distribuiÇao diferencial de insetos galhadores...

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DiSTRIBUIÇAo DIFERENCIAL DE INSETOS GALHADORES ENTRE HABITATS E SEU POSSIVEL USO COMO BIOINDICADORES G. WILSON FERNANDES, ALEXANDRE SILVA DE PAULA1 e RAIMUNDO LOYOLA, JR. Ecologia Evolutlva de Herblvoros Tropicais/DBS, CP 486. ICB/Universidade Federal de Minas Gerais, 30161-970 Belo Horizonte MG - BrasIl. Tel: 55-31-446-1314; FAX: 55-31-441-1412; E-mail: [email protected] riqueza de Ias 8gallas fue signilicativ8mente mayor en los hAbilats secos compar8das con los hâbitats húmedo8 en arnbas ~as. E8tos datos corrobor8n 18s hip6tesis de que los insecto8 que forrnan 88.l\as son especie. ricas en hâbilats estTes8dos en térrnioos hidro",,6pico.. Los datos sobre Ia composici6n y divenidad de insecto. que fonnan a8al\8s pueden ofrecer infonn8ci6n impor1ante sobre los e8tado. lisiol6gico y nutricional de Ias planlas y su hAbilat. y asi servir como e.Decies bioindic8dor8s. RESUMO Neste estudo descrevemos a distribuição e riqueza de es~cies de insetos galhadores em dois habitats distintos de um empreendimento hidrelétrico no sudeste brasileiro, durante as estações seca e chuvosa. Os habitats co1etados foram separados por diferenças em umidade e tempcratura. Foram amostradas ga1has ao longo de transectos durante urna hora de caminhada aleat6ria, posteriormente separadas em morfo- cspccies. Não houve difercnças estatísticas entre a riqueza média total dc cspécies de galhas nas cstações. chuvosa e seca para ambo~ os habitats. O número de espécies de galhas foi significativamcnte maior nos habitats secos do que nos habitats úmido~ em ambas as estaçõcs chuvosa e seca. Estes dado~ corroboram a hipótese de que insetos galhadores são mais ricos em espccies em habitats estre~sados nulricional c higrotcrmicamente. Dlldo~ sobre II composição c diversidade dc galhas podem fornecer informações dc relevincia para o conhccimento do status fisiológico c nutricional das plantas hospedeiras c do habitat, c IISsim serem de impol1Ancia como espécies bioindiclldoras. PALABRAS CLA VE: adaptJlciones, bioindicadores, especificidad. agallos de inseclos, impacto ambienta!, preferencia de hibilau ABSTRACT In thi. .ludy wc dc.cribc thc dislribution and richncs. of gall-fonning in.ecto il\ two di.lincl habilato of a hydroeleclric power planl in .oulhe..lcm Brazil. Gall. werc .amplcd during Ihc dry and rainy 5ea.on. in I:YCI and dry habilat... Galls wcrc collcclcd in IlBnsect5 dunng a I-hour walk. and Ihcn scparalcd inlo morpho-spccies. There wa5 no 5IAli5tical difTcrence in the mcan tolAl number of ga115betwcen thc dry and rainy se.sons in both habilAls sampled. Gall richnc.. wu significantly grcater in dry habilA15 comparcd 10 mesic habilal5 in both scasons. The5c dala corroboratc Ihc hypolhcsis thal galling in5ecto ~ more 5pccics-rich in hygrothcrmally slres5ed habitato. Dala on the composition and diversity of gall-forming insecls may provide important inform.lion on the phy5iological and nulritional 5latU5 of olants and habilat. and Ihus .erve a5 bioindicalor 5pccies. PALAVRAS.CIIAVE: adaptações. bioindicadores. especificidade. galhas de insetos. impacto ambiental. preferencia por habitats RESUMEN En este estudio describimos y analisamos Ia distribución y riqueza de especies de insectos que fonnan agallas entre dos hábitats distintos de una planta hidroeléctrica en el sureste de Brazil. Las agallas fueron muestradas durante Ias épocas húmeda y seca. tanto en hábitats húmedo y scco. Ll1s agl1l1as fueron colectadas en transectos durante una caminata de una hora, y después separadas en morfo-especies. No se enconlró diferencia estadistica en el número medio total de agallas entre Ias épocas seca y lIuviosa en !os dos hâbftats muestrados. La $: A distribuição de espéc,ies de animais e plantas tem sido mais detalhadamente estudada a partir século XIX. Desde então. não apenas padrões de distribuição e diversidade. mas também diversas variáveis bióticas e abióticas que influenciam estes padrões. vem sendo descritos para as regiões temperadas e tropicais (Femandes e Price 1991. Pianka 1966. Rhode 1992). De maneira geral. observa-se que o número de espécies (riqueza) da flora e fauna diminui com o aumento da latitude e/ou altitude (e.g. Pianka 1966), embora trabalhos recentes tenham documentado tendências inversas (e.g. Price 1991 ). Por exemplo. a riqueza de insetos galhadores 'Endcrcço atual. Dcpl1rtl1mento de Biologia Animal, Universidl1dd Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa MO. Brasil. KEY WORDS: adaptations, bioindicators, specificity. insect galls, environmental impact, habitat preferencc 133 ., j,; 1 ~Y'IC> l'jlj S VIDA SIL;VESTRE NEOTROPICAL 4(2):133-139 ,~ ' b . â ' d ' d d parece se. maior em am lentes rI os, In epen entemente da latítude e altitude (Fernandes e Price 1988, 1991). Assím, ~Ies são maís numerosos nos desertos e nas vegetaçõ~~ xeromórficas quando comparados às matas ciliares ~ florestas úmídas tropícaís. Esta distribuíção díferencí~1 ê devída à Intima adaptação dos ínsetos galhadores a condíçõcs fisiológicas e fenológícas das suas plantas hospedeiras e a seus habítats, além da mortalídade e, sobrevívência díferenciais entre habitats (Femandes 1992, Fernandes e Price 1992). As galhas de ínsetos são sésseis e esta condição favorece as coletas e observações de campo, tornando-se assim uma ferramenta de importância para estudos ecológicos. Além disso, asgalhas podcm scr um bom indicador das condições ambíentais, princípalmente onde existe um mosaico de

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DiSTRIBUIÇAo DIFERENCIAL DE INSETOS GALHADORES ENTREHABITATS E SEU POSSIVEL USO COMO BIOINDICADORES

G. WILSON FERNANDES, ALEXANDRE SILVA DE PAULA1 e RAIMUNDO LOYOLA, JR. Ecologia Evolutlva deHerblvoros Tropicais/DBS, CP 486. ICB/Universidade Federal de Minas Gerais, 30161-970 Belo Horizonte MG -

BrasIl. Tel: 55-31-446-1314; FAX: 55-31-441-1412; E-mail: [email protected]

riqueza de Ias 8gallas fue signilicativ8mente mayor en los hAbilats

secos compar8das con los hâbitats húmedo8 en arnbas ~as. E8tos

datos corrobor8n 18s hip6tesis de que los insecto8 que forrnan 88.l\as

son especie. ricas en hâbilats estTes8dos en térrnioos hidro",,6pico..Los datos sobre Ia composici6n y divenidad de insecto. que fonnan

a8al\8s pueden ofrecer infonn8ci6n impor1ante sobre los e8tado.

lisiol6gico y nutricional de Ias planlas y su hAbilat. y asi servir como

e.Decies bioindic8dor8s.

RESUMONeste estudo descrevemos a distribuição e riqueza de es~cies de

insetos galhadores em dois habitats distintos de um empreendimento

hidrelétrico no sudeste brasileiro, durante as estações seca e chuvosa.Os habitats co1etados foram separados por diferenças em umidade e

tempcratura. Foram amostradas ga1has ao longo de transectos durante

urna hora de caminhada aleat6ria, posteriormente separadas em morfo-

cspccies. Não houve difercnças estatísticas entre a riqueza média total

dc cspécies de galhas nas cstações. chuvosa e seca para ambo~ os

habitats. O número de espécies de galhas foi significativamcnte maior

nos habitats secos do que nos habitats úmido~ em ambas as estaçõcs

chuvosa e seca. Estes dado~ corroboram a hipótese de que insetos

galhadores são mais ricos em espccies em habitats estre~sados

nulricional c higrotcrmicamente. Dlldo~ sobre II composição c

diversidade dc galhas podem fornecer informações dc relevincia para

o conhccimento do status fisiológico c nutricional das plantas

hospedeiras c do habitat, c IISsim serem de impol1Ancia como espécies

bioindiclldoras.

PALABRAS CLA VE: adaptJlciones, bioindicadores, especificidad.

agallos de inseclos, impacto ambienta!,

preferencia de hibilau

ABSTRACTIn thi. .ludy wc dc.cribc thc dislribution and richncs. of gall-fonningin.ecto il\ two di.lincl habilato of a hydroeleclric power planl in

.oulhe..lcm Brazil. Gall. werc .amplcd during Ihc dry and rainy

5ea.on. in I:YCI and dry habilat... Galls wcrc collcclcd in IlBnsect5

dunng a I-hour walk. and Ihcn scparalcd inlo morpho-spccies. There

wa5 no 5IAli5tical difTcrence in the mcan tolAl number of ga115 betwcen

thc dry and rainy se.sons in both habilAls sampled. Gall richnc.. wu

significantly grcater in dry habilA15 comparcd 10 mesic habilal5 in both

scasons. The5c dala corroboratc Ihc hypolhcsis thal galling in5ecto ~

more 5pccics-rich in hygrothcrmally slres5ed habitato. Dala on the

composition and diversity of gall-forming insecls may provideimportant inform.lion on the phy5iological and nulritional 5latU5 of

olants and habilat. and Ihus .erve a5 bioindicalor 5pccies.

PALAVRAS.CIIAVE: adaptações. bioindicadores. especificidade.galhas de insetos. impacto ambiental.

preferencia por habitats

RESUMEN

En este estudio describimos y analisamos Ia distribución y riqueza deespecies de insectos que fonnan agallas entre dos hábitats distintos deuna planta hidroeléctrica en el sureste de Brazil. Las agallas fueronmuestradas durante Ias épocas húmeda y seca. tanto en hábitats húmedoy scco. Ll1s agl1l1as fueron colectadas en transectos durante unacaminata de una hora, y después separadas en morfo-especies. No seenconlró diferencia estadistica en el número medio total de agallasentre Ias épocas seca y lIuviosa en !os dos hâbftats muestrados. La

$:

A distribuição de espéc,ies de animais e plantas tem sido

mais detalhadamente estudada a partir dõ século XIX.Desde então. não apenas padrões de distribuição ediversidade. mas também diversas variáveis bióticas e

abióticas que influenciam estes padrões. vem sendo

descritos para as regiões temperadas e tropicais (Femandes

e Price 1991. Pianka 1966. Rhode 1992).De maneira geral. observa-se que o número de espécies

(riqueza) da flora e fauna diminui com o aumento da

latitude e/ou altitude (e.g. Pianka 1966), embora trabalhos

recentes tenham documentado tendências inversas (e.g.

Price 1991 ). Por exemplo. a riqueza de insetos galhadores

'Endcrcço atual. Dcpl1rtl1mento de Biologia Animal, Universidl1ddFederal de Viçosa, 36570-000 Viçosa MO. Brasil.

KEY WORDS: adaptations, bioindicators, specificity. insect galls,

environmental impact, habitat preferencc

133

.,

j,;

1 ~Y'IC> l'jlj S

VIDA SIL;VESTRE NEOTROPICAL 4(2):133-139

,~ ' b . â ' d 'd dparece se. maior em am lentes rI os, In epen entemente

da latítude e altitude (Fernandes e Price 1988, 1991).Assím, ~Ies são maís numerosos nos desertos e nasvegetaçõ~~ xeromórficas quando comparados às matas

ciliares ~ florestas úmídas tropícaís. Esta distribuíçãodíferencí~1 ê devída à Intima adaptação dos ínsetosgalhadores a condíçõcs fisiológicas e fenológícas das suas

plantas hospedeiras e a seus habítats, além da mortalídade

e, sobrevívência díferenciais entre habitats (Femandes 1992,

Fernandes e Price 1992).As galhas de ínsetos são sésseis e esta condição favorece

as coletas e observações de campo, tornando-se assim umaferramenta de importância para estudos ecológicos. Além

disso, asgalhas podcm scr um bom indicador das condiçõesambíentais, princípalmente onde existe um mosaico de

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~

animais (Collins c Thomns 1991, Wil:;oi1 1987).

METODOLOGIA

Locais de Estudo

As coletas foram realizadas em diversas localidades do

norte de Minas Gerais: Soberbo (Municlpio de Cristâlia),

Fazenda Cabra! (Município de Cristália), Lamarão (Eixo)

(Municípios de Berilo e Grão Mogo!), Posses (Município deMinas Novas) e Peixe cru (Municlpio de Turmalina) (Fig.I). Para a escolha dos locais de coleta foram utilizadas

aerofotografias na escala de I :30.000 e mapas do InstitutoBrasileiro de Geografia na escala I: 100.000.

Posteriormente, efetuou-se um reconhecimento da área apartir do qual foram selecionados locais para amostragem

habitli[s definidos pelo estresse hidrico, ténnico e até

distúrbios antrópicos (e.g. lavouras, florestas de eucaliptos,áreas de mineração, etc). Galhas de~iÍ1setos têm sido

amplamente utilizadas também para o monitoramento deáreas poluidas por metais pesados (Femandes 1987,

Heliõvaara 1986, Heliõvaara el a/. 1987)..Este estudo descreve a distribuição e a riqueza de

c:spécies de insetos galhadores em dois habitats distintos, naárea de implantação de um futuro empreendimento

hidrelctrico. Este é o primeiro estudo no qual insetos

galhadores são utilizados na avaliação de qualidade dehabitats na rcgião tropical. De modo geral, insetosterrestres são raramente coletados em projetos de avaliação

ambiel1tal não obstante sua importância central na

manulcnção e funcionamento de comunidades de plantas e

134 DISTRIBUIÇAo OE INSETOS GALHADORES .Fernendes. Silva e Loyo/a VIDA SILVESTRE NEOTROPICAL 4(2):1995

~

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municlpios de Berilo e Grão Mogol. Trata-se de umaregião sem distúrbios antrópicos com ocorrência de litossoloeutrófico. Nas altitudes mais elevadas ocorrem cerrado,

campo sujo e campo rupestre, com predomlnio de floresta

mesófila decldua e semidecldua ao longo das vertentes enos terraços fluviais. São poucos os elementos da floresta

pluvial ripária nas margens do rio Jequitinhonha, sendo umalocalidade seca com solos bastante rasos que não

condicionam a retenção de água. A deciduidade da florestaestacional é quase total durante o periodo seco do ano, o

que não ocorre com tanta intensidade no campo cerrado e

campo rupestre.Posses .-Localizada na margem direita do rio

]equitinhonha, a 42°47'W e 17°02'S no municlpio de MinasNovas. A região amostrada compreende várias áreas de

lavoura em litossolo distrófico onde ocorre cerrado e uma

associação de litossolo + cambissolo sob floresta estacional.

Peixe Crú.- Localizado na margem direita do rio

]equitinhonha, a 42°57'W e 17°S, no município deTurmalina. A área está constituida por floresta estacional

nos terraços fluviais e em solos compostos por umaassociação de litossolo + cnmbissolo. O cerrado ocorresobre litossolo localizado em maiores altitudes.

An:'Qstragem

Para a avaliáção da riqueza de espécies de galhas nasáreas e habitats estudados, foram realizadas três coletas

(caminhadas aleatórias) de uma hora cada (Price 1991).Durante este período, todas as espécies de galhas e plantas

hospedeiras encontradas nas vegetações foram coletadas earmazenadas em um saco plástico para posteríor

identificação. Nós usamos a forma das galhas, cor,

pilosidade, distribuição, órgão hospedeiro, e famllia dosinsetos galhadores e plantas hospedeiras para separar as

morfo-espécies de galha~. As descríções das galhas e

identificação das plantas hospedeiras foram realizadasconforme descrito por Femnndes el al. (1988). Logo apóso término das coletas, plantas e galhas foram prensadas e

herborízadas. As galhas foram depositadas na Coleção deGalhas de Insetos do Herbárío do Departamento deBotânica da Universidade Federal de Minas Gerais. Uma

listagem das galhas, plantas hospedeiras e insetos

galhadores encontrados está sendo preparada e será

posteríormente publicada.Um ponto controverso nos estudos da distríbuição de

insetos é a sazonal idade das comunidades de insetos, e em

alguns casos os métodos utilizados (McCoy 1990). O usode insetos galhadores é apropríado devido à conspicuidadee persistência das galhas nas plantas hospedeiras,

diminuindo assim os problemas de sazonal idade

características de insetos herblvoros de vida livre (Lara e

Femandes, inprenta). Devido à alta diversidade de formase enorme grau de especificidade com suas plantas

da riqueza de espécies de insetos galhadores em função da

distribuição da vegetação, áreas de cultivo agricolas,

pastagens, composição da rede hidrográfica, vias de acessoe concentrações populacionais. Em todas as áreas foram

arnostrados habitats secos e úmidos nas estações chuvosa eseca. Habitats secos foram aqueles distantes de corpos

d'água em vegetações de cerrado ("sensu stricto", Coutinho

1978). ao contrário, os habitats úmidos foram habitats

próximos a rios, ribeirões e córregos em áreas de matasciliares. Esta mesma metodologia foi utilizada por

Fernandes e Price ( 1988) nas regiões temperada e tropical.As principais formações vegetais nativas das localidades

amostradas e suas correlações com as principais unidades de

solo são as seguintes: a) vegetação campestre e campos

limpos quatz(ticos em afloramentos rochosos com baixa

fertilidade e formação de solos; h) campo cerrado em

litossolos com baixa fertilidade; c) cerrado "strictu sensu"e cerradão em latossolos com baixa fertilidade; d) floresta

estacional (florestas mesófilas decidua e "semidecidua) em

cambissolos com baixos teores de nutrientes e em

podzólicos com maior fertilidade; e) florcsta pluvial ripária

(mata ciliar), principalmente em terraços fluviais dostributários de menor porte da rede hidrográfiica; e I)veredas em solos hidromórficos com relativa fertilidade.

O clima regional, condicionado pela topografia muitoacidentada da região, sofre a influência das frentes polarese do sistema de circulação do anticiclone do Atlântico Sul

que se opoem em equilibrio dinâmico. Segundo a

classificação de Kõppen, a região apresenta um predomíniodo clima A W , representado pelo clima tropical úmido de

savanas (Antunes 1986, Nimer 1979). Este tipo de clima é

caracterizado por inverno seco e verão chuvoso. A

temperatura média do mes mais frio é superior a 18°C. Aprecipitação do mês mais seco é inferior a 60mm e também

inferior a IOO-P/25, sendo P a precipitação média anual

(Antunes 1986). A seguir são descritos os ambientes dos

locais amostrados.

Soberbo.- Localiza-se próximo à cor'tfluência do ribcirão

Soberbo com o rio Jequitinhonha, a 4:t:-40'W e 17"08'S, no

município de Cristália. Apresenta vegetaÇão constituída por

campo cerrado sobre afloramentos de rocha e litossolo

álico; floresta mesófila decidua e semidecídua sobre soloeutrófico e floresta pluvial ripária nos terraços fluviais.

Fazenda Cobra/.- Localiza-se a 42°47'W e 16°34'S, nomunicipio de Cristália, apresentando pouco afloramento derocha e predomínio de assocíação lítossolo + cambissolo.

A vegetação é constituida por floresta pluvial ripária

descontinua às margens do rio 1tacambiruçu, ocorrendo

floresta estaciona! nos terraços fluviais e nas encostas emcotas altimétricas mais baixas; campo cerrado e cerrados

degradados nas regiões mais altas.

Lamarão (Eixo).- Localizado em uma região encaixadano vale do rio Jequitinhonha, a 42°36W e 16°44'S, nos

VIDA SILVESTRE NEOTROPICAL 4(2):1995 DISTRIBUIÇÃO DE INSETOS GALHADORES .Fern8ndes, SI/V8 e Loyol8 135

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FIQura 2. Riqueza média 1;;;:;1 de .ap'cle. da galha. na.

e.~çOe. chuvo.a e seCa em habltats úmido. seco.Figur. 3. O número It!jdlo d. ..pjclea d. Ina.toa galhadoree

'01 m.lor noa h.bltata a.coa do qu. noe habltat.úmldoa na ..taçlo chuvo.. n.. loc.lldade..moltr.d.a.

de espécies galhadof1lS foi de 20.9 :!: 2.3 na estaçao

chuvosae de 24.4:!:3.5 na estaçao seca (t=O.882, n=27,

P<O.4, Fig. 2).O número de espécies de galhas diferiu

significativamente entre habitats secos e úmidos nasestações chuvosa e seca. Na estaçao chuvosa o númeromédio de espécies de galhas foi estatisticamente superiorem habitats secos do que em habitats úmidos em todas as

localidades amostradas (Wilcoxon=3.411, n=15, P<O.OOI,Fig. 3). O mesmo padrao de riqueza de espécies de insetos

galhadores foi observada na estnçao seca .(Wilcoxon~3.063,

n~12. P<O.OOI, Fig. 4).

hospedeiras (eg. MacArthur et ai. 1979, Mani 1964,Shorthouse 1993), as galhas formadas por diferentesespécies de insetos podem ser facilmente separadas e usadaspara estimar a riqueza e abundância de espécies de

galhadores em uma área (Femandes ePrice 1988, Lnra e

Femandes, in prenta). O grau de especificidade com suasplantas é dos mais altos, o que tem propiciado scu uso aténa taxonomia de plantas (Floate e Whitham, in prent~

Floate et ai. 1996, Roskam e Zandee 1992). Além disso,

métodos sólidos foram descnvolvidos para amostrar

comunidades de insetos galhadorcs (Femandes c Price 1988,

1991).Duas coletas foram realizadas durante o pcrlodo de

estudo, sendo a primeira durantc a estaç~o chuvosa (abril de1991) e a segunda duranie o período' ge seca (julho/agostode 1991 ). Estas duas coletas forant necessárias diante da

possibilidade de variação na composiçno e riqueza deespécics de insetos herblvoros com as mudanças estacionais.As comparações da riqueza de espécies entre estações e

.'labitats foram realizadas através de testc t de Student e de

Wilcoxon (Zar 1984).

DISCUSSÃO

Uma coleta durante uma estaçao climâtica teria sido

suficiente para a avaliaçao do número de espécies de galhas

por habitat dada a nao diferença estatlstica entre este

parâmetro no presente estudo. Esta observaçao reforça aimportância do uso de galhas como bioindicadores pois sIlosésseis e permanecem aderidas às plantas hospedeiras apósa emergência dos adultos, podendo ser realizado~ sensoscom facilidade. Entretanto, o simples número de galhas

presente no habitat durante uma estação pode não retratara composiçaototal de espécies. Espécies encontradas na

estaçao chuvosa podem não ser as mesmas encontradas naestação seca e vice-versa. Devido à natureza preliminardeste estudo, poSições sólidas sobre este fato precisam ser

apoiadas em mais exemplos emplricos. Portanto, as duascoletas serão anaJisadas ainda em separado neste estudo.

RESULTADOS

Não houve diferenças estatisticamer.te significativas entrea riqueza média total de espécies de galhas nas estações

chuvosa e seca dos habitats úmido e seco. O número médiode espécies galhadoras em habitats úmidos foi de 7.8:!: 1.2

na estação chuvosa e de 8.5:!:1.6 na estaçao seca (t=0.355,

n=27, P<0.9. Fig. 2). Em habitats secos, o número médio

136 DISTRIBUIÇÃO DE INSETOS GALHADORES .FemBnde.s. SllvB e LoyolB VIDA SILVESTRE NEOTROPICAL 4(2):1995

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Figura 4. O núm.ro m'dlo d. ..p'cl.a d. Ina.toa galhador.afoi maior noa habitata a.coa do qu. noa habltataúmldoa na .ataçlo a.ca n.a localldad.a amoatradaa.

insetos galhadores, diminui consideravelmente com o

aumento do estresse nutricional e, hldrico das planta...

(Femandes 1990). Além disso, a preferência das fêmeasdos insetos galhadores por plantas hospedeiras em habitats

seco$ durante o perfodo de oviposiç&o reforçam o padr&o de

distribuiç!o diferencial das galhas (Femandes 1992).Estudos sobre a mortalidade e sobreviv~ncia de espécies degalhadores em habitats tropicais distintos s&o necessarlos

para o conhecimento dos mecanismos que moldam ospadrões de distribuiç~o diferencial entre habitats. Neste

sentido, fazem-se necessários estudos de campo nos quaisas taxas de sobrevivência e mortalidade de espécies-chavesao avaliadas antes de um empreendimento, para que

modificações futuras sejam adequadamente avaliadas.

A listagem simples de espécies por habitats sem

informacões ecológicas que visem a preservaçao e manejo

nao fornece as bases necessárias para uma avaliaçao precisa

dos mecanismos ecológicos e processos evolutivos quemoldam os padrões de biodiversidade. Uma visllo funcional

da distribuiçAo de espécies ao longo de gradient~biogeográficos e de distúrbios antrópicos é vital para oentendimento de padrõcs ecológicos.

A correlaçao entre estresse do habitat e número de

insetos galhadores fornece um importante cenário de estudopara o entendimento das relações parasita/hospedeiro,resistência dé plantas, biodiversidàde e monitoramento

.ambiental. Por serem sésseis, as galhas podem serfacilmente visualizadas, coletadas e estudadas através detabelas de vida (Femandes e Price 1992, Price et aI. 1990).

A preparaçAo de curvas de mortalidade e sobrevivência para

insetos galhadores em \)abitats distintos é importante paraa elaboraç&o de medidas que auxiliem no entendimento das

caracterlsticas do habitat que influenciam as dinâmicaspopulacionais e cont!"ole populacional de insetos galhadores.

Por estarem intimamente associadas às suas plantas

hospedeiras. o estudo das galhas fornece dados de enorme

relevância para o conhecimento do status fisiológico e

nutricional das plantas e do habitat (Femandes 1992).

Insetos galhadores sao polenciais indicadores dadiversidade e qualidade do habitat. Os melhores

indicadores biológicos sao aqueles que facilitam o programade conservaçao e monitoramento (Collins e Thomas 1991).Insetos galhadores apresentam valores iguais ou superioresaos grupos mais importantes de insetos utilizados como

bioindicadores (térmitas, formigas e lepidópteros das

subfamllias Heliconiini e lthomiinae) (veja Brown 1991 ).

Os insetos galhadores sao taxonomicamente eecologicamente diversificados. apresentam alta fidelidadeecológica, s~o sedentários na sua fase larval, sIlo de fácilidentificaç~o através de suas galhas (morfoespécies), saoabundantes e facilmente detectadas no campo, podem sercoletados em abundância, s~o importantes no funcionamento

de ecosistemas, apresentam respostas previslveis a variações

Diferenças na riqueza de galhas de insetos tropicais entrehabitats secos e úmidos foram descritas por Femandes e

Price ( 1988). O padr!o de uma maior riqueza de galhas em

habitats estressados nutricional e higrotermicamente foiencontrado tanto para a regi ao tropical como para a

temperada. Estudos mais detalhados realizados na Serra do

Cipó, MO (Femandes et ai. 1994, Lara e Femandes 1994)juntamente com o presente estudo reforçam a hipótese de

que insetos galhadores sno comuns em habitats áridos

(Fcmandes e Price 1988). ~A maior riqueza de galhas em habitats secos pode estar

relacionada a diversos mecanismos ecológicos e processoscvolutivos. Estudos recentes (Femandes e Price 1992)indicam que insetos galhadores sofrem maiores pressõesseletivas exercidas por inimigos naturais e resist!ncia de

plantas em habitats úmidos comparados a habitats secos. A

maior susceptibilidade de plantas que ocupam habitats secospode ser devido à escassez de água e nutrientes relevantes

nos processos de defesa contra herbivoria (Femandes 1992).Modificações na disponibilidade de nutrientes e/ou águaalteram os balanços hormonais e fisiológicos de plantaslFitter e Hay 1987). Respostas de hipersensitividade, um

mecanismo eficiente na defesa contra microrganismos e

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AGRADECIMENTOS "

Agradecemos a K. Ribeiro, A. C. F. Lara, R. P. Martins,L. C. 8edê e a dois revisores pelas criticas e comentários.

Agradeçemos a CEMIG e ENERCONSUL T pelacredibilidade sem os quais este trabalho não poderia ter sidorealizado. Também agradeçemos ao CNPq pela bolsa de

pesquisador a GWF (521772/95-8) e FAPEMIG (078/91).

ambiel::ais e estão associadas a espécies e recursos

especJ ;:cos (Femandes 1992, Femandes e Price 1988, 1991,

1992, ;'cmandes el ai. 1989, Floate el ai. 1996, Gagné 1989,MacA::.lur el ai. 1979, Mani 1964, Price el ai. 1990).Além ,:isso, a ecologia de insetos galhadores é bastante

conhcc;ua e enonnes avanços têm sido obtidos em estudos

biogcc:,ráficos e comportamentais (e.g. Craig el a/. 1989,1990' ::ernandes 1987, 1992, Femandes y Price 1991,Fero(.. .:es el a/. 1994).

Pr.,;:lemas taxonômicos dificultam o desenvolvimento deestrnl;' ,;ias efetivas de conservação. Este problema é

resoiv:\:o quando se usa insetos galhadores pois suas galhassão () ,~sultado de interações específicas com suas plantas

hosp\...~iras; em geral cada espécie de inseto galhador fonnauma ,:.;Ia diferente (Floate el a/. 1996, Mani 1964). Por

serer.. .;c fácil identificação e visualização, pode-se definir

morl\..::spécies para comparações da diversidade e fatoresde 11.i.;:alidade e sobrevivência entre regiões sujeitas a

divc; ;'.'. tipos de estruturas e/ou interferência antrópica. A

colc:::. ;:c insetos galhadores é também barata e fácil, aoI=onl;:. : .'J de outros grupos de insetos e vertebrados.

'rod...:.., a melhor estratégia é o uso c.ombinado de diversosgrup.- "e insetos e ver1cbrados dada a relevância especificade c;:,. l.m nos ecossistemas-

co --USOES

c o primeiro estudo em um empreendimento

'co que teve como objetivo principal a descrição e

.iimento de um padrão. São pouquissimos osda diversidade de insetos em projetos e

,;imentos de pequeno ou grande porte. A escassez

',;s da entomofauna em Relatórios de Impacto do

,oiente (RIMA) negligencia a relevância de insetos..os na estruturação de comunidades e sua

"idade total, Insetos são partes vitais tia produção;a (biomassa), ciclagem de nutrientes, polinização,

c parasitismo de plantas e animais e transmissão

"S, dentre outros. Neste sentido. as galhas são um:;:to de estudo dado às características ~ facilidades

.; neste cstudo. Além disso. deve-se dcstacar que

cmpreendimentos hidrelétricot alteram.:vamente o regime hídrico de uma região, as,ii grande potencial como bioindicadoras por serem

.à mudanças na umidade e temperatura. Tanto a

';,Ianto a abundância de insetos galhadores são

.~.Jos por mudanças de umidade e temperatura.

facilidades são também observadas no

,lento pois avaliações dos mecanismos e processos~os. a sobrevivência de insetos podem ser

.: obtidos antes e pós interferência antrópica.

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