dislexia um jeito de aprender diferente

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  • 5/22/2018 Dislexia Um Jeito de Aprender Diferente

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    CURSO DE ESPECIALIZAO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO, EDUCAO

    E INCLUSO ESCOLARUAB/UnB

    DISLEXIA: Um jeito de ser e de aprender de maneira diferente.

    MARIA DO CU DE SOUZA DOMIENSE

    ORIENTADOR: Francisco Neylon de Souza Rodrigues

    BRASLIA/2011

    Universidade de BrasliaUnB

    Instituto de PsicologiaIP

    Departamento de Psicologia Escolar e do DesenvolvimentoPED

    Programa de Ps-Graduao em Processos de Desenvolvimento Humano e Sade PGPDS

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    MARIA DO CU DE SOUZA DOMIENSE

    DISLEXIA: Um jeito de ser e de aprender de maneira diferente.

    BRASLIA/2011

    TERMO DE APROVAO

    Universidade de BrasliaUnB

    Instituto de PsicologiaIP

    Departamento de Psicologia Escolar e do DesenvolvimentoPED

    Programa de Ps-Graduao em Processos de Desenvolvimento Humano e Sade PGPDS

    Monografia apresentada ao Curso de

    Especializao em Desenvolvimento Humano,

    Educao e Incluso Escolar, do Depto. de

    Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano

    PED/IP - UAB/UnB

    Orientador: Francisco Neylon de Souza Rodrigues

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    Maria do Cu de Souza Domiense

    DISLEXIA: UM JEITO DE SER E DE APRENDER DE

    MANEIRA DIFERENTE

    Monografia aprovada como requisito parcial para obteno do grau de Especialista em

    Desenvolvimento Humano, Educao e Incluso Escolar, pela seguinte banca examinadora:

    Francisco Neylon de Souza Rodrigues

    (Professororientador) (Tutor-orientador)

    Examinador externo

    Braslia, ____ de ________________ de2011

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    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho a minha famlia,

    principalmente aos meus filhos, pessoas

    especiais que fizeram toda a diferena.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo aDEUS, que est em minha vida acima de todas as coisas.

    Aos MEUS FAMILIARES, que sempre me incentivaram e apoiaram.

    Aos COLEGAS DE TRABALHOS, onde sempre me do oportunidade de aprender.

    As ESCOLAS, que tanto contriburam com meus aprendizados.

    A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO DE GUAS LINDAS DE GOIS,

    onde apesar das dificuldades, muito contribuiu com a profissional que sou hoje.

    Aos PROFESSORES, que me auxiliaram nessa grande jornada.

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    RESUMO

    A partir de estudo e analises objetivou-se sintetizar uma pesquisa na rea da

    dislexia. Esta monografia tem como tema um assunto que deixa muitas duvidas para

    alguns professores nas escolas do ensino bsico, de guas lindas de Gois.

    Abordaremoscomo se processa a dislexia, seus caracteres, suas estratgias bsicas

    de como desenvolver o trabalho com uma criana dislxica ou mesmo suspeita. O

    estudo pautado neste tema confirmou que a dislexia poder ser causada por

    diversos fatores como: a hereditariedade, causas genticas e neurolgicas; o que

    leva a ocorrncia de um transtorno ou distrbio de aprendizagem. Objetivando dar

    suporte e esclarecer dvidas de muitos educadores, que por meio de estudos,

    teorias e trocas deexperincias podem ser auxiliados a conseguirdetectar e auxiliar

    estes alunos suspeitos de dislexia em suas salas de aula. As metodologias

    qualitativas e quantitativas colaboram e mostram claramente a necessidade dos

    docentes em entender dentre tantas deficincias, como: paralisia cerebral, TDAH,

    autismo e outras adiscriminarem a dislexia. Uma pesquisa de campo foirealizada

    nas trs escolas municipais em guas Lindas de Gois. Os resultados apontaramgrandes dvidas na deteco do tema e insegurana em como lidar e auxiliar as

    crianas em sala de aula. Conclui-se com os estudos que professores necessitam

    de mais apoio e conhecimento de causa, para desenvolver o trabalho com as

    mesmasque esto no grupo dos suspeitos de dislexia e que elasnecessitam de

    interveno e de uma avaliao realizada pela equipe de multiprofissionais, para

    que todas tenham um bom desempenho escolar.

    Palavras chave: (Dislexia, distrbio de aprendizagem e desempenho escolar).

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    SUMRIO

    APRESENTAO

    PARTE I FUNDAMENTAO TERICA......................................................12

    CAPTULO I DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM..........................................17

    1.1 Fatores Relevantes sobre Dficits de Aprendizagem.....................17

    1.2 O Que So Problemas de Aprendizagem?.....................................18

    CAPTULO II DISLEXIA........................................................................................21

    2.1 O que realmente dislexia?.................................... .......................21

    2.1.1 Os sintomas dislxicos...................................................................24

    2.1.2 Diagnstico.....................................................................................24

    2.2 O Processo de Aquisio da Linguagem...................................... ..28CAPTULO III A CRIANA DISLXICA NA ESCOLA...........................................30

    3.1 Dificuldades de Leitura em Crianas Dislxicas.............................30

    3.2 reas de Dificuldades: Aritmtica...................................................31

    3.3 Estratgias Educacionais................................................................33

    3.4 A Dislexia no Contexto Escolar: o Processo de Alfabetizao.......37

    PARTE II OBJETIVOS................................................................................ ....41

    Objetivo Geral.................................................................................41

    Objetivos Especficos......................................................................41

    PARTE III METODOLOGIA.............................................................................42

    Fundamentao Terica.................................................................42

    Contextos da Pesquisa...................................................................42

    Participantes...................................................................................43

    Materiais.........................................................................................43

    Instrumentos de Construo de Dados..........................................45

    Procedimentos de Construo de Dados.......................................46Procedimentos de Anlise de Dados..............................................47

    PARTE IV RESULTADOS E DISCUSSO......................................................48

    CONSIDERAES FINAIS............................................................61

    REFERNCIAS..............................................................................64

    APNDICES................................................................................ ...66

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    LISTA DE QUADROS, TABELAS OU GRFICOS.

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 01 ................................................................................................................... 44

    A- Carta de ApresentaoEscola ..................................................................... 66

    BTermo de Consentimento Livre e EsclarecidoProfessor ............................ 67

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    APRESENTAO

    Vivemos em uma sociedade diversificada, onde j passou por vrias fases

    como a segregao de pessoas que apresentasse alguma deficincia; deixando-as

    s margensexcluda de todo e qualquer contexto social. Isto percorrendo um longo

    caminho de muitas lutas at os dias atuais, onde j se valgumas vitrias parciais,

    mesmo tendo algumas ainda nos registros oficiais e muito pouco nas prticas dos

    setores organizacionais.

    E devido a estar inserida no contexto educacional brasileiro, desempenhando

    meu papel de educadora h 26 anos e como professora de recurso itineranteh seis

    anos consecutivos; que surgiu o interesse e a necessidade de investigar e estudar

    sobre o tema dislexia; por se tratar da realidade e necessidade do momento,

    atravs de muitas queixas e dvidas dos professores regentes sobre os alunos, no

    diagnosticados, mas que esto sob suspeita.

    Portanto, a proposta aqui apresentada deste trabalho monogrfico, abordar a

    realidade deste contexto educacional a nvel de ensino-aprendizagem suas

    dificuldades no mbito pedaggico escolar.

    Esta abordagem, ter como um dos objetivos descrever alguns pontos fortes

    que caracterize a dislexia, bem como dar nfase s suas causas, sintomas e as

    devidas intervenes possveis e cabveis para tal dificuldade.

    Penso que se trata de algo muito especfico de extrema importncia, que no

    vemos aparentemente, mas que estamos convivendo diariamente com o problema,

    e que na maioria das vezes, no detectamos a sua intensidade, suas causas e

    consequncias devastadoras.

    V-se, que somente a partir de um estudo e investigao, compartilhando

    famlia X escola que trataremos nossas crianas com atitudes menos excludente,

    ou seja, de forma que o conhecimento nos mostre que o diferente precisa e devaser atendido adequadamente; e somente aps este novo olhar pedaggico que

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    mudar o quadro dos evasivos e dos fracassados que tem permanecido alargar os

    resultados estatsticos das instituies escolares, quemsabe num futuro promissor,

    deixar at mesmo de existir.

    Por outro lado,h de oferecer ao professor um conhecimento adequado e

    especfico de forma que evite o sofrimento deste profissional em relao s vrias

    dificuldades apresentadas pelos alunos; levando-os a no alimentar-se de falsas

    expectativas quanto ao seu rendimento pedaggico.

    Pois, de modo geral temos visto e vivido no dia-a-dia, a convivncia em sala

    de aula dos alunos que tem apresentado alguma caracterstica de algum distrbio

    que apresenta dificuldade no processo da leitura/escrita; onde aprtica vivida pelosprofessores demonstra um certo nvel de despreparo, por parte do professor para

    desenvolver suas atividades pedaggicas.

    Esta tem sido uma das grandes preocupaes em como detectar e diferenciar

    as caractersticas de uma crianaque est sob suspeita de dislexia e de uma que

    est apresentando no momento, apenas uma dificuldade de aprendizagem; pois no

    fcil e nem acessvel a todos, a confirmao deste diagnstico, devido a vrios

    fatores como: condies financeiras da famlia e apoio das autoridades

    administrativas.

    A priori, observa-se que so vrios aspectos que tem influenciado, de forma

    positiva ou negativa, o crescimento pedaggico de uma criana, no que diz respeito

    aprendizagem da leitura/ escrita. Destes fatores, destaca-se com muita

    intensidade e que tem atrapalhado e prejudicado, ou mesmo interrompido o sucesso

    de muitos que so os distrbios de aprendizagem, ora silenciosamente muitas vezesesto passando despercebidos aos nossos olhos.

    Aqui no contexto, nos leva a refletir que nenhuma criana dever estar fora da

    escola, por falta de atendimento adequado que o leve a desestimular e no sentir

    mais o desejo e o prazer de sentar nos bancos escolares. esta justamente a

    proposta a ser estudada e que ser abordada neste trabalho monogrfico, observar

    e quem sabe at mesmo descobrir, quais so realmente os verdadeiros entraves

    desta barreira pedaggica.

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    Percebe-se claramente muita dvida e ansiedade dos professores que em

    especial atuam nas sries iniciais, ou seja, na alfabetizao. justamente neste

    grupo onde encontra-se aproximadamente as crianas com trs e at mesmo com

    quatro anos repetidos, sem nenhum dado investigativo que comprove qual a sua

    dificuldade e necessidade.

    Foi desde ento, que propus realizar minha pesquisa de campo, utilizando

    dois questionrios aberto com quatro itens cada um, para que o professor

    juntamente com o coordenador pedaggico pudesse responder segundo e conforme

    ele imagina que deva vir a ser uma criana com suspeita de dislexia. Foi um

    momento srio, onde todos puderam contribuir de forma disponvel expondo de

    forma sucinta e objetiva. A clientela escolhida foram todos os professores envolvidos

    na alfabetizao e dos coordenadores pedaggicos.

    Diante da realidade e necessidade para o momento;e por se tratar de um

    trabalho que requer conhecimento amplo e intimidade com a literatura de vrios

    autores que dedicaram seus estudos e pesquisas sobre as caractersticas e as

    diferenas que h entre uma criana com suspeita de dislexia e uma criana com

    dificuldade de aprendizagem que propus este desafio em desenvolver meutrabalho sobre como os professores tem visto e enfrentado este desafio, e como

    est o nvel de conhecimento deste profissional e tambm de suas famlias. Em

    meio a muita inquietude e queixas de alguns professores que busquei conhecer

    mais e melhor a teoria de vrios autores que de uma forma ou de outra, se

    dedicaram seus estudos e pesquisas a respeito deste distrbio, entre eles destacam:

    Fernandez(1991), Valett (1989), Luczynsky (2011), Nunes (1992), Maciel(2010),

    revistas sites e outros. Estes autores consagrados, por se dedicarem

    especificamente em investigar, causas e consequncias e possibilidades de uma

    criana dislxica.

    Distrbio esse, que est muito presente no interior de nossas escolas e que

    tem deixado pais e professores ansiosos e inquietos por se tratar de algo que no

    podemos v caractersticas fsicas aparentemente, mas que requer e exige uma

    avaliaominuciosa e sria com a participao de uma equipe de multiprofissionais.

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    Vemos que os autores acima citados entre outros que se encontra no contexto

    deste trabalho monogrfico; muito contribuiu com informaes de como se d o

    processo de dislexia e quais so os caracteres de um aluno considerado suspeito.

    Objetivei neste estudo investigar a real situao de professores em relao ao

    distrbio da dislexia e como mediam o trabalho com essas crianas que esto sob

    suspeita, quais as aflies e dificuldades em lidar com o aluno diagnosticado ou em

    avaliao e qual a posio da famlia diante do quadro.

    Prosseguindo veremos sinteticamente a distribuio dos captulos a serem

    apresentado como instrumento de apoio para todos aqueles que de uma forma ou

    de outra, tiverem oportunidade e necessidade de manusear em especial nseducadores do presente.

    No primeiro captulo, apresento uma sntese das principais causas envolvendo

    as dificuldades de aprendizagem, mostrando fatores relevantes e alguns dficits. No

    captulo seguinte, abordo de fato o tema dislexia especificando sintomas

    diagnsticos, e demais fatores determinantes do distrbio. Por fim, acrescento

    dificuldades enfrentadas no processo da leitura e escrita em crianas com suspeita

    de dislexiaou mesmo dislxicas e tambm na rea da aritmtica, estratgias de

    ensino e como proceder e mediar professores no processo de alfabetizao.

    FUNDAMENTAO TERICA

    So vrias as subcategorias, ou seja, os tipos de transtornos de

    aprendizagem, ora apresentado no interior de nossas instituies; e a dislexia

    apenas uma delas.

    O que observa a respeito deste distrbio que, embora seja considerada uma

    palavra que soe familiar por muitos, tem sido bastante confusa em relao s outras

    dificuldades de aprendizagem, a respeito do seu significado e suas caractersticasespecficas.

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    Assim nos conceitua Frank (2003,p. 04):

    Aprofundando um pouco mais, dislexia um problema neurolgico

    relacionado linguagem e leitura; as habilidades de escrita de palavras e

    de textos, de audio, de fala e de memria tambm podem sofrerimpactos.

    Nisto vemos, segundo bem nos afirma o autor, que este distrbio se relaciona

    especificamente ao processo que envolve a linguagem e tambm a leitura; e que

    esta criana, no ser envolvida ou mesmo impedida de crescernos vrios aspectos;

    isto esclarece-nos que, quer esteja comprovadamente, ou mesmo entre o grupo dos

    suspeitos, a mesma ter suas possibilidades de desenvolver suas habilidades e

    aptides na medida do possvel, segundo lhe for proporcionado.

    Uma caracterstica importante a ser destacada a esse respeito, trata-se do

    fato que as crianas com dislexia ou mesmo suspeitas podem apresentar

    dificuldades no processo da linguagem; porm cabe-nos observar que isso nem

    sempre significa que todas crianas iro apresentar da mesma forma barreirasno

    processo de alfabetizao, porm, varia muito de uma criana para outra.

    O que nos chama a ateno, em relao s vrias teorias apresentadas,

    que ns educadores e tambm os pais, no devemos nos firmar apenas em termos

    que traz conceitos muito objetivos; para no ficarmos sofrendo e nos prendermos

    em definies consideradas simplrias, como:algum que escreve espelhado.

    Portanto, este um distrbio que poder atingir, qualquerpessoa,ou seja,

    etnia, ou mesmo qualquer classe socioeconmica e de ambos os sexos.

    Segundo Frank(2003,p.07) confirma-nos que:

    No h meios de predizer se determinada criana vai ter dislexia. Contudo,

    se algum na sua famlia tiver dislexia, seu filho ter maiores chances de vir

    a manifest-lo do que uma criana que no apresente essa condio. Podehaver uma ligao gentica na famlia, mas um pai com dislexia no vai

    necessariamente ter um filho com dislexia.

    Eis aqui, uma confirmao clara, que nos d uma condio mais segura de

    no cairmos nos pr julgamentos, utilizando o processo da aparncia e da

    comparao.

    Sabe-se, que em uma sociedade, onde prevalece o poder da informao; v-

    se: que ler e escrever bem, so considerados fatores de superao e de elevao

    da auto estima de qualquer criana que se dizem normal ; imaginemos ento

    especificamente quando se trata de uma criana com suspeita de dislexia.

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    Um fator preponderante a destacar,e que est muito presentenas teorias dos

    vrios autores aqui propostos; o aspecto caracterstico e que nos chama a

    ateno, de antemo logo que passemos a conviver com a criana que encontra

    com suspeita de dislexia, fato da mesma ser inteligente, dotada de algumas

    habilidades para a realizao de trabalhos manuais, msicas entre outros; sendo

    que destaca e sobressai com maior intensidade, a sua dificuldade acentuada na

    leitura / escrita.

    E assim nos esclarece muito bem Frank (2003,p.13):

    medida que vamos descobrindo mais coisas sobre a dislexia, nossos

    mtodos para aprender a lidar com ela vo continuar melhorando.

    Abem disto, vemos que os dislxicos tem capacidade de aprender, desde quelhe compreenda e respeite o seu potencial criador; pois os mesmos so verdadeiros

    aprendentes em potencial. E no tocante, vimos que, quando se trata do fracasso

    escolar, s vezes responsabilizado apenas o aluno, o que considerado

    umverdadeiro engano a esse respeito, pois a veracidade dos fatos mostra que isto

    faz parte de todo um conjunto, ou seja, famlia, escola de modo geral com todos

    seus integrantes.

    Sabe-se que, como se trata de um distrbio, e que geralmente tem sido

    observado seus primeiros caracteres logo no incio dos anos escolares na infncia;

    papel primordial e fundamental do professor de alfabetizao buscarcontato maior

    com a famlia, e tambm toda equipe responsvel para proceder o processo

    avaliativo.

    de inteira responsabilidade da equipe, ao avaliar esta criana que no

    momento est com suspeita de dislexia, muito conhecimento das potencialidades

    que envolvao processo intelectual; alm de detectar, as caractersticas que nunca

    poder ser descartada nas observaes durantes o encontro nas sesses de

    avaliaes como; baixa auto estima, agressividade, antipatia a desenvolver

    atividades que trata do processo leitura/ escrita.

    Segundo Frank (2003), uma criana que est envolvida nesteprocesso, a

    mesma normalmente evidencia o tempo todo, todos os dias seus efeitos e est

    sempre questionando, o por qu no normal, sempre se sentindo muito inferior

    ou mesmo diferente, entre os demais colegas. Ela est sempre vivendo uma

    sensao de solido, de isolamento, mesmo que a sua rotina diria seja fazer parte

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    de um grupo grande, mas que isto no representa e no tem significado positivo

    para sua vida acadmica.

    Cabe-nos, dar o melhor apoio possvel, ser compreensivo e respeitar os seus

    sentimentos, ajud-los a encontrar estratgias e vrias outras formas de conviver

    com este distrbio.

    Davis (1942,p.31), confirma-nos que:

    Ter dislexia no faz de cada dislxico um gnio, mas bom para a auto

    estima de todos os dislxicos saberem que suas mentes funcionam

    exatamente de mesmo modo que as mentes de grandes gnios. Tambm

    importante saberem que o fato de terem um problema com leitura, escrita,

    ortografia ou matemtica no significa que sejam burros ou idiotas

    Quanto a este conceito, v-se que o processo daleitura considerado at por

    muitos pesquisadores com uma das funes entre as demais, muito complexa e que

    realmente exige maior esforo de nosso cerbro. O que confirma a veracidade dos

    problemas que os dislxicos e os suspeitos enfrentam no processo da

    alfabeatizao, at mesmo envolvendo todas as crianas, s que de forma diferente.

    Conforme nos conceitua Davis (1942,p.145), o mesmo nos esclarece que:

    Todos os sintomas da dislexia so sintomas de desorientao. A dislexia

    em si no pode ser reconhecida definitivamente, mas a desorientao sim.

    Os principios sentidos que ficam distorcidos so a viso, a audio, o

    equilbrio, o movimento e a noo do tempo.Exemplos comuns: nusea,

    ouvir coisas etc.

    Mediante todos estes acontecimentos, que vimos na ntegra, que so

    diversos sintomas diferentes e que quanto ao grau que possa afetar cada individuo;isto vai depender e at mesmo variar de uma criana para outra. Observa-se que a

    partir deste quadro caracteristico deva-nos ater aos cuidados necessrios para no

    generalizarmos o conjunto, ou seja, todos de modo geral.

    Ainda segundo Fichot(1978), a mesma nos oportuniza e desperta em ns, a

    sermos sensveis e buscarmos a cada dia conhecer os diversos fenmenos em suas

    manifestaes; a partir do nosso primeiro contato com a criana, apos esta dar inicio

    ao processo da leitura e escrita.

    Como bem esclarece Fichot (1978, p.15),quando diz:

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    A criana, que toma o caminho da escola, inicia uma longa experincia que

    vai modificar-lhe a vida e, ao mesmo tempo, a personalidade.

    Quanto a este conceito acima citado, vemos o poder e aresponsabilidade que

    nos cabe como profissionais, e educadores escolhidos para intervir em vidas. por

    este e outros fatores preponderantes e determinantes que devemos desenvoler o

    nosso trabalho com estas crianas, sob a orientao de quem de fato e de direito e

    que almdisso, nos empenhamos em conhecer com maior profundidade seus

    conceitos, causas e consequencias, para fazermos a diferena na carreira

    acadmica e pedaggica desta criana.

    Faz-se necessrio por parte dos familiares e educadores maior esforoconjunto para vencer os desafios, buscando formas e estratgias de vivencias e

    prticas diferenciadas, por meio de cursos, ou seja, formao continuada e troca de

    experincia com familiares e colegas que se encontra neste mesmo contexto.

    A principio, no h soluo mgica para resolver inmeros problemas que

    envolvaa sua realidade; porm requer que trabalhemos com a incluso respeitando

    a diversidade. Pois, a cada mtodo adotado, com certeza ir exigir reformas,

    adequao, ajustamento constante e permanente, de acordo com o rtmo e arecepode cada um.

    Em concluso Frank (2003,p.95), deixa-nos estas mensagens a todos os pais

    e educadores:

    A dislexia uma ddiva?... se isso um presente, quero devolver o meu.

    Todos ns temos questes pessoais e profissionais as quais precisamos

    trabalhar e melhorar, ao longo de nossa existencia. No conheo ninguem

    que esteja perfeitamente satisfeito com todos os aspectos de sua vida.

    Esforamo-nos diariamente para melhorarmos as relaes com nosso

    cnjuge ou parceiro, para fortalecermos os laos com os filhos, para nos

    comunicarmos com mais eficincia com os colegas de trabalho ou para

    usarmos o tempo de maneira mais produtiva e eficiente. Desenvolver

    estratgias para melhorar em vrias reas uma constante procura

    humana. Para conquistar o que se quer na vida, preciso correr riscos e

    enfrentar desafios. Lidar com a dislexia no diferente. [...] Como tudo o

    mais, preciso muito empenho, comprometimento, criatividade e tempopara desenvoler maneiras de melhorar.

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    De modo geral, sabe-se que independentemente de qual seja a dificuldade, a

    prpria Constituio Federal, ao tratar sobre a educao especial diz: O dever do

    estado com a educao ser efetivado mediante a garantia de atendimento

    educacional especializado dos portadores de deficincia, preferencialmente na rede

    regural de ensino (Artigo 208, III, CF).

    CAPTULO I: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

    1.1 Fatores Relevantes sobre Dficits de Aprendizagem

    H os problemas de aprendizagem que podem ocorrer em todo processo

    escolare surgem em situaes difirentes, o que requer estudo e investigao na rea

    em que eles se manifestam.Sabe-se que a aprendizagem se refere a aspectos

    funcionais, resulta de cada estimulao ambiental recebida pelo indviduo no

    decorrer da vida.

    Esta uma proposta de trabalhar o processo de ensino aprejndizagem, na

    ntegra com fins determinantes de cunho significativo, ou seja, de acordo com acapacidade e realidade de cada criana; pois como as normais, desejam ser

    respeitadas e independentes.]

    Conceitua-se VALLET (1989. p. 143) a respeito destesignificado.

    As crianas aprendem melhor as palavras quando seu significado enfatizado pelo estabelecimento de associaoes com percepcoesvisuais, palavras, sons e ilustraes.

    Assim, qualquer problema de aprendizagem tende a implicar amplo trabalho

    do professor junto famlia, para quepossa analisar as diversas situaes e realizar

    alguns levantamentos de caractersticas, buscando descobrir melhores estrategias

    de ensino, de modo a atender o fator preponderante que represena a maior

    dificuldade; levando a superar este desafio e atingir seus objetivos.

    Um ponto importante a ressaltar que se o professor no reconhecer as

    diversas manifestaes prprias do pensamento infantil, ter dificuldades em

    identificar o estgio em que o aluno se encontra, podendo at mesmo cometer erros,

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    tais como confundir o egocentrismo de um pr-escolar com problemas de

    aprendizagem.

    Na perspectiva de se ter uma escola mais eficaz para todos, que se deve

    organizar e dirigir situaes de aprendizagem, mantendo e proporcionando um

    espao justo para tais procedimentos e despender energia e tempo para que os

    alunos possam viver e criar em um ambiente aberto ao desenvolvimento de suas

    habilidades.Segundo Luckesi (1995, p. 126):

    A educao escolar uma instncia educativa que trabalha com odesenvolvimento do educando, est atenta s habilidades cognitivas semdeixar de considerar significativamente as formaes de mltiplasconvices assim como de habilidades motoras. A escola no poderdescuidar dessas convices e habilidades. escola cabe trabalhar para o

    desenvolvimento das habilidades cognitivas do educando, em articulaocom todas as habilidades, hbitos e convices de viver.

    Ao educador cabe apenas procurar detectar quais so as dificuldades de

    aprendizagem que se apresentam em sua sala de aula, partir para investigar as

    causas,abrangendo os aspectos orgnicos, neurolgicos, mentais, psicolgicos,

    adicionados problemtica ambiental em que a criana vive.

    Dessa forma, a expanso do enfoque das necessidades educacionais para

    alm das dificuldades de aprendizagem de determinados alunos, leva identificaode suas necessidades e escolha de medidas para promover a aprendizagem e a

    participao de todos nos vrios momentos que a escola oferece.

    1.2 O Que So Problemas de Aprendizagem?

    Quando se fala em problemas de aprendizagem, considera-se como um

    sintoma, no sentido de que as dificuldades no se configuram um quadro estvel,mas que sustenta a ideia de uma gama peculiar de comportamento nos quais se

    destacamsinais de descompensao.

    Entretanto, preciso estabelecer claramente os limites que separam

    problemas de aprendizagem dos chamadosdistrbios de aprendizageme isso

    uma tarefa muito complicada, que fica sob a responsabilidade dos especialistas na

    rea em que esta deficincia se apresenta.

    Ao educador,cabe detectar as dificuldades de aprendizagem que surgem em

    sala de aula, na maioria das vezesem escolas mais carentes e observar as causas,

    que abrange os aspectos orgnicos, neurolgicos, mentais, psicolgicos adicionados

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    problemtica ambiental em que a criana vive.Muitas crianas so rotuladas pelos

    professores com problemas de aprendizagem quando no atendemao planejamento

    proposto em uma programao de ensino.

    Na verdade, essas crianas no tm problema algum, mas ficam presas a

    mtodos adotados pelos profissionais que insistem sem xito, pois necessitam de

    outras formas e metodologias para expressar seu entendimento, pois apesar de

    saberem at mais do que aquilo que o professor est ensinando, faltam-lhes

    mecanismos para demostrar suas potencialidades.

    O professor no pode se esquecer de que o aluno um ser social com

    cultura, linguagem e valores especficos aos quais ele deve estar sempre atento,

    inclusive para evitar a nfase nos seus prprios valores no o impedindo de auxiliar

    a criana em seu processo de aprender.

    Sabe-se que a proposta do sistema educacional brasileiro dar, para cada

    aluno, a oportunidade de aprender tanto quanto sua potencialidade o

    permitir.Jannuzzi (2004) considerou que a prtica educativa voltada para a pessoa

    com necessidades especiais no Brasil influenciada pelo modo de pensar e de agir

    em relao ao diferente. Depende da organizao social mais ampla, levando em

    conta a base material e ideolgica do processo educativo.Assim, so vrios os fatores que podem influenciar, positiva ou

    negativamente, o processo de aprendizagem de uma lngua. De todos os fatores

    destaca-seaquele que com mais intensidade tem atrapalhado e prejudicado, at

    mesmo impedindo com frequncia o processo ensino aprendizagem, que so os

    distrbios de aprendizagem.

    O que se v atualmente, que um dos principais problemas das crianas que

    esto em idade escolar, o fato de que as instituies de ensino, pblicas ouprivadas, independentemente do nvel social, em sua maioria no fornecem

    adequadamente uma resposta a esses problemas, devido s condies e a falta de

    estrutura, prejudicando ainda mais as crianas que tm apresentado problemas de

    leitura e de escrita, especialmente no ensino fundamental.

    Como bem resalta em seus estudos Valett (1989, p. 59) cita:

    As crianas dislexicas so comumente deficientes na aquisio e no

    desenvolvimento de diversas capacidades de liguagem. Linguagemreceptiva, linguagem mediacional-associativa e linguagem expressiva so

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    as primcipais capacidades nas quais essas crianas sao deficientes. Todasessas capacidades sao interrelacionadas e inseparveis.

    Observa-se que entre os fatores destacados pelo autor a respeito do

    processo de linguagem e sua deficincia; que procede atraves dos mesmos uma

    acentuada contribuio para o retrocesso da criana em seu periodo de formao,

    especificamente relacionada ao ensino aprendizagem.

    E isto aponta com maior intensidade a rever e refletir como estar sendo

    conduzida nossa proposta de trabalho junto a esta criana. Pois, h de considerar-

    se um aspecto essencial; que a compreenso, e tambm a significao do material

    a ser trabalhado e manuseado pela mesma.

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    CAPTULO II: DISLEXIA

    2.1. O Que Realmente Dislexia?

    So vrias as definies usadas para este termo, e quem primeiro traduziu o

    conceito de Dislexia foi Reinold Berlin, em l984, cuja definio era condio que

    ocorria quando uma pessoa de inteligncia normal tinha dificuldade em ler,

    enquanto que a de maior consenso a de Critchey (1970), afirmando que trata-se

    de uma pertubao que se manifesta na dificuldade em aprender a ler,mesmo

    que o ensino seja convencional, a inteligncia adequada, e as oportunidades

    socioculturais estejam suficientes, ainda assim h um dficit no processo ensino-

    aprendizagem.

    bastante conhecida na atualidade a conceituao do Comit de Abril de

    1994, da International Dyslexia Association- lDA, que traz o seguinte conceito:

    Dislexia um dos muitos distrbios de aprendizagem. Distrbio especfico dalinguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade dedecodificar palavras simples (IDA, 1994).

    Normalmente, quando se ouve a palavra dislexia logo vem em mente os

    problemas que envolvem as crianas no processo ensino-aprendizagem, com

    nfase na leitura e escrita, associando a troca de palavras, de letras ou mesmo a

    outros tipos de lentidode aprendizagem.

    Por se tratar de uma patologia especfica, a dislexia apresentada em

    vriasformas de dificuldades com as diferentes formas de liguagem, que ora incluem

    frequentemente problemas de leitura e capacidade de escrever e soletrar.No se serefere a uma doena, e sim a um distrbio de aprendizagem congnito, que

    realmente interfere de maneirabastante significativa na juno e compreenso dos

    smbolos linguisticos e tambm perceptivos.

    Portanto, no se pode falar em cura e seus sintomas podem ser identificados

    logo mesmo na pr-escola ou dependendo do ambiente familiar e escolar at o

    terceiro ano do ensino fundamental. A dislexia tambem se caracteriza pelo

    comprometimento da discriminao visual e auditiva e da memria sequencial.

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    Faz parte do quadro caracteristico quando se nota uma criana com

    frustraes acumuladas, produzindo comportamentos antissociais, agressividade e

    at mesmo situaes de marginalizao progressiva.

    Quando se trata de dislexia, esta uma sndrome ainda pouco conhecida,

    como pouco diagnosticada por pais e professores. Estes devem estar atentos a dois

    importantes indicadores para o diagnstico precoce da dislexia, que se trata da

    histria pessoal do aluno e as suas manifestaes linguisticas nas aulas de leitura e

    escrita.

    necessrio que haja observaes e vrias investigaes, isto , pais e

    educadores se preocupem em encontrar traos, indicios em crianasconsideradas

    aprentemente normais, j nos primeiros anos de educao infantil, envolvendo

    desde as crianas de 4 a 5 anos de idade; pois, caso contrrio, no diagnosticando

    at os 8 e 9 anos , no ensino fundamental, a criana ir apresentar perturbaes

    de ordem emocional, afetiva e linguistica.

    Como so vrias suas definies, v-se que dislexia um conjunto de

    sintomas reveladores, ou seja, disfuno parietal (o lobo do crebro, onde fica o

    centro nervoso da escrita), geralmente hereditria, ou mesmo adquirida, afetando a

    aprendizagem da leitura num contnuo e se estendendo a sintomas leves e graves.Frequentemente acompanhada de transtornos na rea da aprendizagem da escrita,

    ortografia, gramtica e redao.Geralmente afeta os meninos em uma proporo

    bem maior que as meninas(DROUET, 2001, p.137).

    Nota-se que estas crianas soletram muito mal, devido s suas dificuldades e

    no falta de inteligncia, pois muitas delas se destacaram e apresentam um grau

    normal de inteligncia ou mesmo uma inteligncia superior em meio populao.

    Para Luczinsky ( 2003, p.134):

    Dislexia muito mais do que uma dificuldade em leitura, embora muitasvezes, ainda lhe seja atribudo este significado circunscrito. Refere-se disfuno ou dano no uso de palavras. O prefixo dys, do grego,significando imperfeita, como disfuno, isto , uma funo anormal ouprejudicada; lexia, do grego, referente ao uso de palavras (no somenteem leitura).

    Assim como afirmou Luczinsky (2011), outros pesquisadores afirmam a

    respeito da falta de consenso, em relao ao conceito de dislexia, iniciando a partir

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    da decodificao do termo, criado para nomear especificamente as dificuldades de

    aprendizado em leitura e escrita.

    Assim, Ransom (apud LUCZYNSKI, 2003, p. 134), apresenta a dislexia como

    uma dificuldade de aprendizado desde o nvel bsico, e pode ser resultante da

    histria de vida ou da estrutura organizacional, porm no tendo sua origem na

    linguagem.A dislexia tambm pode ser definida como:

    Dislexia do desenvolvimento ou de evoluo, em uma desordem naaquisio da leitura /escrita com competncias que acomete a crianas cominteligencia dentro dos padres de anormalidade, sem deficinciassensoriais, isenta de comprometimento emocional significativo e comoportunidades educacionais adequadas(ELLIS, 1995;NUNES, 1992).

    Somente a partir destas e outras colocaes que se tem a possibilidade de

    dizer que a dislexia evolutiva e possui caracteres envolvidos no reconhecimento

    de palavras com grau diferente no momento da compreenso textual.

    Diante dos diversos conceitos, conclui-se que a dislexia tem se apresentado

    com um jeito de ser e de aprender diferente, individualizado, mas que nem por isso

    deve ser motivo de vergonha ou mesmo impedimento para que algum possa

    desistir; deixando-o de prosseguir suas metas, pois h uma dificuldade e no faltade inteligncia.

    Segundo o conceito expresso por Martins (2011) a criana aprende de

    maneira diferente, necessrio entender e compreender que o modo como esta

    criana articula a linguagem fundamental para o seu sucesso na escola.

    Mediante aos inmeros casos contextualizados envolvendo crianas com

    dificuldade de aprendizagem, deve-se atentar criteriosamente para cada caso, pois

    pessoas com problemas significativos de leitura no so necessariamente

    dislxicas.

    Entre os vrios estudos e avaliaes apresentadas, sobre alguns dos

    aspectos e obstculos que envolve a memria Frank (2003, p.11), explica que:

    [...] a dificuldade com a memriatanto a curto como a longo prazo- um

    dos aspectos da dislexia emocionalmente mais doloroso.

    A priori percebemos segundo o que o autor conceitua, que estas crianas

    apresentam seu potencial e que til ao educador conhecer mais e melhor seus

    caracteres e tambm do sistema e unidades cerebrais para oferecer e desenvolver

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    um trabalho de qualidade, respeitando suas limitaes e seu tempo e rtmo de

    aprendizagem.

    Um indivduo dislxico pode ser, e em geral , normal em tudo, menos no

    aprendizado ou no desempenho da leitura e escrita. Assim, a dislexia revela-se

    essencialmente como uma sndrome pedaggica, e a partir desse aspecto que

    uma criana dislxica ou mesmo suspeita, pode ser reconhecida e caracterizada

    entre as demais.

    Em meios a tantos conceitos e pontos de vista, o que mais se espera de uma

    criana aps seu ingresso na escola que ela aprenda, pois o fracasso no s aflige

    os pais, como a prpria criana, colocando-a margem do convvio social,

    prejudicando-a de modo geral.

    Deve-se trabalhar lidando com a dislexia e nunca contra ela. Buscando apoio

    necessrio para adquirir segurana e confiana. Sabe-se, que de tudo que j tem

    sido conquistado, uma criana dislxica pode conquistar ainda mais coisas, se tiver

    realmente um sistema de apoio e autoconfiana.

    2.1.1 Os sintomas dislxicos

    So vrios os indcios apontados nos estudos como sintomas inerentes da

    dislexia. Infelizmente, observa-se que as crianas no conseguem superar por si s

    tais problemas, que se acentuam na rea da leitura e escrita. necessrio que haja

    interveno da equipe de profissionais especializados, atuando durante o perodo de

    sua escolarizao para que o mais cedo possvel possa ser diagnosticado e iniciado

    esse atendimento necessrio, com menos complicao tanto no mbito escolar,

    quanto no emocional e tambm no social.Quando se lista as dificuldades das crianas dislxicas, observa-se que h

    uma diversidade de caracteres; esse um ponto muito forte a ser destacado, pois

    no se trata apenas de um ou dois, so traos que devero estar evidenciados

    constantemente, e isto demanda tempo e estudo, como bem afirma Martins (2011).

    Sabe-se que de modo geral, a histria pessoal de uma criana dislxica traz

    certos traos, como o atraso da linguagem, da locomoo e pode apresentar

    problemas de dominncia lateral.

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    Ainda com relao s diferenas entre a oralidade e a escrita, v-se que na

    linguagem oral, a criana conta com a presena do outro na conversa, e no

    processo da escrita, bem diferente, pois no h o outro, h o vazio que deixado

    pela ausncia do interlocutor, sendo que o mesmo passa a assumir o papel de quem

    escreve e de quem l, isto dificultando muito o processo para esta criana.

    Para Ianhez (2002) estes so sintomas de dislexia considerados mais

    evidentes durante toda carreira pedaggica da criana:

    Omisso, inverso ou confuso de fonemas;

    a. Baixo nvel de compreenso da linguagem;

    b. Lentido motora e atraso na aquisio de conhecimento do esquema corporal,

    orientao e sequenciao;

    c. Confuso entre letras;

    d. Escrita muito irregular;

    e. Distrbio do sono;

    f. Enurese noturna;

    g. Suscetibilidade a alergias e infeces;

    h. Tendncia a hipo-atividade motora;

    i. Chora muito e parece inquieto;j. Dificuldade no manuseio de dicionrios e mapas;

    k. Dificuldadede copiar do quadro ou mesmo dos livros;

    l. Entender o tempo presente, passado e futuro;

    m. No utilizao de sinais de pontuao gramaticais;

    n. Subtituies de letras.

    Vrias dessas caracteristicas das crianas dislxicas podem ser observadas

    no dia a dia escolar. No entanto, preciso saber diferenci-las de outros problemasde aprendizagem, para que o encaminhamento da criana para diagnstico e a

    orientao aos pais seja a mais correta possvel.

    2.1.2 Tipos de dislexia

    Calafange(2011) (FALTA N DA PAG), diz que a criana com expressivas

    dificuldades de leitura no so necessariamente dislxicas, mas todas as crianas

    dislxicas tm um srio distrbio de leitura.Assim, o autor retrata o que ocorre nas

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    salas de aula e muitas vezes no percebido pelos professores. Afirma

    Olivier(2004), que a dislexia existe por diversos nveis, sendo apresentados trs

    neste estudo.

    A dislexia congnita ou inatanasce com o indivduo. Pode assim apresentar

    vrias causas, como alterao cerebral, ou seja, os hemisfrios so encontrados em

    tamanhos invertidos ou mesmo exatamente iguais; o normal que o esquerdo seja

    maior que o direito. Isto traz consequncias no processo de aquisio da

    leitura/escrita, sendo que na maioria dos casos, o indviduo no consegue ser

    alfabetizado, ou chega a ser, mas com muita dificuldade no desenvolvimento da

    leitura e escrita, compreender e mesmo reter os conhecimentos.

    A dislexia adquiridavem atravs at mesmo de um acidente qualquer, como

    Anoxia por afogamento, entre outros. Trata-se de uma situao em que antes a

    pessoa era normal e aps o acontecido passa por processos que dificultam as

    condies para a aquisio da leitura, ou consegue muito pouco devido s

    dificuldades. Essas pessoas apresentam falhas na memria.

    Na dislexia ocasional, as causas so fatores externos, como estresse,

    excesso de atividades entre outros, obrigando o uso de tratamento em grande

    escala e podendo envolver vrios outros profissionais, alm daqueles que atendema criana na escola. Os cuidados para este quadro so o repouso e mudana de

    rotina, para que a pessoa possa voltar ao normal.

    Diante de todo este contexto, percebe-se e conclui-se que este um assunto

    que no admite generalizaes. Destaca Drouet (2001, p.132):

    preciso parar definitivamente imaginar que a Dislexia faa trocar letras. Oque acontece com o dislxico que, na maioria dos casos, ele no identifica

    sinais grficos/letras ou qualquer cdigo que caracteriza um texto. Portanto,ele no troca letras, porque seu crebro sequer identifica o que seja letra.

    Aconselha-se que, em se tratando do dislxico, necessrio e faz muito bem

    que pratique esportes, de modo que venha a desenvolver a coordenao motora, o

    racocinio lgico e a agilidade.

    2.1.3 Diagnstico

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    A dislexia no se caracteriza por dificuldades especificas, porm por

    combinaes a nveis de dificuldades e facilidades de aprendizado. Observa-se que

    quando uma criana levada ao consultrio apresentando a queixa da escola, de

    suma importncia descartar a possibilidade de alguns distrbios, antes de emitir um

    diagnstico de dislexia.

    Nos dias atuais, j h possibilidade de se fazer um diagnstico precoce de

    uma criana potencialmente dislxica. Um dos sintomas considerados alarmantes

    o distrbio psicomotor. Percebe-se que, de certa forma, o diagnstico de dislexia

    feito por excluso, ou seja, em alguns casos, os problemas s passam a ser

    percebidos como dificuldades significativas de aprendizado, em geral pelo professor,

    somente a partir do segundo ano da educao bsica.

    Observa-se que a falta do diagnstico e de uma adequada assistncia

    psicopedaggica a esse dislxico poder agravar seu quadro de dificuldades, no s

    sociais, como do aprendizado. Varella (2010) afirma que nos dias atuais e devido a

    vrias queixas de dificuldade de aprendizagem e exames comprovatrios, o

    diagnstico da dislexia est interligado a alteraes no crebro e precisa ser

    diferenciado de outros distrbios.

    Mediante ao seu ponto de vista, observa-se que para diagnosticar a dislexia,dever ser excluida a presena e possibilidade de outros distrbios; aprofundando

    especificamente na rea a ser investigada, buscando concluses e alternativas

    positivas que venha beneficiar o trabalho a ser desenvolvido com esta criana.

    Como afirma-nos Frank (2003), que faz-se necessrio tranquilizar esta criana com

    orientaes consistentes, mostrando-a que todas as pessoas so bem

    desenvolvidas em algumas reas e que em outras, apresenta algumas dificuldades,

    tornando assim, um fator normal do ser humano.Portanto, vemos que as crianas afetadas pela dislexia ou que esto sob

    suspeitas podem possuir uma inteligncia normal, mas no conseguem atingir uma

    aprendizagem de leitura e escrita de forma realmente satisfatria, ou seja, entende-

    se que o dislxico no tem nenhum comprometimento intelectual. O que pode

    ocorrer e vir a acontecer so casos de comprometimento que agravem o quadro de

    dislexia como o emocional, o socioeconmico e o cultural. De modo que, mais cedo

    ou ao longo do tempo, isto pode desaparecer.

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    Os que estudam esse transtorno de aprendizagem dividem-se em dois

    grupos: os splitters reconhecem a dislexia em diversos subtipos, como

    hiperatividade, transtorno de ateno, dificuldade para atuar na matemtica, demora

    em falar, gagueira, autismo e a sndrome de Tourette; os lumpers abordam o grupo

    dos potencialmente dislxicos e para os extremistas todos os sintomas so

    manifestaes de uma nica sndrome de dificuldade.

    Devido anormalidade de uma regio cerebral responsvel pela identificao

    de palavras, a criana dislxica no consegue reconhecer palavras que j leu ou

    mesmo que j estudou anteriormente.Tambm so consideradas como dificuldade

    para estas crianas desenvolverem atividades que envolvem rimas, reconhecimento

    de letras e fonemas, escrita de lado e ao contrrio. Todos esses sintomas precisam

    ser considerados no momento de se fazer um diagnstico da dislexia.

    2.2 O Processo de Aquisio da Linguagem

    Eis um processo fundamental para o sucesso escolar. A linguagem est

    presente em todos os aspectos e os educadores so considerados potencialmente

    professores de linguagem, porque usam a lngua como canal de transmisso deinformaes.

    por meio da linguagem humana que cada pessoa pode se expressar por

    meios de pensamentos e sentimentos. Conclui-se que, as crianas dislxicas

    apresentam tamanha dificuldade na aprendizagem dos smbolos, o que certamente

    ir dificultar na evoluo da linguagem. No aspecto da linguagem os dislxicos

    fazerm inverso entre letras, slabas ou palavras com diferenas mnimas de grafia,

    como n-he e-d. Confudem tambm letras de grafia similar, como b-d, b-q.Para que haja desenvolvimento ou tratamento da linguagem, alguns membros

    desempenham um papel fundamental como, por exemplo, os pais, cujo papel

    cuidadosamente observar e relatar os comportamentos de linguagem, apoiar,

    reforar e tambm motivar suas crianas em todo o perodo de crescimento e

    desenvolvimento da linguagem.

    importante que se possa compreender e entender, que h uma certa

    demora para a criana com dislexia em escrever, soletrar, ler, seguir direes,

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    estudar, ou seja, ela dever empenhar-se mais que os seus colegas. O seu crebro

    est trabalhando mais, mas ela leva mais tempo para obter as respostas.

    Tendo por base os estudos de Mabel Condemarn (1989, p. 55), pode-se

    afirmar que a dificuldade de aprendizagem relacionada com a linguagem (leitura,

    escrita e ortografia), pode ser inicial e, informalmente, um diagnstico mais preciso

    deve ser feito e confirmado por um neurolinguista. O que se observa que aps a

    suspeita, este aluno dever ser encaminhado para a equipe de multiprofissionais

    para a realizao do processo teraputico.

    Segundo Vygotsky (1992) todas as atividades cognitivas bsicas do indivduo

    ocorrem de acordo com sua histria social e acabam se constituindo no produto do

    desenvolvimento histrico-social de sua comunidade. Neste processo de

    desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem papel crucial na determinao de como

    o sujeito vai aprender a pensar, uma vez que formas avanadas de pensamento so

    transmitidas criana atravs de palavras.

    Como profissionais atuantes desde as sries iniciais, os professores precisam

    ter muito cuidado e ateno em suas intervenes pedaggicas, pois o canal

    direto no processo de construo da linguagem. Por isso, precisam ter ateno aos

    sintomas que podem denunciar a existncia de uma dislexia, para que o aluno sejaencaminhado para diagnstico e depois ser merecedor das necessrias

    intervenes pedaggicas.

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    CAPTULO III: A CRIANA DISLXICA NA ESCOLA

    3.1 Dificuldades de Leitura em Crianas Dislxicas

    H o processo de aquisio da escrita, envolvendo a disgrafia e disortografia.

    Enquanto a disgrafia conceituada como a falta de habilidade motora, apresentando

    lentido mental no traado e letras ilegveis, a disortografia considerada como a

    incapacidade de transcrever corretamente o processo de linguagem oral, que

    caracterizado pelas trocas ortogrficas e tambm advindas das confuses com as

    letras. O que considerado normal para aqueles que esto no nvel de primeira

    srie.

    Diante disso, observa-se que tanto pais, alunos e tambm os educadores

    necessitam e precisam realmente entender que a dislexia, ao contrrio do que

    muitos profissionais da educao pensam, no se trata, definitivamente, de uma

    doena, mas de um transtorno.

    Aos profissionais que atuam diretamente em sala de aula com as crianas

    que apresentam suspeita de dislexia, cabe desenvolver sua sensibilidade e um

    senso crtico, envolvendo o discernimento pedaggico, de que realmente a dislexia

    uma dificuldade bem especfica que envolve diretamente o aprendizado da leitura e

    da escrita no perodo escolar.

    Eis a razo entre as quais estes profissionais tm sentido dificuldade sem

    realizar a discriminao fonolgica, levando a criana a pronunciar as palavras de

    maneira considerada errada, devido ao trocadilho de alguns smbolos. E devido a

    isto, a tendncia mais usada ler a palavra inteira, evitando o processo da

    soletrao das slabas e tambm das palavras.Os vrios problemas enfrentados pelos dislxicos que tm a ver com a

    alfabetizao so os mesmos que todas as crianas enfrentam no decorrer dos

    estudos, pois as outras crianas vo se desenvolvendo notadamente na leitura e na

    escrita, enquanto que os dislxicos demonstram bastante dificuldade para

    desenvolver na mesma rea.

    Sabe-se que a leitura considerada uma forma complexa de aprendizagem

    smbolica, na qual mudanas relativas de um pequeno smbolo podem provocaralteraes tanto a nvel de conceito e at mesmo de pronncia.

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    Este processo de aquisio da linguagem geralmente envolve a escrita, a

    organizao dos textos, habilidades motoras e vrios outros fatores do processo.

    Esta uma tarefa considerada muito dificultosa, o ato de produzir, revelando-se a

    escrita muito confusa e indecifrvel para este aluno.

    E devido a estes fatores, que consideramos muito importante que o educador

    e a famlia sejam parceiros, no que diz respeito ao diagnstico e acompanhamento

    de crianas com problemas de aprendizagem que tratam especificamente da leitura

    e tambm da escrita aritmtica.

    Dentre as vrias formas estratgicas de identificao dos problemas e de

    ajuda para a reeducao da criana, observa-se que o professor deva conhecer

    quais so essas dificuldades que o aluno enfrenta, buscando de todas as formas

    evitar rtulos e diagnsticos antecipados, o que muito comum no meio

    educacional.

    H um ponto a destacar, considerado como o pior de todas as solues, que

    a concentrao intensa que os dislexicos adotam, podendo levar a ler mais

    devagar e que esta leitura no considerada algo prazeroso e sim desagradvel.

    H uma clara diferena para os dislxicos entre concentrar-se e prestar

    ateno. Prestar ateno em algo prazeroso e interessante bom, mas concentrar-se em algo que amea a prpria vida no nada agradvel. Na verdade, muito

    angustiante. A inabilidade para ler e escrever frequentemente parece uma ameaa

    vida para a pessoa dislxica (DAVIS, 2004).Sobre o conceito do autor, observa-se

    muito claramente que esta uma realidade bem presente no contexto escolar e no

    interior das salas de aula.

    3.2 reas de Dificuldade: Matemtica

    A dificuldade para aprender a linguagem expressa atravs dos smbolos da

    matemtica poder ter vrias causas: pedaggicas, capacidade intelectual e

    disfunes do sistema nervoso central. Estas desordens tm sido consideradas

    como discalculia ou mesmo acalculia. O que em muitos casos so resultantes dos

    mtodos que so utilizados pelos profissionais da escola, s vezes buscando

    tentativas de ensinar e resolver o problema da matemtica. Sobre esses transtornos,

    Davis(2004. p. 69) afirma que:

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    A acalculia e a discalculia relacionam-se diretamente com as distores dosentido do tempo que so comuns entre crianas dislxicas. Estasdistores ocorrem simultaneamente com desorientaes visuais, auditivas

    e de equilbrio/movimento.

    Diante dessas distores bastante comum que os profissionais da escola

    faam pr julgamentos e definam o aluno como preguioso ou desajeitado, o que

    no verdade. Toda e qualquer proposio matemtica, desde a questo mais

    simples de clculo, at os clculos mais complicados de astrofsica, que

    considerada de ordem/desordens e tambm da sequncia do tempo. E a partir

    desse conceito que a criana ir desenvolver as atividades que lhe so propostas,

    pois do contrrio ela s ter possibilidades de fazer uso da repetio e

    memorizao.

    Conforme Davis (2004), para um dislxico aprender realmente a matemtica,

    ele dever dispor dos seguintes pr-requisitos e princpios bsicos:

    a. Tempo:significando a medio de mudana em relao a um padro;

    b. Sequncia: significando a maneira como realmente as coisas se seguem,

    uma aps a outra, em quantidade, tamanho, tempo ou importncia;

    c. Ordem:significando que as coisas esto nos seus lugares apropriados, nas

    suas posies apropriadas e nas suas condies apropriadas.

    a partir do desenvolvimento desses princpios que uma criana estar apta

    para transformar algo que outrora era uma luta em algo prazeroso e divertido. Sabe-

    se que quando uma criana no consegue realmente se lembrar da aparncia dos

    nmeros, ou seja, quando ela no consegue revisualiz-lo de imediato em sua

    mente, a falha interfir muito em seu clculo matemtico e na escrita dos nmeros.

    Mas no processo pedaggico existem vrias estratgias para desenvolverpropostas de trabalho buscando trabalhar os conceitos matemticos,explicando-os

    de outras maneiras, de modo que este distrbio seja vencido ou diminudo, at

    atingir o processo da escrita.

    O importante saber que nem todas as deficincias em matemtica so

    consideradas idnticas. Isto varia de pessoa para pessoa, seu nvel de capacidade e

    o tipo de desordem que ela possa apresentar. O ponto crucial da resoluo de todos

    os problemas de aprendizagem fica geralmente restrito entre a relao diretaprofessor X aluno.

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    Diante do nmero de distrbios, v-se que a discalculia no classificada

    como uma doena mental e nem um dficit auditivo ou visual. SegundoKocs (apud

    GARCIA, 1998), a discalculia apresenta seis subtipos, que podero ocorrer por

    diferentes combinaes envolvendo tambm outros transtornos, como:

    a. Discalculia operacional: envolve atividades com clculos;

    b. Discalculia grfica: quando se refere escrita de smbolos matemticos;

    c. Discalculia pragtognstica: refere-se enumerao, comparao e

    manipulao, at mesmo de imagens matemticas;

    d. Discalculia verbal: uso de quantidades matemticas, os nmeros, os termos,

    smbolos e as relaes no processo cotidiano da linguagem;

    e. Discalculia ideognstica: refere-se realizao com operaes mentais e

    compreenso dos conceitos matemticos;

    f. Discalculia lxica: refere-se leitura de smbolos matemticos.

    Diante de tudo isto que se busca vivenciar a importncia e significado da

    zona de desenvolvimento proximal. Segundo Vigotsky (2001), o sujeito necessita de

    algum que seja mais experiente e tambm capaz de desenvolver uma determinada

    tarefa, de modo que o outro seja beneficiado e produza seu conhecimento, ou seja,a zona de desenvolvimento proximal um conceito considerado em extenso, que

    busca criar um vnculo de modo a oferecer e beneficiar atitudes de confiana e um

    vnculo de cooperao mtua. Esse conceito precisa ser conhecido pelos

    professores que tm crianas dislxicas em suas salas de aula.

    3.3Estratgias Educacionais

    H uma perspectiva do docente na interveno pedaggica com o aluno

    dislxico. considerado de suma importncia que o educador conhea o processo

    de aprendizagem e que busque mais flexibilidade e interesse em conhecer o ser

    humano na fase do seu desenvolvimento, tanto em nvel da instituio, quanto no

    seio familiar.

    No d para negar, nem fugir da responsabilidade de ser professor, pois

    tarefa de todo e qualquer educador buscar e viver como base a tica e o

    compromisso do dever cumprido, efetivando um aprendizado de forma digna e

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    respeitosa, com novos programas e propostas de ensino que venham de encontro

    realidade e necessidade que a incluso demanda no interior das salas de aula.

    Necessita-se urgentemente de lutar para que a desinformao no faa parte do

    roteiro do trabalho do professor, de modo a destruir vidas, futuro e sonhos. Afirma

    Rogers (1988) que [...] ele dever estabelecer com seus alunos uma relao de

    ajuda, atento para as atitudes de quem ajuda e para a percepo de quem

    ajudado.

    Entretanto, acredita-se que uma das maneiras de ajudar o aluno a resolver

    alguns impasses, fornecer um mtodo para controlar as desorientaes que

    ocorrem frequentemente. Todos os dislxicos necessitam da habilidade de pensar

    com os smbolos e as palavras que inicialmente se confundem no seu crebro.

    Para que o aluno dislxico pense nos significados de uma palavra, com

    certeza, ser necessrio permitir que crie uma imagem mental e aps mostre com

    preciso o significado. Entende-se que ele acha o aprendizado por repetio

    mecnica um tdio torturante, como os mtodos tradicionais que at hoje no tm

    surtido os efeitos esperados e acabam apenas frustrando o aluno. Faz-se

    necessrio que pais e professores estimulem e encorajem sempre que for possvel e

    oportuno, para que a criana dislxica, ou com suspeita reconhea o seu potencialinterior.

    Quando se trata do processo da criatividade,observa-se claramente que

    atravs dela que o ser humano separado e colocado acima de todo e qualquer ser

    vivo. E no dislxico esse impulso da criatividade profundamente forte, quanto nos

    indivduos que no apresentam transtornos de leitura e escrita. s vezes os

    professores agem na prtica ao contrrio do que est garantido nas teorias, pois

    pais e educadores veem de maneira diferente a realidade e a verdade da crianadislxica.

    O que acontece na prtica que o professor instrudo a passar por vrias

    fases mecnicas no processo de alfabetizao dos seus alunos, o que deveria ser

    bem diferente. A aprendizagem poderia ser apresentada por meio de experincias

    prticas, respeitando o potencial e a necessidade; pois todos com certeza

    conseguiriam dominar muitas coisas rapidamente.

    Apresenta-se, a seguir, propostas para melhor atender as crianas com

    dislexia ou que estejam em processo de avaliao, incluindo-as em todos os

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    aspectos possveis, de maneira que elas se sintam parte do processo e no s

    margens do que acontece em sala de aula:

    a. Trabalhar com famlias de palavras;

    b. Criar pequenas frases;

    c. Oferecer oportunidades de produzir pequenas histrias;

    d. Fazer uso de palavras de mesma configurao;

    e. Uso do treino da visualizao de orientao diferenciada das palavras;

    f. Identificao de sons verbais e tambm os no verbais;

    g. Diferenciar a discriminao das figuras, quanto das formas;

    h. Fazer associao de sons (slabas);

    i. Atuar com mtodos analticos e o uso do mtodo fnico;

    j. Desenvolver o relacionamento das letras com os sons;

    k. Diferenciar aspectos diferentes em figuras incompletas.

    Tambm Pallares (2000) sugeriu algumas estratgias que podero amenizar

    os problemas que so causados pela dislexia:

    a. O aprendizado baseado em mtodos multissensoriais, incluindo o uso do tato,

    os movimentos, as cores, alm da viso e audio, que so fontes de

    aprendizagem;b. Estabelecer parcerias entre as crianas e os pais, para que possam auxili-los

    e acompanh-los nos progressos;

    c. Reforar a memria a curto e longo prazo;

    d. Colaborao dos educadores de sempre lembrar a criana de suas tarefas;

    e. No incio, impedir a leitura perante seus colegas e valoriz-los por seus

    esforos;

    f. Utilizao da tecnologia como fator desencadeador de aprendizagem.Ao se trabalhar estas e outras estratgias pode-se proporcionar oportunidade

    e qualidade ao aluno, sem menosprez-lo. O conhecimento no se instala por passe

    de mgica, mas construda na relao entre professor e aluno.

    Outro fator de grande relevncia a reeducao, fato este muito significativo

    neste processo, como o trabalho realizado para o aumento da autoestima, que ir

    desenvolver aos poucos, nos fatores da confiana e valorizao pessoal.

    Deve-se trabalhar com a utilizao de textos curtos, de forma que prendam a

    ateno e despertem o interesse e vontade de desenvolver suas atividades. Isto,

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    aliado ligao estreita e direta do profissional com a famlia, fator de extrema

    importncia para o crescimento desta criana.

    H diversos materiais que, se bem manuseados, iro fazer uma grande

    diferena para o aluno como: blocos lgicos, baco, calculadora e outros mais,

    segundo e conforme a capacidade e necessidade deste aluno.

    No tocante aos recursos que podem enriquecer o trabalho doprofessor Valett

    (1989,p. 178) indica:

    a. Emprego de letras recortadas em lixa, na cor natural para vogais e em

    vermelho para consoantes;

    b. Colocar as letras em cartes com desenhos de animais, plantas, objetos;

    c. Uso de letras em lixas para exerccios tteis, com olhos abertos e fechados;

    d. Recortes de revistas com cartes para melhorar a noo de esquema

    corporal, orientao e organizao espao-temporal;

    e. Uso de letras maisculas e minsculas coloridas, para identificao e

    discriminao;

    f. Letras divididas segundo elementos lineares para decomposio e

    recomposio;

    g. Alfabetos ilustrados, enigmas;h. Frases e pequenas histrias com os substantivos concretizados;

    i. Meu dicionrio especial e ilustrado, com vistas s trocas entre fe ve outras

    letras.

    Para os alunos, percebe-se que h uma verdadeira gama de sugestes e

    adaptaes para desenvolver uma proposta de trabalho. Reconhece-se que um

    tanto difcil para pais e professores aceitarem essas adaptaes, devido

    aparentemente esta criana apresentar-se como outra qualquer de sade fsicacomum, em vrios aspectos da sua idade e condio social.

    De imediato, no se poderia confirmar a verdadeira eficcia de todas as

    estratgias, mas so meios, caminhos que aps exercitados devero sinalizar

    pontos positivos, desde que a criana o adapte e aceite prazerosamente.

    3.4 A Dislexia no Contexto Escolar: o Processo de Alfabetizao

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    No mbito das instituies de Educao Bsica, vemos relatos de professores

    em situaes angustiantes e inquietos, por estar lhe dando diretamente com

    crianas aparentemente brilhantes e muito inteligentes, que ainda no conseguiram

    ler e escrever; nem se dispe de uma boa ortografia para a idade e srie que esto

    inseridos.

    Vemos que os alunos com dificuldades de leitura tm apresentado a cada

    tentativa, frustraes, o que tem sido includos em turmas que no condiz com sua

    realidade, tornando companhia indesejveis.

    Sabe-se que vivemos em uma sociedade, onde a informao, a leitura e a

    escrita uma dentre as condiesde superao de desigualdades.

    A partir do momento em que nos deparamos com uma criana dislxica,

    deve-se geralmente ir a busca de seus traos caractersticos e comuns, como o

    atraso na aquisio da linguagem, atrasos na locomoo entre outros. Pois, so

    vrios os fatores que notadamente lhe deixar s margens, caso no haja uma

    investigao e interveno.

    No d para deixar de fora como realmente se encontra as escolas

    brasileiras; dotada de uma carncia de recursos pedaggicos, tanto de espao

    fsico, como da m formao acadmica e da questo salarial vigente. Isto temcontribudo para ser um entrave, junto escola x comunidade. Mas,

    independentemente das circunstncias, vamos erguer nossas cabeas e prosseguir

    dando o primeiro passo.

    A realidade que h infinitos problemas que so realmente da sociedade,

    ainda no est em nosso poder em transformar a situao, criando uma histria

    nova.

    Por isto, do ponto de vista de nossa realidade, funo sim da escola buscarampliar a experincia humana, portanto, no sendo limitada apenas ao que imagine

    ser significativo para o aluno; o que deva proceder, possibilitar oportunidades

    criativas de forma a ampliar suas experincias.

    nesta fase to delicada e cheia de expectativa por parte da famlia e do

    professor que a escola dever atuar junto ao aluno, em suas dificuldades, dando

    encorajamento, atendendo suas angstias, respeitando suas possibilidades e

    capacidades, seus limites; informando-a de suas dificuldades, e que este professor

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    seja sensibilizado para compreender e apoiar esta criana, desenvolvendo um clima

    de compreenso e ateno de modo a cumprir suas tarefas e atingir seus objetivos.

    Na idade pr-escolar da alfabetizao h vrios sinais, que de antemo,

    deve-se ficar alerta quanto aos mesmos. Segundo IANHEZ (2002) a estes sinais de

    dislexia na idade escolar, devemos ter mais ateno:

    Desateno e disperso;

    Desempenho escolar abaixo da mdia;

    Problemas para reconhecer rimas e alteraes;

    Dificuldade para copiar lies do quadro;

    Dificuldades em manusear mapas e dicionrio;

    Esquecimento de palavras;

    Dificuldade coordenao motora fina;

    Problema de condutor: retrao, timidez;.

    Leitura demorada;

    Desnvel entre o que ouve e o que l;

    Demora realizar os trabalhos entre outros.

    Quando se trata de criana e idade escolar, vemos que a mesma est com

    atraso escolar, faz-se necessrio um empenho por parte do professor, levantando a

    auto-estima deste aluno propondo atividades que melhor ir desenvolver suas

    habilidades. Encaminh-lo para os especialistas de direito para uma sria

    investigao e poder chegar ao diagnstico definitivo.

    Tambm ser necessrio, que este professor procure se inteirar melhor do

    assunto, para lhe dar com a causa e mesmo atend-lo com segurana e

    tranquilidade, aproximar um pouco mais desta famlia, orientado-a compreender e

    tambm a acompanh-lo neste tratamento clnico e desenvolvimento pedaggico.

    Em toda nossa experincia, temos percebido como difcil para os adultos

    entenderem, ou seja, pais e professores que estas dificuldades no esto

    centralizadas em uma deficincia, preguia ou desateno, a sua aquisio nos

    dislxicos, tem exigido um cuidado especial, uma ateno maior para que eles

    possam atingir seus objetivos.

    Normalmente, os dislxicos devido s suas dificuldades, j tm sua

    comunicao bastante prejudicada tanto no processo de receber, quanto aotransmitir, isto nos referindo leitura. Mesmo antes de ir para a escola, esta criana

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    tem o seu canal livre de comunicao com gestos, mmicas, um olhar entre outros.

    Mas todo entrave est centralizado na leitura e escrita. Outro fator a destacar, que

    ora tem acontecido em uma criana dislxica so as manifestaes de alguns

    problemas da fala e da linguagem como: dislalia, afasia, vocabulrio pobre, gagueira

    e outros.

    Quase sempre a criana dislxica tem sido responsabilizada pelo seu

    fracasso em todos os aspectos, outro motivo frequente no perodo escolar ser

    castigado, ameaado, comparado com outras pessoas, sempre tem sim sentido

    diminudo, deixando-o de viver seu processo criativo e produtor.

    No que diz respeito aceitao do seu problema, necessrio que o

    professor esclarea que ele inteligente, quanto a todos colegas e familiares, e

    sobre estas dificuldades com relao a leitura e escrita, poder ser tambm de

    outros, e que isto no provm de preguia nem de m vontade.

    A propsito j comentamos anteriormente, a necessidade deste professor ser

    sensvel e muito criativo, pois no caso de um dislxico ele sempre ser considerado

    nico. Sempre que possvel ressalte seus acertos, fale francamente sobre suas

    dificuldades, valorize o esforo e o interesse do aluno, no tenha nenhum receio que

    seu apoio e ateno iro incomod-lo.H vrios pontos considerados estratgicos que o professor dever utiliz-lo

    para no prejudica-lo ou mesmo inibi-lo:

    De preferncia d a ele um resumo, da atividade a ser executada;

    Sempre estabelea horrios dos seus deveres, de dormir, das recreaes;

    Incentive-o a cuidar do seu corpo e vestir suas roupas;

    Alm do quadro, dever usar outros recursos para dinamizar sua aula;

    Nas revises, que o tempo seja suficiente; Nunca force seu aluno a ler em voz alta;

    Sempre d suas instrues orais e escritas de forma separada;

    Ser necessrio o respeito do seu ritmo.

    Quanto ao processo avaliativo, sabe-se que o mesmo depois de confirmado

    seu diagnstico, ter adaptaes necessrias, dentro de suas necessidades e

    realidade.

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    Alm das avaliaes orais, necessrio que d um tempo razovel para que

    ele desenvolva com calma, de preferncia, recomenda-se que seja lido as questes

    junto com o aluno, de forma que o mesmo possa entender e sentir-se seguro.

    No momento das correes, busque valorizar o mximo a sua produo, e se

    possvel converse com ele confirmando algumas respostas a respeito do que ele

    quis dizer. Seja paciente e compreensivo, pois normal que ele leve mais tempo

    para concluir suas atividades.

    considerada uma mola propulsora a participao da famlia, pois esta um

    elemento determinante de como esta criana se sentir e sair bem na escola. Suas

    atitudes em relao aprendizagem e o seu acompanhamento conta um ponto

    muito forte e enriquecedor, e com certeza seus resultados sero mais eficazes.

    So diversas formas de ajud-los, e uma delas compreender a dinmica

    dada a ateno e sua base neuropsicolgica.

    Conforme cita Valett (1989, p. 225):

    os pais so a pedra angular de qualquer programa de educao especialpara crianas dislxicas. Com seu envolvimento e apoio na modelagem decomportamento de ateno e atravs do uso de programas de treinamentodomstico, a criana dislxica pode continuar a fazer progressossignificativos na aprendizagem da leitura.

    Ao professor, mais uma vez cabe-nos ajud-lo em todos os aspectos, pois oseu crescimento e o seu desenvolvimento auxiliam tanto os seus sonhos, como

    tambm o dele e juntos, todos objetivos tornaro realidade.

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    II - OBJETIVOS

    OBJETIVO GERAL:

    - Compreender os significados construidos pelos professores de trs escolas

    municipais de Ensino Fundamental de guas Lindas de Gois; a partir de suas

    vivncias com alunos dislxicos.

    OBJETIVOS ESPECFICOS:

    Compreender as concepes dos professores pesquisados em relao ao

    processo de distrbio de dislexia;

    Verificar quais estratgias de ensino-aprendizagem os professores esto

    desenvolvendo junto aos alunos diagnosticados dislxicos;

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    III- METODOLOGIA

    3.1 Fundamentaes Tericas da Metodologia.

    Considera-se que a pesquisa provomeu uma anlise sobre o tema dislexia a

    partir de investigaes com professores que atuam diretamente com alunos em

    perodo de alfabetizao. Para tal meta de pesquisa, usou-se a pesquisa qualitativa,

    buscando compreender as concepes expressadas pelos professores pesquisados.

    Com este estudo, considera vlidos os pressupostos da metodologia

    qualittiva, a partir do momento em que entendemos o pesquisador como construtor

    de inteligibilidade, e no retificador do real. Ou seja, essa pesquisa delimita um olhar

    para a incluso verificando as expresses dos participantes, que no esgota o

    fenmeno estudado, mas possibilita visibilidade para novas reflexes.

    3.2 Contextos da Pesquisa.

    Formulou-se a idia de pesquisar e analisar algumas escolas do municpio de

    guas Lindas do Gois por percebemos, no cotidiano da prtica docente,

    professores e coordenadores no demonstrarem em suas narrativas, conceitos que

    condizem com o que o quadro de dislexia. A partir da surgiu ideia da pesquisa

    para responder a seguinte questo: mediante as dificuldades encontradas no

    processo escolar de alfabetizao, como os professores conseguem perceber um

    aluno com suspeita de dislexia, auxili-los com estratgias de trabalho?

    Para auxiliar na busca por uma resposta, este estudo construiu um espao de

    comunicao no qual os docentes expressaram suas concepes sobre o tema

    proposto a partir de um questionrio aberto. E tentamos construir um cenrio de

    confiana entre o pesquisador e docente para que ocorra uma livre expresso sem

    julgamentos ou restries.

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    3.3 Participantes.

    Foram pesquisadas as opinies de professores regentes que esto com os

    alunos do 1 ano (fase de alfabetizao) e tambm dos trs coordenadorespedaggicos destas trs escolas municipais que acompanho como professora de

    recurso itinerante.

    Sobre os coordenadores, os mesmos so graduados em pedagogia e ja

    vivenciaram como professor regente. Tambm contamos com pos graduados em

    reas diversas.

    Todos tambm se apresentaram como profissionais que j esto atuandodesde dois ou mais anos seguidos. A partir de suas respostas e nas conversas

    informais, foram bastante sinceros nas suas revelaes, quanto ao quesito dvida e

    insegurana para atuar e lidar com tal criana suspeita de dislexia.

    Escolhemos professores que possuem graduao e ou que esto cursando ou

    concluiram ps-graduao a partir do pressuposto de que esses profissionais esto

    aptos a lidar com as diferenas e nuanas da escola. De modo algum estamoa

    descredenciando aqueles profissionais que possuem apenas o magistrio, mascompreendemos que os profissionais com alguma habilitao perpassarm em

    debates sobre o tema da incluso e que tal experincia tenha acarretado alguma

    mudana no seu modo de enxergar a realidade escolar.

    Os professores regentes que partiparam dessa pesquisa fazem parte do

    quadro de profissionais do municipio. Em relao a eles, especificamente, contam

    com certa experincia docente.

    Visando uma melhor compreenso e conhecimentodo perfil de cada umdos

    participantes, segue as informaes na tabela abaixo:

    Materiais.

    Caneta

    Blocos de anotaes

    Computador

    Impressora

    Prancheta

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    Pasta elstica

    Professor Idade ExperinciaProfissional

    Formao Formao Continuada

    P125

    anos6 anos Magistrio

    Pedagogia

    Psicopedagogia

    P244

    anos20 anos Magistrio

    Pedagogia

    Orientao em Ensino

    Especial

    P3 32

    anos4 anos Magistrio

    Letras

    Gesto Escolar

    P4 33

    anos6 anos Magistrio

    Geografia

    Pedagogia

    P529

    anos7 anos Magistrio

    Letras

    Gesto Escolar

    P6 34

    anos11 anos Magistrio

    Pedagogia

    Orientao

    Educacional

    P739

    anos7 anos Magistrio

    P8 29

    anos 3 anos Magistrio

    Pedagogia

    OrientaoEducacional

    P9 36

    anos8 anos Magistrio Cursando Pedagogia

    P1027 5 anos Magistrio Pedagogia

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    3.4 Instrumentos de Construo de Dados.

    Para desenvolver este trabalho monogrfico; Foram escolhidas trs escolas

    municipais, entre s cinco acompanhadas h seis anos; como professora de recurso

    itinerante do Programa Escola Inclusiva.

    Devido s queixas serem muito frequentes e presente nas turmas de

    alfabetizao; a proposta a ser trabalhada com os professores do 1 ano, onde est

    o maior ndice de crianas que tem apresentado maiores dificuldades, evaso e

    repetcias e tambm aos coordenadores pedaggicos, pelo fato de serem osresponsveis em trazer as dvidas e os questionamentos dos professores que ora

    atuam diretamente com a criana e tambm com os pais.

    A princpio conversei com os coordenadores e em seguida juntamente com os

    professores, relatando qual seria o meu objetivo e o porqu da importncia e

    necessidade deles na realizao deste trabalho.

    Esclareci a todos que principalmente nestes dois anos, o nmero de queixastem sido muito frequente e s dvidas em diferenciar uma criana em seu estgio de

    dificuldade de aprendizagem.

    A pequisa emprica, foi realizada no ano anterior 2010, com dois

    questionrioscompostos de perguntas abertas; sendo que dez professores

    responderam quatro perguntas direcionadas com perguntas voltadas

    especificamente ao contexto escolar; enquanto no segundo questionrio, apenas

    dois professores do total , foram com quatro tens tambem aberto, reforando o tema

    da pesquisa, com o objetivo de obter maiores informaes a esse respeito.

    Na primeira questo foi: Para voc, o que dislexia? A minha inquietao

    saber se eles tem algum conceito a esse respeito e qual .

    A segunda questo foi: Mediante as dificuldades encontradas no processo

    escolar de alfabetizao, que obstculo tem lhe apresentado para perceber se a

    criana dislexica? Neste tem, meu objetivo foi saber do docente, qual o seu graude conhecimento e de experincia em alfabetizar; para diferenciar algumas

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    caractersticas bsicas e natas de uma criana dislxica e de uma que esta com

    outro problema que no seja realmente indcio de um dislxico.

    A seguir, foi perguntado: Se o dislxico no pode aprender do jeito queensinamos, temos que ensinar do jeito que ele aprende. Quais so essas

    estratgias de trabalho? Minha curiosidade e tambm dvida saber se eles

    esto aptos a ensinar esse aluno? Tem conhecimento de causa e esto oferecendo

    qualidade no atendimento para esse aluno?

    E por ltimo, procuro saber como est o envolvimento desta Famlia X Escola,

    pois considero de suma importncia. Pergunta: Trabalhar com a participao da

    famlia faz a diferena. Nesta situao de uma criana dislxica, como a mesma temse portado?

    3.6 Procedimentos de Construo de Dados.

    Para a realizao deste trabalho monogrfico, optei-me em trabalhar com trs

    escolas municipais de guas Lindas de Gois, situada em um bairro de uma

    comunidade carente.

    Propus um questionio aberto, dando oportunidade a todos os professores de

    alfabetizao e tambm os coordenadores pedaggicos de responder expondo

    como eles veem o processo da dislexia e como ele conceitua.

    A aplicao deste questionrio foi segundo a disponibilidade de cada escola, e

    o tempo disponvel foi de oito dias para que os mesmos efetivassem sem nenhuma

    forma de presso.

    Usei do seguinte procedimento: apenas os professores que esto atuando nas

    sries de alfabetizao e tambem o coordenador pedaggico, por se tratar de um

    profissional que recebe diretamente todas as queixas da escola, ou seja, convive

    com todos os problemas e faz o papel de mediador em busca de solues e

    alternativas para ajudar toda equipe pedaggica da escola.

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    Foi orientado para que os mesmos trocassem idias e experiencias de como

    eles tem sentido e encarado o problema diariamente, junto criana e tambem a

    famlia.

    Ao entregar, deixei bem claro que todos pudessem expor seu ponto de vista e

    se houvesse alguma dvida, sentariamos para discutir e chegar a uma determinda

    soluo de dvidas e quebra de alguns mitos relacionados ao tema proposto para

    pesquisa.

    Todos os profissionais so do sexo feminino, e a minha opo por ser

    somente os professores de alfabetizao, foi devido as queixas serem constante

    destes profissionais que esto atuando nas sries iniciais, onde normalmente estaoas crianas que tem permanecido mais de dois anos na mesma srie; sem nenhum

    diagnstico que comprove a sua dificuldade de aprendizagem.

    3.7 Procedimentos de Anlise de Dados.

    Foram dez participantes envolvidos na pesquisa de campo, das trs escolas

    municipais de guas Lindas de Gois, sendo que o questionrio foi composto de

    quatro itens abertos.Este instrumento buscou investigar como atua o professor

    regente diante dos alunos que estoapresentando caractersticas de suspeita de

    dislexia.

    Foi utilizado para aplicao deste questionrio o perodo correspondente de

    junho a agosto/2010, tendo ocorrido de forma individual, na prpria escola, nos

    horrios de coordenao dos professores.

    Na primeira leitura as respostas foram agrupadas de acordo com cada item

    proposto, de maneira que fosse capaz de demonstrar o resultado do seu sucesso ou

    mesmo do insucesso de cada uma das dimenses apresentadas.

    O seu tratamento se deu a partir das informaes colhidas nos questionrios.

    Somente com basenas respostas dos itens, que se procedeu a analise dos dados .

    Este foi o instrumento utilizado para obteros resultados, que esclareceram de como

    tem sido feito o tratamento metodolgico da anlise dos questionrios, o que

    permitir a interpretao e compreenso deste estudo.

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    Este mtodo utilizado tem por objetivo identificar o porqu das dvidas e

    ansiedades dos docentes em lidar com estes alunos, ora no diagnosticados e que

    se encontra em fase de suspeita de dislexia.

    Observou-se que apesar das limitaes, diante do contexto em que todos se

    encontram inseridos, acredita-se em novas possibilidades