dislipidemia e hipertensÃo...mulher, 73 anos, traz valores de pa ocasionais, avaliados em...
TRANSCRIPT
Apoio Digital
DISLIPIDEMIA E HIPERTENSÃO
Apoio Digital
Patrícia VicenteEspecialista em Medicina Interna – Hospital São Francisco Xavier
As afirmações expressas pelo Palestrante são da sua inteira responsabilidade. As referências bibliográficas constantes da apresentação são igualmente da responsabilidade do Palestrante.
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Características das Lipoproteínas
Todas a lipoproteínas constituídas principalmente por ApoB com diâmetro < 70 nm atravessam a barreira endotelial(especialmente na presença de disfunção endotelial)
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Homem de 88 anos, autónomo nas AVDs, com antecedentes de HTA controlada, excesso de peso e doença arterial periférica. Está medicado com Perindopril 10mg, Sinvastatina 20mg e AAS 150mg. Traz análises com colesterol total 210, LDL 190, TG 130.
1. É doente de risco muito elevado pelo que aumentava a dose de estatina para 40mg
2. Precisava do valor de HDL para tomar uma decisão
3. Em equipa que ganha, não se mexe
4. Incentivo a alteração de hábitos de vida
5. Alterar para estatina de alta intensidade e reavaliar
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Porque é que usamos fármacos para reduzir o colesterol?
- Lipoproteínas constituídas na sua maioria por Apo-B retidos nas paredes vasculares »» evento chave inicial da aterogénese
- Redução do risco cardiovascular
- Estratégias para ↑ HDL não asseguram a redução de risco de doença aterosclerótica cardiovascular
- TG ↑ parecem aumentar o risco CV
- Não há evidência que intervenção terapêutica reduza directamente a mortalidade por eventos cardiovasculares de forma significativa
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Avaliação do risco cardiovascular- SCORE
- Não esquecer que há determinadas condições que colocam um doente em risco elevado ou muito elevado.
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Alvos terapêuticos
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Mulher, 75 anos, com HTA, Diabetes mellitus tipo2, doença renal crónica e doença coronária. Nas análises de reavaliação apresentava valores de colesterol LDL 52, mas TG de 230
1. Iniciava terapêutica com fibrato
2. Tem o colesterol LDL controlado, pelo que não me preocupava com o valor de TG
3. Apurar consumo de álcool, IMC, consumo excessivo de HC
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
- Estatinas reduzem cerca de 10-20% os valores de TG
- As Estatinas mais potentes (Atorvastatina, Rosuvastatina e Pitavastatina) têm efeito mais robusto na redução de TG
- A utilização de fibratos parece reduzir eventos CV major, mas não reduzem mortalidade total ou por DCV
- Nos doente diabéticos a utilização de fibratos parece ter benefício, mas não há robustez
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
- Na doença renal crónica (estadio 3-5), não descurar o aumento de risco de EA
- Não há evidência de utilização de Estatinas e redução de RVC em doentes sob hemodiálise
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
- Estatinas - Potência
Retirado de: hou R, Dana T, Blazina I, et al. Statin Use for the Prevention of Cardiovascular Disease in Adults: A Systematic
Review for the U.S. Preventive Services Task Force [Internet]. Rockville (MD): Agency for Healthcare Research and Quality
(US); 2016 Nov. (Evidence Syntheses, No. 139.) Table 1, Statin Dosing and ACC/AHA Classification of Intensity.
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
- Estatinas
Retirado de: https://www.ahajournals.org/doi/epub/10.1161/CIRCRESAHA.118.312782
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Sintomas musculares associados à utilização de Estatinas:
1. Efeito adverso mais prevalente secundário à utlização de estatinas
2. É mais prevalente com a utilização de Estatinas hidrofílicas
3. É independente da dose de estatina
4. Não está associado a outros factores
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Sintomas musculares associados à utilização de Estatinas:
- A rabdomiólise é a forma mais grave de miopatia induzida por Estatinas (CK ↑ 10x o valor normal; dor muscular grave bilateral; Mioglubinúria; LRA)
- São mais frequentes com Estatinas lipofílicas
- Factores de risco para aumento significativo destes efeitos
- Terapêutica concomitante com outros fármacos metabilizados por isoformas de Cit P450;- História de miopatia com outros fármacos hipolipemiantes;- Hipotiroidismo não tratado; - Sexo feminino e idade > 80 anos
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Homem de 80 anos, ex fumador (40 UMAs), HTA e história de AIT. Está medicado com rosuvastatina 10mg e apresenta um colesterol total de 130, LDL 98, HDL 50 e TG 70. Já tem a dose máxima de estatina tolerada.
1. O valor alvo de colesterol LDL deve ser < 70, pelo que acrescentava terapêutica com ezetimibe
2. O valor alvo deve ser reduzido para mais de metade do valor basal e < 55
3. Manter estratégia terapêutica e reforçar alterações dietéticas/ estilo de vida
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Ezetimibe
- Inibe a absorção intestinal de colesterol
- A sua utilização em monoterapia reduz 10-22% de C-LDL (grande variabilidade)
- Comprovada eficácia e potenciação na redução C-LDL em terapêutica combinada com estatina
- Comparativamente ao aumento isolado da dose de estatina- Comparativamente à mudança de monoterapia para terapêutica combinada
- Farmacocinética não parece sofrer alterações com idade, sexo, raça
- Não é necessário o ajuste de dose na presença de DH leve ou DRC moderada a grave
Apoio Digital
D i s l i p i d e m i a
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Definida pelo nível de PA a partir do qual existe benefício no tratamento superior ao risco inerente ao mesmo
Mulher, 73 anos, traz valores de PA ocasionais, avaliados em ambulatório, entre 162-174/84-93 e está medicada com perindopril 5mg há 5 anos. De antecedentes relevantes tem história de AIT e dislipidemia.
1. Trata-se de hipertensão de grau 3
2. Trata-se de hipertensão de grau 2 e com risco cardiovascular muito elevado
3. É um valor adequado, tendo em conta a idade e comorbilidades
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Objectivos terapêuticos:
- Valores < 140/90 em todos os doentes e, se tolerado, idealmente ≤ 130/ 80 (Classe I)
- Valores de TAS 120-129 em doentes com idade < 65 anos (Classe I)
- Para idades ≥ 65 anos valores de TAS 130-139; para idades > 80 o mesmo alvo, SE TOLERADO (Classe I)
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Avaliação do risco cardiovascular:
- SCORE + factores que aumentam risco CV
- NÃO ESQUECER lesão de órgão mediada pela HTA (nem todos estão abrangidos pelo SCORE)
O screening básico de lesão de órgão mediada por HTA inclui:
1. Creatinina sérica, microalbuminúria e ECG
2. ECG, Creatinina sérica, TFGe, Ratio alb/creat urinário e Fundoscopia
3. Ecocardiograma, Creatinina sérica, Urina II e Fundoscopia
4. Disfunção eréctil, Creatinina sérica, Ratio alb/creat urinário eFundoscopia
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
- A avaliação da lesão de órgão mediada pela HTA faz sentido para melhor estratificação de risco nos doentes nos que pontuam baixo ou moderado no SCORE, permitindo a reclassificação do mesmo:
- ECG (screening de hipertrofia ventricular esquerda, arritmias)
- Ratio Albumina/ Creatinina urinário; Creatinina sérica; TFGe (screening de doença renal)
- Fundoscopia (screening retinopatia hipertensiva)
- Outros ECDs para avaliação incluem: - Ecocardiograma; Doppler; Imagem (TC/ RMN) cerebral; Índice tornozelo-braço
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
A avaliação de TA ocasional em contexto de consulta de rotina:
1. Deve ser feita apenas num dos MS, com 3 medições espaçadas em 1-2 minutos
2. Nos doentes idosos e diabéticos deve, também, ser avaliada 1 e 3 minutos após posição ortostática
3. É mais reprodutível e relaciona-se mais intimamente com lesão de órgão de órgão mediada por HTA, comparativamente à medição em ambulatório
4. É mais reprodutível e relaciona-se mais intimamente com lesão de órgão de órgão mediada por HTA, comparativamente à medição em casa
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
- A avaliação de TA em casa deve representar a média de valores avaliados por 3 dias consecutivos (de preferência 6 a 7 dias) antes de cada avaliação médica.
- Avaliações de manhã e à noite- Em ambiente calmo, 5 minutos após repouso- Sentado, com MS e dorso apoiados- 2 avaliações com diferença de 1-2 minutos
- Melhor predictor de mortalidade e morbilidade cardiovascular, comparativamente à avaliação em consultório- Mais reprodutível
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
A avaliação de TA no domicílio deve representar a média de valores avaliados por 3 dias consecutivos (de preferência 6 a 7 dias) antes de cada avaliação médica.
- Avaliações de manhã e à noite- Em ambiente calmo, 5 minutos após repouso- Sentado, com MS e dorso apoiados- 2 avaliações com diferença de 1-2 minutos
- Melhor predictor de mortalidade e morbilidade cardiovascular, comparativamente à avaliação em consultório- Mais reprodutível - Desvantagens:
- Não avalia período nocturno- Não avalia TA em ortostatismo
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
A avaliação de TA em ambulatório- Permite o registo do perfil tensional em 24h, durante o dia e o período nocturno- Permite a identificação de dippers (redução da TA nocturna > 10% em relação ao período diurno) e não
dippers- Não dippers ou um ratio > 0.9 (noite/dia) »» aumento de RCV
- Melhor predictor de mortalidade e morbilidade cardiovascular, comparativamente à avaliação em consultório- Mais reprodutível
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Relativamente aos anti-hipertensores:
1. Os IECAS e ARAs são os únicos que mostraram evidência na redução de risco de progressão para doença renal terminal
2. Os diuréticos tiazídicos e tiazídicos-like não perdem eficácia com a redução da função renal
3. A espironolactona não deve ser usada em casos de HTA resistente
4. A terapêutica combinada ab initio é menos eficaz que a monoterapia em dose máxima
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Homem de 71 anos, com Hipertensão arterial resistente. Com antecedentes de Diabetes mellitus tipo 2 e EAM. Já medicado com IECA + BCC + Diurético
1. Tenho que confirmar adesão a terapêutica e consumo de sal
2. Umas das causas mais prováveis é doença renovascular aterosclerótica
3. O próximo passo é adicionar beta bloqueante
Apoio Digital
H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l
Mulher de 75 anos, com diabetes mellitus (20 anos de diagnóstico), dependente e acamada na sequência de AVC isquémico, com HTA, dislipidemia e insuficiência renal crónica (TFGe <30). Está medicada com Rosuvastatina 10mg, AAS 150mg, Perindopril 10 + HTZ 25
1. Trata-se de uma doente de muito alto risco pelo que os valores de colesterol e HTA têm que ser rigorosamente monitorizados para diminuir o RCV
2. Faz sentido avaliar função renal e ionograma para reduzir dose ou alterar terapêutica anti-hipertensora
3. Retirava a terapêutica toda porque nesta doente prevenir RCV é fútil