dia de comemorações no Inpa

Foto: Daniel JordanoFoto: Daniel Jordano

Pág. 05

Foto: Eduardo Gomes

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om

es Potencial de fru-

tas da região foi destaque na SBPC

Nova espécie de planta é registrada no herbário do Inpa

Inpa realiza XX Jornada de Iniciação Científica

Rede CTPetro

Amazônia partici-

pa da I Reunião

de CoordenadoresPág. 02

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 04

Página 02 - Junho 2011

Chefe da Divisão de Comunicação Social: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Clarissa Bacellar, Daniel Jordano, Eduardo Phillipe, Josiane Santos e Fernanda Farias Editoração Eletrônica: Flávio Ribeiro - Revisão: Fernanda Farias - Fotos: Daniel Jordano, Eduardo Gomes, Josiane Santos e Flavio Ribeiro Tiragem: 1000 - Edição 15 - Julho 2011 - ISSN 2175-0866.Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] www.twitter.com/ascom_inpa

www.facebook.com/inpamct

Expediente Fale com a redação

Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência

A primeira reunião dos Coordenado-

res das Redes de Pesquisas financia-

das com recursos do Fundo Setorial do

Petróleo e Gás Natural (CT-Petro) acon-

teceu no dia 29 de julho, na cidade de

Salvador (Bahia). A reunião foi realiza-

da no auditório do Instituto de Geociên-

cias da Universidade Federal da Bahia

(UFBA)

O evento foi organizado pelo coorde-

nador da Rede CTPetro Amazônia,

Luiz Antonio de Oliveira, e o coordena-

dor da Rede RECUPETRO, Antônio

Queiroz, e contou com a participação

dos coordenadores das 21 redes, além

dos representantes do Ministério da

Ciência e Tecnologia (MCTI), Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científi-

co e Tecnológico (CNPq) e Financia-

dora de Estudos e Projetos (Finep).

Aproximadamente 222 trabalhos

realizados por bolsistas e orientadores

das diversas áreas do conhecimento

desenvolvidas pelo Instituto Nacional

d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a

(Inpa/MCTI) foram apresentados na

XX Jornada de Iniciação Científica,

realizada em parceria com o Conselho

Nac ional de Desenvolv imento

Científico e Tecnológico (CNPq) e da

Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado do Amazonas (Fapeam).

O Programa Institucional de Bolsas

de Iniciação Científica é voltado para o

desenvolvimento das ciências por estu-

dantes de graduação. Ao longo dos 20

anos do Programa de Iniciação Científi-

ca do Inpa vem proporcionando apren-

dizagem e aperfeiçoamento à jovens

cientistas.

Inpa realiza XX Jornada de Iniciação Científica

Um dos pontos altos das atividades

que comemoraram os 57 anos do Insti-

tuto Nacional de Pesquisas da Amazô-

nia (Inpa/MCTI) foi o registro de uma

nova planta amazônica, a pradosia

lahoziana terra-araújo.

Registrada pelo estudante de douto-

rado Mário Henrique Terra Araújo, do

curso de pós-graduação em Botânica

do Inpa, esse foi o registro de número

240 mil catalogadas no herbário.

Araújo explica que a planta é conhe-

cida popularmente pelos nomes:

casca doce, abiu, dentre outros.

Porém, falta a identificação científica.

“A planta foi coletada em 1973, mas

faltava a identificação. Fui em busca de

exemplares vivos e encontrei nos arre-

dores da Escola Agrícola Federal”,

disse.

Nova espécie de planta é registrada no herbário do Inpa

Rede CTPetro Amazônia participa da I Reunião de Coordenadores

Boa leitura| Guia de Sapos da Reserva Adolpho Ducke – Amazônia Central

Arte: Flávio Ribeiro Arte: CTPetro AmazôniaFoto: Eduardo Gomes

Quem nunca teve curiosidade em saber mais sobre os sapos amazônicos? Suas cores, tamanhos e como vivem? Essa é a proposta do “Guia de Sapos da Reserva Adolpho Ducke”.

A reserva, criada em 1963, já serviu de palco para o desenvolvimento de pesquisas e descobertas biológicas. Apesar das constantes depredações e ameaças do homem à Amazônia, a reserva conseguiu sobreviver às mudanças, e hoje no local, pode-se encontrar 50 espécies desses anfíbios.

Um livro bastante ilustrado e escrito em português e inglês, convida naturalistas, conservacionistas e o público em geral a descobrirem os hábitos, alimentação, características físicas e reprodução dos sapos.

A obra é de autoria dos pesquisadores Albertina Lima, William Mag-nusson, Marcelo Menin, Luciana Erdmann, Domingos Rodrigues, Cláu-dia e Walter Hódi. Os interessados podem adquiri-la no valor de R$40,00, no setor de vendas da Editora Inpa, localizada nas dependên-cias do Instituto.

Fo

to:E

du

ard

o G

om

es

ve a respeito dessas áreas de transi-

ção”, avaliou.

Além do diretor do Inpa, outros pes-

quisadores do Instituto participaram

das atividades científicas durante a 63ª

Reunião Anual da SBPC. Estiveram

presentes nas atividades pesquisado-

res como Maria Inês Higuchi, Vera Val e

Philip Fearnside.

Educação e Código Florestal

O Ministro da Ciência, Tecnologia e

Inovação Aloizio Mercadante, ressal-

tou o papel da ciência para desenvolver

o país e evitar confrontos. ”A ciência é o

melhor caminho para que o país evite

Julho - Página 03Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência

Código Florestal e qualidade na educação marcam os discursos na abertura da SBPC

Durante a semana da SBPC, diversas atividades científicas estaram acontecendo nas dependências da Universidade Federal de Goiás (UFG)

|Daniel JordanoDa Equipe do Divulga Ciência

Um dos maiores eventos científicos

do país aconteceu no dia 10 de julho,

com a abertura oficial da 63ª Reunião

Anual da Sociedade Brasileira para o

Progresso da Ciência (SBPC). Repre-

sentantes de instituições, pesquisado-

res e autoridades locais esti-

veram presentes na cerimô-

nia de abertura.

O diretor do Instituto Nacio-

nal de Pesquisas da Amazô-

nia (Inpa/MCTI), Adalberto

Val, participou da solenidade.

Ele caracterizou a reunião

como um momento auge na

discussão da ciência no Bra-

sil.

“Debatemos aqui água,

alimento e energia e esses elementos

unem todas as regiões do país. A Ama-

zônia interage com o Cerrado e o Cer-

rado com a Amazônia, e ambos deter-

minam as condições de transição de

cada um desses biomas. Portanto,

uma ciência especial que se desenvol-

um confronto entre a agricultura e o

meio ambiente.”, enfatizou.

Já a presidenta da SBPC, Helena

Nader, declarou que a comunidade

científica precisa ser mais ouvida em

relação ao código florestal. “É incom-

preensível que, em nome de interes-

ses, ruralistas e ambientalistas virem

as costas para as possibilidades que a

ciência moderna tem a oferecer para

a definição de regras que harmoni-

zem a legislação ambiental e produ-

ção de alimentos”, disse.

Ela criticou ainda o projeto de lei

que autoriza as Instituições de ensi-

no superior a contratarem professo-

res sem o curso de pós-graduação.

“Não podemos permitir que esse

projeto vire lei, pois será um retro-

cesso na construção de um sistema

de ensino eficiente”, finalizou.

A reunião em Goiânia aconteceu em

julho. Na oportunidade, São Luiz do

Maranhão foi divulgada como a cidade-

sede da SBPC 2012.

‘‘ ‘‘Não podemos permitir que esse projeto vire lei pois será um retrocesso

na construção de um sistema de ensino

eficiente

Foto: Daniel Jordano

|Josiane SantosDa Equipe do Divulga Ciência

Representantes de instituições, pesquisado-

res e autoridades locais estiveram presentes

na cerimônia.

Página 04 - Julho 2011

SBPC pede que cientistas sejam de fato ouvidos em relação ao código florestal

As frutas da Amazônia e como elas

podem se tornar uma importante fonte de

renda para produtores rurais foi tema da

palestra na 63ªReunião Anual da Socieda-

de Brasileira para o Progresso da Ciência

(SBPC) em Goiânia.

Camu-camu, cubiu, araçá-boi, buriti

dentre outras frutas típicas da região fize-

ram parte da apresentação do pesquisa-

dor do Inpa, Carlos Bueno, durante as

atividades da ExpoT&C (feira onde institui-

ções de pesquisa expõem seus traba-

lhos).

De acordo com o pesquisador o evento

é uma vitrine importante, pois divulga as

pesquisas feitas e ajuda na sensibilização

das pessoas em relação à Amazônia. “Isso

ajuda a ter uma sensibilização nacional

sobre a diversidade da região e o que as

pesquisas podem trazer de bom principal-

mente em relação a um desenvolvimento

mais inteligente, mais sustentável”, expli-

cou.

Potencial econômico

Bueno lembrou que as pesquisas apre-

sentadas podem interessar ao mercado.

“Para quem está na Amazônia, são frutos

tradicionais, mas aqui é uma novidade e

assim podemos inclusive mostrar eventu-

almente para as empresas ”, finalizou.

A 63ª Reunião Anual da SBPC teve mais

de 8 mil inscritos mais de 5 mil trabalhos de

pesquisas e experiências de ensino-

aprendizagem, 61 conferências, 80

mesas-redondas, dez simpósios, sete

sessões especiais, 80 mini-cursos e cinco

assembleias.

Prática

Os valores nutricionais presentes em fru-

tos da região amazônica, como o açaí e

camu-camu, fazem parte dos estudos e

pesquisas que são desenvolvidas no Insti-

tuto, esclarecendo curiosidades sobre as

propriedades das frutas e como podem

auxiliar no funcionamento do organismo.

Potencial de frutas da Amazônia foi destaque

na SBPC

Os dados foram apresentados pelo pesquisador do Inpa, Carlos Bueno, durante as atividades da ExpoT&C

|Daniel JordanoDa equipe do Divulga Ciência

O primeiro dia de atividades,

palestras e oficinas da 63ª Reunião

Anual da Sociedade Brasileira para

o Progresso da Ciência (SBPC) que

ocorreu em Goiânia (GO), foi mar-

cado pela discussão em torno da

proposta do novo Código Florestal.

Ÿ A presidenta da SBPC, Helena

Nader, em entrevista coletiva pediu

que os cientistas sejam de fato ouvi-

dos em relação ao novo Código

Florestal. Ela lembrou que não é

bom para o país que a discussão em

torno do tema seja uma disputa

entre agronegócio e meio ambiente,

“Eles estão lá para representar a

povo brasileiro e não interesses”,

disse Nader sobre parlamentares e

o Código Florestal

Helena Nader afirmou ainda que

no caso do Código, é preciso inte-

grar a Comissão de Ciência e Tec-

nologia do Senado aos debates.

Para o diretor da entidade, José

Antônio, já há um diálogo entre ambi-

entalistas e o agronegócio, mas é

preciso rever no código as particula-

ridades de cada região. “O trata-

mento do código é linear para todos

os biomas e isso não pode ocorrer’’,

afirmou.

Educação

A presidenta da SBPC voltou a

pedir que o projeto de lei 220/10, que

autoriza a contratação de professores

sem o curso de pós-graduação pelas

Instituições de ensino superior, não

seja aprovado no senado. “É um retro-

cesso. Há ainda uma outra situação:

somos contra a revalidação de diplo-

mas que não seja em Instituição cre-

denciada com curso de pós-

graduação com doutorado. Não esta-

mos para servir A ou B, estamos para

servir ao Brasil”, finalizou.

SBPC

A 63 Reunião Anual da SBPC teve a

participação de mais de 8 mil inscri-

tos. Entre a série de atividades que

marcaram a programação, estão

5.947 trabalhos de pesquisa e expe-

riências de ensino-aprendizagem, 61

conferências, 80 mesas-redondas,

dez simpósios, sete sessões especia-

is, 80 mini-cursos e cinco assemblei-

as. Participaram do encontro 314

palestrantes de Goiás e 124 de outros

estados.

Uma carta foi elaborada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em relação ao tema. Em coletiva a Presidenta da SBPC, Helena Nader, cobrou parlamentares

|Daniel JordanoDa equipe do Divulga Ciência

Pesquisa - Divulga Ciência

Pesquisadores, autoridades e mem-

bros da SBPC debateram ações, no

evento que reuniu 8 mil inscritos.

Foto: Daniel Jordano

Julho- Página 05Edição Especial - 57 anos - Divulga Ciência

Inpa, 57 anos fazendo ciência

Revitalização da ilha da Tanimbuca e novo registro no Herbário marcaram o dia de comemorações no Inpa

O Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCTI) realizou uma

semana de comemorações dos 57

anos de sua existência, na busca cons-

tante de inovar suas pesquisas e socia-

lizar ciência e tecnologia.

O Instituto vem desenvolven-

do um importante trabalho em

toda Amazônia, investindo na

sua biodiversidade, dinâmica

ambiental, tecnologia e inova-

ção, focando na sociedade,

meio ambiente e saúde.

Para o diretor executivo da

Fundação Amazônica de Defesa

da Biosfera (FDB), José Seráfi-

co, há grandes motivos para

comemorações. “Esses 57 anos do

Inpa tem se mostrado produtivo para a

pesquisa na Amazônia. O Inpa tem

mostrado que se avança muito mais

com conhecimento e com menos cus-

to”, declara.

Toda população tem o direito de

conhecer e explorar a diversidade

biológica da floresta Amazônica, assim

como usar seus recursos naturais e

desenvolver a sustentabilidade. “A

população ribeirinha precisa usar os

recursos da floresta, mas também tem

o dever de cuidar dela, para isso temos

que investir em educação ambiental

para que a população use de forma

correta esse potencial”, ressalta

Carlos Bueno, coordenador de

extensão do Inpa.

Nesses 57 anos, o Inpa conta com a

colaboração de vários parceiros locais,

regionais, nacionais e internacionais,

como pesquisadores, técnicos, analis-

tas, estudantes de pós-graduação,

estagiários, todos ajudam na dissemi-

nação da ciência.

“Nesses tempos, a palavra de ordem é

agradecimento, porque ciência e tec-

|Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência

nologia, não se faz sozinho. Meu agra-

decimento a todas as pessoas, as

instituições que têm nos ajudado esses

anos todos, as varias organizações, as

agências de fomento, e ao próprio

Ministério da Ciência e Tecnologia”,

declarou o diretor do Inpa, Adalberto

Val.

O Inpa realizou diversas

atividades em comemoração ao

seu aniversário. O Instituto

homenageou os servidores

aposentados com o certificado

“Inpa Orgulho da Amazônia”.

Na manhã do dia 27, houve um

culto ecumênico na Ilha da

Tanimbuca, campus I, para os

servidores do Instituto.

Na sexta-feira 29 aconteceu

uma palestra sobre “Biodiversidade e

Saúde Indígena” com o palestrante

Renato Athias, professor do Núcleo de

Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade

da Universidade Federal de Pernam-

buco (UFPE). As atividades encerra-

ram no sábado (30) com a edição espe-

cial do Circuito da Ciência.

Foto: Eduardo Gomes

‘‘ ‘‘Nesses tempos, a palavra de ordem é agradecimento,

porque ciência e tecnologia, não se faz sozinho

No Bosque da Ciência, pesquisadores

comemoram os 57 anos do Instituto

destinado à pesquisas científicas.

Página 06 - Julho 2011 Educação e Sociedade- Divulga Ciência

Nos cinco dias de exposição na

ExpoT&C da 63ª Reunião Anual da

Sociedade Brasileira para o Progres-

so da Ciência (SBPC) de algumas

amostras de produtos e pro-

cessos que são produzidos

dentro do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCTI), deu para firmar

futuras parcerias e disseminar

o conhecimento sobre a região

amazônica.

Dentre os contatos feitos, a

analista de ciência e tecnolo-

gia, Deuzanira Santos, da Coor-

denação em Extensão Tecno-

lógica e Inovação (CETI) do Inpa,

destacou o contato com empresários

do setor de cosméticos e de higiene

pessoal do estado de Goiás, princi-

palmente da cidade de Aparecida de

Goiânia, um dos principais pólos

neste setor.

“Nós fizemos esse contato para

firmar algum tipo de parceria. Então a

gente espera que isso renda frutos

para toda a instituição. Marcamos

uma reunião para setembro com os

empresários do setor de cosméticos

de Goiás e vai ser uma grande

oportunidade para o Inpa mostrar os

seus produtos que já estão prontos e

ganhar o mercado brasileiro como o

todo, por meio da transferência dessa

tecnologia”, disse Santos.

Segundo o coordenador do

Bosque da Ciência, Jorge Loba-

to, o Inpa, a cada edição da ExpoT&C,

vem se destacando com o aumento no

número de visitações no estante do

Instituto. “No geral, dentro da

ExpoT&C, o Inpa se destacou como

vem se destacando desde as últimas

edições. Isso nos permite que nos pró-

ximos anos sejamos mais ousados,

sempre com essa interatividade toda

que o Inpa leva nas feiras”, explicou.

Outro resultado citado por Lobato foi

o interesse dos visitantes em conhecer

o processo de desenvolvimento de

alguns produtos, inclusive para fins

comerciais, principalmente a sopa de

piranha, e o grande interesse dos

jovens em cursar os programas de pós-

graduação do Inpa.

Para o Coordenador de Extensão

do Instituto, Carlos Bueno, o sucesso

do Inpa na ExpoT&C acontece por

conta da dinâmica que o grupo ado-

tou como sorteio de livros, degusta-

ção e exposição de vários frutos ama-

zônicos.

A ExpoT&C é uma das atividade

da 63ª Reunião Anual da SBPC e traz

estandes de institutos de pesquisas,

universidades e órgãos ligados à

área de ciência.

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

ExpoT&C: dissemina conhecimento e oferece oportunidades

Neste ano, o número de visitações foi de aproximadamente 8 mil pessoas. Um dos motivos do sucesso foi a dinâmica adotada

Foto: Daniel Jordano

‘‘‘‘ Isso nos permite que nos próximos anos sejamos mais ousados,

sempre com essa interatividade toda

que o Inpa leva nas feiras

Degustação de frutos e pequenos exemplares

da biodiversidade da região, foram destaques

no stand.

Foto: Josiane Santos

‘‘ ‘‘

O Brasil caminha para ocupar uma posição

de maior destaque na produção científica

Julho - Página 07Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência

SBPC: Amazonas participa de debates sobre marcos legais para pesquisas

Autoridades e pesquisadores pediram mudanças na lei para alavancar pesquisas. Houve ainda o debate sobre investimentos em Ciência com recursos do pré-sal

Autoridades e membros da comuni-

dade científica brasileira debateram no

dia 12 de julho, os marcos legais para

incentivar às pesquisas no país. A tôni-

ca das discussões, que ocorreram

durante a 63ªReunião Anual da Socie-

dade Brasileira para o Progresso da

Ciência (SBPC), foi a mudança de

algumas leis para agilizar os

investimentos em ciência, tecno-

logia e inovação.

Um dos gargalos apontados

pela comunidade científica é a

demora dos processos de licita-

ção para compras de materiais,

por exemplo, que de alguma

forma atrasa o processo de pes-

quisa.

De acordo com o diretor do

Inpa, Adalberto Val, as leis preci-

sam ser mais ágeis para acompanhar

os avanços da ciência. “O fazer científi-

co de hoje é diferente do realizado há

20 anos e o que está acontecendo é

que temos um sistema emperrado, por

conta da não atualização dos marcos

legais. Não se trata de afrouxar o siste-

ma e sim dotá-lo da agilidade necessá-

ria para que a gente possa ser compe-

titivo”, disse.

O País ocupa hoje a posição de

número 13 no ranking da produção

científica mundial. “O Brasil caminha

para ocupar uma posição de maior

destaque na produção científica sendo

que temos a competência, infraestrutu-

ra e material biológico. O que preci-

samos é de leis apropriadas para

fazer isso”, enfatizou Val.

Articulações

A movimentação para os marcos

legais é coordenada pelo Conselho

Nacional das Fundações de Amparo à

Pesquisa (Confap) e o Conselho Naci-

onal de Secretários Estaduais para

assuntos de Ciência, Tecnologia e

Inovação (Cosnecti).

A diretora-presidenta da Fundação

de Amparo à Pesquisa do Estado Ama-

zonas (Fapeam), Maria Olívia Simão,

afirmou que o momento é bom para

discutir o tema. “Essas articulações

vão possibilitar um ambiente mais favo-

rável do ponto de vista legal para

desenvolver ciência”, afirmou.

A presidenta da SBPC, Helena

Nader, declarou que a entidade propõe

mais diálogo com os órgãos regulado-

res. “Nós queremos diálogo com as

controladorias e procuradorias.

Queremos conversar com

todos”, finalizou a presidenta.

Pré-sal

As verbas que podem ser gera-

das com o pré-sal (extração de

petróleo) também foram discuti-

das na ocasião. O titular da

Secretaria de Estado de Ciência

e Tecnologia (SECT-AM), Odenildo

Sena, lembrou que o país precisa

saber como utilizar os recursos. “É

fundamental a luta para que grande

parte desses recursos se destine à

educação, ciência, tecnologia e inova-

ção”, declarou.

| Daniel JordanoDa Equipe do Divulga Ciência

Foto: Daniel Jordano

Página 08 - Julho 2011

Inpa realiza ”Feira de Ciências Indígena” em Roraima

O projeto é desenvolvido com professores e estudantes das etnias Macuxi, Wapichana, Taurepang e Ingarikó do município de Amajari

O Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCT) realizou no dia

14 de junho, em Roraima (RR), a apre-

sentação das atividades que comple-

mentam o projeto “Feira de Ciências

Indígena”, coordenado pela pesqui-

sadora Sonia Alfaia, da Coordena-

ção de Tecnologia e Inovação

(COTI) do Instituto, que apóia ativi-

dades escolares e comunitárias

relacionadas ao ambiente e cultura

regional. A engenheira florestal

Rachel Pinho, bolsista do Inpa, é a

coordenadora de campo e organiza

as atividades do projeto.

O Projeto é financiado pelo Con-

selho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq), e cons-

truído com professores e estudantes

das etnias Macuxi, Wapichana, Taure-

pang e Ingarikó do município de Amaja-

ri, na região do “Lavrado” (savanas) de

Roraima (RR).

Das 17 escolas indígenas do municí-

pio de Amajari, 11 participaram de, no

mínimo, uma das três oficinas realizadas

nas comunidades Araçá, Mutamba e Gua-

riba, onde se construíram ideias sobre

temas variados que podem ser trabalha-

dos em sala de aula, como tipos e manejo

de solos, experimentos de física,

alimentação e saúde, artesanato

tradicional etc.

Nas oficinas também se discutiram

os projetos desenvolvidos por cada

professor em temas como manejo ambi-

ental, lixo, arte e culinária, que serão apre-

sentados na ”Feira de Ciências Indígena

do Amajari”. Além disso, os projetos serão

premiados com livros e 3 bolsas de Inicia-

ção Científica Junior do CNPq.

Educaçlão e Sociedade - Divulga Ciência

|Eduardo GomesDa Equipe do Divulga Ciência

‘‘ ‘‘A união entre escola e comunidade na

organização e planejamento é o melhor caminho para trazer a independência

comunitária

Essa iniciativa visa dar continuidade

às atividades desenvolvidas pelo proje-

to Wazaka'ye/Guyagrofor, coordenado

pelo Inpa desde 2006, e projeto Agro-

florr, pelo Instituto Olhar Etnográfico de

2006 a 2009.

“Nossa experiência tem mostrado

que o envolvimento das escolas é

essencial para a condução dos

viveiros. A união entre escola e

comunidade na organização e

planejamento é o melhor caminho

para trazer a independência comu-

nitária na gestão de um viveiro bem

sucedido”, observa Pinho.

Foto: acervo Projeto Wazaka'ye

Foto: acervo Projeto Wazaka'ye

Nas oficinas foram discutidos temas como manejo ambiental, lixo, arte e culinária.