disciplina - proeadead.uepb.edu.br/arquivos/cursos/geografia_par_uab/fasciculos... · governo...

28
Antonio Albuquerque da Costa Paulo Sérgio Cunha Farias Formação Territorial do Brasil Do arquipélago de “ilhas” econômicas à integração do território Autores aula 12 DISCIPLINA Fo_Te_A12_IL_080710.indd Capa1 Fo_Te_A12_IL_080710.indd Capa1 08/07/10 11:59 08/07/10 11:59

Upload: phamkhue

Post on 30-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Antonio Albuquerque da Costa

Paulo Sérgio Cunha Farias

Formação Territorial do Brasil

Do arquipélago de “ilhas”econômicas à integração do território

Autores

aula

12

D I S C I P L I N A

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Capa1Fo_Te_A12_IL_080710.indd Capa1 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky(UFRN)

Projeto Gráfi coIvana Lima (UFRN)

Revisoras Tipográfi casAdriana Rodrigues Gomes (UFRN)

Margareth Pereira Dias (UFRN)Nouraide Queiroz (UFRN)

Arte e IlustraçãoAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

Heinkel Hugenin (UFRN)Leonardo Feitoza (UFRN)

DiagramadoresIvana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)José Antonio Bezerra Junior (UFRN)Mariana Araújo de Brito (UFRN)Vitor Gomes Pimentel (UFRN)

Revisora de Estrutura e LinguagemRossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisora de Língua PortuguesaMaria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais – CIPEEliane de Moura Silva

Ficha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Central - UEPB

910.9

C837f Costa, Antônio Albuquerque da.

Formação Territorial do Brasil/ Antônio Albuquerque da Costa; Paulo Sérgio Cunha

Farias. – Campina Grande: EdUEP, 2009.

385 p.: il.

ISBN: 978-85-7879-050-9

1. Geografi a - Brasil. 2. Geografi a – Estudo e Ensino. I. Farias, Paulo Sérgio Cunha.

II. Titulo.

21. ed. CDD

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS) – UFRN

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Capa2Fo_Te_A12_IL_080710.indd Capa2 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 1

1

2

3

4

Apresentação

Até aqui vimos que o território brasileiro foi em boa parte uma herança do expansionismo lusitano, que avançou pelas terras espanholas a oeste de Tordesilhas. Vimos ainda, que com a independência do Brasil, o império enfrentou vários movimentos separatistas,

mas que teve a grande proeza de manter a unidade nacional. Com o fi m do império, sabemos que o Estado brasileiro consolidou as fronteiras e aliou o seu tradicional autoritarismo a formas capitalistas de produção, porém, é do nosso conhecimento que até os anos de 1930 não havia ainda um território integrado, o Brasil era um imenso “arquipélago” de “ilhas” econômicas que tinham como razão de ser o mercado externo.

Na presente aula, vamos discutir como foi possível a integração desse território, a partir dos anos de 1930, integração esta, que é um projeto em execução, sobretudo nas chamadas áreas de fronteiras. Fronteiras estas que se faz necessário indagar de como foram constituídas, pois como vimos não foi uma dádiva da natureza, mas sim, foram traçadas por tratados, confl itos militares, litígios ou arbitragens.

Nesta reta fi nal é importante que você continue a ter os mesmos cuidados e dedicação com a leitura e a aprendizagem e que continue a realizar as atividades e, em caso de dúvida, busque esclarecimentos com o tutor ou professor da disciplina. Não esqueça de observar os mapas, pois os mesmos não são simples ilustrações, mas uma importante ferramenta de leitura e entendimento do espaço que o geógrafo deve utilizar.

Objetivos Nesta aula esperamos que você:

Conheça a importância geopolítica do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) para o Estado brasileiro.

Entenda as políticas territoriais postas em prática pelos governos do período Vargas ao período militar como sento de busca pela integração nacional e pela garantia da unidade territorial.

Perceba as políticas de planejamento regional com estratégia do governo brasileiro para expandir o mercado nacional e consolidar a indústria do Sudeste.

Associe a ruptura na forma do estado brasileiro pensar o país (a partir da última década do século XX) ao processo de globalização e a hegemonia do neoliberalismo em escala mundial.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo1Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo1 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil2

O Estado Novo e a necessidade de conhecer e integrar o território brasileiro

Para iniciar nossa conversa

O Estado republicano que se organizou no território brasileiro manteve o autoritarismo e a tendência centralizadora que fora típica do Império. A busca por modernização não foi acompanhada por um processo de democratização, em vez disso, a República acentuou sua política centralizadora e, embora tenha adotado o modelo federativo, tentou manter o controle sobre as províncias. O sentimento separatista que era mantido pelas províncias foi de certa forma atenuada através da relativa autonomia que estas gozavam.

As idéias separatistas ganharam força com o vertiginoso crescimento apresentado por São Paulo que provocou um acentuado distanciamento desse estado em relação aos demais. A consolidação de São Paulo como o estado mais rico e de maior infl uência política do país, fez surgir o temor de que o federalismo brasileiro se processasse sob a égide paulista, mas tal sentimento não chegou a formar nenhuma mobilização, de fato, com fi ns separatistas, como observa Andrade (1997 p. 128-130).

As oligarquias regionais mantiveram-se fortes durante toda República Velha e sucediam-se no poder central, com ocorria no típico exemplo da política do café- com- leite. Este equilíbrio de poder na política brasileira só sofreu uma ruptura quando o presidente Washington Luís quis impor um sucessor paulista à candidatura do presidente de Minas Gerais que deveria sucedê-lo na presidência da república.

Foi, porém, a partir de 1930 que mudanças signifi cativas começaram a ocorrer no território brasileiro, embora o regime político continuasse autoritário e muito mais centralizador. O Estado tinha o fi rme propósito de se modernizar. E, embora o poder central continuasse se utilizando das oligarquias agrárias regionais cooptando-as através de favorecimentos, o Governo Vargas passou a ser o legítimo representante da emergente burguesia industrial.

No contexto internacional da crise de 1929 os Estados capitalistas centrais aderiram à fase do planejamento estatal como forma de retomar o crescimento econômico. O Brasil, como era de se esperar, seguiu o modelo implantado nos Estados Unidos pelo presidente Roosevelt, ainda que de forma não democrática. Passou a elaborar planos de desenvolvimento para sua economia e a criar órgão de regulamentação, de controle e de fomento para estimular o “progresso da nação”. Dentre esses órgãos merece destaque especial, para nossa discussão, a criação do Conselho Nacional de Geografi a e do Instituto Nacional de Estatística em 1934, os quais foram transformados em um único órgão no ano de 1942, tornando-se o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE).

Províncias

é um termo utilizado por muitos Estados

para designar a divisão territorial do país.

No Brasil muitas das capitanias hereditárias

tornaram-se províncias, sistema que vigorou

até a proclamação da república quando o Estado

inspirado no modelo norte-americano transformou as

províncias em estados.

Política docafé-com-leite

foi a política adotada na República Velha, na qual os estados de São Paulo, que

era o economicamente mais rico devido à produção de café, e o estado de Minas Gerais, na época o maior centro eleitoral do país e

grande produtor de leite, se revezavam no poder central.

Planejamento estatal

foi um sistema econômico implantado no primeiro

país socialista (a Rússia) após a Primeira Guerra

Mundial com o objetivo de dinamizar sua estrutura

econômica arcaica. O governo russo sob a

chefi a de Lênin, investiu pesadamente na indústria

de base, na tentativa de eliminação dos desníveis regionais, na tecnologia,

na agricultura e em outros setores da economia

através de planos qüinqüenais.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo2Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo2 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 3

Para um Estado centralizador, imbuído das idéias fascistas que ganhavam força em países da Europa (defendiam um Estado forte, um nacionalismo exacerbado e tentava identifi car a nação com a fi gura do ditador), era necessário conhecer o território e ter o controle do mesmo para garantir a segurança nacional, promover a integração do espaço brasileiro, combater a ameaça comunista e modernizar o país. A partir dessas premissas é que podemos entender a criação dos dois órgãos supracitados.

Não foi por acaso que o ensino e as pesquisas de cunho puramente geográfi co sobre o Brasil se institucionalizaram na década de 1930. Foi quando a burguesia e as classes médias urbanas passaram a ter maior infl uência sobre o governo e quando o Estado, forte e centralizador, apoiou-se nas idéias da segurança nacional, da consolidação da unidade territorial (a partir do centro) e da formação da identidade brasileira associada ao Estado-Nação. Surgem neste contexto os primeiros cursos de Geografi a em nível superior nas universidades de São Paulo e Rio de Janeiro nos anos de 1934 e 1935, respectivamente.

A carência de informações sobre do território nacional resultou na criação do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) que teve o objetivo de produzir conhecimentos sobre o território nacional através:

a) do levantando de informações, nas escalas nacional, regionais e locais, sobre as diversas características do espaço brasileiro;

b) da geração de informações estatísticas confi áveis que permitissem ao governo implantar políticas setoriais de desenvolvimento;

c) da produção de um sistema cartográfi co padronizado e preciso que permitisse ao Estado ter a exatidão dos problemas e confl itos que envolviam as fronteiras internas do país (estaduais, municipais etc.).

Foram, portanto, para atender a esses objetivos traçados pelo Governo Federal que o IBGE se constituiu de três conselhos, o de Geografi a, o de Estatística e o de Cartografi a.

Na primeira fase de criação do IBGE, esse instituto teve uma preocupação voltada explicitamente para a geopolítica e a divisão do país em regiões geográfi cas, com destaque para as propostas de Teixeira de Freitas e de Fábio Guimarães.

Mário Augusto Teixeira de Freitas, estatístico idealizador do IBGE, identifi cado com as idéias centralizadoras do Estado Novo propôs uma nova divisão política para o país, na qual todos os Estados deveriam ter dimensões semelhantes. Sob seu ponto de vista era necessária a fusão de pequenos Estados e a divisão dos Estados de grandes dimensões territoriais (Mapa 01 – Divisão Territorial do Brasil na proposta de Teixeira de Freitas). A maior falha dessa proposta foi não considerar as realidades locais e as rivalidades presentes entre estados, motivos pelos quais, tal divisão territorial não foi efetivada pelo governo federal.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo3Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo3 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil4

Mapa 01 – Divisão Territorial do Brasil na proposta de Teixeira de Freitas (1941)

Font

e: M

. A. T

eixe

ira d

e Fr

eita

s. A

redi

visã

o po

lític

a do

Bra

sil.

Revi

sta

Bras

ileira

de

Geog

rafi a

. Jul

ho/s

etem

bro

de 1

941.

Ao geógrafo Fábio de Macedo Soares Guimarães, foi dada a tarefa de dividir o país em regiões, cujo objetivo era sistematizar as várias divisões regionais que vinham sendo propostas para o Brasil em uma única regionalização (ofi cial) para a divulgação das estatísticas brasileiras. Esse trabalho foi aprovado em 1942.

No seu trabalho de dividir regionalmente o Brasil, Fábio Guimarães teve que respeitar os limites estaduais para atender as determinações políticas e facilitar as coletas de dados por estado. Pela forte infl uência francesa que impregnava a geografi a brasileira, sua opção foi à divisão baseada nas grandes regiões naturais por entender como uma divisão estável e permanente que daria elementos mais precisos para acompanhamento futuro da própria evolução regional. Não podemos, no entanto, pensar que este trabalho signifi cou uma tarefa simples, visto que algumas regiões ainda não eram completamente conhecidas, como era o caso da Amazônia, que era percorrida pela rede fl uvial e era percebida como uma grande região homogênea.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo4Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo4 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 5

Ao se debruçar sobre todas as propostas de regionalização até então elaboradas para o país, Fábio Guimarães refutou a regionalização estabelecida ofi cialmente pelo Conselho Nacional de Estatística em 1938 (ver mapa 02 – Divisão Regional do Brasil feita pelo Ministério da Agricultura e adotada pelo IBGE em 1938), que adotara a divisão em uso pelo Ministério de Agricultura, e deu destaque para a regionalização utilizada por Delgado de Carvalho desde 1923 em seus livros didáticos de geografi a do Brasil. (ver Mapa 03 – Divisão do regional do Brasil segundo Delgado de Carvalho - 1913). Desse seu trabalho resultou a primeira divisão regional do Brasil pelo IBGE. (ver mapa 04 – Primeira divisão Regional do Brasil feita pelo -1945). Observe que Fábio Guimarães adotou a mesma divisão regional de Delgado de Carvalho, apenas alterando a nomenclatura das regiões.

Mapa 02 – Divisão Regional do Brasil feita pelo Ministério da Agricultura e adotada pelo IBGE em 1938

Fonte: Revista Brasileira de Geografi a. Abril-junho de 1941, p.120 – Desenho adaptado pelos autores.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo5Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo5 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil6

Mapa 03 – Divisão do regional do Brasil segundo Delgado de Carvalho - 1913

Font

e: R

evis

ta B

rasi

leira

de

Geog

rafi a

. Abr

il-ju

nho

de 1

941,

p.1

20 –

Des

enho

ada

ptad

o pe

los

auto

res.

Font

e: R

evis

ta B

rasi

leira

de

Geog

rafi a

. Abr

il-ju

nho

de 1

941,

p.1

20 –

Des

enho

ada

ptad

o pe

los

auto

res.

Mapa 04 – Primeira divisão Regional do Brasil feita pelo IBGE-1945

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo6Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo6 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 7

Nesse contexto da afi rmação da identidade brasileira, da preservação da unidade territorial e da busca pela integração nacional mereceu destaque e interesse especial do Governo Federal os estudos de Leo Waibel sobre a colonização européia no Sul do Brasil, fato que não é difícil de entender, visto que o Estado brasileiro tinha sérias preocupações face ao isolamento no qual viviam determinadas comunidades de colonos estabelecidos no Sul do país, que não haviam se integrado nem assimilado uma identidade nacional brasileira.

Resumindo toda a importância que teve o IBGE, na fase que considera áurea, Manuel Correia de Andrade diz que

[...] não foi apenas uma escola de formação de geógrafos; ele (o IBGE) forneceu aos mesmos condições de maior segurança em seu trabalho. Assim, foi feito pelo Conselho Nacional de Cartografi a o levantamento cartográfi co do país, de que resultou a publicação do Atlas do Brasil ao milionésimo, como também deu maior consistência e uniformidade às estatísticas. Realizando os recenseamentos populacionais e econômicos decenais -1940, 1950, 1960 etc. – e publicando o Anuário Estatístico do Brasil. Serviu este órgão técnico de consulta para o Poder Central e fez [...] a política do poder, contribuindo, inclusive, para a escolha do local em que se construiria a nova capital do País – Brasília. (grifo nosso), (ANDRADE, 1987, p. 91).

O governo Vargas priorizou a industrialização do país, através da consolidação de uma indústria de base, que foi impulsionada pela ação direta do Estado através dos investimentos em infra-estrutura, energia e transportes. Investiu também na modernização do Estado, através do seu viés econômico com a criação de vários órgãos estatais, tais como bancos, companhias, conselhos, comissões etc. Embora naquele momento ainda não houvesse nenhuma política explicitamente regional, o Nordeste e a Amazônia, que eram motivos de preocupação do Estado deste os tempos do Império, foram contempladas com algumas meditas, ainda pontuais e conjunturais, que visavam combater as secas periódicas e o atraso econômico do Nordeste e povoar e aproveitar economicamente a Amazônia.

Outra medida do Governo Vargas com o intuito de estimular e disciplinar a “marcha para o Oeste”, atendendo ao mesmo tempo fi ns estratégicos e econômicos foi a criação dos territórios federais do Amapá, Rio Branco, Guaporé, Ponta-Porã e o de Iguaçu (ver mapa 05 – Divisão Política do Brasil feita pelo Governo Vargas -1943), que passaram a ser administrados diretamente pelo governo federal. Tais territórios foram desmembrados dos estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, por se localizarem em áreas fronteiriças, pouco povoadas e distantes das capitais estaduais.

A marchapara o Oeste

foi um programa do governo Vargas cujo objetivo era promover a ocupação dos vazios demográfi cos do Centro-Oeste, resolvendo o problema da pressão demográfi ca do Sudeste. Esta política de migração tinha a fi nalidade de resolver ao mesmo tempo os desequilíbrios regionais e produzir matéria-prima e alimentos a baixo custo no Centro-Oeste para subsidiar a industrialização que estava se iniciando no Sudeste.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo7Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo7 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil8

Mapa 05 – Divisão Política do Brasil feita pelo Governo Vargas

Para o Nordeste, visto como um região problema, observa Ioná Maria de Carvalho (1987, p. 47) que o governo Federal dispensou tratamento diferenciado em relação as outras regiões já a partir de 1930, tais como a transformação da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IFCS) em Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNCS), a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), da Companhia do Vale do São Francisco (CHESF) e do Banco do Nordeste (BNB), medidas que não conseguiram alterar signifi cativamente o quadro de subdesenvolvimento da região.

Vamos refl etir um pouco sobre esse nosso começo de conversa

a) Justifi que a importância que o governo Vargas deu ao conhecimento geográfi co, criando os primeiros cursos superiores de Geografi a e o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE).

Atividade 1

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo8Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo8 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 9

b) Observe o que diz de Manuel Correia de Andrade (1987, p.88) sobre a divisão política de Teixeira de Freitas: “Inspirado no modelo norte-americano, [Teixeira de Freitas] propunha que os estados tivessem dimensões semelhantes – entre 150 e 250 mil quilômetros quadrados – e fossem separados uns dos outros por linhas retas.” Com base nessa informação e na leitura do mapa 01 responda por que o governo Vargas não quis efetivar essa divisão política.

c) Observe o mapa 05. Localize os Territórios Federais criados por Vargas para serem diretamente administrados pelo governo federal. Com base na ideologia do Estado Novo, como podemos explicar a criação desses territórios.

Vamos voltar a nossa discussão

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo9Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo9 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil10

As políticas territoriais do Brasil:dos anos 50 a era dos militares

Nos anos de 1950, ainda com o governo Vargas, o Estado passou a agir através de políticas regionais explícitas, era necessário integrar as economias periféricas ao Centro-Sul do país. A conformação de um país agrário estruturado em arquipélagos

havia se desfeito e a cafeicultura com o trabalho assalariado tinha contribuído muito com isso ao “abrir a possibilidades de circuitos inter-regionais de mercadorias” (BECKER, 1994, p. 111)

Nessa incessante busca de formação de um mercado nacional integrado, via industrialização, às demais regiões (que se constituíam em periferias, de desenvolvimento dinâmico ou lento) passam a ser complementares a economia do Centro-Sul, que se transformara na área core do espaço brasileiro. Foi nesse contexto que se iniciaram as políticas de desenvolvimento tendo como foco as questões regionais, tais como a criação da Superintendência do Plano de Valorização econômica da Amazônia – SPVEA em 1953 e da institucionalização da Amazônia Legal, em agosto do mesmo ano.

Todo este investimento na integração de um mercado nacional e na criação da infra-estrutura para a industrialização do país serviu de base para a política que foi implantada por Juscelino Kubitschek, que acelerou o surto industrial e o crescimento industrial do país, porém sobre outras bases visto que este governo privilegiou não a indústria de bens de produção, mas as indústrias de bens de consumo duráveis, sobretudo aquelas votadas para o setor de ponta, tais como a indústria automobilística e a eletro-eletrônica.

Através do Plano de Metas cujo lema era “crescer quinze anos em cinco”, Juscelino Kubitscheck inaugurou uma nova fase da industrialização e da integração nacional. Utilizando tanto recursos do Tesouro Nacional quanto recursos externos, o governo investiu pesadamente no setor de energia, transportes, siderurgia, educação e alimentação. E teve como símbolo dessa fase desenvolvimentista a construção de Brasília.

Com Kubitschek inaugurou-se no país a fase de internacionalização capitalista com a entrada de multinacionais para atuarem na produção de bens de consumo duráveis. A indústria modernizou-se, porém, a custas do endividamento externo, da dependência tecnológica e da infl ação. O processo de industrialização foi acompanhado pelo êxodo rural e conseqüente crescimento das cidades. O Brasil se transforma, a partir de então, numa nação urbana-industrial-moderna, porém subdesenvolvida.

No tocante ao território, que é o foco do nosso estudo, duas metas são fundamentais para a reestruturação espacial, primeiro a ênfase dada ao transporte rodoviário pelo governo JK. Com a construção das estradas inter-regionais o presidente Juscelino passou a integrar todo o território nacional, meta que era almejada pelo governo brasileiro deste o tempo do Império. A outra obra que também se constituía em um sonho antigo - não só nos escalões do Estado,

Área core

é a parte mais central de um determinado espaço,

com atividades industriais, comerciais e de serviços organizadas. É o núcleo ou o coração irradiador

de uma cidade, estado ou região. No Brasil a área

core corresponde ao núcleo das grandes metrópoles

nacional formado por São Paulo e Rio de Janeiro que

inclui o Vale do Paraíba e parte do interior paulista

onde se encontra o maior complexo industrial do país.

Bens de produção

são os bens e serviços necessário a produção de

outros bens tais como: maquinas, equipamentos, matérias-primas, mão-de-obra, energia e produção

científi ca. Os bens de produção também são

denominados de bens de capital. A Indústria de bens

de produção, também chamada geralmente de

Indústria de bens de bapital ou ainda de indústria de

base são as que produzem mercadorias necessárias

à fabricação de outras mercadorias. Elas podem

ser defi nidas quando ao tipo de produção

em Indústria de bens intermediários – quando

produzem matérias-primas para serem utilizados

em outras indústrias (a exemplo da indústria

siderúrgica) ou de bens de equipamento, quando

produzem maquinários que também se destinam a

produção de outrosbens de capital.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo10Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo10 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 11

mas já se fi zera presente até no imaginário inconfi dente - era a transferência da capital federal para o Planalto Central, o que se realizou com a construção de Brasília.

Nesta aula não cabe discutir as teorias e polêmicas que envolvem a construção de Brasília, vamos nos ater apenas ao seu papel no que diz respeito a reorganização do espaço brasileiro. A nova capital no interior do país, transformou-se em um nó de articulação na rede de circulação nacional, integrando o Norte e o Centro-Oeste a área core da economia nacional através das estradas federais que passaram a ligar Brasília a Goiânia, a Belém, a Rio Branco,a Fortaleza, a Belo Horizonte e a São Paulo. Dinamizou áreas de Goiás, de Mato Grosso, do Pará e do Maranhão que se encontravam estagnadas. A nova capital se converteu na via de penetração para o Norte e o Centro-Oeste atraindo fl uxo populacional e de investimentos privados e estatais para estas regiões.

O Centro-Oeste havia sido anexado ao território brasileiro por meio dos bandeirantes paulistas, movimento que tendo a fi nalidade de procurar ouro e prear índios se revelou despovoador. O surto da mineração no século XVIII fez surgir arraiais dispersos que se mantiveram isolados e estagnados com o fi m dessa atividade. As comunicações do Mato Grosso até o início do século XX com o restante do país eram feitas através dos rios Paraguai e Paraná, passando por territórios do Paraguai e da Argentina. Daí a preocupação de integrar esta imensa hinterlândia ao centro econômico do país e a importância que passou a ter Brasília no dinamismo dessa região.

Observa Costa (1988, p. 54-55) que o Plano de Metas não especificava nenhum planejamento regional, e que não era um plano para o território, mas sim, para a expansão capitalista. No entanto foi a partir do governo de Juscelino Kubitschek que o planejamento regional foi efetivamente posto em prática com destaque especial para a criação da SUDENE. O acelerado ritmo industrial que acontece no Sudeste trouxe a tona o grave problema das disparidades regionais e o Nordeste despontou como uma região deprimida, com uma estrutura econômica e social arcaica marcada fortemente pela herança colonial.

Conforme podemos observar, a atuação da SUDENE através do seu Primeiro Plano Diretor se encaixava perfeitamente no Plano de Metas do governo federal, ou seja, o de promover o desenvolvimento do Nordeste através de uma política de fomento à industrialização, privilegiando, em especial, aquelas indústrias voltadas para setores dinâmicos da economia, que foram atraídas para a região pelo mecanismo dos incentivos fi scais.

Em síntese, podermos afi rmar que o surto industrial promovido pela SUDENE foi capaz de promover a modernização e o crescimento econômico de setores da economia nordestina. No entanto, esta industrialização induzida não foi capaz de reduzir os desequilíbrios regionais, pois se deu de forma complementar e dependente da indústria do Sudeste. Os parques industriais foram instalados em algumas poucas cidades escolhidas para serem pólos de desenvolvimento, as quais, não foram capazes de absorver o grande contingente de mão-de-obra, sem qualifi cação, que para elas se dirigiram, visto que, em sua maioria, essas indústrias utilizam capital intensivo, nem tão pouco, essas cidades propagaram as inovações para o restante da região, como era esperado. Além do mais, ao cessar o período de benefício dos

Indústria de bens de consumo duráveis

é aquela que tem por fi nalidade atender ao grande mercado consumidor. Os bens de consumo podem ser classifi cados como bens de consumo duráveis e bens de consumo não-duráveis. Os bens de consumo não-duráveis são aqueles que são rapidamente consumidos ou substituídos, como os medicamentos, roupas, calçados alimentos etc., já os bens de consumo duráveis apresentam uma vida útil mais longa a exemplo dos automóveis, eletrodomésticos, móveis  etc.

Setor de ponta

São os setores mais dinâmicos da economia, nos quais a pesquisa e a tecnologia têm utilização intensiva. São os setores responsáveis por criarem novos produtos e novos processos de produção.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo11Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo11 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil12

incentivos fi scais, parte signifi cativa dessas indústrias abandonaram a região, deixando atrás de si sérios problemas sociais.

O governo de João Goulart reforçou a tendência de um planejamento territorial voltado para as questões regionais através do seu Plano Trienal que não foi possível ser posto em prática em função do golpe militar de 1964. Todavia o projeto de modernização do país que vinha sendo implantado desde a época do Estado Novo não sofreu ruptura. O Estado Militar se tornou ainda mais forte, autoritário e centralizador. Em nenhum outro momento a idéia de integração territorial e de segurança nacional foi abraçada de forma tão incisiva. Iniciava-se a fase do “Brasil grande potência” segundo o slogan dos militares.

A teoria dos “pólos de desenvolvimento” que haviam norteado a política de industrialização da Sudene foi posta em prática com toda a ênfase durante o governo militar que passou a defi nir “regiões-programa” nas quais se estabelecia “pólos de desenvolvimento” em cidades que se supunha fossem capazes de concentrar investimentos e irradiar o dinamismo para toda a região.

A idéia de desenvolvimento através de pólos fi ca evidenciada na orientação governamental dos militares quando estes passaram a direcionar a política econômica para a Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste através da criação do POLOAMAZÔNIA, do POLONORTESTE e do POLOCENTRO. Os pólos foram selecionados em áreas onde já houvesse algum aporte técnico e viabilidade econômica, dava preferência aos setores da agropecuária e da mineração, onde, através de mega-projetos garantiam um rápido retorno do capital investido.

O Centro-Oeste e a Amazônia (em especial) passaram a ser o foco das atenções dos militares, sobretudo na década de 1970, com o explicito objetivo de promover a integração nacional. Foi posta em prática a ideia de expansão da “fronteira econômica” que, a partir do Sudeste se direcionaria para o Cetro-Oeste, a Amazônia e o Nordeste. A política de desenvolvimento tomando por base a escala regional torna-se evidente através da criação das superintendências regionais. A experiência posta em prática no Nordeste, com a criação da SUDENE, foi estendida para outras regiões com a criação de órgãos semelhantes: SUDAM, SUDECO, SUDESUL que passaram a atuar na Amazônia, Centro-Oeste e Sul.

Com a ideologia da segurança nacional, o governo militar preocupou-se também com a questão urbana, desta forma, criou as nove regiões metropolitanas do país cujo objetivo explicito era viabilizar a prestação de serviços por meio de gestão integrada para esses grandes aglomerados urbanos formados por mais de um município. Entretanto, havia o interesse geopolítico não revelado que era manter um maior controle sobre essas áreas estratégicas, que comandavam a vida econômica, social, política e cultural das regiões ou mesmo do país, como era o caso das duas metrópoles nacionais. Rio de Janeiro e São Paulo.

Com as transformações ocorridas no espaço brasileiro, a partir de seu processo de industrialização e de todo o empenho dos governos em promover a integração nacional se fez necessário que os estudos para a revisão da Divisão Regional do Brasil fossem retomados na década de 1960. Dessa forma, em 1969 o IBGE estabeleceu uma nova regionalização, na qual

Fronteira econômica

que o conceito de “Fronteira econômica”

era utilizado pelo governo militar para a aplicação de várias ações econômicas

em diversos setores: agrícola, industrial,

agroindustrial, urbana, de povoamento, de infra-

estrutura regional etc. Com vistas à integrar as regiões

periféricas a área core do  país.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo12Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo12 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 13

observava são só os aspectos físicos, mas também a ação modeladora da sociedade. (ver mapa 06 – Divisão regional do Brasil 1969 – 1988)

Mapa 06 – Divisão regional do Brasil 1969 – 1988

Observa Becker (1990, p. 11) que para entender o processo de ocupação da Amazônia no período que sucede a Segunda Guerra Mundial faz-se necessário entender a dinâmica do capitalismo global, a forma como o Brasil se insere nesse processo de internacionalização da economia e o papel do Estado nacional em manter o controle de reprodução espacial.

Dessa forma, o governo militar priorizou a Amazônia que apresentava importância fundamental na resolução de questões geopolíticas e econômicas. A integração desse imenso território a economia nacional teria a função de amortecer os problemas sociais do Nordeste, com a transferência dos “homens sem terra do Nordeste, para as terras sem homem da Amazônia”. Teria ainda o papel econômico de suprir o centro dinâmico do país com matérias-primas, dando continuidade ao seu crescimento e ainda serviria como uma área propícia à abertura de novos investimentos e a expansão do mercado consumidor que se abasteceria do Sudeste.

Na esfera geopolítica, os militares se preocupavam com a extensão e isolamento da região, inquietação que sempre acompanhou todos os governos brasileiros. Vale salientar que nesse momento vivia-se o período da Guerra-fria e a ideologia da segurança nacional era no momento muito forte entre os militares que temiam tanto a formação de focos revolucionários quanto o dinamismo dos países vizinhos, que embora menos industrializados que o Brasil tinham seus centros vitais mais próximos das suas Amazônias e também apresentavam políticas de povoamento para as mesmas.

Ao analisarmos hoje esse malogrado projeto de ocupação da Amazônia pelos militares observamos que ele se processou com a devastação da fl oresta e a dilapidação dos recursos naturais. Pelo prisma da questão sócio-econômica não só foi inefi ciente para o Nordeste como ainda transferiu a problemática da posse da terra para a Amazônia, com repercussões ainda mais proeminentes, pois aí se misturam os confl itos e os interesses entre diversos agentes sociais: índios, posseiros, meeiros, fazendeiros, grileiros, empresas, garimpeiros, madeireiros etc.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo13Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo13 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil14

Este espaço transformou-se ainda em palco de disputas e conflitos para setores capitalistas, pois como observa Becker (1990, passim) a forma de usufruto da Amazônia por atores nacionais e internacionais é, por vezes, contraditória, a exemplo dos setores que dominam a engenharia genética e têm interesses confl itantes com os setores energéticos, mineradores e pecuaristas que degradam o ambiente. Observa a referida autora que a coalizão de interesses entre os países que dominam a engenharia genética, com dos verdadeiros ambientalista e dos povos da fl oresta, que lutam pela preservação da hiléia foi o motivo “capaz de despertar a polêmica mundial em torno da questão ecológica na Amazônia”, portanto é uma questão não apenas ambientalista, mas também, tecnológica, econômica e geopolítica.

O Estado desenvolvimentista que tentou consolidar o “Brasil Grande Potência” se exauriu nos anos 70 (século XX) com o endividamento do setor público para patrocinar o setor privado que crescia a taxa de 7% ao ano, em plena recessão mundial. Os empréstimos a agentes fi nanceiros internacionais com juros altíssimos tornaram o Brasil defi citário e refém dos seus credores nos anos 80 (século XX), denominada a década perdida para o Brasil, na qual o país mergulhou em profunda crise fi nanceira pela transferência da poupança nacional para o exterior, a completa ausência de investimentos na infra-estrutura produtiva e a deterioração dos serviços sociais.

Em 1985 inicia-se o processo de redemocratização do Estado brasileiro que culmina com a nova constituição de 1988. No bojo das reformas territoriais que transformaram os territórios federais de Roraima e Amapá em estados e extinguiu o território federal de Fernando de Noronha que passou a fazer parte do território pernambucano, o antigo desejo dos líderes políticos do norte de Goiás - em se constituir em território autônomo - tornou-se possível, desta forma em 1988 foi criado o estado de Tocantins que não só deixou de fazer parte do estado de Goiás, como também deixou de fazer parte da região Centro-Oeste, sendo encorpado a região Norte, com a qual sempre manteve fl uxos de relações mais intensos. (ver mapa 07 – Divisão Regional do Brasil -1988)

Mapa 07 – Divisão Regional do Brasil -1988

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo14Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo14 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 15

Atividade 2

Teste a sua aprendizagem

a) É correto afi rmar que a integração do território brasileiro se deu através do modelo Centro/Periferia? Justifi que.

b) Podemos afi rmar que a partir dos anos de 1930 os governos do Brasil adotaram a ideologia do Estado desenvolvimentista em suas políticas? Justifi que.

c) Sobre que aspectos as políticas territoriais de integração nacional implantadas na Amazônia e no Centro-Oeste difere dos objetivos que se pretendia alcançar no Nordeste?

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo15Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo15 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil16

A crise do Estado-Naçãocom os novos paradigmas

As mudanças que ocorreram em escala mundial nos anos de 1980 são signifi cativas para entender os novos rumos das políticas territoriais que se processarão no Brasil a partir de 1990.

O triunfo do neoliberalismo e a queda do muro de Berlim são marcos dessa nova fase do capitalismo internacional. A economia mundial se globalizou, as empresas multinacionais se fundiram e agigantaram-se para competir nesse mercado mundializado. A tendência dos Estados-nações, em crise, foi de se juntarem na formação de blocos econômicos. O discurso em evidência fala do fi m das barreiras comerciais e do protecionismo estatal e apregoa a livre concorrência, num mercado sem fronteiras.

No Brasil as ideias neoliberais foram postas em prática com o governo de Fernando Collor de Mello, que abriu o mercado nacional às importações e deu início do Programa Nacional de Desestatização. Seu projeto neoliberal teve continuidade no governo de Fernando Henrique Cardoso que privatizou várias estatais num processo conturbado por haver acusações de suspeita de favorecimentos a determinados grupos econômicos. Esses governos, atendiam dessa forma, aos interesses do atores globais sequiosos por fl exibilização e desregulamentação, pois, para esses atores globais, quanto menos regulamentação nacional, melhor, pois fi cam mais livres para atuarem nos territórios nacionais.

O poder crescente das corporações internacionais reduziu a autonomia dos Estados periféricos no tocante às decisões externas e aniquilaram a credibilidade desses paises perante a nação nesse fi nal de século XX. É nesse aspecto que se confi gura a tão decantada crise do Estado-Nação, pois este deixou de ser capaz de coordenar a nova divisão inter-regional do trabalho e se tornou refém do Capital que quebrou as fronteiras dos Estados. Neste aspecto há uma grande contradição, pois, ao mesmo tempo em que o Capital reduziu o poder do Estado, precisou deste para viabilizar suas ações e expansão, dentro dos limites territoriais do Estado-Nação.

A partir desta breve exposição podemos entender a ausência de um projeto nacional para o Brasil, tal como acontecia desde os anos de 1930. O Estado ao abraçar a ideologia neoliberal se ausentou do comando da economia, deixando a iniciativa privada liberdade para agir onde melhor lhe convier. Vimos até agora que sempre coube a Estado brasileiro, assim como em todos os países periféricos, a expansão da empresa moderna, através de subsídios, do investimento em infra-estrutura e em setores produtivos de base.

O que precisamos entender é que, sendo a globalização extremamente seletiva de espaço, os investimentos terminam por selecionar aqueles espaços onde já existe algum dinamismo. Sendo assim, diante da ausência de uma política econômica e territorial explícita coordenada pelo Estado brasileiro, instala-se a disputa entre estados, regiões e lugares o que leva a uma

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo16Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo16 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 17

forte concentração dos investimentos naqueles locais mais competitivos e a ampliação das disparidades já existentes no país, tal como observa Araújo (2000, passim).

Para a questão territorial brasileira dos anos de 1990, Araújo (2000, p. 333-334) observa que ao priorizar a integração das áreas dinâmicas ao MERCOSUL o governo abandonou a antiga idéia de integração nacional via regiões com vinha sendo consolidada ao longo do século XX. Por outro lado através do programa “Brasil Ação” o Estado seguia a estratégia do setor privado, priorizando os setores mais dinâmicos e ajudando-os a se tornarem ainda mais competitivos. Desta forma, a integração proposta pelos governos brasileiro nos anos de 1990 era a integração competitiva para a globalização e não a integração nacional desejada pelos governos que os antecederam.

Diante de todas estas transformações espaciais para atender as grandes corporações e a volatilidade do capital, Bertha Becker faz o seguinte diagnóstico para que possamos entender a crise que passa a ocorrer na escala territorial da região.

Face à hipermobilidade do capital, à escala planetária de sua atuação e à crescente acumulação não produtiva, para a corporação, a região perde signifi cado como base de operações; a nova ordem econômica internacional é posta por um sistema comandado por grandes metrópoles “as cidades mundiais”. [...] São regiões urbanizadas em grande escala que têm o poder não mais apenas como núcleos de produção, mas como veículo de articulação fi nanceira, núcleo de pesquisa, “marketing” e acumulação de capital, funções mundiais que exercem juntamente com funções integradoras nacionais, administrativas, culturais e produtivas [...] (BECKER, 1986, p. 46) (grifo nosso)

É no bojo dessas transformações que podemos entender a insignifi cância que passa a ter a questão regional no Brasil e o próprio fi m dos órgãos de desenvolvimento regional tais como ocorreu com a SUDENE, que foi extinta em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao capitalismo globalizado que procura homogeneizar os espaços não interessava mais atuar nessa escala e as políticas desenvolvimentistas regionais passaram a signifi car um entrave à expansão capitalista.

Os Estados Nacionais continuam a ter relevância nesse processo globalitário apenas porque são nos territórios nacionais que a globalização se materializa tendo na fi gura do Estado o garantidor das proteções contratuais e demais direitos do capital global. No entanto a localização das indústrias é escolhida segundo as vantagens competitivas criadas e mantida por cada lugar. O projeto neoliberal que dá sustentação a globalização não deixa margens de ação para o Estado planejador e produtor, como era o Estado brasileiro a partir dos anos de 1930.

Para os atores globais que têm comando altamente centralizado, mas lhes interessa que as operações sejam descentralizadas, as mais importantes escalas de atuação são as cidades globais (como centro de decisões) e os espaços locais que sejam dinâmicos (como espaços do fazer), os quais se tornam disputados. Para os espaços não-dinâmicos esta lógica seletiva é excludente.

Por fi m, não vamos aqui encerrar essa discussão, por entendermos que as questões territoriais continuam em aberto, vamos, porém, levantar questões as quais não temos nem

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo17Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo17 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil18

esperamos respostas contundentes, mas que precisam de questionamentos e refl exões. A primeira delas diz respeito ao território amazônico que tem sido motivo de cobiça internacional deste o primeiro século de ocupação. Hoje se ventila a questão de sua internacionalização com o argumento de que uma atuação internacional sobre a região permitiria uma fi scalização mais efi caz para a preservação desse bioma, trazendo, portanto, benefícios para os nativos e a população como um todo. Daí a preocupação do governo brasileiro em criar o Plano Amazônia Sustentável que entre as metas propostas estão: o planejamento regional, o ordenamento territorial, a montagem de infra-estrutura (rodovias, ferrovia, gasoduto e rede de transmissão de energia), o fomento a produção, a inclusão social, o fortalecimento institucional (ampliação dos postos da polícia federal e do INCRA) e monitoramento da gestão ambiental.

O cenário da América Latina o século XXI tem mostrado uma tendência para a formação de governos de bases populares e de defesa das idéias nacionalistas, portanto contrários à onda neoliberalizante. Desta forma as políticas de privatização que estiveram seu auge durante a década anterior são interrompidas e em alguns países e setores até se percebe um retorno da presença do Estado, o que nos leva a crer que o neoliberalismo, mesmo que presente, não triunfou de forma irreversível.

A fi nanceirização da economia mundial, em detrimento dos investimentos no setor produtivo, não tem como se sustentar indefi nidamente e as crises recentes que atingem o mundo desenvolvido já indicam as limitação dessa possibilidade de geração de riquezas através da esfera fi nanceira. Ironicamente são os dirigentes mundiais dos países líderes das idéias neoliberais que difundiram por toda a sociedade a opinião de “quanto menos Estado e mais mercado melhor ao ajuste da economia”, que são chamados e se propõem a ajudar os setores econômicos em crise.

Diante das crises e mudanças que se esboçam no cenário mundial que alterações poderão ocorrer na economia e nas políticas territoriais nacional? Uma outra globalização, mais justa e a serviço de outros objetivos e de outros fundamentos políticos e sociais com previa Milton Santos será possível e estará se delineando?

Já vimos que as políticas econômicas e territoriais para o Brasil estão diretamente associadas à ideologia dos Governos e aos acontecimentos que se processam em escalas interna e global, portanto qualquer previsão neste sentido não passa de mera especulação para um espaço mundial que se transforma num ritmo alucinante, jamais imaginável.

Para não concluir... Caro aluno, com esta aula se encerra nossa disciplina, que nós elaboramos com muita

dedicação esperando que você tivesse uma visão ampla da questão a qual nos propomos estudar.

Esperamos que você tenha tido um bom aproveitamento e que tenha feito algumas leituras complementares, o que ajudarão muito no aprofundamento do seu conhecimento sobre os assuntos discutidos.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo18Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo18 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 19

Almejamos que você tenha gostado e se envolvido com nossas discussões, bem como, que tenha percebido o quanto esta disciplina é importante para a sua formação profi ssional, para o entendimento das questões brasileiras e por que não para a sua consciência cidadã.

O fi m da disciplina não marca o fi m de seus estudos sobre a formação territorial do Brasil, você vai sentir a necessidade de ampliar seus conhecimentos, de se atualizar com novas leituras e debates e de ver outros pontos de vista sobre a temática.

Ao optar por uma licenciatura em Geografi a você assumiu um compromisso com a educação do país e com a formação de cidadãos críticos questionadores da realidade do seu espaço e, portanto, na construção de um mundo mais justo.

... E para não concluir, queremos dizer que esta aula não é o fi m, mas o começo do seu entendimento e das preocupações que você passará a ter com as questões territoriais do Brasil e com a reprodução desse conhecimento...

Os nossos votos de muito sucesso.

Leituras complementares sugerimos as seguintes leituras como fundamentais para o aprofundamento da nossa

discussão sobre as políticas de território implantadas no Brasil a partir dos anos de 1930

ANDRADE, Manuel Correia de. As Raízes do separatismo no Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE,1997.

Este autor, com a linguagem clara que nós já conhecemos, aborda os movimentos separatistas presentes no território brasileiro desde o momento de formação territorial, até os riscos de desagregação territorial pelo processo de globalização que por ser homogeneizador em um espaço heterogêneo e cheio de contradições aprofunda as desigualdades e gera os confl itos.

ARAÚJO, Tânia Bacelar de. Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências. Rio de Janeiro: Revan: Fase, 2000

É um livro que trata das políticas econômicas do Brasil com forte ênfase no planejamento regional, em especial do Nordeste. Embora a autora seja economista, o livro tem uma linguagem clara, direcionada para o grande público, sem aquele economicismo que só pode ser entendido por quem é da área. Entretanto por ser um livro denso, recomendamos para a nossa disciplina o capítulo que tem como título: “Brasil nos anos 90: opções estratégicas e dinâmica regional”, capítulo que aborda a problemática da ausência de políticas públicas para o Brasil dos anos de 1990, diante da emergência da globalização e do triunfo do Estado neoliberal.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo19Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo19 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil20

BECKER, Berta K. Amazônia. São Paulo: Ática, 1990, (série princípios).

Neste livro a autora, que é uma autoridade em questões sobre a Amazônia, faz uma importante análise sobre a atuação dos governos militares na região, sobretudo nos anos de 1970. Relata ainda o papel dos vários agentes sociais que se apropria e transforma o referido espaço. Aborda os confl itos sociais e os choques de interesses que levam ao entendimento claro do processo de degradação do espaço em questão.

COSTA, Wanderley Messias da. O Estado e as políticas territoriais no Brasil. São Paulo: Contexto, 1988. (Coleção Repensando a Geografi a).

É um livro que está diretamente relacionado ao objetivo da nossa disciplina, ou seja, trata, de forma sucinta, de todo o processo de formação do território brasileiro, iniciando pela montagem do território colonial e encerrando com as políticas territoriais dos anos de 1970. Sua abordagem para analisar as políticas territoriais para o Brasil se pauta no campo da geopolítica.

ResumoNesta aula nós aprendemos que: a) Os anos de 1930 iniciaram uma nova fase para as políticas territoriais brasileira. b) Na construção de uma identidade nacional o governo Vargas recorreu ao conhecimento geográfi co e estatístico para se instrumentalizar em suas ações territoriais. c) A ideologia da Segurança Nacional e da Integração territorial se manteve presente tantos nos governos ditatoriais quanto nos breves períodos de democratização. e) A partir da Era Vargas o Estado brasileiro se tornou o principal agente de modernização da economia nacional. f) O mapeamento do Brasil e sua divisão em regiões deve o explicito objetivo de gerar dados estatísticos e geográfi cos confi áveis à atuação do Governo sobre o território nacional. g) O governo de Juscelino Kubitschek deu continuidade à política de industrialização iniciada por Vargas, porém com ênfase na indústria de bens de consumo duráveis e no endividamento externo. h) A construção de Brasília teve um importante papel na integração nacional, sobretudo para o dinamismo do Centro-Oeste que permanecia como uma região isolada e pouco povoada. i) O planejamento regional teve o objetivo de reduzir as disparidades regionais e integrar o mercado brasileiro à área core da economia nacional. j) A ocupação da Amazônia pelos militares teve os objetivos de: integrar a região à economia nacional, aliviar as tensões sociais pela posse da terra no Nordeste, aproveitar os recursos econômicos da região, internacionalizar o capitalismo nacional, garantir a segurança nacional e combater as guerrilhas de esquerda. k) Com o fi m dos governos militares teve descontinuidade às políticas territoriais de integração nacional e também o Estado com papel empreendedor e intervencionista. l) O

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo20Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo20 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 21

endividamento externo feito pelo Estado para manter o crescimento brasileiro teve forte repercussões nos anos de 1980, levando o país a uma grande crise econômica. m) Os anos de 1990 foram marcados pelo desmonte do Estado e a ausência de políticas públicas voltadas o desenvolvimento do país, que adotou o modelo neoliberal. n) O Mundo e o Brasil passam por transformações rápidas na era da globalização e as questões econômicas e territoriais podem sofrer mudanças a partir de novas políticas que venham a ser adotadas.

Autoavaliação Vamos agora testar nosso conhecimentos e tirar nossas dúvidas.

a) Porque o Estado Novo marca uma etapa importante para a questão territorial brasileira?

b) Tanto na era Vargas quanto no mandato de Kubitschek o governo tomou para si a incumbência de modernizar o Estado e promover a industrialização do país, quais foram as diferenças básicas na política desses dois presidentes em relação a estas questões.

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo21Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo21 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil22

e) Que relações podemos estabelecer entre o Estado neoliberal e a ausência de políticas de planejamento para o Brasil?

c) Por que o planejamento regional foi tão importante para Estado brasileiro da Era Vargas ao período dos militares?

d) Quais foram os objetivos de ocupação da Amazônia durante os anos de 1970?

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo22Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo22 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil 23

Referências ANDRADE, Manuel Correia de. Geografi a ciência da sociedade: uma introdução à análise do pensamento geográfi co. São paulo: Atlas, 1987.

______. As Raízes do separatismo no Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE,1997.

ARAÚJO, Tânia Bacelar de. Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro: heranças e urgências. Rio de Janeiro: Revan: Fase, 2000.

BECKER, Berta K. e EGLER, Cláudio A. G. Brasil: uma nova potência na Economia Mundo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.

BECKER, Berta K. Amazônia. São Paulo: Ática, 1990, (série princípios)

______, A crise do Estado e a Região – A estratégia da descentralização em Questão. In: Revista Brasileira de Geografi a. Rio de Janeiro, 48(1): 43-62, jan./mar. 1986.

CARVALHO, Ioná Maria de. O Nordeste e o Regime Autoritário. São Paulo: Hucitec, 1987.

COSTA, Wanderley Messias da. O Estado e as políticas territoriais no Brasil. São Paulo: Contexto, 1988. (Coleção Repensando a Geografi a).

FREITAS. M. A. Teixeira de. A redivisão política do Brasil.In: Revista Brasileira de Geografi a. Junho-setembro de 1941. p. 41-58.

GUIMARÃES, Fábio M. S. Divisão Regional do Brasil. In: Revista Brasileira de Geografi a. Abril-junho de 1941. p. 98-147.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.

Anotações

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo23Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo23 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Aula 12 Formação Territorial do Brasil24

Anotações

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo24Fo_Te_A12_IL_080710.indd Miolo24 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

AULAS

01 Sobre o território brasileiro: como teorizar a sua formação à luz dos conceitos da Geografi a

02 A territorialização ibérica do mundo e a expansão do capitalismo na sua fase embrionária

03 A chegada dos portugueses ao continente americano: do “descobrimento” às primeiras formas de territorialização do colonizador português no Brasil (as feitorias)

04 A territorialização de fato do colonizador português: as capitanias hereditárias e a plantation açucareira

05 A penetração da colonização para o interior: entradas e bandeiras alargam o território colonial e transformam o Tratado de Tordesilhas em “letra morta”

06 A ocupação do Sertão nordestino e da Amazônia

07 A mineração e agricultura alimentar na ocupação do Brasil Central

08 A ocupação antiga do Brasil Meridional

09 A ocupação moderna e defi nitiva do Sul

10 O “arquipélago” de “ilhas” econômicas do Império e da Primeira República

11 A Primeira República e a consolidação das fronteiras

12 Do arquipélago de “ilhas” econômicas à integração do território

13

15

EMENTA

> Antonio Albuquerque da Costa

> Paulo Sérgio Cunha Farias

Formação territorial e econômica; federalismo e fragmentação territorial; desenvolvimento das forças produtivas e dinâmica

territorial; o brasil no contexto da economia globalizada e a divisão territorial do trabalho.

Formação Territorial do Brasil – GEOGRAFIA

AUTORES

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Contracp1Fo_Te_A12_IL_080710.indd Contracp1 08/07/10 11:5908/07/10 11:59

Fo_Te_A12_IL_080710.indd Contracp2Fo_Te_A12_IL_080710.indd Contracp2 08/07/10 11:5908/07/10 11:59