disciplina: professor: data: história do brasil nilton ... · (fatec 2019) leia o texto....

3
- 1 - Disciplina: História do Brasil Professor: Nilton Ururahy Data: / 04 /2020 Lista Nº: 07 Turma: 2ª Série Aluno: 1. (Uece 2017) Atente ao seguinte enunciado: “Episódios mais notórios, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, e a Revolução Paulista de 1924, ou um evento pouco citado nos livros de História, como a Comuna de Manaus, também ocorrido em 1924, são partes do mesmo movimento a que pertence a Coluna Prestes, que, de 1925 a 1927, percorreu cerca de 25.000 km pelo interior do território brasileiro combatendo as forças oligárquicas e espalhando sua ideologia”. O enunciado acima se refere ao movimento pertencente à História republicana do Brasil conhecido como a) Tenentismo, que marcava o descontentamento de parte da jovem oficialidade do exército com as características políticas da República Velha. b) Restauracionismo, que uniu militares e religiosos em lutas com o objetivo de depor a República e restaurar a monarquia no Brasil. c) Messianismo, movimento por meio do qual os líderes religiosos faziam uso de sua influência para eleger os grupos políticos que apoiavam o fim das mudanças promovidas pela República. d) Coronelismo, no qual senhores de terra e líderes políticos locais tentaram impedir avanços socialistas propostos pelo Presidente da República Artur Bernardes. 2. (Uece 2017) O trecho a seguir foi retirado do jornal A Classe Operária, publicado em 18 de julho de 1925. “[...] As famílias pequeno-burguesas estão pela hora da morte. [...] São 4 pessoas: marido, mulher e dois filhos. O marido tem um pequeno negócio que lhe rende 350$ mensais líquidos. A mulher era professora: tirava 250$. Mas com o primeiro filho teve que abandonar o ensino. [...] Vejamos como os 350$ se evaporam mensalmente: aluguel 93$; almoço e jantar da pensão 150$; 10 quilos de açúcar 14$; pão 24$; 4 quilos de café 10$800; 1 quilo de manteiga 10$; 7 litros de querosene 9$; 30 litros de leite 33$; 120 ovos 20$; álcool 7$500; frutas 30$; condução 15$; lavadeira 35$; carregador da marmita 21$; luz 7$. Total 479$300. [...] Deficit mensal 129$300. [...] Como equilibram as finanças? Fazendo serviços extras[...]. [Aí] está o orçamento de uma família pequeno-burguesa ideal que não bebe, não joga, não fuma, não passeia, não vai ao cinema, não compra a prestações. E se é assim, imaginai a situação da grande massa trabalhadora que ganha 200$ e 250$000! A massa vive num regime de fome lenta, de depauperamento progressivo. Eis a realidade. [...]De pé dez milhões de trabalhadores do Brasil! Para dentro dos sindicatos! Organização econômica nos sindicatos e organização política no partido!”. HALL, Michael; PINHEIRO, Paulo Sérgio. A Classe Operária no Brasil. In: REZENDE, Antônio Paulo. Uma Trama Revolucionária? Do Tenentismo à revolução de 30. São Paulo: Atual,1990. P. 23, 24. O momento da História Republicana do Brasil em que a situação econômica descrita no excerto acima está inserida é especificamente o período a) em que ocorreu o golpe e a implantação do governo militar pós 1964, quando as condições socioeconômicas conduziram a classe média a apoiar o regime ditatorial. b) da Nova República, durante o governo do Presidente José Sarney, marcado pela liberdade de mercado e pelos altíssimos índices inflacionários. c) em que ocorreu a ascensão do Presidente Itamar Franco, quando os problemas econômicos e sociais, aliados à política elitista dos industriais, fizeram com que vários setores apoiassem o golpe contra o governo. d) da República velha, em que as condições econômicas da população e a mobilização política do operariado urbano foram fatores para o surgimento de movimentos contra o governo da oligarquia cafeeira. 3. (Pucsp 2017) A Greve Geral de 1917 no Brasil a) iniciou-se com as ações de propaganda dos líderes comunistas que seguiam, em termos estratégicos, a orientação do bolchevismo russo. b) caracterizou-se por ser uma das mais abrangentes e longas greves da época em São Paulo e Rio de Janeiro, liderada pelos anarquistas. c) desenvolveu-se em todo o país a partir do apoio dos meios de comunicação e da adesão dos setores rurais. d) encerrou-se com o Estado aprovando uma legislação trabalhista eficaz, embora inicialmente nenhuma exigência do movimento tivesse sido atendida. 4. (Puccamp 2017) Os modernistas produziram manifestos e profissões de fé, fundaram revistas, formaram grupos, mesmo depois de estarem evidentes as diferenças dentro do grande grupo inicial. Os escritores de 30 não produziram um único manifesto estético. (...) Para entender essas diferenças pode ser útil voltar um pouco a algo apenas esboçado acima: aquela diferença entre as gerações formadas antes e depois da Primeira Guerra, articulada à dinâmica do funcionamento dos projetos de vanguarda. (...) O modernismo nasceu em São Paulo e não há quem deixe de apontar o quanto do desenvolvimento industrial da cidade alimentou a esperança de que a modernização do país, quando generalizada, poderia até mesmo tirar da marginalidade as massas miseráveis. BUENO, Luís. Uma história do Romance de 30. São Paulo: Edusp. Campinas: Editora da Unicamp, 2006, p. 66-67. O conhecimento histórico permite afirmar que a eclosão da Primeira Guerra Mundial deu grande impulso ao desenvolvimento industrial brasileiro, na medida em que a) a ampliação do mercado externo impulsionou a produção de bens de consumo e de máquinas e equipamentos, contribuindo para a consolidação do capitalismo industrial no país, após a guerra. b) a conversão da indústria europeia à produção bélica levou a uma diminuição gradual das importações brasileiras de produtos industrializados, com o consequente estímulo à produção nacional. c) a indústria passou a desenvolver-se a passos largos e novos produtos começaram a ser produzidos no país, como bens de consumo duráveis, para atender à demanda dos países em guerra. d) o Estado passou a intervir fortemente na economia, possibilitando a criação e desenvolvimento de indústrias de base e de produção de bens de consumo para atender às necessidades do mercado. e) o empresariado estrangeiro, com sua técnica e capital, prestou grande ajuda na construção do parque industrial brasileiro e no desenvolvimento da produção voltada para os países em guerra. 5. (Unicamp 2016) “O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os apetrechos das grandes capitais. (“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.) A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil, no início do século XX, é correto afirmar que: a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do Império e impulsionar a cultura francesa, renegada por D. Pedro II. b) A cidade expressava as contradições de um processo de transformações urbanas, sociais e políticas nas primeiras décadas da República. c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela sociedade carioca como sinônimo da modernização republicana obtida pelo tenentismo. d) A modernização representou um processo de exclusão social e cultural, patrocinado pelo governo francês, que financiava obras públicas e impunha os produtos franceses à população brasileira.

Upload: others

Post on 26-Jul-2020

9 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Disciplina: Professor: Data: História do Brasil Nilton ... · (Fatec 2019) Leia o texto. Assistimos ontem à entrada de cerca de 60 menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca

- 1 -

Disciplina:

História do Brasil Professor:

Nilton Ururahy Data:

/ 04 /2020 Lista Nº:

07

Turma:

2ª Série Aluno:

1. (Uece 2017) Atente ao seguinte enunciado:

“Episódios mais notórios, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, e a Revolução Paulista de 1924, ou um evento

pouco citado nos livros de História, como a Comuna de Manaus, também ocorrido em 1924, são partes do mesmo movimento a que pertence a Coluna Prestes, que, de 1925 a 1927, percorreu cerca de

25.000 km pelo interior do território brasileiro combatendo as forças

oligárquicas e espalhando sua ideologia”.

O enunciado acima se refere ao movimento pertencente à História republicana do Brasil conhecido como

a) Tenentismo, que marcava o descontentamento de parte da jovem

oficialidade do exército com as características políticas da República Velha.

b) Restauracionismo, que uniu militares e religiosos em lutas com o objetivo de depor a República e restaurar a monarquia no Brasil.

c) Messianismo, movimento por meio do qual os líderes religiosos

faziam uso de sua influência para eleger os grupos políticos que apoiavam o fim das mudanças promovidas pela República.

d) Coronelismo, no qual senhores de terra e líderes políticos locais

tentaram impedir avanços socialistas propostos pelo Presidente da República Artur Bernardes.

2. (Uece 2017) O trecho a seguir foi retirado do jornal A Classe Operária, publicado em 18 de julho de 1925.

“[...] As famílias pequeno-burguesas estão pela hora da morte. [...] São 4 pessoas: marido, mulher e dois filhos. O marido tem um pequeno negócio que lhe rende 350$ mensais líquidos. A mulher era professora:

tirava 250$. Mas com o primeiro filho teve que abandonar o ensino. [...] Vejamos como os 350$ se evaporam mensalmente: aluguel 93$; almoço e jantar da pensão 150$; 10 quilos de açúcar 14$; pão 24$; 4

quilos de café 10$800; 1 quilo de manteiga 10$; 7 litros de querosene 9$; 30 litros de leite 33$; 120 ovos 20$; álcool 7$500; frutas 30$; condução 15$; lavadeira 35$; carregador da marmita 21$; luz 7$. Total

479$300. [...] Deficit mensal 129$300. [...] Como equilibram as finanças? Fazendo serviços extras[...]. [Aí] está o orçamento de uma família pequeno-burguesa ideal – que não bebe, não joga, não fuma,

não passeia, não vai ao cinema, não compra a prestações. E se é assim, imaginai a situação da grande massa trabalhadora que ganha 200$ e 250$000! A massa vive num regime de fome lenta, de

depauperamento progressivo. Eis a realidade. [...]De pé – dez milhões de trabalhadores do Brasil! Para dentro dos sindicatos! Organização econômica nos sindicatos e organização política no partido!”.

HALL, Michael; PINHEIRO, Paulo Sérgio. A Classe Operária no Brasil.

In: REZENDE, Antônio Paulo. Uma Trama Revolucionária? Do

Tenentismo à revolução de 30. São Paulo: Atual,1990. P. 23, 24.

O momento da História Republicana do Brasil em que a situação

econômica descrita no excerto acima está inserida é especificamente o período

a) em que ocorreu o golpe e a implantação do governo militar pós 1964, quando as condições socioeconômicas conduziram a classe média a apoiar o regime ditatorial.

b) da Nova República, durante o governo do Presidente José Sarney, marcado pela liberdade de mercado e pelos altíssimos índices inflacionários.

c) em que ocorreu a ascensão do Presidente Itamar Franco, quando os problemas econômicos e sociais, aliados à política elitista dos industriais, fizeram com que vários setores apoiassem o golpe

contra o governo. d) da República velha, em que as condições econômicas da população

e a mobilização política do operariado urbano foram fatores para o

surgimento de movimentos contra o governo da oligarquia cafeeira. 3. (Pucsp 2017) A Greve Geral de 1917 no Brasil

a) iniciou-se com as ações de propaganda dos líderes comunistas que seguiam, em termos estratégicos, a orientação do bolchevismo russo.

b) caracterizou-se por ser uma das mais abrangentes e longas greves da época em São Paulo e Rio de Janeiro, liderada pelos anarquistas.

c) desenvolveu-se em todo o país a partir do apoio dos meios de

comunicação e da adesão dos setores rurais.

d) encerrou-se com o Estado aprovando uma legislação trabalhista

eficaz, embora inicialmente nenhuma exigência do movimento tivesse sido atendida.

4. (Puccamp 2017) Os modernistas produziram manifestos e profissões de fé, fundaram revistas, formaram grupos, mesmo depois de estarem

evidentes as diferenças dentro do grande grupo inicial. Os escritores de 30 não produziram um único manifesto estético. (...) Para entender essas diferenças pode ser útil voltar um pouco a algo apenas esboçado

acima: aquela diferença entre as gerações formadas antes e depois da Primeira Guerra, articulada à dinâmica do funcionamento dos projetos de vanguarda. (...) O modernismo nasceu em São Paulo e não há quem

deixe de apontar o quanto do desenvolvimento industrial da cidade alimentou a esperança de que a modernização do país, quando generalizada, poderia até mesmo tirar da marginalidade as massas

miseráveis.

BUENO, Luís. Uma história do Romance de 30. São Paulo: Edusp.

Campinas: Editora da Unicamp, 2006, p. 66-67. O conhecimento histórico permite afirmar que a eclosão da Primeira

Guerra Mundial deu grande impulso ao desenvolvimento industrial brasileiro, na medida em que

a) a ampliação do mercado externo impulsionou a produção de bens de consumo e de máquinas e equipamentos, contribuindo para a consolidação do capitalismo industrial no país, após a guerra.

b) a conversão da indústria europeia à produção bélica levou a uma diminuição gradual das importações brasileiras de produtos industrializados, com o consequente estímulo à produção nacional.

c) a indústria passou a desenvolver-se a passos largos e novos produtos começaram a ser produzidos no país, como bens de consumo duráveis, para atender à demanda dos países em guerra.

d) o Estado passou a intervir fortemente na economia, possibilitando a criação e desenvolvimento de indústrias de base e de produção de bens de consumo para atender às necessidades do mercado.

e) o empresariado estrangeiro, com sua técnica e capital, prestou grande ajuda na construção do parque industrial brasileiro e no desenvolvimento da produção voltada para os países em guerra.

5. (Unicamp 2016) “O Rio civiliza-se!” eis a exclamação que irrompe de todos os peitos cariocas. Temos a Avenida Central, a Avenida Beira

Mar (os nossos Campos Elíseos), estátuas em toda a parte, cafés e confeitarias (…), um assassinato por dia, um escândalo por semana, cartomantes, médiuns, automóveis, autobus, autores dramáticos, grandmonde, demi-monde, enfim todos os apetrechos das grandes

capitais.

(“O Chat Noir”, em Fon-Fon! Nº 41, 1907. Extraído de

www.objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/fonfon/fonfon1907.) A partir do excerto, que se refere ao período da Belle Époque no Brasil,

no início do século XX, é correto afirmar que:

a) O Rio de Janeiro procurava apagar aspectos da época do Império e impulsionar a cultura francesa, renegada por D. Pedro II.

b) A cidade expressava as contradições de um processo de

transformações urbanas, sociais e políticas nas primeiras décadas da República.

c) Os costumes franceses eram elementos incorporados pela

sociedade carioca como sinônimo da modernização republicana obtida pelo tenentismo.

d) A modernização representou um processo de exclusão social e

cultural, patrocinado pelo governo francês, que financiava obras públicas e impunha os produtos franceses à população brasileira.

Page 2: Disciplina: Professor: Data: História do Brasil Nilton ... · (Fatec 2019) Leia o texto. Assistimos ontem à entrada de cerca de 60 menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca

- 2 -

6. (Fgvrj 2016) A imagem a seguir é uma foto que retrata a marcha dos

“18 do Forte”, ocorrida em 5 de julho de 1922, quando o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi tomado durante um levante militar.

Esse movimento está relacionado a) à indignação dos militares, em relação à política externa brasileira,

considerada subserviente aos interesses norte-americanos. b) à reação contra a chamada Coluna Prestes, que percorria o interior

do Brasil combatendo as forças do exército.

c) à repressão ao Partido Comunista Brasileiro, que acabara de ser fundado por influência da Revolução Bolchevique.

d) aos interesses das elites de São Paulo e Minas Gerais, que

estimulavam o levante contra o centralismo do Rio de Janeiro. e) ao tenentismo, movimento nacionalista que propunha reformas na

estrutura do poder político oligárquico do país.

7. (Puccamp 2016) O universo ficcional de Machado de Assis é povoado pelos tipos sociais que se mesclavam na sociedade

fluminense do século XIX: proprietários, rentistas, comerciantes, homens pobres mas livres e escravos. Cruzam seus interesses e medem-se em seus poderes ou em sua falta de poder. É essa a configuração das personagens das obras-primas Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. A tragédia do negro escravizado está

exposta em contos violentos, e o capricho dos senhores proprietários

dá o tom a narradores como Brás Cubas e Bento Santiago, o Bentinho, que contam suas histórias de modo a apresentar com ar de naturalidade a prática das violências pessoais ou sociais mais profundas.

(TÁVOLA, Bernardim da. Inédito).

A tragédia do negro escravizado, no Brasil, deixou marcas profundas

na sociedade brasileira. Durante a primeira República a maioria absoluta da população negra continuou excluída da vida política, tendo

colaborado para essa exclusão o fato de que a) a legislação republicana oficializou medidas segregacionistas em

nível nacional. b) a população negra livre não era contemplada pelo sistema

clientelista.

c) os negros optaram por permanecer no campo, não se inserindo nas cidades.

d) os analfabetos, mendigos e soldados não podiam votar.

e) as organizações políticas ou culturais que agregassem negros eram proibidas.

8. (Unesp 2019) Leia o poema “Pobre alimária”, de Oswald de Andrade, publicado

originalmente em 1925. O cavalo e a carroça

Estavam atravancados no trilho E como o motorneiro se impacientasse Porque levava os advogados para os escritórios

Desatravancaram o veículo E o animal disparou Mas o lesto carroceiro

Trepou na boleia E castigou o fugitivo atrelado Com um grandioso chicote

(Pau-Brasil, 1990.)

Considerando o momento de sua produção, o poema

a) celebra a persistência das tradições rurais brasileiras, que

inviabilizaram o avanço do processo de industrialização de São Paulo.

b) valoriza a variedade e a eficácia dos meios de transporte, que

contribuíam para impulsionar a economia brasileira. c) critica a recorrência das práticas de exploração e maus tratos aos

animais nos principais centros urbanos brasileiros.

d) registra uma rápida cena urbana, que expõe tensões e ambiguidades no processo de modernização da cidade de São Paulo.

e) exemplifica o choque social constante entre as elites enriquecidas e

a população pobre da cidade de São Paulo. 09. (Fatec 2019) Leia o texto.

Assistimos ontem à entrada de cerca de 60 menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca. Essas crianças, entrando àquela hora, saem às

6 horas. Trabalham, pois, 11 horas a fio, em serviço noturno, apenas com um descanso de 20 minutos, à meia-noite! O pior é que elas se queixam de que são espancadas pelo mestre de fiação. [...]

Uma há com as orelhas feridas por continuados e violentos puxões. Trata-se de crianças de 12, 13 e 14 anos. Jornal O Combate, São Paulo, 4/09/1917. Apud CENPEC; Ensinar e aprender História. V.3: ficha 10, 1998.

Considerando o contexto da industrialização de São Paulo, no início da Primeira República, assinale a alternativa correta.

a) A legislação republicana estabeleceu a obrigatoriedade do trabalho infantil como forma de disciplinar e educar as crianças das famílias de baixa renda envolvidas em pequenos delitos.

b) A participação do Brasil na Guerra Franco-Prussiana e a convocação militar dos homens obrigaram mulheres e crianças a ocupar seus postos de trabalho e a participar dos esforços de guerra.

c) A Consolidação das Leis Trabalhistas, conjunto de leis de inspiração fascista promulgadas após a abolição da escravidão, preconizava o trabalho infantil como parte do programa de qualificação profissional.

d) Os baixos salários pagos aos homens tornavam necessário o trabalho de mulheres e crianças das famílias operárias que, embora tivessem as mesmas obrigações que os homens, recebiam salários menores.

e) Os sindicatos anarquistas, fundados por operários italianos recém-chegados ao Brasil, incentivavam a participação de crianças no mercado de trabalho com o objetivo de garantir a adesão precoce

aos seus ideais. 10. (Fmp 2019) O chamado movimento tenentista foi muito atuante na

década de 1920 e colaborou decisivamente para a crise final dos acordos oligárquicos em 1930.

As propostas políticas dos tenentes de uma maneira geral se vinculavam ao clima do pós-Primeira Guerra Mundial, marcado pelo avanço do nacionalismo e da centralização política. Nesse ponto, eles

assumiam bandeiras de luta próximas às das oligarquias regionais que se opunham ao predomínio de Minas Gerais e São Paulo. Entre outras reformas, defendiam o voto secreto, a independência do Poder

Judiciário e um Estado mais forte.

“Dossiê – A Era Vargas: dos anos 20 a 1945.” Navegando na História

– A Era Vargas. FGV. Centro de Pesquisa e Documentação de

História Contemporânea do Brasil. Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePoli

tica/MovimentoTenentista>. Acesso em: 11 jul. 2018. Os militares tenentistas, para alcançar os objetivos enumerados na

década de 1920, planejaram a) partidos políticos independentes

b) candidaturas avulsas à presidência c) revoltas de caráter separatista d) rebeliões para deposição do governo

e) apoios a candidatos de oposição 11. (Uerj 2018)

Page 3: Disciplina: Professor: Data: História do Brasil Nilton ... · (Fatec 2019) Leia o texto. Assistimos ontem à entrada de cerca de 60 menores às 19 horas, na sua fábrica da Mooca

- 3 -

As telas retratadas acima foram reunidas pela primeira vez no país em 2016 para a exposição “A Cor do Brasil”, realizada no Museu de Arte do Rio (MAR). Ambas fazem parte de um inovador movimento cultural

que, dentre outros aspectos, rediscutiu a identidade nacional. A partir da análise das telas, uma proposta desse movimento foi:

a) glorificar a pobreza b) naturalizar o exotismo

c) exaltar a deformidade d) valorizar a miscigenação 12. (Unicamp 2018) Em julho de 1917, convocou-se, em São Paulo,

uma greve geral, com adesão de 45.000 trabalhadores, para pedir aumento salarial. A greve se estendeu ao Rio de Janeiro e levou o governo a reforçar o aparato repressivo e decretar estado de sítio em

1918. Nos anos de 1917-1919, o Chile registrou o recrudescimento da agitação sindical. Mobilizavam-se com facilidade 100.000 trabalhadores, como durante as manifestações contra o custo dos

alimentos em 1918 e 1919. A Argentina foi outro país que teve um movimento sindical poderoso. Entre 1917 e 1921, o movimento sindical conheceu seu apogeu. Apenas durante o ano de 1919, registraram-se

367 greves na capital Buenos Aires.

(Adaptado de Olivier Dabène, América Latina no século XX. Porto

Alegre: EDIPUCRS, 2003, p. 64-65.) Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre o tema,

assinale a alternativa correta. a) Os movimentos grevistas foram espontâneos e apartidários nos anos

de 1910, rejeitando a infiltração ideológica das lideranças sindicais, de maioria marxista e comunista, pouco mobilizadoras no período.

b) Os movimentos sindicais estavam em processo de fortalecimento,

entre outras razões, pela intensa ruralização dos países latino-americanos na década de 1900.

c) O processo de fortalecimento dos movimentos sindicais enfrentou um

forte aparato repressivo, nos anos de 1920, marcado pela colaboração entre os Estados latino-americanos.

d) Os movimentos sindicais latino-americanos apresentavam, em 1917,

especificidades em relação aos da Europa quanto às pautas reivindicatórias dos trabalhadores.

13. (Uerj 2018) Miséria em revolta. Movimento grevista assume cada vez maiores

proporções. Apresenta-se com aspecto cada vez mais alarmante o movimento que

começou no Cotonifício Crespi e se propagou a outras fábricas em número avultado. Não há como negar a justiça do movimento grevista. São suas causas inegáveis: salários baixos e vida caríssima. Com elas

coincide a época de ouro da indústria, que trabalha como nunca e tem lucros como jamais. Censuram-se as violências dos grevistas. Entretanto, no fundo, não se encontraria uma justificação para essa

atitude? Pais de família que vivem sendo explorados pelos patrões, que veem os industriais fazendo-se milionários à custa de seu suor e de sua miséria. Esses pais não podem ter a calma precisa para reclamar dentro

de uma lei que não os protege, antes permite que o seu sangue seja sugado por vampiros insaciáveis.

O Combate, 12/07/1917. Adaptado de memoria.bn.br.

De greve em greve

Ao longo da história republicana, vários movimentos sociais preferiram

interpretação própria da modernização, como expansão de direitos. E agiram para converter ideia em fato. São Paulo viu isso em 1917, quando assistiu a sua primeira greve geral. A cidade parou. Aderiram

categorias em cascata, demandantes de melhoras salariais e de condições de trabalho. Manifestantes daquele tempo se parecem mais com os de hoje do que se possa imaginar. A resposta das autoridades

de então também segue a moda. Em 1917, um jovem sapateiro espanhol foi baleado no estômago. Em 2017, um estudante teve a cabeça golpeada com um cassetete. O enterro do sapateiro virou a

maior manifestação de protesto que os paulistanos tinham visto até então. Já na greve geral de abril de 2017, 35 milhões de pessoas pararam, segundo os sindicatos.

Angela Alonso. Adaptado de Folha de São Paulo, 07/05/2017.

As matérias jornalísticas referem-se a movimentos grevistas ocorridos no Brasil nos anos de 1917 e 2017, apresentando contextos diretamente associados aos conflitos entre capital e trabalho em área

urbana. Tendo como base essas matérias, as principais semelhanças entre os

dois contextos mencionados se relacionam aos seguintes fatores: a) precarização salarial e ampliação da regulação estatal

b) aumento do desemprego e revisão de leis trabalhistas c) repressão policial e relevância das reivindicações populares d) ilegalidade da ação sindical e desqualificação da mão de obra

14. (Famerp 2017) “A questão social é um caso de polícia” – esta frase, atribuída a Washington Luís, presidente da República de 1926 até a sua

deposição em 1930, é geralmente apontada como o sintoma de como as questões relativas ao trabalho (a “questão social”) eram descuidadas pelo Estado, durante o período da chamada República Velha (1889-

1930).

Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil, 1984.

A associação da frase de Washington Luís a um “sintoma” característico da Primeira República brasileira pode ser exemplificada pela

a) liberação das manifestações de trabalhadores no perímetro urbano de todas as capitais.

b) proibição de entrada de imigrantes que tivessem participado de

sindicatos nos seus países de origem. c) decretação do toque de recolher, ainda no final do século XIX, com a

limitação dos horários de circulação dos cidadãos.

d) repressão contínua às greves, aos protestos e a outras formas de manifestação dos trabalhadores.

e) promulgação da legislação trabalhista, com a definição de direitos e

deveres dos trabalhadores.