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DISCURSO DO ESTADO DE ISRAEL, A SER PUBLICADO DURANTE A MINI ONU
Senhores e senhoras, bom dia!
Na qualidade de Primeiro-Ministro de Israel, enquadro-me numa
postura de enfretamento direto de mais uma ameaça que atormenta a
normalidade da Comunidade Internacional: o programa nuclear iraniano,
que, embora imerso na esfera dubitável, deixa escapar fatos evidentes
que denunciam seu fundo de absoluta má-fé.
Senhoras e senhores, a esfera dubitável desfaz-se rapidamente ao
passo que descobrimos fatos e mais fatos. A começar pela máxima
autoridade política do país em questão. Meses atrás, Sua Excelência
Mahmoud Ahmadnejad negou o Holocausto e, com isso, seus mais
profundos anseios de erradicar Israel do mapa-múndi. Entretanto, ao
negar o Holocausto, negou também a morte de mais de 6 milhões de civis
judeus, um terço da comunidade judia mundial da época. Pôs em xeque,
também, as tatuagens que até hoje persistem nos braços dos
sobreviventes dos campos de concentração e, evidentemente, reduziu à
mentira a recente visita de Sua Excelência Barack Obama ao campo de
extermínio de Waansee, na Alemanha, e o fardo que até hoje grande
parte das famílias judias carrega por ter perdido grande contingente de
parentes. Enfim, duvidou do indubitável, do que é absolutamente
comprovado e facilmente comprovável. [mostrar fotografias de míseros
judeus sob o domínio nazista.]
Como se não bastasse a lamentável afirmação, agora procura
sustentar seus errôneos ideais do desenvolvimento técnico-científico, no
seu mais recente programa nuclear. Senhoras e senhores, recentemente,
o governo iraniano admitiu ter escondido por 18 anos um enérgico
programa nuclear que o levou à obtenção do ciclo total de
enriquecimento de urânio, mesmo às sombras do Tratado de Não-
Proliferação de Armas Nucleares – o que nada o impede de novamente
fazê-lo. E todo esse período de pesquisas nucleares à surdina foi banhado
após a Revolução Islâmica, a qual, ao passo que afugentou grande parte
de sua já calejada população, possibilitou a estabilização de um momento
medieval na história contemporânea iraniana: decretou o fechamento do
Irã ao mundo Ocidental; junto com o fanatismo, estimulou a
homogeneização religiosa da população através do apoio incondicional ao
islamismo xiita e do financiamento de grupos de extermínio da população
islâmica sunita; feriu a Declaração Universal dos Direitos Humanos
bancando grupos terroristas como o Hizbollah e o Hamas, que
incessantemente tentam contra a paz, atormentando judeus e palestinos,
a partir de suas bases no Líbano; e o cometimento de atrocidades como a
de condenar o homossexualismo e de seriamente censurar sua imprensa
como se estes fossem responsáveis pelas asneiras cometidas por seus
políticos. Medidas políticas as quais vêm gerando visível
descontentamento em sua população, como notado nas últimas eleições
presidenciais, onde o povo, tamanha era sua insatisfação, conseguiu
burlar a sufocante censura e veicular protestos em seus blogues, twitters e
expor ao mundo as únicas imagens dos protestos, oriundas de telefones
celulares e outros portáteis. Mas contra isso vieram justa imposições dos
demais países, atordoados pelo retrocesso provocado no Irã e países
circunvizinhos.
A luta contra o fanatismo não confronta uma fé contra outra fé,
nem uma civilização contra outra civilização. Confronta a civilização contra
a barbárie, o século 21 contra o século 9, aqueles que santificam a vida
contra aqueles que glorificam a morte.
O primitivismo do século 9 não deve ser páreo com o progresso do
século 21. O fascínio da liberdade, o poder da tecnologia, o alcance das
comunicações deve certamente ganhar o conforto. Em última análise, o
passado não pode triunfar sobre o futuro. E o futuro oferece a todas as
nações magníficos e promissores bônus de esperança. O ritmo de
progresso cresce de forma exponencial.
Levamos séculos para chegar da imprensa ao telefone, décadas para
começar a chegar do telefone ao computador pessoal, e apenas alguns
anos para chegar do computador pessoal à Internet.
Estou orgulhoso de meu país, Israel, estar na vanguarda destes
avanços — liderando nas inovações na ciência e na tecnologia, na
medicina e na biologia, na agricultura e na água, na energia e no meio
ambiente. Essas inovações no mundo todo oferecem à humanidade um
futuro ensolarado inimaginavelmente promissor.
Mas não é só grande parte da população iraniana que fica
desgostosa com seus políticos; nós, israelenses, junto aos egípcios,
jordanianos, norte-americanos e, como esperamos, russos, chineses,
franceses e brasileiros, também ficamos indignados com a atual situação
do Irã.
Mas, se o fanatismo mais primitivo puder adquirir as armas mais
mortíferas, a marcha da história poderá ser revertida, por algum tempo. E,
como a vitória tardia sobre os nazistas, as forças do progresso e da
liberdade prevalecerão somente após um ônus terrível de sangue e do
destino que será extraído da humanidade. É por isso que a maior ameaça
que o mundo enfrenta hoje é o casamento entre o fanatismo religioso e as
armas de destruição em massa. O desafio mais urgente para este órgão é
impedir que os tiranos de Teerã obtenham armas nucleares. Será que os
Estados-Membros das Nações Unidas estão a altura deste desafio Será
que a Comunidade Internacional irá enfrentar um despotismo que
aterroriza o seu próprio povo quando ele bravamente luta pela liberdade?
Será que vai tomar medidas contra os ditadores que roubaram uma
eleição, em plena luz do dia, e mataram a tiros os manifestantes iranianos
que morreram nas ruas asfixiados no seu próprio sangue? Será que a
comunidade internacional desbaratará os mais perniciosos patrocinadores
e praticantes de terrorismo do mundo? Acima de tudo, será que a
comunidade internacional vai fazer com que o regime terrorista do Irã
pare de desenvolver armas atômicas, pondo em perigo a paz do mundo
inteiro?
É evidente a má-fé iraniana no desenvolvimento de armas atômicas:
há muito tempo já adquiriram estoques e estruturas tão alarmantes que
primariamente anulam qualquer possibilidade de fornecimento de energia
nuclear para a população civil; e já partem pro armazenamento desta,
levando à confecção de armamento nuclear. Sustentar que o seu
programa nuclear é uma tática de auto-defesa ao suposto programa
nuclear de Israel também não é são: o Ministério de Defesa jamais
confirmou a existência de arsenal nuclear nas tropas israelense. Que se
tome mais juízo em vez disso.
Esperamos assim que os mais honrados representantes de seus
países votem pela cassação do programa nuclear iraniano, pois assim o
fazendo estarão sendo justo com todos nós, cidadãos que querem um
mundo repleto de ordem, progresso e paz – queremos paz: é o lema do
povo judeu e significado do termo “Jerusalém”, e não de atentados,
intifadas e farsas.
Lembrem-se da célebre frase do Pirkei Avot: “Quem pratica uma
boa ação, conquista um defensor; quem comete uma má acção, arranja
um acusador.”
Muito obrigado, meu caros.