prevenir é alertar a intervenção com utilizadores ocasionais de drogas recreativas fernando...
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Prevenir é Alertar
A Intervenção com utilizadores ocasionais de drogas recreativas
Fernando Mendes
Aveiro - 2007
Publicações IREFREA
À Noite Nem Todos os Gatos são Pardos
Sair ao fim-de-semanaSair ao fim-de-semana converteu-seconverteu-se, para um , para um sector importante de adolescentes e jovens sector importante de adolescentes e jovens adultos, numa actividade quase exclusiva de adultos, numa actividade quase exclusiva de diversão massificadadiversão massificada, dentro de um contexto , dentro de um contexto totalmente consumidortotalmente consumidor com uma grande com uma grande variedade de oferta que se adapta facilmente às variedade de oferta que se adapta facilmente às suas necessidades, com uma suas necessidades, com uma permissividade permissividade familiar importantefamiliar importante e com e com disponibilidade disponibilidade económicaeconómica para poder sair... para poder sair...
Hoje a Hoje a “Indústria”“Indústria” criacria e e responderesponde às necessidades (festas e às necessidades (festas e
festivais) dos consumidores.festivais) dos consumidores.
Espaços Recreativos / Conhecer as RealidadesEspaços Recreativos / Conhecer as Realidades
Hoje não temos uma noite - temos várias noites:Hoje não temos uma noite - temos várias noites: a oficial e as outras.a oficial e as outras.
Hoje não temos o grupo - temos vários grupos/sub Hoje não temos o grupo - temos vários grupos/sub culturas.culturas.
Hoje não temos um espaço - temos vários espaços.Hoje não temos um espaço - temos vários espaços.
Hoje não temos um som, temos vários sons.Hoje não temos um som, temos vários sons.
Hoje temos, não só o consumo de substâncias lícitas, Hoje temos, não só o consumo de substâncias lícitas, mas também, e cada vez mais, o de ilícitas.mas também, e cada vez mais, o de ilícitas.
Hoje não há limite de horas.Hoje não há limite de horas.
Hoje temos mais insegurança, mais violência , mais Hoje temos mais insegurança, mais violência , mais acidentes e incidentes.acidentes e incidentes.
Falar em Consumos Recreativos implica falar de :
- Violência
- Mobilidade - Acidentes de tráfego
- Comportamentos sexuais de risco
Hoje Temos na Noite:
Não consumidoresNão consumidores
Consumidores moderadosConsumidores moderados
ConsumidoresConsumidores
Grupos de Influência
Substâncias mais Consumidas na Noite:
Licitas :.Álcool.Tabaco
Ilícitas :.Cannabis.XTC.Cocaína
O consumo de substâncias psicoactivas em O consumo de substâncias psicoactivas em ambientes recreativos não se pode ambientes recreativos não se pode explicar pelaexplicar pela marginalidademarginalidade,, pelapela pobrezapobreza,, pelapela falta de auto-estimafalta de auto-estima, pela, pela depressãodepressão ou ou estados depressivosestados depressivos. .
Estes Estes não são factores de risconão são factores de risco facilitadores do consumo dentro da lógica facilitadores do consumo dentro da lógica actual do consumo recreativo.actual do consumo recreativo.
Nos espaços recreativos a ideia associada Nos espaços recreativos a ideia associada aos consumos não é a deaos consumos não é a de Resolver Resolver ProblemasProblemas. .
Mas...Mas...divertir-se maisdivertir-se maister mais prazerter mais prazerfacilitar a comunicaçãofacilitar a comunicaçãofugir da rotina e dos problemas do fugir da rotina e dos problemas do
dia-a-diadia-a-dia
Em contrapartida, determinados Em contrapartida, determinados comportamentos/condutas mostram ser comportamentos/condutas mostram ser mais importantes para o consumo:mais importantes para o consumo:
Ser-se extrovertidoSer-se extrovertidoSer-se assertivoSer-se assertivoTer uma personalidade de Ter uma personalidade de
“sensation seeker”“sensation seeker”
Irefrea 2001, 2002, 2003Irefrea 2001, 2002, 2003
Razões para não consumir Razões para não consumir Grupo de não - consumidoresGrupo de não - consumidores::
1.1. Porque temem que a droga lhes traga “problemas”;Porque temem que a droga lhes traga “problemas”;
2.2. Porque não querem perder o controle sobre si mesmos;Porque não querem perder o controle sobre si mesmos;
3.3. Porque temem os efeitos aditivos das substâncias;Porque temem os efeitos aditivos das substâncias;
4.4. Porque os familiares e amigos desaprovam o consumo.Porque os familiares e amigos desaprovam o consumo.
Grupo de Consumidores
Controle Risco
Para o grupo de consumidores o “descontrole” é o que os entusiasma
A grande maioria dos programas ou A grande maioria dos programas ou actividades preventivas tem apenas uma actividades preventivas tem apenas uma incidência informativa (distribuição de incidência informativa (distribuição de diferentes materiais) e é dirigida sem diferentes materiais) e é dirigida sem nenhumnenhum carácter selectivocarácter selectivo..
Tossman et all. 1999Tossman et all. 1999Burkhart et all. 2002Burkhart et all. 2002
Irefrea 2003Irefrea 2003
““Se algo deve ser claro no discurso Se algo deve ser claro no discurso preventivo é o enfoque na preventivo é o enfoque na percepção do percepção do riscorisco associado ao uso de drogas – associado ao uso de drogas – sabemos hoje que quando a percepção do sabemos hoje que quando a percepção do risco aumenta, o uso decai.”risco aumenta, o uso decai.”
((Bachman, J. G. et all. 2002)Bachman, J. G. et all. 2002)
Os programas preventivos que actuam no Os programas preventivos que actuam no contexto recreativo devem contrapor a influência contexto recreativo devem contrapor a influência de dois aspectos chave:de dois aspectos chave:
1.1. A falta de informação ou as “falsas” informações sobre A falta de informação ou as “falsas” informações sobre as consequências do uso.as consequências do uso.
2.2. A valorização positiva associada ao uso seja por:A valorização positiva associada ao uso seja por:
– ser um factor inevitávelser um factor inevitável
– ser um factor de prestígio socialser um factor de prestígio social
Nesta perspectiva a prevenção não se pode limitar Nesta perspectiva a prevenção não se pode limitar a intervenções meramentea intervenções meramente pontuaispontuais ee universaisuniversais
Deve ser:Deve ser:
SelectivaSelectivaPragmáticaPragmáticaTer o sentido da oportunidadeTer o sentido da oportunidadeReflectir a realidade de grupos específicos, Reflectir a realidade de grupos específicos,
tendo em conta aspectos relacionados com o tendo em conta aspectos relacionados com o génerogénero e a e a orientação sexualorientação sexual
Equipa de Rua
Para Quê ?
Por Quê ?
As Equipes de RuaInstrumentos Fundamentais de uma Politica
preventiva na área recreativa:
-profissionais-criativos-com poder de argumentação-informados-disponibilidade ( interna – externa)-com “ética”
Redução de Riscos e Minimização de Danos:
- Preservativos
- “Manuais de boas práticas de consumo”
- Informação factual
- Testing de pastilhas
Modelo Hegemónico Recreativo Nocturno
A incorporação massiva de jovens na “normalização” social do consumo de drogas recreativas foi produzida por motivações culturais , num processo de construção social com uma dinâmica que favorece o consumo.
Modelo Hegemónico Recreativo Nocturno
Profissionais da Noite:
Disco Jockey
Barman
Relações Públicas
Segurança
Projecto:Projecto:
“ “ ECRIP “ECRIP “
PaísesPaíses:: Espanha (coordenação), Portugal, Itália, Espanha (coordenação), Portugal, Itália,
Inglaterra, Alemanha, República Checa, Inglaterra, Alemanha, República Checa, Eslovénia, Áustria.Eslovénia, Áustria.
Duração:Duração:2005 – 2008 2005 – 2008
Amostra NacionalAmostra Nacional
Coordenação IREFREACoordenação IREFREA
Cidades:Cidades:
LisboaLisboaParcerias:Parcerias: Escola Nacional de Escola Nacional de
Saúde PúblicaSaúde Pública
PortoPortoParcerias: Parcerias: Faculdade de Psicologia - Faculdade de Psicologia -
Universidade LusíadaUniversidade LusíadaDepartamento de Bio-ética – Departamento de Bio-ética –
Faculdade de MedicinaFaculdade de Medicina
BragaBragaParcerias:Parcerias: Universidade do MinhoUniversidade do Minho
ViseuViseuParceria: Escola Superior de Parceria: Escola Superior de
EnfermagemEnfermagem
CoimbraCoimbraParcerias:Parcerias: Escola Superior de Escola Superior de
Enfermagem Ângelo da FonsecaEnfermagem Ângelo da Fonseca
AMOSTRA NACIONAL
Cidades :FunchalParceria: Governo Regional
Ponta Delgada e Angra do HeroísmoParceria: Governo Regional
Viana do CasteloParceria: ESE e ESS
OdivelasParceria : ESE
Objectivos do projectoObjectivos do projecto
1.1. Avaliar se a participação em actividades recreativas, no contexto Avaliar se a participação em actividades recreativas, no contexto das saídas nocturnas, é um factor de risco para o consumo de das saídas nocturnas, é um factor de risco para o consumo de drogas, e outros comportamentos associados a este drogas, e outros comportamentos associados a este (sexualidade, violência e condução).(sexualidade, violência e condução).
2.2. Confirmar que a associação entre a participação na vida nocturna Confirmar que a associação entre a participação na vida nocturna e o risco para a saúde, é mediado pela vulnerabilidade individual. e o risco para a saúde, é mediado pela vulnerabilidade individual. É preciso estudar a interacção entre a variabilidade pessoal, o É preciso estudar a interacção entre a variabilidade pessoal, o contexto socio-cultural e físico e as substâncias.contexto socio-cultural e físico e as substâncias.
3.3. Conhecer as melhores medidas de prevenção associadas ao Conhecer as melhores medidas de prevenção associadas ao contexto recreativo. Quais destas medidas, são as mais contexto recreativo. Quais destas medidas, são as mais promissoras. Se elas foram avaliadas e demonstraram ser promissoras. Se elas foram avaliadas e demonstraram ser eficazes.eficazes.
4.4. Produzir informação para diagnosticar as àreas de lazer, nas Produzir informação para diagnosticar as àreas de lazer, nas cidades ou arredores (substâncias e clientes). Diagnosticar e cidades ou arredores (substâncias e clientes). Diagnosticar e avaliar em que fase está cada cidade. Esta avaliação permitir-avaliar em que fase está cada cidade. Esta avaliação permitir-nos-á promover e desenvolver estratégias na prevenção do uso nos-á promover e desenvolver estratégias na prevenção do uso de drogas.de drogas.
5.5. Definir problemas e associá-los à respectiva iniciativa de Definir problemas e associá-los à respectiva iniciativa de prevenção. É necessário propor acções preventivas para cada prevenção. É necessário propor acções preventivas para cada cidade. É preciso elaborar um “manual de boas práticas cidade. É preciso elaborar um “manual de boas práticas preventivas” na Europa para um modelo integral (interacção entre preventivas” na Europa para um modelo integral (interacção entre substâncias, pessoas e contexto).substâncias, pessoas e contexto).
6.6. Explorar as possibilidades de trabalho em rede entre as Explorar as possibilidades de trabalho em rede entre as organizações juvenis, em relação às actividades recreativas, de organizações juvenis, em relação às actividades recreativas, de modo a entender melhor as mensagens culturais e usar os modo a entender melhor as mensagens culturais e usar os trabalhos de grupo como ferramenta preventiva.trabalhos de grupo como ferramenta preventiva.
7.7. Considerar as estratégias sociais de marketing, e outros modelos Considerar as estratégias sociais de marketing, e outros modelos inovadores, no planeamento das acções preventivas nos inovadores, no planeamento das acções preventivas nos contextos recreativos.contextos recreativos.
Construção de um Modelo Integrado de Intervenção Preventiva em Espaços Recreativos :
O Município – Forças de Segurança – Saúde – ONG´s – Representantes da Indústria recreativa nocturna
