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Dissertação de Mestrado Riqueza e composição de espécies em comunidades de girinos em lagoas permanentes e temporárias e comparação entre metodologias de identificação dessas formas de vida Ceres Olívia Leão Ouro Preto, setembro de 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIODIVERSIDADE, EVOLUÇÃO E MEIO AMBIENTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DE BIOMAS TROPICAIS

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Dissertação de Mestrado

Riqueza e composição de espécies em comunidades de girinos em lagoas

permanentes e temporárias e comparação entre metodologias de

identificação dessas formas de vida

Ceres Olívia Leão

Ouro Preto, setembro de 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE BIODIVERSIDADE, EVOLUÇÃO E MEIO AMBIENTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DE

BIOMAS TROPICAIS

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Riqueza e composição de espécies em comunidades de girinos em lagoas

permanentes e temporárias e comparação entre metodologias de

identificação dessas formas de vida

Autora: Ceres Olívia Leão

Orientação: Prof.ª Dra. Maria Rita Silvério Pires

Coorientação: Prof. Dr. Danon Clemes Cardoso

Coorientação: Prof.ª Dra. Eneida Maria Eskinazi Sant‟anna

Ouro Preto, setembro de 2017

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-Graduação

em Ecologia de Biomas

Tropicais, do Instituto de

Ciências Exatas e Biológicas

da Universidade Federal de

Ouro Preto, como parte dos

requisitos para obtenção do

título de Mestre em Ecologia.

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AGRADECIMENTOS

Com toda certeza alguns poucos fios me seguraram e fizeram-me seguir em

frente nessa saga! Cada fio significa uma pessoa maravilhosa que me

acompanhou durante este tempo.

Agradeço à minha mãe, exemplo de mulher forte que, além de me aguentar a

vida inteira, sempre me apoiou e me ensinou a engolir o choro e tocar a vida.

Agradeço à professora Maria Rita pelas oportunidades, pelos ensinamentos,

parceria durante todos esses anos, pela paciência, bom humor e amizade!

Agradeço imensamente aos meus coorientadores, Danon e Eneida.

Principalmente ao Danon que chegou ao final, mas fez acontecer este trabalho.

Muito obrigada!

Aos funcionários do setor de transporte da UFOP, que nunca deixou de nos

atender, mesmo tendo que enfrentar chuvas e atoleiros. Em especial ao

querido Reinaldo, que além de motorista, nos apresentou várias lagoas, dava

dicas de campo, e ainda era o melhor „caçador de girinos‟ da equipe.

Ao Alberto do IEF, por ter nos ajudado com as lagoas e informações das

localidades.

Ao Tiago Pezzuti e a Dani Fonseca da UFMG, que me ajudaram demais a

conhecer esse mundo novo dos girinólogos.

Ao Dr. Gunther Köhler, do Instituto de Pesquisa Senckenberg, pelo

sequenciamento das amostras.

Às IC‟s lindas Shay, Débora e Gabi pela animação, interesse e compromisso

em ajudar no que foi preciso.

Ao Cláudio, pelas ajudas em campo e análises estatísticas. Aos demais

colegas de laboratório, à Paula Maria por ter abraçado o LZV com seu

maravilhoso e essencial trabalho, e por ter se tornado uma grande amiga!

Aos amigos queridos! Aos companheiros de casa, em especial Alice, Virgínia e

Cortiço!

À UFOP e ao programa de pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais.

Ao Rubens maravilhoso, sempre solícito, ajudando em todas as burocracias.

E aos membros da banca pela disponibilidade, leitura e considerações.

Obrigada!

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ÍNDICE

RESUMO ..................................................................................................................................... 3

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4

METODOLOGIA ......................................................................................................................... 7

Sítios amostrais .............................................................................................................. 7

Lagoas permanentes ......................................................................................................... 7

Lagoas temporárias: .......................................................................................................... 8

Métodos de coleta ........................................................................................................ 10

Métodos de Identificação de espécies e validação taxonômica ........................... 10

RESULTADOS ......................................................................................................................... 13

I - Estudo da comunidade de girinos em lagoas permanentes e temporárias............ 13

Riqueza e composição de espécies .......................................................................... 13

Guildas tróficas em comunidades de girinos ........................................................... 15

II- Validação taxonômica ..................................................................................................... 15

Identificação com base em morfologia ...................................................................... 15

Identificação por análise de similaridade molecular ............................................... 16

Análise de divergência intraespecífica ...................................................................... 20

DISCUSSÃO ............................................................................................................................. 22

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 25

Anexo 1: Lagoas localizadas no Quadrilátero Ferrífero, onde foram realizadas coletas

de girinos para estudo de identificação taxonômica e composição de comunidades. .. 32

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Lista de tabelas

Tabela 1. Composição de espécies de anuros, coletados durante fase larval, em lagoas

temporárias e permanentes, na porção sul da Cadeia do Espinhaço. ............................... 14

Tabela 2. Comparação entre as identificações de girinos por meio de morfologia com as

obtidas por análise de similaridade molecular.. ................................................................. 18

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Lista de figuras

Figura 1. Padrão de distribuição de guildas entre lagoas permanentes e temporárias em

comunidades de girinos ao sul da Cadeia do Espinhaço................................................... 15

Figura 2. Espécimes de girinos coletados em lagoas na porção sul da Cadeia do

Espinhaço, para os quais não foi possível a identificação por meio de chaves taxonômicas

baseadas em morfologia.. .................................................................................................. 16

Figura 3. Representação gráfica das distâncias genéticas, obtidas pela análise do gene

16S, para girinos coletados em lagoas localizadas na porção sul da Cadeia do Espinhaço.

........................................................................................................................................... 19

Figura 4. Indivíduos agrupados pela análise de divergência intraespecífica.. .................. 20

Figura 5. Indivíduos que apresentaram valor de divergência nucleotídica maior que o

valor limiar intraespecífico.. ............................................................................................... 21

Figura 6. Indivíduos identificados como Scinax fuscovarius pela análise de similaridade

molecular. .......................................................................................................................... 21

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RESUMO

A documentação do declínio de populações de anfíbios vem crescendo e muitas espécies

foram e estão sendo extintas antes de serem conhecidas. O estudo das formas larvais de

anuros acrescenta informações sobre distribuição geográfica e biologia para muitas

espécies. Contudo, são frequentes os problemas de identificação para essa fase. O

presente trabalho teve como objetivos fazer um levantamento da anurofauna de lagoas

montanas, e comparar o uso de metodologias de identificações dos espécimes na fase

larval. Para tanto, foram realizadas coletas em dez lagoas temporárias e permanentes,

entre os meses de novembro de 2016 e fevereiro de 2017. Para as identificações dos

espécimes utilizaram-se três métodos, chaves taxonômicas baseadas em morfologia

externa, análise de similaridade molecular, e DNA Barcode, usando o marcador molecular

16S. Os girinos coletados foram agrupados em 90 lotes, correspondentes a cada

morfotipo de cada localidade, em cada evento de coleta. Dentre os 90 lotes foram

encontrados 33 morfotipos, posteriormente identificados. Foram registradas 17 espécies

de anuros, pertencentes a cinco famílias. Para guildas bentônicas, 9 espécies foram

coletadas e 6 foram registradas exclusivamente em lagoas permanentes. De 8 espécies

nectônicas encontradas, quatro foram registradas exclusivamente em lagoas temporárias.

As identificações por meio de chave taxonômica resultaram em 15 espécies, sendo que 6

indivíduos não puderam ser identificados com segurança. Vinte e nove amostras foram

sequenciadas e, as análises por similaridade molecular indicaram 15 espécies, sendo

que, 13 confirmaram as identificações por morfologia, e 10 foram atribuídas a outro táxon.

O DNA Barcode indicou a existência de 16 espécies entre as amostras. O estudo apontou

e discutiu possíveis inconsistências para métodos de identificação de girinos. O DNA

Barcode acrescentou informações sobre a biodiversidade local. Dessa forma, reforçamos

a importância da taxonomia integrativa para fornecer informações mais consistentes para

avaliarmos as espécies e contribuirmos para estudos de conservação.

Palavras-chave: Identificação de girinos, 16S, DNA Barcode, taxonomia integrativa.

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INTRODUÇÃO

A documentação do declínio de populações de anfíbios e o aumento do número de

espécies em categorias de risco vêm crescendo nas últimas décadas (Stuart et al., 2004;

IUCN, 2017). Estima-se que muitas espécies foram e estão sendo extintas antes de

serem conhecidas, principalmente nos trópicos, onde a diversidade é alta e as

informações são escassas para muitos grupos (Stuart et al., 2008). Uma espécie com

ampla distribuição, por exemplo, que apresenta variações populacionais, pode

representar, na verdade, um complexo de espécies crípticas (Hebert, 2004a). Dessa

forma, a diversidade real pode estar sendo subestimada e, muitas espécies

negligenciadas, não sendo adotadas medidas conservacionistas quando elas são

necessárias (Collen et al., 2009; Köhler et al., 2005) e obscurecendo padrões históricos,

biogeográficos e filogenéticos (e. g,: Vacher et al., 2017).

Ainda existem lacunas quanto ao conhecimento da taxonomia e ecologia de muitos

táxons de anfíbios anuros. No Brasil, por exemplo, mais de 14% das espécies de anfíbios

descritas até o momento são classificadas na categoria „Dados Insuficientes‟ (ICMBio,

2014; Segalla et al., 2016). Nesse cenário, é possível também que existam espécies

desconhecidas devido a identificações taxonômicas equivocadas e dificuldades de

delimitações de espécies amplamente distribuídas.

A maioria das espécies de anuros apresenta modo reprodutivo com girinos

exotróficos, ou seja, dependem exclusivamente do corpo d‟água até sua completa

metamorfose (Duellman & Trueb 1994). Sendo assim, diversas variáveis desses

ambientes tem efeito direto na riqueza de espécies que os colonizam, tais como, a

complexidade estrutural do ambiente (Altig & McDiarmid 1999), a presença de predadores

(Buskirk & Yurewicz 1998) e as características físicas e químicas da água, pois exercem

influência sobre o desenvolvimento e a sobrevivência dos girinos (Babbitt 2005; Both et al.

2009). Além disso, a quantidade de vegetação influencia a ocorrência de girinos com

modos alimentares diferenciados, ou guildas tróficas (Rossa-Feres et al. 2004) e o

hidroperíodo, ou seja, o risco de dessecação em ambientes temporários, acelera o tempo

de desenvolvimento das larvas (Crump 1989; Buskirk & Yurewicz 1998).

Registros de espécies de anfíbios anuros são realizados, em sua maioria, por meio

de coletas e acompanhamentos de machos adultos que vocalizam no período reprodutivo.

No entanto, dificuldades de acesso aos nichos de vocalização, ou períodos reprodutivos

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explosivos, podem tornar as amostragens insuficientes (Madalozzo et al., 2017),

contribuindo para a inflação de espécies em categoria de dados deficientes. Dessa forma,

o estudo das formas larvais constitui uma alternativa para a complementação das

informações sobre distribuição geográfica e biologia para muitas espécies. Os girinos

permanecem no ambiente aquático por um período longo, são numerosos, em geral, e

fácil de serem coletados. O estudo dessa fase da vida dos anuros amplia as

possibilidades para compreender as variáveis que influenciam a ecologia das espécies e

padrões de ocorrência (Altig & McDiarmid, 1999).

McDiarmid e Altig (1999) concentraram esforços para levantar as principais

informações sobre ecologia, morfologia, fisiologia e comportamento exclusivos da fase

larval dos anuros. Esses autores ressaltam que o aumento das pesquisas relativas à

diversidade de girinos vem acompanhado dos problemas de identificação de espécies

nessa fase. Esses problemas são decorrentes de publicações de descrições pouco

detalhadas, espécimes mal armazenados em coleções, poucos pesquisadores na área e

a alta plasticidade fenotípica apresentada por muitas espécies (e.g.: Relyea & Auld,

2005). Além disso, a falta de uniformidade dos termos utilizados para caracterizar os

girinos é também um fator que dificulta o trabalho comparativo (Altig, 2007).

As dificuldades de identificação das larvas de anuros são reconhecidas desde os

primeiros trabalhos na década de 1950 (Orton, 1953). Apesar de grandes avanços

relativos à padronização da nomenclatura (e.g.: Altig, 2007), definição de fases (e.g.:

Gosner 1960) e uso de tecnologias modernas para descrições morfológicas (e. g.: Alcalde

et al., 2011), as referências ainda são escassas quando comparadas com a diversidade

de espécies conhecida a partir da fase adulta. Ou seja, é ainda muito difícil reunir

informações sobre girinos mesmo para regiões relativamente bem estudadas, como o

sudeste brasileiro (Andrade et al., 2007). Para a fauna brasileira, são disponíveis na

literatura três chaves taxonômicas para girinos (Hero, 1990; Rossa-Feres & Nomura,

2006; Machado & Maltchik, 2007) e duas dissertações sobre taxonomia das formas larvais

(Pezzuti, 2011; Gonçalves, 2014). Dentre essas referências, duas são focadas para a

fauna da região sudeste, Rossa-Feres & Nomura (2006) e Pezzuti (2011).

Descrições exclusivamente baseadas em dados morfológicos podem gerar

incertezas taxonômicas (Bueno-Silva, 2012) e a tendência atual aponta para um grande

número de trabalhos, nos quais são empregadas técnicas moleculares para esse fim

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(Inger et al., 2006; Vieites et al., 2009; Wiens et al., 2010; Thomé et al., 2012; Brusquetti

et al., 2014; Dias et al., 2017). Essa tendência é impulsionada pelo fato de que o uso

dessas técnicas vem se tornando mais acessível e, assim, elas vem sendo amplamente

utilizadas na sistemática e filogenia de anuros (Faivovich et al., 2005; de Sá, 2014; Pyron

& Wiens, 2011). A análise molecular facilita e acelera o processo de delimitação de

espécies (Köhler, 2007). Além disso, permite a identificação de entidades distintas muito

similares em áreas de ocorrência próximas, o que demandaria estudos ecológicos

detalhados e de longo prazo para serem detectadas (Herbert, 2004b).

Entre indivíduos de uma mesma espécie existe um limiar de conservação genética

maior do que entre indivíduos de espécies diferentes (Hebert, 2004b). Essa abordagem

incentivou o uso do sequenciamento genético como um código de barras, o DNA barcode,

para análises taxonômicas por meio da similaridade de sequências nucleotídicas (Hebert,

2003). O método de sequenciamento de fragmentos do DNA oferece boa resolução para

caracterizar geneticamente os indivíduos (Dang et al., 2015; Schulze et al., 2015;

Chambers & Hebert, 2016). O fragmento mais utilizado atualmente é o citocromo oxidase

I (COI). No entanto, devido às dificuldades de se encontrar os primers adequados para

diversos grupos, alguns marcadores alternativos são também utilizados (Coleman, 2009;

Vences et al., 2005a). Em anfíbios o gene 16S é o marcador molecular com maior

sucesso de amplificação e é amplamente utilizado para trabalhos taxonômicos e

filogenéticos (Frost et al., 2006; Faivovich et al., 2005), havendo uma maior quantidade de

dados disponíveis para comparações.

O presente trabalho teve dois objetivos distintos e complementares, que foram: (I)

analisar riqueza, composição e guildas tróficas em comunidades de girinos que ocupam

ambientes lacustres lênticos, permanentes e temporários; e, (II) considerando a

importância de integrar métodos taxonômicos para aproximar ao máximo da identificação

correta das espécies por meio de suas formas larvais, comparar as identificações dos

espécimes por meio dos três método mais utilizados, ou seja, o uso de chaves

taxonômicas baseadas em morfologia externa, a análise de similaridade molecular, e o

DNA Barcode, usando o marcador molecular 16S.

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METODOLOGIA

Sítios amostrais

As amostragens foram realizadas em dez lagoas, cinco temporárias e cinco

permanentes (Anexo 1), incluídas na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais,

extremo sul da Serra do Espinhaço. O Quadrilátero Ferrífero está inserido na transição

dos dois hotspots brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado (sensu Ab‟Saber, 1977). Essa

região abriga uma ampla gama de fitofisionomias e corpos d‟água, incluindo as

cabeceiras de importantes rios (Jacobi & Carmo, 2008).

Lagoas permanentes

Lagoa do Virgílio: Lagoa natural, localizada no distrito de Santa Rita, em Ouro

Preto - MG. A lagoa ocorre em uma área de vegetação preservada “ilhada” em meio às

inúmeras plantações de eucalipto, que é uma atividade econômica importante do distrito.

Não existem registros de estudos ecológicos anteriores nessa área.

Lagoa do Gorila: Lagoa natural, formada pela exposição do lençol freático.

Localizada entre os municípios de Ouro Preto e Ouro Branco (20º28‟11”S 43º36‟0”W).

A Lagoa do Gorila pode abrigar uma riqueza de espécies subestimada. Estudos já

realizados na lagoa encontraram 11 espécies de anfíbios (São Pedro & Feio, 2011), e 35

espécies de zooplâncton (Brito, 2016). Durante os trabalhos de campo encontramos

pequenos roedores que usavam as margens alagadas para se abrigarem, mas não

existem outros registros da fauna ou flora local.

Uma das margens da lagoa está localizada aos pés de uma das elevações da

Serra de Itatiaia, conhecida como “Gorila”. Nas outras margens, a lagoa está limitada pela

estrada que liga os municípios de Ouro Branco e Ouro Preto, por uma grande área de

erosões e, ainda, uma recente moradia foi construída em suas proximidades. Assim, a

lagoa sofre efeito de diferentes tipos de pressões que podem afetar negativamente a

biodiversidade do local.

Uma das formas de auxiliar a conservação da Lagoa do Gorila pode ser a

conclusão do Plano de Manejo e Zoneamento do Monumento Natural Estadual de Itatiaia

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que, provavelmente, incluirá a área como parte da zona de amortecimento da unidade de

conservação.

Lagoa do Tesoureiro: Lagoa natural, localizada no Parque Estadual do

Itacolomi/PEIT, município de Ouro Preto – MG.

A lagoa é formada pelo represamento das águas de um córrego. A jusante do

córrego existe mais dois represamentos, sendo que, um deles, está em uma das entradas

do PEIT, conhecida como “casa do Tesoureiro”.

Lagoa do Nonô: Lagoa artificial, localizada no distrito de Santa Rita, município de

Ouro Preto – MG. A lagoa fica em uma pequena propriedade particular e é usada para

uso de dessedentação animal.

Lagoa da Caveira: pequena lagoa natural formada na base de um afloramento

rochoso, adjacente a uma área de solo permanentemente encharcado. A lagoa está

localizada no município de Ouro Branco – MG, no entorno do Parque Estadual Serra do

Ouro Branco.

Lagoas temporárias:

Lagoa dos Coutos: Lagoa natural, localizada em uma área de afloramento

ferruginoso na Serra do Gandarela. A lagoa está situada no município de Barão de

Cocais-MG, e faz parte da Bacia do Rio Doce (19°59'6.54"S 43°33'4.75"W).

Por ser uma lagoa rasa, temporária, de altitude e ocorrer em campos ferruginosos,

a Lagoa dos Coutos é um ambiente raro e de potencial relevância para a biodiversidade

(Brito, 2016; Moreira et al., 2015). Em 2015, foi descoberta uma espécie de cladócero que

ocorria, até então, apenas no Cerrado brasileiro, sendo o terceiro registro da espécie no

país (Moreira et al., 2015). Apesar disso, os estudos nessa lagoa ainda são recentes e

escassos. Outro fator que faz da Lagoa dos Coutos um ambiente especial, é sua inserção

na Serra do Gandarela.

A Serra do Gandarela está entre duas importantes bacias de Minas Gerais, a Bacia

do Rio Doce/Rio Piracicaba e a do São Francisco/Rio das Velhas. A topografia e o tipo de

solo da serra permite a reserva de grande volume de água, o que transforma a região em

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um aquífero, sendo o manancial mais significativo para o abastecimento de água da

região metropolitana de BH (ICMBio, 2010).

Além da relevância hídrica, as paisagens de campo rupestre sobre cangas

ferruginosas abriga uma rica e endêmica biodiversidade e apresenta um potencial turístico

para a região (ICMBio, 2010). Recentemente, por força de ação popular foi proposta a

criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela e uma Reserva de Desenvolvimento

Sustentável, pelo ICMBio. No entanto, a criação do Parque foi dificultada por força de

interesses de exploração de grandes empresas de mineração.

O projeto inicial do Parque da Gandarela teve seu contorno redefinido por

influência de empresas mineradoras. Dessa forma, importantes áreas para a conservação

de recursos naturais ficaram fora da área de proteção da unidade. Um dos projetos de

mineração na região é a Mina Apolo, da Vale S.A. projetada para a retirada de minério de

uma extensa área da serra, onde está situada uma das duas maiores áreas de canga

ferruginosa e um complexo de lagoas naturais, entre elas, a Lagoa dos Coutos. Além da

lagoa, parte do Ribeirão da Prata também ficou fora dos limites de proteção do parque, o

que pode comprometer o abastecimento de água de milhares de pessoas da região.

Poça do Gorila: Poça natural, adjacente, mas não conectada, à lagoa do Gorila.

Localizada entre os municípios de Ouro Preto e Ouro Branco (20°27‟52.45”S

43°35‟25.64”W).

Poça da Caveira: Pequeno represamento natural da água da chuva na cavidade de

um afloramento rochoso. Localizada no município de Ouro Branco-MG. A região está

próxima dos limites do Parque Estadual da Serra do Ouro Branco.

Lagoa do Walace: Lagoa natural, localizada no distrito de Itatiaia, Ouro Branco -

MG em área particular, próxima à Cachoeira de Itatiaia. A região é protegida pelo

Monumento Natural Estadual de Itatiaia e a propriedade abriga uma pousada destinada

ao turismo ecológico. Estudos na lagoa podem incentivar ainda mais o turismo local e

gerar dados que justificam e confirmam a importância de conservação da área.

Lagoa Seca: Lagoa natural, localizada no Parque Estadual do Itacolomi, município

de Ouro Preto (20°25‟53.35”S 43°29‟12.70”W). Essa lagoa ocorre em meio à paisagem de

campo rupestre a uma altitude de aproximadamente 1600m, e abriga muitas espécies de

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anuros (Drummond et al., In press), além de uma fauna singular de invertebrados

aquáticos (Sant‟anna et al. 2011). É localidade tipo da espécie Physalaemus erythros,

classificada na categoria “Dados Insuficientes” pela Lista Vermelha de espécie

ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza – IUCN (Caramaschi,

2004). A lagoa também abriga outras espécies ameaçadas como Physalaemus

evangelistai, classificada como “Dados Insuficientes” pela IUCN (Nascimento et al., 2010),

e Pithecopus ayeaye classificada como “Criticamente em Perigo” pela IUCN (Caramaschi

et al., 2016).

Métodos de coleta

As coletas de dados foram realizadas entre os meses de novembro de 2016 e

fevereiro de 2017, na estação chuvosa. Os girinos foram coletados com puçás e peneiras,

no período diurno, pelo método de varredura (e.g.: Both, 2009). Os espécimes foram

agrupados em lotes por data, local e morfotipos, e, sacrificados com xilocaína. Cada

morfotipo foi fotografado, ainda vivo, para que as cores e os formatos fossem

documentados. Os demais indivíduos foram armazenados em formol 10% e tombados

como espécimes testemunho na coleção herpetológica do Laboratório de Zoologia dos

Vertebrados da Universidade Federal de Ouro Preto, LZV-UFOP.

Os espécimes foram identificados e classificados por guildas, considerando a

posição de forrageamento na coluna d‟água. As classificações foram baseadas em

literatura (Dias, 2008; Pezzuti, 2011).

Métodos de Identificação de espécies e validação taxonômica

Todos os girinos foram identificados por meio de características morfológicas, por

meio de chaves de identificação regionais (Rossa-Feres & Nomura 2006; Pezzuti 2011) e

com base em comparação com material de coleções científicas e descrições disponíveis

na literatura (Rossa-Feres & Jim, 1993; Pugliese & Bastos, 2001; Lourenço et al. 2010;

Pinheiro et al., 2012).

Os girinos coletados foram agrupados em lotes correspondentes a cada morfotipo

de cada localidade, em cada evento de coleta. Foram encontrados e, posteriormente

identificados, 33 morfotipos, distribuídos em 90 lotes.

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Dois ou três indivíduos de cada lote foram usados para extrair amostras para

análise molecular. Para tanto, foram retirados tecidos de membros em desenvolvimento,

da extremidade da cauda, ou, dependendo da fase, todo o indivíduo foi usado como

amostra. Esses procedimentos foram realizados em laboratório com material esterilizado

e os tecidos foram preservados em álcool 99%, seguindo método utilizado em Schulze et

al. (2015).

As análises moleculares foram realizadas com o gene 16S, que foi amplificado e

sequenciado em parceria com o Dr. Gunther Köhler, curador do setor de Herpetologia do

Instituto de Pesquisa Senckenberg, em Frankfurt, na Alemanha. Posteriormente, as

sequências geradas pelas amostras foram alinhadas utilizando o Muscle, pelo programa

Mega 7. A análise de similaridade molecular para identificação dos girinos foi realizada

em duas etapas: primeiramente utilizou-se o algoritmo BLASTN - versão 2.6.1(Altschul et

al., 1997), para encontrar similaridades entre as sequências obtidas (query) e as

depositadas no banco de dados do GenBank. As amostras foram também analisadas pela

abordagem do “código de barras do DNA” (DNA barcode), que agrupa as sequências

nucleotídicas, baseado em um limiar pré-definido para o grupo pesquisado, de acordo

com o grau de divergência intraespecífico.

Para os dados do GenBank usados para comparação, foram consideradas apenas

os pares de bases relativos ao fragmento 16S. Dentre os resultados encontrados pelo

BLAST, consideramos as sequências de maior similaridade, maior score, e também as

informações de localidade, para inferirmos a identificação mais assertiva para cada

espécie. A partir disso, calculamos a porcentagem de insucesso das identificações com

base em chaves taxonômicas comparando com os resultados de análise molecular,

considerando os espécimes que não conseguimos identificar ou que apresentou

resultados diferentes.

O grau de divergência entre as sequências, DNA Barcode, foi analisado pelo

programa ABGD (Automatic Barcoding Gap Discovering) (Puillandre et al., 2011),

considerando o limiar intraespecífico proposto por Vences e colaboradores (2005b), de

5%, e testado por outros autores para o grupo dos anfíbios (Batista et al., 2014; Grosjean

et al., 2015; Lyra et al., 2017). O ABGD divide um conjunto de dados de alinhamento de

sequências em espécies hipotéticas com base no gap do código de barras, que pode ser

observado sempre que a divergência entre os organismos pertencentes à mesma espécie

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é menor do que a divergência entre os organismos de espécies diferentes, a partir de um

limite pré-definido (Puillandre et al., 2011). Dessa forma pudemos identificar os espécimes

pertencentes a possíveis complexos de espécies, ou seja, aqueles cuja sequência

divergiu mais que o limiar quando comparadas com as possíveis conspecíficas.

Uma vez que não se objetivou inferir relações evolutivas entre as espécies

incluídas neste estudo, uma árvore filogenética foi construída apenas para visualizar

graficamente as distâncias genéticas das amostras e comparar os agrupamentos com as

filogenias publicadas. Uma árvore de distâncias neighbour-joining (Saitou & Nei, 1987) foi

criada usando o modelo de distâncias K2P (Kimura, 1980).

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RESULTADOS

I - Estudo da comunidade de girinos em lagoas permanentes e temporárias

Riqueza e composição de espécies

Os nomes atribuídos às espécies apresentadas no presente trabalho seguem as

identificações encontradas por similaridade molecular, conforme apresentado na tabela 1.

Foram registradas 17 espécies de anuros, pertencentes a cinco famílias: Leptodactylidae:

4 espécies; Hylidae: 10 espécies; Phyllomedusidae: 1 espécie; Microhylidae: 1 espécie;

Bufonidae; 1 espécie.

Nove espécies coletadas pertencem à guilda bentônica e 8 à guilda nectônica. Para

guildas bentônicas, 6 espécies foram registradas apenas em lagoas permanentes e

nenhuma foi registrada exclusivamente em ambiente temporário. Por outro lado, quatro

espécies nectônicas foram registradas exclusivamente em lagoas temporárias e apenas

uma foi encontrada apenas em lagoa permanente (Figura 1).

As lagoas com maior número de espécies foram Virgílio, Gorila Permanente e

Nonô, com 6 espécies cada; seguidas por Walace e Poça do Gorila, com 5 espécies

cada. A Lagoa dos Coutos apresentou uma riqueza de 4 espécies, Tesoureiro e Lagoa

Seca, 3 espécies, e Poça da Caveira e Lagoa da Caveira, 1 espécie cada. Seis espécies

foram encontradas em apenas um corpo d‟água, Rhinella rubescens, Bokermannohyla

circumdata, Dendropsophus seniculus, Hypsiboas polytaenius, Leptodactylus jolyi e

Pithecopus ayeaye. Physalaemus cuvieri foi a espécie com maior número de

observações, ocorrendo em 6 das 10 lagoas amostradas (Tabela 1).

Nos ambientes permanentes foram registradas 13 espécies e nos temporários, 10

espécies. Physalaemus cuvieri, Scinax fuscovarius, S. squalirostris, S. hayii, Hypsiboas

faber e Elachistocleis cesarii ocorreram nos dois tipos de lagoas. Rhinella rubescens,

Leptodactylus latrans, L. jolyi, Bokermannohyla circumdata, Hypsiboas albopunctatus, H.

polytaenius e Leptodactylus furnarius foram exclusivas de lagoas permanentes.

Pithecopus ayeaye e as três espécies do gênero Dendropsophus, D. elegans, D. minutus

e D. seniculus, foram registradas somente em lagoas temporárias (Tabela 1).

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Tabela 1. Composição de espécies de anuros, coletados durante fase larval, em lagoas temporárias e permanentes, na porção sul da Cadeia do Espinhaço. B: bentônica, N: nectônica.

Lagoas Permanentes Lagoas Temporárias

Famílias/ Espécies

Gu

ild

a

Vir

gíl

io

Go

rila

Teso

ure

iro

No

Caveir

a

Co

uto

s

Po

ça G

ori

la

Po

ça C

av

eir

a

Wala

ce

Sec

a

Bufonidae

Rhinella rubescens B x

Hylidae

Bokermannohyla circumdata B x

Dendropsophus elegans N x x

Dendropsophus minutus N x x

Dendropsophus seniculus N x

Hypsiboas albopunctatus B x x x

Hypsiboas faber B x x x x

Hypsiboas polytaenius B x

Scinax fuscovarius N x x x x

Scinax hayii N x x x

Scinax squalirostris N x x x

Leptodactylidae

Leptodactylus furnarius B x x

Leptodactylus jolyi B x

Leptodactylus latrans N x x

Physalaemus cuvieri B x x x x x x

Microhylidae

Elachistocleis cesarii B x x x x

Phyllomedusidae

Pithecopus ayeaye N x

Total 6 6 3 6 1 4 5 1 5 4

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Guildas tróficas em comunidades de girinos

II- Validação taxonômica

Identificação com base em morfologia

Os girinos coletados foram agrupados em 90 lotes e 33 morfotipos. As

identificações por meio de chave taxonômica resultaram em 17 espécies (Tabela 1). Os

lotes de P. ayeaye e E. cesarii foram identificados exclusivamente por morfologia pois as

características eram inequívocas e outras evidências, como avistamento dos adultos no

local de coleta, foram observadas.

Seis indivíduos não puderam ser identificados com segurança (Figura 2). O

indivíduo CL79, que foi identificado como Dendropsophus sp. com o uso da chave,

representa um lote com poucos espécimes, o que dificultou a caracterização de aspectos

como formato do corpo e narinas. Os indivíduos CL77 e CC40 foram identificados até

gênero, Physalaemus, os caracteres que dificultaram a identificação foram „posição de

abertura do espiráculo‟, „formato do focinho‟ e „padrão de manchas no corpo‟. Os demais

indivíduos foram identificados como Scinax, mas devido ao „formato do corpo‟, „formato da

nadadeira dorsal‟, „posição das narinas‟ e „coloração e padrão de manchas‟ pouco

evidentes, não foi possível concluir a identificação da espécie. Esses espécimes foram

identificados exclusivamente por meio de análise molecular, como Dendropsophus

seniculus, Physalaemus cuvieri, Physalaemus cuvieri, respectivamente, e as três Scinax

como Scinax fuscovarius (Figura 2).

Figura 1. Padrão de distribuição de guildas entre lagoas permanentes e temporárias em

comunidades de girinos ao sul da Cadeia do Espinhaço. As letras representam a: lagoas

permanentes, b: lagoas permanentes e temporárias, c: lagoas temporárias

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Indivíduo CL77 - Physalaemus cuvieri

Indivíduo CL79 - Dendropsophus seniculus

Indivíduo CL80 - Scinax fuscovarius

Indivíduo CL83 - Scinax fuscovarius

Indivíduo CC5 - Scinax fuscovarius

Indivíduo CC40 - Physalaemus cuvieri

Identificação por análise de similaridade molecular

Das 33 amostras, 29 puderam ser sequenciadas. O tamanho das sequências

variou de 543 a 620 pares de bases. A porcentagem mínima de similaridade entre as

sequências analisadas (sequências query) e as encontradas no banco de dados variou de

95 a 99%, apenas um resultado ficou abaixo desse valor, o individuo CC63. Para o

individuo CC10, só o gênero pôde ser identificado, pois a sequência do banco de dados

de maior similaridade com a amostra não apresentava identificação da espécie.

As identificações encontradas por meio de morfologia foram comparadas com

aquelas obtidas pelo BLAST a partir dos dados do GenBank (Tabela 1). Dentre as

identificações morfológicas de um total de 29 girinos, 13 foram confirmadas por meio do

BLAST. Dez identificações foram atribuídas a outro táxon (gênero ou espécie) e seis

foram identificados apenas pela análise molecular. Com isso, calculamos a proporção de

insucesso que a identificação por meio da chave apresentou em relação à análise

molecular, que foi de 16/29, ou, 55%.

Figura 2. Espécimes de girinos coletados em lagoas na porção sul da Cadeia do Espinhaço, para os quais

não foi possível a identificação por meio de chaves taxonômicas baseadas em morfologia. Identificações

por análise molecular.

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A árvore filogenética das sequências corroborou com as identificações (Figura 3).

Como esperado, devido à pequena representatividade para cada espécie, a árvore

apresenta uma grande politomia em sua base, mas todos os gêneros foram aninhados em

linhagens monofiléticas ou proximamente relacionadas. O gênero Bokermannohyla, para

o qual foi encontrado apenas um espécime, ficou mais proximamente relacionado com o

grupo das Hypsiboas em relação a outros gêneros. O indivíduo CC10, identificado como

Hypsiboas sp. foi relacionado com H. polytaenius (Figura 3).

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Tabela 2. Comparação entre as identificações de girinos por meio de morfologia com as obtidas por análise

de similaridade molecular. A porcentagem de similaridade e o score de cada análise são apresentados. (*)

Espécimes que mudaram de táxon.

Espécime Identificação por

Morfologia Identificação por

BLAST % Similaridade Score

CC27 Bokermannohyla

circumdata Bokermannohyla

circumdata 96 912

CC29 Dendropsophus minutus Dendropsophus minutus 98 844

CC42 Dendropsophus minutus Dendropsophus minutus 98 851

CL79 ? Dendropsophus

seniculus 98 981

CC30 Dendropsophus elegans Dendropsophus elegans 97 947

CC48* Hypsiboas polytaenius Hypsiboas

albopunctatus 99 865

CC11 Hypsiboas faber Hypsiboas faber 97 871

CC26 Hypsiboas faber Hypsiboas faber 98 903

CC58* Hypsiboas

albopunctatus Hypsiboas polytaenius 95 672

CC10* Hypsiboas lundii Hypsiboas sp. 97 919

CC16* Leptodactylus furnarius Leptodactylus jolyi 99 894

CC50 Leptodactylus latrans Leptodactylus latrans 98 948

CC13 Physalaemus cuvieri Physalaemus cuvieri 98 861

CC40 ? Physalaemus cuvieri 98 944

CL77 ? Physalaemus cuvieri 98 897

CC9 Rhinella rubescens Rhinella rubescens 99 1011

CC5 ? Scinax fuscovarius 99 946

CC28* Scinax perereca Scinax fuscovarius 99 975

CL80 ? Scinax fuscovarius 99 849

CL83 ? Scinax fuscovarius 99 887

CC52* Scinax perereca Scinax hayii 96 728

CC63* Scinax perereca Scinax hayii 91 694

CC12* Scinax carnevalli Scinax squalirostris 96 842

CT19* Dendropsophus

seniculus Dendropsophus elegans 97 919

CT28 Scinax squalirostris Scinax squalirostris 96 925

CT15* Bokermannohyla aff.

circumdata Physalaemus cuvieri 99 987

CT27 Physalaemus cuvieri Physalaemus cuvieri 97 869

CT31 Dendropsophus minutus Dendropsophus minutus 98 975

CT33 Hypsiboas

albopunctatus Hypsiboas

albopunctatus 99 927

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Figura 3. Representação gráfica das distâncias genéticas, obtidas pela análise do gene 16S, para girinos

coletados em lagoas localizadas na porção sul da Cadeia do Espinhaço.

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Análise de divergência intraespecífica

A análise de divergência intraespecífica reuniu as amostras em 16 grupos, da seguinte

forma:

Grupo [ 1 ] n = 1: Bokermannohyla circumdata CC27

Grupo [ 2 ] n = 2: Dendropsophus elegans CT19; D. elegans CC30

Grupo [ 3 ] n = 3: Dendropsophus minutus CC29; D. minutus CC42; D. minutus CT31

Grupo [ 4 ] n = 1: Dendropsophus seniculus CL79

Grupo [ 5 ] n = 2: Hypsiboas albopunctatus CC48; H. albopunctatus CT33

Grupo [ 6 ] n = 2: Hypsiboas faber CC11; H. faber CC26

Grupo [ 7 ] n = 2: Hypsiboas polytaenius CC58; Hypsiboas sp. CC10

Grupo [ 8 ] n = 1: Leptodactylus jolyi CC16

Grupo [ 9 ] n = 1: Leptodactylus latrans CC50

Grupo [ 10 ] n = 5: Physalaemus cuvieri CC13; P. cuvieri CC40; P. cuvieri CL77; P. cuvieri

CT15; P. cuvieri CT27

Grupo [ 11 ] n = 1: Rhinella rubescens CC9

Grupo [ 12 ] n = 3: Scinax fuscovarius CC5; S. fuscovarius CL80; S. fuscovarius CL83

Grupo [ 13 ] n = 1: Scinax hayii CC52

Grupo [ 14 ] n = 1: Scinax hayii CC63

Grupo [ 15 ] n = 2: Scinax squalirostris CC12; S. squalirostris CT28

Grupo [ 16 ] n = 1: Scinax fuscovarius CC28

O individuo CC10, identificado como Hypsiboas sp. foi agrupado com H.

polytaenius, CC58, indicando que as diferenças entre as sequências desses dois

indivíduos não é suficiente para que possam ser considerados espécies diferentes (Figura

4).

Os indivíduos CC52 e CC63 (Figura 5) foram identificados como Scinax hayii pela

análise molecular, no entanto, o valor de divergência entre as sequências desses

Figura 4. Indivíduos agrupados pela análise de divergência intraespecífica. Indivíduo CC10 à esquerda, e

indivíduo CC58, à direita.

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indivíduos é maior que o limiar intraespecífico proposto para o grupo dos anfíbios, o que,

supostamente, indica que são indivíduos de espécies diferentes.

Para a espécie Scinax fuscovarius, quatro indivíduos foram analisados, e um deles

apresentou divergência suficiente para ser considerada uma espécie diferente dos demais

(Figura 6).

B A

C D

Figura 5. Indivíduos que apresentaram valor de divergência nucleotídica maior que o valor limiar

intraespecífico. Resultado diferente do encontrado pelo BLAST. Indivíduo CC52 à esquerda, e indivíduo

CC63 à direita.

Figura 6. Indivíduos identificados como Scinax fuscovarius pela análise de similaridade molecular.

O resultado da análise de divergência intraespecífica apresentou divergência para o espécime

CC28. Indivíduos A: CC5; B: CL80; C: CL83; D: CC28.

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DISCUSSÃO

O presente trabalho constata as dificuldades encontradas quando se objetiva o

estudo dos anuros durante a fase larval. Dentre os 33 morfotipos encontrados, 29 foram

identificados por 3 diferentes metodologias, sendo que, 13 resultados foram concordantes

para todas as metodologias utilizadas, e 16 apresentaram divergências quanto às

identificações.

A riqueza de espécies registrada na fase larval para as 10 lagoas estudadas

correspondeu a aproximadamente 16% do total estimado para toda Serra do Espinhaço,

comparando com o trabalho de Leite et al. 2008, que relatou a ocorrência de 105 espécies

para essa cordilheira. Dados disponíveis para Unidades de Conservação localizadas na

mesma região deste estudo, obtidos a partir do registro de formas adultas e contemplando

ambientes diversificados, confirmam que a região abriga uma alta biodiversidade de

anuros. Pirani et al. (2013) registraram 36 espécies para a FLOE-Uaimií, 24 espécies

foram encontradas no P.E. Itacolomi e 21 na E. E. Tripuí (Pedralli et al., 2001), 47 no P.E.

Serra do Ouro Branco (São Pedro & Feio, 2011) e 43 na RPPN Santuário do Caraça

(Canelas & Bertoluci, 2007).

A exclusividade de ocorrência de girinos de guildas bentônicas em ambientes

permanentes pode estar relacionada à presença de predadores, principalmente peixes,

que os impede de ocupar todos os níveis da coluna d´água. Assim como visto por Both et

al. (2009), o hidroperíodo dos corpos d‟água constitui um importante fator estruturador de

comunidades de girinos, sendo os bentônicos exclusivos de ambientes permanentes e os

nectônicos ocorreram em ambientes permanentes e semipermanentes.

O uso de chaves taxonômicas de identificação baseadas em morfologia externa é

uma metodologia visual simples que auxilia os trabalhos de amostragem de forma rápida,

sem depender de condições de laboratório e técnicas especializadas, nem sempre

disponíveis em estudos de levantamento de fauna. Entretanto, devido à subjetividade de

alguns caracteres (Altig & McDiarmid, 1999), sua utilização está condicionada ao grande

conhecimento morfológico e taxonômico do grupo por parte do pesquisador.

Como apontado por Altig (2007), o uso de medidas e termos não padronizados

dificulta o trabalho de comparação e confunde o reconhecimento de caracteres. Como

aconteceu com os indivíduos que foram identificados até gênero, por meio da análise

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morfológica, Dendropsophus (CL79), Physalaemus (CL77 e CC40) e Scinax (CC5, CL80

e CL83). Além disso, o fato de que a morfologia externa dos girinos pode variar com

fatores ambientais, como documentado por Relyea & Auld (2005), aumenta a

variabilidade morfológica entre conspecíficos, comprometendo a identificação. Esses

fatores podem explicar o índice de insucesso da identificação morfológica, de 55%,

quando comparado à identificação obtida por meio de similaridade molecular.

A análise molecular usada como ferramenta de identificação de espécies fornece

vantagens em termos de rapidez e eficiência (Blaxter, 2004) e o custo para realizar

sequenciamentos vem se tornando mais acessível atualmente (Köhler, 2007). No entanto,

o método apresenta limitações, principalmente em relação aos bancos de dados usados

para comparar as sequências (Tautz, 2002). Isso pode explicar os resultados encontrados

para os indivíduos CC10 e CC63. A máxima similaridade encontrada no banco dados

para o indivíduo CC10, foi com uma sequência identificada apenas até gênero, Hypsiboas

sp., ou seja, a limitação da identificação do dado depositado no GenBank impossibilitou a

identificação da espécie. Por outro lado, para o indivíduo CC63, a máxima similaridade

obtida foi de apenas 91%, o que pode ter ocorrido por uma limitação de sequências

variadas para comparação e identificação mais precisa. Nesse caso, somente a

comparação com os adultos coletados nos mesmos sítios de amostragem poderia

aumentar a eficiência da metodologia.

A árvore filogenética que representa as distâncias genéticas das amostras do

estudo concordou com as identificações, uma vez que aninhou as espécies pertencentes

ao mesmo gênero. O gênero Bokermanohyla, para o qual foi encontrado apenas um

espécime, ficou mais proximamente relacionado com o grupo das Hypsiboas em relação a

outros gêneros. Essa mesma relação foi encontrada por Pyron & Wiens (2011) em revisão

envolvendo mais de 2800 espécies de anfíbios utilizando análise molecular.

A complementação da análise de similaridade molecular com o estudo do código

de barras de DNA, além de certificar os resultados, acrescenta informações sobre a

biodiversidade local, como foi visto em Madagascar (Vieites et al., 2009), Ásia (Grosjean

et al., 2015) e localidades da América do Sul (Guarnizo et al., 2015; Estupiñán et al.,

2016), revelando espécies crípticas (Vacher et al., 2017). Um exemplo encontrado no

presente trabalho foi a identificação do espécime CC63, que foi identificado como Scinax

hayii com pouca similaridade pelo BLAST e foi separado do segundo indivíduo da mesma

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espécie pelo DNA Barcode. As espécies do grupo ruber, que inclui S. hayii, apresentam

taxonomia complexa (Alves & Carvalho e Silva, 1999; Fouquet, 2007), o que pode ter

contribuído para a incompatibilidade dos resultados na comparação com o banco de

dados.

Diversos aspectos podem ofuscar os resultados das análises por barcode, como

por exemplo, casos de hibridização, como descrito por Grosjean e colaboradores (2015),

e comparações de espécimes de populações muito distantes podem provocar mudanças

nucleotídicas populacionais maiores que o limiar intraespecífico considerado para o

grupo, como discutido por Hebert (2004b). Os resultados do barcode para a espécie

Scinax fuscovarius apresentou concordância para três indivíduos. O espécime CC28, que

apresentou alto valor de divergência nucleotídica, foi coletado no mesmo corpo d‟água

que o indivíduo CC5, que teve a identificação confirmada, o que descarta a possibilidade

da divergência ser explicada por diferenças populacionais, como discutido por Hebert,

2004b. Os resultados do barcode podem ser considerados apenas indicativos

preliminares de espécies candidatas (Vences et al. 2005b), e evidências ecológicas são

necessárias para corroborar a hipótese de complexo de espécies. Ademais, poucas

sequências foram analisadas para um resultado de comparação melhor pelo barcode.

O presente estudo aponta e discute possíveis inconsistências para três métodos de

identificação de girinos, reforçando a importância da valorização do trabalho taxonômico.

Além disso, é visto que as novas técnicas, como as moleculares, facilitam os processos

de identificação e os tornam mais consistentes, principalmente para organismos

complexos como as larvas de anuros (Lyra et al., 2007). O uso de banco de dados, como

o GenBank, pode ser limitado para regiões megadiversas, como os trópicos, mas eles

tendem a melhorar com o aumento de pesquisadores que contribuem com a deposição de

materiais bem identificados, como proposto por Tautz (2002).

Dessa forma, vimos que o uso exclusivo de uma metodologia de identificação não

fornece evidências suficientes para testar ou descobrir espécies, assim como visto por

Padial et al. (2009) e defendido por Köhler (2007) e o uso da taxonomia integrativa irá

fornecer resultados mais consistentes para avaliarmos as espécies e, consequentemente,

fornecer informações para as áreas da biologia da conservação.

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Anexo 1: Lagoas localizadas no Quadrilátero Ferrífero, onde foram realizadas coletas de

girinos para estudo de identificação taxonômica e composição de comunidades.

A

J I

H

G F

D

E

C B

Legenda: Lagoas Permanentes - (A) Lagoa do Virgílio, (B) Lagoa do Tesoureiro, (D) Lagoa do Nonô,

(G) Lagoa da Caveira, (H) Lagoa do Gorila, Lagoas Temporárias - (C) Poça da Caveira, (E) Lagoa

Seca, (F) Poça do Gorila, (I) Lagoa dos Coutos, (J) Lagoa do Walace.