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Analista Judiciário – Área Judiciária Direito Tributário Profª Giuliane Torres

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Analista Judiciário – Área Judiciária

Direito Tributário

Profª Giuliane Torres

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Direito Tributário

Professora Giuliane Torres

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Edital

DIREITO TRIBUTÁRIO: Sistema Tributário Nacional: princípios gerais; limitações do poder de tributar. Ordem Econômica e Financeira: princípios gerais da atividade econômica.

BANCA: FAURGS

CARGO: Analista Judiciário – Área Judiciária

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Direito Tributário

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR – PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

Art. 150 CF – limitações que todos os entes federados devem observar.

I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.

Nenhum tributo será instituído, nem aumentado, a não ser por lei. Equiparam-se à majoração do tributo as mudanças de base de cálculo que o tornem mais oneroso. A simples atualização monetária, porém, não caracteriza a majoração.

Para extinguir um tributo também é necessário lei.

A lei instituidora do tributo obrigatoriamente deve explicitar: a) o fato tributável; b) a base de cálculo; c) a alíquota, ou outro critério a ser utilizado para o estabelecimento do valor devido; d) os critérios para a identificação do sujeito passivo da obrigação tributária; e e) o sujeito ativo, se diverso da pessoa pública da qual emanou a lei. Ou seja, deve fixar os elementos essenciais do tributo.

A Constituição não cria tributo, apenas dá a previsão de lei. Quem cria o tributo é a Lei: Lei ordinária, Lei complementar, Medida Provisória, Lei delegada, Decretos legislativos. Assim, se o tributo for criado por outro ato que não a lei, é inconstitucional.

Na parte de criar e extinguir tributo, não há exceções no princípio da legalidade. Contudo, para "mexer" no tributo, há exceções:

1. II, IE, IOF e IPI – tributos extraficais, podem ter suas alíquotas alteradas nos limites da lei por ato do Poder Executivo. Art. 153, §1º, CF/88.

Ato do Poder Executivo – por ato sem lei, por ato infralegal.

CAMEX – Câmara do comércio exterior tem poder de mexer em alíquota de Imposto de Importação e Imposto de Exportação. Não é ilegal, pois faz parte do Poder Executivo. É órgão do Ministério do Planejamento.

IOF e IPI – por decreto da Presidente da República

2. CIDE Combustíveis – por decreto da Presidente da República

3. ICMS sobre alguns combustíveis definidos em lei complementar, por convênio. Os Estados se reúnem e combinam. – Por convênio do CONFAZ

4. Aumento de IPTU – o prefeito pode no fim do ano editar um decreto fazendo a correção monetária da tabela do IPTU até o limite da inflação oficial. Isso não se configura em aumento. Se passar do limite inflação oficial, tem que ser por lei a alteração.,

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SÚMULA 160 STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

Atenção: revogação de benefício fiscal e extinção de isenção equivalem a aumento, conforme o STF.

II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; – PRINCÍPIO DA ISONOMIA/IGUALDADE/CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

O princípio da igualdade tributária explicita que a uniformidade do tratamento deve ser observada entre aqueles que têm situação equivalente.

A cobrança do imposto deve ser adequada a capacidade contributiva do contribuinte, visando a igualdade. É um tratamento privilegiado aos menos favorecidos.

O princípio da igualdade é complementado pelos princípios da personalização e da capacidade contributiva, previstos no art. 145, §1o, da CF.

Pelo princípio da personalização e da capacidade contributiva, sempre que possível os impostos devem ter caráter pessoal e ser graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.

Ex 1.: advogados e médicos não podiam ser incluídos no Simples Nacional quando constituíam Sociedade Simples. Agredia a igualdade, pois se está discriminado em função da profissão. Ocorreu a alteração na lei do Simples e hoje pode.

Ex 2.: lei de isenção de custas em cartório para membros do Ministério Público foi declarada inconstitucional, pois fere a igualdade. Os membros do MP não tem menos capacidade contributiva que os demais.

Ex 3: benefícios fiscais para atrair empresas a uma região menos desenvolvida.

III – cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; – PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b – PRINCÍPIO DA NOVENTENA/PRINCÍPIO DA NÃO-SURPRESA

Relacionado a segurança jurídica.

a) Princípio da Irretroatividade – os fatos ocorridos antes do início da vigência da lei que houver instituído ou aumentado os tributos não acarretam obrigações. A nova lei não se aplica aos fatos geradores já consumados.

b) Princípio da anterioridade – a Constituição Federal veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

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Exceções:

II, IE, IOF, Imposto Extraordinário de Guerra, Empréstimo Compulsório para Guerra ou calamidade, IPI, contribuições para seguridade social, CIDE sobre combustíveis e ICMS sobre combustíveis.

c) Princípio da noventena – o tributo só pode ser cobrado, além do ano seguinte, após 90 dias antes da data que publicou a lei.

Exceções:

II, IE, IOF, Imposto Extraordinário de Guerra, Empréstimo Compulsório para Guerra ou calamidade, IR e bases de cálculo do IPTU e IPVA.

No caso do IPVA e IPTU, que o fato gerador ocorre em 1o de janeiro, se a lei foi publicada em 20 de outubro de 2015, os 90 dias se complementam em 20 de janeiro de 2016. Assim, a lei só começara a viger no outro ano de 2017, pois o fato gerador é em 1o de janeiro. Essa é a regra para veículos e imóveis usados. Se forem novos, o fato gerador ocorre na data da compra.

IV – utilizar tributo com efeito de confisco – PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO

Significa que é vedado à União, aos Estados-Membros, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco. O tributo não pode ser pesado, exagerado ao ponto de impedir o exercício de uma atividade lícita. Por exemplo: o imposto não pode ser 90% do valor arrecadado pela empresa.

A carga tributária tem que ser razoável.

O princípio do não-confisco está previsto na Constituição para tributos. Porém, segundo o STF, também se aplicam para as multas tributárias, pois a intenção da Constituição era que não aconteça excesso do Estado em matéria fiscal.

Ex.: uma multa de 300% é confiscatória.

IMPORTANTE: teve uma recente decisão do STF declarando que uma multa de 120% é confiscatória, que a multa não pode ser maior que 100%, pois é confiscatória. É uma decisão inovadora. Nunca teve uma decisão nesse sentido antes. É uma provável questão de prova.

Não tem como estipular um limite de alíquota, pois depende de cada tributo. Por exemplo, uma alíquota de 20% de IPTU é confiscatória, pois se o imóvel vale R$ 300.000,00, a cada ano se pagará R$ 60.000,00 de IPTU. Porém, uma alíquota de 20% de ICMS não é confiscatória.

Para a análise da carga tributária se é confiscatória ou não, tem que se olhar para a totalidade da carga tributária e não apenas para cada tributo.

O princípio do não-confisco já decorre do conceito de tributo, é extraído do conceito de tributo.

Confisco no Brasil só é permitido como punição. Tributo não pode ser punição. Portanto, o tributo não pode ser confiscatório.

V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público – PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFICO

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É proibida a criação de tributo cujo o objetivo é limitar a circulação de bens e pessoas no país. Isso não impede que sejam criados tributos interestaduais.

Ex: teve um Estado que criou taxa de desembarque na rodoviária. Existia uma tabela na qual a taxa era proporcional a distância percorrida pelo ônibus. O objetivo da taxa era impedir a entrada de determinadas pessoas no Estado. Assim, esse tributo vai de encontro a liberdade de tráfico e foi declarado inconstitucional.

Em relação ao pedágio, para ser tributo, teria que a rodovia ser conservada pelo Poder Público. Porém, na maioria das vezes, quem conserva a rodovia é empresa privada. Assim, pedágio não é tributo, é preço público.

Quando a rodovia é conservada pelo pedágio, para ser tributo, teria que ter lei criando. Ainda, o pedágio consta como exceção ao princípio da liberdade de tráfico e pode ser cobrado.

Antigamente, se pagava pedágio anualmente, independente se fosse usar a rodovia ou não. Esse pedágio era tributo. Atualmente, não existe mais. Só se paga pedágio se vai utilizar a rodovia. Esse pedágio não é tributo, é preço público.

§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços – PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA DA CARGA TRIBUTÁRIA

Impostos sobre mercadorias e serviços – ICMS e ISS

São impostos "escondidos". Os demais são visíveis. Tem uma lei recente que obriga que apareça na nota fiscal o valor aproximado de ICMS.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. – PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

Não pode a autoridade abrir mão do patrimônio público. O patrimônio público está à disposição do povo.

Os benefícios fiscais, através de isenção, anistia, redução de base de cálculo e outras, só podem ser concedidos por lei. A lei tem que ser específica sobre o assunto ou uma lei sobre o tributo para acabar com o "contrabando legislativo", onde se tramita uma lei que trata de um assunto e no meio da lei um parlamentar insere um artigo sobre outro assunto de seu interesse e acaba passando pelo congresso.

Ex.: não pode uma lei para construção de casas populares ter um artigo sobre a isenção de IPI para a compra dos materiais de construção. Não tem relação uma coisa com a outra.

No caso da Lei do Super Simples, que prevê isenção de contribuições, o STF considera legal, pois tem pertinência temática.

Exceção – fim do parágrafo – sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g: referente ao ICMS

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

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(...)

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

XII – cabe à lei complementar:

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Para obter aprovação de um benefício do ICMS, tem que ter aprovação no CONFAZ, que é um órgão colegiado, que tem um represente de cada Estado da área tributária do Estado. Ex.: o Estado da Bahia quer isenção no ICMS do acarajé para a época do carnaval. Se um dos Estados brasileiros votar contra, não será concedido o benefício.

Todos os integrantes presentes da CONFAZ tem que aprovar o benefício, ou não será concedido. Tem que ser por unanimidade, por deliberação conjunta.

Assim, se trata de uma exceção, pois nesse caso do benefício do ICMS não precisa lei e sim de um convênio.

Art. 151. É vedado à União:

I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Art. 151 – Apenas para a União

I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO

A incidência tributária deve ser uniforme. A União não pode estabelecer um tributo que não tenha a incidência uniforme em cada ponto, que traga benefício a um Estado ou município.

Exceção: concessão de benefício fiscal para atrair empresas a uma região menos desenvolvidas, como no Norte e Nordeste. Não pode ser para um Estado e sim para uma região delimitada.

II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; – UNIFORMIDADE NA TRIBUTAÇÃO DA RENDA

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A União não pode usar do imposto de renda como um meio de concorrer deslealmente com Estados e municípios em duas áreas:

1. seleção de servidores públicos: não pode a União diminuir o imposto de renda cobrado de servidor público federal para atrair mais servidores

2. títulos da dívida pública: se pode comprar títulos da dívida pública e quando se resgata o título, incide Imposto de Renda. Não pode a União reduzir a alíquota do imposto para que atraia mais investidores aos títulos federais em vez dos estaduais.

III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. – VEDAÇÕES AS ISENÇÕES HETERÔNOMAS

A isenção pode ser autônoma ou heterônoma. Só quem pode conceder isenção de IPVA são os Estados. A União não pode. É uma isenção autônoma.

Há três exceções a proibição de isenção heterônoma no Brasil:

1. ICMS na exportação, pois é concedida por lei federal. – art. 15, §2o, XII, "e", CF/88

2. ISS na exportação de serviço, através de lei complementar nacional – art. 156, §2o, II, CF/88

3. Tratados internacionais – o Brasil faz parte do GATT. Nesse tratado tem uma cláusula que prevê que uma mercadoria importada que paga o tributo aduaneiro para entrar, daquele momento em diante deve ser tratado como uma mercadoria nacional. Se tem isenção para uma mercadoria nacional, a similar estrangeira também tem que ter. Assim, quando a União concede a isenção de tributos alheios, isso não impede que a República Federativa do Brasil por meio de tratados internacionais o faça. Um tratado internacional pode tratar de isenção de tributo estadual.

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino – PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO

Estados, DF e Municípios não podem discriminar mercadorias e serviços com base nas mercadorias e destino.

ATENÇÃO: o que está proibido pelos Estados e Municípios, está permitido para a União. Se não pudesse, a União não poderia se juntar ao Mercosul e diferenciar a tributação nas mercadorias que entram no país. A tributação é feita diferente com base na procedência.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAL AO PODER DE TRIBUTAR – IMUNIDADES

Diferença entre imunidade e isenção: a imunidade está na Constituição e a isenção está na lei.

Desoneração tributária – mais amplo, tirar o ônus tributário. As situações em que nos livramos do pagamento do tributo são três:

1. Não incidência – quando o que acontece no mundo não se enquadra na lei

1.1. "tout court" – pura e simples

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1.2. Imunidade – não incidência constitucionalmente qualificada. O tributo incide, mas o pagamento é dispensado.

2. Isenção – o ente federado não tributa, mesmo que ocorra o fato gerador. A lei dispensa o pagamento do tributo devido.

3. Alíquota Zero – o tributo não é pago por uma questão de cálculo.

IMUNIDADES: art. 150, VI, CF/88 – só se aplica sobre impostos

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI – instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; – IMUNIDADE RECÍPROCA entre a União, Estados, DF e Municípios. Os imunes são os entes políticos. Um não cobra tributos do outro.

Tal imunidade decorre do princípio da isonomia no âmbito político, o qual afirma que as pessoas políticas são iguais.

O §2 estende a imunidade a autarquias e fundações públicas somente para patrimônio, renda e serviços vinculadas as suas finalidades essenciais ou as delas decorrentes. Em relação aos entes políticos, essa restrição não existe.

§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. – nesse caso de exploração a empreendimentos privados, não há imunidade.

Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que praticarem atividade econômica regida pelo direito privado: Não serão abrangidas pela imunidade (art. 150, VI, §3º da CF). Ex: lanchonete dentro de uma autarquia.

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. – não se aplicam as delas decorrentes.

Ex.: Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público que praticarem atividade econômica regida pelo direito privado: Não serão abrangidas pela imunidade (art. 150, VI, §3º da CF). Ex: lanchonete dentro de uma autarquia.

Somente a Constituição dá imunidade.

IMPORTANTE: Em 2005, o STF entendeu que as empresas públicas também tem imunidade, assim como as autarquias e fundações públicas, pois nos dois casos se tem patrimônio 100%

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público, vinculados a sua finalidade. Então, as empresas públicas seriam uma espécie de fundação e, portanto, imunes. A partir de então, vieram várias ações dos correios e todas tiveram a imunidade reconhecida. As empresas públicas prestam serviços essenciais.

O STF entendeu da mesma forma para as sociedades de economia mista. Portanto, tanto as empresas públicas como as sociedades de economia mista que prestam serviços essenciais, tiveram a imunidade reconhecida.

b) Templos de qualquer culto; – a entidade religiosa é imune, não só o templo. Todo o patrimônio e renda que estejam vinculados as atividades essenciais.

A maçonaria não é uma religião, de acordo com o STF e, portanto, paga tributos.

Em relação aos cemitérios, quando for do patrimônio da igreja, como desempenha uma função religiosa, a imunidade se estende. Se o cemitério pertence a particulares, com finalidade lucrativa, não tem imunidade.

Prevalece que a renda dos imóveis locados, desde que utilizada para a realização das finalidades essenciais da entidade religiosa, também está protegida pela imunidade.

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; – complementar, por força do art. 146, II, da CF/88 – art. 14 do CTN

PARTIDOS POLÍTICOS: Os partidos políticos fazem jus à imunidade quando regularmente registrados no TSE, na forma da Lei n. 9.096/95.

ENTIDADES SINDICAIS: é restrito aos sindicatos dos empregados. As centrais sindicais também estão abrangidas pela imunidade. Ex: CUT.

INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: A imunidade protege o patrimônio, a renda e os serviços, desde que relacionados com as finalidades essenciais dos entes explicitados.

Em relação a essa imunidade, tem que ser observada a regra do art. 14 do CTN:

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)

II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;

III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

I – Não ter finalidade lucrativa, ou seja, não pode distribuir seus lucros. Pode lucrar, mas tem que aplicar os lucros nos fins da instituição.

II – Não pode mandar dinheiro do exterior.

III – Manter o registro para comprovar as receitas e despesas, que está tudo sendo aplicado na instituição.

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A instituição tem que reter na fonte o imposto de renda cuja a legislação atribua essa responsabilidade. Por exemplo, a Santa Casa de Misericórdia tem que reter o imposto de renda na fonte dos médicos empregados. Mesmo imune, tem que praticar os atos que garantam o cumprimento da obrigação tributária por terceiro. Assim, a Santa Casa tem que reter o imposto, recolher o imposto e informar pra receita quanto pagou e quanto recolheu.

Sumula 730 STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, "C", da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

Assistência social é um subsistema da seguridade social, que abrange a assistência social, previdência social e saúde. A Constituição imunizou apenas a espécie assistência social, não imunizou a seguridade social. Assim, para diferenciar que instituições são assistência e quais são seguridades, o STF decidiu que seria analisado se o empregado contribui ou não. Se o empregado contribui, é previdência. Se o empregado não contribui é assistência e aí tem imunidade.

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. – IMUNIDADE CULTURAL

A imunidade não inclui a empresa jornalística, a empresa editorial, o autor, o livreiro etc., que em razão dos princípios da igualdade e da capacidade contributiva deverão pagar impostos sobre o rendimento que obtiverem com o livro, com o jornal etc.

A ideia é facilitar o acesso a cultura. É uma imunidade puramente objetiva, pois é para um objeto, não para uma pessoa.

Papel para imprimir livro, é sem imposto, mas papel para imprimir panfleto que vai dentro do livro, paga o imposto.

Em relação aos jornais, a presença de propaganda não descaracteriza o jornal e se mantém a imunidade.

Dos insumos necessários a produção do livro, apenas o papel está imunizado. O que é similar ao papel, também está imune, como por exemplo o filme, o papel para endurecer a capa do livro e o papel fotográfico. A tinta e os demais insumos não.

IMPORTANTE: livro eletrônico também está imunizado, de acordo com recente decisão do STF.

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Imunidade musical ou da música nacional:

Fonograma: arquivo contendo áudio.

Videofonograma: arquivo contendo áudio e vídeo.

A produção tem que ser no Brasil e com autores brasileiros e/ou intérpretes brasileiros. Os suportes materiais ou arquivos digital que contenham os fonogramas ou videofonogramas, contém imunidade.

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Exceção: o que não é imune é a etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser (blue ray, cd, dvd), Outras mídias são imunes.

OBS.: existem outras imunidades previstas na Constituição. O rol do art. 150 não é taxativo.

IMUNIDADES ESPECÍFICAS

Imunidade em relação ao IPI:

O IPI não incide sobre exportações de produtos industrializados (art. 153, §3º, III da CF). O país não deve exportar tributos, mas sim produtos e estes devem chegar ao mercado internacional com condições de competitividade.

Imunidade em relação ao ITR:

O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando o proprietário que as explore não possua outro imóvel (art. 153, §4º, II da CF).

Embora o artigo mencione lei, cabe à lei complementar definir o que são pequenas glebas rurais, pois a ela cabe regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II da CF).

Imunidade em relação ao ICMS:

• O ICMS não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatário no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto, cobrado nas operações e prestações anteriores. (art. 155, §2º, X, “a” da CF).

• O ICMS não incidirá sobre operações interestaduais de petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica (art. 155, §2º, X, “b” da CF). Ex: Quando Itaipu vende energia elétrica para São Paulo, não incide ICMS.

A LC 87/96 dispõe que a imunidade só se restringe ás operações destinadas à comercialização ou à industrialização. Assim, quando as operações interestaduais de petróleo e seus derivados se destinar ao consumidor final, não haverá imunidade.

• ICMS não incide nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, §2º, X, “c” da CF).

• O ICMS não incidirá sobre o ouro quando utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial, mas nesta operação incidirá IOF (art. 153, §5º da CF).

Com exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (art. 155, §3º da CF).

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Imunidade em relação ao ITBI:

• Não incide sobre os direitos reais de garantia incidentes sobre imóveis. (art. 156, II, in fine da CF) Ex: Hipoteca e Anticrese.

• Não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital (art. 156, §2º, I da CF).

• Sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão (reunião de 2 ou mais sociedades para formar uma só), incorporação (absorção por uma ou mais sociedades de uma ou outras), cisão (transferência de parte do patrimônio de uma sociedade anônima a outras já existentes com tal finalidade) ou extinção de pessoa jurídica (art. 156, §2º, I da CF).

Exceção: Se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de imóveis ou arrendamento mercantil, haverá incidência do ITBI (art. 156, §2º, I, da CF). “O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição” (art. 37 do CTN).

• São isentas de ITBI as transmissões imobiliárias decorrentes de desapropriações realizadas para fim de reforma agrária. Houve um erro de técnica legislativa, pois na verdade são imunes (art. 184, §5º da CF). Também não incide sobre os bens adquiridos por usucapião, pois é forma originária de aquisição da propriedade.

Imunidade em relação às contribuições sociais:

• A contribuição para a seguridade social não incidirá sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência de que trata o art. 201 (art. 195, II da CF).

• São isentas de contribuições sociais para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 195, §7º da CF). Embora mencione “isentas”, trata-se de imunidade.

Imunidades com relação as taxas:

Ex: direito de petição, certidão de nascimento; certidão de óbito (art. 5º, XXXIV, “a” e “b” da CF).

ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA: PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I – soberania nacional;

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II – propriedade privada;

III – função social da propriedade;

IV – livre concorrência;

V – defesa do consumidor;

VI – defesa do meio ambiente;

VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

VII – redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII – busca do pleno emprego;

IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

I – SOBERANIA NACIONAL

Sobrepor o interesse nacional ao estrangeiro.

A soberania é um conceito jurídico-político, que segundo Dalmo Dallari, se atrela, como sinônimo, ao de independência nacional.

Logo, adotando-a como princípio de ordem econômica, pretende a Constituição Federal que as decisões econômicas fundamentais sejam emitidas com base no interesse nacional, de maneira independente em relação a outros países e a organismos internacionais.

No mesmo caminho, os contratos e ajustes internacionais, de modo geral, devem pautar-se pela observância das normas de ordem pública e aquelas inerentes à autonomia decisória do País. Assim, padeceria de inconstitucionalidade um tratado que, por exemplo, submetesse o País compulsoriamente a decisões econômicas de uma instituição ou organismo internacional.

II – PROPRIEDADE PRIVADA E FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

A propriedade privada é típica do sistema capitalista e garante a propriedade. É assegurada pela Constituição e refere-se a aquisição dos bens e meios de produção.

Assim, a função social da propriedade é um instrumento ligado à dignidade da pessoa humana no que se refere a sua moradia. É um critério de justiça social distributiva (interesse coletivo sobre o individual) mais interesse público sobre o particular.

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Importante delimitar, em primeiro lugar, que a propriedade privada, vertida sob a óptica de princípio da ordem econômica, é aquela que se insere no processo produtivo, envolvendo basicamente a propriedade – dita dinâmica – dos bens de consumo e dos bens de produção.

Quer parecer, ao menos em uma perspectiva genérica, que a noção de cumprimento da função social da propriedade privada, na seara econômica, implica a observância dos fins da ordem econômica (propiciar dignidade a todos, segundo os ditames da justiça social) em relação aos interesses que se articulam em torno de cada atividade econômica específica.

III – LIVRE CONCORRÊNCIA

Harmonização entre os grandes grupos e possibilidade das pequenas empresas entrarem e permanecerem no mercado.

A livre concorrência constitui um desdobramento necessário e inexorável da livre iniciativa. À primeira vista, seu objetivo é a criação de um mercado ideal, caracterizado pelo assim chamado "estado de concorrência".

A livre concorrência expressa situação do regime de iniciativa privada em que as empresas competem entre si, sem que nenhuma delas goze de supremacia em virtude de privilégios jurídicos, força econômica ou posse exclusiva de certos recursos.

Eros Roberto Grau, versando o tema, após apontar a imanência dos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, averba que esta teria duas faces, uma de liberdade de comércio e indústria e outra de liberdade de concorrência, sendo a última decomposta da seguinte maneira:

• faculdade de conquistar clientela, desde que não por meio de concorrência desleal;

• proibição de formas de atuação que deteriam a concorrência;

• neutralidade do Estado diante do fenômeno concorrencial, em igualdade de condições dos concorrentes.

A par das faculdades jurídicas apontadas pelo referido autor, é inegável que, no domínio das relações econômicas propriamente ditas, os jogos do mercado impedem uma concorrência perfeita, revelando, a todo instante, a presença de práticas concertadas, de abusos de posições dominantes e de concentrações empresariais.

Nossa ordem normativa, nesse sentido, não enfoca a concorrência como um fim em si mesma, com caráter absoluto. Diversamente, orienta-se pelo chamado sistema de concorrência-meio, também denominada concorrência-instrumento, em que está identificada como instrumento da consecução de objetivos maiores do sistema.

Seguindo essa diretriz, o art. 54 da Lei n. 8.884/94 dispõe que o CADE pode autorizar atos que possam limitar ou prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação de mercados relevantes de bens e serviços, desde que, por exemplo, tenham por objetivo, cumulada ou alternativamente, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade de bens ou serviços, ou propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico.

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IV – DEFESA DO CONSUMIDOR

A defesa do consumidor foi objeto de dupla previsão no texto constitucional. No inciso V do art. 170, como princípio da ordem econômica e no inciso XXXII do art. 5o, como direito fundamental.

É importante destacar que, fazendo uso da expressão defesa, a Constituição Federal reconheceu no consumidor a parte mais vulnerável da relação de consumo. Logo, o Estado deve interferir nas relações de consumo para compensar esse desequilíbrio. É o chamado princípio da vulnerabilidade.

Por isso a afirmação de que o Direito do Consumidor intervém na realidade das relações de consumo para a tutela de uma das partes: o consumidor.

V – DEFESA DO MEIO AMBIENTE

É fundamental, antes de mais, observar que o escopo básico da Constituição Federal é a proteção do meio ambiente enquanto espaço da vida humana. Em outras palavras, o objeto da tutela é o homem na sua relação com o meio.

Nesse sentido, indicando a defesa do meio ambiente como princípio do ordem econômica reforça esse aspecto. Logo, imperativa a conclusão de que a proteção do meio ambiente deve estar aliada ao progresso econômico, e vice-versa, constituindo, por esse caminho, a noção do chamado desenvolvimento sustentável.

Com o acréscimo da Emenda Constitucional n. 42, a tutela do meio ambiente, como princípio da ordem econômica, cuidou de explicar o princípio da proporcionalidade, que já estava presente implicitamente.

VI – REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS E REGIONAIS

O principio busca orientar as políticas publicas no sentido de atingir os anseios, demandas, especificas de cada cidade ou estado ou região. Ou sejas as necessidades entre as diversas regiões do pais são muito especificas e devem ser individualizadas.

Esse princípio também constitui, por expressa previsão do art. 3o, III, um dos objetivos fundamentais da República Federativa brasileira.

Foi uma opção clara do constituinte de atribuir ao modelo econômico uma finalidade dirigente da realidade econômica, em busca do chamado estado do bem-estar social.

Assim, a intervenção estatal na economia deve ser marcada por esse pronunciado critério de equidade, quer na atuação por serviços diretamente prestados à população, quer incentivos ou fomentos de caráter econômico.

Do mesmo teor dirigente o princípio, encartado no inciso VIII, do art. 170, que indica a busca do pleno emprego como uma das finalidades do sistema econômico.

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VII – BUSCA DO PLENO EMPREGO

Valorização do trabalho humano.

Trabalha o principio da eficiência: identificar as potencialidades do empregado investindo nelas abordando não só a empregabilidade como sua manutenção.

Relaciona com o fundamento do trabalho humano e políticas publicas de redução do desemprego.

Componente jurídico: desempenha o trabalho com fiscalização das leis (insalubridade, décimo terceiro).

Fator social: ter direito de desempenhar fator laborativo;

Fator jurídico: desempenhar trabalho com apoio da lei;

Fator econômico: valorização do trabalho humano + princípio da eficiência

VIII – TRATAMENTO FAVORECIDO PARA AS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

O princípio em causa traduz um valor constitucional a orientar a atuação estatal, inclusive do ponto de vista legislativo.

Nesse sentido, esse tratamento favorecido já saiu de um território programático, estando atualmente concretamente regulado por leis, especificamente a Lei n. 9.317/96 (Regime Tributário das Microempresas) e a Lei n. 9.841/99 (Estatuto da Microempresa).

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Questões

1. (2016 – FCC – TRT-20ª REGIÃO – Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabi-lidade)

É da União a competência para instituir o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. De acordo com as re-gras que disciplinam as limitações do poder de tributar, insculpidas na Constituição Fe-deral, a exigência, aumento e cobrança des-te imposto estão sujeitos à observância de vários princípios, dentre os quais se encon-tram os da

a) anterioridade, legalidade e irretroativi-dade.

b) anterioridade nonagesimal (novente-na), legalidade e rentabilidade tributá-vel.

c) legalidade, rentabilidade tributável e al-cance tributável.

d) anterioridade, anterioridade nonagesi-mal (noventena) e irretroatividade.

e) alcance tributável, anterioridade nona-gesimal (noventena) e irretroatividade.

2. (2016 – CESPE – TCE-PR – Analista de Con-trole – Jurídica)

Considerando a matéria tributária definida na CF, assinale a opção correta.

a) É facultado ao Poder Executivo, respei-tados as condições e os limites legais, alterar as alíquotas do imposto sobre produtos industrializados.

b) Dado o princípio da isonomia, os impos-tos não podem ter caráter pessoal.

c) As limitações constitucionais ao poder de tributar podem ser reguladas por lei ordinária.

d) As contribuições de intervenção no do-mínio econômico não incidem sobre as receitas decorrentes de importação.

e) O imposto sobre a propriedade territo-rial rural será progressivo e não incidirá sobre pequenas glebas rurais explora-das pelo proprietário, mesmo que ele possua outro imóvel.

3. (2016 – FCC – SEGEP-MA – Auditor Fiscal da Receita Estadual – Administração Tributá-ria)

A Constituição Federal, em seu art. 150, trata das limitações do poder de tributar, consagrando, nesse artigo, vários princípios relacionados com essas limitações. De acor-do com o texto constitucional, estão EXCLU-ÍDOS do princípio da

a) anterioridade nonagesimal (novente-na), o II, o IE, o IR e o IOF.

b) legalidade, o aumento da base de cálcu-lo do IR, o aumento da alíquota do IPVA e do IPTU.

c) irretroatividade, o IR, o IOF, o IPVA e o IPTU.

d) anterioridade, o IR, o ITR, o ITCMD e o ITBI.

e) legalidade, o IPI, o IOF e o aumento da base de cálculo do ICMS e do ISS.

4. (2016 – FCC – PGE-MT – Analista – Bacharel em Direito)

Um determinado Estado brasileiro, famo-so pelas lindas paisagens que ornamentam muitas de suas cidades, estava passando por severa crise econômica. Decidiu, em razão disso, investir fortemente no turis-mo destas cidades, com a finalidade de atrair pessoas com alto poder aquisitivo e que estivessem predispostas a gastar neste “Estado paradisíaco”. Paralelamente, com o intuito de evitar a afluência e o tráfego de turistas provenientes de unidades fede-radas com baixo ou nenhum poder aquisi-

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tivo, o governo deste “Estado paradisíaco” criou uma exação que denominou de “Taxa Interestadual de Compensação Financeira”, e que tinha o intuito específico de impedir, ou, pelo menos, de reduzir o tráfego de pes-soas provenientes de outros Estados sem poder aquisitivo naquelas cidades turísticas do Estado.

De acordo com a Constituição Federal, essa taxa

a) poderia ser cobrada, desde que obede-cido o princípio da anterioridade.

b) poderia ser cobrada, desde que obede-cidos os princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal (noven-tena).

c) não poderia ser cobrada. d) poderia ser cobrada, desde que obede-

cidos os princípios da anterioridade e da irretroatividade.

e) não poderia ser cobrada pelo Estado em que se localizam essas cidades, pois a competência para instituir essa taxa é do Estado de proveniência dos turistas.

5. (2016 – VUNESP – Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP Prova: Procurador Jurídico)

A jurisprudência tem se posicionado pela in-constitucionalidade das multas moratórias quando superiores a certos percentuais re-lativos ao valor do tributo, 100%, por exem-plo. O fundamento de tal posicionamento assenta-se no princípio constitucional da

a) não seletividade. b) não cumulatividade. c) transparência dos atos administrativos. d) vedação ao confisco. e) uniformidade jurídica da tributação.

6. (2016 – FCC – PGE-MT – Procurador do Es-tado)

O princípio da não cumulatividade é

a) um atributo exclusivo do ICMS e do IPI. b) princípio de tributação por meio do

qual se pretende evitar a assim chama-

da “tributação em cascata” que onera as sucessivas operações e prestações com bens e serviços sujeitos a determi-nado tributo.

c) técnica de tributação aplicável também aos impostos reais, tais como o ITR e o IPTU.

d) suscetível apenas de interpretação res-tritiva e literal, à medida que institui um benefício fiscal ao contribuinte.

e) um instrumento de transferência de riqueza indireta entre as Unidades da Federação inserido no pacto federativo, à medida que o crédito de ICMS a ser suportado pela Unidade da Federação de destino dos bens e serviços está limi-tado ao valor do imposto efetivamente recolhido em favor do Estado de ori-gem.

7. (2016 – MPE-PR – MPE-PR – Promotor Substituto)

Assinale a alternativa incorreta:

a) É vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Es-tados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes, assim como instituir isenções de tributos de competência dos Esta-dos, do Distrito Federal ou dos Municí-pios;

b) São isentas de impostos federais, es-taduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropria-dos para fins de reforma agrária;

c) De acordo com o Supremo Tribunal Fe-deral, a imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as en-tidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários;

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TJ-RS (Analista) – Direito Tributário – Profª Giuliane Torres

d) Normal legal que altera o prazo de reco-lhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade;

e) É vedado à União, aos Estados, ao Dis-trito Federal e aos Municípios estabe-lecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em ra-zão de sua procedência ou destino.

8. (2016 – CESPE – TCE-PR – Analista de Con-trole – Jurídica)

À luz da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca das limitações ao po-der de tributar.

a) As anuidades exigidas pelos conselhos profissionais, embora ostentem nature-za tributária, não se submetem ao prin-cípio da legalidade estrita, podendo sua cobrança ser prevista apenas em ato normativo.

b) Os emolumentos cartorários, por serem destituídos de natureza tributária, po-dem ser instituídos por atos normativos emanados dos tribunais de justiça dos estados, não se submetendo ao princí-pio da legalidade estrita.

c) A definição do vencimento das obri-gações tributárias não se submete ao princípio da legalidade estrita, podendo ocorrer por decreto do Poder Executi-vo.

d) É constitucional a concessão de isen-ções com base na ocupação profissional do contribuinte.

e) O estabelecimento das hipóteses de imunidade tributária é reservado a lei complementar.

9. (2016 – CESPE – TCE-PR – Analista de Con-trole – Jurídica)

Assinale a opção correta, acerca do poder de tributar e de suas limitações.

a) A proibição de que União, estados, Dis-trito Federal e municípios instituam im-postos sobre templos de qualquer culto é exemplo do instituto da isenção.

b) A imunidade recíproca não atinge os impostos sobre a renda dos entes fede-rados.

c) É vedado à União conceder incentivos que visem à promoção do equilíbrio so-cioeconômico a determinadas áreas do país.

d) É vedado aos estados, ao Distrito Fede-ral e aos municípios estabelecer dife-rença tributária de qualquer natureza entre bens e serviços em razão de sua procedência ou destino.

e) A União possui a prerrogativa de co-brar tributos relativos a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumen-tado.

10. (2015 – CESGRANRIO – LIQUIGÁS – Profis-sional Júnior – Ciências Contábeis)

Ao estabelecer que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-pios “instituir impostos sobre: a) patrimô-nio, renda ou serviços, uns dos outros”, a Constituição Federal está assegurando a de-nominada

a) imunidade recíproca b) isenção anômala c) proibição de base de cálculo d) limitação de alíquota e) não incidência

11. (2015 – FMP – DPE-PA – Defensor Público Substituto)

Assinale a alternativa CORRETA.

a) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a imunidade tri-butária dos templos de qualquer culto alcança as lojas maçônicas.

b) A imunidade tributária endereçada aos livros e periódicos não alcança, no entendimento do STF, álbuns de figuri-nhas.

c) A imunidade tributária recíproca não al-cança o Imposto sobre operações relati-vas à Circulação de Mercadorias e sobre

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a prestação de Serviços de Transporte interestadual e intermunicipal e de co-municação (ICMS) que incide no trans-porte de bens e mercadorias realizado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) porque, na esteira do entendimento do STF, tal atividade tem fins lucrativos, não merecendo trata-mento tributário privilegiado.

d) Têm imunidade tributária fonogramas e videofonogramas musicais produzi-dos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral, interpretadas por artistas brasileiros, bem como os supor-tes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replica-ção industrial de mídias ópticas de lei-tura a laser.

e) Não têm imunidade tributária recípro-ca as autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais.

12. (2014 – MPE-RS – MPE-RS – Assessor – Di-reito)

As limitações ao poder de tributar, dada sua relevância, têm regramento constitucional.

A esse respeito, assinale a alternativa que apresenta uma afirmação INCORRETA.

a) É vedado à União, aos Estados, ao Dis-trito Federal e aos Municípios estabe-lecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interes-taduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

b) Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de cré-dito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contri-buições, só poderá ser concedido me-diante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamen-

te as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribui-ção, sem prejuízo do disposto no artigo 155, § 2º, inciso XII, alínea “g", da Carta Federal.

c) É vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Es-tados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.

d) É vedado aos Estados, ao Distrito Fede-ral e aos Municípios estabelecer dife-rença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

e) A União não pode instituir tributo que não seja uniforme em todo o territó-rio nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em de-trimento de outro, o que torna inviável a concessão de incentivos fiscais, ainda que destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.

13. (2014 – FGV – Câmara Municipal do Recife--PE – Consultor Legislativo)

As imunidades atuam no plano da definição da competência tributária, tem previsão constitucional e são hipóteses de não-inci-dência qualificada. Nesse sentido, a imuni-dade recíproca impede que:

a) o Estado cobre contribuição de melho-ria em relação a bem da União valoriza-do em decorrência de obra pública;

b) o Município cobre a taxa de licencia-mento de obra do Estado;

c) o Estado cobre tarifa de esgoto de imó-vel da União;

d) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras dos Municípios;

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TJ-RS (Analista) – Direito Tributário – Profª Giuliane Torres

e) a União Federal cobre contribuições destinadas ao custeio da Seguridade Social dos Estados e dos Municípios.

14. (2016 – TRF-4ª REGIÃO – TRF-4ª REGIÃO – Juiz Federal Substituto)

Assinale a alternativa correta.

Sobre os princípios e as normas que regem a atividade econômica no Estado brasileiro:

a) A livre-iniciativa, erigida a condição de fundamento da República Federativa do Brasil, permite que qualquer pessoa exerça livremente qualquer atividade econômica, dependendo, em qualquer hipótese, de prévia autorização de ór-gãos públicos.

b) Tendo em vista o elevado potencial para geração de emprego e de renda para o país, a Constituição Federal conferiu tratamento favorecido para as empre-sas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do local em que tenham sua sede e sua administração.

c) Consoante o texto constitucional, a or-dem econômica se edificará sob o fun-damento da livre-iniciativa, de cunho predominantemente capitalista, confe-rindo a todos o direito de se lançar ao mercado de produção e bens, por sua conta e risco, não competindo ao Esta-do brasileiro a regularização e a norma-lização das atividades econômicas.

d) De acordo com o Supremo Tribunal Fe-deral, implica violação ao princípio da livre-concorrência a atuação em regime de privilégio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos na prestação dos serviços que lhe incumbem.

e) Não obstante constituam monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazi-das de petróleo e gás natural, é lícita a contratação de empresas privadas para a realização dessas atividades.

15. (2011 – CESPE – TRF-5ª REGIÃO – Juiz Fede-ral)

Em relação aos princípios da constituição econômica, assinale a opção correta.

a) Ao prever o princípio do pleno emprego na CF, o legislador pretendeu defender a absorção da força de trabalho a qual-quer custo, sem se preocupar com a dignidade da pessoa humana.

b) A defesa do consumidor não se insere entre os princípios da chamada consti-tuição econômica formal.

c) A livre concorrência inclui-se entre os princípios gerais da atividade econômi-ca denominados integração.

d) Ao prever, na CF, a livre iniciativa, o le-gislador buscou proteger a liberdade de desenvolvimento da empresa, com o objetivo de garantir ao empresário a sua realização pessoal e a obtenção de lucro.

e) Os princípios gerais da atividade econô-mica denominados integração objeti-vam resolver os problemas da margina-lização regional e(ou) social.

16. (2009 – CESPE – TCE-TO – Analista de Con-trole Externo – Direito)

Constituem princípios gerais da atividade econômica

a) a autonomia estadual e a livre concor-rência.

b) a propriedade privada e o tratamento favorecido para as microempresas na-cionais e estrangeiras.

c) o tratamento tributário favorecido para as empresas de pequeno porte nacio-nais e estrangeiras e a soberania nacio-nal.

d) a livre concorrência e a redução das igualdades sociais.

e) a redução das desigualdades regionais e sociais e a defesa do consumidor.

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17. (2014 – TRF-2ª Região – TRF-2ª REGIÃO – Juiz Federal)

Assinale a opção que, além de condizente com o sistema legal pátrio, melhor expres-sa, entre as cinco, consectário das idéias da livre concorrência e da liberdade de inicia-tiva:

a) A lei poderá conceder proteção e bene-fícios temporários a empresas brasilei-ras de capital nacional, adequadas ao desenvolvimento do país.

b) A exploração direta de atividade econô-mica pelo Estado há de ser limitada.

c) Inexiste tratamento favorecido para empresas brasileiras de qualquer natu-reza.

d) É possível a exploração de atividade econômica pelo Estado, desde que ne-cessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coleti-vo, definidos em atos do Poder Executi-vo.

e) O exercício ou não de atividade econô-mica diretamente pelo Estado fica a cri-tério do poder público, quando o inte-resse estatal o exigir.

18. (2012 – Faurgs – TJ-RS – Analista do TJ)

Sobre os princípios gerais da atividade eco-nômica, considere as afirmações abaixo.

I – Como agente normativo e regulador, o Estado exercerá exploração direta de ativi-dade econômica se necessária aos imperati-vos de segurança nacional e aos relevantes interesses coletivos, conforme definidos em lei complementar.

II – O aumento dos lucros, em qualquer hi-pótese, constitui abuso de poder econômi-co, fato que justifica repressão legal.

III – A defesa do meio ambiente, na ordem econômica pátria, permite o tratamento di-ferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) Apenas II e III.

Gabarito: 1. A 2. A 3. A 4. C 5. D 6. B 7. E 8. C 9. D 10. A 11. D 12. E 13. D 14. E 15. E 16. E 17. B  18. C