dissimilaridade ocupacional de gênero no mercado formal …

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Dissimilaridade Ocupacional de Gênero no Mercado Formal de Trabalho no Estado do Rio de Janeiro Uma Análise com Base nos Dados da RAIS e da PNAD (2002/2004 e 2011/2013) Palavras-chave: estudos de gênero; segregação ocupacional; desigualdade salarial; mercado formal de trabalho; Rio de Janeiro. Neste trabalho analisamos a segregação ocupacional e a desigualdade salarial de gênero entre trabalhadoras e trabalhadores formais do Estado do Rio de Janeiro nos setores público e privado nos períodos de 2002 a 2004 e 2011 a 2013. Para isto, tomamos como fontes de dados a PNAD e a RAIS. Teoricamente, utilizamos a noção de divisão sexual do trabalho e seus dois princípios organizadores: o da separação (dimensão horizontal) e o hierárquico (dimensão vertical). De acordo com o primeiro, existem ocupações tipicamente femininas e masculinas. E pelo segundo, o trabalho do homem vale mais do que o da mulher. Considerando a dimensão horizontal, observamos a concentração ocupacional de gênero, isto é, a distribuição proporcional de homens e mulheres pelas ocupações. Considerando a dimensão vertical, observamos a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Os níveis de segregação observados foram: por sexo e classes de renda; por sexo nos setores privado e público; e foi utilizado o índice de dissimilaridade de Duncan e Duncan. Dos resultados, destacamos: os dados da PNAD e da RAIS levaram a resultados semelhantes; os percentuais de mulheres são maiores do que os de homens somente na classe modal de trabalhadores, entre 0 e 2 salários-mínimos, mostrando uma considerável dissimilaridade hierárquica desfavorável às mulheres; as mulheres recebem em geral salários menores do que os homens nos setores privado e público; mesmo nos grupos de ocupações do setor público onde a mulher tem a maioria, como no grupo 2 referente à educação e saúde e no grupo 3, referente ao auxiliar de enfermagem e professor, o salário médio dos homens é maior do que o das mulheres. As duas fontes de dados indicam que, num espaço de 10 anos, o setor privado teve elevação em torno de 7% na segregação total, devido ao aumento da dissimilaridade hierárquica e da ocupacional. O mercado de trabalho formal do Estado do Rio de Janeiro de 2011 a 2013 inclui desigualdades salariais e ocupacionais nítidas nos setores privado e público: o setor privado tem tido remunerações médias menores do que a do setor público; a distribuição salarial por sexo está mais concentrada no setor privado do que no setor público; a posição hierárquica do homem no trabalho é geralmente superior à da mulher; a dinâmica de novas vagas de emprego (nos setores privado e público) pode estar favorecendo mais um sexo do que outro, uma vez que existem ocupações (profissões) típicas para o homem e outras para a mulher.

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Dissimilaridade Ocupacional de Gênero no Mercado Formal de Trabalho no Estado do

Rio de Janeiro – Uma Análise com Base nos Dados da RAIS e da PNAD (2002/2004 e

2011/2013)

Palavras-chave: estudos de gênero; segregação ocupacional; desigualdade salarial; mercado formal de trabalho; Rio de Janeiro.

Neste trabalho analisamos a segregação ocupacional e a desigualdade salarial de

gênero entre trabalhadoras e trabalhadores formais do Estado do Rio de Janeiro nos setores público e privado nos períodos de 2002 a 2004 e 2011 a 2013. Para isto, tomamos como fontes de dados a PNAD e a RAIS. Teoricamente, utilizamos a noção de divisão sexual do trabalho e seus dois princípios organizadores: o da separação (dimensão horizontal) e o hierárquico (dimensão vertical). De acordo com o primeiro, existem ocupações tipicamente femininas e masculinas. E pelo segundo, o trabalho do homem vale mais do que o da mulher. Considerando a dimensão horizontal, observamos a concentração ocupacional de gênero, isto é, a distribuição proporcional de homens e mulheres pelas ocupações. Considerando a dimensão vertical, observamos a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Os níveis de segregação observados foram: por sexo e classes de renda; por sexo nos setores privado e público; e foi utilizado o índice de dissimilaridade de Duncan e Duncan. Dos resultados, destacamos: os dados da PNAD e da RAIS levaram a resultados semelhantes; os percentuais de mulheres são maiores do que os de homens somente na classe modal de trabalhadores, entre 0 e 2 salários-mínimos, mostrando uma considerável dissimilaridade hierárquica desfavorável às mulheres; as mulheres recebem em geral salários menores do que os homens nos setores privado e público; mesmo nos grupos de ocupações do setor público onde a mulher tem a maioria, como no grupo 2 referente à educação e saúde e no grupo 3, referente ao auxiliar de enfermagem e professor, o salário médio dos homens é maior do que o das mulheres. As duas fontes de dados indicam que, num espaço de 10 anos, o setor privado teve elevação em torno de 7% na segregação total, devido ao aumento da dissimilaridade hierárquica e da ocupacional. O mercado de trabalho formal do Estado do Rio de Janeiro de 2011 a 2013 inclui desigualdades salariais e ocupacionais nítidas nos setores privado e público: o setor privado tem tido remunerações médias menores do que a do setor público; a distribuição salarial por sexo está mais concentrada no setor privado do que no setor público; a posição hierárquica do homem no trabalho é geralmente superior à da mulher; a dinâmica de novas vagas de emprego (nos setores privado e público) pode estar favorecendo mais um sexo do que outro, uma vez que existem ocupações (profissões) típicas para o homem e outras para a mulher.

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1- INTRODUÇÃO

O propósito deste trabalho é medir e analisar a segregação ocupacional e a

desigualdade salarial de gênero entre os trabalhadores formais do Estado do Rio de Janeiro

nos setores público e privado nos períodos de 2002 a 2004 e 2011 a 2013. Para isto, tomamos

como fonte de dados a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e a Relação

Anual de Informações Sociais (RAIS). Ambas as fontes têm sido usadas para avaliar a

segregação no trabalho no Brasil em diversos temas envolvendo sexo, cor/raça e salário,

evidenciado algumas convergências nos resultados (ARAÚJO e RIBEIRO, 2002; VAZ e

HOFFMANN, 2011; UFRJ, 2012).

No que se refere à técnica para medir segregação ocupacional de gênero no trabalho,

Couppié et al. (2014) sugerem categorizar as ocupações em: i) ocupações com predomínio

feminino; ii) ocupações onde não há predomínio de um determinado sexo; e iii) ocupações

com predomínio masculino. Pode-se dizer que há predomínio de um sexo determinado se pelo

menos 60% da força de trabalho naquela ocupação ou conjunto de ocupações pertence a um

determinado sexo. Pode-se considerar que não há predomínio de um sexo em particular ou

que uma ocupação é neutra no que tange ao gênero, se a proporção de um dos sexos é 15%

acima ou abaixo da proporção do outro sexo.

Kanter (1977) identificou quatro grupos ao analisar a distribuição por sexo dos

empregados em uma indústria norte-americana: i) Uniforme, que tem apenas um dos gêneros,

ficando na razão 100:0; ii) Distorcido (skewed), grupo no qual há uma forte preponderância de

um tipo sobre o outro, na razão de aproximadamente 85:15; o tipo numericamente prevalente

controla o grupo e pode ser chamado de dominante; iii) Inclinado (tilted), quando os grupos

começam a se mover na direção de distribuições menos extremas e com efeitos menos

exagerados, com uma razão de aproximadamente 65:35; iv) Equilibrado (balanced), com

razão entre 60:40 e 50:50, o grupo torna-se equilibrado. Assim, com base nessas

representações a autora analisou os resultados da segregação horizontal.

A segregação ocupacional de gênero pode também ser observada em duas dimensões:

horizontal (o princípio da separação) e vertical (o princípio hierárquico). Com a horizontal

observa-se a concentração ocupacional de gênero, isto é, a distribuição proporcional de

homens e mulheres pelas ocupações; ela mede a diferença entre as proporções de homens e de

mulheres numa série de ocupações. A dimensão horizontal, sendo ortogonal à vertical, mede

a diferença sem desigualdade (salarial), a qual é medida na dimensão vertical. Na dimensão

3

vertical observa-se empiricamente a desigualdade salarial entre homens e mulheres. O

resultado dessas duas dimensões é a segregação como um todo. Entender a segregação como

composta dessas duas dimensões, permite ver como cada dimensão, a desigualdade ou a

diferença contribui para a segregação como um todo (BROOKS et al, 2003; BLACKBURN,

2012).

Hirata e Kergoat (2007) afirmam que a divisão sexual do trabalho tem dois princípios

organizadores: o princípio da separação e o princípio hierárquico. De acordo com o primeiro,

existem ocupações tipicamente femininas e ocupações tipicamente masculinas. Pelo princípio

hierárquico, o trabalho do homem vale mais do que o trabalho da mulher, visto que as

mulheres se concentram em ocupações de menor prestígio e remuneração (ARAÚJO e

RIBEIRO, 2002; GAUCHAT et al, 2012, STOCKDALE e NADLER, 2013). Em

concordância com essa dissimilaridade, existe o conceito do teto de vidro fruto, da preferência

do empregador em colocar homens em posições hierárquicas superiores as da mulher, baseado

na ideia de que a mulher possui compromissos familiares que interferem na disponibilidade e

dedicação ao trabalho (BALDWIN et al., 2001). Desse modo, a divisão sexual do trabalho

conduz à segregação ocupacional de gênero bem como à desigualdade salarial entre mulheres

e homens.

Um valor de segregação que tem um baixo componente vertical e um alto componente

horizontal indica que enquanto mulheres e homens estão altamente segregados na força de

trabalho em termos de estarem trabalhando em ocupações diferentes umas das outras, há uma

pequena vantagem relativa desfrutada por um dos sexos (usualmente homens) sobre o outro

através da estrutura ocupacional (Brooks et al. 2003).

Este estudo feito para o Estado do Rio de Janeiro mede a segregação de gênero no

mercado formal, divido em público e privado. A partir desta seção introdutória, decidimos

usar o salário, a ocupação e o sexo para medir a segregação separada em duas dimensões:

vertical e horizontal. Assim, este estudo está organizado em mais três seções: i) material e

métodos, contendo as descrições das bases de dados, assim como, as técnicas adotadas para

medir e analisar a segregação ocupacional e a desigualdade salarial; ii) resultados e discussão,

contendo análises da segregação por sexo, grupos de renda e ocupação nos setores público e

privado; e iii) conclusão, contendo esclarecimentos das discussões principais.

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2- MATERIAL E MÉTODOS

Para realizarmos a análise proposta, tomamos como fontes de dados a Pesquisa

Nacional Por Amostra de Domicílios (PNAD), de responsabilidade do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de

responsabilidade do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS, antigo MTE). Os

microdados de ambas as fontes de dados foram utilizados para realizar investigações dos

níveis de segregação do mercado formal: i) por sexo e classes de renda; ii) por sexo nos

setores privado e público; e iii) foi utilizado o índice de dissimilaridade de Duncan e Duncan

para medir a concentração ocupacional, a desigualdade salarial e a segregação ocupacional

como um todo. A seguir, descrevemos as nossas fontes de dados e o método seguido para a

preparação dos bancos de dados.

2.1- BASE DA PNAD

A PNAD é uma pesquisa por amostra probabilística que levanta dados sobre diversas

características socioeconômicas e demográficas da população brasileira, entre elas aquelas

referentes a trabalho e rendimento. A pesquisa abrange a população residente nas unidades

domiciliares. As informações referentes às características de trabalho e rendimento são

obtidas por meio de entrevistas feitas com moradores dos domicílios selecionados

(autodeclaração), nos quais o informante presta informações sobre outros membros do

domicílio referente ao mês de setembro do ano da coleta (IBGE, 2013).

A informação sobre a ocupação do morador no trabalho segue orientações da

Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) adaptada do MTPS para as pesquisas

domiciliares (CBO-DOMICILIAR). Este artigo faz uso somente dos dados referentes ao

trabalho principal, selecionando somente o emprego formal do setor privado e público: i)

empregados com carteira de trabalho assinada; ii) militares e funcionários públicos (IBGE,

2013).

2.2- BASE DA RAIS

A RAIS é um registro administrativo censitário destinado essencialmente para

monitorar o mercado de trabalho formal (celetista e estatutário). Cada estabelecimento ou

filial com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ou Cadastro Específico do INSS

(CEI) deve enviar, em separado, anualmente dados dos seus empregados para a RAIS,

podendo um empregado estar vinculado a mais de um estabelecimento ou ter tido mais de um

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emprego com carteira assinada durante o ano. Os dados disponíveis para download na

Internet, usados neste trabalho, não têm a identificação única do empregado, o que impede,

por exemplo, contabilizar totais por empregado. Assim, cada linha contendo dados de um

empregado foi tratada como um vínculo de trabalho (MTE, 2014).

A RAIS possui características que a difere da PNAD: i) faz uso da CBO 2002; ii) as

informações (de salário e código de ocupação) são declaradas por profissionais vinculados à

empresa (contadores); ii) a coleta de dados se refere aos 12 meses do ano de referência; iii) os

dados de contrato de trabalho ou registrados em carteira servem como fonte de dados para as

declarações; iv) cada registro inclui informações de vínculos de trabalho [ou postos de

trabalho] (MTE, 2014). Este artigo faz uso da remuneração média do ano de referência.

2.3- MÉTODOS

Os microdados da PNAD e da RAIS referentes aos anos de 2002, 2003, 2004, 2011,

2012 e 2013 foram baixados na Internet respectivamente nos sites do IBGE e do MTE. Os

arquivos de dados da RAIS disponíveis na Internet já estão desagregados por Unidades da

Federação, mas os da PNAD não apresentam esta desagregação. Assim, com a finalidade de

gerar as estatísticas, primeiramente estes microdados passaram por uma padronização de seus

metadados, gerando bases de dados para a RAIS e para a PNAD em separado.

Na PNAD, a posição na ocupação foi usada para selecionar os trabalhadores e para

definir o setor do emprego no trabalho principal da semana de referência, que pode ser

privado ou público. O setor privado inclui basicamente os empregados com carteira de

trabalho assinada, porém excluímos da análise os trabalhadores domésticos para manter a

compatibilidade com a RAIS. O setor público inclui os militares e funcionários públicos

estatutários e celetistas.

Na RAIS, os indivíduos (vínculos) foram selecionados de acordo com natureza

jurídica da entidade. O setor público inclui toda a Administração Pública, mais

especificamente, os funcionários estatutários e celetistas, civis e militares. O setor privado

inclui as entidades empresariais, entidades sem fins lucrativos, pessoas físicas e instituições

extraterritoriais. A regra de seleção basicamente fez uso do primeiro dígito do código da

natureza jurídica do estabelecimento para separar os vínculos de trabalho nestes dois setores.

Foram eliminados os registros de dados com o salário nulo ou aqueles classificados

como ignorado. Além disto, os rendimentos de salários da PNAD e da RAIS foram

convertidos para salários mínimos do ano corrente para reduzir os efeitos inflacionários. Os

6

períodos selecionados incluem os anos de 2002 a 2004 e 2011 a 2013. No caso da RAIS, os

anos de 2002 e 2003 não estão incluídos, devido à dificuldade de compatibilizar a CBO

versão 2002 com a versão de 1992. Após estes ajustes, os totais médios contabilizados para o

período mais recente foram de 3,6 milhões de trabalhadores na PNAD e 6,4 milhões de

vínculos na RAIS (média dos últimos anos).

A classificação de ocupação da PNAD não é idêntica a CBO adotada pela RAIS.

Assim, a metodologia deste artigo fez uso do grande grupo de ocupação da CBO, que tem

precisão de um dígito. Ainda assim, no caso dos militares, foi feita uma compatibilização na

PNAD juntando os códigos referentes a diversas ocupações dos militares (Forças Armadas,

Polícia Militar, Bombeiros Militares) em um único código de forma a compatibilizar este

grupo com a CBO adotada pela RAIS.

Após estes procedimentos de compatibilização tornou-se possível criar um sistema

único que fez a leitura das bases de dados criadas para gerar estatísticas por classes de renda,

percentuais por sexo e ocupação e cálculo de índices de dissimilaridade. A geração destas

estatísticas está condicionada a passagem dos parâmetros: i) ano; ii) identificação da pesquisa;

e iii) tipo de setor, privado ou público. A seguir estão descritos alguns procedimentos e

medidas estatísticas adotadas pelo sistema.

A partir das rendas auferidas na PNAD, dada pela variável rendimento mensal no

trabalho principal da semana de referência, e pela variável remuneração média dos postos de

trabalho na RAIS, foram criadas 35 classes de salários mínimos distribuídas

proporcionalmente em separado para os homens e para as mulheres. A primeira classe inclui

ganhos entre 0 e 1, as classes subsequentes têm intervalos de meio salário mínimo e a classe

final inclui os trabalhadores com 18 salários mínimos ou mais. A divisão em classes de meio

salário mínimo favorece medir as dissimilaridades da maior parte dos trabalhadores do Estado

do Rio de Janeiro que recebem em sua maioria menos que 13,2 salários mínimos (figura 1).

Como em outros estudos sobre o tema aqui tratado (ARAÚJO e RIBEIRO, 2002; VAZ

e HOFFMANN, 2011), foi utilizado o índice de dissimilaridade de Duncan e Duncan (ID)

para medir a segregação ocupacional dividida em duas dimensões, a vertical (hierárquica) e a

horizontal (separação), e através de uma adaptação matemática descrita na próxima seção,

estas duas medidas foram representadas na fórmula de Euler1, o que permitiu quantificar um

valor mínimo (de zero) e um máximo (de ) para a segregação total. O ID como medida de

1 = cosseno(x) + i seno(x)).

7

segregação é comumente usado para medir o grau de dissimilaridade da distribuição de cada

sexo em categorias profissionais e, diferentemente, neste trabalho foi usado para medir

também a dissimilaridade salarial e estendido para medir o percentual de segregação total.

A expressão que descreve o ID é descrita abaixo (1) onde fi é a quantidade de mulheres

na classe/categoria profissional i; F é a quantidade total de mulheres na população de estudo;

mi é a quantidade de homens na categoria i; M é a quantidade total de homens na população

de estudo. Os valores do índice variam entre 0 (zero), quando há ausência de diferenças entre

as distribuições de cada sexo por grupos ocupacionais ou classes de rendimento, e 1, quando a

dissimilaridade é máxima. O valor do ID sugere o percentual de mulheres ou de homens que

devem ser deslocados para tornar a distribuição ocupacional ou salarial menos desigual entre

os sexos.

n

i

ii

M

m

F

fID

121

(1)

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, com o objetivo de comparar as duas bases de dados, os registros

referentes aos trabalhadores (PNAD) e aos postos de trabalho (RAIS) do Estado do Rio de

Janeiro de 2011 a 2013 foram desagregados por sexo. Em seguida, fez-se uma distribuição

percentual em classes de renda salarial, usando para isto as categorias de classes de renda

econômica utilizada por Neri (2012). A desagregação por classes salariais permitiu identificar

qual o intervalo de renda que inclui a maior parte dos trabalhadores do referido estado e, além

disto, que as duas bases de dados possuem distribuições parecidas para ambos os sexos.

Os dados da figura 1 são referentes aos valores médios de salário do período de 2011 a

2013 para os trabalhadores formais do Estado do Rio de Janeiro. Os percentuais (com a

indicação do número de trabalhadores) por sexo e classes permitem ter uma avaliação inicial

da dissimilaridade salarial presente neste Estado. As classes E, D, C, B e A, nesta formação,

estão em ordem crescente de salários mínimos, onde a classe E (de 0 a 2 salários mínimos) é a

classe modal para o percentual de trabalhadores dos sexos masculino e feminino.

O percentual de mulheres supera o de homens somente na classe E, justamente na

classe de renda mais baixa, evidenciando que mais mulheres do que homens concentram-se

em trabalhos de menor prestígio e remuneração. Fato este anteriormente verificado por Araújo

e Ribeiro (2002), Gauchat et al. (2012), Stockdale e Nadler (2013). Nesta classe, há

dissimilaridade salarial desfavorável às mulheres. As classes C (com 20,0% de trabalhadores),

8

B e A (com 2,0% de trabalhadores) em conjunto detêm de 67,0% a 69,0% da massa salarial

total gerada no mercado formal do Estado do Rio de Janeiro. A situação descrita indica que

um percentual menor de trabalhadores fica com um maior percentual da massa salarial

auferida no Estado. Da mesma forma, as duas pesquisas indicam uma menor quantidade de

trabalhadores (classes C, B, A) detendo a maior parte da massa salarial, o que denota

concentração de renda.

Do que pode ser observado no gráfico da figura 1, os valores percentuais e absolutos

apurados nas duas pesquisas (PNAD e RAIS) indicam algum nível de similaridade na

distribuição de renda e nas diferenças entre os sexos por classes salariais (figura 1). Assim, é

possível dizer inicialmente que a RAIS e a PNAD incluem resultados sobre o mercado formal

do Estado do Rio de Janeiro que convergem numa mesma direção.

Figura 1- Percentual de trabalhadores e de postos de trabalho (com números absolutos por mil

trabalhadores) por sexo e classes de renda - Rio de Janeiro/2011 a 2013.

1.164

486 480

26 34

904

218

301

10 11

2.062

812 841

56 106

1.724

352

479

27 36

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

55%

60%

65%

70%

E D C B A

Per

cen

tual

de

trab

alh

ado

res

Classes de renda salariais

Homem - PNAD Mulher - PNAD

Homem - RAIS Mulher - RAIS

Fonte: IBGE-PNAD (2014), MTE-RAIS (2014).

Na figura 2, mostramos a segregação ocupacional (eixo horizontal) e a desigualdade

salarial (eixo vertical) observadas para o Estado do Rio de Janeiro no período de 2011 a 2013

com base nos dados da PNAD e da RAIS. As ocupações estão representadas nos grupos de 0

a 9 da CBO. O eixo horizontal, com o percentual de mulheres por ocupação, está associado às

dissimilaridades ocupacionais. O eixo vertical, com a razão salarial entre mulher e homem

9

(rm/h), está associado às desigualdades salariais (e hierárquicas). A composição destas duas

dimensões (horizontal, vertical), segundo Blackburn (2012), representa a segregação

ocupacional de gênero como um todo.

Nesta mesma figura 2, o eixo horizontal inclui 7 níveis, formando cinco classes de

dissimilaridade a partir do que Kanter (1977) sugere: i) o uniforme-distorcido de [0%;15%]

inclui ocupações onde a presença da mulher pode variar entre raramente encontrada a uma

minoria simbólica, devido à presença dominante de homens; ii) distorcido-inclinado de

[15%;35%] inclui ocupações que a presença da mulher começa adquirir importância e torna-

se menos incomum; iii) equilibrado de [40%;60%] inclui ocupações nas quais as proporções

de homens e mulheres fica entre 40% e 60%; iv) enviesado-disforme de [65%;85%] inclui

ocupações que a mulher é a maioria e a presença de homens é menos incomum; v) disforme-

típico de [85%;100%] sugere ocupações que a presença de homens é considerada incomum ou

até rara e a presença de mulheres, típica. Estes percentuais indicam que as dissimilaridades

ocupacionais tornam-se maiores afastando-se da região de equilíbrio e, com isso, segundo

Kanter (1977), aumenta a chance de ocorrer algum tipo de segregação por razões de

esteriotipação de gênero no grupo de trabalho (ocupação).

Nessa análise utilizamos 10 grupos de ocupação, tal como estabelecido na CBO, que

são as seguintes: 0 – membros das forças armadas, policiais, bombeiros e militares; 1 –

membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de

empresas, gerente; 2 – profissionais das ciências e das artes; 3 – técnicos de nível médio; 4 –

trabalhadores de serviços administrativos; 5 – trabalhadores dos serviços, vendedores do

comércio em lojas e mercados; 6 – trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca; 7 e 8 –

trabalhadores da produção de bens e serviços industriais; 9 – trabalhadores em serviços de

reparação e manutenção.

Considerando a distribuição dos trabalhadores por sexo em cada categoria

ocupacional, observamos que os grupos de ocupações 2, 3, 4, 5 e 7 são os mais frequentes em

ambas as fontes de dados selecionadas (figura 2): grupo 2 - dos profissionais das ciências e

das artes (engenharia, informática, professor, contador, médico e enfermeiro); grupo 3 - dos

técnicos de nível médio (auxiliar de enfermagem e professor); grupo 4 - dos serviços

administrativos (escriturários e atendimento ao público); 5- serviços, vendedores e mercados;

e grupo 7 – da produção industrial (industrial extrativa e construção civil). As componentes

verticais destes cinco grupos nos dois setores indicam que as mulheres estão com menores

salários do que os homens.

10

Figura 2 – Situação da segregação ocupacional de gênero no trabalho formal, separada em dois eixos, vertical (razão de salários de mulheres e homens) e horizontal (percentual de mulheres por ocupação) - Rio de Janeiro 2011-2013.

0,00,10,20,30,40,50,60,70,80,91,01,11,21,31,41,51,61,71,81,92,02,12,22,32,42,52,62,72,82,93,0

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Se

gre

ga

çã

o v

ert

ica

l-S

alá

rio

da

Mu

lhe

r /

Sa

lário

d

o H

om

em

Segregação horizontal- Percentual de mulher por ocupação

PNAD - Privado PNAD - Público RAIS - Privado RAIS - Público

Disto

rcido

6

9

78 1

35

2

4

Un

iform

e Equ

ilib

rad

o

Envi

esa

do

Típ

ico

0 9

5

423

1

8

6

9

7

8

Inclin

ado

1

5

3

2

4

0

6

9

4

1

85 2

3

Dis

form

e

Equ

ilibrad

o7

7

6

Fonte: IBGE-PNAD (2014), MTE-RAIS (2014).

A classe enviesada-disforme não possui ocupações do setor privado e inclui dois

grupos do setor público (figura 2): o grupo 2 dos profissionais das ciências e das artes

(professor com nível superior no ensino médio e fundamental; enfermeiro); e o grupo 3 dos

técnicos de nível médio. O maior percentual de mulheres alocados nestes grupos do setor

público pode estar associado à estrutura ocupacional oferecida, com quantidade de vínculos

por profissões diferentes em relação ao setor privado.

A classe equilibrada inclui 3 grupos do setor privado (2 ,3 e 5) e 4 grupos do setor

público (1, 4, 5 , 8 e 9) (figura 2). A convergência de resultados em relação às duas fontes de

dados pode ser mais facilmente notada nos grupos de ocupações 2 e 5, onde as frequências de

trabalhadores são maiores. Além disto, a presença simultânea dos setores privado e público

nesta classe ocorre somente no grupo 5, o mais frequente.

A classe uniforme-distorcida inclui os grupos 0, 6 e 7 do setor público e os grupos 6,

7, 8 e 9 do setor privado (figura 2). No grupo 0, referente aos militares (Policial Militar,

Forças Armadas e Bombeiros Militares), as desigualdades salariais indicam a possibilidade da

mulher ocupar posição hierárquica equivalente ou até superior à do homem. Os grupos 6 e 7

do setor público indicam percentuais bem distintos entre RAIS e PNAD. O grupo 7 do setor

11

privado, referente à produção industrial (indústria extrativa e construção civil), o salário da

mulher está notoriamente abaixo do salário do homem no cálculo feito a partir da RAIS.

Os resultados até aqui analisados sugerem que estas duas fontes de dados se

complementam, no sentido de que os registros da PNAD ao serem desagregados em 10

grupos de ocupações por sexo e setor se tornam parcos principalmente nas ocupações menos

frequentes do setor público. As diferenças existentes na figura 2 entre as ocupações de mesmo

código e fontes de dados diferentes podem estar vinculados às diferenças metodológicas das

duas fontes de dados selecionadas.

O gráfico da figura 3 apresenta as seguintes informações: as fontes (PNAD e RAIS),

setores privado e público, a evolução de 2004 a 2013, número de salários mínimos para

mulheres e homens, a razão do salário das mulheres em relação ao dos homens e a proporção

do salário em relação à média estadual. Além disso, a figura 3 inclui as componentes de

segregação horizontal e vertical calculadas pelo índice de dissimilaridade de Duncan &

Duncan (1955) para o Estado do Rio de Janeiro de 2002 a 2004 e 2011 a 2013. A componente

horizontal (x) inclui o índice de dissimilaridade de gênero referente à ocupação e a

componente vertical (y), ortogonal a horizontal, se refere à dissimilaridade hierárquica

(salarial). Os trabalhadores foram agrupados em classes de salários mínimos {1ª (0,0; 1,0); 2ª

[1,0; 1,5); 3ª de [1,5; 2,0);...; 34ª [17,5; 18,0) e 35ª [18; ∞)} para o processo de cálculo da

dissimilaridade salarial, eixo vertical.

A segregação total (S) pode ser formada pela composição de x e y, aqui representada

pela equação (x+h, y). Segundo a fórmula de Euler, esta composição pode ser reescrita na

forma : onde = ; 0 ; ; 0o o e; é

uma unidade imaginária da dissimilaridade hierárquica. Esta forma de representação facilita

descrever o valor absoluto da segregação total ( ) sem perder os valores das componentes de

dissimilaridade [x=cosseno( ) e y=seno( )].

A figura 3 permite verificar para o setor privado que os valores absolutos das

segregações totais, calculados a partir das duas fontes de dados, estão próximos e aumentaram

de 32%. para 39% ( %). As dissimilaridades ocupacionais e salariais

de sexo no período mais recente são respectivamente 33% (39%.cosseno( )) e 21%

(39%.seno( )). A presença dominante do homem em ocupações da indústria extrativa

(petróleo) e da construção civil, conforme visto no gráfico 2, pode ter colaborado para este

aumento.

12

As dissimilaridades hierárquicas no setor público têm valores próximos entre as duas

fontes de dados (6 e 8) somente no período mais recente da figura 3. A partir dos dados da

PNAD é possível verificar a diminuição da segregação nas duas dimensões. De modo oposto,

os dados de vínculos de trabalho da RAIS não apresentam esta diminuição (7 e 8) – de fato, a

dissimilaridade aumenta nas duas dimensões. Com isto, ainda é possível sugerir que as

dissimilaridades de gênero do setor público precisam diminuir nas suas duas dimensões, pois

existem ocupações fortemente dominadas por homens (militares) e em outras, apesar de a

mulher ser a maioria (educação), o homem ocupa posições hierárquicas superiores às da

mulher.

Figura 3 – Situação da segregação no trabalho formal entre sexo, eixo vertical (Duncan de grupos salariais {[0;1 salário mínimo), [1; 1,5),..., [31; 31,5),[31,5; ∞)} e eixo horizontal

(Duncan por ocupação) - Rio de Janeiro, 2004-2005 e 2011-2013. Fonte: IBGE-PNAD (2014), MTE-RAIS (2014).

O perfil do mercado de trabalho formal do Estado do Rio de Janeiro tem sido de nítida

segregação de sexo nos setores privado e público (figura 3). As componentes hierárquicas e

13

ocupacionais de dissimilaridades de sexo do setor privado correspondem respectivamente a

155% e a 92% das mesmas componentes do setor público. As médias salarias dos dois setores

indicam melhores salários para os homens e para os trabalhadores do setor público. A adoção

de políticas públicas de diminuição da segregação precisa considerar a resultante destas duas

componentes, que necessita diminuir próximo de 27% [ ] no setor privado e

27% [ ] no setor público.

4- CONCLUSÃO

A partir dos dados da PNAD e da RAIS referente ao Estado do Rio de Janeiro de 2011

a 2013 foi possível verificar que alguns resultados destas duas fontes de dados do mercado

formal fornecem interpretações que convergem numa mesma direção, em concordância com

outros estudos já realizados (ARAÚJO e RIBEIRO, 2002; VAZ e HOFFMANN, 2011; UFRJ,

2012).

Os percentuais de mulheres estão maiores do que os percentuais de homens somente

na classe modal de trabalhadores, entre 0 e 2 salários-mínimos, o que sugere uma

considerável dissimilaridade hierárquica desfavorável às mulheres, encontradas a partir destas

duas fontes de dados. Corroborando com este resultado, a pesquisa realizada pela UFRJ

(2012) indica que a variável salário tem resultados compatíveis para a distribuição da média

salarial por cor/raça e sexo nos estados brasileiros, apesar do salário médio auferido na RAIS

se mais elevado que na PNAD.

As mulheres recebem em geral menores salários do que os homens nos setores privado

e público. Conforme (HIRATA e KERGOAT, 2007; DEGRAFF e ANKER, 2004), isto

ocorre por que a mulher está geralmente concentrada em ocupações historicamente

desvalorizadas, com menores salários. Assim, mesmo nos grupos de ocupações do setor

público onde a mulher tem a maioria, como no grupo 2 referente à educação e saúde e no

grupo 3, referente ao auxiliar de enfermagem e professor, o salário médio do homem está

maior do que o da mulher. Neste sentido, em conformidade com o estudo de autores Pinheiro

e Sugahara (2001) sobre os funcionários públicos estatutários (municipal, estadual e federal),

a remuneração média da mulher está inferior a do homem.

No grupo 7 do setor privado, referentes à indústria extrativa e construção civil, a

situação da mulher está mais desfavorável ainda, existe uma maioria típica de homens (entre

90% e 100%) e uma situação de desvantagem salarial nítida para a mulher. Neste tipo de

situação, Kanter (1977) afirma que os homens são os dominantes e a presença do sexo oposto,

nesse caso a mulher, tem grande chance de ser estereotipada como um símbolo.

14

As duas fontes de dados selecionadas indicam que, num espaço de 10 anos, o setor

privado teve elevação em torno de 7% na segregação total de gênero, devido ao aumento da

dissimilaridade hierárquica (salário) e da ocupacional. De modo diferente, a mesma avaliação

feita para o setor público indicou divergência, com diminuição da segregação total para as

pessoas ocupadas usando a PNAD, e aumento da segregação total para os vínculos de

trabalho, usando os dados da RAIS.

O mercado de trabalho formal do estado do Rio de Janeiro de 2011 a 2013 inclui

desigualdades salariais e ocupacionais nítidas nos setores privado e público: i) o setor privado

tem tido remunerações médias menores do que a do setor público; ii) a distribuição salarial

por sexo está mais concentrada (abaixo da média do Estado) no setor privado do que no setor

público; iii) a posição hierárquica do homem no trabalho é geralmente superior a da mulher;

iv) a dinâmica de novas vagas de emprego (nos setores privado e público) pode estar

favorecendo mais um sexo do que outro, uma vez que existem ocupações (profissões) típicas

para o homem e outras para a mulher. Assim, não se pode ignorar que o referido Estado

necessita de políticas públicas para reduzir a desigualdade de gênero, sem deixar de

considerar que existem diferenças entre a estrutura ocupacional (número de empregos por

ocupação) do setor privado e a do setor público.

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16

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