divulga ciência - dezembro/ 2013

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Divulga Jornal do Inpa Ciência 59 anos Foto: Sávio Filgueiras Transformar a Ducke em Zona de Transição trará sérios impactos ambientais e sociais Mudança no Plano Diretor de Manaus estimula a expansão urbana para a zona Norte da cidade Foto: Daniel Jordano Foto: Acervo Pesquidador Foto:Juan Matheus Prêmio Circuito ABC Pesquisa que desenvolve inseticida e repelente para combater mosquito da malária e dengue ganha prêmio Ingredientes Vegetais, da Natura Projeto de popularização da ciência alcança 14 mil estudantes. Em 2014 Circuito da Ciência acontecerá na última sexta-feira de cada mês Pesquisador Niro Higuchi é eleito como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências da Terra Pág.02 Pág.03 Pág.05 Pág.08 Manaus, Dezembro 2013 - Ano V - Ed.39 - ISSN 2175-0866 www.inpa.gov.br “Leguminosas para adubação verde na terma firme e na área de várzea da Amazônia Central” Boa Leitura Inpa capacita alunos e produtores rurais durante curso de férias em Manaquiri Instituto promove semana de socialização de novos servidores e festa nataliana Três programas de pós-graduação do Inpa sobem no conceito da Capes Pág.02 Pág.04 Pág.02 Pág.02 Pág.06 Pesquisadores debatem no Inpa classificação de áreas úmidas

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Jornal do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), órgão vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

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Page 1: Divulga Ciência - Dezembro/ 2013

Divulga Jornal do Inpa

Ciência59anos

Foto: Sávio Filgueiras

Transformar a Ducke em Zona de Transição trará sérios impactos ambientais e sociaisMudança no Plano Diretor de Manaus estimula a expansão urbana para a zona Norte da cidade

Foto: Daniel Jordano Foto: Acervo Pesquidador Foto:Juan Matheus

Prêmio CircuitoABCPesquisa que desenvolve inseticida e repelente para combater mosquito da malária e dengue ganha prêmio Ingredientes Vegetais, da Natura

Projeto de popularização da ciência alcança 14 mil estudantes. Em 2014 Circuito da Ciência acontecerá na última sexta-feira de cada mês

Pesquisador Niro Higuchi é eleito como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de Ciências da Terra

Pág.02

Pág.03

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Manaus, Dezembro 2013 - Ano V - Ed.39 - ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br

“Leguminosas para adubação verde na terma firme e na área de várzea da Amazônia Central”

Boa Leitura Inpa capacita alunos e produtores rurais durante curso de férias em Manaquiri

Instituto promove semana de socialização de novos servidores e festa nataliana

Três programas de pós-graduação do Inpa sobem no conceito da Capes

Pág.02 Pág.04

Pág.02Pág.02 Pág.06

Pesquisadores debatem no Inpa classificação de áreas úmidas

Page 2: Divulga Ciência - Dezembro/ 2013

Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Cimone Barros - Repórteres: Cimone Barros, Josiane Santos, Luciete Pedrosa e Raiza Lucena - Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Cimone Barros Fotos: Daniel Jordano, Eduardo Gomes, Juan Matheus, Sávio Filgueiras e acervo de pesquisadores Tiragem: 1000 - Edição 39 - Dezembro - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

Tome Ciëncia

Tome Ciëncia

Tome Ciência

Boa Leitura

Estudantes e produtores de Manaquiri participam de curso sobre produção de mudas O Laboratório de Inventário Flo-rístico e Botânica Econômica da Coordenação de Biodiversidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) selecionou 50 alunos para participar do 1º “Cur-so de Férias: produção de mudas, plantios e cuidados”, em Manaquiri-AM (a 60 quilômetros de Manaus). Com início no dia 9 de dezembro, o curso buscou capacitar estudantes e produtores rurais. Foram abordados os seguintes assuntos: filosofia do uso sus-tentável da floresta, tendências econômicas da Amazônia, produção de mudas, preparo e canteiro e tipos de plantio. Segundo o pesquisador do Inpa, Juan Revilla, o trabalho é direcionado a aproveitar a floresta com variadas formas de uso: ali-mentos, cosméticos e uso medici-

De 18 a 20 de dezembro, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) realizou a Semana de Socialização Organizacional dos 81 novos servidores do Instituto. O objetivo foi integrar os servidores e informar sobre a estrutura organizacional, direitos e deveres. No último dia, também foi promovida a Confraternização Natalina do Inpa, que contou com sorteio de brindes e show do Zezinho Correa. O diretor do Inpa ressaltou a importância da chegada dos no-vos servidores: pesquisadores, tecnologistas e técnicos. “A ciên-cia se faz a partir de pessoal de apoio e de técnicos capacitados. Acredito que a partir de agora te-mos um novo cenário e vocês (novos servidores) têm um papel muito importante nesse processo”.

O pesquisador do Instituto Na-cional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Niro Higuchi, foi eleito no dia 18 de dezembro como mem-bro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que congrega os mais eminentes cientistas nas ciên-cias matemáticas, físicas, químicas, da Terra, biológicas, biomédicas, da saúde, agrárias, da engenharia e sociais. Ao todo, a ABC elegeu 24 membros titulares, seis correspon-dentes e um membro colaborador. Higuchi possui graduação, Mes-trado e Doutorado em Engenharia Florestal. “Trata-se de um impor-tante reconhecimento para mim, para o Inpa e para a própria região”, afirmou o pesquisador, que tam-bém é membro do corpo editorial e de conselhos de vários organis-mos nacionais e internacionais.

Inpa promove Semana de Socialização dos Servidores novatos e Festa Natalina

Pesquisador Niro Higuchi é novo membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC)

O agricultor amazonense ainda não conhece bem a prática e o conceito do emprego de plantas adubadoras para melhorar o solo e aumentar a produção agrícola, principalmente de hortaliças folhosas, como alface, coentro e cebolinha. A adubação verde, ao contrário da compostagem, consiste em adicionar biomassa vegetal fresca ao solo antes de ser decomposta. Na adubação verde são empregadas plantas da família das leguminosas – como ingá-cipó, feijão-miúdo e malição – que são capazes de captar com eficiência mais nutrientes do que outras, especialmente o nitrogênio, que está presente na atmosfera. A cartilha “Leguminosas para adubação verde na terra firme e na várzea da Amazônia Central: um estudo em pequenas propriedades rurais em Manacapuru”, de autoria do engenheiro agrônomo Luiz Augusto Gomes de Souza, ensina os agricultores como empregar essas plantas que já existem em suas propriedades para adubação verde. A cartilha é gratuita e pode ser adquirida na Editora do Inpa ou pelo e-mail [email protected].

Dezembro 2013 - Página 02Fale com a Redação

+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

Expediente Tome CiënciaExpediente

Foto: Daniel Jordano Foto: Eduardo Gomes Foto: Daniel Jordano

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Tome Ciëncia

Tome Ciëncia

Dezembro 2013 - Página 03

Pesquisadores defendem a manutenção da reserva Ducke e o entorno conectados ao restante da florestaTransformar a Reserva Ducke em Zona de Transição trará sérios impactos ambientais e científicos

Pesquisadores, estudantes e lí-deres de movimentos sociais de-bateram no dia 4 de dezembro, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o novo Plano Diretor de Manaus, que está em fase final de votação e que transforma o entorno da Reserva Florestal Adolpho Ducke em Zona de Transição. Criada nos final dos anos de 1950, a Ducke é uma reserva federal administrada e gerenciada pelo Inpa. “Praticamente metade das espé-cies de pássaros dos fragmentos flo-restais estudados ao Norte de Manaus desapareceu localmente em pouco tempo após a fragmentação ter ocor-rido. Espécies de macacos, onças ou outros mamíferos que dependem de uma área contínua grande para so-breviver tendem a desaparecer tam-bém”, disse o pesquisador do Inpa, o Ecólogo José Luís Camargo, coorde-nador científico do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), em documento final do workshop intitulado “Consequências da fragmentação florestal na Amazô-nia: caso da Reserva Ducke”. O vereador Elias Emanuel (PSD), relator do Plano Diretor de Manaus, afirmou que a cidade de Manaus pre-

cisa crescer para o Norte, mas com o desafio de crescer para si própria, já que 60% dos lotes de Manaus estão inutilizados. Na avaliação do vereador, a classificação como Zona de Transição no entorno da Reserva Ducke existe há 11 anos. O professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal

do Amazonas (Ufam), Marcos Castro, defende a proposta de transformar a área em Zona de Amortecimento permitindo que a reserva não perca o contato com a floresta. A intenção dos pesquisadores, segundo ele, é não desconectar a Ducke do res-tante da floresta, porque isso poderia causar problemas que podem trans-formar o entorno da reserva em frag-mentos florestais urbanos e esses fragmentos vão sendo pressionados

e aos poucos diminuídos. “A proposta do Plano Diretor é transformar aquela área em Zona de Transição, o que significa dizer que em pouco tempo poderá ser des-matada e no lugar abrigar núcleos habitacionais e um dia se transformar em Zona de Expansão Urbana”, disse Marcos Castro. Conforme o Coordenador de Exten-são do Inpa, Carlos Bueno, o debate foi planejado para que outros atores contribuam sobre a importância de se preservar não só a Ducke, mas tam-bém a área do entorno da reserva, mostrando os problemas que podem ser acarretados de ordem econômica, social e ambiental em função de um “desenvolvimento” da cidade no en-torno dessa floresta. “O debate também vai contribuir para que a Ducke não se transforme em um fragmento florestal, mas que continue a exercer o papel de uma floresta”, destacou Bueno. Iniciativa do vereador Bibiano Gar-cia (PT), o workshop foi organizado pelo Inpa, em parceira com outros institutos: Ufam, Conselho de Ar-quitetura e Urbanismo do Estado do Amazonas (CAU/AM) e o Instituto Amazônico da Cidadania (IACI).

“Espécies de macacos, onças ou outros mamíferos que de-pendem de uma área contínua grande para sobreviver tendem

a desaparecer também”José Luís Camargo

Foto: Daniel Jordano

| Luciete Pedrosa e Cimone Barros Da equipe do Divulga Ciência

A Ducke é uma reserva florestal federal administrada pelo Inpa

Divulga C

iência

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O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU), o pesquisador Wolfgang Junk, fez uma palestra sobre “Classificação das áreas úmidas brasileiras e sua implicação para políticas públicas”, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI), dia 18 de dezembro. O evento discutiu resultados e implicações quanto à classificação das áreas úmidas (AUs) brasileiras, para subsidiar planos de uso racional, recuperação e conservação desses ambientes vitais. Junk faz parte do Grupo de Peritos em Áreas Úmidas Brasileiras, composto por especialistas de alto nível, criado em 2012, que busca reunir informações disponíveis sobre áreas úmidas e consolidar o conceito. Um dos resultados desse grupo foi a elaboração do documento Definição e Classificação de Áreas Úmidas (AUs): Base Científica para uma nova política de Proteção e Manejo Sustentável. Após a elaboração do documento, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Agência Nacional de Água (ANA) perceberam a necessidade de elaborar políticas públicas para dar arcabouço legal e para permitir o gerenciamento das áreas úmidas, que segundo análise oficial desses

órgãos cobrem de 5% a 6% da superfície do país, mas que de acordo com estimativas do grupo chegam a perfazer 20% do território brasileiro. A versão final do Código Florestal Brasileiro não incluiu boa parte das áreas úmidas dos pequenos e grandes rios brasileiros, sendo necessária uma classificação das AUs do território brasileiro que permita e viabilize essa inclusão. De acordo com Junk, as áreas úmidas brasileiras são fundamentais na regulagem do ciclo das águas e na absorção da água das chuvas, por exemplo. Porém, em boa parte dos rios das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país as AUs já foram retiradas da paisagem, sendo substituídas por edificações, lixões e outros, o que suprimiu do ambiente seu serviço ambiental de tampão na paisagem. “Como consequência, nessas regiões mais populosas do país, a cada ano as enchentes, deslizamentos e perdas materiais e humanas aumentam”, ressalta. Participaram também dois pesquisadores do Inpa: a vice coordenadora do INCT ADAPTA, Maria Teresa Piedade, e Jochen Schöngart, ambos da Coordenação de Dinâmica Ambiental, e Florian Wittmann, pesquisador do Instituto Max-Planck de Química.

Projetos na área ambiental ganham impulso do CNPq

Inpa é contemplado com auxílio financeiro do órgão de fomento

Pesquisadores do Instituto Nacio-nal de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) foram selecionados para receber apoio financeiro do Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para projetos, que visam contribuir signifi-cativamente para o desenvolvimento científico do país, dentro do Pro-grama de Grande Escala da Bios-fera-Atmosfera na Amazônia (LBA, na sigla em inglês). Ao todo, cerca de 60 propostas foram apresentadas para avaliação da Chamada Pública MCTI/CNPq/FNDCT/Ação Transver-sal nº 68/2013, das quais 14 foram aprovadas para financiamento com recursos no valor global estimado de R$ 11 milhões. Desse total de pes-quisadores contemplados, quatro são do Inpa, sendo que os demais projetos incluem pesquisadores co-laboradores da instituição. A chamada foi feita para projetos inter e multidisciplinares e as pro-postas aprovadas representam uma ampla variedade de tópicos. Para o gerente científico do Programa LBA, Laszlo Naggy, a vinda desses recur-sos é inestimável e nesta segunda fase do LBA, a ênfase é a interdisci-plinaridade e a integração. “O nosso trabalho, agora na direção científica do LBA, é estabelecer uma coorde-nação e buscar sinergias na imple-mentação dos projetos para que a execução do Plano Científico do LBA possa ser maximizada”, disse. Os pesquisadores do Inpa que tiveram suas propostas aprovadas pelo CNPq foram: Rita de Cassia Mesquita, Carlos Alberto Nobre Que-sada, Maria Tereza Piedade e Bruce Ride Forsberg. “Este edital do CNPq era muito esperado pelos pesquisadores do Inpa, porque são recursos que vão ajudar a apoiar pesquisas em diver-sas áreas de estudos na Amazônia”, ressaltou a gerente operacional do Programa LBA e pesquisadora do Inpa, Hillandia Brandão.

| Luciete PedrosaDa equipe do Divulga Ciência

Foto: Jochen Schöngart (acervo pesquisador)

Pesquisadores discutem classificação e as implicações das áreas úmidas brasileiras Esses ecossistemas são ameaçados por falta de uma legislação específica

| Josiane Santos e Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência

AUs cobrem 20% do território brasileiro, segundo estudiosos

Dezembro 2013 - Página 04

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PesquisaDezembro 2013 - Página 05

Estudo desenvolve inseticida e repelente naturais para combater mosquistos da malária e dengue na regiãoProjeto que usa a pimenta-de-macaco ganhou o Prêmio de Ingredientes Vegetais Amazônicos, da Natura

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), por meio do Programa de Capacitação Institucional (PCI), ganhou a 1ª edição do Prêmio de Ingredientes Vegetais Amazônicos, promovido pelo Programa Natura Campus com uma pesquisa que usa óleos essenciais de uma planta da Amazônia como repelente e inseticida naturais no combate aos mosquitos da dengue (Aedes aegypti) e malária (Anopheles darlingi). O prêmio, no valor de R$ 30 mil, visa reconhecer pesquisadores da Amazônia que contribuem para o avanço da ciência. A pesquisadora Ana Cristina da Silva Pinto, bolsista PCI do Inpa, desenvolveu boa parte das pesquisas sobre esses ingredientes vegetais obtendo seis formulações de repelentes a partir do óleo essencial de Piper aduncum, conhecida como pimenta-de-macaco, durante o Mestrado em Química e o Doutorado em Biotecnologia com pesquisas sobre cultivo na Embrapa. O trabalho teve a orientação e coorientação dos pesquisadores do Inpa, Adrian Pohlit e Wanderli Tadei, respectivamente. O estudo refere-se a formulações de repelentes e inseticidas à base

de óleo essencial de Piper aduncum (cultivada e coletada na Embrapa pelo pesquisador Francisco Célio Maia Chaves) e a uma substância chamada E-isodilapiol. Ana Cristina explica que, na formulação, o derivado E-isodilapiol e o óleo foram adicionados conforme dosagens estabelecidas pela

Organização Mundial de Saúde (OMS) para produtos inseticidas, tendo em vista que eles apresentam baixa toxidade em camundongos e mortalidade de insetos adultos (Aedes e Anopheles) em estudos recentes do Grupo de Pesquisas de Malária e Dengue do Inpa. Ela explica ainda que os estudos demonstraram que a substância e o óleo essencial “tem alta atividade” contra Plasmodium falciparum (protozoário que provoca a

malária) da qual gerou a patente por meio da Coordenação de Extensão Tecnológica e Inovação (CETI/ Inpa). “Este prêmio representa uma etapa muito importante na minha vida acadêmica e profissional, pois ter o trabalho reconhecido por uma instituição do porte da Natura é um grande incentivo para continuar desenvolvendo pesquisas dessa natureza no Inpa”, disse a pesquisadora Ana Cristina. Para o pesquisador Adrian Polhit, o prêmio é uma oportunidade para o Inpa mostrar este trabalho, que é fruto de dez anos de pesquisas de Ana Cristina sobre plantas da região, e que se pode isolar substâncias químicas e dar novos usos com atividade de inseticida, repelentes, antimalárico e antioxidante. “São tentativas de desenvolver novos ingredientes com grande potencial para gerar no futuro novos produtos que podem beneficiar a população”, disse Polhit A pesquisa já rendeu dois pedidos de patentes: um aprovado e outro em fase de aprovação no Inpa. O prêmio visou reconhecer o pesquisador que apresentou produções dentro do tema Ingredientes Vegetais Amazônicos.

“Este prêmio representa uma etapa muito importante na minha vida acadêmica e pro-fissional, pois ter o trabalho reconhecido pela Natura é um

grande incentivo”.Ana Cristina

| Luciete PedrosaDa equipe do Divulga Ciência

Pesquisadora Ana Cristina da Silva Pinto estuda há dez anos as propriedades da planta

Foto: Acervo pesquisadora

Page 6: Divulga Ciência - Dezembro/ 2013

Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Inpa é o único do Amazonas a obter 6 na avaliação da CapesOito dos nove programas strictu sensu do Inpa alcançaram nota 4 ou superior na avaliação trienal 2013

Dos nove programas de pós-graduação que o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) oferece, oito obtiveram nota 4 ou superior na avaliação trienal 2013 divulgada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Desses, três cursos subiram de nível. As notas vão de 1 a 7, sendo que 6 e 7 equivalem a um padrão de qualidade de nível internacional. O principal destaque é o Programa de Pós-Graduação em Ecologia, que obteve conceito 6, aumentando em um ponto seu desempenho em relação à última avaliação feita em 2010. A nota da Ecologia é a maior obtida pelos programas do Amazo-nas. Outro destaque é o Programa de Entomologia, que elevou a nota de 4 para 5 na avaliação da Capes. O Programa de Pós-Graduação em Botânica subiu de 3 para 4 no conceito da Capes. O Programa de Ciências de Florestas Tropicais recebeu nota 5. Os programas Bio-logia de Água Doce e Pesca Interior, Genética, Conservação e Biologia Evolutiva e de Clima e Ambiente permanecem com nota 4. Já os pro-gramas Agricultura de Trópico Úmido

e o mestrado profissional em Gestão de Áreas Protegidas da Amazônia, curso criado em 2010, receberam conceito 3. Segundo o diretor substituto do Inpa, Estevão Monteiro de Paula, o resultado da avaliação da Capes representa o esforço institucional para formar mão-de-obra qualificada

na região. Em 40 anos são mais de 1.800 mestres e doutores. “É o re-sultado do trabalho que o Inpa vem desenvolvendo ao longo dos últimos oito anos para melhorar a qualidade de ensino nos seus cursos de pós-graduação. É uma vitória de todos. Destaque para o curso de nível 6 do programa em Ecologia que está en-tre um dos mais bem avaliados do Brasil”, afirmou. Conforme a coordenadora de Ca-pacitação do Inpa (COCP), Beatriz

Ronchi Teles, o que mais atrai os alu-nos é a região amazônica e o próprio Inpa por ser a referência mundial em biologia tropical. “O Inpa capacita os estudantes tendo a Amazônia como o seu laboratório natural, oferecendo a ampla possibilidade de qualifica-ção em várias linhas de pesquisa sobre biodiversidade, que é um dos focos do Instituto”, revelou. Avaliação trienal As notas da avaliação variam de 1 a 7. Os cursos com conceitos 1 e 2 representam desempenho fraco ou abaixo do padrão e podem perder o credenciamento pela Capes. A nota 3 é equivale ao padrão mínimo, a nota 4 representa bom desempenho, enquanto a 5 revela alto nível de de-sempenho e é considerada a maior nota para cursos só com mestrados. Já as notas 6 e 7 são para desem-penhos equivalente aos centros de ensino e pesquisa internacionais. A Capes avaliou 5.082 cursos de mestrado e doutorado do país. O processo considerou as informações prestadas pelos cursos durante os anos de 2010, 2011 e 2012. A avalia-ção é realizada no país ao longo de quase 40 anos.

“O Inpa capacita os estudantes tendo a Amazônia como o seu laboratório natural, oferecen-do a ampla possibilidade de qualificação em várias linhas

de pesquisa”Beatriz Ronchi Teles

| Josiane Santos e Raíza LucenaDa equipe do Divulga Ciência

Pesquisa

O Inpa já formou mais de 1.800 mestres e doutores em seus programas

Foto: Alberto França

Dezembro 2013 - Página 06

Page 7: Divulga Ciência - Dezembro/ 2013

Inpa capta recurso de R$ 300 mil para elaborar estudo de viabilidade de Parque Tecnológico no AmazonasProjeto pretende promover a cultura da inovação e do empreendedorismo entre empresas e institutos

| Luciete Pedrosa Da equipe do Divulga Ciênciaa

Foto: Daniel Jordano

Dezembro 2013 - Página 07

Em 2013, o MCTI investiu R$ 672 milhões em inovação

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) foi con-templado com aporte financeiro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para a elaboração de Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) para a construção do primeiro Parque Tecnológico no Amazonas. O investimento é de R$ 300 mil, oriundo do Conselho Nacio-nal de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Inpa. Para o diretor substituto do Inpa, Estevão Monteiro de Paula, esses recursos públicos devem ser bem aplicados, tendo em vista que é um investimento relativamente caro quando se trata de implantar um parque tecnológico. “O Inpa realizará os estudos de viabilidade para ver se é viável ou não para depois fazer to-mada de decisão”, destacou. A coordenadora de Extensão de Tecnologia e Inovação do Inpa (CETI), Rosângela Bentes, explica que a proposta contemplada pelo Inpa visa realizar inicialmente o es-tudo para viabilizar a implantação do Parque Tecnológico em todos os seus aspectos para futura opera-cionalização, alinhada à política do Governo Federal para o crescimento, a competitividade e a inovação tec-nológica no país. “Também está alinhado à estra-tégia de ação da região e parceiros na valorização do que mais temos de valioso, que é a biodiversidade, utilizando-a de forma sustentável e agregando o conhecimento científico e tecnológico de forma competitiva para o mercado, levando a marca Amazônia”, disse Bentes. O Parque Tecnológico é um am-biente especializado e cooperativo que promove e oportuniza a cultura da inovação e do empreendedorismo entre empresas e instituições de pes-quisa, estimulando novos negócios, a criação de Spin-off (empresa que nasce de outra organização/em-presa e seus criadores continuam na direção e na administração), Spin-out (empresa que surge de uma outra organização/empresa, mas os seus criadores não são majoritários e não

exercem controle gerencial) e Start-ups (empresas jovens e inovadoras de qualquer segmento de atividade que desenvolve um modelo de negó-cio rentável) por meio da incubadora. “Isso possibilita de forma efetiva a interação de uma instituição pública com o setor produtivo e com resulta-dos econômicos e sociais, sobretudo, na geração emprego e renda para a região”, frisou a coordenadora. Rosângela Bentes demonstra oti-mismo em relação à proposta con-

templada por ela visar um compro-misso do Inpa com a Amazônia na geração de resultados de pesquisas científica e tecnológica e a conse-quente transformação desse conhe-cimento em produtos inovadores. Em 2013, o aporte em ambientes de inovação chegou a R$ 672 milhões, de acordo com o MCTI. Os recursos aplicados foram distribuídos por meio do edital nº61/2013, do CNPq, e da chamada pública da Finep voltada a parques tecnológicos.

Infraestrutura

Page 8: Divulga Ciência - Dezembro/ 2013

Inpa se despede do Circuito da Ciência com marca de 50 mil visitantes em 14 anos de existância do projetoProjeto volta em março de 2014 com novo horário e novidades. As visitas agora são na última sexta-feira

Quatro escolas visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) na 10ª edição do Circuito da Ciência de 2013, a última do ano. O projeto, que visa a popularização da ciência, volta em março de 2014 para dar oportunidade a outras esco-las de participar. Para a professora de Ciências da Escola Estadual José Milton Bandeira (bairro Vale do Sinai, zona Norte), Lo-rena Carvalho, é importante para as crianças saírem da sala para outro ambiente, ainda mais no fim de ano, quando elas estão cansadas da rotina escolar. “A visita será uma experiên-cia inesquecível e ano que vem pre-tendo entrar em contato para retornar com outras turmas”, disse. Já o estudante da Escola Municipal Nova Vida (bairro Mauazinho, zona Norte), Caio da Silva, se empolgou com o peixe-boi. “Foi o que mais gostei e aprendi que ele é o maior mamífero de água doce do Brasil”, contou Caio. Segundo o coordenador do Bosque da Ciência e do projeto, Jorge Lo-bato, em média 50 mil estudantes passaram pelas edições do Circuito em 14 anos, além dos visitantes. O projeto volta ano que vem e pretende

ampliar as exposições para melhor aproveitamento dos alunos. “Dentro de toda a expectativa que tínhamos no início do ano, o sentimento é de dever cumprido. O projeto é consoli-dado há 14 anos e já atendemos 50 mil alunos diretamente, o que mostra que o Inpa reafirma seu compromis-so em popularizar a ciência”, afirma Jorge Lobato.

Em 2014, a mudança começa com as datas. O Circuito será realizado na última sexta-feira do mês. “A troca ajuda, dentro do calendário escolar, no sentido de mobilização e de um envolvimento maior dos professores e dos alunos”, afirma Lobato. O coordenador ainda adianta que irá propor uma reformulação dos es-tandes, trabalhar mais com o Pro-grama Ciência na Escola (PCE) e dar visibilidade maior aos trabalhos de

alunos que atuam no programa.

Torre Durante a 10ª edição do Circuito da Ciência, os alunos puderam ob-servar a implantação de uma torre de 30 metros, como parte de um pro-jeto do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA/Inpa). “A torre irá monitorar os aerossóis e servirá como uma esta-ção de micrometeorologia em que poderá medir a umidade, velocidade e direção do vento, direção solar e a qualidade do ar”, afirma o técnico do Inpa, Hermes Xavier. Esses dados serão monitorados em tempo real e expostos aos visitan-tes na sala de vidro que está sendo instalada em frente da torre. Segundo o titular da Coordenação de Extensão do Inpa (COEX), o pesquisador Car-los Bueno, os dados que serão moni-torados podem ajudar a melhorar a qualidade de vida da população. “Verificar a qualidade do ar pode mostrar indicativos para melhorar a saúde. Esses serão dados científicos oferecidos pelo Inpa que poderão ser-vir de base, inclusive, para a elabo-ração de políticas públicas”, afirma Carlos Bueno.

“Dentro de toda a expectativa que tínhamos no início do ano, o sentimento é de dever cum-prido. O projeto é consolidado

há 14 anos”Jorge Lobato

| Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência

Atividades lúdicas, científicas e culturais atraem os estudantes

Educação e Sociedade

Foto: Juan Matheus

Dezembro 2013 - Página 08